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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL

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O campo de estágio como lugar de aprendizado
O campo de estágio não pode se tornar um espaço de tarefas mecânicas e prestação de serviço. Esse espaço é um lugar privilegiado em que o aluno deve se concentrar na reflexão do trabalho do profissional supervisor de campo para apreender a dimensão interventiva e operativa da profissão.
Oliveira (2004, p. 68) assevera que [...] como atividade curricular obrigatória, o estágio pressupõe o acompanhamento e a orientação profissional, por meio do processo de supervisão acadêmica e de campo, configurando um dos princípios que fundamentam a formação profissional, preconizados pela Abepss [Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social]: a indissociabilidade entre estágio e supervisão.
O estágio supervisionado envolve o acompanhamento de campo e a supervisão acadêmica, que são traduzidas nas orientações e conteúdos ministrados pelos docentes. Dessa forma, o estágio deve ser realizado em conjunto, mediante interação entre os envolvidos: docente do conteúdo de estágio, supervisor de campo e aluno.
O docente contribui com o estágio por meio das aulas em que: orienta, expondo as diretrizes a serem seguidas pelo aluno estagiário de Serviço Social, e explana os conteúdos necessários para o estágio. 
Nas aulas são ministrados ainda os conteúdos referentes aos elementos instrumentais a serem utilizados na construção do relatório final ao término das etapas do estágio supervisionado I e II, e ainda na elaboração e execução do projeto de intervenção que o aluno implementa ao final do estágio supervisionado.
O supervisor de campo deve contribuir com o aluno na discussão e na reflexão das problemáticas apresentadas no cotidiano da ação profissional, de modo que o estagiário não seja considerado apenas como um cumpridor de tarefas, mas como um futuro profissional que precisa desenvolver habilidades para a prática exercida na realidade concreta.
Sendo um futuro profissional, o aluno deve ser capaz de analisar situações práticas e contribuir com soluções possíveis, baseadas em sua fundamentação teórica e em concordância com o projeto ético político da profissão. 
A relação, então, que deve ser construída no estágio entre os envolvidos necessita alicerçar-se em respeito e contribuição para o campo de estágio.
O papel 
dos sujeitos envolvidos 
no 
estágio supervisionado 
do Serviço Social
A relação entre os envolvidos no estágio é importante para que essa etapa de formação do aluno seja efetiva, de acordo com sua proposta de um espaço de aprendizado, reflexão e de discussão da prática profissional.
O estágio deve ser compreendido pelos envolvidos baseando-se na superação do desafio que ele lhes acarreta. Os alunos estagiários devem superar o estigma de serem confundidos com um empregado de meio período. 
Os assistentes sociais supervisores de campo, da mesma forma, devem superar o estigma de que os alunos fazem parte do quadro funcional da instituição. Esse engano acaba direcionando os estagiários a funções administrativas ou burocráticas, e até mesmo atividades que não são relacionadas com o Serviço Social.
O supervisor de campo recebe, então, um desafio quando lhe é conferida a tarefa de repassar ao aluno o ensino da prática. Deve-se atentar para o risco de não sistematizar esse trabalho, o que implica uma supervisão aleatória e descompromissada, conforme constata Oliveira (2004, p. 69): quanto ao profissional – supervisor de campo, é conferida a ele a responsabilidade pelo “ensino da prática”, sendo a supervisão, na maioria das vezes, exercida sem sistematização, de forma intuitiva, agravada pela falta de capacidade continuada dos profissionais.
Os professores orientadores de estágio ou professores supervisores de estágio, também como parte desse processo, são responsáveis por conduzirem o aluno à reflexão acerca dos conhecimentos teóricos repassados no curso, são a ponte entre a teoria e o exercício profissional do campo de estágio que o aluno está inserido.
Dessa forma, podemos asseverar que é necessária a construção de uma comunicação entre as partes envolvidas no estágio, uma capacitação conjunta de orientações que possam nortear o aluno para a apreensão do exercício profissional de forma articulada, ou seja, não perdendo de vista a relação entre a teoria e a prática da profissão.
Essa interação entre os sujeitos envolvidos no estágio (professor orientador, supervisor de campo, aluno) contribui para uma formação integrada, para que o aluno supere a dicotomia entre a teoria e a prática, ou seja, permite-lhe o embasamento acerca da realidade social expressa na conjuntura contemporânea, por meio das teorias e conteúdos transmitidos pelos professores na universidade, subsidiando o seu preparo como profissional na construção de estratégias saneadoras dos problemas sociais apresentados pelos usuários do Serviço Social.
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO APLICADO 
À POLÍTICA SOCIAL 
EXECUTADA NOS CAMPOS DE ESTÁGIO
O Serviço Social na política social de atenção à criança e ao adolescente
A área da criança e do adolescente conta com profissionais de diversas categorias tem movimentado lutas na busca pela efetivação da defesa e dos direitos sociais, em que a atuação da categoria dos assistentes sociais também se constitui um dos mais ricos campos de estágio para a apreensão do fazer profissional.
Após conquista da militância para a criação de uma legislação que tivesse como âmago a proteção às crianças e aos adolescentes, foi sancionada a Lei n. 8.069 de 13 de julho 1990, que dispõe sobre a criação do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), fundamentada na Constituição Federal de 1988.
A profissão do assistente social, consolidada na sociedade brasileira, pautada em um código de ética, deve primar pelo o que esse artigo pontua. Esse compromisso corrobora a primazia do Serviço Social pelo fortalecimento e efetivação dos direitos sociais, pela defesa intransigente da liberdade e direito dos cidadãos, no protagonismo crescente no campo da prestação de serviços, planejamento, gestão e execução de políticas públicas, programas e projetos sociais, entre outras atividades.
O Serviço Social inserido também nos trabalhos ligados à área da criança e do adolescente, objetivando atuar voltado ao cumprimento do que dispõe o ECA, atua em diversas esferas: tanto governamentais quanto não governamentais, ligadas a políticas de atendimento, combate à violência contra criança e adolescente, combate ao trabalho infantil, abrigo, adoção, entre outros.
Todas as questões pertinentes à criança e ao adolescente têm então grande relevância e preocupam o segmento dos assistentes sociais. 
Uma delas é o trabalho infantil. Iamamoto (2001, p. 38) assevera que:
A OIT calcula hoje que trabalhem 200 milhões de crianças em todo o mundo. Segundo o IBGE, 7,5 milhões de brasileiros entre 10 a 17ª nos trabalham. Representam 11,6% da força de trabalho do país e 3,5 milhões deles têm menos de 14 anos. Trata-se de uma mão de obra menos organizada, mais dócil e mais barata; 70% dos casos recebem menos que meio salário mínimo.
O Serviço Social e 
a política de atenção ao idoso
A população de idosos atualmente representa um aumento considerável em todos os países. Esse fato pode ser atribuído ao avanço da ciência e da tecnologia, que permitiram o controle de doenças e a descoberta de novas medicações.
Nesse contexto, devemos levar em consideração as políticas de saúde, como as campanhas de vacinação e tratamentos que superaram a propagação de muitas doenças infectocontagiosas e potencialmente fatais.
Outros fatores que podemos apontar como fundamentais para o aumento dos idosos na nossa sociedade é a própria evolução da cultura com relação à preocupação com a saúde, alimentação e bem-estar, assim como o processo acelerado de urbanização que acabou por ampliar as redes de abastecimento de água e esgoto.
Contudo, apesar de uma melhoria considerável na qualidade de vida e no controle das doenças, os idosos enfrentam muitos problemas na sociedade contemporânea. Essa realidade toca tambémas atribuições da categoria dos assistentes sociais, que atuam na luta de defesa pela efetivação dos direitos do idoso conquistados a partir do movimento para a criação de uma lei de proteção a esses cidadãos.
Como na luta pela criação e aplicação do ECA, os idosos e militantes de sua causa conseguiram, em 1º de outubro de 2003, a aprovação da Lei n.10.741, que dispõe sobre o Estatuto dos Idosos. 
O art. 2º dessa lei assevera que o idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo de proteção integral de que trata essa Lei, assegurando-se por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade (CRESS, 2007).
De acordo com essa lei, é obrigação da família e do Estado respeitar e garantir ao idoso uma vida satisfatória: a participação no convívio social; a proteção; a saúde, não sendo tolerado nenhum tipo de discriminação, crueldade ou opressão à pessoa idosa.
Alteração da Lei BPC - LOAS(LEI Nº8.742, DE 7/12/1993- Lei nº12.435/2011). Alterando o direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idoso a partir de 60 anos que terá direito ao benefício no valor de meio salário mínimo Federal e a partir dos 66 anos a um salário mínimo Federal. ponto de vista econômico, a quantia de um salário mínimo não permite o atendimento satisfatório das necessidades de sua sobrevivência, principalmente quando vive em situação vulnerável e com famílias numerosas, tendo esse salário como único recurso financeiro para o sustento familiar.
Os idosos mais vulneráveis requerem mais demandas de recursos do sistema de apoio formal: Estado; sociedade civil; família. Quando a família não consegue prover esse sustento, o idoso acaba entrando em um processo de exclusão, que representa perdas nas relações sociais.
O Estado brasileiro apresenta uma lei consistente em relação aos direitos dos idosos, mas conta com um vasto contingente de pobres, uma política de saúde precária e uma política de valores que geralmente apresenta preconceitos e benefícios ínfimos. Isso expõe os idosos ao enfrentamento de problemas sociais e financeiros, e ainda ao abandono por parte da família, obrigando-os a ficar à mercê de políticas sociais de abrigamento em casas-lares.
A Lei n. 10.741 prevê, em seu art. 37, que o idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada (CRESS, 2007).
Apesar de a lei instituir o direito de moradia digna, muitos idosos sofrem em abrigos com instalações insatisfatórias e atendimento negligente. 
Por isso é preciso que os profissionais que atuam na área da efetivação dos direitos, como os assistentes sociais, estejam atentos para a construção de projetos e programas voltados à socialização, à integração dos idosos com seu meio social e à efetivação de seus diretos na área da saúde, habitação digna, transporte, assistência social, previdência, entre outras, de acordo a Lei n. 10.741, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre o Estatuto dos Idosos.
O Serviço Social 
e 
a pessoa com deficiência
O Serviço Social também atua na efetivação dos direitos das pessoas com deficiência. Como toda classe considerada minoria, os portadores de deficiência também travaram um luta para conquistarem maior apoio à sua integração social mediante a aprovação da Lei n. 7.853, que assevera em seu 1º artigo que “ficam estabelecidas normas gerais que assegurem o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência, e sua efetiva integração social [...]” (CRESS, 2007).
Os assistentes sociais devem estar atentos para o cumprimento dessa lei e de todas as formas jurídicas legais que efetivem os direitos das pessoas com deficiência. É certo que os problemas a enfrentar são muitos, em todos os sentidos, mas a questão da acessibilidade é uma luta diária que a pessoa com deficiência tem de enfrentar, pois é uma barreira que impede sua locomoção, o acesso a inúmeros locais, consequentemente, sua socialização.
Casos há em que, por exemplo, o cadeirante (usuário de cadeira de rodas) enfrenta situações, tais como subir em edifício sem rampa ou elevador, ou entrar em um transporte público que não esteja adaptado à condução para pessoas com deficiência. 
Dessa forma, pontuamos aos futuros assistentes sociais a necessidade de um trabalho competente, fundamentado nas leis de proteção às classes minoritárias. Os profissionais devem conhecer a fundo as leis para criar estratégias que viabilizem o cumprimento dos direitos, elaborando projetos que busquem a inclusão das minorias nas relações sociais, combatendo a exclusão e discriminação sofrida pelas crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.
O conhecimento da realidade e conjuntura social, ou seja, desvelar as necessidades reais dos usuários são desveladas é imprescindível para a criação das redes de trabalhos especializados.
Outro elemento que embasa os assistentes sociais para a construção de ações que possam ser executadas é o conhecimento das leis ou estatutos pertinentes à legislação defensora dos direitos sociais dos segmentos minoritários da sociedade. Fator também necessário para o cumprimento de políticas públicas que materializem os direitos sociais é o compromisso e o grau de comprometimento dos profissionais, fundamental para ações competentes e elaboração de programas e projetos que atendam as demandas concretas dos usuários do Serviço Social.
O Serviço Social 
e 
o trabalho de geração de renda
Outro desafio para a profissão é atuar na política de geração de emprego e renda, elaborando e desenvolvendo políticas alternativas de capacitação, com vistas a criar mecanismos que gerem renda para os usuários do Serviço Social. 
Carneiro (2007, p. 77) assevera que “o enfrentamento da pobreza crônica exige políticas intensas e prolongadas no tempo, envolvendo um conjunto amplo de ações e setores”.
É certo que vários fatores contribuem para o crescimento da pobreza, mas a permanência da exclusão do mercado de trabalho faz com que o ciclo de manutenção da pobreza perpetue-se em diversas famílias. Segundo Castel, Wanderley e Belfiore-Wanderley (2000), o desemprego constitui a “nova questão social”, ou seja, sua solução impõe um grande desafio, dado o contingente daqueles socialmente excluídos.
As políticas de geração de renda são importantes para novas estratégias que conduzam à sustentabilidade das famílias na contemporaneidade. Nos últimos anos, o combate ao desemprego e à pobreza ganhou centralidade nas ações de programas e projetos elaborados e desenvolvidos pelas políticas dos governos federais, estaduais e municipais.
Dessa forma, os assistentes sociais têm um compromisso de muita importância no trabalho de geração de renda, uma vez que, por meio de cursos e capacitações, podem capacitar os usuários, subsidiar, fortalecer e emancipar as famílias, de modo que elas trilhem o caminho de ruptura com a dependência financeira em relação às políticas assistencialistas dos estados e municípios.
Contudo, devemos salientar que só isso não garante a emancipação financeira dos menos favorecidos socialmente. Os assistentes sociais dedicados às políticas de geração de renda têm de trabalhar um conjunto de elementos para que, realmente, essas políticas efetivem a melhoria da qualidade de vida da população ou comunidade em que atua.
É preciso ainda uma investigação concreta da realidade econômica destes, saber qual produto o mercado consumidor pede, capacitando as famílias para a gestão (cuidado com a aparência do produto, valores de mercadoria, possibilidades de financiamento), para a criação de associações e cooperativas de forma que criem redes locais de fortalecimento, ampliando as possibilidades de inserção produtiva.
Carneiro (2007, p. 93) afirma que “existe no desenho da intervenção uma preocupação central com a dimensãode ativos e da criação de capacidade e de fortalecimento de dimensões psicossociais mais positivas para o enfrentamento da exclusão”. Indica-nos que os processos de fortalecimento e empoderamento dos usuários e famílias devem acompanhar as capacitações, cursos e alternativas de geração de renda viabilizadas pelos profissionais. Assim, o combate ao desemprego, à pobreza e à exclusão caminhará na construção de novas possibilidades humanas e aumentará as chances de respostas de uma vida digna e de direitos efetivados.
O Serviço Social 
e 
o trabalho na área rural
É sabido que a população rural sempre esteve em desvantagem em relação à população urbana, quanto à implementação de políticas públicas ou sociais. As conquistas para a população agrária sempre vieram após movimentos sociais organizados, reivindicações e conflitos sociais no campo.
A constituição Federal de 1988 promulgou, em seu artigo 94, parágrafo 2º, “uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais” igualando os direitos da população rural aos mesmos direitos da população urbana, sem distinção. 
Apesar das mudanças, a luta pelo acesso aos direitos sociais, aos bens e serviços, é grande e movimenta categorias de diversos profissionais que atuam na área rural, inclusive o segmento dos assistentes sociais.
Os assistentes sociais que atuam nesse contexto devem estar atentos para a essa condição precária de acesso às políticas públicas e sociais a que as famílias de agricultores são submetidas. Os incentivos financeiros e políticas de infraestrutura são destinados aos grandes produtores ou pecuaristas, que recebem o apoio das políticas estatais destinadas ao campo. Conforme constata Iamamoto (2001, p. 156),
acelerou-se não só a industrialização de produtos, equipamentos e insumos para a agricultura, mas a industrialização da agricultura, isto é, o processamento industrial dos produtos dela derivados. O apoio estatal à grande agricultura de exportação foi também estimulado, em detrimento da pequena produção de alimentos.
Essa política de incentivo aos grandes produtores foi responsável pela grande migração da população rural para as áreas urbanas, causando o êxodo rural. Iamamoto (2001, p. 37) informa esse é um “processo que ocorreu nos últimos vinte anos; somente nos anos 1970, mais de dezesseis milhões de pessoas migraram do campo para os centros urbanos”.
Esse fato foi gradativamente acontecendo no Brasil, em virtude de ineficazes políticas de apoio, financiamento e incentivo à população de pequenos lavradores da área rural.
Aliadas a esses fatores, podemos acrescentar as inovações tecnológicas, a mecanização e, consequentemente, as novas formas organizacionais de produção, que alteraram profundamente o mercado na área rural, expondo o trabalhador assalariado do campo ao desemprego. 
Toda essa mudança intensificou o processo de pauperização do pequeno produtor rural, que passou a submeter-se a transformações em seu modo de viver.
Outro fator que podemos apontar como estimulador do processo de expulsão da população rural para os grandes centros foi a mercantilização das propriedades rurais. 
O preço das terras subiu, desencadeando um processo de compra de terras para especulação. Assim, muitos adquiriram terras como reserva para um mercado de valor, e não para produzir e gerar empregos na área rural.
Conforme Iamamoto (2001, p. 106), “essa gradualmente moderniza a grande propriedade que assume a face racional de empresa capitalista, convivendo com as vantagens da apropriação de renda fundiária”.
Esse processo ocorrido na área rural alterou profundamente as relações sociais vividas pelo pequeno produtor, intensificou a violência no campo, desencadeando lutas pela posse das terras, conflitos entre grandes proprietários rurais e posseiros ou sem terras, e o trabalho escravo.
Com isso temos o seguinte panorama: a expulsão do homem do campo para as cidades faz crescer o contingente de populações nos grandes centros. Esse inchaço traz consequências diretas para o serviços sociais públicos, uma vez que há uma crescente demanda por parte da população subalternizada e pauperizada. 
Outro problema apresentado na realidade contemporânea para o Serviço Social é que o processo de migração contribui para o aumento do contingente de excluídos do mercado de trabalho das áreas urbanas. 
O mercado de trabalho exige cada vez mais qualificação, e a população rural que migra para as cidades não tem acesso a uma formação profissional mais especializada. 
Segundo nos aponta Iamamoto (2001), a massa de trabalhadores desempregados vai acrescendo sob o estigma de não corresponderem às necessidades médias do capital.
Sendo assim, os profissionais do Serviço Social que atuam na área rural convivem com a realidade de usuários que contam com poucas políticas de incentivo para a permanência no campo, tendo de trabalhar políticas alternativas de organização dessa população para geração de renda, como: economia solidária, criação de associações e cooperativas que viabilizem o fortalecimento dos trabalhadores rurais e a melhoria na qualidade dos produtos produzidos por eles, e inclusão no mercado consumidor.
O trabalho com as famílias na área rural também deve se estender para a capacitação sobre mecanismos de: vendas, finanças e gestão, conforme também já mencionamos. Outro fator importante é a organização e a politização dos indivíduos, instruindo-os para buscar junto ao poder público local de melhorias em sua região que venham ao encontro da inserção no mercado de vendas local, como: boa manutenção das estradas de acesso para escoar a produção, auxílio dos transportes públicos para o escoamento, criação de feiras locais para a inserção das próprias produções locais, implementação de políticas específicas de financiamento para produção, melhoria nas áreas da saúde e da educação.
Dessa forma, o Governo propicia melhoria na qualidade de vida do trabalhador rural e condições de sua permanência no campo. Diante do trabalho do assistente social nessas áreas, podemos concluir que um elemento fundamental de sua atuação é o envolvimento e a organização dos indivíduos e famílias. 
Esse processo compreende uma trajetória de emancipação e crescimento dos trabalhadores em diversas áreas em que atua o Serviço Social; mediante a socialização de informações e capacitações, acaba por construir nova lógica para o trabalho, tecendo redes de apoio, novas relações, conscientizando-os do seu poder e das transformações e melhorias possíveis em suas realidades sociais. Portanto, é fundamental que a mobilização e envolvimento dos usuários, na política em que o aluno atua, sejam levados em conta quando da elaboração e execução do projeto de intervenção. Isso é primordial para um projeto de execução competente.

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