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Segurança Privada

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 PRIVA
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N
O
R A
G
IBERT
Código Logístico
I000040
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-65-5821-059-7
9 7 8 6 5 5 8 2 1 0 5 9 7
Segurança Privada 
Claudionor Agibert
IESDE BRASIL
2021
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: VectorCookies/Washdog/johavel/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
A213s
Agibert, Claudionor
Segurança privada / Claudionor Agibert. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 
2021.
108 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-059-7
1. Serviços de segurança privada. I. Título.
21-72072 CDD: 363.28
CDU: 351.78
Claudionor Agibert Especialista em Direito Tributário e Aduaneiro pela 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
(PUCMG); em Administração Pública pela Faculdade 
Educacional Araucária (Unifacear); em Direito 
Administrativo Disciplinar pela Universidade Tuiuti do 
Paraná (UTP); em Aperfeiçoamento de Oficiais Policiais 
Militares, Polícia Judiciária Militar e Instrução de Armas 
de Fogo pela Academia Policial Militar do Guatupê 
(APMG); e em Proteção de Dignitários pelo Instituto de 
Tática Defensiva (ISIS). Bacharel em Direito pela UTP e 
graduado em Formação de Oficiais Policiais Militares 
pela APMG. Membro da Academia de Letras dos 
Militares Estaduais do Paraná (Almepar). Professor de 
graduação e pós-graduação em instituições de ensino 
superior. Capitão da reserva remunerada e instrutor 
de armas de fogo da Polícia Militar do Paraná. 
Advogado, consultor e parecerista. Autor de diversas 
obras na área de segurança. 
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
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gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
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1 Aspectos introdutórios 9
1.1 Segurança privada no mundo 10
1.2 Segurança privada no Brasil 14
1.3 Seleção, recrutamento e treinamento de profissionais 22
2 Planejamento de medidas de segurança privada 30
2.1 Conceitos básicos 30
2.2 Análise de riscos 36
2.3 Plano de segurança 42
3 Procedimentos em ações de segurança privada 49
3.1 Segurança residencial 49
3.2 Segurança corporativa 53
3.3 Segurança pessoal 58
4 Escoltas 66
4.1 Prestação do serviço de escoltas 66
4.2 Escoltas armadas 71
4.3 Escoltas desarmadas 77
5 Situações críticas 84
5.1 Contextualização 84
5.2 Prevenção de situações críticas 89
5.3 Plano de contingência 97
6 Resolução das atividades 106
Esta obra busca apresentar os elementos da segurança 
privada, compreendendo aspectos introdutórios, planejamento 
de medidas de segurança privada, procedimentos em ações de 
segurança privada, escoltas e situações críticas. 
No primeiro capítulo discorremos sobre a segurança privada 
no mundo e no Brasil, bem como os aspectos de seleção, 
recrutamento e treinamento dos profissionais da área. 
No segundo capítulo apresentamos alguns conceitos básicos, 
a análise de riscos e o plano de segurança de maneira detalhada.
No terceiro capítulo nos debruçamos sobre os aspectos das 
seguranças residencial, corporativa e pessoal. 
No quarto capítulo abordamos as nuances da prestação do 
serviço de escoltas, além da discussão sobre escoltas armadas 
e desarmadas, trazendo conteúdo bastante interessante para o 
desempenho da atividade. 
No quinto capítulo contextualizamos as situações críticas e 
sua respectiva prevenção, abordando, ainda, a elaboração de 
planos de contingência, bem como sua previsão e preparação 
adequada para as mais diversas ocorrências. 
Fruto de pesquisa consistente – tanto em fontes nacionais 
quanto internacionais –, de cunho acadêmico, mas também 
prático, complementada pela experiência de vários anos do autor 
como palestrante e consultor, este livro, de maneira simples e 
objetiva, destina-se a apresentar o conteúdo de modo adequado 
e didático, sendo de fácil leitura e compreensão. 
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
Vídeo
Aspectos introdutórios 9
1
Aspectos introdutórios
O surgimento dos Estados trouxe alguns componentes interessantes, 
entre eles o monopólio do uso da força, como resultado da atribuição 
do poder dado pelo particular que, pelo contrato social, renuncia a uma 
parcela de sua individualidade em prol da coletividade.
Nesse sentido, esse monopólio pode ser analisado sob duas pers-
pectivas: segurança nacional, como protetora e garantidora da sobera-
nia, cuja responsabilidade cabe às Forças Armadas; e segurança pública, 
como mantenedora da ordem pública, isto é, da harmonia e paz sociais 
– missão das agências policiais.
A segurança pública, portanto, é dever do Estado, além de ser direito e 
responsabilidade de todos, nos termos da Constituição Federal de 1988. 
Isso significa que o particular também pode e deve contribuir com as 
ações de segurança pública. Todavia, como o objetivo das forças policiais 
é a segurança pública, e sendo notória a dificuldade das instituições para 
fazer frente às demandas, começam a surgir os desafios para a segurança 
do particular, a chamada segurança privada.
Nesse contexto, adquire singular relevância compreender as dimen-
sões envolvidas com a segurança privada, passando pelos aspectos his-
tóricos, os contextos mundial e regional, além das regulamentações a 
respeito.
Neste capítulo, abordaremos as questões de segurança privada no 
Brasil e no mundo e o processo de seleção, recrutamento e treinamento 
dos profissionais.
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• conhecer os aspectos gerais sobre segurança privada e sua 
contextualização no Brasil e no mundo; 
• conhecer os critérios, requisitos e conteúdos para seleção, 
recrutamento e treinamento dos profissionais.
Objetivos de aprendizagem
10 Segurança Privada
1.1 Segurança privada no mundo 
Vídeo A segurança privada tem raízes muito antigas, ainda que possa-
mos considerar que, de maneira mais estruturada e profissionaliza-
da, é um fenômeno relativamente recente. Nesse sentido, no artigo 
“A brief history of private security” (em português, Uma breve his-
tória da segurança privada), Robinson (2021) faz uma abordagem 
bastante completa sobre a atividade de segurança privada ao longo 
da história, asseverando que:
a segurança privada existe há bastante tempo. Agentes de se-
gurança privada protegeram imperadores de seus assassinos 
e castelos de ataques bárbaros. Os profissionais modernos 
de segurança privada protegem pessoas e propriedade. O au-
mento da criminalidade e das ameaças de segurança fizeram 
com que as companhias privadas de segurança se multiplicas-
sem nos tempos modernos. Há uma longa história de suces-
so por trás delas e são necessárias agora mais do que nunca. 
(ROBINSON, 2021, tradução nossa)
No Egito Antigo, por exemplo, muitos faraós contratavam agen-
tes de segurança privada, em suplementação aos seus exércitos, 
para proteger suas propriedades, sua vida e integridade física. Em 
medida similar, na Grécia Antiga, foi desenvolvido um sistema sofis-
ticado de segurança com agentesprotegendo as mais importantes 
autoridades e as principais vias de acesso às maiores cidades, por 
causa dos saques e roubos perpetrados por criminosos.
Ao mesmo tempo, na Roma Antiga, a elite política e econômica 
contratava profissionais para sua proteção pessoal e de seus bens, 
muitos deles antigos soldados das forças armadas transformados 
em mercenários. Em torno do ano 400, o Imperador criou a Guarda 
Varangiana, composta de estrangeiros, responsável pela sua segu-
rança pessoal e a de sua família. Posteriormente, foi substituída pela 
Guarda Pretoriana, considerada a primeira força policial oficial.
Na Idade Média, a constante onda de violência e de conflitos dis-
parou a necessidade de contratação de agentes de segurança, mui-
tos deles ex-combatentes, para proteger pessoas e bens.
Aspectos introdutórios 11
Disputas de território e poder por todos os cantos do globo são 
ilustrações da atividade de segurança privada, por exemplo, os ata-
ques das forças mongóis à China que, inclusive, como forma de 
proteção, construiu a famosa Muralha, ou os exércitos japoneses 
compostos pelos famosos samurais.
Igualmente, na Europa, observam-se divisões internas em vários 
países, como na Itália, havendo uma família em cada divisão, com seu 
“exército particular”, disputando entre si e contra invasores estran-
geiros. Na Inglaterra, logo depois da publicação da notória Magna 
Carta, do Rei João Sem Terra, em 1214, que basicamente estabelecia 
uma declaração dos direitos dos homens livres, deu-se sustentação 
para a promulgação do Estatuto de Winchester, de 1285, que definiu 
alguns protocolos e procedimentos de segurança das cidades e vilas, 
incluindo a participação dos cidadãos no combate ao crime.
Mais modernamente, a partir do século XVIII, o êxodo para os 
grandes centros urbanos acarretou o aumento da criminalidade 
(ROBINSON, 2021). Diante desse cenário, em 1748, Henry Fielding 
propôs a criação de uma força de segurança profissional. Essa ten-
dência foi seguida por outros países e, em 1850, foi criada a famo-
sa empresa de segurança privada Pinkerton, ainda em atividade, ou 
seja, há cerca de 171 anos!
Na sequência, foram constituídas as empresas Brinks e Wells 
Fargo. Interessante ressaltarmos que Henry Ford foi um pioneiro em 
usar segurança privada para proteger suas fábricas, tendo a ideia 
se disseminado para mineradoras e outras organizações. Durante 
a Segunda Guerra Mundial, o próprio governo dos Estados Unidos 
utilizou segurança privada para proteger indústrias vitais. Em segui-
da, com a Guerra Fria, houve uma maximização da necessidade de 
segurança contra espionagem e sabotagem.
Em complementação, Sherman (2017), no artigo “The history of 
private security” (em português, A história da segurança privada), 
esclarece que a figura do detetive particular surgiu em 1833, quando 
o ex-criminoso francês Eugène-François Vidocq criou uma agência 
de detetives em Paris.
A série A Guerra dos 
Samurais, disponível na 
Netflix, mostra uma pers-
pectiva histórica sobre a 
atividade de segurança 
privada no Japão do sécu-
lo XVI. Recomendamos!
Direção: Stephen Scott. Canadá/
EUA: Netflix, 2021.
Série
12 Segurança Privada
Outros detetives se sucederam investigando casos para os quais 
as agências policiais não tinham condições, além de prover seguran-
ça particular armada. A agência americana Pinkerton, por exemplo, 
buscou e rastreou criminosos como Jesse James e Sundance Kid.
Sherman (2017) aponta que os primeiros detetives trabalhavam 
com casos de infidelidade, pessoas desaparecidas e fraudes em 
seguros.
Na sequência, houve uma evolução para desenvolvimentos de 
tecnologias, como equipamentos de alarmes e similares, seguidas 
pelas modernas técnicas de segurança cibernética, que buscam pro-
teger o acesso indevido a dados sensíveis e a informações estratégi-
cas de empresas e pessoas.
Hoje, mais do que nunca, as novas ameaças exigem profissionais 
qualificados e preparados. Com iniciativas que modificam fotogra-
fias (como o Photoshop) até aquelas que “colocam palavras na boca” 
das pessoas (conhecidas como deepfake) 1 , as pessoas estão vulne-
ráveis e precisam, portanto, adotar medidas eficientes de prevenção 
e/ou repressão.
Uma vez que existe uma multiplicidade de fatores específicos de 
cada Estado, são diversas as regulações e instituições internacionais 
sobre segurança (privada). Antes de abordarmos alguns exemplos 
de regulamentações internas, é importante destacarmos algumas 
organizações internacionais importantes.
A primeira é a Geneva Centre for Security Sector Governance 
(DCAF), uma organização internacional com vistas ao suporte, parce-
rias e consultoria para quaisquer organizações de segurança (nacio-
nal, pública e privada) ao redor do mundo. Ela trabalha em diversos 
temas, incluindo segurança e gênero; reforma no sistema policial; 
gerenciamento de fronteiras; reforma no sistema de defesa; socie-
dade civil e o setor de segurança; governança na área de inteligência 
e governança na área de segurança privada.
O DCAF observa, inclusive, a Agenda 2030 da Organização das 
Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável, princi-
palmente os Objetivos 5, 11 e 16, conforme a Figura 1.
Conheça um pouco mais 
sobre a emblemática 
história de Jesse James, 
criminoso rastreado pela 
agência Pinkerton. 
Disponível em: https://mundoedu-
cacao.uol.com.br/historia-america/
jesse-james.htm. Acesso em: 29 
jun. 2021.
Saiba mais
De acordo com Cabral 
(2018), “deepfake é 
uma tecnologia que usa 
inteligência artificial (IA) 
para criar vídeos falsos, 
mas realistas, de pessoas 
fazendo coisas que elas 
nunca fizeram na vida 
real. A técnica que per-
mite fazer as montagens 
de vídeo já gerou desde 
conteúdos pornográficos 
com celebridades até 
discursos fictícios de polí-
ticos influentes. Circulam 
agora debates sobre a 
ética e as consequências 
da tecnologia, para o bem 
e para o mal.”
1
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/jesse-james.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/jesse-james.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/jesse-james.htm
Aspectos introdutórios 13
Figura 1
Objetivos 5, 11 e 16 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável
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 Pretende atingir a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas. 
Enquanto uma boa governança do setor de segurança é especialmente relevante para acabar 
com a violência contra a mulher, o setor de segurança também será essencial para melhorar 
outros aspectos contemplados no Objetivo 5, incluindo acabar com a discriminação, propiciar 
acesso igualitário a direitos de propriedade, participação igualitária e oportunidades iguais de 
posições destacadas na vida política e pública (incluindo na área de segurança). 
Objetivo 5 – igualdade de gênero
Enfatiza a responsabilidade estatal em prover segurança dos espaços urbanos e especifica-
mente os direitos específicos dos indivíduos de terem segurança em sua moradia, transporte 
e espaços públicos, sem qualquer preconceito de gênero, idade ou habilidade. Um setor de 
segurança eficiente, sob uma governança técnica, estado de Direito e o respeito pelos direitos 
humanos é essencial para atingir esse objetivo. 
Objetivo 11 – cidades e comunidades sustentáveis
Trata dos bem conhecidos fatores de conflito, injustiça e insegurança ao fazer com que os 
Estados se comprometam em promover sociedade pacíficas e inclusivas, em prover acesso 
à justiça para todos, e construir responsáveis, inclusivas e eficientes instituições em todos 
os níveis. Um setor de segurança fragilizado e pouco eficiente é fator de contribuição para 
conflitos, injustiça e insegurança, e para resolver esses problemas é necessário fazer com 
que o setor de segurança seja eficiente, responsável sob uma governança técnica, estado de 
Direito e o respeito pelos direitos humanos. 
Objetivo 16 – paz, justiça e instituiçõeseficazes
Fonte: Elaborada pelo autor com base em What..., 2021.
Podemos notar, portanto, uma visão e uma preocupação voltadas 
para a solidez, a eficiência e o fortalecimento das instituições de segu-
rança (nacional, pública e privada).
Outra organização bastante interessante é a American Society for 
Industrial Security (ASIS International), que congrega mais de 34 mil 
profissionais da segurança privada de inúmeros países, oferece treina-
mentos, qualificação e alguns tipos de certificações, que são reconheci-
das e muito estimadas na comunidade internacional, em multinacionais 
e grandes corporações.
14 Segurança Privada
Inclusive, há um capítulo da ASIS International no Brasil que fomenta 
as atividades da organização, realiza encontros educativos, como semi-
nários, workshops e similares, além de atuar no processo de certificação.
No que se refere à regulamentação, há uma enormidade de varia-
ções, a depender do ordenamento jurídico de cada país, que poderá 
ser mais ou menos restritivo, adotando maior ou menor controle para 
o desenvolvimento da atividade. Se considerarmos, por exemplo, a le-
gislação sobre segurança privada nos Estados Unidos da América, vere-
mos que lá não existe uma legislação federal.
Dessa maneira, cada Estado membro apresenta regulamentação 
específica, alguns exigindo certificações e licenças; outros, nem tanto. 
Essa diversidade acaba causando alguns problemas de interpretação, 
de aplicação da lei e até mesmo da credibilidade da atividade de segu-
rança privada.
A segurança privada provê proteção pelo pagamento de uma taxa 
para a prestação do serviço, que pode incluir investigações; proteção 
executiva; segurança interna; segurança corporativa; segurança de in-
formações contra hackers e espionagem, entre outros (SHERMAN, 2017).
Na próxima seção, abordaremos o desenvolvimento da segurança 
privada no Brasil, analisando suas origens, evolução e sua configura-
ção moderna.
1.2 Segurança privada no Brasil 
Vídeo A segurança privada brasileira vem se desenvolvendo cada vez mais, 
englobando diversos campos de atuação, como segurança patrimonial, 
cibernética, pessoal, escoltas (armadas ou não), transporte de valores 
e de cargas, entre outros.
No Brasil, todavia, tem raízes relativamente recentes, como esclare-
ce Zanetic (2010, p. 59):
a principal motivação para a obrigatoriedade da contratação de 
seguranças foi a escalada nos assaltos às agências bancárias 
desde os anos 1950. Mas o passo decisivo deu-se em decorrência 
dos constantes assaltos a bancos liderados por grupos guerrilhei-
ros que atuavam contra o regime militar, sobretudo após 1968. 
[...] A instituição da obrigatoriedade da segurança bancária ser 
Aspectos introdutórios 15
feita por empresas privadas abriu espaço legal e incentivo para 
o desenvolvimento do mercado, tornando-se negócio lucrativo 
para empresários de setores diversos, e também para ex-poli-
ciais e integrantes das forças armadas, que detinham o conhe-
cimento técnico e proximidade com especialistas em segurança.
Podemos perceber, assim, que a segurança privada no Brasil tem 
como embrião a segurança de instalações bancárias, de acordo com o 
determinado pelo Decreto-Lei n. 1.034/1969:
Art. 1º. É vedado o funcionamento de qualquer dependên-
cia de estabelecimento de crédito, onde haja recepção de 
depósitos, guarda de valores ou movimentação de numerá-
rio, que não possua, aprovado pela Secretaria de Seguran-
ça ou Chefatura de Polícia o respectivo Estado, dispositivo 
de segurança contra saques, assaltos ou roubos, na forma 
preceituada neste Decreto-lei. Parágrafo único. Os estabele-
cimentos referidos no artigo anterior compreendem as ins-
tituições bancárias, as caixas econômicas, e as cooperativas 
de crédito que funcionem em lojas. Art. 2º Os estabelecimen-
tos de que trata o artigo anterior deverão adotar - no prazo 
máximo de um ano, contado do início da vigência deste De-
creto-lei - dispositivo de segurança contra roubo e assaltos, 
que consistirá obrigatoriamente, em: I - Vigilância ostensiva, 
realizada por serviço de guarda composto de elementos sem 
antecedentes criminais, mediante aprovação de seus nomes 
pela Polícia Federal, dando-se ciência ao Serviço Nacional 
de Informações; II - Sistema de alarme, com acionadores 
em diversos locais do estabelecimento e em comunicação 
direta com a Delegacia, Posto Policial, agência bancária ou 
estabelecimento de crédito mais próximo. § 1º Caberá à au-
toridade policial competente vistoriar os estabelecimentos 
de crédito sob sua jurisdição, encaminhando ao Banco Cen-
tral do Brasil, sempre que julgar necessário, relatório sobre a 
observância do disposto neste Decreto-lei, indicando as pro-
vidências complementares que julgar cabíveis. § 2º O funcio-
namento de qualquer unidade bancária, agência ou filial de 
estabelecimento de crédito, inclusive reinstalação em novo 
local, dependerá de vistoria e aprovação prévias, na forma 
prevista no parágrafo anterior. § 3º Mediante prévia aprova-
ção do Ministro da Justiça, o Banco Central do Brasil, quando 
julgar conveniente, poderá determinar outros requisitos de 
(Continua)
O vídeo A Importância 
da Segurança Privada no 
Brasil, publicado no canal 
Vigilante QAP, apresenta, 
de maneira objetiva, uma 
perspectiva interessante 
sobre a atividade no 
território brasileiro.
Disponível em: https://youtu.be/
PkpndFOONLc. Acesso em: 29 jun. 
2021. 
Vídeo
https://youtu.be/PkpndFOONLc
https://youtu.be/PkpndFOONLc
16 Segurança Privada
segurança, além dos mencionados nos incisos I e II deste arti-
go, tendo em vista, inclusive, os relatórios a que se refere o § 
1º. Art. 3º A dependência de estabelecimento de crédito que 
não atender às exigências deste Decreto-lei, terá interditado 
o seu funcionamento pelo Banco Central do Brasil, a menos 
que seja comprovada a existência de razões imperiosas que 
tenham impedido seu cumprimento e haja motivos que jus-
tifiquem plenamente a dilação do prazo para sua efetivação. 
Art. 4º Os estabelecimentos de crédito manterão a seu ser-
viço, admitidos diretamente ou contratados por intermédio 
de empresas especializadas, os elementos necessários à sua 
vigilância, podendo organizar serviço especial para esse fim, 
mediante aprovação do Ministro da Justiça, ou, quando se 
tratar de serviço local, do Secretário de Segurança ou Chefe 
de Polícia. § 1º A Polícia de cada Estado deverá ministrar ins-
truções especiais aos elementos de segurança dos estabe-
lecimentos de crédito e elaborar recomendações para sua 
atuação conjugada com a dos órgãos policiais locais. § 2º 
Os elementos de segurança dos estabelecimentos de crédi-
to, quando em serviço, terão as prerrogativas de policiais. 
(BRASIL, 1969)
É possível notarmos que a preocupação inicial foi com estabele-
cimentos bancários ou de crédito que trabalhavam com dinheiro em 
espécie, determinando-se a adoção de algumas medidas de proteção, 
como designação de profissionais e instalação de sistema de alarme.
Desde logo já se atribuía à Polícia Federal o controle sobre os pro-
fissionais empregados, além de colocar o treinamento deles sob a res-
ponsabilidade da polícia estadual. Outra coisa bastante interessante, é 
a equiparação deles durante o serviço com os policiais estatais, preser-
vando as mesmas prerrogativas.
O Decreto-Lei n. 1.034/1969 ficou cerca de 14 anos em vigência, 
quando foi revogado pela Lei Federal n. 7.102/1983.
A Lei Federal n. 7.102/1983, assim dispôs:
Aspectos introdutórios 17
Art. 1º. É vedado o funcionamento de qualquer estabeleci-
mento financeiro onde haja guarda de valores ou movimenta-
ção de numerário, que não possua sistema de segurança com 
parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério 
da Justiça, na forma desta lei. § 1o Os estabelecimentos finan-
ceiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou 
privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associa-
ções de poupança, suas agências, postos de atendimento, su-
bagências e seções, assim como as cooperativas singularesde 
crédito e suas respectivas dependências. (BRASIL, 1983)
Podemos notar que o texto foi aprimorado para incluir bancos ofi-
ciais ou privados, além de demais postos de atendimento. Outro fator 
relevante foi detalhar o significado de sistema de segurança:
Art. 2º. O sistema de segurança referido no artigo anterior 
inclui pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas 
vigilantes; alarme capaz de permitir, com segurança, comuni-
cação entre o estabelecimento financeiro e outro da mesma 
instituição, empresa de vigilância ou órgão policial mais pró-
ximo; e, pelo menos, mais um dos seguintes dispositivos: 
I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que 
possibilitem a identificação dos assaltantes; II - artefatos que 
retardem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição, 
identificação ou captura; e III - cabina blindada com perma-
nência ininterrupta de vigilante durante o expediente para o 
público e enquanto houver movimentação de numerário no 
interior do estabelecimento. (BRASIL, 1983)
Outra disposição muito significativa foi com relação aos requisitos 
para o exercício da profissão de vigilante:
18 Segurança Privada
Art. 16. Para o exercício da profissão, o vigilante preencherá 
os seguintes requisitos: I - ser brasileiro; II - ter idade mínima 
de 21 (vinte e um) anos; III - ter instrução correspondente à 
quarta série do primeiro grau; IV - ter sido aprovado, em curso 
de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com 
funcionamento autorizado nos termos desta lei; V - ter sido 
aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico; VI 
- não ter antecedentes criminais registrados; e VII - estar quite 
com as obrigações eleitorais e militares. Parágrafo único - O 
requisito previsto no inciso III deste artigo não se aplica aos 
vigilantes admitidos até a publicação da presente Lei. Art. 17. 
O exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no 
Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresen-
tação dos documentos comprobatórios das situações enume-
radas no art. 16. (BRASIL, 1983)
Podemos constatar que estrangeiro não pode realizar a atividade 
de segurança privada no Brasil. Além disso, a obrigatoriedade de ter 
registro e controle pelo Departamento de Polícia Federal, não ter an-
tecedentes criminais e a aprovação em exames de saúde física, mental 
e psicotécnico mostram a preocupação do legislador com a vida pre-
gressa do profissional e com sua sanidade física, mental e psicotécnica.
A Lei n. 7.102/1983 foi regulamentada pelo Decreto Federal 
n. 89.056/1983 e pela Portaria n. 3.233, de 10 de dezembro de 2012, do 
Departamento de Polícia Federal.
O Decreto n. 89.056/1983 detalhou e especificou melhor a atividade 
e suas variáveis, abordando requisitos para a atividade e os aspectos 
dos cursos de formação, além de outras medidas:
Art 2º. O sistema de segurança será definido em um plano de 
segurança compreendendo vigilância ostensiva com núme-
ro adequado de vigilantes, sistema de alarme e pelo menos 
mais um dos seguintes dispositivos: I - equipamentos elétri-
cos, eletrônicos e de filmagens instalados de forma a per-
mitir captar e gravar as imagens de toda movimentação de 
público no interior do estabelecimento; Il - artefatos que re-
tardem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição,
(Continua)
Aspectos introdutórios 19
identificação ou captura; ou IlI - cabina blindada com perma-
nência ininterrupta de vigilante durante o expediente para o 
público e enquanto houver movimentação de numerário no 
interior do estabelecimento. [...]
Art 5º. Vigilância ostensiva, para os efeitos deste Regulamento, 
consiste em atividade exercida no interior dos estabelecimen-
tos e em transporte de valores, por pessoas uniformizadas 
e adequadamente preparadas para impedir ou inibir ação 
criminosa. Art 6º. O número mínimo de vigilantes adequado 
ao sistema de segurança de cada estabelecimento financeiro 
será definido no plano de segurança a que se refere o art. 
2º, observados, entre outros critérios, as peculiaridades do 
estabelecimento, sua localização, área, instalações e encaixe. 
(BRASIL, 1983)
Desse modo, podemos observar o conceito de vigilância ostensiva, 
caracterizada pela presença do vigilante devidamente uniformizado, 
bem como a necessária previsão, no plano de segurança, do número 
mínimo de vigilantes para o cumprimento da missão, tendo por base 
alguns critérios técnicos.
Por sua vez, a Portaria n. 3.233/2012, do Departamento de Polícia 
Federal, traz inúmeras disposições, conceitos e mandamentos apre-
sentando, de maneira mais especial, quais atividades pertencem à se-
gurança privada:
Art. 1.º A presente Portaria disciplina as atividades de segu-
rança privada, armada ou desarmada, desenvolvidas pelas 
empresas especializadas, pelas empresas que possuem ser-
viço orgânico de segurança e pelos profissionais que nelas 
atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segu-
rança dos estabelecimentos financeiros. § 1.º As atividades de 
segurança privada serão reguladas, autorizadas e fiscalizadas 
pelo Departamento de Polícia Federal - DPF e serão comple-
mentares às atividades de segurança pública nos termos da 
legislação específica. [...] § 3.º São consideradas atividades de 
segurança privada: I - vigilância patrimonial: atividade exerci-
da em eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos 
ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir 
a incolumidade física das pessoas e a integridade do patri-
mônio; II - transporte de valores: atividade de transporte de 
(Continua)
20 Segurança Privada
numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos, 
comuns ou especiais; III - escolta armada: atividade que visa 
garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, 
incluindo o retorno da equipe com o respectivo armamen-
to e demais equipamentos, com os pernoites estritamente 
necessários; IV - segurança pessoal: atividade de vigilância 
exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física 
de pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o respectivo 
armamento e demais equipamentos, com os pernoites estri-
tamente necessários; e V - curso de formação: atividade de 
formação, extensão e reciclagem de vigilantes. (BRASIL, 2012)
Assim, podemos notar que a vigilância patrimonial, o transporte de 
valores, a escolta armada, a segurança pessoal e o curso de formação 
constituem atividades da segurança privada. Todavia, ao analisarmos 
sob uma perspectiva moderna, observamos que as normas vigentes 
precisam urgentemente de modernização e atualização, como discuti-
remos na sequência.
É importante conhecermos agora alguns dados estatísticos sobre 
a segurança privada no Brasil. De acordo com o Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública (2020, p. 259), no Brasil, havia 545.447 profissionais 
(vigilantes) em 2020:
Gráfico 1
Quantidade de vigilantes com vínculos ativos – empresas especializadas e orgânicas por 
região.
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0 Região Norte Região Nordeste Região Sul Região Sudeste Região 
Centro-Oeste
Brasil
1.166
6.088
1.270
12.804 
25.298 
1.970
33.127 
102.376 79.887 
253.994 
50.795
520.179 
Especializadas Orgânicas 
Fonte: Adaptado de Fórum..., 2020.
Aspectos introdutórios 21
Outro dado que chama a atenção é a distribuição por gênero na 
segurança privada. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança 
Pública (2020), do total de vigilantes no Brasil, apenas 9% são mulheres, 
o que revela um mercado ainda desigual nesse quesito e que, portanto, 
merece uma reflexão a respeito.
Também merece destaque a quantidade de vigilantes formados e 
em condições de trabalhar, totalizando pouco mais do que um milhão. 
Nesse sentido, a tabela apresentada no mesmo documento (p. 260) 
aponta:
Tabela 1
Total de vigilantes aptos a trabalhar
Vigilantes aptos a trabalhar 1.017.671
Vigilantes com vínculo ativo com empresas somente especializadas 520.179
Vigilantescom vínculo ativo com empresas somente orgânicas 22.042
Vigilantes com vínculo ativo com empresas especializadas e orgânicas 502.472
Vigilantes inativos 515.199
Fonte: Adaptado de Fórum..., 2020.
Outro aspecto importante é a receita bruta do setor. Nesse senti-
do, esclarecimentos muitos valiosos podem ser encontrados no Fórum 
Brasileiro de Segurança Pública (2020, p. 261):
outros dois indicadores: receita bruta e número de empresas evi-
denciam um outro paradoxo, que é o de que a segurança privada 
cresce apenas com o aumento da violência. Isso é uma falácia, 
uma afirmação feita sem comprovação empírica. Segundo este 
Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os delitos contra o patri-
mônio e contra a vida caíram entre 2017 e 2019 e, mesmo assim, 
a quantidade de vigilantes manteve certa estabilidade. Para se 
investir em segurança de qualidade e qualificada, é necessária 
uma economia forte. Em 2019, a receita bruta da segurança pri-
vada cresceu 1,87%, o que corresponde a um aumento de R$ 
678,7 milhões. Número bem próximo ao crescimento do Pro-
duto Interno Bruto (PIB) registrado no ano passado de 1,1%. Os 
dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
e foram analisados pela Consultoria Econômica da Fenavist.
22 Segurança Privada
Dessa maneira, percebemos que a segurança privada tem expecta-
tiva de crescimento significativo, constituindo um importante segmen-
to da prestação de serviços especializados no Brasil.
Nesse sentido, Zanetic (2010, p. 53) afirma que a “segurança privada 
cresceu linearmente no Brasil desde seu surgimento oficial [...], tendo 
seu maior crescimento a partir dos anos 90, notado pelo número de 
empresas de vigilância, de vigias de rua e na disseminação de tecnolo-
gias voltadas à indústria da segurança eletrônica”.
E o futuro? Como dito anteriormente, as normas vigentes sobre se-
gurança privada já não dão conta das demandas atuais nem estão ade-
quadas às transformações tecnológicas.
Nesse sentido, o Estatuto da Segurança Privada está em tramitação, 
sob a denominação de Projeto de Lei n. 135/2010 (no Senado Federal) 
e Projeto de Lei n. 4.238/2012 (na Câmara dos Deputados). Atualmente, 
está pausado no Senado Federal devido a um pedido de vista, com ex-
pectativa para finalização em 2021.
O Estatuto da Segurança Privada modernizará a situação do seg-
mento no Brasil, contemplando diversos aspectos da atividade, des-
de uma maior regulamentação; abordagem da segurança eletrônica; 
criminalização da prestação clandestina do serviço; aumento de pena 
para crimes de roubo, furto e dano a carros-fortes; além de outras 
inovações.
A seguir, analisaremos os processos de seleção, recrutamento e 
treinamento dos profissionais.
1.3 Seleção, recrutamento e 
treinamento de profissionais Vídeo
A seleção do profissional de segurança privada passa, inicialmente, 
pela sua formação. É importante destacarmos que, nos termos do arti-
go 74, da Portaria n. 3.233/2012, do Departamento de Polícia Federal, a 
empresa responsável não poderá ser de propriedade nem ter a admi-
nistração de estrangeiros.
Além disso, deve apresentar os seguintes requisitos:
Aspectos introdutórios 23
Art. 74. O exercício da atividade de curso de formação, cuja 
propriedade e administração são vedadas a estrangeiros, 
dependerá de autorização prévia do DPF, mediante o preen-
chimento dos seguintes requisitos: I - possuir capital social in-
tegralizado mínimo de 100.000 (cem mil) UFIR; II - comprovar 
a idoneidade dos sócios, administradores, diretores, gerentes 
e empregados, mediante a apresentação de certidões negati-
vas de registros criminais expedidas pela Justiça Federal, Esta-
dual e Militar dos Estados e da União, onde houver, e Eleitoral; 
e III - possuir instalações físicas adequadas, comprovadas me-
diante certificado de segurança, observando-se: a) uso e aces-
so exclusivos ao estabelecimento, separado das instalações 
físicas de outros estabelecimentos e atividades estranhas à 
atividade autorizada; b) dependências destinadas ao setor 
administrativo; c) local seguro e adequado para a guarda de 
armas e munições, construído em alvenaria, sob laje, com um 
único acesso, com porta de ferro ou de madeira, reforçada 
com grade de ferro, dotada de fechadura especial, além de 
sistema de combate a incêndio nas proximidades da porta de 
acesso; d) vigilância patrimonial ou equipamentos elétricos, 
eletrônicos ou de filmagem, funcionando ininterruptamente; 
e) no mínimo três salas de aula adequadas, possuindo capaci-
dade mínima para formação mensal simultânea de sessenta 
vigilantes, limitando-se o número de quarenta e cinco alunos 
por sala de aula, ressalvado o disposto no art. 79, inciso VI; f) 
local adequado para treinamento físico e de defesa pessoal, 
observado o art. 76, §2.º ; g) sala de instrutores; h) estande 
de tiro próprio ou de outra instalação da empresa na mesma 
unidade da federação ou convênio com organização militar, 
policial, curso de formação ou clube de tiro; e g) caso possua 
máquina de recarga, o local específico para a guarda da má-
quina e petrechos pode ser o mesmo utilizado para a guar-
da de armas e munições, desde que a pólvora e as espoletas 
sejam armazenadas separadamente, sem contato entre si ou 
com qualquer outro produto. §1.º Possuindo estande de tiro 
próprio, sua aprovação e autorização pela Delesp ou CV de-
penderão da observância das seguintes especificações e dis-
positivos de segurança: I - distância mínima de dez metros da 
linha de tiro até o alvo; II - quatro ou mais boxes de proteção, 
com igual número de raias sinalizadas; III - para-balas dis-
posto de maneira que impeça qualquer forma de ricochete; 
e IV - sistema de exaustão forçada e paredes revestidas com
(Continua)
24 Segurança Privada
proteção acústica, quando se tratar de recinto fechado locali-
zado em área urbana. §2.º O objeto social da empresa deverá 
estar relacionado, somente, às atividades de curso de forma-
ção. § 3.º A autorização para o funcionamento de curso de 
formação inclui a possibilidade de realização do serviço de 
vigilância patrimonial de suas próprias instalações. §4.º As 
empresas que desejarem constituir filial na mesma unidade 
da federação onde houver um estabelecimento da empresa 
já autorizado, não necessitarão de nova autorização do Coor-
denador-Geral de Controle de Segurança Privada, ficando, no 
entanto, obrigadas a proceder conforme o art. 6.º. §5.º No 
caso do § 4.º , a filial poderá possuir suas próprias armas, mu-
nição e máquina de recarga ou utilizar as da outra instalação 
da empresa na mesma unidade da federação, cujo estande 
deverá ser utilizado. (BRASIL, 2012)
Podemos notar que existem muitos requisitos a serem preenchidos 
pelas empresas interessadas, tendo em vista a grande importância que 
foi dada ao tema.
Um outro aspecto relevante está na determinação contida no artigo 
79, que versa sobre a matrícula no curso de formação somente dos 
alunos que comprovem os requisitos do artigo 155:
Art. 155. Para o exercício da profissão, o vigilante deverá 
preencher os seguintes requisitos, comprovados documen-
talmente: I - ser brasileiro, nato ou naturalizado; II - ter idade 
mínima de vinte e um anos; III - ter instrução correspondente 
à quarta série do ensino fundamental; IV - ter sido aprovado 
em curso de formação de vigilante, realizado por empresa de 
curso de formação devidamente autorizada; V - ter sido apro-
vado em exames de saúde e de aptidão psicológica; VI - ter 
idoneidade comprovada mediante a apresentação de certi-
dões negativas de antecedentes criminais, sem registros in-
diciamento em inquérito policial, de estar sendo processado 
criminalmente ou ter sido condenado em processo criminal de 
onde reside, bem como do local em que realizado o curso de 
formação, reciclagem ou extensão: da Justiça Federal; da Jus-
tiça Estadual ou do Distrito Federal; da Justiça Militar Federal; 
da Justiça Militar Estadual ou do Distrito Federal e da Justiça 
Eleitoral; VII - estar quite com as obrigaçõeseleitorais e mili-
tares; e VIII - possuir registro no Cadastro de Pessoas Físicas.
(Continua)
Aspectos introdutórios 25
 § 1.º Os exames de saúde física e mental e de aptidão psicoló-
gica serão renovados por ocasião da reciclagem do vigilante, 
às expensas do empregador. § 2.º O exame psicológico será 
aplicado por profissionais previamente cadastrados no DPF, 
conforme normatização específica. § 3.º Os vigilantes aptos a 
exercer a profissão terão o registro profissional em sua Car-
teira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, a ser executa-
do pela Delesp ou CV, por ocasião do registro do certificado 
de curso de formação, com o recolhimento da taxa de regis-
tro de certificado de formação de vigilante. (BRASIL, 2012)
E quais são os cursos existentes? Existem diversos tipos e modalida-
des de cursos que podem ser requisitos uns dos outros ou, até mesmo, 
complementares, de maneira a capacitar adequadamente o profissio-
nal para o desempenho de sua missão.
Nesse sentido, observe as disposições regulamentares (Portaria n. 
3.233/2012, do Departamento de Polícia Federal) sobre o tema:
Art. 156. São cursos de formação, extensão e reciclagem: I 
- curso de formação de vigilante (Anexo I); II - curso de re-
ciclagem da formação de vigilante (Anexo II); III - curso de 
extensão em transporte de valores (Anexo III); IV - curso de 
reciclagem em transporte de valores (Anexo IV); V - curso de 
extensão em escolta armada (Anexo V); VI - curso de recicla-
gem em escolta armada (Anexo VI); VII - curso de extensão 
em segurança pessoal (Anexo VII); VIII - curso de reciclagem 
em segurança pessoal (Anexo VIII); IX - curso de extensão em 
equipamentos não-letais I (Anexo IX); X - curso de extensão 
em equipamentos não-letais II (Anexo X); e XI - curso de ex-
tensão em segurança para grandes eventos (Anexo XI). §1.º 
Para a matrícula nos cursos de formação, reciclagem e ex-
tensão de vigilante, o candidato deverá preencher os requi-
sitos previstos no art. 155, exceto o disposto no inciso IV, 
dispensado no caso dos cursos de formação. §2.º O curso de 
formação de vigilante será pré-requisito para os cursos de 
extensão e cada curso será pré-requisito para a reciclagem 
correspondente. §3.º A realização de extensão e reciclagem 
em transporte de valores, escolta armada ou segurança pes-
soal implicará a reciclagem do curso de formação do vigilante. 
(Continua)
26 Segurança Privada
§4.º A frequência e avaliação seguirão as regras estabeleci-
das em cada programa de curso constante nos anexos desta 
Portaria. §5.º O candidato aprovado fará jus ao certificado 
de conclusão do curso, que deverá ser registrado pela De-
lesp ou CV para ser considerado válido em todo o território 
nacional. §6.º O curso de formação habilitará o vigilante ao 
exercício da atividade de vigilância patrimonial e os cursos de 
extensão prepararão os candidatos para exercerem as ativi-
dades específicas de transporte de valores, escolta armada 
e segurança pessoal. §7.º Os cursos de formação, extensão e 
reciclagem são válidos por dois anos, após o que os vigilantes 
deverão ser submetidos a curso de reciclagem, conforme a 
atividade exercida, às expensas do empregador. §8.º O curso 
de extensão em equipamentos não letais I é requisito para a 
utilização pelo vigilante, dos equipamentos descritos no art. 
114, §10, bem como para a inscrição no curso de extensão 
em equipamentos não letais II. §9.º O curso de extensão em 
equipamentos não letais II é requisito para a utilização pelo 
vigilante dos equipamentos descritos no art. 114, §11. §10. A 
participação nos cursos de extensão em equipamentos não 
letais I e II e no curso de extensão em segurança para grandes 
eventos, não vale como início ou renovação da contagem de 
tempo de formação ou reciclagem de vigilante. (BRASIL. 2012)
As empresas interessadas, portanto, poderão iniciar seu processo 
de seleção que, naturalmente, seguirá a própria política e as diretrizes 
organizacionais vigentes. Por motivos óbvios, além dos diplomas e cer-
tificados mínimos obrigatórios, poderão ser recomendáveis certifica-
ções e outras credenciais, dependendo do nível e do tipo do cargo na 
área de segurança privada.
Isso ocorre principalmente em cargos gerenciais, para os quais é um 
diferencial ter certificações internacionais na área de segurança priva-
da, como Certified Protection Professional (CPP), Associate Protection Pro-
fessional (APP), Professional Certified Investigator (PCI) e Physical Security 
Professional (PSP), expedidos pela ASIS International.
O processo seletivo não tem prazo determinado, já que pode variar 
bastante de acordo com as características da empresa contratante, do 
cargo em seleção e dos requisitos específicos, como localização, neces-
sidade de viagens, entre outros. Muitas vezes, principalmente em gran-
Aspectos introdutórios 27
des empresas, exige-se domínio de línguas estrangeiras, para facilitar 
o atendimento de clientes e permitir melhor abrangência e desenvolvi-
mento do negócio.
Agora, o treinamento e a qualificação continuada são extremamente 
importantes. Sempre que possível, devem ser preparadas instruções de 
manutenção, facilitando a atualização das diretrizes e dos protocolos.
No mesmo sentido, existe também a previsão de treinamento com-
plementar em tiro, conforme previsão da Portaria n. 3.233/2012, do 
Departamento de Polícia Federal:
Art. 88. Poderá ser ministrado treinamento de revólver calibre 
38, carabina calibre 38, pistola calibre 380 ou espingarda cali-
bre 12. §1.º O treinamento em pistola calibre 380 é restrito aos 
vigilantes que possuem extensão em escolta armada, trans-
porte de valores ou segurança pessoal. §2.º O treinamento em 
espingarda calibre 12 é restrito aos vigilantes que possuem 
extensão em escolta armada ou transporte de valores. §3.º Os 
treinamentos serão constituídos de módulos de vinte tiros do 
tipo do armamento escolhido, devendo ser acompanhados 
de instrutor de tiro credenciado pelo DPF para ministrar aulas 
em curso de formação. §4.º Podem ser aplicados vários módu-
los no mesmo treinamento. (BRASIL, 2012)
Dessa maneira, percebemos que o processo de seleção, recruta-
mento e treinamento dos profissionais de segurança privada demanda 
muitos procedimentos e exigências regulamentares, de modo a garan-
tir a eficiência do serviço perante não apenas a administração pública, 
mas também os clientes e a sociedade em geral.
O vídeo Saiba por que 
vale a pena investir na 
Formação em Segurança 
Privada, publicado no ca-
nal Sucesso na Segurança 
Privada, discute uma pers-
pectiva sobre o mercado 
de trabalho e a segurança 
privada. 
Disponível em: https://youtu.
be/7sVtpUAlVF0. Acesso em: 29 
jun. 2021.
Vídeo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A segurança privada tem evoluído significativamente ao longo do tem-
po, mas nos últimos anos houve um acentuado aumento dos segmentos 
de atuação, tendo em vista a evolução tecnológica, a complexidade das 
relações e os novos fenômenos sociais.
Nesse sentido, observamos maiores demandas tanto para as empre-
sas de segurança privada quanto para serviços individuais, como detetives 
particulares, técnicos em segurança cibernética e outros.
https://youtu.be/7sVtpUAlVF0
https://youtu.be/7sVtpUAlVF0
28 Segurança Privada
Isso porque a modernidade trouxe inúmeros avanços, mas também 
novas ameaças, potencializando a vulnerabilidade das pessoas em geral 
que, por sua vez, acabam se preocupando com a prevenção e até mesmo 
com a repressão, procurando, assim, profissionais com maior intensidade.
Sob essa ótica, podemos notar que o mercado da segurança privada 
tende a crescer exponencialmente e que, por causa disso, verifica-se pro-
funda alteração legislativa no Brasil, tornando mais moderna, dinâmica 
e atual a abordagem, o que dará mais robustez, estrutura e organização 
para a atividade.
ATIVIDADES
1. Há registros de atividade de segurança privada na Antiguidade? Em 
caso positivo, cite dois exemplos.
2. A atividade de segurança privada no Brasil é muito antiga? Justifique.3. A empresa de segurança privada que realiza o curso de formação do 
profissional pode ser de propriedade de estrangeiros? Justifique.
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Vídeo
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Aspectos introdutórios 29
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30 Segurança Privada
2
Planejamento de medidas 
de segurança privada
A segurança privada desenvolveu-se ao longo do tempo como serviço 
altamente especializado, exigindo cada vez mais o devido preparo, trei-
namento e capacitação dos profissionais. Dessa maneira, como atividade 
específica, precisa ter formatação, sistemática e dinâmica próprias, que 
incluem, por óbvio, uma estrutura acadêmica de constituição e delimi-
tação dos aspectos fundamentais, permitindo seu aperfeiçoamento e a 
consequente evolução.
Sob essa perspectiva, a segurança privada possui conceitos básicos, 
para facilitar a compreensão da disciplina, bem como procedimentos pré-
vios, com finalidade preventiva e repressiva, como a análise de risco e o 
plano de segurança. Assim, neste capítulo serão abordadas as questões 
sobre os conceitos básicos, a análise de risco e os planos de segurança.
Com o estudo deste capítulo você será capaz de:
• compreender os conceitos básicos da segurança privada;
• realizar análise de riscos;
• elaborar planos de segurança. 
Objetivos de aprendizagem
2.1 Conceitos básicos 
Vídeo A segurança privada no Brasil começa a se estruturar a partir do 
final da década de 1960, tendo inicialmente sido constituída para a pro-
teção de estabelecimentos bancários e de crédito que, por trabalharem 
com grandes quantias, estavam sofrendo uma onda de roubos.
Planejamento de medidas de segurança privada 31
É necessário esclarecer que há basicamente dois tipos de prestação 
de serviços de segurança privada: por empresas de segurança privada 
especializadas e por empresas de qualquer segmento que possuam 
serviços orgânicos de segurança privada.
Sobre o tema, José Sérgio Marcondes (2016) ensina que empresas 
especializadas em segurança privada são aquelas pessoas jurídicas de 
direito privado devidamente autorizadas pelos órgãos competentes 
para realizar a vigilância patrimonial, transporte de valores, escolta ar-
mada, segurança pessoal e cursos de formação.
Para o autor, as empresas possuidoras de serviços orgânicos de 
segurança são pessoas jurídicas de direito privado que possuem au-
torização pelos órgãos competentes para possuírem um departa-
mento próprio de vigilância patrimonial ou de transporte de valores 
(MARCONDES, 2016).
Tanto uma configuração como outra devem possuir autorização 
do Departamento de Polícia Federal para desenvolver suas atividades, 
uma vez que o órgão público é o responsável pela coordenação da se-
gurança privada no território brasileiro.
Importante agora estudar alguns conceitos básicos para melhor 
compreender a atividade e suas nuances técnicas, legais e regulamen-
tares. Nesse sentido, a Lei Federal n. 7.102, de 20 de junho de 1983, 
assim dispõe:
Art. 10. São considerados como segurança privada as ativida-
des desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade 
de: I - proceder à vigilância patrimonial das instituições finan-
ceiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, 
bem como a segurança de pessoas físicas; II - realizar o trans-
porte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro 
tipo de carga. § 1º Os serviços de vigilância e de transporte 
de valores poderão ser executados por uma mesma empre-
sa. § 2º As empresas especializadas em prestação de serviços 
de segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas 
sob a forma de empresas privadas, além das hipóteses pre-
vistas nos incisos do caput deste artigo, poderão se prestar 
ao exercício das atividades de segurança privada a pessoas; a 
estabelecimentos comerciais,industriais, de prestação de ser-
viços e residências; a entidades sem fins lucrativos; e órgãos 
O vídeo A História da Segu-
rança Privada, de autoria 
de Edirlan S. de A. Silva, 
comenta as origens da 
segurança privada.
Disponível em: https://youtu.be/
toii2YS4c1c. Acesso em: 17 jun. 2021.
Vídeo
(Continua)
https://youtu.be/toii2YS4c1c
https://youtu.be/toii2YS4c1c
32 Segurança Privada
e empresas públicas. § 3º Serão regidas por esta lei, pelos re-
gulamentos dela decorrentes e pelas disposições da legislação 
civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal, as empre-
sas definidas no parágrafo anterior. § 4º As empresas que te-
nham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do 
transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcio-
nal próprio, para execução dessas atividades, ficam obrigadas 
ao cumprimento do disposto nesta lei e demais legislações 
pertinentes. (BRASIL, 1983)
Dessa maneira, a segurança privada será desenvolvida para vigi-
lância patrimonial, seja pública ou privada, a segurança de pessoas 
físicas, transporte de valores ou de carga, além das atividades de 
formação, qualificação e treinamento dos profissionais.
Vejamos a concepção de cada uma dessas atividades:
Quadro 1
Atividades desenvolvidas no âmbito da segurança privada
Vigilância patrimonial
Atividade exercida em eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou rurais, 
públicos ou privados, com a finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas e a 
integridade do patrimônio.
Transporte de valores Atividade de transporte de numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais (carro forte).
Escolta armada Atividade que visa garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor em rodovias e estradas.
Segurança pessoal 
privada
Atividade de vigilância exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física de pes-
soas.
Curso de formação, 
extensão e reciclagem
Atividade de formação, extensão e reciclagem de vigilantes, executadas por escolas cre-
denciadas junto à Polícia Federal.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Marcondes, 2016.
Pode-se perceber, portanto, que na vigilância patrimonial existe 
duplo objetivo, ou seja, proteger não apenas o patrimônio envolvi-
do, mas também as pessoas que lá se encontram.
Por outro lado, no transporte de valores é efetivamente o deslo-
camento de dinheiro, bens ou outros valores, com ou sem veículos, 
estes comuns ou especiais (exemplo os carros fortes).
Já a escolta armada é a atividade de suporte estrutural ao(s) veí-
culo(s) que transporta(m) determinada carga, bens e valores, princi-
palmente pelas rodovias.
A segurança pessoal privada é a atividade de guarda-costas, isto 
é, a segurança executiva que tem por finalidade proteger a vida e a 
integridade física da autoridade ou pessoa muito importante.
Planejamento de medidas de segurança privada 33
E, por fim, também constituem atividades de segurança privada 
os procedimentos, métodos e processos para a formação e qualifi-
cação de profissionais.
Em complementação, a professora Mirian Bazote nos ensina que 
a segurança patrimonial é “um conjunto de medidas, capazes de 
gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma empresa 
estejam livres de interferências e perturbações” (BAZOTE, 2012, 
p.13, grifo da autora). A professora faz ainda considerações impor-
tantes para cada um dos elementos da definição (BAZOTE, 2012):
 • Conjunto de medidas: a segurança patrimonial envolve todos 
os setores e todo o pessoal da empresa e não apenas o seu 
departamento de segurança.
 • Estado: diferente de uma situação, que é temporária, significa 
coisa permanente.
 • Interesses vitais: não abarcam apenas o risco de roubo ou in-
cêndio. O mercado, os segredos, a estratégia de marketing, pes-
quisas de novos produtos devem igualmente ser protegidos.
 • Interferências e perturbações: nada deve impedir o curso 
normal da empresa. Sejam incêndios ou assaltos, contraes-
pionagem, sequestros de empresários, greves, sabotagem, 
chantagem etc.
Outros dois conceitos importantes são o de segurança empresa-
rial e patrimônio.
Segurança Empresarial: é o conjunto otimizado dos meios hu-
manos, técnicos e administrativos, a fim de manter a empresa 
operando e cumprindo sua missão, ou seja, garantindo a con-
tinuidade do negócio e a geração de lucro. Esse conjunto deve 
assegurar a integridade física e moral do indivíduo, proteger o 
patrimônio, investigar, prevenir, impedir e reprimir as ações de 
qualquer natureza que venham ameaçar ou dificultar o pleno de-
senvolvimento das atividades do empreendimento, contribuindo 
desta forma para a prevenção e a minimização de perdas. 
Patrimônio: são todos ativos que participam na produção de 
lucro do empreendimento, tais como: recursos humanos (fun-
cionários, terceiros, parceiros de negócio e clientes); intelectuais 
(informações, dados, documentos, políticas, imagem e reputação 
da corporação) e materiais (equipamentos e serviços). (BAZOTE, 
2012, p. 14)
34 Segurança Privada
As definições apresentadas são bastante enriquecedoras porque 
demonstram uma concepção mais profunda e técnica sobre os as-
suntos que são fundamentais para uma perspectiva ampla da segu-
rança privada.
Aqui percebe-se uma referência ao contexto empresarial, uma 
vez que, como visto, a segurança patrimonial pode também ser para 
o particular. De qualquer maneira, no âmbito empresarial, uma mul-
tiplicidade de fatores vai concorrer para que sejam prevenidos inci-
dentes diversos.
Outros conceitos importantes são os tipos de profissionais da 
segurança privada. São basicamente três: o gestor, o coordenador 
e/ou supervisor e o vigilante, que possuem papéis definidos dentro 
de cada área de responsabilidade.
O gestor é aquele profissional, de nível superior, que é o respon-
sável pelas diretrizes e políticas de segurança de uma companhia, 
realizando análises de riscos, elaborando planos de segurança e ad-
ministrando orçamento disponível.
Por sua vez, o coordenador/supervisor fará a gestão de recursos 
humanos e materiais sob sua responsabilidade, acompanhando es-
calas de serviços, treinamentos e, eventualmente, até mesmo auxi-
liando o processo de recrutamento e seleção de candidatos.
O vigilante, nos termos do art. 15 da Lei Federal n. 7.102, de 20 
de junho de 1983, é o “empregado contratado para a execução das 
atividades definidas nos incisos I e II do caput e parágrafos 2.º, 3.º e 
4.º do art. 10” (BRASIL, 1983), isto é, a vigilância patrimonial, a segu-
rança de pessoas físicas, o transporte de valores e de cargas.
Relevante mencionar, a título de ilustração, que o Estatuto da Se-
gurança Privada 1 (que se encontra em tramitação, como Projeto de 
Lei n. 135/2010, no Senado Federal, e Projeto de Lei n. 4.238/2012, 
na Câmara dos Deputados) apresentará descrição mais completa 
dos profissionais de segurança privada:
Art. 26. Para a prestação dos diversos serviços de segu-
rança privada previstos nesta Lei, consideram-se pro-
fissionais de segurança privada: I - gestor de segurança 
Disponível em: https://
www25.senado.leg.br/
web/atividade/materias/-/
materia/127734. Acesso 
em: 29 jun. 2021.
1
(Continua)
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127734
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127734
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127734
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/127734
Planejamento de medidas de segurança privada 35
privada, profissional especializado, de nível superior, res-
ponsável pela: a) análise de riscos e definição e integração 
dos recursos físicos, humanos, técnicos e organizacionais 
a serem utilizados na mitigação de riscos; b) elaboração 
dos projetos para a implementação das estratégias de 
proteção; c) realização de auditorias de segurança em or-
ganizações públicas e privadas; e d) execução do serviço a 
que se refere o inciso XI do caput do art. 5º, na forma do 
regulamento; II -vigilante supervisor, profissional habi-
litado encarregado do controle operacional dos serviços 
prestados pelas empresas de serviços de segurança; III - 
vigilante, profissional habilitado responsável pela execu-
ção: a) dos serviços de segurança privada previstos nos 
incisos I, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e XII do caput do art. 5º; e 20 
b) da segurança física de pessoas e do patrimônio de es-
tabelecimento de qualquer porte, sendo encarregado de 
observar, inspecionar e fiscalizar suas dependências, con-
trolar o fluxo de pessoas e gerenciar o público em eventos 
em que estiver atuando; IV - supervisor de monitoramen-
to de sistema eletrônico de segurança, profissional habi-
litado encarregado do controle operacional dos serviços 
de monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança; 
V - técnico externo de sistema eletrônico de segurança, 
profissional habilitado encarregado de prestar os servi-
ços de inspeção técnica decorrente dos sinais emitidos 
pelos equipamentos das empresas de sistemas eletrôni-
cos de segurança, mencionadas no inciso VI do caput do 
art. 5º, vedados, em qualquer situação, o porte de arma 
de fogo, a intervenção direta na ocorrência delituosa e a 
realização de revistas pessoais; e VI - operador de sistema 
eletrônico de segurança, profissional habilitado encarre-
gado de realizar o monitoramento de sistemas de alarme, 
vídeo, raios X, scanners e outros equipamentos definidos 
em regulamento, vedados, em qualquer situação, o porte 
de arma de fogo e a realização de revistas pessoais.
Nota-se, portanto, que, com a entrada em vigor do Estatuto da Se-
gurança Privada, muitas atualizações ocorrerão, trazendo disciplina 
mais detalhada sobre a atividade.
A seguir, apresentamos os aspectos e detalhes da análise de risco, 
de modo a entender sua dinâmica, seu funcionamento e sua utilidade.
36 Segurança Privada
2.2 Análise de riscos 
Vídeo Outro aspecto fundamental na segurança privada é a análise e a 
gestão de riscos, o que permite definir diretrizes, planos e protocolos, 
fornecendo a organização e a estrutura necessárias para o devido e 
correto funcionamento de qualquer empresa ou empreendimento.
Antes de mais nada, é necessário conhecer a definição de risco. Para 
José Sérgio Marcondes (2018), risco é o “resultado da possibilidade de 
uma ameaça explorar uma vulnerabilidade existente e causar danos ou 
perdas para um ativo da organização.”
Nota-se a presença de alguns elementos importantes, quais sejam 
uma ameaça, as vulnerabilidades existentes, bem como as consequên-
cias dessa relação, que afetam diretamente o ativo de uma empresa.
Sobre cada elemento dessa definição, José Sérgio Marcondes (2018) 
assim esclarece:
Ativo: qualquer pessoa, equipamento, infraestrutura, mate-
rial, informação, ou atividade que tenha valor positivo para a 
organização.
Ameaça: qualquer indicação, circunstância ou evento, com po-
tencialidade de causar perdas ou danos a um ativo da organiza-
ção. Poderá ser definida também como a intenção ou capacidade 
de um adversário empreender ações nocivas ou danosas aos in-
teresses da organização. 
Vulnerabilidade: qualquer fraqueza da segurança patrimonial 
que possa ser explorada por uma ameaça e que cause perda ou 
dano a um ativo da organização.
Portanto, será considerado como ativo tudo o que possua valor po-
sitivo para a companhia; como ameaça, qualquer coisa que possa com-
prometer esse ativo; e, como vulnerabilidade, qualquer condição que 
permita que essa companhia possa ser alvo de uma ameaça.
Em complementação, Marcondes (2020) classifica os riscos organi-
zacionais da seguinte maneira: “riscos intencionais; risco de incêndio e 
explosão; riscos operacionais; riscos sociais; riscos naturais; riscos am-
bientais; riscos de espionagem; riscos de conformidade; riscos financei-
ros; riscos estratégicos”.
Planejamento de medidas de segurança privada 37
Pode-se perceber, portanto, que há uma enormidade de riscos 
diferentes que podem pairar sobre uma companhia ou organização, 
englobando tentativas específicas como fraude, furto, vandalismo, sa-
botagem, explosão, incêndio premeditado, agressão, estupro, roubo, 
extorsão, sequestro, latrocínio e homicídio (MARCONDES, 2020).
Conforme Marcondes (2020), os riscos operacionais são: aciden-
tes de transporte, acidentes industriais, abastecimento de energia, 
falha na comunicação, parada/falha em equipamentos, acidente 
ocupacional, carga horária excessiva (estresse/estafa), acidente de 
trajeto e erro acidental.
Entre os riscos sociais consideram-se as greves e tumultos ge-
neralizados. Para os riscos ambientais, levam-se em consideração a 
poluição ambiental, os resíduos e similares.
A espionagem pode ser descrita como “a coleta de informações es-
senciais da organização ou de seus clientes e fornecedores, por meio 
de métodos criminosos e/ou com intenção criminosa, utilizando meios 
humanos e tecnológicos”. O autor cita ainda alguns tipos de informa-
ções que são alvo dessa ação, como pesquisa e desenvolvimento; mar-
keting e vendas; financeira e estratégica (MARCONDES, 2020).
Esse tipo de risco é bastante preocupante e demanda cuidados 
vários, já que, algumas vezes, acaba tendo a participação de pessoas 
de dentro da organização.
Sobre as evidências de que uma organização está sendo alvo de 
espionagem, o autor lista: “queda inexplicável do volume de ven-
das; ‘rasteira’ do concorrente; lançamento de produto comparável 
ou idêntico; pedido de demissão de empregado de alto nível ou de-
tentor de informações técnicas ou sigilosas” (MARCONDES, 2020).
Os riscos de conformidade, os financeiros e os estratégicos têm 
relação com as normas internas, com a administração e com a to-
mada de decisões pela diretoria da companhia. Eles devem ser 
avaliados, ponderados e discriminados, mas reclamam atitudes, 
providências e mudanças da própria estrutura organizacional.
38 Segurança Privada
Compreendidos os riscos, é fundamental verificar o processo de 
gestão de riscos, apresentado a seguir.
Processo de busca, reconhecimento 
e descrição dos riscos.Identificação 
do risco
Análise do 
risco
Avaliação de 
riscos
Tratamento 
do risco
Apreciação das causas e as fontes de risco, suas consequências 
positivas e negativas, e probabilidade de ocorrência.
A análise busca mensurar a probabilidade de aquilo acontecer e o 
impacto que isso trará, caso aconteça.
Levanta-se: quais riscos precisam de tratamento? 
Qual é a prioridade? Quais são as ações possíveis?
Os resultados da análise devem auxiliar na tomada de decisão.
Implementação de medidas visando modicar o estado do risco. 
Envolve estratégias como: mitigar, prevenir, eliminar ou 
transferir o risco.
Processo contínuo de verificação, supervisão e observação 
das medidas implementadas e de seus resultados.
Monitoramento 
do risco
im
Gh
an
i/S
hu
tte
rs
to
ck
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Marcondes, 2020.
Dentre as fases do processo, a que demanda maiores explicações é 
a análise de risco, para a qual existem várias metodologias diferentes.
Basicamente os métodos seguem uma certa lógica, que inclui verificar 
tudo aquilo que precisa ser protegido; identificar as possíveis ameaças; 
qualificar essas ameaças de acordo com a disponibilidade de recursos, 
histórico de ocorrências, acessos, entre outros; e mensurar a probabilida-
de da ocorrência dessas ameaças, utilizando critérios objetivos.
Planejamento de medidas de segurança privada 39
Na sequência do processo, faz-se uma análise das vulnerabilida-
des e das consequências da ocorrência das ameaças (sob a perspec-
tiva de danos materiais ou pessoais).
Feito isso, o risco poderá ser calculado, multiplicando-se a amea-
ça pela vulnerabilidade e pela consequência.
Dois métodos utilizados para a análise de riscos na segurança 
privada são o Mosler e o Willian T. Fine, devidamente definidos por 
José Sérgio Marcondes (2018):
O Método de Mosler é baseado em grades de probabilidades e 
avaliações subjetivas e deverá ser utilizado quando a empresa 
nãotem registros confiáveis sobre a materialização de seus ris-
cos. O Método de Mosler tem como objetivo final, a determinação 
de diferentes níveis para cada risco estudado, avalia a evolução 
dos riscos sob os pontos de vista quantitativo e qualitativo, enfo-
cando as variadas atividades da empresa. Deve ser empregado 
para cada tipo de risco, tendo como referência a interferência na 
atividade que se está avaliando. [...] Assim como o método de 
Mosler, o método de Willian T. Fine é baseado em grades de pro-
babilidades e avaliações subjetivas. É utilizado para determinar 
o grau de criticidade dos riscos. O método W. T. Fine, é utilizado 
como padrão pela Associação Americana de Gerenciamento de 
Riscos, sendo de fundamental importância no momento de justi-
ficar os investimentos perante a alta gestão das empresas. Esse 
método tem como objetivo principal estabelecer prioridades, de-
terminando quais são os riscos mais críticos e os menos críticos. 
Permite ao departamento de segurança definir um cronograma 
para a implementação das medidas de segurança, juntamente 
com a previsão de investimentos.
Vamos abordar, a título de ilustração, o método Mosler. No artigo O 
Método de Mosler para a Análise de Riscos na Segurança Privada da GLO-
BALSEG, observa-se que ele é composto de quatro fases: definição do 
risco; análise do risco; avaliação do risco; e cálculo da classe de risco.
Depois de definido o risco, a análise será efetivada com base em 
seis critérios, que serão tratados a seguir.
O critério da função (F) “projeta as consequências negativas ou 
danos que podem alterar a atividade principal da empresa” (GLO-
BALSEG, 2017) e pode ser classificado em:
40 Segurança Privada
1
Muito levemente
2
Levemente
3
Mediamente
4
Gravemente
5
Muito 
gravemente
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
O Critério da substituição (S) “avalia o impacto da concretiza-
ção da ameaça sobre os bens. O quanto os bens atingidos podem 
ser substituídos” (GLOBALSEG, 2017). Pode ser classificado em:
1
Muito facilmente 
2
Facilmente
3
Sem muitas 
dificuldades
4
Dificilmente
5
Muito dificilmente
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
O critério de profundidade (P) “mede a perturbação e os efei-
tos psicológicos que o risco pode causar para a imagem da empre-
sa” (GLOBALSEG, 2017). Escala:
1
Perturbações 
muito leves 
2
Perturbações leves
3
Perturbações 
limitadas
4
Perturbações 
graves
5
Perturbações 
muito graves
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
O critério da Extensão (E) “mede o alcance e a extensão que o 
dano pode causar à organização” (GLOBALSEG, 2017). Escala:
1
De caráter 
individual
2
De caráter local 
3
De caráter 
regional
4
De caráter 
nacional 
5
De caráter 
internacional 
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
O critério da agressão (A) “mede a possibilidade de o dano ou 
risco vir a acontecer” (GLOBALSEG, 2017). Escala:
1
Muito baixa
2
Baixa
3
Média
4
Alta
5
Muito alta
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
O critério da vulnerabilidade (V) “mede quais serão as perdas pela 
concretização do risco, no âmbito financeiro” (GLOBALSEG, 2017). 
Escala:
1
Muito baixa
2
Baixa
3
Média
4
Alta
5
Muito alta
MIKHAIL GRACHIKOV/Shutterstock
Planejamento de medidas de segurança privada 41
Na fase de avaliação do risco serão calculadas algumas variáveis, como 
a magnitude, a probabilidade e a grandeza do risco (GLOBALSEG, 2017):
Magnitude do risco (C)
Importância do risco: I = F S
Danos ocasionados: D = P E
Magnitude do risco: C = I + D
Probabilidade (PR)
Probabilidade: PR = A V
Grandeza do risco (ER)
Grandeza do risco: ER = C x PR
Al
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Por último, na fase do cálculo da classe de risco, será possível classi-
ficar um risco de muito baixo a elevado, de acordo com a grandeza do 
risco (GLOBALSEG, 2017):
Vl
ad
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Sh
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Evolução do risco Classe do risco
2 a 250 Muito baixo
251 a 500 Pequeno
501 a 750 Normal
751 a 1000 Grande
1001 a 1250 Elevado
Após essa classificação poderão ser oferecidas recomendações 
para a adoção de medidas preventivas e/ou repressivas, voltadas a fa-
zer frente aos riscos definidos.
Independentemente do método utilizado, a análise de risco é 
muito importante para a definição de protocolos, para a padroni-
zação de procedimentos e para o estabelecimento de diretrizes ins-
titucionais, além, é claro, de ser fundamental para a elaboração do 
plano de segurança.
O vídeo Análise de Riscos 
na Segurança Privada, de 
autoria de Garcia Gartielli, 
mostra uma abordagem 
interessante sobre essa 
importante fase do 
planejamento.
Disponível em: https://youtu.
be/s-sSzXM5Gl8. Acesso em: 17 
jun. 2021.
Vídeo
https://youtu.be/s-sSzXM5Gl8
https://youtu.be/s-sSzXM5Gl8
42 Segurança Privada
2.3 Plano de segurança 
Vídeo Efetivada a análise de risco, passa-se à elaboração do plano de se-
gurança, que estabelecerá as rotinas, os procedimentos e demais infor-
mações para a prevenção e/ou repressão de eventos danosos.
Inicialmente é pertinente destacarmos as disposições legais e re-
gulamentares sobre o plano de segurança das instituições financeiras. 
Para tanto, vejamos as disposições da Lei Federal n. 7.102, de 20 de 
junho de 1983:
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimen-
to financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação 
de numerário, que não possua sistema de segurança com pa-
recer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da 
Justiça, na forma desta lei. §1.º Os estabelecimentos financei-
ros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou 
privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associa-
ções de poupança, suas agências, postos de atendimento, su-
bagências e seções, assim como as cooperativas singulares de 
crédito e suas respectivas dependências. §2.º O Poder Execu-
tivo estabelecerá, considerando a reduzida circulação finan-
ceira, requisitos próprios de segurança para as cooperativas 
singulares de crédito e suas dependências que contemplem, 
entre outros, os seguintes procedimentos: I – dispensa de sis-
tema de segurança para o estabelecimento de cooperativa 
singular de crédito que se situe dentro de qualquer edificação 
que possua estrutura de segurança instalada em conformida-
de com o art. 2.º desta Lei; II – necessidade de elaboração 
e aprovação de apenas um único plano de segurança por 
cooperativa singular de crédito, desde que detalhadas todas 
as suas dependências; III – dispensa de contratação de vigi-
lantes, caso isso inviabilize economicamente a existência do 
estabelecimento. (BRASIL, 1983, grifos nossos)
Percebe-se, de início, que todo estabelecimento financeiro deve ter 
um plano de segurança. Mas quais são as suas características, requi-
sitos e aspectos mais importantes? No Regulamento da Lei, aprovado 
pelo Decreto Federal n. 89.056, de 24 de novembro de 1983, pode-se 
observar o seguinte:
Planejamento de medidas de segurança privada 43
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimen-
to financeiro onde haja guarda de valores ou movimento de 
numerário, que não possua sistema de segurança com pare-
cer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da 
Justiça, na forma deste Regulamento. Parágrafo único. Os esta-
belecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem 
bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de 
crédito, associações de poupança, suas agências, subagências 
e seções. Art. 2º O sistema de segurança será definido em 
um plano de segurança compreendendo vigilância ostensiva 
com número adequado de vigilantes, sistema de alarme e pelo 
menos mais um dos seguintes dispositivos: I - equipamentos 
elétricos, eletrônicos e de filmagens instalados de forma a per-
mitir captar e gravar as imagens de toda movimentação de 
público no interior do estabelecimento; Il - artefatos que retar-
dem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição, iden-
tificação ou captura; ou IlI - cabina blindada com permanência 
ininterrupta de vigilante durante o expediente para o público 
e enquanto

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