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AMOR E SEXUALIDADE

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AMOR E SEXUALIDADE
O AMOR SEGUNDO A LOGOTERAPIA
Siglas dos Livros
FA: Fundamentos Antropológicos da Logoterapia
PSV: Psicoterapia e Sentido da Vida
EBS: Em Busca de Sentido
AVS: A Vontade de Sentido
TTN: Teoria e Terapia das Neuroses
Amor e Encontro
O que é o amor? 
“O amor constitui um dos dois aspectos do que designei como a autotranscendência da existência humana” - Frankl
O ser humano só é capaz de amar por ser auto-transcendente (capacidade do ser humano de se voltar para fora de si e se conectar com o outro). Ou seja, voltado para fora de si mesmo.
É um “fato antropológico fundamental”.
O ser humano transcende sempre em direção a:
1. Um sentido a preencher
2. Uma pessoa/companheiro a encontrar
A autotranscedência se dá quando o ser humano tira o foco de si mesmo.
“O homem só se torna completamente homem quando se dirige para uma causa ou uma pessoa. E só chega a se realizar quando se esquece e se supera a si mesmo.” – FA
Ou seja, o indivíduo que só volta para si mesmo nunca será plenamente realizado.
Scheler define o amor como:
· Um movimento espiritual em direção ao mais alto valor da pessoa amada;
· Um ato espiritual em que esse valor (a que ele chama de salvação do homem) é captado.
Redenção como sendo na medida que ele se torna humano de verdade quando consegue amar o próximo.
Amor é uma forma de encontrar sentido:
A segunda maneira de encontrar sentido na vida é:
· Experimentando algo como a bondade, a verdade, e a beleza;
· Experimentando a natureza e a cultura, ou ainda;
· Experimentando outro ser humano em sua originalidade única – amando-o.
O experimentar o outro é referente a experiência do eu com o tu .
Autotranscendência, Liberdade e Responsabilidade
“E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei, sou eu guardador do meu irmão?” – Gênesis 4.9
Caim não transcendeu em relação ao seu irmão, não se importou com ele.
Há sentido também fora do amor
· O amor é apenas uma das possíveis chances de preencher plenamente a vida com um sentido, e não decerto empobrecer a nossa vida com um sentido, e não decerto a maior.
· Seria triste para a nossa existência, seria decerto empobrecer a nossa vida, o fazermos depender o seu sentido do fato de termos ou não sorte no amor.
· Afinal, a vida é rica em oportunidades de valor. Por isso, mesmo quem não ama e não é amado pode configurar a sua vida com a mais alta plenitude de sentido.
Amor X Encontro
· O encontro é o reconhecimento no outro do que nele há de humanoFA
· “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!”
· *(Osso dos meus ossos)? Reconhecimento no outro do que há de humano também.
Esta incapacidade de reconhecer no outro o que nele há de humano que gera machismo, racismo, etc.
Além do Encontro
· O amor me parece dar um passo além do puro encontro, na medida em que não se trata somente de reconhecer no companheiro o elemento humano, mas de identificar nele a singularidade, a originalidade – em uma palavra, a “pessoas”. FA
· “Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada”. (dá um nome a ela... torna-se pessoa). GN.2
Ela é humana como o homem, porém é única e singular. Olhar a igualdade e também a singularidade!
Ato Existencial e Co-existencial
· O amor é um ato que caracteriza a existência humana no que ela tem de humano; por outras palavras, um ato existencial.
· Mais ainda: é um ato coexistencial por excelência; porque o amor é aquela relação entre dois seres humanos, que os põe em condições de descobrir o outros em todo o seu caráter de algo único e irrepetível.
· Numa palavra, o amor caracteriza-se pelo seu caráter de encontro; e encontro significa sempre que se trata de uma relação de pessoa para pessoa. PSV
Fenômenos mais humanos: amor e consciência
· São as duas mais surpreendentes manifestações de outra capacidade exclusivamente humana, a capacidade de autotranscendência.
· O homem transcende a si mesmo tanto em direção a um outro ser humano, quanto em busca de sentido. AVS 
· O amor constitui a capacidade de apreender outro ser humano em sua genuína singularidade.
· A consciência encerra a capacidade de apreender o sentido de uma situação em sua total unicidade.
· O sentido é sempre algo único, assim também como o é cada pessoa.
· Cada pessoa é insubstituível; se não por outros, o é por quem o ama. AVS
Para Frankl ninguém é substituível!! Somos insubstituíveis, ninguém pode ocupar o nosso lugar.
“O amor é a única maneira de captar o outro ser humano no íntimo de sua personalidade. Ninguém consegue ter consciência plena da essência última de outro ser humano sem amá-lo.” - EBS
Somente no encontro com a singularidade do outro podemos conhecer alguém de verdade. Única forma de conhecer alguém de fato!
Permite ver além do exterior
· Por seu amor, a pessoa se torna capaz de ver os traços característicos e as feições essenciais do ser amado;
· Ele vê o que está potencialmente contido nele, aquilo que ainda não está, mas deveria ser realizado. EBS
Ou seja, através de um olhar amoroso não vemos apenas o que a pessoa é, mas vemos as potencialidades do que ela pode se tornar.
O amor não é cedo
· Não há dúvida: a mera paixão de namorado, de algum medo, cega; mas o autêntico amor abre os olhos.
· Faz-nos reparar bem na pessoa espiritual do comparsa erótico, tanto na sua realidade essencial como na sua possibilidade de valor.
· O amor faz-nos experimentar vivencialmente o outro como um mundo para si, alargando-nos assim também o nosso próprio mundo.
· É do mesmo passo que, deste modo, nos enriquece e nos faz felizes, estimula o outro, à proporção que o conduz àquela possibilidade de valor que no amor, e só nele, se consegue prelibar (sentir o prazer antecipadamente apenas por pensar).
Ou seja, a paixão talvez nos impeça de ver algumas coisas, mas o amor nos faz ver além. Sem amor é impossível educar alguém, é impossível se relacionar com alguém, é impossível fazer um empreendimento alavancar.
O amor é graça, encantamento e Milagre
· O amor não é mérito, antes é graça (de graça).
· Mas não só graça, é também feitiço (encantamento).
· Para quem ama, o amor enfeitiça o mundo, mergulha-o numa nova valiosidade. PSV
· Assim, o amante, ao entregar-se ao Tu, experimenta um enriquecimento interior que transcende esse Tu:
· O cosmos inteiro torna-se para ele mais vasto e mais profundo na sua valiosidade; resplandece nos raios de luz daqueles valores que só o enamorado sabe ver, pois afinal, não nos faz cegos o amor, mas sim videntes – dando aguda visão para os valores. PSV
Quando amamos enxergamos o mundo com outro brilho, enxergamos as situações com outra intensidade.
· No amor surge o milagre;
· Porque precisamente através do amor, e dando um rodeio pelo biológico, consuma-se o que é de algum modo inconcebível: Uma pessoa nova entra na vida, cheia, ela também, daquele mistério do ‘caráter de algo único e irrepetível da existência’ – e um filho é isto.
Atitudes diante do Amor e do Próximo
Ontologia Dimensional:
3 Camadas do Ser Humano
· Biológica/Orgânica
· Psicológica/Anímica
· Espirítual/Noética
· Em face da estrutura estratificada da pessoa, as diferentes atitudes que podem tomar o homem como sujeito que ama e experimenta a vivência do amor e a vivência do outro, nesse amor com que ama. PSV
Ou seja, dentro dessas três camadas existem as formas de expressar o amor
1. Atitude Sexual
· A mais primitiva das atitudes.
· Nesse caso a aparência física de uma pessoas emana um atrativo sexual que desencadeia em outra, sexualmente predisposta, o impulso sexual, afetando-a, portanto, na sua corporalidade.
· Orienta sua intenção para a corporalidade.
Ou seja, essa atitude sexual é a mais ligada a camada orgânica/somática, é a atração instintiva de uma pessoa para a outra.
2. Atitude Erótica
· É forma imediatamente superior a atitude sexual.
· Há nela algo mais do que o mero desejo sexual.
· Não se fixa apenas no extrato mais externo; vai mais a fundo... penetrando na camada imediatamente mais profunda que é o tecido anímico (emoções, psique humana).
· É a forma de atitude que, como fase da relação entre dois seres humanos,se costuma identificar pelo nome de paixão de namorados.
· As qualidades físicas excitam-nos sexualmente; mas as qualidades anímicas são as que nos tornam “enamorados”.
· Há uma comoção em torno da emocionalidade anímica, da psique da outra parte, por determinados traços do caráter.
· Orienta-se para o psíquico.
· Não chega ainda ao cerne da outra pessoa
Ou seja, ela prevê o estar enamorado, o estar apaixonado por alguém, mas ainda não chega a essência do outro.
3. Amor
· É a forma mais elevada possível.
· Representa a mais profunda penetração possível na estrutura pessoal da outra parte: o entrar em relações com ela, como algo de espiritual.
· Envolve ser tocado no mais profundo do seu espírito.
· Ser tocado pelo portador espiritual da corporalidade e do anímico da outra parte, pelo cerne pessoal.
Ou seja, as outras camadas estão presentes (extintivo e anímico), mas fazem parte da estrutura do amor, mas o amor vai além disso, vai para o espiritual, que é ir além de si.
“O amor é, portanto, a atitude que relaciona diretamente com a pessoa espiritual do ser amado, com sua pessoa precisamente no que ela tem de exclusivo (caráter de algo único) e de irrepetibilidade (os únicos traços que a constituem como pessoa espiritual).”
· Quem ama de verdade é como se visse através da roupa física e psíquica da pessoa espiritual, para pôr os olhos nela própria.
· Por isso, já não se trata aqui de um tipo físico que o excite, ou de um caráter anímico que porventura o apaixone;
· O que está aqui em apreço é o próprio ser humano, a companheira ou o companheiro enquanto ser incomparável e insubstituível. PSV
Ou seja, muitas pessoas já namoraram e tiveram muitos encontros tidos como amorosos, mas não sabem ainda o que é um encontro de amor. Justamente porque não sabemos nem o que é o amor, que é um encontro mais profundo, de consciência com consciência, de valores com valores, do desejo de compreender e aceitar o outro do jeito que ele é.
Caráter Insubstituível do Amor
· A pessoa espiritual como objeto genuíno de amor é, portanto, para o homem que ama realmente, insubstituível, niguém a podendo representar, dado o seu caráter de algo único e irrepetível.
· Disso resulta, entretanto, que, simultaneamente, o verdadeiro amor garante, por si só, a sua duração no tempo.
· Com efeito, um estado físico desaparece e um determinado estado de ânimo tampouco se mantém; qualquer estado físico que represente a excitação sexual é igualmente passageiro:
· O impulso sexual desaparece inclusive em sendo satisfeito;
· E mesmo aquele estado de ânimo a que costumamos chamar de paixão, não costuma ser duradouro.
· Em contrapartida, o ato espiritual com que envolvemos uma pessoa espiritual intencionalmente sobrevive de algum modo a si mesmo: se o seu conteúdo tem validade, tal validade mantém-se de uma vez para sempre. PSV
Ou seja, o amor não acaba, e quando acaba é porque não era amor, era algo confundido como amor (paixão, desejo, etc). O amor vem da capacidade de olhar e apreciar o que existe de único no outro.
Sobre a dificuldade de manter vínculos e o apego a relacionamentos tóxicos:
Deve ser feita a pergunta a si mesmo:
· Porventura não estão querendo ver-se livres de uma relação concreta, em todo caso plena de valor, só porque temem o compromisso e desejam fugir da responsabilidade;
· Ou se no caso inverso, não estarão a aferrar-se convulsivamente a uma relação quebradiça, só por causa do medo de terem de ficar sozinhos meia dúzia de semanas ou de meses?
· Quem se interrogar desse modo, compulsando os motivos não objetivos do caso, com certeza que facilmente chegará a uma decisão objetiva.
Ou seja, observe a si mesmo e veja se por trás da incapacidade de amar alguém não exista um temor de responsabilidade e de compromisso? Porque amar alguém envolve responsabilizar-se e cuidar do outro.
Ou quando me apego a uma relação que só me faz mal, será que não tem por trás um medo de ficar sozil”.
Nessnho? 
Sexualidade – Orgânico
Erótica – Psique
Amor – Espiritual
Flerte, ciúmes e fidelidade
Flerte:
· Também é uma forma que mostra “a intenção” inconsciente de passar de largo pela pessoa espiritual.
· Nessas relações superficiais não se vê o caráter de algo único e a irrepetibilidade do outro, simplesmente porque não se quer apreciar.
· O flerte representa uma forma mesquinha de amor.
· Bem sabemos que na linguagem corrente figuram expressões como esta: Essa mulher, eu já peguei! (a visão do outro como objeto).
· O que se tem, pode-se substituir, o que se possui pode-se tocar. Um homem que possui uma mulher também a pode trocar; pode inclusive chegar a comprá-la.
O flerte que Frankl fala não é aquele de olhar e se interessar por alguém, mas um flerte no sentido de definir alguns dos relacionamentos comuns nos dias de hoje, como, o ficar, o ter um rolo, o pegar.
Ele diz que esse tipo de comportamento tem a ver com uma objetivação do outro e uma falta de intenção de aprofundar essa relação para ter um encontro genuíno, tornando-se apenas um encontro superficial, raso. No máximo atração sexual e erótica, mas não um encontro espiritual com o outro.
Ciúmes:
· Pode afetar até uma vivência feliz do amor.
· O ciumento trata o ser humano a quem propõe seu amor coo se fosse possessão sua; de modo que acaba por degradá-lo.
· Quer tê-lo só para si, enquadrando o outro na categoria de ‘ter’, ou seja, objeto.
· Numa relação de amor autêntico, o ciúme não tem cabimento, levando em conta que no amor autêntico se pressupõe captar o caráter de único e irrepetível, portanto naquilo que ele tem radicalmente incomparável com qualquer outro ser.
Ele coloca o ciúme como um nível superficial de relacionamento, de olhar para o outro, é por isso que o ciúmes incomoda tanto, não só quem tem ciúmes, mas também aquele que é o ‘objeto’ de ciúmes, pois ele não se sente valorizado, não se sente respeitado, se sente como uma posse do outro. Quando olho para o outro com ciúmes estou esquecendo da singularidade dele, da sua unicidade, estou olhando como uma posse, como uma possessão minha, logo tenho medo de perder. Logo, se olho para o outro na sua natureza única eu não tenho medo de perder o outro, terei um olhar de apreciação sobre o outro. – aqui se refere ao ciúmes patológico, não o natural, de cuidado.
· A rivalidade, tão temida dos ciumentos, pressupõe a possibilidade do ser amado ser comparável com um qualquer rival.
· Mas no verdadeiro amor, nenhuma rivalidade ou concorrência é já possível, pois o ser amado é sempre, para quem o ama, incomparável.
O ciúme não faz sentido, porque alógica do ciúmes está nessa comparação com o outro e no amor verdadeiro não há comparação, porque o outro é visto como um ser único para quem o ama.
Ciúme dos predecessores:
· Pessoas atormentadas por estes ciúmes sempre querem ser ‘as primeiras’.
· Bem mais modesto é quem se enquadra no tipo dos que se contentam em serem ‘os últimos’.
· Em certo sentido, porém, não são estes os mais modestos, senão precisamente os mais ambiciosos, pois o que pretendem é superioridade.
Ou seja, a pessoas as vezes não sentem ciúmes nem de algo do presente, mas do passado, de um ex, por exemplo, de cargos, funções, etc. E a pessoas se atordoa com algo que nem existe mais. Isso também acontece porque o sujeito se esquece do caráter único e irrepetivel de cada relação, e se a pessoas está com você é porque você é único, irrepetivel e insubstituível.
Comparações:
· Quem se compara com o outro comete uma injustiça: ou para com esse outro ou para consigo mesmo. Isso vale, aliás, para fora do campo da vida amorosa.
· Cada um tem, como dizem os desportistas, o seu próprio start, uma saída inicial;
· Mas a realização pessoal daquele que teve o start mais difícil, porque arcou com um destino mais gravoso, é, ceteris paribus, (permanecendo iguais as outras coisas) relativamente maior. PVS
Ou seja, o indivíduo não deve se comparar, é injusto se comparar, porque as pessoas mudam, os tempos mudam, as circunstâncias mudam. Devemos então numa relação e irrepetivel focar na singularidade daquela relação, porque é somenteela que existe, independente do start de cada um.
Ciúmes e Profecia Auto-Realizável
· Os ciúmes encobre uma dinâmica perigosa no aspecto tático: O ciumento acaba por provocar aquilo que tanto receia: o desengano amoroso.
· Assim como a fé, dimanando de forças interiores, conduz à posse de forças novas, assim também a dúvida, tendo nascido nos fracassos, traz a quem duvida, mais e mais fracassos.
· E de fato, o que sucede com os ciúmes?
· O ciumento duvida do poder de conservar o amado; e, na realidade, bem o poder perder, pois empurra para a infidelidade o ser cuja fidelidade dúvida:
· Quase que o mete nos braços de um terceiro.
· Acaba por tornar verdadeiro aquilo em que acredita. PSV
Ou seja, a dúvida proporciona no outro o desenvolvimento de um sentimento de dúvida, que pode lançar o outro em uma posição de maior vulnerabilidade.
É no momento que o seu parceiro por desconfiança questiona algo que você toma consciência de um desejo que antes não havia percebido.
Fidelidade:
· É no amor, uma missão: mas trata-se de uma missão que como tal, só é possível para quem ama, nunca devendo ser imposta como exigência ao ser amado.
· É que com o tempo, se põe como exigência, sempre vem a redundar em um desafio. Impele o ser amado a uma atitude de protesto, e uma vez nessa atitude, o ser amado torna-se infiel mais cedo ou mais tarde.
Você não pode obrigar ninguém a ser fiel. Ainda que você tenha o maior ciúme do mundo você não consegue impedir que alguém deixe de gostar de você. 
A fidelidade não pode ser imposta, não pode ser exigida do outro, só pode ser como uma relação natural.
Garantia de Fidelidade
· A única garantia de fidelidade está precisamente no fato de a atitude amorosa representar a orientação do ser de uma pessoa espiritual para uma outra.
· Quando assim é, é do próprio amor coo tal que resulta sua duração no tempo empírico. Mas quanto ao tempo vivencial, algo mais resulta desse amor: a vivencia da eternidade de um amor.
Ou seja, a imposição por ciúmes não garante fidelidade, mas o avanço, o aprofundamento para uma relação de amor, no encontro do espiritual de cada um, pode garantir não só a fidelidade, mas a eternidade de um verdadeiro amor.
· A fé no outro, tal como a fé em si mesmo, torna uma pessoa segura de si, de tal maneira que, em geral, essa fé acaba por ter razão.
· Mas em contrapartida, sucede geralmente o mesmo com a desconfiança: esta.com efeito, torna-se uma pessoa insegura, acabando também por ter razão.
O amor é a força que desperta o potencial do outro, inclusive a fidelidade, e a desconfiança um efeito devastador.
Diante da Infidelidade
· A quebra de fidelidade abre a possibilidade para a realização de valores de atitude. Nesse sentido, a realização do valor residirá em superar a vivencia experimentada.
· Há quem se desligue da outra parte;
· Haverá quem, não renunciando à outra parte, lhe perdoe o que fez, oferecendo a reconciliação;
· Há quem tente reconquistar a outra parte, trazendo-a de novo para junto de si.
Qual a melhor forma de superação? Depende, só cada um na sua individualidade pode decidir.
Porém, mesmo diante de uma frustração, de uma infidelidade é possível superar, seja seguindo em frente e deixando para trás, seja perdoando, ou seja reconquistando o outro.
Amor e Aparência Física
· A aparência fica do ser amado vem a constituir, para quem ama, o símbolo de algo que está por trás dela e se manifesta pelo que é externo sem no externo se esgotar.
· O amor autêntico, em si e para si, não precisa do corporal, nem para despertar nem para se consumar; mas serve-se do corporal nos dois momentos. PSV
· Em geral, a acentuação da aparência externa faz com que se dê excessiva importância à beleza física no campo do erótico. Seja como for, também com isso se desvaloriza o homem com tal.
· Quando se diz por exemplo de uma mulher que “ela é bonita”, o que se faz em rigor é infligir lhe uma humilhação; porque, afinal, o que significa, em última análise uma apreciação dessas?
· Porventura não significará, pura e simplesmente, que se prefere não falar, por piedade, de outros valores, os espirituais, por exemplo?
O caráter de igualdade, unicidade, singularidade que valorizará o outro na relação.
Quando o único elogio é de aparência física, na verdade isso é uma desvalorização, porque ele não consegue ver para além do físico, de enxergar as potencialidades. Não se o nível físico não faça parte e não tenha importância, mas ele não é o mais profundo.
· Mas na acentuação dos juízos de valor erótico-esteriótipos, não se contém apenas uma desvalorização da pessoa que é apreciada; contém-se também uma desvalorização de quem os emite.
· É que se falo exclusivamente de beleza de uma pessoa, é simplesmente porque não sei falar da sua espiritualidade; e além disso, porque não me interesso nada por ela, pois nela não encontro valor algum. PSV
· A impressão externa provocada pela aprência física de um ser humano é, nestes termos, relativamente irrelevante quanto à sua capacidade de vir a ser amado.
· Não é um vestido de noite (em si) que impressiona um homem; é antes o vestido na mulher amada que o traz. PSV
O que importa na aprência do outro é quem está por trás dele. Não é a roupa que torna o ser bonito, mas o ser que torna a roupa bonita.
Amor transcende à morte
Através dessa relação entre as essências que podemos compreender que:
· ‘...o amor pode sobreviver à morte do amado; é esta a única maneira de entender que o amor é mais forte que a morte, isto é, do que o aniquilamento do ser amado na sua existência.
· A existência do ser amado é realmente desfeita pela morte, mas o seu ser assim não o pode a morte arrebatar.
· A sua essência única é, como todas as naturezas genuinamente essenciais, algo desligado do tempo e, nesta medida, imperecível. Algo que não passa. PSV
Podemos ver que o amor pode ser também algo que não acabe, mesmo que a existência de uma das pessoas acabe, porque ele tem a ver com a sua espiritualidade, logo é insubstituível.
A Sexualidade na Visão da Logoterapia
Sexualidade e Reducionismo
· O que é exatamente o reducionismo? Eu o definiria como um procedimento pseudocientífico que toma os fenômenos humanos e ou os reduz, ou os deduz de fenômenos sub-humanos.
· O amor, por exemplo, passa a ser interpretado como sublimação de impulsos e instintos sexuais que o homem tem como os outros animais.
· Tal interpretação apenas bloqueia a possibilidade de um entendimento adequado do fenômeno humano. AVS
Ou seja, o reducionismo é uma comparação da vida humana com a vida animal, tudo se resume na sexualidade humana como instintos.
Inflação sexual e Vazio existencial
· “Nesse vazio existencial, como chamei, pulula a libido sexual!” Assim, e somente assim, se explica a inflação sexual de hoje. Como toda inflação, ela implica desvalorização.
· A sexualidade é realmente desvalorizada na proporção em que se desumaniza.
· A sexualidade humana, contudo, é mais do que simples sexualidade. E o é na medida em que constitui um meio de expressão para um relacionamento amoroso”. FA
A sexualidade acabou sendo algo desconectado da relação de amor entre os indivíduos, isso é o reducionismo. A sexualidade desconectada das emoções é uma característica dos animais e quando o ser humano adquire isso para si ele reduz a sexualidade ao instinto. Uma das consequências disso é o vazio existencial, pois a sexualidade se torna inflada e as pessoas acabam tentando preencher ela de uma forma que ela não é preenchida.
Nós nos esquecemos do caráter humanizado da sexualidade.
Sexualidade desumanizada
· Plano humano: o parceiro é sempre sujeito, e nunca objeto. Nunca meio, sempre fim.
· O que não exclui que o prazer continue a vir, e ainda em maior escala, quando não é alvo da atenção exclusiva. FA
Ou seja, hoje vivemos um contexto onde o parceiro é visto como um objeto, como um meio para um fim. Na visão humanizada o parceiro é um encontro, como um sujeito singular.
· Plano desumanizado ou regredido:
· Masturbação;
· Pornografia;
· Promiscuidade;
Atitudes sexuais nas quais o outro tornasse um fim, o encontroperdesse a sua importância.
· Esses são sinais de um retardamento psicossexual.
· No entanto, a indústria do prazer sexual procura glorifica-los, mostrando-os como ‘progressistas’. Apresenta como luta contra a hipocrisia o que é, em si mesmo, hipocrisia.
· Proclama liberdade da censura, quando o que pensa é em liberdade de fazer negócios e ganhar dinheiro.
Infelizmente espalha-se no mundo de hoje uma pressão para o maior consumo de prazer sexual, o que prejudica a potência. FA
Por trás do discurso de liberalismo, de progressismo, e cada um faz o que quiser existe uma hipocrisia porque a finalidade desse discurso tem a ver com vender essa ideia, com fazer negócio. Essa visão nunca satisfaz o indivíduo.
· A sexualidade é desumanizada quando transformada em meio para atingir um fim.
· O mesmo ocorre quando é posta a serviço da procriação, em vez de ser a expressão do amor...
· Só de vez em quando e livremente, a atividade sexual, isenta de pressões, seria colocada a serviço da procriação, o que equivaleria à coroação do amor. FA
A visão de que a sexualidade humana só serve para procriar tem o mesmo efeito, porque em ambos os casos a sexualidade se desconecta do encontro, e é apenas um objetivo para um fim.
Quantidade X Qualidade
· Desde que só o relacionamento sexual que estiver embebido no amor pode ser realmente compensador e satisfatório, a qualidade da vida sexual desse indivíduo é pobre.
· Não é de admirar que ele procure compensar a perda de qualidade pela quantidade.
· Isso por sua vez, exige uma crescente e intensificada estimulação, como a que é providenciada pela pornografia, AVS
Ou seja, a hipersexualização gera uma sexualidade imatura e desumanizada, por isso ela não é satisfeita e o sujeito acha que fazer mais é melhor.
Sexualidade Humanizada
O amor justifica e santifica o sexo:
· “O amor é um fenômeno tão primário quanto o sexo. Normalmente o sexo se justifica, e é até santificado, no momento em que for veículo do amor, porém apenas enquanto o for” EBS
Santificar – colocar numa esfera de algo especial, significativo.
· O desejar a unicidade do ser amado compreensivelmente leva a união monogâmica.
· O (a) parceiro (a) não é intercambiável.
· Igualmente, se alguém não é capaz de amar, acaba por envolver-se na promiscuidade.
· Ser promíscuo implica ignorar a unicidade do(a) parceiro(a) e isso por sua vez impede uma relação de amor. AVS
Não é um discurso moralista, é uma compreensão da natureza humana, pois se o ser humano é único e o encontro entre eles é único, a experiência sexual desse encontro precisa ser monogâmica.
· O encontro de amor impede definitivamente que se veja ou se use o outro ser humano como um simples meio para um fim – um instrumento para reduzir a tensão criada pelos impulsos e instintos libidinais ou agressivos. Isso equivaleria a uma masturbação. AVS
Os encontros sexuais desumanizados não passam de uma masturbação coletiva, que os impedem de desfrutar de um encontro de prazer humano.
· Sexualidade o amor fenômeno humano em sua real natureza, o sexo começa a ser humano somente como resultado de um processo de desenvolvimento, o produto de uma maturação progressiva. AVS
Sexo enquanto expressão de amor:
· “Desta forma, o amor não é entendido como mero efeito colateral do sexo, mas o sexo é um meio de expressar a experiência daquela união última chamada amor”. EBS
Tem duas formas de vivenciar a sexualidade:
1. A humanizada que é caraterizada pela disposição em si possuir um encontro de amor;
2. A desumanizada, onde nos equiparamos aos animais, e vemos o outro apenas como um meio para um fim.
· A sexualidade humana sempre é mais do que mera sexualidade, pois se trata da expressão de uma aspiração amorosa. Não sendo assim, não se alcança um prazer sexual completo.
· Maslow observou certa vez: “As pessoas que não conseguem amar não alcançam a mesma emoção do sexo do que aquelas que conseguem amar”. TTN
· Mesmo sem outros motivos para tanto, deveríamos (ao menos pelo interesse do maior prazer possível) lutar pela exaustão de todo o potencial humano que está contido na sexualidade;
· Ou seja, de encarnar o amor: o relacionamento mais íntimo e pessoal entre as pessoas. TTN
A sexualidade e o amor iriam acabar andando lado a lado em algum momento.
Amadurecimento Sexual
· No estágio maduro da sexualidade, o relacionamento elevou-se ao nível humano;
· Tornou-se um encontro no qual um parceiro é abarcado pelo outro em toda sua humanidade.
· E o encontro se transforma numa relação de amor quando um for vivenciado pelo outro não apenas em sua humanidade, mas também em sua singularidade e unicidade. TTN
Ao contrário do encontro sexual erótico, esse tipo de encontro não perde seu valor e prazer conforme o tempo passa.
· Quem não alcança o estágio maduro da sexualidade humana, mas está fixado no estágio imaturo, não é capaz de ver no parceiro um sujeito singular e único, ou seja, uma pessoa. TNT
· O desenvolvimento e amadurecimento sexual do ser humano levam a uma crescente integração da sexualidade na estrutura total da própria pessoa.
Ou seja, ver o ser humano como humano e o outro como humano surgem os conceitos da liberdade e responsabilidade do ndividuo.
Liberdade e Responsabilidade
· Os tabus sexuais vitorianos e as inibições estão em declínio e a liberdade no campo sexual se faz presente.
· O que não devemos esquecer é que essa liberdade ameaça degenerar em licenciosidade e arbitrariedade ameaça degenerar em licenciosidade e arbitrariedade se não for vivida em termos de responsabilidade. AVS
Ou seja, somente terá uma atitude responsável aquele que se sente responsável pelo outro, aquele que é capaz de amar, ainda que não esteja amando ainda. Quem não atinge essa profundidade vive uma sexualidade imatura e não consegue se satisfazer.
Princípio auto-anulativo
· Quanto mais for frustrada a busca de sentido, tanto mais o indivíduo vai se dedicar a “busca da felicidade”.
Ou seja, quanto mais a pessoa busca a felicidade, mas longe ela fica, mas quando a pessoa vive uma vida com significado a felicidade vem. O mesmo acontece na vivencia do prazer na sexualidade.
· Quando essa busca teve origem numa procura frustrada de entido, ela está destinada a terminar na embriaguez e na droga.
· Em última análise trata-se de uma autofalência, pois a felicidade pode originar-se apenas como resultado de um viver não fechado em si mesmo, da autotranscendência, da dedicação a uma causa pela qual lutar ou a uma pessoa a quem amar.
· Em contexto algum isso é mais evidente do que na felicidade sexual. Quanto mais fizermos dela um objetivo, tanto mais ela será inalcançável.
· Quanto mais o paciente estiver preocupado com sua potência masculina, tanto mais provavelmente ele se tornará impotente;
· Quanto mais a paciente estiver preocupada em demonstrar para si mesma que é capaz de experimentar o orgasmo, tanto mais ela será atingida pela frigidez.
Ou seja, quanto mais o indivíduo foca no prazer sexual mais distante ele fica disso.
Resultado
· O neurótico sexual desnaturaliza e degrada a sexualidade reduzindo-a ao mero meio de prazer, ao passo que, na realidade, ela é um meio de expressão – o meio de expressão de uma aspiração de amor. TTN
Ou seja, enquanto a sexualidade for só um meio de prazer o indivíduo numa irá usufruir do máximo que ela oferece.
· “Na medida em que ele retira a vida sexual da totalidade da vida amorosa, em que desintegra e isola a vida sexual, nessa mesma medida ele perde aquela “imediatez”, aquela espontaneidade que é condição e pré-requisito para o funcionamento sexual normal e da qual o neurótico sexual tanto necessita”. TTP
Ou seja, se torna algo não natural, algo artificial.
O papel da ansiedade antecipatória
Padrão de reação neurótico-sexual
· Também encontramos a ansiedade antecipatória nas neuroses sexuais, tanto no sentido geral como no particular.
· No sentido geral vemos como nossos pacientes do sexo masculino se tornam inseguros em relação ao seu desempenho sexual depois de um único fracasso sexual, para não dizer casual.
· Uma vez inseguros, são tomados por uma ansiedadeantecipatória de uma repetição do seu distúrbio de potência.
Ou seja, o medo de performar, a cobrança por desempenho acaba prejudicando o momento.
Caráter de Exigência:
1. Da parceira com a qual deve coabitar: Angústia em não estar à altura
2. Da situação na qual a coabitação deve ocorrer;
3. Do próprio paciente, que se dispõe a coabitação: Focando ou pressionando a si mesmo. Quanto maior o foco no prazer, mas o prazer se esvai, e no final pode perder-se totalmente.
Como se estrutura a terapia?
· Em primeiro lugar devemos fazer com que o paciente aprenda a ver algo de compreensível nisso.
· Retirar o caráter de exigência do coito (encontro sexual);
· Garantir com que um recuo seguro esteja disponível;
· Motivar a pessoa a não praticar a coabitação de maneira programada, mas se conectar com carinhos fragmentados como no caso das preliminares o coito acontece por si.
Ou seja, aliviar a pressão de uma obrigação de ter prazer, e uma parte disso vai passar pela compreensão de ser humano.
· O prazer é daquelas coisas que devem permanecer como efeito e não pode ser colocada como intenção.
· Entre elas está também o sono, a felicidade e a auto-realização.
· O prazer também é um efeito que não pode ser agarrado. TTN
Ou seja, o prazer é o efeito de um encontro em uma relação onde a maior entrega maior é o prazer.
· Não é tarefa do espírito se auto observar e se refletir.
· A essência do homem compreende estar orientado e estar entregue a algo ou alguém, uma obra um ser humano, uma ideia uma pessoa.
Ou seja, algo fora de si mesmo.
“Temos agora que desfrutar desse fato, dessa lei básica da existência humana, (a auto-transcendência) de maneira terapêutica”. TTN
Na medida que entendemos que o ser humano tem capacidade de amar e que a sexualidade faz parte disso, nos amadurecemos esse processo.

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