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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO BÁSICA JEFFERSON SHYMENES DANTAS CARDOSO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE PRESCRIÇÃO DE MÉDICOS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE CAICÓ-RN CAICÓ 2023 JEFFERSON SHYMENES DANTAS CARDOSO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE PRESCRIÇÃO DE MÉDICOS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE CAICÓ-RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de especialista em Atenção Básica. Orientador: Profª Drª Almária Mariz Batista CAICÓ 2023 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra - EMCM/RN - Caicó Cardoso, Jefferson Shymenes Dantas. Perfil sociodemográfico e de prescrição de médicos no âmbito da atenção primária de Caicó-RN / Jefferson Shymenes Dantas Cardoso. - Caicó-RN, 2023. 27 f.: il. Monografia (Especialização) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Escola Multicampi de Ciências Médicas, Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, Caicó, RN, 2023. Orientador: Prof. Dra. Almária Mariz Batista. 1. Prescrição de Medicamentos - TCR. 2. Segurança do Paciente - TCR. 3. Acesso ao Medicamento - TCR. 4. Atenção Primária - TCR. I. Batista, Almária Mariz. II. Título. RN/UF/Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra CDU 615.035 Elaborado por LEHI AGUIAR BEZERRA - CRB-15/826 JEFFERSON SHYMENES DANTAS CARDOSO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E DE PRESCRIÇÃO DE MÉDICOS NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE CAICÓ-RN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial à obtenção do título de especialista em Atenção Básica. Orientador: Profª Drª Almária Mariz Batista Aprovada em: 08/02/2023 BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Profª Drª Almária Mariz Batista - Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ___________________________________________________ Prof. Dr. Hécio Henrique Araújo de Morais - Examinador Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) ____________________________________________________ Prof. MSc. Luiz Paulo Gomes dos Santos Rosa - Examinador Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) RESUMO Estudos sobre incidentes de segurança na atenção primária ainda são considerados incipientes, mas já apontam que os mais prevalentes estão relacionados à terapia medicamentosa, sendo os maiores índices relacionados à etapa de prescrição. O objetivo deste estudo é o levantamento do perfil sócio- demográfico e de prescrição médicos na atenção primária de Caicó-RN. Trata- se de estudo observacional, de caráter descritivo-exploratório, desenvolvido no período de julho a setembro de 2022, através da aplicação de formulário aos prescritores médicos lotados nas unidades básicas de saúde. Este abrangeu questões sociodemográficas dos prescritores e pertinentes à elaboração da prescrição. A maioria dos participantes apresenta idade até 60 anos (82,34%), possui pós-graduação (58,82%), vínculo empregatício não efetivo (82,36%) e tempo de atuação na atenção primária ≥ 1 ano (82,34%). A maioria baseia a elaboração da prescrição em evidências da literatura científica, REMUME e experiência clínica (76,47% cada) e utiliza artigos científicos como principal fonte de atualização (82,35%). A maioria recomenda compra (70,58%) e Programa Aqui Tem Farmácia Popular (64,70%) em caso de falta de medicamentos nas farmácias municipais. Por outro lado, parcela ainda expressiva baseia a elaboração da prescrição (23,52%) e considera como principal fonte de atualização (23,52%) o marketing da indústria farmacêutica, o qual também repercute na disponibilização de amostras grátis (52,94%) em caso de falta de medicamento nas farmácias municipais. As categorias mais prevalentes que emergiram do conteúdo das falas dos participantes foram atualização da REMUME (28,60%), comunicação sobre medicamentos disponíveis em estoque (17,90%), disponibilidade de medicamentos (14,30%) e farmácia instalada na UBS (14,30%). É necessário o desenvolvimento de estratégias que possibilitem ampliar o acesso a medicamentos essenciais neste contexto de atenção primária bem como instrumentalizar estes prescritores de que a melhoria da qualidade da prescrição perpassa não apenas o acesso ao medicamento, mas também sua prescrição e seu uso de forma efetiva e segura. Palavras-chave: Prescrição de Medicamentos; Segurança do Paciente; Acesso ao medicamento; Atenção Primária ABSTRACT Studies on safety incidents in primary care are still considered incipient, but they already indicate that the most prevalent are related to drug therapy, with the highest rates related to the prescription stage. The aim of this study is to survey the socio-demographic profile and medical prescription in primary care in Caicó-RN. This is an observational, descriptive-exploratory study, carried out from July to September 2022, through the application of a form to medical prescribers working in basic health units. This covered socio-demographic issues of prescribers and pertinent to the elaboration of the prescription. Most participants are aged up to 60 years (82.34%), have a postgraduate degree (58.82%), have an ineffective employment relationship (82.36%) and have worked in primary care for ≥ 1 year (82.36%). 34%). Most base the preparation of the prescription on evidence from the scientific literature, REMUME and clinical experience (76.47% each) and use scientific articles as the main source of update (82.35%). Most recommend purchase (70.58%) and the Aqui Tem Farmácia Popular Program (64.70%) in case of lack of medication in municipal pharmacies. On the other hand, a still significant portion bases the preparation of the prescription (23.52%) and considers the pharmaceutical industry's marketing as the main source of update (23.52%), which also affects the provision of free samples (52.94%). In case of lack of medicine in municipal pharmacies. The most prevalent categories that emerged from the content of the participants' statements were updating REMUME (28.60%), communication about medicines available in stock (17.90%), availability of medicines (14.30%) and pharmacy installed in the UBS (14.30%). It is necessary to develop strategies that make it possible to expand access to essential medicines in this context of primary care, as well as to equip these prescribers that the improvement in the quality of the prescription permeates not only access to the medicine, but also its prescription and its effective use and safe. Keywords: Drug Prescription; Patient safety; Access to medication; Primary care LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADAPS - Agência de Desenvolvimento da Atenção primária à Saúde APS - Atenção Primária à Saúde CAF - Central de Abastecimento Farmacêutico CFT - Comissão de Farmácia e Terapêutica CONITEC - Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde ESF - Estratégia de Saúde da Família OMS - Organização Mundial da Saúde PMAQ-AB - Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica RENAME - Relação Nacional de Medicamentos Essenciais REMUME - Relação Municipalde Medicamentos Essenciais RDC – Resolução da Diretoria Colegiada SAPS - Secretaria de Atenção Primária à saúde SUS - Sistema Único de Saúde. TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UBS - Unidade Básica de Saúde USF – Unidade de Saúde da Família SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................09 2 METODOLOGIA.............................................................................................11 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................12 4 CONCLUSÃO ................................................................................................22 REFERÊNCIAS ................................................................................................24 9 1 INTRODUÇÃO A atenção primária é considerada porta preferencial de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).¹ A maioria das necessidades de saúde é passível de resolutividade neste nível de atenção, motivo pelo qual há também potencial de ocorrência de danos. Considera-se que 80% dos atendimentos, em média, resultam em prescrição de medicamentos, havendo necessidade de monitoramento da terapia medicamentosa, a fim de torná-la mais efetiva e segura.² Fragilidades acerca da assistência prestada na atenção terciária já são bem conhecidas, mas na atenção primária este conhecimento ainda é considerado incipiente. Isto posto, por atender uma gama de atribuições e abranger a maioria das ações em saúde, a preocupação com a ocorrência de erros relacionados à assistência na atenção primária despertou o interesse de órgãos internacionais.2-5 Dados sobre incidentes de segurança na atenção primária apontam que os mais prevalentes estão relacionados à terapia medicamentosa, sendo as maiores taxas na etapa de prescrição. A maioria destes erros não é identificada, embora representem potenciais riscos de implicações graves a seus usuários. Isto evidencia a necessidade de estratégias para identificação, prevenção e mitigação destes incidentes na atenção primária.6 Frente a esta questão, revisão sistemática constatou que estratégias multicomponentes são mais efetivas para melhoria da qualidade do cuidado na atenção primária,7 particularmente, intervenções colaborativas incluindo o farmacêutico na equipe multiprofissional alcançou benefícios para redução de erros de medicação.6 Isto posto, reconhecendo o alto risco de danos associados ao uso de medicamentos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em 2017, o Terceiro Desafio Global Medicação sem Danos, visando reduzir erros medicação em 50% até 2023.5 Em 2022, Medicação Segura foi eleito pela OMS como tema do Dia Mundial da Segurança do Paciente, comemorado em 17 de setembro, que mais uma vez reforça a meta estabelecida em 20178. O Plano de Ação 10 Global para A Segurança do Paciente 2021-2030 apresenta como um de seus objetivos estratégicos redução de erros de medicação, alinhado com o Terceiro Desafio Global da OMS.9 No Brasil, impulsionado pelos esforços da OMS, o Ministério da Saúde estabeleceu a Portaria nº 529/13, que aprova o Programa Nacional de Segurança do Paciente (10), a RDC n° 36/13, que instituiu os Núcleos de Segurança do Paciente11 e o Protocolo de Segurança Na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos,12 o que representou um marco para a instituição de outros programas/políticas públicas acerca do tema. Isto repercutiu no remodelamento da Política Nacional de Atenção Básica, que aborda a segurança do paciente como responsabilidade de todos os profissionais que atuam na atenção primária.13 Diante desta conjuntura, o apontamento de intervenções para melhoria nos desfechos deve se concentrar na prevenção de ocorrência dos erros, incluindo diagnóstico prévio sobre a segurança do sistema de medicação em questão, com reconhecimento de pontos mais frágeis e urgentes para melhor implementação das intervenções. Ressalta-se que a efetividade das ações não está relacionada ao uso de um grande número de componentes numa mesma intervenção, mas, a aparente interrelação entre alguns e o ambiente em que se dará a aplicação, que é cercado por fatores culturais, organizacionais, políticos, aceitabilidade dos profissionais e viabilidade financeira. elementos diretamente ligados ao comprometimento e à cultura do prestador do serviço.8 Embora o conhecimento das intervenções mais propícias à melhoria da qualidade do cuidado na atenção primária esteja sendo revelado, sua aplicação às diversas realidades dos serviços tem se constituído problema crítico com obstáculos à saúde pública, principalmente, no alcance de objetivos preconizados por organismos internacionais8, pois, como se trata de intervenções sociais complexas, é essencial considerar a influência destes fatores contextuais para efetividade destas intervenções.14 Diante do exposto, buscou-se investigar o perfil sociodemográfico e de prescrição dos prescritores médicos de Caicó-RN, bem como suas considerações acerca de estratégias/intervenções para melhoria da qualidade 11 da prescrição de medicamentos na atenção primária deste município, de forma que estratégias mais alinhadas aos fatores contextuais, portanto, mais efetivas, possam ser futuramente aplicadas. 2 METODOLOGIA Trata-se de estudo observacional, de caráter descritivo-exploratório, cujos sujeitos são prescritores médicos lotados nas unidades básicas de saúde (UBS) de Caicó-RN, que aceitaram participar mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Considerado município Polo da 4ª Região de Saúde e 6º maior do Rio Grande do Norte em área territorial, com 1.228,583 km² (28), Caicó/RN possui população estimada de 67.952 habitantes (15). Seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é de 0,710, considerado alto, sendo o 4º maior do estado do Rio Grande do Norte.15 No contexto da atenção primária, o município apresenta 23 UBS e 24 Estratégias de Saúde da Família (ESF), sendo 21 na zona urbana e 3 na zona rural, além de 5 farmácias distritais e 1 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF).15,16 Para a coleta de dados foi aplicado formulário, o qual abordou questões fechadas sobre perfil sociodemográfico e de prescrição dos participantes, além de 1 questão aberta acerca da visão do prescritor sobre estratégias a serem aplicadas para melhoria da qualidade da prescrição de medicamentos. Para os itens (variáveis) base para a prescrição de medicamentos, conduta adotada pelo profissional na falta de medicamentos e principal fonte de atualização profissional dos prescritores (Tabela 2), houve possibilidade de mais de uma opção de resposta. A coleta dos dados ocorreu no período de julho a setembro de 2022. Com vistas a aumentar a taxa de participação e resposta a este formulário, a coleta de dados ocorreu de forma presencial, mediante horário e local mais adequados ao prescritor. Nos casos dos prescritores que estavam em afastamento de suas funções laborais, estes foram contactados após seu retorno. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Norte 12 Os dados foram tabulados e analisados via Microsoft Excel (versão 365). Estes foram sistematizados e interpretados por meio de análise descritiva, mediante frequências absoluta/relativa, gráficos e tabelas. Adicionalmente, a questão aberta também foi analisada via técnica de Análise de Conteúdo de Bardin.17 O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob nº de protocolo 64367517.3.0000.5292. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO De um universo de 24 prescritores médicos de interesse do estudo, 17 responderam ao questionário, 4 recusaram-sea participar e 3 não foi possível a aplicação nem presencialmente nem por telefone devido incompatibilidade na agenda destes prescritores (Gráfico 1). Gráfico 1 – Distribuição dos potenciais participantes quanto à disponibilidade para participação do estudo Todos os participantes do estudo residem em Caicó-RN (100%). Os demais dados do perfil sociodemográfico estão apresentados na Tabela 1. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 70,83% 29,17% PARTICIPARAM NÃO PARTICIPARAM 13 Tabela 1 - Características sociodemográficas dos profissionais prescritores da atenção primária do município de Caicó-RN (n=17). Quanto ao nível de formação profissional, a maioria dos participantes apresenta algum tipo de pós-graduação (58,82%). Estudo realizado com médicos e enfermeiros da Estratégias de Saúde da Família (ESF) em Viçosa- Variável Categorias Total n % Reside em Caicó? Sim 17 100,00 Não - - Nível de formação profissional Graduação 7 41,18 Especialização 9 52,94 Mestrado 1 5,88 Doutorado - - Faixa etária Até 30 anos 6 35,29 31 – 60 anos 8 47,05 > 60 anos 3 17,64 Vínculo empregatício (atenção primária) Contrato 6 35,30 Médicos pelo Brasil 5 29,42 Residência 3 17,64 Concurso 3 17,64 Carga horária (atenção primária) 20 horas 2 11,76 30 horas - - 40 horas 15 88,23 Tempo de atuação profissional < 1 ano 3 17,64 1 - 5 anos 9 52,95 > 5 anos 5 29,41 Tempo de atuação na atenção primária < 1 ano 3 17,64 1 - 5 anos 8 47,05 > 5 anos 6 35,29 14 MG identificou que 55,70% dos médicos também possuíam algum tipo de pós- graduação.18 Outro estudo que também avaliou dados sociodemográficos de profissionais da atenção primária egressos de Mestrado da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família constatou que apenas 11,55% dos médicos possuíam pós-graduação.19 Isto pode estar relacionado com a necessidade de ampliação de pesquisas na área de Saúde da Família assim como o reconhecimento da importância de educação continuada e produção do conhecimento baseada em saber/fazer para solução de problemas reais relacionados ao cuidado na atenção primária por profissionais comprometidos com a defesa do SUS e o fortalecimento da atenção primária, além da ampliação de vagas em cursos de Medicina e reformas na educação médica.20 Neste estudo, a faixa etária de maior prevalência dos participantes foi 31 a 60 anos (47,05%), o que corrobora estudo realizado com médicos da ESF de Fortaleza-CE, que constatou maior prevalência para esta mesma faixa etária (71,26%).21 Também se destaca a prevalência de médicos com até 30 anos (35,29%) constatada neste estudo, provável reflexo da política de formação de médicos egressos do curso de Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM), unidade especializada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) localizada em Caicó-RN. Em relação ao vínculo empregatício, constatou-se que os contratos temporários, diretos com o município ou via programas do governo federal, são maioria (82,34%). É sabido que há dificuldade de fixação de médicos nos municípios de menor porte quando se adentra os interiores dos estados, entretanto, algo que pode estar contribuindo também para tal pode ser a falta de concursos no município, tendo o último ocorrido há 10 anos, além de fragilidades da rede e falta de recursos/insumos necessários para desenvolvimento, acompanhamento e resolutividade dos problemas da população.22 Os dados demonstram que existe um perfil de médicos recém-formados com curto período de atuação profissional, inclusive, na atenção primária, que tendem a trabalhar em ESF como primeira experiência profissional, além de residentes, o que gera certa rotatividade de atuação nos serviços, variando entre 1 e 5 anos (47,05%), reafirmando dados de estudo de avaliação de perfil sociodemográfico de médicos da atenção primária de Juiz de Fora-MG 15 (31,9%).23 Isto estimula reflexão, por exemplo, acerca da necessidade de vínculos mais fortes entre médico, equipe de saúde e população. Quanto ao regime de trabalho, a maior prevalência foi 40h semanais (88,23%), em consonância com o que apresenta a literatura (73,4%),23-26 pois, apesar de flexibilizações trazidas por modificações da Política Nacional de Atenção Básica (2017), ainda se manteve a obrigatoriedade da carga horária de 40h semanais para todos os profissionais da ESF.24,27 Ainda no cerne desta questão, há em vigência no Brasil 2 Programas federais que objetivam provimento e fixação de médicos na atenção primária, direcionando-os para locais com dificuldades de estabelecimento e atendimento à população com alta vulnerabilidade social por profissionais, sendo eles, o Programa Mais Médicos, instituído pela Lei nº 12.871/1328, e o Programa Médicos pelo Brasil, instituído pela Lei nº 13.958/19, a fim de substituir gradativamente o anterior.29,30 Há diferenças consideráveis entre ambos os Programas, sendo o 1º de caráter interministerial (Ministérios da Saúde e da Educação), organizado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), via chamamento público, em que o profissional médico se mantém como bolsista durante toda a vigência do contrato. O 2º é um Programa supervisionado pelo Ministério da Saúde, organizado pela Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS), via processo seletivo, em que o profissional médico é selecionado após especialização em Medicina de Família e Comunidade e passa a ser contratado como celetista da ADAPS.30 Os dados referentes ao perfil de prescrição dos participantes estão apresentados na Tabela 2. Destaca-se que, para cada um dos 3 itens avaliados, os participantes poderiam optar por mais de 1 opção de resposta. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13958.htm 16 Tabela 2. Aspectos relacionados à prescrição de medicamentos dos profissionais prescritores da atenção primária de Caicó / RN (n=17). Quanto às bases para elaboração da prescrição de medicamentos, literatura científica, experiência clínica e REMUME foram os itens mais prevalentes (76,47%). Também merece destaque o fato de 23,52% tomarem por base informações fornecidas através de representantes/ propagandistas. Revisão de literatura que avalia influência e impacto do marketing farmacêutico sobre comportamento e padrão de prescrições médicas pelo mundo constatou que, para muitos médicos, o propagandista ainda é a única fonte de educação continuada e, quanto maior o elo com o médico e o conhecimento do seu perfil profissional pelo propagandista, maior será sua influência na prescrição.31 Variável Categorias Total n % Prescrição de medicamentos é baseada em? Artigos científicos 13 76,47 Experiência clínica 13 76,47 Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) 13 76,47 Representante / Propagandista 4 23,52 Conduta em caso de falta de medicamentos nas farmácias do município Disponibiliza amostra grátis 9 52,94 Recomenda compra 12 70,58 Recomenda Aqui Tem Farmácia Popular 11 64,70 Substituição do medicamento na prescrição 10 58,82 Principal fonte de atualização profissional Artigos científicos 14 82,35 Eventos científicos 8 47,05 Propaganda de medicamentos 4 23,52 Outros (livros) 4 23,52 17 Quanto à conduta em caso de falta de medicamentos nas farmácias do município, a recomendação de aquisição através de compra (70,58%) e do Programa Aqui Tem Farmácia Popular (64,70%) foram as alternativas mais prevalentes. Também realizam substituição do medicamento da prescrição (58,82%) e, quando cabe, disponibilizam amostras grátis (52,94%), quesão obtidas via visitas de representantes/propagandistas da indústria farmacêutica. O Programa Aqui Tem Farmácia Popular possui o objetivo de facilitar o acesso aos medicamentos por meio do credenciamento de Farmácias comunitárias e drogarias privadas aproveitando sua dinâmica e capilaridade pelos diversos municípios do nosso país. Esse programa oferece medicamentos gratuitos para os casos de hipertensão, diabetes e asma, além de descontos de até 90% em medicamentos para dislipidemia, rinite, antiparkisonianos osteoporose e glaucoma como forma de complemento às farmácias básicas dos municípios da APS.32,33 Em estudo realizado com médicos e cirurgiões-dentistas da atenção primária de Currais Novos-RN, constatou-se que 44,12% disponibilizam amostras grátis aos usuários e as condutas mais prevalentes em caso de falta de medicamentos na farmácia municipal foram substituição do medicamento na prescrição (76,47%) e aquisição via compra (64,70%)34, o que pode ser explicado, em parte, pela inclusão de mais uma categoria profissional no estudo. Quanto à principal fonte de atualização profissional, houve predomínio de artigos científicos (82,35%) e eventos científicos (47,05%). Também se destacam propagandas de medicamentos (23,52%) e livros (23,52%), o que corrobora estudo desenvolvido com médicos da atenção primária de Araranguá- SC, em que 23,52% recorrem a informações prestadas por representantes da indústria farmacêutica para atualização profissional.35 Medicamentos não são produtos de consumo comuns, e sim, produtos para saúde, por isto, sua propaganda/publicidade e distribuição estão sujeitos a regras específicas, regulamentadas via RDC nº 96/0836 e RDC nº 60/09.37 Neste cenário, amostras grátis de medicamentos são um importante veículo de propaganda da indústria farmacêutica e precisam ser contextualizadas na legislação de medicamentos e não somente nas de publicidade e propaganda. Somente assim será possível ampliar e harmonizar os mecanismos de proteção à saúde da população.38 18 Para parte dos prescritores, a distribuição de amostras grátis por laboratórios farmacêuticos não implica em interferência sobre suas prescrições e o uso racional de medicamentos. Entretanto, há indícios de que esta prática pode gerar relação de reciprocidade, ainda que não sobre um produto específico. A influência do mercado pode comprometer os objetivos da Política Nacional de Medicamentos em relação a sua segurança e eficácia a um menor custo, porque este mecanismo de marketing empresarial favorece os novos lançamentos dos laboratórios, que são, na maioria dos casos, mais caros.38-40 Além disso, análise comparativa de causas e consequências da judicialização para acesso a medicamentos em Brasil, Argentina, Colômbia e Chile constatou influência do marketing farmacêutico na avaliação de necessidades e no comportamento de prescrição como contribuintes para esta judicialização.41 Desta forma, é importante haver maior incentivo da participação ativa dos profissionais prescritores em cursos de atualização e capacitações, para ampliar seu conhecimento sobre a ação dos medicamentos, principalmente, os novos. Além disso, deveria haver melhor divulgação das fontes disponibilizadas pelo governo em relação às informações sobre medicamentos, isentas da influência da indústria farmacêutica.38 Achados sugerem a relevância e o impacto da prescrição potencialmente inadequada na atenção primária, visto o papel cada vez mais central na coordenação do cuidado que este nível de atenção desempenha. Meta-análise recente que incluiu 5 milhões de pacientes idosos atendidos em ambientes de cuidados primários em países de América do Norte, Europa e Oceania constatou que até um terço dos pacientes avaliados experimentou uma prescrição potencialmente inadequada com tendência a prevalência crescente ao longo dos anos mesmo em países de alta renda.42 Todos os participantes (100%) manifestaram-se em relação à questão aberta do formulário, que os questionava sobre quais ações eles entendiam como necessárias e que poderiam ser desenvolvidas para a melhoria da qualidade de suas prescrições de medicamentos. A partir da análise de conteúdo emergiram 11 categorias (Tabela 3). 19 Tabela 3 – Análise de conteúdo referente à percepção médica sobre ações necessárias à melhoria da prescrição de medicamentos na Atenção Primária. A atualização da REMUME emergiu como a categoria mais prevalente (28,60%), o que pode ser constatado através das seguintes falas: “[...] inclusão de medicamentos na lista da REMUME” (M1), “Atualização acerca da RENAME/REMUME [...]” (M6), “Que o município melhorasse a aquisição / compra de medicamentos básicos e atualizasse a sua REMUME” (M12) e “Atualização e ampliação da REMUME” (M13). No Brasil, a adoção de uma lista padrão de medicamentos considerados essenciais forma a base da Política Nacional de Medicamentos43 e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica44. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) é uma lista de medicamentos que busca atender às necessidades de saúde prioritárias da população brasileira, baseada na política de medicamentos da OMS, com o propósito de promover seu acesso e uso Variável Total n 28 % 100 Atualização da REMUME 8 28,60 Comunicação sobre medicamentos disponíveis em estoque 5 17,90 Disponibilidade de medicamentos 4 14,30 Farmácia instalada na UBS 4 14,30 Interação médico-farmacêutico 1 3,60 Desprescrição de medicamentos sujeitos a controle especial 1 3,60 Informações acerca do Programa Farmácia Popular 1 3,60 Atualização de protocolos de tratamento 1 3,60 Prazo para renovação de receituário 1 3,60 Informatização da UBS 1 3,60 Realização de exames e consultas com especialistas 1 3,60 20 racional. Sua contínua atualização é baseada em critérios de segurança, eficácia, custo-efetividade e perfil epidemiológico, por especialistas que constituem a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (CONITEC).45 Mesmo com a garantia de descentralização preconizada pelo SUS, a garantia de acesso aos medicamentos essenciais esbarra, entre outros, com falta de recursos humanos e financeiros, estrutura física inadequada e acesso às tecnologias para realização de adequada gestão da clínica pelos municípios, principalmente, os de menor porte.46-48 Em Caicó-RN, por exemplo, a versão mais atual da REMUME é de 2014 e o município não dispõe de Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) formalmente constituída para sua atualização, o que corrobora a realidade nacional, em que 9,5% dos municípios nordestinos e 12,5% dos brasileiros apresentam CFT formalmente constituída. Por outro lado, 83,8% dos municípios nordestinos e 80,4% dos brasileiros atualizam a lista de medicamentos essenciais periodicamente.49 Além disso, avaliação da judicialização de acesso a medicamentos no Brasil constatou prescrição médica como prova suficiente para embasar sentença judicial de liminares e evitabilidade da maioria das ações caso fossem observadas alternativas terapêuticas nas listas do SUS.50 Desta forma, depreende-se a necessidade de atualização da REMUME inclusive, como forma de reduzir a quantidade de demandas judiciais para acesso a medicamentos. A falta de comunicação sobre os medicamentos disponíveis em estoque nas farmácias distritais e CAF foi outra categoria que emergiu de forma prevalente (17,90%), o que pode ser constatado através das seguintes falas: “[...] Atualização semanal dos medicamentos disponíveis na farmácia da secretaria [...]” (M1), “[...] A falta de comunicação entre a equipe da APS e a equipe farmacêutica para nos informar sobre as medicações disponíveis no momento [...]” (M5), “[...] Melhorias de comunicação sobre as medicações disponíveis nas farmácias distritais e UNICAT com atualizaçãosemanal para nós prescritores” (M6). Caracterizado, especialmente, pela comunicação efetiva, o trabalho interprofissional envolve diferentes profissionais de maneira que se constitua uma parceria colaborativa no âmbito das equipes e destas com os demais 21 serviços da rede de atenção à saúde.51 Assim, o processo comunicativo e a adequada compreensão entre as diferentes categorias profissionais da equipe multiprofissional surge como importante ferramenta para a construção e reconstrução dos saberes e dos fazeres cotidianos do trabalho na atenção primária.52 Outrossim, O Plano de Ação Global para A Segurança do Paciente 2021- 2030 apresenta como um de seus objetivos estratégicos incorporar a segurança do paciente nos currículos de graduação, pós-graduação e educação continuada/permanente dos profissionais de saúde com ênfase na aprendizagem interprofissional.9 A categoria disponibilidade de medicamentos emergiu com prevalência de 14,30%, o que pode ser constatado através das seguintes falas: “O município precisa disponibilizar mais medicamentos à população” (M9), “A possibilidade de não ocorrer a falta de medicamentos básicos nas UBS” (M10), “[...] maior descentralização dos medicamentos, disponibilizando-os em todas as USF” (M14). Estudo de avaliação da disponibilidade de medicamentos nos municípios do Rio Grande do Norte constatou que há certas variações de pequena melhora a piora na disponibilidade de medicamentos, apesar de incentivos e metodologia do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) a depender do ciclo,53 então, tão importante quanto composição e performance dos profissionais nas equipes, a disponibilidade de medicamentos e insumos influencia diretamente nos adequados manejo e tratamento dos pacientes.54 Desta forma, depreende-se que o já citado processo de atualização da REMUME pode contribuir para reduzir lacunas do também problemático processo de abastecimento de medicamentos e melhorar a efetividade da comunicação dentro da equipe multiprofissional, uma vez que a REMUME constitui instrumento orientador da prescrição de medicamentos, consequentemente, da gestão do trabalho e da clínica. Farmácia instalada na UBS emergiu como a quarta categoria mais prevalente (14,30%), o que pode ser constatado através das seguintes falas: “Problemas na falta de farmácia básica na UBS que trabalho” (M2), “[...] Falta de 22 farmácia na própria UBS o que facilitaria o uso aos pacientes no acesso a medicação” (M5), “[...] farmácia na minha unidade [...]” (M8), “[...] maior descentralização dos medicamentos, disponibilizando-os em todas as USF” (M14). Estudo observacional que abrangeu as 5 regiões brasileiras constatou que pouco mais da metade dos municípios dispensa medicamentos em todas as suas unidades básicas de saúde, modelo este que ainda dissocia a dispensação dos demais cuidados em saúde ofertados nas unidades.55 Diante do exposto, depreende-se que a percepção dos médicos da atenção primária de Caicó-RN participantes deste estudo, acerca de melhorias necessárias à qualidade da prescrição de medicamentos, é marcada pelo conteúdo da necessidade de acesso a medicamentos, apesar da atualização da REMUME também estar diretamente relacionada a segurança e efetividade da terapia farmacológica. Não foi possível constatar, através da análise de conteúdo, se eles compreendem esta relação. Apesar de persistem desafios de ampliação e garantia do acesso equânime e na estruturação dos serviços, o atual quadro de necessidades de saúde da população brasileira (envelhecimento da população, elevado uso de medicamentos, baixa adesão aos tratamentos e desarticulação das práticas profissionais) impõe aos profissionais de saúde a necessidade de avançar na qualificação do cuidado ofertado aos usuários de medicamentos,56 o que inclui efetividade e segurança da terapia farmacológica. 4 CONCLUSÃO Diante do exposto, constata-se que todos os participantes do estudo residem em Caicó (100%), a maioria apresenta idade até 60 anos (82,34%), possui pós-graduação (58,82%), vínculo empregatício não efetivo (82,36%), carga horária na atenção primária de 40h (88,23%) e tempo de atuação na atenção primária ≥ 1 ano (82,34%). A maioria baseia a elaboração da prescrição em evidências da literatura científica, REMUME e experiência clínica (76,47% cada) e utiliza artigos científicos como principal fonte de atualização (82,35%). A maioria recomenda compra (70,58%) e Programa Aqui Tem Farmácia Popular (64,70%) em caso de 23 falta de medicamentos nas farmácias municipais. Por outro lado, parcela ainda expressiva baseia a elaboração da prescrição (23,52%) e considera como principal fonte de atualização (23,52%) o marketing da indústria farmacêutica, o qual também repercute na disponibilização de amostras grátis (52,94%) em caso de falta de medicamento nas farmácias municipais. As categorias mais prevalentes que emergiram do conteúdo das falas dos participantes foram atualização da REMUME (28,60%), comunicação sobre medicamentos disponíveis em estoque (17,90%), disponibilidade de medicamentos (14,30%) e farmácia instalada na UBS (14,30%). Isto posto, depreende-se, para o contexto deste estudo, a necessidade de intervenções multicomponentes que considerem a necessidade de ampliação de acesso aos medicamentos essenciais, por exemplo, através de atualização da REMUME, investigação de possíveis lacunas no processo de aquisição / abastecimento de medicamentos, bem como ampliação do processo de descentralização de distribuição / dispensação de medicamentos no âmbito da atenção primária. Adicionalmente, é necessário considerar a necessidade de instrumentalizar estes prescritores para melhoria da efetividade e da segurança da terapia farmacológica, considerando a elaboração da prescrição e a atualização profissional baseada em fontes de informação sobre medicamentos de caráter técnico-científico e isentas de conflito de interesse. Outrossim, instrumentalizá-los acerca do processo de seleção de medicamentos, a fim de ampliar não apenas a possibilidade de acesso bem como de prescrição e uso racional de medicamentos essenciais no âmbito da atenção primária. CONFLITOS DE INTERESSE Nada a declarar. 24 REFERÊNCIAS 1. Manual do(a) gestor(a) Municipal do sus – diálogos no cotidiano. 2ª edição digital – revisada e ampliada – 2021 440 p. Pág. 51-235. [Acessado em 20 dez.2021].Disponível em: https://www.conasems.org.br/wpcontent/up load s/2021uploads/2021/02/manual_do_gestor_2021_F02- 1.pdf 2. Santi LQ. Prescrição: o que levar em conta? Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica. Série Uso Racional de Medicamentos. Organização Pan-Americana de Saúde, 2016; 1(14):1-11. 3. Dalcin Chagas, DAUDT Carme, [et al.,]. – Associação Hospitalar Moinhos de Vento. Segurança do Paciente na Atenção Primária à saúde: Teoria e Prática. Porto Alegre, 2020. P.220 4. 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