Buscar

Razoesmotivacionaisrelacionadas-Araujo-2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, TRABALHO E INOVAÇÃO EM MEDICINA 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO, TRABALHO E INOVAÇÃO EM MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES MOTIVACIONAIS RELACIONADAS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA 
EM IDOSOS – ESTUDO PILOTO PARA SUBSIDIAR ESTRATÉGIAS NA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAICÓ 
 
 
 
 
THIAGO SANTOS DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ (RN) 
2021 
 
 
THIAGO SANTOS DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
RAZÕES MOTIVACIONAIS RELACIONADAS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA 
EM IDOSOS – ESTUDO PILOTO PARA SUBSIDIAR ESTRATÉGIAS NA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAICÓ 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentado 
ao Programa de Pós-Graduação em 
Educação, Trabalho e Inovação em 
Medicina (PPG-ETIM), da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como 
parte dos requisitos para obtenção do 
título de Mestre em Educação, 
Trabalho e Inovação em Medicina. 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Patrício de Albuquerque Sousa 
Coorientador: Prof.º Dr. Rafael Barros Gomes de Câmara 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ (RN) 
2021 
 
 
Thiago Santos de Araújo 
 
 
RAZÕES MOTIVACIONAIS RELACIONADAS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA 
EM IDOSOS – ESTUDO PILOTO PARA SUBSIDIAR ESTRATÉGIAS NA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAICÓ 
 
 
Aprovado em:___/___/___ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Presidente da Banca: 
 
__________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Patrício de Albuquerque Sousa 
 
 
Membros da Banca: 
 
___________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Patrício de Albuquerque Souza 
 
____________________________________________________ 
Prof.º Dr. Eudes Euler de Lucena 
 
____________________________________________________ 
Prof.º Dr. Cristiano dos Santos Gomes 
 
 
CAICÓ (RN) 
2021 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra - EMCM/RN 
 
 Araújo, Thiago Santos de. 
 Razões motivacionais relacionadas à prática de atividade 
física em idosos - Estudo piloto para subsidiar estratégias na 
atenção primária à saúde do município de Caicó / Thiago Santos de 
Araújo. - Caicó, 2021. 
 78f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, 
Trabalho e Inovação em Medicina, Escola Multicampi de Ciências 
Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caicó, 
2021. 
 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Patrício de Albuquerque 
Sousa. 
 Coorientador: Prof.º Dr. Rafael Barros Gomes de Câmara. 
 
 
 1. População idosa. 2. Atenção primária à saúde. 3. Atividade 
física. 4. Motivação. I. Sousa, Ana Carolina Patrício de 
Albuquerque. II. Câmara, Rafael Barros Gomes de. III. Título. 
 
RN/UF/Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra CDU 613.71:364.4-
053.9 
 
 
 
 
 
Elaborado por CHRISTIANE CASTRO LIMA DA SILVA - CRB-15/865 
 
 
 
 
ATA DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 
 
Aos dezesseis dias do mês de abril do ano de dois mil e vinte e um, às 10:00h, utilizando-se 
da plataforma do Google Meet [https://meet.google.com/rhz-wgha-ekm], instalou-se a 
banca examinadora de dissertação de mestrado do aluno THIAGO SANTOS DE ARAÚJO. 
A banca examinadora foi composta pelos professores Dr. CRISTIANO DOS SANTOS 
GOMES, examinador externo, Dr. EUDES EULLER DE SOUZA LUCENA, UFRN, 
examinador interno, e, Dr.ª ANA CAROLINA PATRÍCIO DE ALBUQUERQUE SOUSA, 
UFRN, orientadora. Deu-se início a abertura dos trabalhos, por parte da professora Drª. 
ANA CAROLINA PATRÍCIO DE ALBUQUERQUE SOUSA, que, após apresentar os 
membros da banca examinadora e esclarecer a tramitação da defesa, de imediato solicitou 
ao candidato que iniciasse a apresentação da dissertação, intitulada: “RAZÕES 
MOTIVACIONAIS RELACIONADAS À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM 
IDOSOS – ESTUDO PILOTO PARA SUBSIDIAR ESTRATÉGIAS NA ATENÇÃO 
PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAICÓ”, marcando um tempo de 30 
minutos para a apresentação. Concluída a exposição, a professora Dr.ª ANA CAROLINA 
PATRÍCIO DE ALBUQUERQUE SOUSA, presidente, passou a palavra ao examinador 
externo, Dr. CRISTIANO DOS SANTOS GOMES, para arguir o candidato, e, em seguida, 
ao examinador interno, Dr. EUDES EULLER DE SOUZA LUCENA para também arguir o 
candidato. Após as considerações sobre o trabalho em julgamento o aluno fez a sua defesa 
respondendo aos questionamentos da banca. Posteriormente, a banca se reuniu, 
reservadamente, para consenso, tendo sido APROVADO o candidato, conforme as normas 
vigentes na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A versão final da dissertação 
deverá ser entregue ao programa pelo aluno via SIGAA, no prazo de 90 dias, contendo as 
modificações sugeridas pela banca examinadora e constante na folha de correção anexa. 
Conforme o Artigo 46 da Resolução 197/2013 - CONSEPE, o candidato não terá o título se 
não cumprir as exigências acima. 
 
Caicó, 16 de abril de 2021. 
 
 
 
____________________________________________________________ 
Drª ANA CAROLINA PATRÍCIO DE ALBUQUERQUE SOUSA 
PRESIDENTE 
 
____________________________________________________________ 
Dr. EUDES EULLER DE SOUZA LUCENA 
EXAMINADOR INTERNO 
 
____________________________________________________________ 
Dr. CRISTIANO DOS SANTOS GOMES 
EXAMINADOR EXTERNO 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS DO RN 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, TRABALHO E 
INOVAÇÃO EM MEDICINA 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO E 
CONTRATOS 
 
 
FOLHA DE ASSINATURAS 
 
 
 
Emitido em 16/04/2021 
 
ATA Nº 15/2021 - PPGETIM-CAICÓ (11.32.29.13) 
 
(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO) 
 
 
 
 
 
 
 
(Assinado digitalmente em 30/04/2021 13:49) 
ANA CAROLINA PATRICIO DE 
ALBUQUERQUE SOUSA 
PROFESSOR DO 
MAGISTERIO SUPERIOR 
EMCM/RN (11.32.29) 
Matrícula: 1195933 
 
 
 
 
 
(Assinado digitalmente em 29/04/2021 18:26) 
CRISTIANO DOS SANTOS GOMES 
ASSINANTE EXTERNO 
CPF: 060.419.444-75 
 
 
 
 
 
 
Para verificar a autenticidade deste documento entre em 
https://sipac.ufrn.br/documentos/ informando seu número: 
15, ano: 2021, tipo: ATA, data de emissão: 29/04/2021 
e o código de verificação: 4e83ccbf7a 
 
 
 
(Assinado digitalmente em 30/04/2021 09:12) 
EUDES EULER DE SOUZA 
LUCENA 
PROFESSOR DO 
MAGISTERIO SUPERIOR 
EMCM/RN (11.32.29) 
Matrícula: 3050287 
https://sipac.ufrn.br/public/jsp/autenticidade/form.jsf
 
iv 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Por um pouco mais de dois anos, eu me debrucei sobre o tema dessa 
dissertação, não apenas por curiosidade, mas pela admiração que tenho na relação 
existente entre os idosos e minha prática profissional. A vontade de estudar cada um 
deles me incentiva e me move a todo o momento. 
Os desafios que surgiram para cumprir cada etapa dessa pesquisa, me 
deixaram mais forte, com eles aprendi a pedir e a receber ajuda, mesmo sabendo 
que eu ofereceria pouco em troca. 
Apesar de todo o aprendizado, dedicação, crescimento pessoal e profissional, 
nem de longe o mérito por ter concluído essa pesquisa é somente meu. 
Agradeço a Deus que cuidou de tudo, e que nos momentos de cansaço e 
insegurança me concedeu abrigo e ânimo. 
À minha família pelo carinho, incentivos, sacrifícios, dedicação e por muitas 
vezes acreditarem mais do que eu nos meus sonhos e capacidades, entre eles: 
meus pais, Gilvanete Santos de Araújo e Emídio Costa de Araújo, meus irmãos 
Tatiane Isabela de Araújo e Thiêgo Santos de Araújo, a todos eles meu muito 
obrigado. 
A minha esposa Verônica Karlla dos Santos e ao meu filho GustavoThiago 
Araújo dos Santos, pela paciência, força e compreensão durante todo esse processo 
de construção, vocês são muito especiais para mim. 
A Prof.ª Ms. Jane Cristina Medeiros pelos incentivos e votos de confiança, a 
minha orientadora Prof.ª Dr.ª Ana Carolina Patrício de Albuquerque Sousa, 
coorientador Prof.º Dr. Rafael Barros Gomes de Câmara e ao Prof.º Dr. Eudes Euler 
de Lucena pelos direcionamentos, posicionamentos, incentivos e contribuições para 
consolidação dessa dissertação de mestrado. 
Aos Professores, colaboradores e colegas da Escola Multicampi de Ciências 
Médica e do Programa de Pós-Graduação em Educação, Trabalho e Inovação em 
Medicina da Universidade Federal do Rio Grande de Norte, por me acolherem e me 
enriquecerem com tanto conhecimento. 
 
 
v 
 
 
RESUMO 
 
Ao entrarmos no século XXI, o envelhecimento populacional causou um aumento 
das demandas sociais e econômicas, e em todo o mundo, a proporção de pessoas 
com 60 anos ou mais cresce mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária. 
A atividade física é uma importante estratégia para promoção da saúde e traz 
inúmeros benefícios, dentre eles: maior longevidade, redução das taxas de 
morbidade e mortalidade, melhora na capacidade fisiológica em portadores de 
doenças crônicas, além de benefícios psicológicos. Com base nessas perspectivas, 
este estudo tem como objetivo investigar as razões motivacionais e os possíveis 
fatores relacionados à prática de atividade física em idosos, e torna-se relevante 
pelo fato de, no Brasil, ainda serem escassos estudos abordando as motivações que 
levam idosos a praticarem atividade física regularmente. Trata-se de um estudo 
piloto, caracterizado como individuado, observacional e transversal. Os dados foram 
coletados em Unidades Básicas de Saúde da Atenção Primária do município de 
Caicó (RN) de março a abril de 2020. Esse estudo contou com a participação de 30 
indivíduos com 60 anos ou mais, a maioria do sexo feminino, e praticantes de 
atividade de intensidade leve ou moderada. As comorbidades mais frequentes 
foram: cardiopatias, hipertensão e doenças pulmonares. As razões motivacionais 
que levam os idosos a praticarem atividade física foram relacionadas à saúde, 
sociabilidade e controle do estresse, sendo menos motivada pela estética e 
competitividade. 
 
Palavras Chaves: População Idosa, Atenção Primária à Saúde, Atividade Física, 
Motivação. 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
 
ABSTRACT 
 
As we enter the 21st century, population aging has caused an increase in social and 
economic demands, and worldwide, the proportion of people aged 60 and over grows 
faster than that of any other age group. Physical activity is an important strategy for 
health promotion and brings numerous benefits, among them: greater longevity, 
reduced rates of morbidity and mortality, improved physiological capacity in patients 
with chronic diseases, in addition to psychological benefits. Based on these 
perspectives, this study aims to investigate the motivational reasons and possible 
factors related to the practice of physical activity in the elderly, and it becomes 
relevant because, in Brazil, there are still few studies addressing the motivations that 
lead elderly people to practice physical activity regularly. This is a pilot study, 
characterized as individualized, observational and cross-sectional. The data were 
collected in Basic Health Units of Primary Care in the municipality of Caicó (RN) from 
March to April 2020. This study involved the participation of 30 individuals aged 60 
years or older, most of them female, and practitioners of light or moderate intensity 
activity. The most frequent comorbidities were: heart disease, hypertension and lung 
diseases. The motivational reasons that lead the elderly to practice physical activity 
were related to health, sociability and stress control, being less motivated by 
aesthetics and competitiveness. 
 
Keywords: Elderly Population, Primary Health Care, Physical Activity, Motivation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
SUMÁRIO 
 
AGRADECIMENTOS................................................................................................. iv 
RESUMO..................................................................................................................... v 
ABSTRACT................................................................................................................ vi 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9 
2 OBJETIVOS........................................................................................................... 14 
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 14 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 14 
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................. 15 
3.1 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO HUMANO E POPULACIONAL.............. 15 
3.2 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E IDOSOS.....................................................18 
3.3 MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA..................................... 20 
4 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 24 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO..................................................................... 24 
4.2 LOCAL E CENÁRIO DA PESQUISA.................................................................. 24 
4.3 POPULAÇÃO AMOSTRA................................................................................... 25 
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS................................................... 26 
4.4.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS.............................................. 26 
4.4.2 DADOS ANTROPOMÉTRICOS....................................................................... 27 
4.4.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE................................................................................ 28 
4.4.4 RAZÕES MOTIVACIONAIS PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA........... 28 
4.4.5 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA................................................................... 28 
4.4.6 PRESENÇA DE COMORBIDADES................................................................. 29 
4.5 ARMAZENAMENTO E ANÁLISE DE DADOS.................................................... 29 
4.6 PROCEDIMENTOS DE ÉTICA........................................................................... 29 
5 RESULTADOS....................................................................................................... 31 
5.1CARACTERÍSICAS SOCIODEMOGRÁFICAS, PRESENÇA DE 
COMORBIDADES E CONDIÇÕES DE SAÚDE....................................................... 31 
5.2 VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS ................................................................... 31 
 
viii 
 
 
5.3 PERCEPÇÃO DE SAÚDE, PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS E RAZÕES 
MOTIVACIONAIS PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA.................................... 35 
6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 38 
7 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 43 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 44 
APÊNDICES.............................................................................................................. 53 
 
 
 
9 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Um dos maiores feitos da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, que 
se fez acompanhar da melhora substancial dos parâmetros de saúde das 
populações, ainda que essas conquistas estejam longe de se distribuir de forma 
equitativa nos diferentes países e contextos socioeconômicos. Chegar à velhice, que 
antes eraprivilégio de poucos, hoje passa a ser a norma mesmo nos países menos 
desenvolvidos. Esta conquista maior do século XX se transformou, no entanto, no 
grande desafio para o século atual (VERAS; OLIVEIRA, 2018). 
O envelhecimento pode ser conceituado como um conjunto de modificações 
morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determinam a perda 
progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, sendo 
considerado um processo dinâmico e progressivo (LIMA & DELGADO, 2017). Já 
Neri (2002) afirma que o envelhecimento é o processo genético, portanto biológico, 
que apresenta ritmo, efeito e duração individuais, ou seja, varia de pessoa para 
pessoa, e possui origens genético-biológicas, sócio históricas e/ou psicológicas. 
Desde o século passado, vem sendo discutido que a expectativa de vida tem 
aumentado no mundo inteiro e, associada à queda dos coeficientes de fecundidade 
e de mortalidade, tem conduzido ao envelhecimento populacional, pelo aumento da 
população idosa. Em consequência destas mudanças sociodemográficas, o Brasil 
vem, como em outros lugares do mundo, sofrendo mudanças em suas 
características etárias, deixando de ser um país predominantemente jovem, 
iniciando um rápido e progressivo processo de envelhecimento (GOMES; OLIVEIRA 
NETO, 2018). 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Brasil (IBGE), o 
Brasil é um país com muitos idosos, gerando assim grandes demandas para 
políticas públicas de saúde, que venham atender essa categoria. Considera-se que 
ao passar dos 60 anos de idade a pessoa necessita de uma série de cuidados que 
poderá favorecer o prolongamento de vida com saúde, autonomia e disposição. 
Associado a isso, observa-se que países em desenvolvimento experimentam uma 
rápida transformação demográfica com o envelhecimento populacional. No Brasil, 
isso não é diferente, estima-se que, em 2025, o país ocupará o sexto lugar entre os 
países com maior população idosa, 25 milhões de pessoas, e que, em 2050, atingirá 
marca superior a 51 milhões de idosos (IBGE, 2019). 
10 
 
 
O Estado brasileiro do Rio Grande do Norte tem acompanhado esse processo 
de envelhecimento populacional, com 1,7 milhão de idosos (48,1%) e com um 
aumento de 9,19% em 2019. Na região geográfica do Seridó Potiguar, destaca-se o 
município de Caicó onde esse processo se repete com um crescente aumento na 
quantidade de idosos segundo o último censo do IBGE, possuindo, 
aproximadamente, 11,3% pessoas com 60 anos ou mais, considerando a população 
urbana e rural (IBGE, 2019). 
Atualmente, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) conclamou os 
países da Região das Américas a que fortaleçam seus sistemas de saúde e de 
proteção social para responderem às demandas de cuidados de longa duração que, 
em quantidade, triplicarão nas próximas três décadas, passando de oito milhões a 
27 ou a 30 milhões até 2050 (OPAS, 2019). No mesmo sentido, a Organização dos 
Estados Americanos, em 15 de junho de 2015, já havia aprovado a Convenção 
Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa, por meio 
de um documento juridicamente vinculante. Um item especifico dispõe que os 
“Estados Partes devem adotar medidas para desenvolver um sistema integral de 
cuidados que leve em conta a perspectiva de gênero e o respeito à dignidade e 
integridade física e mental do idoso, para garantir-lhe o gozo efetivo de seus direitos 
humanos por meio de cuidados de longo prazo” (OEA, 2015). O Brasil foi um dos 
primeiros países a assinar a Convenção. Tanto é assim, que organismos 
Internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), vêm discutindo o 
tema, elaborando planos, realizando eventos sobre a questão do idoso e 
recomendando aos países signatários que desenvolvam políticas, planos e projetos 
com o objetivo de implementar ações que beneficiem esse segmento populacional. 
As transformações socioeconômicas das últimas décadas e suas 
consequentes alterações nos estilos de vida dos indivíduos nas sociedades 
contemporâneas - com mudança de hábitos alimentares, aumento do sedentarismo 
e do estresse, além da crescente expectativa de vida da população - colaboram para 
a maior incidência de enfermidades crônicas, que hoje constituem um sério 
problema de saúde pública, o que reforça a importância de implantação de políticas 
públicas e programas que promovam o envelhecimento ativo a fim de contribuir com 
a promoção da saúde, participação ativa na sociedade e a segurança dos cidadãos 
idosos (VERAS, 2018). 
11 
 
 
Com as mudanças nas características etárias populacionais no Brasil e no 
mundo, percebe-se que o processo de envelhecimento pode estar acompanhado, 
muitas vezes, por um estilo de vida sedentário, que pode ocasionar maior 
incapacidade funcional, perda de qualidade de vida, aumento no acometimento de 
doenças, obesidade e mortalidade (PEREIRA et al., 2017). Na população brasileira, 
os idosos representam o grupo etário com menor nível de atividade física, uma vez 
que 31,8% dos brasileiros com mais de 65 anos de idade são inativos fisicamente, e 
a proporção de mulheres (32,3%) é maior que a dos homens (30,9%), e ainda que 
somente 28,8% dos homens e 21,6% das mulheres, em tal faixa etária, realizam 
atividades físicas por mais de 200 minutos semanais. Os percentuais são ainda 
menores se considerarmos somente as atividades físicas realizadas no tempo livre, 
em que apenas 24,4% dos idosos brasileiros mantêm uma prática regular (VIGITEL, 
2020). Nesse contexto, assuntos relacionados à melhoria da qualidade de vida e a 
promoção da saúde são constantemente discutidos, sendo a prática de atividades 
físicas considerada uma das áreas mais importantes, pois auxilia na prevenção e 
tratamento de doenças (NAHAS, 2017). 
Moreira, Teixeira & Novaes (2014) relataram que a prática regular de 
atividades físicas na velhice tem se revelado como um fator determinante no que diz 
respeito à manutenção da saúde e da independência funcional, além da promoção 
da qualidade de vida e do bem-estar dos idosos. Muitos estudos já comprovam a 
importância da atividade física para a promoção de um estilo de vida mais ativo e 
saudável e que o comportamento sedentário pode repercutir negativamente na 
saúde, capacidade funcional e qualidade de vida dos idosos, estes representam o 
segmento mais sedentário da sociedade (LUKA et. al., 2017; LEASK, HARVEY, 
SKELTON, CHASTIN, 2016; SANTOS et. al., 2015). 
Pode-se considerar que as diversas teorias psicológicas e de comportamento 
humano podem nortear as motivações para adoção de hábitos saudáveis por parte 
da população idosa, contribuindo significativamente para a base de conhecimentos 
que podem guiar o desenvolvimento de novas intervenções para promover a 
aceitação e manutenção da prática de atividade física. 
Nesse contexto, programas de promoção da saúde relacionados à atividade 
física se apresentam como uma estratégia na busca de um envelhecimento saudável 
e devem ser priorizados nas intervenções realizadas nas unidades de saúde da 
família, uma vez que, além dos benefícios físicos, psicológicos e sociais, podem 
12 
 
 
gerar grande economia no setor de saúde (ROCHA et. al., 2013). A adesão dos 
idosos a prática de atividades físicas se fortalece com a percepção dos benefícios 
físicos, sociais e, consequentemente, emocionais que essa participação permite. 
Um potencial serviço de saúde que atende esses idosos é a Estratégia Saúde 
da Família (ESF), implementada como uma proposta de reorganização do Sistema 
Único de Saúde (SUS) no âmbito da atenção primária à saúde (APS). A atuação da 
ESF está voltada, principalmente, para ações principalmente de cunho educativo, de 
promoção da saúde, junto aos indivíduos e às coletividades em sua totalidade, sem 
distinção de crenças, cultura, grau de escolaridade ou situação econômica e social. 
Busca sempre despertar nas pessoas o interessepelo conhecimento das diversas 
formas de obter adequadas condições de saúde e de exercer a plena cidadania (SÁ, 
CURY, RIBEIRO, 2016). 
Múltiplos são os movimentos de fortalecimento da Atenção Primária à Saúde 
e da promoção da saúde no Sistema Único de Saúde onde nesses movimentos é 
notório o crescimento na oferta de serviços através do Núcleo Ampliado de Saúde 
da Família e Atenção Básica (NASF-AB) e a Política Nacional de 
Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s), todavia, é necessário problematizar 
quais as evidências de seus benefícios à saúde individual e coletiva (CARVALHO; 
NOGUEIRA, 2016). Agregado a oferta desses serviços o Ministério da Saúde e o 
Ministério da Educação e Cultura vêm estimulando a parceria entre as instituições 
formadoras de profissionais e os serviços de saúde, visando aproximá-los do SUS e 
das necessidades de saúde da população brasileira, por meio de programas que 
integram ensino-serviço-comunidade, bem como iniciação ao trabalho e à pesquisa, 
com participação de estudantes da graduação de vários cursos, docentes de 
instituições de ensino e profissionais dos serviços (BARBOSA; ANDRADE; 
PEREIRA; FALCÃO, 2016). 
Cabe destacar o papel da APS que serve de base para um novo modelo de 
assistência e organização dos sistemas de saúde, configurando-se como porta de 
entrada prioritária e capaz de prestar serviço para todas as pessoas e famílias da 
comunidade, que também dele participam ativamente. As ações da APS devem 
conduzir a uma atenção integral dos usuários, capaz de melhorar as condições de 
saúde, a qualidade de vida e a autonomia dos indivíduos e da coletividade. A 
Estratégia Saúde da Família (ESF), por sua vez, configura-se como uma 
reorientação do modelo assistencial em saúde na APS que busca garantir a 
13 
 
 
integralidade da assistência centrada na família e direcionada à comunidade. Pela 
faixa etária dos idosos representarem uma das parcelas mais vulneráveis da 
população, espera-se que os serviços de APS sejam capazes de se organizar e 
ofertar serviços aos idosos considerando suas demandas específicas e busca pela 
redução das iniquidades em saúde (BRASIL, 2012). 
Partindo dessas premissas e por acreditar que a prática regular de atividades 
físicas deve ser estimulada por propostas de políticas públicas, a partir da APS, 
favorecendo uma atenção integral ao indivíduo que está em processo de 
envelhecimento, vem a necessidade de investigar os reais motivos para prática 
regular de atividades físicas entre os idosos atendidos na APS. 
Portanto, o presente estudo apresenta características do crescente processo 
de envelhecimento populacional no Brasil e no mundo, assim como, discussões de 
ações, políticas públicas direcionadas para a população idosa e prática de atividade 
física, visando investigar as razões motivacionais e os possíveis fatores relacionados 
à prática de atividade física em idosos atendidos pela atenção primária à saúde do 
município de Caicó. Com isso, espera-se ampliar o conhecimento sobre essa 
parcela da população, bem como auxiliar no planejamento e direcionamento de 
estratégias metodológicas e estruturais dos programas de atividade física para 
idosos deste município. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Investigar as razões motivacionais e os possíveis fatores relacionados à 
prática de atividade física em idosos. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
a) Descrever a amostra quanto às características sociodemográficas e 
condições de saúde; 
b) Mensurar as razões motivacionais para a prática de atividade física; 
c) Comparar as razões motivacionais à prática de atividade física com 
características sociodemográficas e condições de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 Processo de Envelhecimento Humano e Populacional 
 
O envelhecimento pode ser considerado um conjunto de mudanças da 
capacidade adaptativa de células, órgãos e sistemas, de forma que os mecanismos 
de equilíbrio orgânico se tornem mais vulneráveis, caracterizando a senescência, 
estado em que a reserva funcional está diminuída. E essas mudanças fisiológicas 
estão relacionadas com a rotina adotada nas atividades da vida diária dos idosos, 
assim como, às doenças associadas ao processo de envelhecimento que podem ter 
consequências na cognição e funcionamento dos órgãos e sistemas (AZEVEDO et. 
al., 2017). 
Ribas (2013) afirma que o processo de envelhecimento é um processo natural 
que caracteriza uma etapa da vida do homem e, dá-se por mudanças físicas, 
psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada indivíduo. É uma fase 
em que, ponderando sobre a própria existência, o indivíduo idoso conclui que 
alcançou muitos objetivos, mas também sofreu muitas perdas, das quais a saúde 
destaca-se como um dos aspectos mais afetados. 
É evidente que o crescimento da população envelhecida e os avanços 
tecnológicos associados à medicina estão, ao longo do tempo, prolongando a 
expectativa de vida desta população, e cada vez mais a atenção da ciência dessa 
área com o propósito de proporcionar, ao mesmo tempo, uma longevidade 
associada à melhor qualidade de vida, fazendo o idoso viver mais e com mais 
prosperidade (NAHAS, 2017). 
Muitos foram os fatores que impediram o progresso do conhecimento dos 
processos de envelhecimento, praticamente comuns a todos os seres vivos, mas o 
mais importante, foi a constância com que o envelhecimento natural foi 
erroneamente caracterizado como um estado patológico, o que estimulou muito mais 
a tentativa de combatê-lo de que o entender (CAMPOS et. al., 2010). 
É importante definir dois conceitos básicos de fundamental importância que 
distinguem o que é consequência de envelhecimento e do patológico, que são 
frequentes nesta fase da vida. São o conceito da senescência ou senectude e de 
senilidade. Por senescência entende-se as alterações orgânicas, morfológicas e 
funcionais que ocorrem em consequência do processo de envelhecimento, e por 
16 
 
 
senilidade as modificações determinadas pelas afecções que frequentemente 
acometem os indivíduos idosos (CAMPOS et al., 2010). 
Fazendo uma leitura dos acontecimentos dos últimos anos, observa-se que a 
taxa de fecundidade é cada vez menor e que a expectativa de vida está cada vez 
maior. Com essa nova realidade, é possível notar o aumento na proporção de idosos 
e a redução relativa de jovens. Assim, torna-se imprescindível identificar os fatores 
de risco e estabelecer terapias eficazes para a prevenção e recuperação de 
patologias típicas do envelhecimento. A saúde, como essência da vida de homens e 
mulheres em toda sua diversidade e singularidade, não permaneceu fora do 
desenrolar das mudanças da sociedade no avançar dos tempos. O processo de 
transformação da sociedade é também o processo de transformação da saúde e dos 
problemas sanitários (BRASIL, 2010). 
Entre 1990 e 2013, a expectativa de vida saudável global aumentou 5,31 anos 
para homens e 5,73 anos para mulheres. O controle das doenças transmissíveis, 
maternas, neonatais e nutricionais foi responsável por 56,47% (3,10 anos) dessas 
alterações, para ambos os sexos combinados, seguidas pelas doenças não 
transmissíveis (30,05%; 1,65 ano) e lesões (13,67%; 0,75 ano) (CHEN et al., 2019). 
Alguns fatores foram indicados como determinantes para o aumento da 
população idosa, entre eles, podemos destacar: aumento da assistência médica, 
melhores hábitos de vida, maior acesso a medicamentos, criação de programas de 
saúde direcionados aos idosos, e ainda, o crescente hábito da prática regular de 
atividade física (CHARRO et al., 2020). 
O processo de envelhecimento é também fortemente influenciado pela história 
de vida do idoso, em suas diferentes formas de inserção social ao longo da vida e 
exposição a contextos de vulnerabilidade. A complexidade dasdemandas de saúde 
apresentadas pelos idosos exige dos serviços sociais e de saúde a capacidade de 
responder adequadamente às suas necessidades não só de prevenção e controle de 
doenças, mas também da promoção de um envelhecimento ativo e saudável, 
visando a sua maior autonomia e bem-estar (GEIB, 2012). 
É importante destacar que ações profiláticas e o estímulo a medidas de 
autocuidado devem ser constantemente estimuladas e encorajadas para a 
população idosa, afim de favorecer uma melhor qualidade de vida e assim trazer 
autonomia, melhor desempenho nas atividades da vida diária e redução do risco de 
aparecimento de doenças hipocinéticas. 
17 
 
 
A “retângulação” da pirâmide populacional levará à progressiva aproximação 
do percentual de jovens e idosos na composição etária da população em países em 
desenvolvimento, como já acontece em países desenvolvidos. Os impactos sociais e 
econômicos de saúde pública, diante desse contexto, faz parte do presente e serão 
mais significativos no futuro. Estudos populacionais revelam a prevalência de 
doenças crônicas (em média três por idosos), uso de medicamentos (média de três 
por idosos), prevalência em ocupação de leitos hospitalares (média de 70% em 
hospitais gerais, da rede pública e privada). São indicadores que podem revelar a 
complexidade das intervenções que devem ser necessárias para promover a saúde 
desta população (VAISBERG; MELLO, 2010). 
A rotina da prática de atividade física na vida de pessoas com idade superior 
aos 60 anos pode assumir um protagonismo quando a mesma está associada à 
prevenção de doenças, manutenção de corpo forte e resistente, além da melhoria 
nas relações sociais por causa da convivência em grupo, propiciadas pelo contato 
com outras pessoas de mesma idade durante o envolvimento com a prática. Este 
contexto ou conjunto de fatos pode refletir-se na atividade física como uma possível 
forma de preparação para o envelhecimento. 
Diante de todo esse contexto é importante entender as diferenças existentes 
em relação ao processo de envelhecimento entre os países desenvolvidos e os 
países em desenvolvimento. Enquanto nos primeiros, o envelhecimento ocorreu de 
forma lenta e associado à melhoria nas condições gerais de vida, no segundo, esse 
processo vem ocorrendo de forma rápida, sem que haja tempo de reorganização 
social e de saúde adequadas para atender às novas demandas emergentes 
(BRASIL, 2010). 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil é um país 
com mais idosos, gerando assim grandes demandas para políticas públicas de 
saúde, que venham atender essa categoria. Considera-se que ao passar dos 60 
anos a pessoa necessita de uma série de cuidados que poderá favorecer o 
prolongamento de vida com saúde e disposição. Associado a isso, observa-se que 
países em desenvolvimento experimentam uma rápida transformação demográfica 
com o envelhecimento populacional. No Brasil, isso não é diferente, estima-se que, 
em 2025, o país ocupará o sexto lugar entre os países com maior população idosa, 
25 milhões de pessoas, e que, em 2050, atingirá marca superior a 51 milhões de 
idosos (IBGE, 2019). 
18 
 
 
Com o aumento proporcional do número de idosos, existe a necessidade da 
adequação e preparo dos serviços básicos de saúde, visando a sua estruturação, 
formação e qualificação profissional para o atendimento dessa nova demanda, uma 
vez que a população idosa é grande usuária de serviços de saúde (PILGER; 
MENON; MATHIAS, 2013). Para os idosos terem seus direitos garantidos ainda será 
necessário muito enfrentamento para que eles sejam respeitados e assegurados 
pelo poder público. Tanto é assim que organismos Internacionais, como a 
Organização das Nações Unidas (ONU), vêm discutindo o tema, elaborando planos, 
realizando eventos sobre a questão do idoso e recomendando aos países 
signatários que desenvolvam políticas, planos e projetos com o objetivo de 
implementar ações que beneficiem esse segmento populacional. 
 
3.2 Prática de atividades físicas e idosos 
 
O conceito de saúde trazido pela Organização Mundial de Saúde, onde saúde 
seria um estado de pleno bem estar físico, psíquico e social, de modo que o idoso, 
ao ter suas doenças tratadas e disfunções compensadas, possa sentir-se saudável, 
o estímulo a prática de atividade física com o intuito de manter o idoso ativo para as 
suas atividades da vida diária e o exercício físico, como algo mais elaborado, têm a 
capacidade de neutralizar ou minimizar disfunções encontradas na senescência e 
senilidade (DONNANGELO, 1979). 
A atividade física pode ser definida como todo movimento corporal produzido 
pela musculatura esquelética, que resulte em um gasto energético maior do que os 
níveis de repouso (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Nessa 
definição percebe-se que a atividade física engloba os exercícios físicos e os 
esportes, mas também o equivalente em gastos de energia em outros tipos de 
atividades, como lazer ativo, trabalho ocupacional e tarefas domésticas (MIRAGAYA, 
2006). 
Os estudiosos Fleck & Kraemer (2017) garantem que mesmo os idosos em 
idade bem avançadas podem se beneficiar com a prática de exercícios físicos se 
utilizarem um treinamento correto, que é capaz de melhorar a saúde e a capacidade 
funcional, levando a aumentos significativos na qualidade de vida. Faria Junior 
(2015) diz que as atividades físicas agem retardando os problemas causados ao 
organismo pelo processo de envelhecimento, indicando que devemos manter pelo 
19 
 
 
menos os limites mínimos de atividades da vida diária (AVD’s) a fim de prevenir 
doenças degenerativas e manter a capacidade funcional e autoestima. 
Para tanto, vem crescendo as recomendações para um estilo de vida mais 
saudável por parte dos idosos (COSTA, 2017). Dentre estas recomendações está a 
prática de exercícios físicos que, mesmo que não consiga interromper o processo 
biológico de envelhecimento, têm potencial para minimizar os efeitos fisiopatológicos 
e a progressão de doenças crônicas relacionadas à idade (BOOTH; ROBERTS, 
2012; CAMPOS et. al., 2014; FERREIRA et. al., 2017). 
A atividade física regular é um instrumento capaz de estimular mudanças em 
outros comportamentos e hábitos de vida dos idosos, adiando o aparecimento de 
doenças crônicas não transmissíveis e contribuindo para o envelhecimento saudável 
(BROWN et. al., 2012). Sabendo disso, a população idosa desperta-se e é motivada 
a procurar programas de exercícios físicos objetivando os benefícios que esta lhe 
propõe. 
Harris et. al. (2020) afirma que alternativas têm surgido na forma de 
programas de assistência orientados aos idosos, inclusive relacionados à 
necessidade de estimular um estilo de vida ativo, uma vez que a prática regular de 
exercícios físicos vem sendo apontada como uma ferramenta importante para o 
controle de doenças crônicas, manutenção da autonomia funcional e da qualidade 
de vida de pessoas idosas. É cada vez mais comum o crescente número de idosos 
de ambos os sexos participando de programas de atividades físicas, de esportes, 
assim como uma maior oportunidade de prática, o que nos leva a crer que esse 
grupo populacional percebe a importância de se manterem ativos não só para as 
atividades da vida diária como para fins de rendimento esportivo (FRAGALA et. al., 
2019). 
A prática de exercícios físicos pode ser utilizada como uma excelente 
estratégia no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das 
funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove 
melhorias na capacidade respiratória, na força muscular, na cognição e habilidades 
sociais. 
Os benefícios da prática de atividades físicas estão demonstrados na 
literatura nacional e internacional e são ressaltados pelas diretrizes de saúde, que 
recomendam pessoas acima de 60 anos praticar, em média, 200 minutos por 
semana de atividade física, de intensidadeleve a moderada, no sentido de 
20 
 
 
fortalecimento muscular e redução do índice de inatividade física (LIMA et. al., 2015; 
KEEVIL et. al., 2016). Os autores da área quase por unanimidade confirmam os 
incontestáveis benefícios que a prática regular de atividade física pode trazer para 
um envelhecimento com qualidade, ajudando na minimização e na prevenção dos 
efeitos deletérios. Nessa perspectiva, o interesse em conceitos como atividade 
física, estilo de vida e qualidade de vida, vem adquirindo relevância, motivando a 
produção de trabalhos científicos e constituindo um movimento no sentindo de 
valorizar ações voltadas a contribuição para a melhoria do bem-estar do indivíduo 
por meio do incremento do nível de atividade física habitual da população. 
Estudos apontam os benefícios da prática de atividade física para os idosos 
em diferentes dimensões, Coelho et. al. (2017); Lini et. al. (2016); Lima et. al. 
(2018) afirmam melhorias na área psicossocial, na qual podemos destacar a 
diminuição do estresse, da ansiedade, da depressão, aumento da autoconfiança, 
autoestima, socialização, diminuição dos riscos de demências e melhorias das 
condições de saúde cognitiva dessa população. Apesar dos benefícios da atividade 
física já relatados, é necessário trazer estudos que revelam a dificuldade de idosos 
começarem uma prática de atividade física ou continuarem a prática de forma 
regular. 
 
3.3 Motivação para prática de atividade física 
 
Segundo Samulski (2002), a palavra motivação é uma força intrínseca 
(interna) e extrínseca (externa) que se caracteriza como um processo intencional, 
ativo e dirigido a uma meta, que pode ser definida simplesmente como a direção e a 
intensidades de nossos esforços. 
Reeve (2014) diz que “um motivo é um processo interno que energiza e 
direciona o comportamento”. Para Senfft (2015) o motivo é um fator dinâmico que 
influencia o comportamento e a conduta de alguém em direção a um determinado 
objetivo, estando equilibrados entre fatores pessoais - ligados às metas, 
necessidades, interesses pessoais - e fatores situacionais - ligados à atratividade 
das instalações, influências sociais, desafios, tarefas atrativas. Barroso Junior et al. 
(2015) afirmam que o engajamento das pessoas em programas de atividades físicas 
geralmente se dá por fatores psicológicos, e apontam a motivação como um fator 
determinante tanto para o início quanto para a manutenção das atividades. 
21 
 
 
A necessidade de ter motivação torna-se formas e expressões que variam de 
pessoa para pessoa, desde jovem a adultos, sendo que não poderia ser diferente na 
faixa etária idosa, ou seja, o idoso também precisa de motivação para superar suas 
limitações principalmente as decorrentes do processo de envelhecimento 
(CARVALHO et al., 2016). 
De acordo com Braghirolli et. al. (2011), um comportamento motivado 
caracteriza-se pela energia despendida em direção a um objetivo ou uma meta. A 
motivação humana está relacionada com fatores como a curiosidade, a persistência, 
o aprendizado e o desempenho, além de, no meio esportivo, se caracterizar como 
um dos fatores principais tanto na adesão quanto na continuidade da prática 
(VALLERAND; LOSIER, 1999). É um dos fatores que determinam o comportamento 
humano, assim como as necessidades psicológicas individuais, os objetivos 
pessoais, o ambiente e as influências externas ao indivíduo, como é o caso do apoio 
social e parental, necessidade de auto valorização e de conquista material 
(DECHARMS; MUIR, 1978). 
Neste sentido, sabe-se que os níveis adequados de atividade física e aptidão 
física, são mantidos mais facilmente quando os indivíduos se sentem motivados para 
a prática, percebendo efetivamente os benefícios desses comportamentos saudáveis 
(LOURES et al., 2017). Assim, a motivação pode ser definida como a soma de 
fatores que determinam formas de comportamento voltadas a um determinado 
objetivo, sendo considerada o fator mais importante e determinante no que se refere 
ao início e continuidade de algum processo, como por exemplo a prática de 
exercícios físicos (SAMULKI, 2002). Porém, salienta-se que os fatores motivacionais 
que movem um sujeito em prol de um objetivo não são imutáveis. Ou seja, os 
motivos para determinada prática ou conduta podem variar ao longo do tempo de 
acordo com as necessidades, aspirações e obrigações do indivíduo (SAMULKI, 
2002). 
Assim, a motivação para a prática de exercícios físicos é resultado de uma 
complexa interação entre diversas variáveis psicológicas, sociais, ambientais e 
genéticas. Dentre estes fatores destacam-se: o conhecimento, a atitude, o apoio 
social e familiar, disponibilidade de espaço e instalações, barreiras percebidas pela 
pessoa (distância, recursos, tempo) e as normas sociais (CODONHATO et al., 
2017). 
22 
 
 
A curiosidade e os investimentos no estudo da motivação no contexto da 
atividade física e do esporte tem sido alvo de parte da literatura produzida na área 
da Psicologia do Esporte. Entretanto, alguns estudos têm buscado verificar a 
motivação em atletas de alto rendimento que precisam estar motivados para 
alcançar seus objetivos, conquistar recordes e vitórias. Outras pesquisas centram-se 
na compreensão dos fatores e processos associados à adesão, persistência e 
abandono da atividade física regular, buscando identificar o que motiva as pessoas 
“não-atletas” a praticar atividade física regularmente e, assim, deixar de ser 
indivíduos sedentários (BIDDLE, 1997; GAUVIN; SPENCE, 1995; GOUVEIA, 2001). 
Nesse sentido é, também, importante buscar a investigação da motivação à prática 
de atividades físicas em praticantes “não-atletas” de todas as idades, em especial os 
idosos que são o centro desses estudos. 
A motivação é um processo que possibilita a mobilização de necessidades 
preexistentes, que se relacionam a comportamentos capazes de satisfazê-las 
(FEIJÓ, 1992). Com isso as pessoas das mais diversas idades aderem a práticas 
saudáveis por inúmeros motivos, onde esses motivos sofrem variações de acordo 
com o indivíduo, tanto no nível quanto no tipo de motivação, dependendo das razões 
para aquela ação específica. 
Silva e colaboradores (2015) acreditam que estudar as teorias da motivação 
ajuda a compreender os motivos, as vontades e as necessidades que os indivíduos 
têm na busca pelos seus objetivos. A Teoria da Autodeterminação (TAD) segundo 
Deci & Ryan (1985); Ryan & Deci, (2017) tem sido, há mais de duas décadas, bem-
sucedida em fornecer um robusto quadro teórico à compreensão do comportamento 
motivacional em diversos contextos, incluindo numerosas pesquisas no campo da 
atividade física e esportiva. Embora a TAD seja a base teórica de numerosos 
estudos em vários periódicos internacionais, e tenha sido recomendada para ser 
utilizada no contexto cultural brasileiro em estudos e publicações nacionais), seus 
pressupostos ainda não foram amplamente avaliados no Brasil (OLIVEIRA et al., 
2015). 
A Teoria da Autodeterminação lista diferentes tipos de motivação, a partir das 
diferentes razões e objetivos que dão origem a uma ação. A motivação intrínseca 
vem de uma característica humana de sempre querer aprender e assimilar, e se 
refere a fazer algo porque é interessante ou agradável, e motivação extrínseca, está 
relacionada a vários fatores externos que a regulam (DECI; RYAN, 1985). 
23 
 
 
As concepções apresentadas convergem com o conceito de promoção do 
envelhecimento ativo propagado pela Organização Mundial de Saúde, caracterizado 
pela experiência positiva de longevidade, com preservação de capacidades e do 
potencial de desenvolvimento do indivíduo, para que a garantia de condições de vida 
e de políticas sociais seja uma prerrogativa (WHO, 2002). No âmbito nacional, a 
Política Nacional da Pessoa Idosa reforça a importância do envelhecimento ativo e 
saudável, priorizando ações motivadoras e facilitadoras paraa adesão de um estilo 
de vida saudável, considerando a prática regular de atividade física em todos os 
níveis de atenção (BRASIL, 2006). 
A motivação e as perspectivas em relação à prática de atividade física em 
idosos é um assunto de suma importância evidenciado na literatura. Autores 
destacam que alguns idosos ainda acreditam que a atividade física é desnecessária, 
ou mesmo potencialmente prejudicial. Outros reconhecem os benefícios da atividade 
física, mas relatam uma série de barreiras à prática. Seis barreiras foram citadas 
como as principais, e a motivação estava entre elas (FRANCO et al., 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 
 
 Originalmente, foi elaborado um estudo epidemiológico, de caráter 
individuado, observacional e transversal. Em decorrência da pandemia, ocasionada 
pelo vírus Sars-cov2, a coleta de dados foi interrompida. 
Mesmo com a retomada das atividades acadêmicas, laborais e sociais, a 
retomada da pesquisa ficou inviabilizada, visto que o contexto vigente impacta 
diretamente nas razões motivacionais previstas no projeto de pesquisa. 
Dessa forma, o presente estudo foi adaptado como um estudo piloto, 
caracterizado como individuado, observacional e transversal. 
 
4.2 LOCAL E CENÁRIO DA PESQUISA 
 
A pesquisa foi realizada em 3 unidades básicas de saúde do município de 
Caicó, Rio Grande do Norte. Caicó é um município brasileiro pertencente ao estado 
do RN, localizado na zona central do estado, distante 282 km da capital de estado, 
Natal. É considerada uma das principais cidades da região geográfica do Seridó. 
De acordo com os últimos dados de censo do IBGE, Caicó é o sétimo 
município mais populoso do RN, com 68.347 habitantes e densidade populacional de 
51,04 habitantes por quilômetro quadrado, sendo o segundo município mais 
populoso do interior do RN (IBGE, 2020). 
Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do 
interior do Rio Grande do Norte. Alcançando o maior índice de longevidade do Rio 
Grande do Norte. O município ainda se destaca por possuir o menor índice de 
exclusão social do estado segundo o IBGE, o quinto menor índice de vulnerabilidade 
social do Nordeste, além do maior índice de prosperidade social da região segundo 
o IPEA (IBGE, 2019). O município também foi reconhecido como a 4ª melhor cidade 
do Rio Grande do Norte em qualidade de vida, segundo ranking da empresa de 
consultoria Austin Rating (IBGE, 2019). 
 
 
 
 
 
25 
 
 
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
 A população do estudo foi constituída de indivíduos com 60 anos ou mais, 
atendidos pela atenção primária a saúde da zona urbana do município de Caicó. De 
acordo com o último IBGE, o município de Caicó possui, aproximadamente, 7.716 
pessoas com 60 anos ou mais, considerando a população urbana e rural 
(https://cidades.ibge.gov.br/). Além disso, sabe-se que o município apresenta 21 
unidades básicas de saúde com 95% de abrangência populacional. 
No projeto original, estimou-se o tamanho amostral necessário para se ter uma 
proporção populacional de 50% da principal característica em estudo - prática de 
atividade física - sendo este valor o máximo possível (p=0,5; q=0,5), visto que a 
exata proporção de praticantes de atividade física é desconhecida na população. 
Além disso, o nível de significância foi de 5% (alfa = 5%; z =1,96) e o erro amostral 
(d) foi fixado em 5%. 
Logo, aplicando a seguinte fórmula: 
( ) ².1²..
²...
dNzqp
zqpN
n
−+
= , onde N = 5980; p =0,5; q=0,5; z=1,96; d=5% 
Assim o “n” amostral estimado para o estudo populacional foi de 357. 
Entretanto, devido ao contexto de pandemia gerado pela covid19, não foi possível 
atingir o “n” estimado no cálculo amostral e, portanto, não se obteve a 
representatividade populacional. 
A amostra foi por conveniência e restrita a 3 unidades básicas de saúde da zona 
leste do município de Caicó, configurando o presente estudo como um piloto, sendo 
representativo apenas para um contexto restrito da zona leste do município de 
Caicó, podendo ser reproduzido em outros contextos. 
Critérios de Elegibilidade: 
• Pessoas com 60 anos ou mais de ambos os sexos; 
• Comunitários, ou seja, não institucionalizados; 
• Cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde da zona urbana do município 
de Caicó (RN). 
• Não estar temporária ou permanentemente acamado; 
https://cidades.ibge.gov.br/
26 
 
 
• Ser encontrado para avaliação após três tentativas, durante o 
recrutamento; 
• Conseguir concluir todas as etapas da coleta dos dados. 
 
4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 
 
Os dados foram coletados no período de fevereiro a março de 2020, por uma 
equipe devidamente treinada para aplicar os instrumentos de coleta. Os 
participantes foram convidados a participar da pesquisa e assinar o Termo de 
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). As informações coletadas foram referentes 
a: características sociodemográficas, dados antropométricos, condições de saúde, 
prática de atividade física e razões motivacionais para prática de atividade física. 
Ao ser iniciado o processo de coleta de dados deu início a pandemia da 
COVID-19 em todo os lugares do mundo, e não foi diferente no município de Caicó, 
o que obrigou a interrupção imediata da coleta dos dados desta pesquisa que 
acabou inviabilizando o alcance o “n” amostral estipulado. E ainda, mesmo com o 
retorno das atividades acadêmicas e institucionais, por questão de segurança dos 
pesquisadores e do público investigado, houve a inviabilização da continuidade à 
coleta de dados. Além disso, a continuidade do projeto de pesquisa em formato 
remoto sofreria influência do contexto de pandemia, o que geraria outras 
motivações, como razões motivacionais à prática de atividade física no contexto de 
pandemia de covid19. 
Tendo em vista a importância e a necessidade de gerar uma devolutiva ao 
serviço de saúde que foi escolhido como cenário desta pesquisa, assim como a 
população idosa estudada, foi produzido e construído um manual de atividades 
físicas denominado “Manual do Idosos Ativo” como estratégia de nortear e orientar 
uma maneira correta e segura dos idosos realizarem suas rotinas de exercícios 
físicos, tendo real impacto e magnitude no contexto de isolamento social 
atravessado no período pandêmico do COVID-19. 
 
 4.4.1 Características sociodemográficas 
 
Foram coletadas as seguintes informações sexo, idade, estado civil, o 
exercício ou não de trabalho remunerado e grau de escolaridade. 
27 
 
 
 4.4.2 Dados antropométricos 
 
Como medidas antropométricas foram obtidas as seguintes medidas: estatura, 
peso corporal, circunferências da cintura e do quadril. 
Para a aferição da estatura, foi utilizado um estadiômetro transportável, da 
marca Sanny®, com 212 cm e precisão de 0,1 cm. Solicitou-se que os idosos 
tirassem os calçados e se colocassem de costas para o estadiômetro, em posição 
ereta e com os pés unidos (CHARRO et al., 2020). 
A verificação do peso corporal, por sua vez, foi realizada em uma balança digital 
portátil da marca Speedo®, com capacidade de 150Kg e com precisão de 100g. 
Pediu-se que os indivíduos retirassem os calçados e objetos. Instruiu-se para que 
ficassem em pé sobre a plataforma da balança, com afastamento lateral dos pés, 
eretos e com olhar fixo para a frente (CHARRO et al., 2020). 
Para a medida da circunferência da cintura, utilizou-se uma fita métrica flexível 
com precisão de 1mm, da marca Sanny®. A medição foi realizada com o idoso em 
pé, circundando-se a fita na linha natural da cintura, na região mais estreita entre o 
tórax e o quadril, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A leitura foi 
realizada no momento da expiração (CHARRO et al., 2020). 
Para a medida da circunferência do quadril, utilizou-se uma fita métrica flexível 
com precisão de 1mm, da marca Sanny®. A medição foirealizada com o idoso em 
pé, pernas unidas, circundando-se a fita na linha natural do quadril, na região mais 
volumosa dos glúteos (CHARRO et al., 2020). 
Utilizou-se, para a análise do Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir 
da divisão da massa corporal em quilogramas pela estatura elevada ao quadrado 
(kg/m2) e os pontos de corte recomendados pelo Ministério da Saúde (MS, 2004) 
para avaliação da população idosa. Com base no IMC para idosos, foram 
considerados baixo-peso o IMC ≤ 22, eutrófico 22>IMC>27 e sobrepeso o IMC > 27 
kg/m2 (WHO, 2000). 
A verificação do risco de desenvolvimento de complicações associadas à 
obesidade, através da relação das circunferências da cintura e do quadril (IRCQ), 
tomando por base os valores sugeridos por sexo pela Organização Mundial da 
Saúde (2008) que considera que, para mulheres, valores acima de 0,82 representam 
um risco aumentado, e para homens e acima de 0,94. 
 
28 
 
 
 4.4.3 Condição e percepção de saúde 
 
A condição de saúde foi avaliada a partir da autopercepção da saúde dos 
idosos. A autopercepção de saúde foi avaliada perguntando ao idoso, a partir de sua 
concepção subjetiva, como ele considera sua saúde, cuja resposta varia entre muito 
boa, boa, regular, ruim ou muito ruim. 
 
 4.4.4 Razões motivacionais para prática de atividade física 
 
Com a finalidade de responder a problemática deste estudo e atender aos 
objetivos traçados, procedeu-se a exploração dos escores obtidos através do 
Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física (IMPRAF-54). Ao 
analisar os 54 itens, buscou-se demonstrar a confiabilidade dos valores das médias 
calculadas, desvio padrão (DP) e coeficientes de variação (CV), pois caso sofra 
efeitos negativos advindos de casos extremos poderia comprometer as 
representativas de comportamentos inventariados fazendo com que reduza o valor 
dos remates. (BALBINOTTI; BARBOSA, 2006) 
 Foi utilizado o instrumento denominado IMPRAF-54, validado para diferentes 
faixas etárias, desde adolescentes a idosos (Alpha de Cronbach superior a 0,82 em 
todas as dimensões avaliadas), tem a proposição de medir as seis dimensões 
(controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer) 
associadas à motivação para a prática regular de atividades físicas (BALBINOTTI; 
BARBOSA, 2006). 
O questionário é constituído por 54 itens, agrupados em 9 blocos e que são, 
de forma individual, avaliados por meio de uma escala Likert de 5 pontos, “isso me 
motiva pouquíssimo” a “isso me motiva muitíssimo”. Por meio desta escala são 
identificadas as dimensões que são consideradas mais motivadoras para a prática 
de atividade física. 
 
4.4.5 Prática de atividade física 
 
A prática de atividade física foi avaliada a partir do Questionário Internacional 
de Atividade Física, versão adaptada para idosos (IPAQ - versão adaptada para 
idosos). O IPAQ é um questionário validado em vários países, inclusive no Brasil, 
29 
 
 
que estima o dispêndio energético semanal de atividade física (MAZO; BENEDETTI, 
2010). 
O IPAQ – versão adaptada para idosos é um instrumento internacional, com 
validade para a população idosa brasileira, de fácil aplicação e baixo custo 
financeiro. É composto por 5 domínios, totalizando 15 questões: 1) Atividade Física 
no trabalho; 2) Atividade Física como meio de transporte; 3) Atividade Física em 
casa ou apartamento; 4) Atividade Física de recreação, esporte, exercício e de lazer; 
5) Tempo gasto sentado (MAZO; BENEDETTI, 2010). 
 
 4.4.6 Presença de comorbidades 
 
A presença de comorbidades foi avaliada através do autorrelato, considerando 
o diagnóstico médico no último ano, ou uso contínuo de medicamentos para o 
tratamento das seguintes doenças crônicas: cardiopatias, hipertensão arterial, 
diabetes mellitus, artrite ou reumatismo, doenças pulmonares, depressão, 
osteoporose e acidente vascular encefálico (AVE). 
 
4.5 ARMAZENAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 
 
 Os dados foram tabulados e armazenados e processados no software 
estatístico Statistical Package for the Social Science versão 20.0 para Windows 
(SPSS 20.0). 
 A análise estatística constou de análise descritiva (frequências, medidas de 
tendência central e medidas de dispersão) para caracterizar a amostra quanto às 
características sociodemográficas, às condições de saúde e os hábitos de vida. Em 
seguida, para uma melhor compreensão da motivação para a prática de atividade 
física, foi realizada uma análise bivariada (ANOVA) para comparação das médias 
dos escores brutos das dimensões em relação a variáveis independentes de 
condições de saúde. 
 
 4.6 PROCEDIMENTOS ÉTICOS 
 
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de 
Ciências da Saúde (CEP FACISA/UFRN), conforme as determinações da Resolução 
30 
 
 
n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que define as diretrizes e normas 
regulamentadoras que regem a pesquisa envolvendo seres humanos, conforme as 
suas recomendações, tendo registro no CAAE: 24485819.7.0000.5568 e Número do 
Parecer: 3.737.785. Esta pesquisa apresenta riscos mínimos, dentre os quais 
destaca-se: desconforto pelo tempo exigido para responder a entrevista, 
aproximadamente, quinze minutos; e/ou constrangimento pelo teor de alguns 
questionamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
5 RESULTADOS 
 
5.1 Características sociodemográficas, Condições de Saúde e Presença 
de Comorbidades. 
 
Ao todo este estudo pesquisou 30 idosos de 60 anos ou mais atendidos pelas 
mais diversas Unidades Básicas de Saúde da Atenção Primária à Saúde do 
município de Caicó no período de março a abril de 2020. 
A amostra foi composta em sua maioria pelo sexo feminino (86,7%), com 
média de idade de 71,6 ±6,3 anos, estado civil casado (36,7%), escolaridade inferior 
ao 1º grau completo (63,3%) e sem exercer trabalho remunerado (80%) (Tabela 01). 
Quanto à condição e concepção de saúde os entrevistados responderam ter uma 
saúde excelente (3,3%), muito boa (23,3%), boa (20%), regular (43,3%) e ruim 
(10%); e quanto aos hábitos de vida, a maioria dos indivíduos relataram não fumar 
(83,3%) e não ser etilistas (93,3%) (Tabela 01). 
 
5.2 Variáveis Antropométricas 
 
Em relação as variáveis antropométricas da amostra quanto a estatura, peso 
corporal, circunferência da cintura, do quadril, IMC e IRCQ, observou-se que a 
estatura da amostra pesquisada variou entre 1,33m e 1,70m; o peso corporal variou 
entre 36kg e 91,7kg; a circunferência da cintura variou entre 62cm e 118cm; a 
circunferência do quadril esteve entre 80cm e 125cm (Tabela 01). 
De acordo com o IMC, a amostra apresentou resultados onde, 40% dos 
idosos foram considerados eutróficos, 40% com sobrepeso e 20% com baixo peso; 
percebe-se ainda que em relação desenvolvimento de complicações associadas à 
obesidade (IRCQ), os valores do IRCQ para o sexo feminino há predominância de 
um IRCQ de Alto Risco, enquanto no sexo Masculino uma predominância de um 
IRCQ de Médio Risco (Tabela 01). 
No tocante à pratica de atividade física, a maior parte dos entrevistados 
relataram praticar atividade regularmente (73,3%); sendo que a atividade física de 
intensidade leve foi a mais relatada (43,3%) (Tabela 01). 
 
32 
 
 
Tabela 01: Caracterização da amostra quanto a: características sociodemográficas, condições 
de saúde e hábitos de vida. Caicó (RN). 2020. 
Variáveis Frequência Absoluta 
(n) 
Frequência Relativa 
(%) 
CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS 
IDADE (em anos) 
[µ = 71,6 ±6,3] [Min.= 62; Máx. =88] 
 
FAIXA ETÁRIA 
60 a 64 anos 02 6,7% 
65 a 69 anos 10 33,3% 
70 a 74 anos 11 36,7% 
75 anos ou mais 07 23,3% 
SEXO 
Masculino 04 13,3% 
Feminino 26 86,7% 
ESTADO CIVIL 
Solteiro 09 30% 
Casado 11 36,7% 
Divorciado 04 13,3% 
Viúvo 06 20% 
ESCOLARIDADE 
1° Grau Incompleto 19 63,3% 
2º Grau Incompleto01 3,3% 
2º Grau Completo 07 23,3% 
3º Grau 03 10% 
EXERCE TRABALHO REMUNERADO 
Sim 06 20% 
Não 24 80% 
CONDIÇÕES DE SAÚDE 
QUANTIDADE DE DOENÇAS CRÔNICAS 
33 
 
 
0 08 26,7 
1 10 33,3 
2 ou mais 12 40,0 
IMC 
≤ 22 (Baixo Peso) 06 20% 
>22 e < 27 (Eutrófico) 12 40% 
≥ 27 (Sobrepeso) 12 40% 
IRCQ 
Feminino 
Baixo Risco ≤ 0,80 
 
Risco Moderado 0,81 a 0,85 
 
Alto Risco ≥ 0,86 
 
 
6 
 
8 
 
12 
 
 
20% 
 
26,7% 
 
40% 
 
 
Masculino 
 
 
Baixo Risco ≤ 0,95 
 
Risco Moderado 0,96 a 1,0 
 
Alto Risco ≥ 1,0 
 
1 
 
2 
 
1 
3,3% 
 
6,7% 
 
3,3% 
PERCEPÇÃO DE SAÚDE 
Excelente/ Muito Boa 08 26,7% 
Boa 06 20% 
Regular 13 43,3% 
Ruim 03 10% 
HÁBITOS DE VIDA 
USO DE TABACO 
Fumante 05 16,7% 
Não fumante 25 83,3% 
CONSUMO DE ÁLCOOL 
Etilista 02 6,7% 
Não etilista 28 93,3% 
PRATICA ATIVIDADE FÍSICA 
34 
 
 
Sim 22 73,3% 
Não 08 26,7% 
TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA 
Lenta / leve 13 43,3% 
Moderada 12 40% 
Rápida / vigorosa 05 16,7% 
 
Em relação a presença de comorbidades 40% dos indivíduos relataram ter 
duas ou mais doenças crônicas, com destaque para a hipertensão arterial (60%), 
osteoporose (30%), artrite (20%) e diabetes mellitus (13,3%) (Figura 01). 
 
Figura 01: Principais Doenças Crônicas Investigadas. Caicó (RN). 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Hipertensão Arterial Doenças Pulmonares Diabetes Mellitus Depressão Cardiopatias Atrite Osteoporose
35 
 
 
5.3 Razões motivacionais para prática de atividade física 
 
Considerando as dimensões das razões motivacionais para a prática de 
atividade física, analisado através da aplicação do IMPRAF-54, observou-se que a 
principal razão motivacional registrada foi a dimensão da saúde (32,4%), seguida 
pela da sociabilidade (29,7%), do controle do estresse (27,8%), do lazer (25,5%), da 
estética (14,7%) e por fim da competitividade (11,7%) (Figura 02). 
 
 
Figura 02: Dimensões motivacionais para prática de atividade física em idosos. Caicó (RN). 
2020. 
 
Para uma melhor compreensão das razões motivacionais para a prática de 
atividade física, foi realizada uma análise de comparação das médias dos escores 
brutos de todas as dimensões em relação a variáveis independentes de condições 
de saúde (Tabela 02). Evidenciou-se que o escore de motivação para a prática de 
atividade física aumenta de acordo com a intensidade da atividade física, de forma 
que atividade física de intensidade moderada à vigorosa apresentou médias maiores 
de escores para motivação em todas as dimensões, sendo que, apenas na 
dimensão da “estética” essa diferença foi estatisticamente significativa (p-valor 
<0,05), esse resultado pode estar relacionado ao pequeno número de indivíduos na 
amostra. 
 
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Controle do Estresse Saúde Sociabilidade Competitividade Estética Lazer
36 
 
 
Tabela 02: Comparação da média dos escores de motivação à prática de atividade física com condições de saúde e hábitos de vida. Caicó (RN). 
2020. 
Variáveis Controle do 
Estresse 
Saúde 
Sociabilidade Competitividade Estética Prazer 
 µ±σ p-valor µ±σ p-valor µ±σ p-valor µ±σ p-valor µ±σ p-valor µ±σ p-valor 
IMC 
≤ 22 (baixo peso) 25,8±6,3 0,41 29,3±6,8 0,23 27,0±11,8 0,17 14,5±7,5 0,33 12,6±4,1 0,25 23,5±7,4 0,59 
>22 e < 27 
(eutrófico) 
26,8±6,8 33,2±4,4 
27,3±8,1 12,0±6,4 17,1±7,5 27,4±6,1 
≥ 27 (sobrepeso) 29,5±5,8 33,1±4,1 33,0±5,7 10.2±4,1 13,5±5,3 24,6±10,1 
 
TIPO DE ATIVIDADE 
FÍSICA 
 
 
Lenta / leve 26,9±7,2 0,39 31,0±5,8 0,33 28,0±9,2 0,12 9,6±3,3 0,25 11,3±4,6 0,02 22,8±9,8 0,24 
Moderada 27,2±5,0 32,8±3,9 28,7±7,6 13,1±7,9 16,2±5,9 26,5±7,2 
Rápida / vigorosa 31,4±6,8 34,8±4,3 36,6±3,5 13,6±4,0 19,4±6,3 29,8±3,1 
 
QUANTIDADE DE 
DOENÇAS CRÔNICAS 
 
 
37 
 
 
0 26,8±7,0 0,14 31,2±6,8 0,73 30,0±11,4 0,96 14,2±6,6 0,18 17,8±8,3 0,19 24,3±8,1 0,50 
1 25,3±6,2 33,1±4,0 29,1±8,7 9,2±3,1 12,7±4,3 23,7±9,4 
2 ou mais 30,5±5,3 32,6±4,3 30,0±6,1 12,1±6,5 14,1±5,4 27,6±7,4 
 
PERCEPÇÃO DA 
SAÚDE 
 
 
Excelente/ Muito 
Boa 
28,2±7,8 0,25 35,0±4,2 0,07 33,2±6,4 0,53 11,5±4,2 0,85 17,7±6,4 0,18 27,8±7,8 0,19 
Boa 24,6±7,5 28,1±6,5 26,8±7,6 11,5±8,1 10,6±4,1 20,1±7,5 
Regular 27,6±4,6 32,7±3,8 28,9±10,1 11,3±5,9 14,2±5,7 25,0±8,8 
Ruim 33,6±3,7 32,6±2,5 29,6±4,9 14,6±6,1 16,3±8,5 31,3±1,1 
 
 
 
38 
 
 
6 DISCUSSÃO 
 
Este estudo teve como objetivo investigar as razões motivacionais e os 
possíveis fatores relacionados à prática de atividade física em pessoas com 60 anos 
ou mais, atendidos pela atenção primária à saúde do município de Caicó, afim de 
esclarecer características de idosos quanto a comportamento e fatores que os 
motivam a praticarem atividade física. 
Sabe-se que muitos motivos podem influenciar a inatividade física, dentre 
eles o gênero, o nível socioeconômico, a escolaridade (KRUG, 2012), a 
autopercepção de saúde (SOUZA; VENDRÚSCULO, 2010), o estado civil, a 
obesidade, o tabagismo e o álcool (HIRVENSALO; LINTUNEN, 2011), as condições 
ambientais, de transporte e de segurança (CASSOU et al., 2011), além da imagem 
negativa do idoso perante a sociedade (MOSCHNY et al., 2011). 
No presente estudo, foi possível obter uma amostra de 30 indivíduos, com 
média de idade de 71,3 anos ± 6,3; sendo 86,7% do sexo feminino e 13,3% 
masculino. A maior participação de idosos do sexo feminino pode estar relacionada 
a feminização do envelhecimento e à maior capacidade de autocuidado por parte 
das mulheres. Corroboram com este resultado os estudos de Silva & Kraeski (2010), 
Eiras et al., (2010), Massetto (2011) e Schwingel (2011) que também apresentaram 
a predominância de mulheres envolvidas em programas de atividades físicas. Por 
outro lado, López-Benavente et al., (2018) em estudo realizado com idosas, afirmou 
que a as mulheres tendem a apresentar fatores de desmotivação para a prática de 
exercício, pois são sobrecarregadas com tarefas domésticas, influenciando uma 
precária percepção de saúde e pouco tempo livre. 
A maioria dos idosos do presente estudo relatou ter união estável, 
escolaridade inferior ao 1º grau completo, não exercer atualmente trabalhado 
remunerado, ser não tabagista e não etilista. Estudos envolvendo participantes de 
programas de atividade física oferecidas por Unidades Básicas de Saúde apresentou 
características sociodemográficas semelhantes (CARVALHO et al., 2016; LOVATO 
et al., 2015; SILVA et al., 2011). 
Além disso, o presente estudo evidenciou sobrepeso e/ou obesidade em 
40% dos participantes, além de maior proporção de idosos com IRCQ classificado 
em com risco moderado ou elevado. Tais achados, reforçam as evidências do 
aumento da prevalência de sobrepeso no Brasil. Segundo Malta et al., (2014), a 
39 
 
 
prevalência do excesso de peso aumentou, em todo território nacional, 
significativamente, em ambos sexos, em todas as faixas etárias e em todos os níveis 
de escolaridade. O estudo de Silva et al., (2018), realizado com 35.214.802 idosos 
de 60 anos ou mais de idade, também evidenciaram a tendência ao aumento da 
prevalência de sobrepeso e de obesidade nas cinco regiões do país, reforçando a 
ocorrência da transição nutricional no Brasil. 
Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, 
relacionado a enfermidades, as doenças crônico-degenerativas são frequentemente 
encontradas entre os idosos, podendo estar ligado aos hábitos da vida diária, 
alimentação e nível de atividade física. O presente estudo apresentou 40% dos 
participantes com 2 doenças crônicas ou mais, sendo a hipertensão arterial a mais 
relatada; e no tocante à autopercepção da saúde, a maioria considerou a própria 
saúde como regular ou ruim. Vários estudos nacionais e internacionais trazem 
achadossemelhantes quanto à alta prevalência de comorbidades em idosos e às 
principais doenças crônicas relatadas (MELO & LIMA, 2018; PEREIRA et al., 2020; 
CAVALCANTI et al., 2017; SILVA et al., 2017; IEPSEN & SILVA, 2015). A ocorrência 
de comorbidade vem sendo estudada no Brasil e é uma questão emergente para a 
saúde pública brasileira (MELO & LIMA, 2018), potencialmente relacionando-a com 
a autopercepção de saúde. A alta proporção de anos a serem vividos com 
comorbidade entre os idosos brasileiros sugere que o processo de envelhecimento 
não está sendo acompanhado de melhorias na saúde e na qualidade de vida 
(MARENGONI et al., 2011). 
Em relação à atividade física, a maioria dos participantes relatou praticar 
atividade física regularmente de forma leve a moderada. É importante destacar que 
a prática regular de atividade física auxilia no tratamento das doenças crônicas, 
reduz o risco de eventos adversos na velhice e de mortes prematuras (KNUTHET et 
al., 2009; MATSUDO, 2009; OMS, 2011). 
No tocante às razões motivacionais para a prática de atividade física, obteve-
se, dentre os participantes desta, pesquisa que a saúde foi considerada a principal 
motivação, seguida por: sociabilidade, controle do estresse, lazer, estética e 
competitividade. Além disso, o escore para a prática de atividade física aumentou de 
acordo com a intensidade da atividade física. 
O estudo de Farias & Beck (2020), também desenvolvido com o público idoso 
e no cenário da atenção primária à saúde, observou uma sequência de motivação 
40 
 
 
similar para motivação à prática de atividade física sendo: saúde, prazer, 
sociabilidade, estética, controle de estresse e competitividade. Outros estudos 
nacionais e internacionais trazem achados semelhantes, apontando que idosos de 
ambos os sexos são predominantemente motivados a prática de atividade física, 
essencialmente, pelo aspecto saúde, sendo esta a principal referência para o 
planejamento de aula dos profissionais de educação física (MEURER, 2010; 
CAVALLI et al., 2014; SJÖRS et al., 2014; SILVA; CASTANHO; CHIMINAZZO; 
BARREIRA; FERNANDES, 2016). 
A dimensão motivacional da sociabilidade foi o segundo fator mais citado 
nesta pesquisa, mostrando-se mais relevante que o controle do estresse. Essa 
dimensão diz respeito à vontade do indivíduo de interagir com pares sociais, de 
conhecer pessoas, de fazer parte de um grupo que compartilhe as mesmas ideias e 
de se sentir aceito e querido. Atividades físicas possibilitam interação social (EIME et 
al., 2013). Por outro lado, Sjörs et al. (2014) observou que as razões sociais ficaram 
entre as menos citadas como fator motivacional para atividade física, contrapondo-
se aos achados do presente estudo e de outros que relatam as razões sociais como 
o fator mais importante (HORNE; TIERNEY, 2012; SALEHI et al., 2010) ou o 
segundo mais importante (PÄIVI et al., 2010; COSTELLO et al., 2011). Deve-se 
considerar que os homens foram sub representados na maioria desses estudos, 
bem como na pesquisa em questão; além disso, fatores culturais devem ser 
fortemente considerados no âmbito da socialização. 
Oliveira et. al. (2019) relata que fatores como sexo, faixa etária e o nível de 
atividade física podem interferir na motivação para a prática de atividades física, 
além do que o avançar da idade parece interferir no nível de autoestima do idoso. 
Ressalta-se que a prevenção de doenças e o controle do estresse são fatores 
importantes para as mulheres ao praticar atividade física, enquanto a condição física 
é um fator de destaque para os idosos ativos fisicamente. Além disso, destaca-se 
que a estética e a condição física são fatores inversamente associados com a 
autoestima, enquanto que fatores como diversão/bem-estar e reconhecimento social 
parecem interferir negativamente na depressão dos idosos. 
A pesquisa de Silva (2018) que também utilizou do IMPRAF-54 para avaliar 
fatores que fazem com quem idosas fisicamente ativas com idade acima de 60 anos 
deem início e permaneçam na atividade física, identificou que a recomendação 
médica e o prazer pela atividade física foram uns dos fatores motivacionais para a 
41 
 
 
permanência das idosas nos grupos de ginástica. Os outros fatores motivacionais, 
como a estética e a competitividade tiveram média menor. Segundo Meurer (2012), 
a dimensão da estética é um fator de motivação cuja importância diminui com a 
idade, uma vez que a preocupação se centra em aspectos relacionados à sensação 
de bem estar e saúde, ao invés da aparência. 
A competitividade apareceu como o último fator apontado pelos idosos. Vários 
estudos também evidenciaram que a competitividade foi a dimensão que menos 
motivou os idosos à prática da atividade física (CAVALLI et al., 2019; DANTAS et al., 
2015; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; FERREIRA, 2012; BALBINOTTI et al., 
2011). No quesito competitividade estão inseridos fatores como disputa, resultado, 
avaliação, seleção, ímpeto pela vitória, desprezo pela derrota, pressão, alegria e 
frustração (DE ROSE et al., 2001). Possivelmente estes não são anseios primordiais 
dos idosos, uma vez que boa parte destes possivelmente se encontram 
aposentados, e com objetivos de vida diferentes dos jovens onde a competitividade 
impera na vida tanto profissional quanto social. 
Em estudo realizado com adultos e idosos a respeito da motivação, notou-se 
que os adultos se mantêm motivados por aspectos multifatoriais, enquanto que os 
idosos são motivados especificamente pela necessidade de não se sentir só, ou 
seja, pela sociabilidade, também pela manutenção da saúde e por indicações 
médicas (BAVOSO; GALEOTE; MONTIEL, 2017). 
Assim, o incentivo a prática regular de atividade física no contexto das 
unidades básicas de saúde e espaços públicos podem contribuir para a adesão de 
estilo de vida fisicamente ativo, por grande parte da população idosa, uma vez que 
são espaços gratuitos e acessíveis. Os determinantes motivacionais para a prática 
da atividade física podem sofrer influências segundo os objetivos de cada indivíduo e 
o tipo de atividade física, mas, de forma geral, a saúde tem sido considerada como 
importante motivo para adesão e a socialização um grande influenciador na 
manutenção da atividade física. 
Cabe ressaltar que o presente estudo apresenta limitações. O tempo de 
coleta de dados e a quantidade de idosos pesquisados devido a eminência da 
pandemia do COVID-19 que culminou com a suspensão da coleta. O tamanho da 
amostra foi um fator limitante com importante influência no poder estatístico. A 
realização do estudo em uma região específica, com amostra por conveniência, 
inviabilizou que os resultados obtidos sejam extrapolados para outras populações. 
42 
 
 
Análises comparativas mais elaboradas entre os sexos não foram possíveis de 
serem realizadas devido ao tamanho amostral e a quantidade de participantes do 
sexo masculino, mas consiste em uma interessante estratégia de análise, 
considerando-se diferentes fatores motivacionais para homens e mulheres. Estudos 
futuros, com amostras maiores e delineamentos de pesquisa mais sofisticados, são 
fundamentais para a obtenção de resultados mais robustos, bem como uma 
avaliação em longo prazo desses fatores motivacionais. 
Sugere-se que, mais estudos com amostras ainda mais expressivas sejam 
realizados na intenção de compreender as razões motivacionais para prática de 
atividade física, em idosos atendidos pela atenção primária a saúde, pois entende-se 
a importância de programas e rotinas de atividades físicas como forma de favorecer 
um estilo de vida social, ativo e saudável, tendo em vista as projeções do 
envelhecimento populacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 7 CONCLUSÃO 
 
A realização desta pesquisa possibilitou caracterizar o perfil sociodemográfico 
e de saúde de idosos atendidos pela atenção primária a saúde da zona leste

Continue navegando