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Semiologia radiológica do tórax RX e TC Modulo 2 ➔ Diagnostico por imagem do tórax: Com evolução dos vários métodos de estudo por imagem do tórax, a radiografia convencional foi enriquecida pelas técnicas de tomografia computadorizada (TC), ultrassonografia (USG), ressonância magnética (RM) e medicina nuclear (MN). ➔ Radiologia de tórax: Uma boa técnica de execução radiográfica para que se interprete corretamente a imagem. As incidências mais frequentemente utilizadas são: Técnica de exame o Incidência frontal: as incidências frontais, tanto a anteroposterior (AP) quanto a posteroanterior (PA), realizadas em inspiração profunda, sempre que possível. Lateral: Como complemento do estudo adequadamente interpretado em incidência frontal ➔ Fatores técnicos Colimação: para proteção e prevenção de radiação secundária. Penetração: é a qualidade que permite avaliar o máximo de estruturas anatômicas em uma incidência única. Passo a passo – penetração Diferenciar corpos vertebrais Posicionamento e rotação: para saber e a incidência AP ou PA está adequada. Inspiração: para avaliar a inspiração, as cúpulas diafragmáticas devem estar no nível da extremidade da oitava costela. Exposição: o tempo de exposição deve ser o mais curto possível Meios de contraste: sulfato de bário para contrastação de esôfago e alças intestinais e respectivas inter-relaçoes com estruturas normais ou patológicas do tórax. o Análise: Metodologia: o roteiro sugerido inicia-se pelas estruturas extratorácicas, porção superior do abdome, base do pescoço, tubos e cateteres, partes moles, esqueleto torácico, mediastino (timo, traqueia, grandes vasos e coração), diafragma e, finalmente, campos pulmonares. ➔ Esqueleto ➔ Mediastino Indice cardio toraxico: A + B / C = ate 0,5 ➔ Cúpulas diafragmáticas: ➔ Campos pulmonares: Padrões do raio X do tórax Consolidação: redução da transparência, sem perda de volume (preenchimento dos alvéolos) Lobar, difusa, multifocal o Reticulação: opacidades linares irregulares (alteração do interstício pulmonar) Finas Grosseiras Reticulonodular ➔ Atelectasia: redução da transparência com perda de volume (Colapso dos alvéolos) Segmentar Lobar Completa ➔ Nódulos e massa: opacidade arredondada (nódulo < 3 cm, massa > 3 cm) (tumores e infecções) Solitário, múltiplos ➔ Hiper transparência: pulmão das marcas vasculares (enfisema, obstrução, bolhas) Localizada e difusa ➔ Infecções pulmonares • Pneumonia é uma doença infecciosa aguda que acomete o parênquima pulmonar, podendo ser causada por bactérias, vírus ou outros agentes. • Streptococcus pneumonia é o patógeno mais frequentemente implicado na pneumonia adquirida na comunidade em todas as faixas etárias. Corresponde a 35%. • Outros agentes comumente implicados são os vírus Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae e Clamídia pneumoniae. A radiografia de tórax é o método de imagem inicial na avaliação de pacientes com suspeita de pneumonia, por conta de sua razoável acurácia, grande disponibilidade, baixo custo e pouca radiação envolvida. A tomografia computadorizada (TC) é reservada para casos duvidosos, principalmente quando a radiografia de tórax é normalmente em pacientes com alta suspeição clínica e em pacientes imunocomprometidos. Padrões radiológicos: A pneumonia lobar se caracteriza na radiografia e na TC pela presença de consolidação homogênea do espaço aéreo que envolve segmentos adjacentes de um mesmo lobo. Mais comumente pelo Streptococcus pneumonia e, menos comumente, por Klebsiella pneumoniae, Legionella pneumophila, Haemophilus influenzae e Micobacterium tuberculosis Geralmente, ela se inicia na periferia pulmonar e é limitada pelas fissuras interlobares. Os brônquios normalmente se apresentam pérvios, resultando em broncogramas aéreos em meio as áreas de consolidação. A TC pode evidenciar opacidades em vidro fosco adjacentes às consolidações, representando preenchimento incompleto do espaço aéreo ➔ Pneumonia lobar A broncopneumonia se caracteriza na radiografia por opacidades focais mal definidas e focos heterogêneos de consolidação que podem acometer um ou mais segmentos de um mesmo lobo ou múltiplos lobos. Na TC, a inflamação peribronquiolar se reflete na presença de micronódulos centrolobulares e opacidades micronodulares ramificantes. A extensão da infecção para o parênquima adjacente resulta na formação de opacidades nodulares centrolobulares maiores, com margens mal definidas, geralmente medindo entre 4-10 mm de diâmetro (nódulos acinares). Estas pequenas opacidades podem progredir para a formação de focos de consolidação lobulares, subsegmentares ou segmentares, que podem ser esparsos ou confluentes, unilaterais ou bilaterais e envolver um ou mais lobos. Os agentes mais comuns são Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. ➔ Broncopneumonia A radiografia demonstra espessamento peribrônquico difuso e opacidades reticulonodulares mal definidas, algumas vezes associadas a atelectasias laminares ou subsegmentares e áreas focais de consolidação. A TC evidencia micronódulos centrolobulares e opacidades com padrão de “arvore em brotamento”. São causadas mais comumente pelo Mycoplasma pneumoniae e vírus. ➔ Pneumonia intersticial Os vírus influenza dos tipos A e B respondem pela maioria das pneumonias virais em indivíduos adultos imunocompetentes, outros vírus comumente envolvidos nas infecções que acontecem essa população são o vírus sincicial respiratório e o adenovírus. Os pacientes imunocomprometidos, por sua vez, são particularmente vulneravris as pneumonias causadas por citomegalovírus e herpes vírus. Radiografia simples: as infecções virais que cursam com traqueobronquite, frequentemente não demonstram anormalidades na radiografia, embora em alguns casos possa ser observado espaçamento das paderes brônquicas ➔ ➔ Tomografia computadorizada Espessamento de paredes brônquicas e/ou bronquiolares Distúrbios da atenuação do parênquima (padrão de atenuação em mosaico). Nódulos, micronódulos e imagens de “arvore em brotamento”. Opacidades em vidro fosco e consolidações alveolares. Espessamento de septos interlobulares. Nas infecções virais, o espessamento parietal das vias aéreas em decorrência de edema, assim como o preenchimento e a obstrução de pequenas vias aéreas por exsudatos inflamatórios, podem provocar micronódulos centrolobulares, imagens de “árvore em brotamento”, aprisionamento aéreo, além de atelectasias segmentares e subsegmentares esparsas. A existência de doença do parênquima pulmonar juntamente à inflamação bronquiolar pode tornar bastante evidente um padrão de atenuação em mosaico (Figura 10). Pequenos nódulos pul- monares medindo 1-10 mm também podem ser vistos. As opacidades em vidro fosco podem ser geradas tanto por espessamento do interstício pulmonar quanto por preenchimento parcial dos espaços alveolares pelo exsudato inflamatório. Espessamento liso e difuso de septos interlobulares representa outro possível achado nas pneumonias virais (Figura 11). Muitas vezes, o espessa- mento de septos interlobulares é identificado juntamente com opacidades em vidro fosco extensas, configurando o chamado padrão de “pavimentação em mosaico”, particu- larmente nos pacientes que evoluem com dano alveolar difuso e síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).A embolia séptica é caracterizada pela presença de nódulos pulmonares que geralmente medem entre 1 e 3 cm de diâmetro. A presença de áreas de escavação nos nódulos é frequente. Quando ocorre oclusão de artérias pulmonares por trombos ou êmbolos sépticos, podem coexistir focos de hemorragia e/ou infarto pulmonar. A hemorragia se apresenta na TC como áreas de opacidades em vidro fosco, e os focos de infarto se manifestam como áreas subpleurais de consolidação, cuneiformes, geralmente com componente de necrose ou franca escavação central. Os principais agentes bacterianos são Staphylococcus aureus, Streptococcus viridans, Staphylococcus epidermidis e enterococos. ➔ Embolia séptica ➔ Complicações infecciosas pleuropulmonares Pneumonia necrotizante e abscesso pulmonar As pneumonias necrotizantes se manifestam radiograficamente como áreas radiolucentes em meio a uma consolidação, muitas vezes confluentes e formando cavidades. Os abscessos pulmonares se manifestam como massas únicas ou múltiplas, que podem ocorrer isoladamente ou em meio a áreas de consolidação. Os agentes bacterianos relacionados às pneumonias necrotizantes e aos abscessos pulmonares são S. aureus, K. Pneumoniae, P. aeruginosa e outras Gram-negativas anaeróbias. Pneumatoceles são complicações frequentes em pneumonias graves, geralmente por Staphyloccocus aureus. Trata-se de distensão alveolar que leva ao aparecimento de cistos no parênquima pulmonar.
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