Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CIRURGIAS DO SISTEMA URINÁRIO ANATOMIA CIRÚRGICA - Rim esquerdo > mais caudal que o direito; - Rins são estruturas retroperitoneais > não estão dentro da cavidade peritoneal > peritônio visceral passa por fora; - 2 ureteres adentra a cavidade peritoneal, fazendo a inserção no trígono vesical; - Uretra: → Uretra prostática > passa por dentro da próstata; → Uretra peniana > passa por dentro do pênis; → Uretra membranosa > entre a prostática e a peniana; → Uretra do macho mais longa que a da fêmea. - Bexiga; - Próstata. - Rim do gato é mais móvel que o do cão e facilmente palpável; - Glândula bulbouretral > marco anatômico importante na uretrostomia. DOENÇAS DE TRATAMENTO CIRÚRGICO RINS E URETERES: - Ureter ectópico > não tem inserção no trígono vesical; - Urólitos; - Neoplasias (nefroblastomas); - Abscessos perirrenais, ou perinéfricos. BEXIGA E URETRA: - Urólitos; - Obstrução (cálculo ou tumor); - Cistite idiopática felina (CIF); - Ruptura de bexiga. UROLITÍASES - Agregação de sais minerais em torno de uma matriz mucoide; - Cálculo de estruvita, oxalato de cálcio, cistina etc. > macroscopicamente similares. FISIOPATOLOGIA: - Cálculo de estruvita mais frequente em cães e gatos; - Felinos: mudança no pH urinário (dieta) > facilita formação da compressão em torno da matriz mucoide > infecção de trato urinário > bactéria muda o pH mais ainda; - Cães: infecção de trato urinário primeiro > mudança de pH > compressão em torno da matriz mucoide. Localização dos cálculos: - Rins ou ureteres: 5 a 10%; - Bexiga ou uretra: 90 a 95%; - Fêmeas fazem cálculos em menor número, mas em maior tamanho na bexiga > eliminadas com facilidade pois têm uretra mais larga; - Machos fazem pequenos cálculos na uretra. Fatores contribuintes: - pH urinário; - Infecção; - Concentração aumentada de cristais. Dálmatas: - Falha no transporte hepático de ácido úrico > redução na produção de alantoína > aumento da excreção de ácido úrico > ácido úrico se transforma e urato. UROLITÍASES VESICAIS E URETRAIS: Incidência: - Dos cálculos de estruvita: maior nas fêmeas > por terem uretra mais curta, são mais predispostas à cistite; - Das obstruções: maior nos machos > uretra mais longa. Cálculos mais frequentes: - Estruvita; - Oxalato de cálcio; - Urato; - Silicato; - Cistina; - Mistos. EXAME FÍSICO: Anamnese: - ITU (Infecção de Trato Urinário) > disúria, estranguria, hematúria, febre, inapetência; - Distensão vesical; - Dor abdominal; - Estrangúria > jato de urina fino; - Azotemia pós-renal/obstrutiva. - Ruptura vesical > uroabdome (urina na cavidade abdominal) > sobrevivência do animal depende se a urina está infectada ou não > emergência clínica e urgência cirúrgica. EXAMES COMPLEMENTARES: - Radiografia > cistografia, uretrografia e urografia excretora; - Ultrassonografia; - Patologia clínica > urinálise; - Urocultura e antibiograma. INDICAÇÕES CIRÚRGICAS: - Quando a dissolução do urólito é ineficaz; - Anormalidades anatômicas intercorrentes (uretra muito estreita) - Cálculos muito grandes: possibilidade de obstrução uretral; - Uropatia obstrutiva: → Hidronefrose; → Hidroureter; → Insuficiência. TRATAMENTO CLÍNICO: - Dissolução por meios clínicos, através da ração, possível para: estruvita, cistina e uratro; - Retropropulsão > em cães pode ser acordado/sedado, em gatos precisa de anestesia geral (se não, leva a ruptura de uretra) > utilização de sonda uretral; - Urohidropropulsão > pouco utilizada > pequenos cistólitos; - Recuperação cistoscópica. Retropropulsão com sonda uretral > ao parar no cálculo, faz o toque retal e comprime o reto para baixo > jato de soro com seringa > faz o cálculo ir para a bexiga. Se não dá certo, é porque a bexiga está cheia > faz a cistocentese > consegue empurrar o cálculo para a bexiga. PRÉ-OPERATÓRIO: - Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido básicos; - Antibioticoterapia. - Se animal está com poliúria > tende a hipocalemia > corrige o potássio; - Se o animal está com doença obstrutiva > hipercalemia > emergência clínica. Correção dos efeitos da hipercalemia: - Trata os efeitos cardiovasculares; - Não reduz K+ sérico > indicação: arritmia que compromete a vida; - Ringer Lactato (60ml/kg/h) > corrige a acidose; - Se K+ sérico > 8mEq/L > gliconato de cálcio a 10%: → 0,5 a 1mg/kg, IV, em 5 a 15 min.; → Início: imediato; → Monitorar a frequência cardíaca com o ECG > bradicardia ou diminuição do intervalo QT > descontinuar temporariamente a infusão. - Corrige o potássio > animal pode entrar para cirurgia. TRATAMENTO CIRÚRGICO – CISTOTOMIAS: - Abertura da bexiga para a retirada do cálculo. TRATAMENTO CIRÚRGICO – CISTOSTOMIA: - Abertura pré-púbica; - Retira toda a uretra > animal passa a urinar da bexiga diretamente para o ambiente. TRATAMENTO CIRÚRGICO – URETROTOMIAS: - Em cães: pré-escrotal ou perineal; - Feita em casos que urólitos que não puderam ser deslocados para a bexiga; - Facilitar a colocação de cateteres vesicais; - Obter tecido para biopsia > mais fácil utilizar endoscopia. TRATAMENTO CIRÚRGICO – URETROSTOMIAS: - Obstrução recorrente não responsiva à medicamentos; - Estreitamento uretral; - Neoplasia; - Uretra curta > predispõem a infecções > animal terá infecções urinárias recorrentes; - Faz quando é realmente necessário. - Trauma grave uretral > cicatrização por segunda intensão > tende a fazer estenose. - Amputação peniana; - Fistulização da uretra. TÉCNICAS: TÉCNICAS ESPÉCIES Pré-escrotal Cães Escrotal Cães* Perineal Cães e gatos* Transpúbica Gatos Subpública Cães e gatos Pré-púbica ou ante-púbica Cães Técnica escrotal: - Acesso à uretra peniana distal; - Pode ser uma incisão perineal em gatos; - Técnica escrotal > necessário fazer orquiectomia com ablação de bolsa e penectomia > vai abrir a uretra > é a melhor técnica para o cão > melhor resultado pós- operatório; - Borda da mucosa precisa ficar para fora da pele > utiliza sutura out in > sujidades entram na uretra > necessário ter cuidado durante toda a vida. Técnica perineal: - Técnica perineal em cães costuma dar muita dermatite; - Acesso perineal em gatos > acesso mais acima, toma como referência a glândula bulbo-isquiática > consegue uma uretra mais larga. Técnica transpélvica e subpúbica: - Transpélvica: se a uretra da flexura pélvica não é mais viável; - Subpúbica: caso não consiga aproveitar a uretra pélvica do assoalho púbico > necessário fazer a osteotomia púbica. CICATRIZAÇÃO/REGENERAÇÃO: - Uretra > regeneração da mucosa em até 6 dias; - Extravasamento de urina: → Retarda a cicatrização, sobretudo a infectada; → Promove fibrose periuretral e estreitamento subsequente. - Colocar cateter (desvio urinário): → Cateterização breve > selamento da serosa é rápido; → Uretral ou por cistostomia; → Por 3-5 dias. SUTURAS: - Uma camada – simples > contínua ou interrompida; - Duas camadas: → Mucosa > simples contínua; → Seromuscular > invaginante > Cushing ou Lembert. - Em caso de dúvida > faz uma terceira camada invaginante; - Fios absorvíveis sintéticos monofilamentares. CISTITE IDIOPÁTICA/INTERSTICIAL FELINA (CIF) - Inflamação do trato urinário inferior de causa desconhecida; - Hoje é doença de tratamento clínico; - Doença neuro-humoral > estresse, retenção urinária. - Só passa por tratamento cirúrgico os animais que fazem estenose de uretra. SINONÍMIA: - Síndrome Urológica Felina (SUF); - Doença idiopática do trato urinário inferior (DITUI); - Cistite estéril; - Uropatia obstrutiva; - Síndrome de pandora.
Compartilhar