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PCI I – Bloco II – Nervoso Neuroanatomia – Prof.ª Luciana – Aulas II e III Para observação do sistema nervoso central humano existem algumas referências, podemos observar de forma anterior, superior, posterior, inferior, ventral e dorsal. Além disso é importante saber que existem alguns planos de corte mas observação morfológica das estruturas internas: plano horizontal, transverso, sagital ou coronal. Outro ponto importante a se analisar é que o cérebro possui dois hemisférios, direito e esquerdo, que podem ser visto por cima (A) ou por trás (B). O cérebro e o tronco encefálico podem ser vistos por trás (B) ou de lado (C). Se dividido ao meio (plano sagital), é possível ver as estruturas internas do encéfalo como os ventrículos e a face medial dos hemisférios cerebrais, além de estruturas parcialmente encobertas pelos hemisférios e o cerebelo, como o mesencéfalo, ponte e bulbo. Organização do sistema nervoso Sistema nervoso central (SNC): encéfalo e medula espinal; Sistema nervoso periférico (SNP): nervos cranianos (se originam no encéfalo) e nervos espinais (se formam a partir da medula espinal e dos gânglios); Sistema nervoso autônomo (SNA): subdivisão funcional do SN. Os centros controladores do SNA estão localizados no SNC; suas porções periféricas são subdivididas em simpático e parassimpático. Sistema nervoso entérico é o SN associado ao trato gastrointestinal e seus órgãos acessórios para controlar suas funções (plexos nervosos); modulado pelo SN simpático e parassimpático. Células do sistema nervoso central O SNC é composto por neurônios e células gliais, dividas em microglia e macroglia. A macroglia é subdividida em oligondendroglia, ependimoglia, astroglia e células de glia radial. Neurulação: primeiro evento da organogênese Tudo se inicia pela neurulação, que corresponde ao desenvolvimento inicial do SNC, ocorre durante a 3ª semana do desenvolvimento embrionário. Primeiramente ocorre a formação da placa neural (células ectodérmicas); depois acontecem a modelagem da placa neural com formação do sulco neural e assoalho da placa neural; depois acontece o dobramento da placa e a formação da crista neural; e por fim o fechamento do sulco neural (formação do tubo neural). Encéfalo O encéfalo é composto pelo cérebro (telencéfalo e diencéfalo), tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e cerebelo. O SN é divido com base em critérios anatômicos e funcionais e o encéfalo (crânio) faz parte do SNC (localizado dentro do esqueleto axial), assim como a medula espinal (canal vertebral). O encéfalo está envolvido pelo crânio e pelas meninges e é banhado pelo líquido cerebrospinal. As meninges são visualizadas logo abaixo do crânio, delimitando espaços preenchidos por líquido. As meninges são membranas conjuntivas e são: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A dura-máter é a meninge mais superficial, espessa e resistente, é formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É formada ainda por dois folhetos: um externo e um interno. A aracnóide é a membrana delgada justaposta à dura-máter, que é separada pelo espaço subaracnóideo, contendo uma pequena quantidade de líquido (líquor) necessário à lubrificação das superfícies de contato das membranas. Na aracnóide há também as trabéculas (trabéculas aracnóides) que atravessam o espaço para ligar à pia-máter. A pia-máter é a meninge mais interna, adere à superfície do encéfalo e da medula, acompanha os relevos e depressões dos sulcos cerebrais e oferece resistência aos órgãos nervosos, uma vez que o tecido nervoso é de consistência muito mole. Produção e absorção do líquor Produzido nos plexos coróides dos ventrículos. O líquor gerado nos plexos coróides dentro dos ventrículos emerge através das aberturas do quarto ventrículo para o espaço subaracnóideo, dentro dele o líquor circula em torno da medula e do encéfalo, sendo finalmente reabsorvido nas granulações aracnóideas do seio sagital superior e das raízes medulares. De forma resumida: o líquor sai do ventrículos laterais (1º e 2º ventrículos), vai para o forame interventricular (monro), depois para o 3º ventrículo, para o aqueduto cerebral (sylvius), para o 4º ventrículo e depois para a abertura mediana (medula espinal) e aberturas laterais (cérebro direito e esquerdo). Através das aberturas medianas e laterais do 4º ventrículo, o líquor passa para o espaço subaracnóideo sendo reabsorvido principalmente pelas granulações aracnóideas. Barreira hemato-encefálica Existem 3 barreiras seletivas entre os compartimentos do SNC, a mais importante é hemato-encefálica (1), que irá selecionar as substâncias do sangue que podem ser admitidas no parênquima neural. Outra barreira é a hematoliquórica (2), que irá permitir a síntese do líquor pelo plexo coróide. A terceira é a barreira aracnóide (3), que irá manter o líquor confinado no espaço subaracnóideo. Em todos esses casos, a seletividade das barreiras depende do fechamento do interstício intercelular pelas junções oclusivas. Em outras fronteiras não há necessidade de barreiras e as camadas celulares apresentam fenestrações entre as células, permitindo o livre trânsito de substâncias de um compartimento a outro, como o epêndima ventricular, da pia-máter e de alguns capilares de certas regiões do SNC. Telencéfalo Constituído de sub-regiões: córtex cerebral (camada de subst. cinzenta que se encontra na superfície dos hemisférios cerebrais); substância branca (camada interna do telencéfalo que se estende desde os núcleos de base até o córtex cerebral); e núcleos de base (grupo de núcleos com funções ao nível do controle motor, da cognição, da aprendizagem e da emoção. Hemisférios cerebrais Hemisfério cerebral esquerdo Lobos Giros e sulcos Após a formação do cérebro no desenvolvimento embrionário humano, começa um processo chamado girificação, que é o processo de formação de fendas estreitas e dobras do córtex cerebral, chamado sulcos e giros. Os giros são responsáveis por diversas funções do corpo, como por exemplo, o pensamento, o raciocínio lógico, atividades motoras etc; cada giro possui um nome. Os sulcos delimitam os lobos cerebrais e recebem o nome de acordo com sua localização em relação aos ossos do crânio (frontal, temporal, parietal e occipital). Sistema límbico Conjunto de estruturas localizado no cérebro de mamíferos, abaixo do córtex, responsável pelas respostas emocionais (processamento de memórias, criação de estados emocionais e comportamentos). Se lesionado pode levar a agressividade, apatia ou amnésia anterógrada. Seus componentes cerebrais são o lobo límbico (giro do cíngulo, giro dentado e giro para-hipocampal), núcleos (hipocampo e corpo amigdalóiede) e tratos (fórnice); seus componentes diencefálicos são o tálamo e o hipotálamo. Corpo caloso Grande e importante feixe de substância branca que liga os dois hemisférios do cérebro, permitindo a comunicação entre eles. R: Rostro do corpo caloso; J: Joelho do corpo caloso; C: Corpo (tronco) do corpo caloso; E: Esplênio do corpo caloso. Hipocampo Localizado na parte medial do lobo temporal medialmente ao corno temporal do ventrículo lateral, envolvido na modulação emocional e codificação de memória; região responsável pela formação de novas memórias. R J C E Vista lateral do fórnice e do hipocampo Núcleos de base Envolvidos na iniciação e na modulação dos movimentos. Estruturas: caudado, putame, globo pálido, núcleos subtalâmicos e substância negra, corpo amigdalóide. Estado patológico:as doenças podem levar à escassez de movimentos ou a movimentos anormais. Diencéfalo e tálamo O diencéfalo conecta os hemisférios cerebrais ao tronco encefálico. O tálamo está pareado, situado medialmente, são estruturas nucleares ovoides profundas que formam parte da parede lateral do terceiro ventrículo; a cápsula interna separa o tálamo do núcleo lentiforme. Núcleos talâmicos Metatálamo Epitálamo Constitui o teto e o limite posterior do terceiro ventrículo. Subtálamo Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Localiza-se abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e mediamente pelo hipotálamo núcleo rubro. Hipotálamo Localizado anteriormente no diencéfalo, ao longo das paredes do terceiro ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico e acima da hipófise. Mesencéfalo Ponte e bulbo A ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo, está situada ventralmente ao cerebelo; substância cinzenta e substância branca. O bulbo tem a forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. Cerebelo Situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do teto do quarto ventrículo. Está separado do lobo occipital por uma prega da dura-máter (tenda do cerebelo). Esquema das artérias cerebrais Vascularização venosa do encéfalo As veias do encéfalo drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico. Medula espinhal “Miolo” dentro do canal vertebral; Formato de cilindro Continuação com o bulbo Massa de tecido nervoso ~ 45cm (homem) Substância branca e substância cinzenta Estrutura da medula Substância branca formada por fibras nervosas agrupadas em funículos ou colunas. Anterior (entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior); lateral (entre os sulcos lateral anterior e posterior); e posterior (entre os sulcos lateral e medianos posterior). Conexões com os nervos espinhais: 8 pares cervicais; 12 pares torácicos; 5 pares lombares; 5 pares sacrais; 1 par coccígeo. Envoltórios da medula: pia-máter (interna) – delicada, penetra na fissura mediana anterior, forma o filamento terminal); aracnóide (média) – camada intermediária, emaranhado de trabéculas; dura-máter (externa) – mais espessa, envolve toda a medula. Espaços meníngeos espinhais Espaço epidural (extradural): entre a dura-máter e o canal vertebral Espaço subaracnóideo: grande quantidade de líquor Tecido adiposo e conjuntivo
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