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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO TURISMO TERCEIRA IDADE: UMA APRECIAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE TURISMO EMISSIVO EM NATAL - RN GILDEMBERG DA SILVA CARDOSO NATAL 2014 GILDEMBERG DA SILVA CARDOSO TURISMO TERCEIRA IDADE: UMA APRECIAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE TURISMO EMISSIVO EM NATAL - RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Turismo. Orientador: Michel Jairo Vieira da Silva, Msc. NATAL 2014 Cardoso, Gildemberg da Silva. Turismo terceira idade: uma apreciação das agências de turismo emissivo em Natal - RN/ Gildemberg da Silva Cardoso. - Natal, RN, 2014. 57f. Orientador: Prof. M. Sc. Michel Jairo Vieira da Silva. Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Turismo. 1. Turismo – Terceira idade - Monografia. 2. Agências de turismo - Monografia. 3. Mercado de turismo – Terceira idade - Monografia. I. Silva, Michel Jairo Vieira da. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 338.48-6 GILDEMBERG DA SILVA CARDOSO TURISMO TERCEIRA IDADE: UMA APRECIAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE TURISMO EMISSIVO EM NATAL – RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo. Natal – RN, Novembro de 2014. _____________________________________________________________ Michel Jairo Vieira Da Silva, Msc. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Orientador _____________________________________________________________ Sueli Aparecida Moreira, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Examinador _____________________________________________________________ Linaldo Silva, Esp. Centro Universitário Facex Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre acreditaram em mim, principalmente à minha mãe que não mediu esforços para que eu chegasse até aqui, sempre me encorajou e apoiou nos estudos. Aos meus irmãos, aos meus amigos e professores que sem eles não seria possível à realização deste trabalho. A eles devo uma eterna gratidão. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por sempre iluminar a minha vida, por ser autor de meu destino e de minha história, me conduzir na hora da angústia, dos sufocos, por não me fazer desistir de meus objetivos. Ao meu pai Gilberto Cardoso, minha mãe Eliege Carneiro, e aos meus irmãos Gilderlan e Thiago e toda minha família em geral. Agradeço a minha namorada Jéssica Darlane por estar sempre ao meu lado e me incentivar e me apoiar. Agradeço também a UFRN por me enriquecer de conhecimentos, proporcionando minha primeira graduação e os inúmeros amigos que fiz como Calrlos Alberto, Marcio Felix, Renato D’lavosier, a dupla Luiz Eduardo e Igor Amador, meu trio de veteranas Allyne Rayane, Analiane Nunes e Juliana Nascimento, a minha querida Alda Rener entre vários amigos. Ao professor Michel Vieira por ter paciência na orientação e me incentivar até quando pensei em desistir, mas que tornou possível a conclusão desta monografia. A todos os professores do curso, que foram importantes para a vida acadêmica e que de uma forma contribuíram para o desenvolvimento desta monografia. CARDOSO, Gildemberg da silva. TURISMO TERCEIRA IDADE: UMA APRECIAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE TURISMO EMISSIVO EM NATAL – RN. P.57 Monografia (Graduação em turismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN. RESUMO A pesquisa em questão analisará as questões de mercado do turismo para a classe da terceira idade, as agências, os roteiros e atividades que são oferecidos pelas agências desse segmento em Natal-RN. O objetivo deste estudo é mostrar como se encontra o mercado de agência de viagens para terceira idade, com destaque para o olhar dos gestores das empresas Inaraí Tour, Dandara Turismo e Gleyce Tour. Desse propósito se desdobrou o interesse em conhecer o perfil dessas agências, sua apreensão sobre o mercado e os pacotes de viagens ofertados. E para compreender esse fenômeno em Natal, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo-exploratório, se utilizando de entrevistas semiestruturadas com os 3 gestores. O que se percebeu é que o turismo na terceira idade vem surgindo como um ninho em fase de consolidação, inclusive em Natal, que o planejamento de pacotes para esse segmento exige uma série de especificidades, além de compreender que a maioria dos pacotes ofertados refletem o desejo do idoso por lazer, contato com cultura (muitas vezes o reencontro com práticas e ritmos do passado) e religiosidade. Palavras chaves: Agência de viagens. Terceira Idade. Natal – RN. ABSTRACT The research will examine the issues of the tourism market for the class of elderly, agencies tours and activities that are offered by agencies that segment in Natal. The aim of this study is to show how is the market for travel agency for seniors, especially the look of corporate managers Inaraí Tour, Dandara Tourism and Gleyce Tour. This purpose unfolded interest in knowing the profile of these agencies, their apprehension about the market and the packages offered. And to understand this phenomenon in Natal, we developed a qualitative, descriptive, exploratory study using semi-structured interviews with three managers. What became clear is that tourism in the elderly is emerging as a nest in a consolidation phase, incluive in Natal, the planning packages for this segment requires a lot of specifics, and understand that most of the packages offered reflect the desire of the elderly for leisure, culture contact (often a reunion with past practices and rhythms ) and religiosity . Key words: Travel agency. Elderly. Natal – RN. LISTAS DE ABREVIATURAS ABAV- Associação Brasileira dos Agentes de Viagens EMBRATUR- Empresa Brasileira de Turismo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MTur- Ministério do Turismo OMS-Organização Mundial de Saúde SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 11 1.1 Problemática ............................................................................. 11 1.2 justificativa ................................................................................ 12 1.3 objetivos .................................................................................... 15 1.3.1 objetivo geral ...................................................................... 15 1.3.2 objetivos específicos .......................................................... 15 2. REFERENCIAL TEORICO ....................................................................... 16 2.1 Fundamentos e conceitos de turismo .................................... 16 2.2 Historicidade e motivações das agências .............................. 18 2.3 Segmentação de mercado vs turismo terceira idade ............. 21 2.4 Caracterização e exercício das agências de turismo ............. 25 2.5 Planejamento de pacotes turísticos ........................................ 28 2.6 Terceira idade ............................................................................ 29 2.7 Turismo e qualidade de vida .....................................................32 3 METODOLOGIA ....................................................................................... 34 3.1Tipos de pesquisa ...................................................................... 34 3.2 Universo da pesquisa ................................................................ 35 3.3 Coletas de dados ....................................................................... 36 3.4 Análises dos dados ................................................................... 36 4 ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .................................................. 37 4.1 contextualização e perfil das agência de turismo terceira idade .......................................................................................................... 37 a) agência Inaraí tour ....................................................................... 37 b) Dandara turismo .......................................................................... 38 c) Gleyce tour ................................................................................... 39 4.2 opiniões quanto ao mercado de turismo terceira idade ................... 40 4.3 PACOTES SERVIÇOS E DESTINOS OFERECIDOS PELAS AGÊNCIAS ..................................................................................................................... 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 50 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 52 ANEXOS APENDICE 11 1. INTRODUÇÃO 1.1. PROBLEMÁTICA A prática de turismo na terceira idade vem ganhado espaço e se consolidando como um novo segmento de mercado, sinalizando pelo crescente número de pessoas com faixa etária acima de 60 anos, merecendo assim a atenção dos gestores de empreendimentos turísticos que querem captar tal público. Essa camada da sociedade tem a vantagem de ter mais tempo livre para o lazer. Querem e podem aproveitar atrativos e atividades desenvolvidas nos pacotes de viagens exclusivos. Produtos estes que oferecem destinos e serviços de modo individual ou coletivo com mais praticidade, agilidade e em alguns casos, mais barato – exclusivos para o interesse da pessoa idosa. . A expectativa de vida para cada criança brasileira nascida em 2013 foi projetada para 71,2 anos para homens e 74,8 para mulheres - esses são dados estatísticos do IBGE, dado esse que concretiza o fato de que a população esta vivendo mais e precisando de serviços específicos pra sua “melhor idade”. Os serviços proporcionados pelas agências de viagens específicas para os idosos - elaborados sob medida - satisfazem a vontade do cliente que vai ter o seu momento tempo de viagem alinhado com as expectativas de pessoas com o seu perfil. Quando se atinge a melhor idade o acesso a locais e certos tipos de atividades ficam certamente mais limitados. Muitos e por muito tempo preferiram e ainda preferem ignorar as necessidades dos idosos. Ser idoso no Brasil é vencer a barreira do tempo dos 60 anos e não estar apenas amparado pela Lei 8.842/94, pelo Decreto 1.948/96 e a Lei 10.741/03, conhecida como Estatuto do Idoso. Mas é também ter ainda poucos serviços de lazer voltados para seu “tempo”. Apesar dessa carência, as referências pesquisadas para dar um início a esse trabalho mostram uma grande variedade de lugares e destinos e melhoria na qualidades dos serviços oferecidos pelas agências de viagens tradicionais e especializadas no Brasil e no Mundo. OURIQUES (2005) diz que a melhoria se deu através da competitividade, comunicação, internacionalismo e a facilidade de transporte, e partiu no momento em que do ponto de vista do consumo, 12 elevou-se o padrão de vida das camadas que tinham menos acesso a produtos como o turismo. David Harvey (1993, p.131) descreve que “[...] o novo internacionalismo trouxe no seu rastro muitas outras atividades - bancos, seguros, hotéis, aeroporto e por ultimo o Turismo.” Esse cenário no passado permitiu que as agências se desenvolvessem proporcionando a atenção e o conforto ao turista a partir da segmentação de mercado e uma delas a terceira idade. Na atualidade se consolidam como empresas “consultoras de turismo”. Contudo, é relevante saber se as agências de viagens, a dizer em Natal – RN vêm valorizando e se aperfeiçoando para atender a demanda de viagens para pessoas que já tem 60 anos ou mais. Estão elas – operadoras e agências – atentas a buscar os melhores meios de transporte, as melhores parcerias e convênios com meios de hospedagem que proporcionem conforto? Os atrativos estão alinhados com esse público? Todos os recursos têm que ser definidos previamente, podendo ser oferecidas, ainda, opções de inclusão de outros produtos, como, por exemplo, ingressos para eventos, ou parques. Essa inquietação acerca das condições desse mercado de agência de viagem, abrangendo algumas agências da capital e seus principais destinos, enfocará nas viagens especializadas no emissivo para terceira idade, sendo o presente trabalho alicerçado na pergunta-problema: - Como se apresenta o mercado de agências de viagens emissivas para a terceira idade em Natal-RN? 1.2 Justificativa O turismo da terceira idade vem sendo cada vez mais procurado por este público que busca no segmento um sentido melhor para esta fase da vida, que, além disso, estimula e promove o convívio social com pessoas de mesma idade e de mesmos objetivos, além de promover a aquisição de novas experiências culturais, facilitar o entrosamento e amizade com outras pessoas. Vivências que proporcionam reflexos positivos para essas pessoas. Na literatura e no mercado a segmentação do turismo para a terceira idade vem se tornando um tema bastante promissor. Principalmente para o 13 mercado, pois as facilidades e conquistas recentes para essa faixa etária fazem com que as pessoas viagem mais. Muitos não têm mais preocupações com os filhos que já estão “criados”, e desejam o seu tempo livre para aproveitar, além de terem mais saúde e disposição e com a possível aposentadoria que permite “férias o ano inteiro”. Uma pesquisa realizada em 2013 realizada pela ABAV (Associação Brasileira das Agências de Viagens) aponta que o turismo da terceira idade é o responsável por 20% da receita gerada pelo turismo brasileiro. A classe se beneficia de uma boa vantagem que adquire por ter disponibilidade em viajarem nos períodos considerados de baixa temporada com desconto até 30%. Esses clientes tem um potencial para a economia turística. Visando isso o Ministério do Turismo lançou o Programa Viaja Mais Melhor Idade, para facilitar e estimular brasileiros acima de 60 anos a viajar pelo País. Pacotes especiais apresentados por agências com descontos exclusivos em meios de hospedagem fazem parte do programa e para atender esta parcela significativa da população, todo o trade turísticos aos poucos vem vendo que há uma necessidade e filão de mercado, e está buscando se adaptar a esse público. Não apenas agências, mas hotéis, restaurante e atrativos começam a oferecer serviços diferenciados, com espaços mais iluminados e banheiros acessíveis e tapetes antiderrapantes. Medidas simples, mas que fazem toda a diferença para os clientes nessa faixa etária. Apesar de ainda está em discreto crescimento no Brasil, a preocupação com a terceira idade mostra a atual importância deste público no mercado turístico. Dado isso já se apresenta a relevância mercadológica de estudar tal tema. OLIVEIRA (2007) em seu artigo publicado comenta e questiona “[...] sociedade esta envelhecendo – ou seria vivendo mais?” O aumento da longevidade pode ser explicado pelo controle da natalidade onde a população cresceu em pequena proporção, pela erradicação de doenças transmissíveis onde o medo e a prevenção tornaram o ato sexual com o intuito de gerarum filho cauteloso e planejado, pelo cuidado da nutrição e da saúde. As comparações do autor o levaram a afirmar que “A expectativa de vida há 100 anos era em média 50 e hoje a media é de 79 anos, então como não se voltar 14 os olhos para essa camada da sociedade que é a terceira idade, grupo que se desenvolve com uma melhor perspectiva de vida.” Dados estatísticos apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que em 2050 a população de idosos poderá se igualar a mesma quantidade da população de jovens, por tanto a sociedade tem que está preparada para esse mundo novo que esta surgindo. Tal trabalho acadêmico vem colaborar com essa busca pelo “mundo novo” que é o da preocupação das agências em montar um pacote específico para o idoso, reconhecendo o valor e o poder de compra e decisão que a terceira idade vem adquirindo. Segundo os pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) são relatados que nos dias de hoje é mais importante o idoso ter vez e voz do que saúde, e não reprimir sua opinião, vontades de aproveitar mais a vida através do lazer, é uma matéria de ordem. Apesar disso, não são muitos os trabalhos acadêmicos que versam sobre tal tema, sendo esse texto um colaborador para o fim dessa carência. Apesar disso, apresentam-se abaixo alguns autores nacionais que nos últimos anos contribuíram para esses estudos. QUADRO 01 – Produções acadêmicas acerca do tema Autor Titulo Instituição Ano FABRICIO SALES DE OLIVEIRA Qualidade de Vida na Terceira idade: Análise na importância do lazer Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas- FACE Dissertação (2007) MARIANA FERLINI Estudo de necessidades de implantação do fluxo de caixa e melhoria na gestão da capital de giro de uma agencia de viagem. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, escola de administração programa de pós- graduação em finanças Dissertação (2009) GUSTAVO DO NASCIMENTO CAETANO Segmentação de mercado para a identificação de nichos na criação de agencias de viagens em natal-RN Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN Monografia (2012) 15 BRUNA BEATRIZ HOFFMANN Universidade regional de Blumenau centro de ciências jurídicas Curso de direito do idoso: realidades locais Fundação Universidade Regional de Blumenau. Centro de Ciências Jurídicas, Curso de Direito do Idoso: Realidades Locais Dissertação (2012) VIVIAN MAITÊ CASTRO Intencionalidade e transdisciplinaridade, educação cultura popular, turismo comunitário: o caso da ação grio nacional Universidade Federal da Paraíba - UFPB Monografia (2009) 1.3 Objetivos 1.3.1. Objetivo geral Analisar as condições de mercado de agenciamento emissivo de viagens para a Terceira Idade em Natal-RN. 1.3.2 objetivos específicos Conhecer o perfil de 3 agências que atuam diretamente com o segmento terceira idade (Inaraí Tour, Dandara Turismo e a Gleyce Tour). Apresentar as opiniões dos seus gestores quanto ao mercado de turismo terceira idade em Natal – RN. Identificar os principais pacotes, serviços e destinos oferecidos por essas agências. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Fundamentos e conceito de turismo O turismo apesar de ser uma prática vivenciada pelas civilizações antigas, a algumas décadas é que vem sendo alvo de pesquisas cientificas mais profundas e inquietas, pois se percebeu para além de uma atividade econômica com um grande poder de gerar emprego e renda, mas um grande fenômeno social. Antes do termo “turismo”, o ensaio da prática já tinha sido iniciado milênios atrás antes de Cristo, em virtude da procura exploratória dos povos antigos, em busca de novas terras e as longas viagens motivadas pelo comercio. Segundo INGARRA (1999, p.15) “o turismo em termos históricos se iniciou quando o homem deixou de ser sedentário e passou a viajar, principalmente motivado pela necessidade de comercio com outros povos”. A partir do momento que recebia influencia e motivação religiosa, e no império romano eram comuns viagens para visitar as termas, tendo como característica o que se conhece por turismo de saúde. O habito de viagens para outros locais é um fenômeno antigo e abrange inúmeros motivos na historia da humanidade. Definir o conceito de turismo ainda é complicado, pois há controvérsia entre os autores em relação a essa matéria. Para ABRANJA (2012, p. 05) “Na medida em que estamos a falar de uma atividade de tal forma transversal que qualquer definição que se consiga encontrar revela-se sempre incompleta”. O turismo está ligado a viagens, no entanto, nem todas as viagens são consideradas como turismo. A OMT (organização mundial do turismo) define o turismo como “o deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas inferior a 1 ano motivado por razões não econômicas”. E INGARRA (1999, p. 25) acrescenta: O turismo é o deslocamento de pessoas de seu local de residência habitual por períodos determinados e não motivados por razões de exercício profissional constante. Uma pessoa que reside em um município e se desloca para outro diariamente para exercer sua profissão não estará fazendo turismo. Já o profissional que esporadicamente viaja para participar de um 17 congresso ou para fechar um negócio em outra localidade que não é de sua residência estará fazendo turismo. Com essas afirmações – de certa forma até frágeis – pode-se ver que os viajantes são consumidores de serviços turísticos independentes de suas motivações, podendo então ser classificados como Turistas de acordo com a OMT. São aquelas pessoas que entram em uma localidade não habitual e que permaneça no prazo mínimo de 24 horas e no máximo 1 ano com fins turísticos como lazer, saúde e esportes, peregrinação, estudos, visita a familiares, sem propósitos de migração. Quanto à estrutura dessas viagens, têm-se as viagens feitas em grupos ou individualmente para locais conhecidos autonomamente escolhidos pelos turistas (não institucionalizadas), ou sugeridos por agências de viagens (institucionalizadas). Independente disso, o turista clássico procura quebrar sua rotina e experimentar novos modos de vida. DIAS e AGUIAR (2008) em introdução a sua teoria descreve que nos dias atuais o turismo está bastante ligado a dois fenômenos que vêm ganhando bastante força a cada ano que se passa, são elas a globalização e a terceira revolução tecnológica e cientifica que mexerá nas estruturas e comportamento de diversos equipamentos turístico, a de se perceber as agências. Nesse terceiro milênio o crescimento do turismo terá um maior impulso a partir de maiores avanços da tecnologia e globalização. “Um aspecto que devemos considerar é que o turismo, ao mesmo tempo em que sofre influencia da globalização, contribui para a sua expansão e consolidação” (DIAS e AGUIAR, 2008, p.12). A contribuição do turismo está desse modo ligado ao desenvolvimento de uma consciência global onde busca facilitar a comunicação, promovendo um intercambio de ideias, gerado por pessoas de todo o mundo. Os indivíduos hoje podem contar com diversos recursos para o seu deslocamento, e facilmente conhecer lugares inóspitos, motivados pelo fator pessoal que é a “curiosidade”, com o intuito de saber como é a Antártida, por exemplo, ou o deserto do Saara. 18 Em meio a esse cenário, é preciso destacar a agência de viagem, que desde sua criação ainda no século XIX com Tomaz Cook (idealizador do modelo clássico de agenciamento de viagens) vem sendo uma mediadora desses deslocamentos de lazer, e que nos últimos anos vem se realinhando ante os processos globais, sendo necessária a contextualização desse setor. 2.2 Historicidade e motivações das agências De modo geral, as agências deturismo tiveram seu surgimento devido a uma necessidade de deslocar-se de forma organizada. A literatura aponta o surgimento inicial na Europa e depois na América do Norte. Segundo REJOWSKI (1999, p. 48 apud BRAGA, 2007, p. 03) “a agência Abreu turismo, criada na cidade do porto em 1840, vendia passagens de trem de Lisboa para o porto e de navio para a América do Sul, sobre , tudo para o Brasil.” A agência fundada pelo português Fernando de Abreu, é até hoje pertencente a seus descendentes da quinta geração, e na época foi fundada inicialmente para tratar de passaportes, vistos e passagens de imigrantes. Abordando o assunto de pioneirismo de agências de turismo agora no formato popularizado, BRAGA (2007, p.04) destaca o primeiro agente de viagens profissional considerado pelos estudiosos da área de turismo, que é o Thomas Cook. Sua atuação se deu em 05 de julho de 1841, quando fretou um trem para transporta 570 pessoas por 11 milhas para que participassem de um congresso antialcoólico na Inglaterra. Como membro da entidade, ele promoveu essas primeiras viagens sem o objetivo de obter lucro, e sim de caráter filantrópico. Empreendeu mas três viagens com esse mesmo objetivo, e em seguida organizou uma excursão de lazer em 1845. Para CANDIOTO (2012) naquela época os meios de transporte se tornaram mais seguros, despertando o interesse de pessoas em viajar e conhecer outros lugares. Ali se visualizava a necessidade de gerar meios, facilidades e informações para que pudessem empreender viagens de forma segura, concepção que ate hoje norteia a função das agências de viagens. O surgimento dessas agências facilitadoras teve um impulso no seu crescimento, Acerenza (2002, p.37 apud BRAGA, 2002, p.11) diz que o avanço 19 das agências foi tanto que em “1878 havia um total de 250 agências de turismo no mundo, e o número continuava a crescer”. No Brasil, infelizmente, não há muitos registros de informações sobre o desenvolvimento desta atividade, apesar de se saber da existência de diversas “casas” (como eram chamadas agências para venda de passagens de avião e transporte de encomendas) em regiões portuárias do Brasil. Todavia, elas eram eminentemente estrangeiras. Apenas em 1943 foi fundada a primeira agência brasileira - Agência Geral de Turismo [...]. Na época São Paulo tinha menos de 2 milhões de habitantes, não havia grandes redes hoteleiras e nem aviação comercial estava desenvolvida no Brasil. Mais havia uma procura relevante de turismo marítimo para viagens nacionais e internacionais. A Agência Geral começou criando excursões de ônibus, e [...] lançou o primeiro carnaval aéreo para o rio de janeiro. (REJEWSKI, 2011 apud CANDIOTO, 2012, p.18) Essa data foi marcante para pensar o início do crescimento do serviço de agenciamento de viagem no Brasil, com expansão dos pacotes turísticos, preços e serviços inclusos organizados pelas operadoras. Mas não apenas isso, em 1953 no Rio de Janeiro surgiu a ABAV (associação brasileira de agência de viagens), uma entidade criada por 15 agências de viagens, com a intenção de defender e resguardar os interesses da classe. BRAGA (2007) ainda afirma que era uma forma de organização dessas empresas frente a hoteleiros. Posteriormente outras sedes da ABAV foram estruturadas em outros estados da federação. PILIPPI e RUSCHMANN (2010, p. 417) comenta que é no período pós- guerra especificamente em 1960, que se detectam os primeiros fragmentos de turismo em massa e o surgimento de segmentos no Brasil. Para que surgisse o deslocamento em massa no Brasil, BRAGA (2007) comenta que o avanço e a procura do turismo fez com que surgisse primeiro as primeiras operadoras turísticas nos Estados Unidos em 1928, com o objetivo 20 de criar viagens organizadas em grande volume, ganhando mais força na década de 1930, onde as agências se especializaram em viagens em grupo feitas em automóveis e ônibus. Enquanto isso, durante todo o século XX, o número de agências no Brasil estava numa crescente. ANSARAH (2000, p. 57) diz que “a competição imposta pelo mundo globalizado tem exigido cada vez mais preparo e melhor desempenho das equipes das empresas”. Para se dar continuidade sabe-se que se faz necessário as pesquisas que favoreçam a qualidade no desenvolvimento do turismo. Em 1970 as técnicas de marketing foram se aprimorando já visando o produto turístico e a produção da oferta, sendo que essas atividades se expandiram por todas as agências do mundo e no Brasil não seria diferente – se consolidando também os CRS’s (sistema de reservas das companhias aéreas) e depois os GDS’s (sistema global de distribuição). Em 1980, as agências começaram a ter um grande fluxo de deslocamentos internacionais e marcam o surgimento das primeiras agências segmentadas, como foco em turismo de aventura, ecológico e pedagógico. Os anos 90 teve seu marco pelo crescimento de viagens, produtos diferenciados, avanço da tecnologia, além disso, a união das grandes agências e empresas turísticas. Uma das afirmações de BRAGA (2007, P.09 apud POZZATI, 2002) é que “o final da década de 1990 e o inicio do século XXI são períodos marcados por novas formas de distribuição com modernas tecnologias, maior competitividade e diminuição das comissões”. O que gerou o processo de desintermediação do serviço. Baseado nas descrições de diversos autores é possível ver o nível evolutivo das agências, o seu desempenho com o passar das décadas, mas também observar um considerável declínio entre o final e início de milênio, diminuindo o potencial lucrativo, quando não a falência de empresas. Para tal declínio diga-se assim sobre essa abordagem, Tomelin (2000 apud BRAGA, 2007, p. 21) descreve que “a partir do surgimento da internet como uma nova ferramenta operacional e comercial associado ao desregulamento do 21 transporte aéreo e demais fatores marcante do século XX, estaria ocorrendo uma mudança no perfil do agente de viagens”, vitimas da desintermediação. Essa mudança desvincula uma parceria imposta já existente dos serviços, obrigará a reestruturação das agências para sobreviver, buscando intermediação, com a reestruturação das empresas e objetivos mais específicos caracterizando um novo perfil do agente mais competitivo, muitas vezes mais “consultor” – que está envolvido em todas as demandas na construção personalizada de roteiros com a “cara” do cliente, apresentando-se também como trabalhador de uma agência voltada para uma segmentação específica de mercado – um público-alvo muito bem traçado. 2.3 segmentação do mercado vs turismo de terceira idade A realização do turismo e de viagens envolve uma soma de diversos serviços e produtos turísticos, como transportes, hospedagens, restaurantes e atrativos. Estes serviços podem ser comprados diretamente às empresas ou seus intermediários, e as agencias de viagens são consideradas uma das principais fontes de comercialização turística. A função principal dessas empresas de serviços é fazer a intermediação o cliente ao produto, podendo ser a partir das informações, até às atividades e destinações elaboradas pela própria empresa. É possível dizer que as agências de viagens de turismo surgiram em função da necessidade dos viajantes em relação a organização da suas viagens (roteiros) e à providencia de informações, documentos e reservas de transporte, hospedagem e entretenimento.(BRAGA, 2008, P. 20) Devemos saber que as agências de turismo não são catalizadoras de interesses econômicos neste mercado. Quando se entende sua real função, pode-se ver que elas devem em sua missão colaborar com o desenvolvimento de forma sustentável para o turismo, pois estão cientes de questões sociais, históricos, culturais, e de preservação de recursos naturais. Já que são 22 unidades de negócios que dependem do turismo para sobreviver, se preocupamcom as consequências dos destinos visitados por sua influencia. BRASIL (2014) em seu blog afirma que, Apesar de todos os problemas existentes, os avanços da tecnologia facilitadora estimulam os interesses comerciais, e essas variáveis não atrapalha a economia brasileira, que permanece crescendo com o turismo, independente de quem será o mandato presidencial e sim dos investimentos para essa área mercadológica. Segundo BRIDI e SANTOS (2012, p. 33) “o impacto do surgimento da internet como nova ferramenta de apoio comercial e operacional, aliado à desregulamentação do transporte aéreo e a demais fatores econômicos, tonaram-se desafios a serem enfrentados pelas agências de turismo no limiar deste século”. Para esses novos desenvolvimentos e adaptações, as agências de viagens estão se reinventando, investindo em segmentações que vem surgindo, e para isso, fazem necessária agregar valores ao seu serviço de acordo com a necessidade dos turistas e a disponibilidade dos produtos e comércio, mantendo a importância do negocio. A internet cada vez mais estará sendo um dos meios mais eficazes no que se diz respeito aos pacotes elaborados, e tendo em vista o aumento continuo dos passageiros, os serviços oferecidos nas agencias dependerá do ramo hoteleiro, que deverá estar respondendo bem a esse aumento nas hospedagens. A população em geral, principalmente as médias urbanas tiveram um aumento no acesso a informações e no seu tempo livre - é o caso da população da terceira idade. Os interesses por temas diversos constituíram varias comunidades que querem consumir produtos específicos. Para uma demanda turística isso é motivado pela heterogeneidade de motivações para fazer uma viagem, onde novos segmentos surgem, constituindo ofertas diversas. Quando se sabe o nicho a qual se predomina na busca, se torna mais fácil identificar o ideal na hora de viajar, pois nem sempre o que a comunidade LGBTT quer a comunidade evangélica vai querer, e dessa forma temos varias 23 segmentações como a de jovens formados, segmentos evangélicos, de terceira idade, esses são públicos a serem tratados de maneira particular, sendo favoráveis destinos adaptados onde às agências de viagens em meio de transporte satisfaça essa demanda. O novo segmento de mercado se dá através de turistas com comportamentos homogêneos, que querem atendimento particular e lugares selecionados, e isso hoje em dia se torna comum devido a facilidade de credito e a diminuição dos preços das passagens, e claro os gostos e preferencias. O conhecimento desses novos grupos como é o caso da população da terceira idade ocasiona novos produtos, como locais e seus atrativos, como também os serviços prestados. Saber o potencial desse conjunto pode ser um fator para o crescimento do local partindo do aperfeiçoamento do marketing. Nesse mercado DIAS (2008, p 67) afirma que: A segmentação de mercado consiste na sua divisão em grupo de consumidores relativamente homogêneos em relação ao critério adotado (idade, interesses específicos, etc.), com o objetivo de desenvolver para cada um desses grupos, estratégias de marketing diferenciadas que ajudem a satisfazer as suas necessidades e conseguir os objetivos de atração da demanda para determinado núcleo receptor. É possível obter muitas vantagens através da segmentação de mercado, quando se sabe o público alvo mais rentável, e o período certo para cada programação, como é o caso das baixas temporadas e os preços para montar uma viagem programada são mais vantajosos para grandes e pequenos grupos, onde as competições por locais são mais fracas no ano e sua definição mais precisa ajuda-o a encontrar o destino desejável. Pode-se ver que o seguimento turístico é um método muito bom e eficaz. Porém, ele tem que ser viável e ser reconhecido a partir do seu marketing. Para que venha a dar certo deve ser mensurável no seu tamanho e em outras variáveis esse segmento, e através da promoção sua acessibilidade deve ligar a canais existentes ou potenciais já conhecidos, para que seja direcionado a 24 serviços consagrados e com boa impressão. O seu mercado alvo tem que ter um tamanho considerável para que haja uma lucratividade, e para que isso aconteça se faz necessária a junção do visitante ao local ideal. A principal característica é que com estas definições fique mais competitivo e proporcione mais vantagens para os dois lados, tanto o consumidor, como quem vende o produto. O segmento de mercado tem diversas modalidades podendo eles se interligar por características de nichos subdivididos e suas diversificações: - O turismo sol e praia é uma das formas mais conhecidas e procuradas, tem como seu forte o turismo de massa, e estão tentando fugir desse seguimento de extrema sazonalidade dando origens a estratégias para ter maior aproveitamento e direcionar o publico a conhecer também eventos fora de época, e dar atenção a exploração de ecoturismo e do turismo cultural ambas as modalidades são apreciadas por todas as idades. - O turismo cultural é uma modalidade alternativa, pois esta sempre associada a outras formas de busca pelo turismo e que tem um grande crescimento e complementa qualquer outra segmentação. O turismo cultural é vinculado aos patrimônios históricos, aos patrimônios arqueológicos, a gastronomia, ao patrimônio religioso, aos museus, ao patrimônio industrial e o rural, que atraem os turistas na baixa temporada, é o caso dos festivais. - O turismo urbano que caracteriza no entorno da oferta cultural em que a cidade pode ter: centros históricos, atividades recreativas como entretenimento ou compras, e o profissional que frequenta feiras e exposições. - O turismo voltado para a natureza tem uma grande força com o ecoturismo e o turismo rural, sem contar fotógrafos exploradores em busca de imagens perfeitas ou apenas registrar os momentos vivenciados. A natureza é o principal fator para uma atividade sustentável. - O turismo rural se caracteriza como turismo de natureza, mais ele possui uma ligação homem natureza, com detalhes urbanos, tendo existência de casas, sítios, fazendas e distritos rurais. Não necessita de grandes investimentos na infraestrutura e possibilita novas rendas ao homem do campo. 25 - O turismo de aventuras (ou esportivo) são atividades ou esportes praticados em montanhas, corredeiras e árvores, esportes aéreos, e entre outros. Essa pratica é mais visada pelo publico jovem mais que são adaptáveis a terceira idades e outros públicos. - O turismo de pesca, que tem possibilidades de grandes desenvolvimentos no Brasil, em virtude de sua grande orla marítima, que possuem uma grande variedade de peixes é comum ver os famosos “pesque e pague” que normalmente ajuda o desenvolvimento de um município. - O turismo de negócios é essencialmente urbano e que não é afetado pela sazonalidade, e pode ocorrer o ano todo, podendo gerar 3 bilhões de reais e mais de 160 mil postos de trabalho nesse período. - O turismo de terceira idade, que se desenvolve cada vez mais em todos os países, devido ao numero de pessoas idosas mais independentes com melhores condições de vida seja ela econômica ou de bem estar e saúde. No seguimento de terceira idade o turista busca os mesmos serviços já prestados a população, no entanto esse grupo necessita de uma atenção maior, pois é preciso alguns cuidados simples que podem fazer uma grande diferencia para o usuário, a sua busca é mais focada no lazer e na diversão ou apenas no seu descanso. 2.4 Caracterização e exercício das agências de viagens e turismo Para as agências de viagens o seu principal negócio é a distribuição de produtos e serviços turísticos, elas atuam de diferentes maneiras e fazem a intermediação entre a oferta e a demanda turística. Seus serviços segundo BRAGA (2007, p.20) se dá através de uma formarepresentação de vendedores oficiais de um produto ou serviço, e que atuam num espaço geográfico especifico, da distribuição que tem caráter atacadista por comprarem grandes quantidades de produtos e serviços de representantes e com preços do que o praticado no mercado varejista, ou apenas atendendo os diretamente os passageiros com informações mais detalhadas sobre os tramites com caráter varejista com serviços disponíveis. 26 Para ABRANJA (2012, p.40) “são agências de viagens e turismo as empresas que se encontrem licenciadas para tal e cujo o objetivo compreenda as atividades seguintes: A organização e vendas de viagens turísticas A apresentação de outras agências e operadoras nacionais ou estrangeiras com intermediação nas vendas de produtos. A reserva de serviços em empreendimentos turísticos Vendas e reservas de bilhetes em meio de transportes A recessão, transferência e assistência a turistas Deste modo, somente as empresas devidamente caracterizadas por essas funções podem usar a denominação “agência de viagem e turismo”, pois como fator para a sua existência predomina a comercialização de serviços organizados para as viagens. Segundo Lage (2000, p. 63 apud MAMADE, 2003, p. 27) Toda a agência deve ter como objetivo está opta a prestar um atendimento (pessoal/telefone) feito com simultâneo acesso ao cadastro do cliente, de modo a utilizar as características para estruturar as transações adequadas a seu perfil (nesse caso, da terceira idade). O cliente terá uma maior segurança em ser por uma agência devidamente credenciada e conhecida, pois existe um grau de confiança na hora de fornecer os dados pessoais para o cadastro. Identificar o perfil certo para adquirir o produto ou serviço. As agências de turismo tem um papel fundamental na estrutura turística, facilita no fornecimento de tarifas, traça itinerários, agenda as reservas emitem e alteram bilhetes aéreos que é a principal função das agências de viagens. No foco da Terceira Idade, essas rotinas se desdobram para o interesse desses grupos, acrescentando também roteiros exclusivos para seus 27 interesses, cuidados especiais com a saúde dos turistas; apoio em questões tecnológicas e de comunicação virtual e acompanhamento de transfer; entre outas atividade. Uma agência de viagens tem como um facilitador e principal aliado nos dias de hoje à tecnologia, e junta a elas um sistema de reservas ligadas principalmente as companhias aéreas, que permite buscar de maneira distinta, tarifas e itinerários diferentes do de hoje na internet. CANDIOTO (2008, p.13) diz que: “são chamados global distribution system (GDS) sistemas transacionais dedicados a distribuição de serviços aéreos, hospedagem, locação de veiculo, entre outros. A busca é mas rápida por estarem inseridas nesse sistema a maioria das empresas aéreas do mundo”. Com essa afirmação pode-se ver que inserção de tecnologia do GDS nas agências de turismo (segmentadas ou generalistas) criou um sistema unificado no quadro de reservas computadorizadas junto ao CRS, adiantando assim as agências a organizar detalhadamente horários e datas de reservas que se encachem no perfil desejado do consumidor – nesse caso, terceira idade. Uma grande vantagem com o sistema é poder negociar um pacote de viagem, já que a tecnologia ajuda e engloba todos do ramo turístico, determinando previamente possíveis alterações. CANDIOTO (2008, p. 14) ainda afirma que “para um agente de viagens, é importante diferenciar o seu atendimento, agregando valor ao seu produto”. Ou seja, se um profissional for atento e organizado, ele irá disponibilizar informações mais precisas sobre um meio de hospedagem do que se comparado a internet. E essa disposição para informar se torna ainda mais latente quando se trata do segmento da terceira idade, que em alguns casos não tem hábito de acessas sistemas virtuais, mas que clama em suas viagens por informação, e pacotes especializados. 28 2.5 Planejamentos de pacotes turísticos Para as agências de viagens, uma forma de ser mais competitivo no mercado turístico (não apenas para terceira idade) é a formação de pacotes com parcerias de empreendimentos e seus produtos ligados a este ramo. O pacote feito por agentes de turismo é uma forma final para a sua comercialização, pois sua fase anterior ainda é a transformação de serviços em atrativos. Para ABRANJA (2012, p.59) “a matéria prima é constituída de bens tangíveis (a infraestrutura) e intangíveis (sonhos ou desejos de viajar)”. Apesar dos pacotes serem destinados a consumos de produtos concretos como hotéis, transporte entre outros, o sonho de viajar é o que proporciona a satisfação na hora da compra. O conjunto de bens e serviços ligadas as atividades turísticas se interliga fazendo-se necessário uma boa relação entre si para que se dê origem a um pacote para a utilização no comércio. Os principais componentes para a sua estrutura é o transporte, a alimentação, a acomodação e o entretenimento. O pacote ou o produto a ser comercializado para a pública terceira idade tem como base três elementos: os atrativos, as facilidades e o acesso. MAMEDE (2003, p, 36) comenta que a escolha do turista é dada através dos atrativos, um elemento do produto turístico, a qual incentiva a visita à determinada localidade, ou seja, o fluxo de uma determinada região seja ela natural ou superficial. Os produtos sozinhos normalmente não geram um fluxo, mais as atrações fazem com que os turistas possam aproveita-las, como a infraestrutura turística, que necessitam de meios de hospedagem, sua alimentação e o entretenimento da localidade, sem esquecer a infraestrutura básica que é fornecida pela localidade, como saúde, segurança, e comunicação. É possível ver hoje em dia turistas quererem indicações ou que estejam incluso nos pacotes restaurantes que tem um potencial como atrativo, que atenda diversos gostos, dos mais rústicos aos mais refinados, que tenham ambientes com verdadeiro cenários. A acessibilidade é um dos fatores principais para se chegar às atrações 29 da região por meios de transporte, principalmente pelas vias de comunicação que promove a socialização e a integração do turista e da comunidade. Além de acessibilidade para portadores de necessidades especiais nos atrativos e equipamentos a serem visitados. A venda dos pacotes turísticos para as agências de turismo podem ser um pouco mais complicado do que aparenta, pois o produto deve ser conhecido pela mesma antes de ser ofertada, depois do reconhecimento é que se divulga o produto e o comercializa. Para que o produto chegue ao cliente tem todo um preparo com antecedência, CAMPOS (2010, p. 24) chama a atenção para s cuidado que uma agência deve ter no preparo dos pacotes, tem que ter um seguro viagem e assistida a cada parada que o cliente fizer, e tudo isso sendo cronometrado, tendo até a previsão de seu despertar. Tudo isso envolve um planejamento longo e complexo junto a diversas empresas e prestadoras de serviços. Os meios de visualização são feitas através de sites, divulgação em eventos e anúncios em mídias. Na concretização da venda do pacote, o agente entra em contato com o fornecedor para esclarecimentos e reservas. Todas as negociações a partir da solicitação ate a confirmação dos serviços devem ser registradas por ambas as partes. BENI (1997, p. 149) diz que: “cada empresa vende um produto que de certo modo se traduz como único e diferenciado dos demais e, neste sentido, assemelha-se a uma empresa monopolista.” Seguindo essa linha de raciocínio, cada agência tenta produzir um pacote diferenciado para conquistar os consumidores (aqui terceira idade). As informações a serem consideradas na elaboração dos pacotes é o conhecimento do local, a definição dos roteiros e sua duração, a atividade a seremincluídas, saber o orçamento do conjunto dos serviços, na hospedagem ter definido os pernoites para evitar imprevistos as condições de pagamento, e de preferência ter um guia para conduzir o grupo aos atrativos em questões 2.6 Terceira idade É possível ver o expressivo aumento dos idosos na população, e é um 30 fato incontestável. Hoje o mercado turístico liga essa realidade ao novo mercado potencial, e tenta se empenhar para adaptar seus produtos as necessidades encontradas. FROMER (2003, p 08) diz que: é importante discutir a forma pela qual o idoso (cidadão e consumidor) é compreendido pelo turismo (fenômeno social e empresarial). É relevante, ainda, apontar novos desafios para o profissional do setor, alertando para a necessidade de investimentos em produtos para a terceira idade, sem tratar esse publico como incapaz ou desvalido, usando a criatividade e a sensibilidade para trabalhar com suas especificidades. Para tal afirmação compreende-se um novo desafio para as empresas que iram se adaptar para esse público. De modo inicial, a percepção negativa do idosos não está apenas nos jovens, mas também no próprio “velho” que carrega esse conceito depreciativo. O idoso é um cidadão e consumidor com a mesma igualdade de força de consumo que as de outros grupos etários, necessita apenas de algo mais específico, pois possui direitos, autonomia, desejos e tem sus próprias ações e opiniões. Para FROMER (2003, p. 13) “é flagrante a necessidade de se desenvolver pesquisas sobre o tema, seja para esclarecer e instrumentalizar o mercado, seja para melhor conhecer esse publico e atende-lo de forma mais condizente”. O turismo para a terceira idade é um assunto novo e pouco abordado, mas sabemos que o idoso é jugado como invalido por parte da sociedade. Para Beauvoir (1990, p. 17 apud, FROMER, 2003, p. 17) “a velhice não é um fato estático; é o resultado e um prolongamento de um processo (...) e está ligada a ideia de mudança.” Messy (1999, p. 25 apud Fromer, 2003, p. 22) acrescenta que “Associar a terceira idade a fase de perdas pessoais reforça a imagem de debilidade incapacidade do idoso, além de não considerar o fato que as pessoas tem perdas no transcorrer de toda a vida, e não apenas na velhice”. 31 As perdas pessoais são inevitáveis por toda a sua existência, e para SILVA (2002, p. 16) ”a vida compreende uma dinâmica de perdas que impulsionam para novas aquisições, e a vida não se restringi apenas aos primeiros 60 anos”. O numero de perdas pode ir aumentando com a idade, mas não seria um traço especifico da velhice, pois, no momento em que se caracteriza perda, existe uma nova busca por outros. A terceira idade nos dias de hoje tem uma nova perspectiva de vida, melhores condições financeiras, física e mental, para fazer valer sua individualidade e sua cidadania, tem maior disposição para uma vida sociável sem constrangimentos por suas conquistas. FROMER (2003, p. 36) diz que: “a verdadeira velhice, com sua gama de problemas, com o isolamento e dependência não começará antes dos 75 anos”. A nova terceira idade é bem diferente daquela de tempos atrás, os indivíduos entre 60 e 75 anos nos dias atuais, estão desfrutando de um triangulo magico segundo esse mesmo autor, pois dispõe de tempo, dinheiro e saúde. Para Câmara (2000, p.38 apud FROMER, 2003, p. 38) diz que: O nosso idoso que vive em contato urbano, com melhor escolaridade e saúde cuidada, tem o perfil igual ao japonês e ao europeu. No entanto, este idoso que produz, que paga imposto e tem uma vida melhor, representa apenas 20% dos idosos”. Percebe-se que não é toda a população idosa que tem melhores condições de vida, precisa-se de maiores incentivos, principalmente pela política nacional, onde hoje em dia o nível e padrão da classe melhoraram bastante, comparados com a de décadas a trás, mas ainda não é o suficiente. Em relação ao turismo de terceira idade, é um prenuncio de novas oportunidades de negócios. Com um enorme potencial de consumo, a oferta para esse segmento, até hoje, é uma lacuna a ser preenchida nesse mercado. SILVA (2002, p. 52) em entrevista com Jorge Sales, presidente da ABAV-PE, 32 diz que: “As agências de turismo e a rede hoteleira tem motivos concretos para investir na terceira idade. Esses viajantes não costumam ter restrições de calendário, gosta de levar souvenir dos lugares que visita, não mede gastos com conforto e costuma comprar pacotes completos com hospedagem, alimentação e passeio inclusos”. No turismo, o lazer é o papel fundamenta para o seu acontecimento, e nada mais é do que a regularização e a legalização do seu tempo livre. FROMER (2003,p. 55) “o novo tempo livre deixa de ser percebido como um período de improdutividade (...) o fato de ser um período de não trabalho, não significa que seja um período de não consumo”. O turista de terceira idade procuram as atividades de lazer para se entregar de livre vontade para se divertir-se, recrear-se, entreter-se ou simplesmente repousar. O tempo livre para a terceira idade deixa de ter uma característica de isolamento e passa a ser vista como uma melhoria na sua própria qualidade de vida. FROMER (2003, p. 65) ainda diz também que entre todas as atividades de lazer, o lazer turístico é o mais significativo para o idoso, pois incentiva sua sensibilidade, sua comunicabilidade e expande um universo cognitivo mediante novas experiências vivenciadas. O que impulsiona as pessoas com mais de 60 anos a viajarem, está ligada não só ao tempo livre, mas a realizar atividades prazerosas e enriquecedoras, de realizar projetos que foram adiados no transcorrer da vida produtiva, e a busca por participação social, sem esquecer sua autoestima e a realização pessoal. 2.7 Turismo e qualidade de vida De acordo com Neri (1993, apud OLIVEIRA, 2007, p. 46) “qualidade de vida e vista como uma preocupação do ser humano. Ela constitui um compromisso pessoal à busca continua de uma vida saudável e das condições de modo de viver, tais como saúde, moradia, educação e lazer, transporte, liberdade, trabalho e autoestima”. Como diversos outros temas da área turística, a qualidade de vida não tem um definição padronizada, isso por que cada individuo tem uma visão 33 sobre o assunto. Mais os termos chegam a um comum acordo quando se define a uma boa condição de vida. O tema “qualidade de vida” expressa bem estar, e seu nível depende da satisfação do cliente, neste caso o idoso. Para desenvolver tais características as pessoas necessitam vivenciar momentos, sentir prazer, amar, trabalhar, produzir bens e serviços ou simplesmente praticar exercícios físicos. Por outro lado, ainda é comum associar a qualidade de vida ao fator saúde, que neste caso é as condições físicas em que se encontra as pessoas, levando em conta também as condições biológicas e socioculturais. Segundo FROMER (2003, p.29) “os indivíduos chegam aos 60 anos de idade em condições bastantes distintas daquelas de algumas década atrás no que se refere a qualidade de vida”. Os avanços da medicina junto aos avanços da tecnologia, a melhoria de infraestrutura básica, as melhores condições de trabalho, entre outros fatores proporcionaram para que as pessoas chegassem a se aposentar de formar, mas satisfatória do que a de seus pais. O conceito de qualidade de vida depende não só da qualidade de vida física, mais igualmente sua realidade financeira, onde o individuo com boas condições ele logo vai ter uma melhor qualidade de vida e de saúde. Analisar a qualidade de vida em questão a do idoso pode-se dar através dos lugares em que ele frequenta, como por exemplo, uma academia, para pratica de exercícios melhorando seu condicionamento físico, saúde, e autoestima. COSTA (2014) afirma que “o planeta está em média envelhecendo cada vez mais”, com o bem estarna velhice vai se atingindo uma maior longevidade, uma melhor saúde biológica, seu raciocínio mental esta aprimorado, a terceira idade está tendo melhores atividades e valores sociais que atinge uma enorme satisfação, tendo confiança em sua competência e sua capacidade de produção no seu dia a dia. O conjunto de certos fatores como a pratica exercícios físicos, uma alimentação saudável e balanceada, e um bom convívio e estrutura familiar são fatores que somam para seu beneficio. Os seres vivos sejam eles jovens ou idosos por mais ativos que sejam, não funcionam como maquinas, todos necessitam de uma prática em que considerem o seu lazer (inclusive o 34 turístico), a falta dessas atividades ocasionam alterações fisiológicas no organismo, surgindo doenças crônicas, mau humor, entre outros devido ao seus hábitos indevidos. Através desses aspectos acredita-se que o lazer como função na melhor qualidade de vida, é ocasionado por atividades físicas ou simples descanso, uma viagem em família, sozinho ou em grupo de iguais pode melhorar a expectativa de vida, suas funções orgânicas, partindo para uma maior independência pessoal, influenciando positivamente no controle, tratamento, e na prevenção de doenças como hipertensão, diabetes, enfermidades cardíacas, respiratórias e dores crônicas. Hoje, pode-se dizer que a velhice é bem mais aceita e estão deixando de lado aquela imagem de doença, seus ganhos na qualidade de vida são bem nítidos e um aposentado hoje em dia detém uma maior poder aquisitivo, e a prática do turismo vem estimulando cada vez mais a busca por momentos que não tiveram oportunidade de vivenciar quando mais novos por falta ate mesmo de tempo. 3 METODOLOGIA 3.1 Tipos de pesquisa O estudo abordado aqui se caracteriza como uma pesquisa de caráter exploratório e descritivo e de abordagem qualitativa. Descritivo porque segundo Silva & Menezes (2002, p.21), “a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: entrevista e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento”. E exploratório, visto que o pesquisador buscar explorar e conhecer mais sobre o seu objetivo que neste caso é o mercado de turismo para a terceira idade, tudo que possa ser oferecido e que venha a favorecer os turistas. Para um maior conhecimento, se faz necessário um contato para coleta de dados antes de descrever o mercado turístico. A abordagem qualitativa é fundamental 35 para tratar com as agências separadamente e entender uma a uma os objetivos e suas abordagens. De acordo com Alves (2007, p.58). O pesquisador procura captar situação ou fenômeno em toda a sua extensão. Trata de levantar possíveis variáveis existentes e na sua interação, o verdadeiro significado da questão, daí a experiência do pesquisador ser fundamental. O pesquisador colhe informações, examina cada caso separadamente e tenta construir um quadro teórico geral. Com uma revisão bibliográfica para aprofundamento do conhecimento teórico-metodológico acerca da temática do turismo, o processo metodológico se encaixa facilitando a construção deste trabalho e na ajuda ao desenvolvimento do turismo para o público da terceira idade. A pesquisa qualitativa tem diferentes significados e depende de uma boa interpretação. Usa-se um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que ajudam a descrever os componentes de um objetivo pesquisado, traduzir e expressar o sentido dos fenômenos da sociedade. A pesquisa de natureza qualitativa foi escolhida por proporcionar ao pesquisador uma resposta mais precisa e detalhada com enfoque nos locais direcionados pelas agências através de questionamentos fechados aos mesmos, fornecendo liberdade para os pesquisados expressarem seus pensamentos livremente através de questionamentos abertos. Este tipo de análise permite mensurar com exatidão os dados apurados ao mesmo tempo em que proporciona uma análise mais interpretativa acerca do objeto em estudo com base nas questões abertas. Como procedimentos técnicos esta pesquisa classifica-se como estudo de caso, pois tem como objetivo analisar o desenvolvimento do turismo emissivo de terceira idade na cidade de Natal/RN, através da atuação das agências de viagens. 3.2 Universo da pesquisa O universo desta pesquisa compreende as agências de viagens que se encontram em Natal/RN, como princípio a usa-las na pesquisa, as referencias 36 bibliográficas ajudaram a encontrar o ponto de partida em relação a questões para se aplicar as agências. Esta pesquisa tem como foco de estudo três agências que aceitaram participar deste estudo, são elas Dandara Turismo e Eventos, Gleyce Tour e agência Inaraí Tour. Para a seleção dessas agências utilizou-se o critério de desenvolvimento com atividades voltadas para a melhor idade, que já tivessem uma infraestrutura adequada e que os destinos oferecidos também compartilhassem da mesma preocupação para a classe da terceira idade. A pesquisa abordada ocorreu de forma intencional onde o pesquisador escolheu seus entrevistados, neste caso as agências voltadas para o turismo emissivo, visto que essa técnica é utilizada para os estudos de pequena proporção onde se colhe com mais precisão as informações e possibilitando ate comparações. 3.3 Coleta de dados Para a coleta dos dados foram usados dois momentos, o primeiro foi a análise bibliográfica, em que foram pesquisados livros, artigos científicos, sobre a temática turismo na terceira idade. Na segunda etapa teve como obtenção de informações uma entrevista semiestruturada (realizada com perguntas abertas) com os três gestores/proprietários das agências escolhidas, no qual tinha o objetivo de conhecer a atuação dessas empresas no segmento de turismo de terceira idade. Essa técnica requer uma maior interpretação do entrevistador sobre os conhecimentos dos informantes, mas que permite ter dados relevante sobre o tema a ser pesquisado. 3.4 Análises dos dados A análise dos dados foi feita de forma exploratória descritiva, onde inicialmente foi feita uma pesquisa de campo onde se buscou informações das agências para sobre o tema deste trabalho e descreveu-se o perfil dos entrevistados, posteriormente utilizou-se de contraposição das informações, para que alinhado com o referencial teórico se chegasse ao alcance empírico das perguntas da pesquisa. Concluir um trabalho de investigação não é simplesmente colocar-lhe um ponto final a conclusão como a introdução e o desenvolvimento, possui 37 uma estrutura própria (SALOMON, 2008, p. 349). A análise dos dados é a parte aonde irá se encaminhar e se encaixar os estudos com o objetivo da pesquisa. 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Para conhecer o desenvolvimento do turismo para a classe da terceira idade, as agências de viagens mostram o desenvolvimento do mercado turístico emissivo de Natal/RN, para isso foram realizadas entrevistas com os proprietário de 3 agências de viagem especializadas em melhor idade. Os dados coletados foram divididos de duas formas, para inicio foi feita a apreciação com breve contextualização histórica e perfil das agências, abordando suas características. Depois será mostrada a análise sobre as contribuições que essas agências de viagens têm desenvolvido para turistas de terceira idade e seus destinos mais escolhidos. 4.1 Contextualização e Perfil das Agências de Turismo Terceira Idade a) Agência Inaraí Tour A empresa é uma agência de turismo situada na avenida Rio Branco, 865 s1 1- Cidade alta Natal/RN. Ela atua no mercado a 21 anos, tendo apenas um proprietário desde seu surgimento. O que levou a sua criação e ao seu desenvolvimento foram experiências passadas com o publico de terceiraidade e ao longo da história. O gerente, com essa aproximação, têm se especializado no atendimento a turista da melhor idade, seja em grupos grandes ou pequenos, tendo foco paróquias e entidades de classe. As experiências vivenciadas junto a Inarai tour com grupos em excursões por todo o Brasil, América do Sul e Europa, os credenciou a oferecer vários serviços que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas e tem como diferencial o desejo de compartilhar momentos de vida com cada um dos clientes de uma forma harmoniosa e fraterna (segundo agente). Trabalha com elaboração de roteiros turísticos, com eventos religiosos e pacotes específicos a pedido dos seus clientes, venda de passagens aéreas, pacotes internacionais. 38 Têm como destinos bem aceitos pelos clientes a ilha de Fernando de Noronha e Cruzeiros Marítimos pelo litoral brasileiro. Dispõe de ônibus, micro- ônibus e vans para suas viagens (serviço terceirizado), possuem uma infraestrutura necessária para atender o mais exigente público e uma equipe multidisciplinar composta de: recreadores, terapeutas, cuidadores e acompanhante de idosos, além de guias acompanhantes e guias locais capacitados e credenciados pelo Ministério do turismo para que reduza riscos e que o cliente possa aproveitar mais cada momento. Imagem 01 – Logomarca da Agência Inaraí Tour Fonte: www.Inaraitour.com.br, 2014. b) Dandara Turismo A empresa Dandara Turismo é uma situada na Avenida Praia de Tibau, 2114, bairro de Ponta Negra. Ela é uma agência conhecida pela qualidade e segurança dos serviços prestados a seus clientes, sendo esse seu diferencial e ponto forte (segundo gerente). Em passeios ou viagens os clientes são conduzidos em veículos que tem conforto e segurança, tem uma equipe de profissionais treinados e preparados para um pronto atendimento e assistência se necessário. Os profissionais estão aptos a prestar ajuda no planejamento de suas férias, passeios e viagens, de acordo com as condições e suas necessidades. Em entrevista, a gestora destacou a dedicação aos clientes como meta, facilitando assim em surgimento de novos clientes. Abaixo a missão e visão apresentadas durante a entrevista. Ajudar o cliente em decidir seu objetivo de viagem; Ter como diferencial a valorização da cultura popular nordestina; 39 Ajudar a capacitar e qualificar pessoas para lhe dar com esse público principalmente na gestão da empresa; Promover o turismo com qualidade e segurança sem esquecer o meio ambiente. Ser reconhecida nacionalmente como a melhor empresa de turismo emissivo e receptivo do Rio Grande do Norte. Inovar e desenvolver serviços de alta qualidade. Ter credibilidade ao Superar as expectativas com seus serviços Imagem 02 – Logomarca da Agência Dandara Turismo e Receptivo Fonte: www.dandaratour.conm.br, 2014. c) Gleyce Tour A empresa Gleyce tour atua no mercado turístico desde 2000, na Av. Jaguarari 1500, Alecrim. Seu diferencial é trabalhar para fazer da viagem um momento inesquecível e único (palavras da gestora). Ela é especializada no turismo emissivo e também receptivo nacional e internacional. A agente diz não medir esforços para manter a excelência e um padrão no atendimento de seus clientes de maneira responsável e segura. A proprietária da Gleyce Tour se diz tem uma boa experiência no mercado e por isso carrega em seu slogan tal caracteriza, visando transmitir confiança: - Viaje com quem já conhece! A agência conta ainda com outros serviços para melhor atender ao cliente, seja terceira idade, seja tradicional: Passagens aéreas Nacionais e Internacionais; Receptivo; Seguro viagem; Cruzeiros marítimos; 40 Hotelaria; Passeios; Locação; Passeios personalizados. Imagem 03 – Logomarca da Gleyce Tour Viagens e turismo Fonte: www.gleycetour.coom.br, 2014. Após a descrição do perfil e breve contextualização histórica das agências de viagem segue-se com a analise dos dados coletados em pesquisa de campo com representantes das 3 empresas viagem, destacando agora suas opiniões sobre o mercado de turismo terceira idade na cidade de Natal. 4.2. Opiniões quanto ao mercado de turismo terceira idade As apresentações das opiniões se dão de acordo com as perguntas feitas, seguindo o questionário em apêndice 01. Dessa forma, ao fazer o primeiro questionamento, que tratou dos obstáculos iniciais vividos pelas empresas, as respostas obtidas foram as seguintes: - Concorrência desleal. “No surgimento da empresa haviam outras empresas com maiores recursos e tais empresas tentavam bloquear o acesso no mercado propondo preços bem abaixo do praticado.” (Inaraí Tour) - Falta de público interessado. “Por ser novo no mercado a credibilidade não era tanta como as que já estavam a mais tempo nesse ramo.” (Dandara Turismo) 41 - Altos impostos. “Uma empresa que esta começando e não tem tanto retorno acaba se complicando para manter-se num mercado com altas taxas tributárias.” (Gleyce Tour) Como pode-se observar, todas as agências no início tiveram um pouco de dificuldade para se consolidar, seja ela pela concorrência ou impostos altos para poder se manter. O Turismo ao longo dos anos, com melhoria de infraestrutura turística e de acesso em alguns lugares do Brasil, o poder de compra do brasileiro aumentado, e número de idosos também, cresce o número de pessoas aproveitando as diversas formas de lazer turístico. Apesar disso, questiona-se aos agentes quais os principais obstáculos da atualidade, e como resposta: Autonomia do cliente. “Hoje em dia o cliente pode pesquisar, montar e fechar negócio diretamente com a operadora e com os estabelecimentos Para ganhar mais vantagem dessa situação, optamos por qualificação e segurança como diferencia”l. (Inaraí Tour) Autonomia do cliente. “Hoje em dia os clientes tem total acesso a promoções pela internet, a busca em uma agência é pela segurança e comodidade, pois muitos preferem tudo já montado”. (Dandara Turismo) Autonomia do cliente. (Gleyce Tour) Com esses depoimentos fica fácil alinhar com as palavras de Candioto (2012) que alerta que atualmente a grandes rival das agências de viagens e turismo é a internet, onde se pode achar e agendar hotéis, passagens aéreas aluguel de carros entre outros serviços. Já que o mundo está tão globalizado e há diversos meio facilitadores para o turista, os gestores foram questionados sobre o que leva o turista terceira idade a procurar uma agência especifica para sua faixa etária. Eles responderam: 42 “Os destinos específicos para a terceira idade e socializar com pessoas que tenham a mesma faixa etária” (Inaraí Tour) Profissionais qualificados para atendê-los. “Com o mundo mais globalizado e com uma gama de ofertas, ainda assim falta um pouco de segurança no ato da compra, e profissionais qualificados podem ser o diferencial de uma empresa”. (Dandara Turismo) Segurança e conforto na escolha do destino “Com os cuidados de uma agência o turista só precisa se preocupar em se divertir e viajar”. (Gleyce Tour) Pela opinião dos agentes, o turista tem muito mais vantagens em relação á segurança e praticidade, do que se utilizasse uma agência tradicional, diminuindo assim ricos e economizando tempo para ter maior aproveito de sua viagem. O mercado turístico se encontra bem competitivo. Atualmente, para que a agência sobreviva por mais de 5 anos ela tem que apresentar um diferencial. Uma publicação no site EXAME.COM (2013) define a competitividade em duas partes, Concorrência direta Concorrência entre duas empresas que comercializam o mesmo produto ou serviço para o mesmo mercado. Concorrência indireta Concorrência entre duas empresas que comercializam produtos ou serviços diferentes, mas que substituem. Porexemplo, Coca- Cola e Guaraná. Então os gestores foram perguntados sobre como é avaliado seus concorrentes diretos e indiretos. Foram dadas as seguintes respostas: - Os diretos bons, o mercado é competitivo, porém cada agencia tem sua carteira de clientes. 43 - Os indiretos não são qualificados, oferecem serviços sem qualidade e segurança. (Inaraí Tour) - Diretos - concorrência bem forte, mas cada agência procura ter uma especialidade seja ela na qualidade do atendimento ou em um destino especifico - Indiretos – às vezes praticam preços até a baixo do mercado, mas não passam muita tranquilidade ou não oferecem um infraestrutura adequada. (Dandara Turismo) - Os concorrentes diretos vêm inovando em seus preços e destinos, fazendo com que sempre estejamos nos atualizando e nos atualizando também, é assim que funciona o mercado turístico. - Os concorrentes indiretos eles vem ganhando espaço, e devemos sempre está de olho nas suas inovações. (Gleyce Tour) Segundo BENI at all (2003, p. 205) “a análise do comportamento do turista, características mercadológicas e projetos e estratégias de marketing é o que define o turismo emissivo e receptivo”. Como objetivo da pesquisa, procurou-se saber também se o mercado emissivo de turismo em Natal estava se desenvolvendo. Pois hoje em dia as pessoas da terceira idade têm uma formação educacional melhor, poder aquisitivo e maior longevidade que as gerações anteriores, possuindo também um maior grau de exigência pela qualidade dos serviços. Eles querem ir bem mais além do que estão acostumados a ver. Dessa forma os agentes foram questionados sobre a tendência e crescimento do mercado de turismo emissivo para essa classe, e responderam: O mercado tá bom, tanto que temos hoje em Natal varias agencias investindo nesse seguimento. (Inaraí Tour) Apesar dos impostos, o turismo para a classe da terceira idade vem crescendo em tal proporção que o número de 44 agências e pessoas qualificadas vêm aumentando, então o turismo emissivo e receptivo só tem pontos positivos. (Dandara Turismo) Hoje é muito bom, e a tendência é melhorar cada vez mais e com novas programações. (Gleyce Tour) O turismo emissivo está atingindo cenários positivos, cada vez mais a classe de melhor idade procura viajar e aproveitar seu tempo livre para conhecer lugares que não chegou a conhecer ou que fazia muito tempo que não visitava. Com esse mercado concorrido é preciso estratégia inovadora para atrair especificamente esse público. Nas respostas, fica bem claro que esse público está cada vez mais atualizando, e a melhor forma de atraí-los é pelas redes sociais e promoções divulgadas na internet. “Hoje esse público vem se atualizando, alguns alcançam até o mundo virtual através de redes sociais. Investimentos nesse tipo de divulgação (redes sociais) vêm trazendo retorno positivo a agência.” (Inaraí Tour) “Sem duvida através da internet, recebemos muitos e-mails e visitações em nosso site”. (Dandara Turismo) “Divulgamos nossa agência através de nosso site e em congressos de turismo, mas sem duvida o sistema online tem ajudado bastante para propormos promoções”. (Gleyce tour) Segundo oliveira (2007, p. 03)“o marketing é o conjunto de métodos e dos meios de que uma organização dispõe para promover, nos públicos pelos quais se interessa, os comportamentos favoráveis à realização dos seus próprios objetivos” 45 Como principais meios de divulgação utilizados para acessar o turista terceira idade eles disseram que é através da internet o meio mais divulgado e acessado, mas há também os panfletos em eventos e as divulgações em estandes e visita à paróquias e grupos organizados de idosos. “Internet, material impresso como também promovemos festas/confraternizações e divulgamos nossos produtos”. (Inaraí Tour) “Nosso site, panfletos e agentes que ficam em estandes”. (Dandara Turismo) “Fazemos uso da internet e redes sociais, mas temos parcerias com pousadas e hotéis”. (Gleyce tour) Em seguida foram questionados quais são planos para o futuro e como as empresa se vê a curto, médio e longo prazo. Levando em conta o potencial que a terceira idade proporciona e pensa-se proporcionar no futuro, os agentes querem ampliar o seu leque de clientes, qualificar seus colaboradores e cada vez mais poder está inovando. “Pretendemos crescer, ampliar nossa agência e qualificar cada vez mais nossos colaboradores para o atendimento ao cliente terceira idade. Cada vez mais inovar serviços oferecidos a esse público, por que sabemos do potencial que tem esses clientes ( terceira idade) levando em consideração que o nosso país caminha para em 2020 ser um país com 70% de sua população na terceira idade”. (Inaraí Tour) “A meta de nossa agência é atingir cada vez mais esse publico e os incentivar a conhecer lugares novos, viajar faz bem pra alma e coração, então para isso ampliaremos nossas parcerias e numero de agentes capacitados”. (Dandara Turismo) 46 “Se destacar e ganhar mais confiança para promover viagens com mais cuidados voltados para essa classe, o mercado de turismo está sempre aberta a oportunidades, e a essas oportunidades que vamos agarrar desenvolver melhores praticas para o turismo”. (Gleyce tour) 4.3 Pacotes, serviços e destinos oferecidos pelas agências Os indivíduos que chegam aos 60 anos de idade, têm condições bastante distintas daquelas de algumas décadas atrás, no que diz respeito à qualidade de vida, por isso foi perguntado que tipo de viagem o público da terceira idade procura e com as respostas dadas pelos gerentes, a grande maioria viaja por lazer, e turismo religioso: “Lazer, segurança e uma boa programação”. (Inaraí Tour) “Lazer e religião são uma das praticas mais procuradas”. (Dandara Turismo) “Um turismo voltado para sua classe conhecer lugares novos, e atividades que não forcem além de seus limites”. (Gleyce Tour) Se esses turistas procuram essas agências especializadas, então significa que existe um destino ou atrativo que chamou a atenção, e para saber o que os motiva em suas viagens perguntou-se quais são os principais destinos ofertados para o seu público terceira idade e como resposta REGIONAIS: serras do RN pelo clima e programação diferenciada NACIONAIS: nordeste, temos um evento anual voltado ao publico; INTERNACIONAIS: Europa, pelos santuários (Inaraí Tour) 47 Imagem 04 – Serra Caiada, RN Fonte: blogdomendesemendes.blogspot.com REGIONAIS: Seridó, principalmente a visitação a santa Rita de Cácia. NACIONAIS: serras, gramado, e nosso principal destino Fernando de Noronha. INTERNACIONAIS: viagens a Disney e diversos atrativos da Europa. (Dandara Turismo) Imagem 05 - Vista do Forte de Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha Fonte: viajeaqui.abril.com.br REGIONAIS: Viagens religiosas e as praias do Ceará e as praias de Alagoas NACIONAIS: Salvador e o cristo redentor no rio de Janeiro (Gleyce tour) Imagem 06 – cristo Redentor, RJ http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAYQjB0&url=http%3A%2F%2Fblogdomendesemendes.blogspot.com%2F2011%2F12%2Fenquanto-nao-vem-cangaco-as-serras-do.html&ei=9uhxVM6GNsyrgwTa8oOoBA&bvm=bv.80185997,d.cWc&psig=AFQjCNGfShrW-U24fPBkYkDVD11yDylL3g&ust=1416837718249905 http://viajeaqui.abril.com.br/cidades/br-pe-fernando-de-noronha/fotos 48 Fonte: blog.manager.com.br É de extrema importância saber quais os principais serviços oferecidos a esses turistas, e na comparação das respostas é possível observar que em primeiro lugar se destaca a segurança e serviços específicos para a faixa etária e principalmente infraestrutura. “Resorts com programação para a terceira idade, roteiros nacionais como
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