Prévia do material em texto
Doenças Benignas do Sistema Genital Feminino Prurido Vulvar → Causa mais frequente é por dermatite de contato ou alergia → Ciclo prurido fricção: ferida → coça → altera a pele → mais coceira → Agentes: produtos de Higiene (lenço umedecido), calor, atrito, perda de urina (em contato com a vagina), contato com o látex (alergia), uso de absorventes → Tratamento Tratar a causa (retirar agente irritante) Evitar banhos excessivos Diário alimentar - associa o prurido vulvar a algum alimento Se a causa não for evidente ou lesões pigmentadas ou exofíticas – considerar biópsia. Em idosas, o câncer de vagina cursam com prurido vulvar (câncer de vulva é muito raro) Líquen → Liquenificação: traumatismo crônico faz pele reagir com espessamento que causa, normalmente, uma perda das pregas, a pele fica lisa, brilhante, esse é o chamado líquen atrófico - menopausa → Tratamento: interrupção do ciclo prurido- fricção, corticosteroides tópicos, lubrificantes (vaselina ou óleo vegetal), anti-histamínicos e unhas cortadas Vitiligo → Orientar sobre benignidade → Perda de melanócitos epidérmicos → Fatores genéticos são causas comuns, são desencadeados as vezes por fatores emocionais, ambientais → Tratamento com fototerapia e imunomoduladores Tinea cruris Intertrigo → Presença de fungo em uma área de dobra → Tratamento: creme tópico ou medicamento VO Hematoma → Trauma → Em algumas situações precisa fazer uma incisão e drenar o hematoma → Um dos tratamentos é compressa de gelo e repouso Foliculite → Associada aos pelos pubianos → Pústula com pús na parte interna, tem um ponto amarelado (ponto de flutuação) que é a tentativa do corpo em fazer a expulsão daquele conteúdo Glândula de Bartholin → Glândula bilateral → Produz uma secreção que ajuda na lubrificação vaginal → Cisto de Bartholin: estenose do óstio – conteúdo asséptico → Tratamento Drenagem Marsupialização - incisão na glândula → drena o conteúdo → expõe a glândula (ponto em cruz ou estrela) Exérese da glândula - disseca a glândula, muito comum após ter um hematoma (por conta da grande vascularização da área) → Bartholinite: cisto infectado: sinais flogísticos (dor, calor, rubor, perda de função), dor intensa, ponto de flutuação, pode estar associado a presença de clamídia e gonococo Tratamento: drenar todo o abscesso até que prove o contrário, e polimicrobiano Vulvodínia (vestibulite) → Dor vulvar Local, generalizada Espontânea, provocada → Tratamento: terapia psicossexual, medicamentos tópicos / IRSS, cirurgia perineal – poucas vezes Corpo Estranho → Leucorreia → Dor → Autoerotismo → Desconfiar: leucorreia na infância (abuso) → Tratamento: exame físico e retirada → Exame Físico na Criança: junto com o (a) acompanhante, ambiente descontraído, quando não for possível fazer a sedação Pólipo Cervical → Neoplasia benigna → Hiperplasia focal → Sempre tem uma chance de malignização → Tratamento: exérese Vulvovaginites → Responsáveis por grande número de consultas ao ginecologista → Muitas vezes é complexo conduzir casos de vulvovaginites → Comum as pacientes chegarem com lista de medicamentos já utilizados, além de automedicações → Frequentemente as pacientes queixam-se de “infecções vaginais” devido as secreção vaginal fisiológica que varia com o ciclo menstrual Microbioma Vaginal Normal → Não é estéril, a vagina é composta de uma série de microrganismos – bactérias anaeróbias e aeróbias → Varia em relação a idade da mulher – no recém-nascido é estéril, mas uma vez que essa menina cresce, a vagina é colonizada com uma série de bactérias (normal) → Vamos pensar no período da menarca, temos que chamar atenção para essas bactérias especificamente: a Garnerella e o Mobiluncus que são duas bactérias que fazem parte da flora vaginal Candida spp • Faz parte do microbioma vaginal normal • Candida albicans prevalente - 80 a 90% • C. glabrata, C. tropicalis menos frequente • Comensal - vantajoso para um e para outro não tem nenhum tipo de interferência • A presença do estrogênio faz com que o glicogênio seja depositado nas células epiteliais, e o lactobacillus degradam esse glicogênio fazendo com que haja produção de ácido lático e do peroxido de hidrogênio. • O ácido lático faz com que a vagina tenha um pH normalmente abaixo de 4,5 • A presença do peroxido de hidrogênio quando degrada em oxigênio é toxico para as bactérias que são anaeróbias • Na região de transição, os lactobacillus fazem a produção do peroxido de hidrogênio e acidificam o meio justamente com ácido lático • Existe a produção de um biofilme dentro da vagina, que tem quantidades relevantes de imunoglobulinas do tipo IgA, IgG, além da presença do muco, e toda essa região tem células de defesa, inclusive leucócitos • Alterado: variação do pH e variação hormonal (relacionado com o ambiente, o que varia o pH) • Candidíase: Quando a cândida deixa de ser comensal e passa a ser patogênica Quando faz o espéculo a vagina vai estar toda avermelhada, inflamada, e com placas esbranquiçadas aderidas a parede vaginal Sintomas clássicos: prurido, ardência, corrimento grumoso sem odor, dispareunia de introito vaginal, disúria externa Diagnóstico Candidíase: pode ser confirmado com: - Citologia a fresco utilizando soro fisiológico e hidróxido de potássio a 10% para visibilizar a presença de hifas e /ou esporos dos fungos. - Não utilizamos medida de pH (normalmente está associada a pH normal vaginal – pH < 4.5) Tratamento Candidíase: - Gestantes sempre usam cremes vaginais, não pode usar via oral Vaginose Bacteriana (VB) → Está associada à perda da flora vaginal normal de lactobacilos, por um motivo ainda desconhecido → Sem lactobacilos → pH aumenta (diminui a acidez da vagina) → Aumenta Gardnerella – faz parte do microbioma normal → Produção de aminas voláteis (Cadaverina e Putrescina) (conversão do biofilme em aminas) → odor aumenta pós relação (reação com o sémen) - odor de peixe podre → Diagnóstico clínico e microbiológico Corrimento que, por conta da degradação, se transforma em um corrimento bolhoso, então a gente faz o especulo, a cor normalmente é acinzentada, perolado, e não tem sinais inflamatórios no epitélio Critérios de Amsel (1983): Clue cells: são células epiteliais vaginais com cocobacilos aderidos em seu entorno → Tratamento Vaginose Bacteriana (Gestantes e Não-Gestantes)