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Micologia médica é um reino com mais de 300 espécies fungos patógenos ao homem, sendo um reino muito extenso e rico. Podemos dividir a micologia médica em micoses superficiais (epiderme, derme papilar, pelos/cabelos e unhas) e micoses profundas (hipoderme, músculo, ossos e viscerais). As micoses superficiais correspondem em torno de 95% dos casos de micose. Fontes de infecção: Vegetais, solo, animais e homem. Micoses superficiais • Pitiríase vesicolor • Tinea nigra palmaris • Piedra branca • Piedra negra • Dermatofitoses (tineas) • Candidíases 1) Pitiríase Vesicolor: Etiologia: Malassezia furfur • Levedura lipofílica → folículo pilossebáceo • Forma saprófita (células globosas e ovais) x forma parasitária (filamentos e pseudohifas) Fontes de infecão: • Homem portador (lesão de pitiríase versicolor) • Homem sadio (portadores sãos) Fatores predisponentes • Exógenos: países tropicais – exposição solar exagerada • Endógenos: genéticos, imunológicos, hormonais e dermatite seborreica Clinicamente: • Lesões arredondadas, únicas ou múltiplas, coalescentes ou não, que tem um aspecto, na maioria das vezes, hipocrômico, com uma descamação furfurácea, que nem sempre é possível ver a olho nu • Zinal de zileri – estiramento da pele para perceber a descamação furfurácea. Atenção: A pitiríase versicolor não necessariamente é hipocrômica ela pode adquirir o aspecto acastanhado ou até mesmo eritematoso em pessoas com fototipo mais alto. Elas envolvem um parasitismo superficial que só envolvem a camada córnea na epiderme e os pelos. Podem ser consideradas saprófitas Elas acometem a epiderme, derme papilar, pelos e unhas sendo considerados patológicos. Diagnóstico: • Diagnóstico clínico • Quando há dúvidas pode se fazer o exame direto – método de Jarbas Porto (fita adesiva sobre microscópio) o Hifas tortuosas curtas ou ramificadas o Leveduras arredondadas isoladas ou agrupadas em cachos Diagnóstico diferencial • Vitiligo, MH – I (hanseníase indeterminada), nevo hipocrômico, pitiríase alba, sifilide, hipocromia pós-tratamento ou pós-solar. Tratamento • Tópico: o Derivados imidazólicos (em creme, gel ou solução): miconazol, clortrimazol, isoconazol, tioconazol e cetoconazol o Sulfeto de selênio 2,5% (xampu) o Ciclopirox: sabonetes (enxofre + acido salicílico) • Sistêmico: - não se recomenda abaixo de 12 anos o Em casos muito extensos ou com muita lesão folicular/ em caso recidivantes o Cetoconazol 200mg/dia/10 dias ouu 400 mg/dia/5 dias o Itraconazol 100 mg/dia/10 dias ou 200 mg/dia/5 dias 2) Tinea Nigra Palmar Agente etiológico: Hortae werneckii Epidemiologia: países tropicais e subtropicais Fatores predisponentes: Crianças em contato com a terra e com plantas Aspecto clínico: Mancha hipercrômica sem escalma nas palmas, plantas e bordas dos dedos. Diagnóstico diferencial: Nevos juncionais, melanoma e pigmentações exógenas Tratamento: • Medidas gerais (evitar contato com a terra) • Antifúngicos locais 3) Piedra Branca Agente etiológico: Trichosporon cutaneum (beigelli) Aspectos clínicos: nódulos brancos, amolecidos, aderentes aos pelos do couro cabeludo, axilas, barba e pelos pubianos, múltiplos. Diagnóstico diferencial: Pediculose Tratamento: • Shampoo de cetoconazol • Tricotomia – cabelos curtos 4) Piedra Negra Agente etiológico: Piedraia hortae Epidemiologia: áreas indígenas Aspecto clínico: nódulos pretos Diagnóstico diferencial: piedra branca e pediculose Tratamento: • Shampoo de cetoconazol • Tricotomia – cabelos curtos 5) Dermatofitoses (tineas) Agentes etiológicos – dermatófitos • Trichophyton spp – Trichophyton rubrum, tonsurans e mentagrophytes • Microsporum spp – Microsporum canis e gypseum • Epidermophyton spp – Epidermophyton floccosum Epidemiologia – distribuição universal Etiopatogenia: • Fontes de infecção: antropofílicos (homem, geofílicos (solo) e zoofílico (animais) Aspecto clínico: Depende do local parasitado • Aspecto da tinea corporis: Lesões arredondadas, com atividade periférica apresentando pápulas, vesículas e crosticulas na área periférica com muito prurido e na região central pode haver um aspecto liquenificado Na unha depende do agente etiológico envolvido e da extensão da lesão • Hiperceratose subungueal, amarelamento do leito, descamação branca superficial e o envolvimento da matriz No couro cabeludo pode existir uma tinea mais inflamatória ou menos inflamatória – aspecto tonsurante (área alopecia central), área descamativa perifolicular com pelos tortuosos. Diagnostico • Exame direto – pele, unhas e cabelo (raspado na lâmina) o Hidróxido de potássico – filamentos septados hialinos e no cabelo parasitismo endotrix Tratamento • Tópico: imidazólicos, ciclopirox, terbinafina em creme/ onicomicoses soluções ou esmaltes • Sistêmico – depende da extensão, refratariedade e sintomas o Itroconazol 100-200mg/dia ; fluconazol 150 mg/semana (o fluconazol não é primeira escolha) o Terbinafina 250 mg/dia o Griseofluvina 15 mg/kg/dia/única Importante – tratamento oral nos casos de • Tinea capitis: tratamento oral 60 dias – comum em crianças • Tinea corporis (oral 30 dias) • Onicomicoses: envolvimento de múltiplas unhas o 3 a 9 meses (diário/pulso 1 semana/mês + medidas gerais 6) Candidíases Agente etiológico: Candida albicans Epidemiologia: distribuição universal e profissionais mais atingidos que trabalham com água ou líquidos Fatores predisponentes • Oportunistas por excelência • Saprofita da pele, mucosas e GI • Estado de umidade prolongada • Imunodeficiências: neoplasias, obesidade, HIV, congênitas e adquiridas (diabetes, gravidez, uso de CE, IMS e TNF alfa) Aspecto clínico: manchas e placas eritematosas, maceradas e presença de pústulas satélites, área descamativa na periferia. Tratamento • Medidas gerais: identificar, controlar e remover as condições predisponentes (umidade) • Local : imidazólicos, ciclopirox e óxido de Zn • Sistêmicos: o Cetoconazol 200mg/dia/10 dias o Itraconazol 100 mg/dia/115 dias o Fluconazol 150 mg/4 semanas • Importante: na onicomicose por cândida podemos ver a paroníquia (acometimento do leito ungueal) Diagnóstico: • Exame direto – colônia glabras e a presença de leveduras com pseudomicelio e pseudohifa. Micoses Profundas Micoses Subcutâneas – provocadas a partir do traumatismo e inoculação nos tecidos mais profundos da pele (pele, hipoderme, músculos, ossos e tendões) • Esporotricose • Cromomicose • Micetomas • Zigomicoses • Feohifomicoses • Lobomicoses (Doença de Jorge Lobo) • Rinosporidose Micoses sistêmicas – ocorre por meio de inalação e atinge as vísceras como pulmões, SNC, fígado, suprarrenal e pele 30%) • Histoplasmose • Criptococose • Paracoccidioidomicose • Coccidioidomicose 1) Esporotricose Agente etiológico: Sporothrix schenckii; S. brasiliensis Epidemiologia: • Distribuição universal • Mais atingidos: atividade veterinária, jardineiros, agricultores e donas de casa • Contato com gatos Aspectos clínicos: Lesão cutânea ulcerada, nodular, friável que ulcera • Tempo de inoculação maior que uma infecção bacteriana. • Forma linfocutânea o Linfagite nodular ascendente (padrão de disseminação Esporotricose) • Forma fixa • Forma disseminada Tratamento (tempo de tratamento até 30 dias após cicatrização completa – que pode demorar meses) • Itraconazol 100-200 mg/dia • Iodeto de potássio 1 a 3g/dia • Terbinafina 250-500mg/dia • Anfotericina B EV 2) Cromomicose Agente etiológico: • Fonsecaea pedrosoi • Fonsecaea compacta • Phialophora verrucosa• Cladophialophora carrionii • Rhinocladiella aquaspersa Aspecto clínico: placas verrucosas de crescimento lento principalmente em MMII Diagnóstico: • Exame direto – corpos fumagoides • Histopatologia – reação granulomatosa corpor fumagoides Tratamento • Itraconazol – 200-300 mg/dia/ 6m • Remoção cirúrgica da lesão 3) Micetomas Aspecto clínico: tumoração com formação de fistulas e drenagem de grãos Agente etiológico • Eumicoticos (provocados por fungos) – Madurella grisea, madurella mycetomatis e exophiala jeanselmei • Actinomicóticos (provocados por bactérias filamentosas) – Actinomyces e nocardia Tratamento – • Eumicotico – itraconazol 200 mg/dia – 6 meses a 1 ano • Actinomicótico – penicilina G ou sulfa 6m a 1 ano Micoses sistêmicas • Adquiridas por via pulmonar e apresenta manifestação cutânea em torno de 30% dos casos 1) Paracoccidioidomicose (também pode ser chamada de blastomicose sulamericana) Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis Inalação da estrutura fúngica Formas clínicas: Importante avaliar a boca para Estomatite moriforme + análise pulmonar (raiox) • Froma aguda, subaguda ou juvenil – o Crianças, jovens e imunossuprimidos o Linfonodomegalias cervicais, hepatomegalia e lesões de pele • Forma crônica o Pulmonar e disseminada Diagnostico: • Exame micológico – aspecto de Mickey mouse • Exame histopatológico Tratamento • Anfotericina B • Itraconazol ou sufa
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