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Dr. Antônio Machado Aula 1 Absorção e distribuição ➢Farmacocinética: • Processos que o organismo desempenha com o fármaco; • ADME – Absorção, Distribuição, Metabolismo e Excreção. ➢Farmacodinâmica: • Efeitos do fármaco sobre o organismo; • Mecanismo de ação do fármaco; • Interação com receptores orgânicos. 2 Farmacocinética VS Farmacodinâmica 3 FÁRMACO ORGANISMO Farmacocinética -Administração -Absorção -Distribuição -Metabolismo -Excreção Farmacodinâmica -Local de Ação -Mecanismo de Ação -Efeitos Produzidos Concentração no Local do Receptor Farmacocinética VS Farmacodinâmica ✓Sucesso Terapêutico: • Escolha correta do medicamento; • Análise de variáveis fisiológicas (idade, sexo, raça); • Análise de variáveis patológicas (fígado e rins); • Posologia correta ao paciente. ✓Propriedade da Farmacocinética: • Objeto em movimentação; • Velocidade de absorção (polares x apolares); • Concentração dos fármacos (capacidade de excreção); • Capacidade de biotransformação e eliminação. 4 Princípios de farmacocinética Órgãos importantes fase (M,E)!!! Proteínas transportadoras • E a etapa que compreende a administração do fármaco até sua chegada à circulação sanguínea local. Para isso o fármaco tem que atravessar barreiras biológicas. Permeação de fármacos por barreiras: -Mecanismos de passagem -Grau de ionização -Coeficiente de Partição Óleo-água -Via de administração • A membrana é composta por uma bicamada lipídica (hidrofílica –fora; hodrofóbica –dentro); • A membrana é fluida (moléculas individuais se movem lateralmente); • Apresenta proteínas que são alvos de fármacos; • É relativamente impermeável às moléculas polares; • A barreira hematoencefálica (BHE) é uma estrutura de permeabilidade altamente seletiva que protege o SNC de substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue e sendo essencial para a função metabólica normal do cérebro; • É composta de células endoteliais estreitamente unidas, astrócitos e diversas proteínas; • Cerca de 90% dos medicamentos em potencial não ultrapassam essa barreira, sendo esse um dos principais desafios da terapêutica no SNC; Alguns transportadores placentários podem transportar moléculas grandes para dentro da placenta. Outros transportadores podem aumentar a eliminação de fármacos da circulação placentária. O tamanho do fármaco também influencia sua entrada na placenta: -Peso molecular entre 250 e 500, atravessam facilmente; -Peso molecular entre 500 a 1000, lentamente -Peso molecular acima de 1000, muita dificuldade; Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 28 (9) • Set 2006 Mecanismos de passagem: Difusão passiva – obedecendo um gradiente de difusão; Difusão por poros – obedecendo um gradiente de difusão (ex.aquaporinas) Difusão facilitada – obedecendo um gradiente de difusão (Carreador aumento a velocidade de transporte) Transporte ativo – Contra o gradiente de difusão (Ex. Transportador glicoproteína-P) Fármaco • Fase farmacêutica • Lipossolubilidade; • Peso Molecular; • pKa (grau de ionização); • Forma de administração • Concentração. Organismo • Superfície de absorção (ex.: intestino x estômago); • Permeabilidade capilar; • Condições fisiológicas (ex.: menstruação); • Condições patológicas (ex.: ulceração de mucosa). - pKa de um fármaco representa o valor de pH em que metade do fármaco encontra-se em sua forma iônica; - Equação de Henderson-Hasselbalch descreve a relação entre a pKa de um fármaco A ácido ou básico e o pH do meio biológico contendo este fármaco: constante de dissociação iônica grau de acidez ou basicidade do ambiente onde o fármaco se encontra forma não ionizada forma ionizada Por exemplo, consideremos o caso hipotético de um fármaco fracamente ácido com pKa de 4. No estômago, cujo pH é de cerca de 1: A acidificação da urina acelera a eliminação de bases fracas e retarda a de ácidos fracos. A alcalinização da urina tem o efeito oposto: reduz a eliminação de bases fracas e aumenta a de ácidos fracos. Sangue (pH: 7,2 – 7,6) Colón (pH: 7,0 – 7,5) Duodeno (pH: 4,8 – 8,5) Jejuno e ileo (pH: 7,2 – 7,6) Boca (pH: 6,2 – 7,2) Estômago (pH: 1,0 – 3,0) Uretra (pH: 5,0 – 7,0) Vagina (pH: 3,4 – 4,2) Leite materno (pH: 6,5 – 6,7) Suor (pH: 4,3 – 4,7) ➢ Biodisponibilidade ✓ Fração do fármaco administrada que atinge o sítio alvo de ação; ❖ Fatores: ✓ Velocidade de absorção; ✓ Magnitude de absorção (ex.: alimentos no TGI); ✓ Propanolol (I.V.) 5mg; (Oral) 40 a 80mg. Via de administração → Variação da Biodisponibilidade → Adequação da Posologia Via de Administração Biodisponibilidade Característica Intravenosa (I.V.) 100% Início de ação muito rápido Grandes volumes Intramuscular (I.M.) 75 a < 100% Pode ser dolorosa Fácil aplicação Liberação gradual rápida ou lenta Subcutânea 75 a < 100% Pode ser dolorosa Volumes menores Oral 5 a < 100% Conveniente Praticidade, Indolor Efeito de 1ª passagem Retal 30 a < 100% Desconforto Pacientes inconscientes Absorção irregular Efeito de 1ª passagem menos pronunciado Inalatória 5 a < 100% Início de ação rápido O padrão do equilíbrio de distribuição de um fármaco entre os diversos compartimentos depende: ✓ Permeabilidade através das barreiras teciduais; ✓ Ligação dentro dos compartimentos; ✓ Partição pelo pH; ✓ Partição óleo/água Somente os fármacos na forma livre chegam aos tecidos para exercer os efeitos terapêuticos; A ligação dos fármacos as proteínas plasmáticas alteram a velocidade de metabolização e eliminação dos fármacos; Alteração na produção de proteínas plasmáticas (insuficiência hepática) leva à um aumento no concentração de fármacos livres no plasma; Uma vez absorvidos, os fármacos podem estar ligados à proteínas plasmáticas ou estar na sua forma livre. Somente os fármacos em sua forma livre alcançam seus locais de ação nos tecidos: A ligação depende: Afinidade pelas proteínas, concentração do fármaco e concentração das proteínas; A ligação com a albumina (sequestro do fármaco) Somente o fármaco na forma livre é capaz de interagir com o receptor orgânico. Forma Livre → Forma Conjugada; Vascularização (perfusão tecidual): ➢ Estados fisiopatológicos podem influenciar a eficácia da distribuição das moléculas do fármaco: • Hipoalbuminemia por cirrose; • Síndrome nefrótica; • Desnutrição grave; • Gestação – diminuição de proteínas no plasma; • Queimaduras severas; • Idosos – menor taxa de produção das proteínas. ➢ Complexo fármaco-proteína: • Reservatório temporário; • Saturação dos sítios de ligação – aumento do fármaco na forma livre. Dr. Antônio Machado Aula 2 Metabolismo e excreção Aula 2 Metabolismo e excreção Princípios de Farmacocinética 3 6 Locais de biotransformação ✓O processo de metabolização é essencial para a eliminação do fármaco do organismo e cessação de sua atividade biológico (farmacológica). ✓Em geral os fármacos ficam em sua forma mais hidrofílica, o que facilita a eliminação. 3 7 Processos de biotransformação ✓ Término da ação do fármaco: detoxificar ou inativar compostos; ✓ Facilitar excreção: Formar produtos mais polares e menos lipossolúveis; ✓ Ativar: Ativar pró-fármacos e formar metabólitos ativos Absorção na parede intestinal 3 8 Processos de biotransformação Fármaco no sangue do Sistema Porta Fármaco no fígado Metabolismo Excreção Biliar Circulação sistêmica Metabolismo hepático Efeito de primeira passagem Fármaco também pode ser metabolizado na: 1. Parede Intestinal 2. No sangue do sistema Porta 3. Fígado (+comumente) Cortisona => Hidrocortisona Morfina => Heroína Enalapril => Enalaprilato Fenobarbital => Primidona Sulfassalazina => Messalazina Paracetamol => NAPQI 3 9 Exemplos de fármacos que geram metabólitos ativos 4 0 Fases no metabolismo de fármacos 4 1 Reações de fase 1: Catabólicas ✓As reações de fase 1, fornecem energia para a quebra de moléculas complexas em estruturas mais simples, podendo induzir a inativação,ativação ou potencialização das ações dos fármacos. ✓ Principais tipos de reações: ➢ Hidrólise (Não envolve CYP) ➢ Oxidação (Envolve CYP) ➢ Redução (menos comuns) 4 2 Reações de fase 1: Oxidação pelas enzimas do Citocromo P450 (CYP) ✓As reações promovidas pelo citocromo P450 são as mais importantes para o metabolismo de fármacos e consistem em perder elétrons. ✓ Superfamília de enzimas (74 famílias) ✓ CYP1, CYP2, CYP3, CYP4, com vários subtipos. ✓ Metabolismo oxidativo; ✓ Expressos em múltiplos tecidos; ✓ Alto concentração em hepatócitos (90-95%) das enzimas hepáticas; ✓ Localização: Mitocôndria: “CYP estereoidogênico” Retículo endoplasmático: “CYP xenobiótico” 4 3 Reações de fase 1: Citocromo P450 (CYP) ✓Variações no padrão de expressão de CYP influenciam diretamente o metabolismo de fármacos. ✓Fatores genéticos como o polimorfismo ou fatores ambientais como abuso de substâncias podem alterar o padrão de expressão do CYP; 4 4 Ciclo da mono-oxigenase P450 4 5 Reações de fase 2: anabólicas ✓As reações de fase 2 produzem compostos maiores, porém, mais hidrossolúveis, favorecendo o processo de eliminação de fármacos. ✓ Principais tipos de reações: ➢ Conjugação com ácido glicurônico; ➢ Conjugação com glutationa; ➢ Conjugação com peptídeo ou AA; ➢ Conjugação com sulfatos; ➢ Metilação; ➢ Acetilação; ➢ Síntese do ácido mercaptúrico; 4 6 Reações de fase 2: Anabólicas 4 7 Reações de fase 2: Substratos ✓ 1. Ác. Glicurônico: fármacos ácidos, básicos, fenóis, álcoois. Glicuronídeos altamente polares e excretados como conjugados. Ex: Esteróides, cloranfenicol, salicilatos e propofol. ✓ 2. Sulfato: Cloranfenicol, fenóis, esteroides sexuais; ✓ 3. Acetato: Sulfas, clonazepam, isoniazida; ✓ 4. Glutationa: ácido etacrínico, bromobenzeno (proteção celular); ✓ Glicina/glutamina: ácido salicílico, ác. Benzóico e ác. nicotínico 4 8 Reações de fase 2: Substratos 4 9 Complexidade da biotransformação 5 1 Fatores que afetam o metabolismo de fármacos ✓ Idade, Doenças, Genética, Ambientais (indução enzimática ou inibição enzimática) 5 2 Inibidores e indutores enzimáticos 5 3 Enzimas que sofrem interferência de indutores e inibidores enzimáticos 1. Citocromo P450; 2. Colinesterase; 3. Monoaminoxidase (MAO); 4. Aldeído Desidrogenase; 5. Álcool Desidrogenase; 6. Xantina oxidase; 7. Outras... 5 4 Indução enzimática Indução enzimática: Aumenta a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos ➢ Diminui meia vida sérica do fármaco; ➢ Diminui efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos; ➢ Aumenta a toxicidade se os metabólitos forem tóxicos. Ex: Paracetamol; ➢ O citocromo P450 é rapidamente induzido por muitos fármacos 5 5 Consequências da Indução enzimática ➢ Geralmente os agentes indutores são os próprios substratos para a enzima induzida e pode desenvolver tolerância. ➢ Aumentam metabolismo de fase II; ➢ Etanol e os barbitúricos aceleram a biotransformação do paracetamol; ➢ Antídoto: N-acetilcisteína (NAC) 5 6 Indutores do citocromo P450 5 7 Inibição enzimática Inibição enzimática: diminui a velocidade de biotransformação hepática dos fármacos ➢ Aumenta meia vida sérica do fármaco; ➢ Aumenta efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos; ➢ Perda de efeito se o metabólito for ativo (pró-fármaco); 5 8 Fármacos que inibem o metabolismo 5 9 Interação farmacocinética: metabolismo 6 2 Excreção de fármacos Os fármacos na sua maior parte são removidos do corpo através da urina na forma inalterada ou como metabólitos polares; ➢ As substância lipofílicas (apolares) não são eliminadas eficientemente pelo rim; ➢ Sendo metabolizados em produtos mais polares; 6 3 Excreção biliar ➢As células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive fármacos do plasma para a bile por meio de transporte semelhantes ao túbulo renal; ➢ OCT (Transportador de cátions orgânicos) ➢ OAT (Transportador de ânions orgânicos) ➢ Glicoproteínas P ➢Alguns compostos de fármacos hidrofílicos (principalmente glicuronídeos) ficam concentrados na bile e são enviados para o intestino, onde o glicuronídeo é hidrolisado, regenerando o fármaco ativo; ➢ Morfina ➢ Etinilestradiol 6 4 Excreção de fármacos O fármaco excretado pela bile pode ser reabsorvido gerando um ciclo, este processo é denominado circulação êntero-hepática; 6 5 Função renal A maioria dos fármacos são eliminados quimicamente inalterados ou na forma de metabólitos pelos rins; Alterações renais comprometem a eliminação de fármacos; 6 6 Filtração glomerular Os capilares glomerulares possibilitam que moléculas de fármacos com peso molecular abaixo de 20 kDa se difundam para o filtrado glomerular; Esses capilares são quase completamente impermeáveis à albumina plasmática (PM = 68 kDa); Fármacos ligados a albumina não são filtrados. A maioria dos fármacos livres no plasma cruza a barreira livremente. 6 7 Secreção tubular ➢ A secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo de eliminação renal de fármacos devido à alta perfusão sanguínea (80% do sangue renal) • É um mecanismo ativo (ATP dependente); • Independe da ligação a proteínas plasmáticas; • Processo saturável; • Pode haver inibição competitiva (probenecida + Benzilpenicilina/amoxilina) Características: Secreção tubular ➢ A secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo de eliminação renal de fármacos devido à alta perfusão sanguínea (80% do sangue renal) ➢ Na secreção tubular, as moléculas dos fármacos são transferidas para o lúmen tubular por dois sistemas de transportadores independentes e relativamente não seletivos: (OAT; OCT, Glicoproteína P). Depuração renal ➢ A eliminação de fármacos pelos rins é mais bem quantificada pela depuração renal, sendo esta definida como o volume de plasma que contém a quantidade da substância removida pelos rins; ➢ Ela é calculada a partir da concentração plasmática, da concentração urinária e da velocidade de fluxo urinário; Interações que afetam a excreção renal Interações farmacocinéticas: Excreção ➢ Reabsorção tubular: Os fármacos em suas formas ionizadas são mais facilmente excretados pelos rins. A alteração do pH da urina pode aumentar a excreção de alguns fármacos. ➢ A acidificação da urina aumenta a eliminação renal de bases ➢ Alcalinização da urina aumenta a eliminação renal de ácidos Fármacos que inibem a secreção tubular Tempo de meia vida (T Τ𝟏 𝟐) ➢ É o tempo necessário para que as concentrações plasmáticas ou a quantidade do fármaco presente no organismo seja reduzida em 50%. ➢ Depois de aproximadamente 4 meias vidas, a eliminação estará cerca de 94% completa. ➢ É utilizado para tomar decisões relativas à posologia dos fármacos Slide 1: Aula 1 Absorção e distribuição Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14: Por exemplo, consideremos o caso hipotético de um fármaco fracamente ácido com pKa de 4. No estômago, cujo pH é de cerca de 1: Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34: Aula 2 Metabolismo e excreção Slide 35: Aula 2 Metabolismo e excreção Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74
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