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DERMATOLOGIA VISÃO GERAL FUNÇÕES DA PELE - Barreira > não deixa sair água, eletrólitos; - Proteção contra agentes externos; - Regulação térmica; - Percepção sensorial; - Movimento e forma; - Ação antimicrobiana > existem bactérias normalmente, quando está tudo ok, ficam em um nível aceitável > se há disfunção sistêmica, bactérias se aproveitam; - Secreção glandular; - Produção de anexos > unhas; - Armazenamento (água, eletrólitos, vitaminas, gorduras, carboidratos e proteínas); - Pigmentação > melanina; - Produção de vitamina D; - Doenças bacterianas de pele são secundárias > a pele alterada nos dá indicação de doença sistêmica (na maioria das vezes). PROBLEMAS APRESENTADOS POR ANIMAIS COM DERMATOPATIAS - Alopecia; - Prurido; - Seborreia > úmida ou seca (descamação); - Feridas; - Crostas (mais aderidas). - Na maioria das vezes, doenças dermatológicas não tem diagnóstico clínico > necessários exames. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Idade, raça, sexo (não tem muita relação com doenças de pele); - Anamnese + histórico (ambiente, tratamentos anteriores/doenças concomitantes, curso da doença, aspecto inicial e atual das lesões, prurido/ectoparasitas). Exame clínico: - Lesões primárias; - Lesões secundárias; - Lesões de pigmentação > hiperpigmentação, despigmentação (vitiligo, lúpus, leishmaniose > doenças imunomediadas); - Ficha de exame dermatológico; - Escala visual de prurido > normal, leve, moderado, intenso, extremamente intenso etc. LABORATORIAL: Raspado de pele/fita adesiva: - Detectar presença de ácaros, fungos (se encontra, não significa que é a causa da doença no cão) e sarna Notoedris, Demodex e Sarcoptica (muito difícil de pegar, mesmo no raspado). Lâmpada de Wood: - Específica para Microsporum canis > portador/disseminador é o gato (pode ser portador assintomático). Cultura: - Bactérias; - Fungos > padrão ouro; - Utiliza o pelo, caspa, crosta etc. Citologia: - Lesões nodulares, com volume; - PAAF; - Swab; - Fita; - Imprint (decalques) > tumor venéreo, lesão plana, ulcerada, aumentada de volume etc. Biópsia: - Punch > lâmina cortante; - Histopatologia. Testes alérgicos: - Não são para diagnóstico; - Geralmente para saber ao que o animal é alérgico, para realizar imunoterapia/vacina > torna o sistema imunológico mais tolerante. Testes complementares: - Para doenças sistêmicas; - Hemograma, bioquímica (perfil hepático, renal), urinálise, raio-x, dosagem hormonal. - KERION > lesão reação inflamatória ao fungo (em casos de dermatofitose), formando um granuloma. PROCEDIMENTO PATÓGENO OU PATOLOGIA Raspado Ectoparasitas, dermatófitos? Lâmpada de wood Miscrosporum canis Arrancamento de pelos Ectoparasitas, dermatófitos, estrutura do pelo Escovação Ectoparasitas superficiais Fita adesiva Estoparasitas superficiais, leveduras Esfregaço Citologia Cultura (swab, pelos, escamas) Bactérias ou fungos Biopsia Exame histopatológico ou cultura Teste intradérmico Atopia DERMATOSES FÚNGICAS DERMATÓFITOS - Cães e gatos (gatos possuem mais); - Qualquer raça e idade > jovens apresentam mais > relação com imunossupressão > comum em gatos peludos/persas. - Queratinofílicos > pele, pelos, unhas; - Microsporum > mais comum; - Trichophyton; - Epidermophyton > mais comum em humanos, zoonose. CLASSIFICAÇÃO: Hospedeiro principal: - Antropofílicos (Epidermophyton) > fungo tem tropismo por humanos; - Zoofílicos (M. canis, Trichophyton mentagrophytes - roedores) > entre animais, humano o hospedeiro errático; - Geofílicos (M. gypseum) > contaminação do solo. Posição dos esporos: - Importante na hora do diagnóstico > Potassa/KOH (clarifica o pelo e visualiza esporos); - Ectothrix (zoofílicos) > esporos fora do pelo; - Endothrix (alguns são antropofílicos). FATORES PREDISPONENTES: - Idade; - Estado nutricional e hormonal; - Maturidade sexual; - Doenças concomitantes; - Estresse. FATORES DE RESISTÊNCIA: - Não deixam o animal (por mais que seja portador) estar manifestando a doença; - Pele e mucosas; - Ação antifúngica do suor e secreção sebácea; - Fungos não gostam de pele infectada por bactéria > geralmente não há piodermite e dermatofitose juntas. SINAIS CLÍNICOS: - Dependem da raça, susceptibilidade individual e do agente causal; - Lesões localizadas ou generalizadas > nem sempre são circulares; - Prurido > nem sempre é comum; - “Tinha” > doença em humanos = área circular de rápido crescimento, alopecia parcial a total, pelos quebradiços; - Pele seca, descamação, seborreia; - Infecção bacteriana secundária – incomum; - KERION = nódulo que pode ser doloroso, pruriginoso > lesão inflamatória grave, com edema e secreção purulenta (bactérias e fungos) – pseudomicetoma. OBS.: esporos viáveis são transmitidos pelo contato com animal infectado, ambiente contaminado ou via aerógina > invadem a queratina; - Fungos não prosperam em pele inflamada ou com secreção purulenta; - Cuidado com portador assintomático! MICROSPORUM SP.: - M. canis; - M. gypseum; - M. persicolor; - Não precisa saber qual é para iniciar o tratamento! Microsporum canis: - Gatos: → Portador assintomático/cronicidade > pode não ter lesões, apenas rarefação pilosa; → Pequenas áreas descamativas; → Lesões levemente elevadas, extensas, irregulares ou circunscritas com certa hiperpigmentação e descamação superficial; → Lesões podem persistir por semanas, meses ou anos; → Prurido nem sempre é comum nos animais > pode coçar ou não > é comum em humanos. - Cães: - Portador “assintomático” > pequenas áreas circulares descamativas e parcialmente alopécicas. TRICHOPHYTON: - T. mentagrophytes (cães e gatos); - T. verrucosum (cães); - T. terrestre (cães e gatos). T. mentagrophytes: - Reação inflamatória intensa, edema, supuração, alopecia; - Pode afetar as unhas (Onicomicose). DIAGNÓSTICO: Clínico: - Alopecia/rarefação pilosa, crostas, lesões circunscritas (em cães) e dispersas (em gatos), lesões circulares em humanos. Laboratorial: - Lâmpada de Wood: visualiza apenas M. canis; - Raspado de pele, unhas, pelos afetados (periferia da lesão – centrífuga, foge do centro): → Exame direto em KOH 10%/lâmina corada; → Não é 100% confiável > visualiza apenas esporos; → Se aparece macroconídeas no raspado, é contaminante (não leva em consideração). - Cultura fúngica na placa: → Padrão ouro, visualiza macroconídeas; → Não é tão rápido > começa o tratamento antes de confirmar. - Biopsia; - Cultura + biopsia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Demodicose; - Dermatite de contato; - Piodermite; - Seborreia; - Doenças imunomediadas; - Doenças endócrinas; - Histiocitoma > semelhantes ao kerion. TRATAMENTO: - M. canis: autolimitante; - Tosa > piora inicial, mas é boa em casos de tratamento tópico, sem atrapalhar a aplicação; - Antifúngico tópico e/ou sistêmico > sistêmico pode resolver sozinho, mas por ser lesão na pele, tópico é mais eficaz > depende do caso > se está muito acometido, tratamento sistêmico agiliza a melhora. Tópico: - Evitar pomadas/cremes (Tiabendazol, Miconazol, Cetoconazol, Clotrimazol) > loções e spray são melhores; - Cetoconazol 2% spray® - uso veterinário > é um spray sutil; - Micolytic aerossol® (miconazol); - Vodol® loção (miconazol) – farmácia humana; - Clotrimazol spray® – farmácia humana; - Lamisil® (terbinafina, mas é creme) – farmácia humana. Banhos: - Clorexidine 3% (manipulação; hexadene, Spherulites®) - Miconazol 2% (shampoo – manipulação); - Tiuran sabonete/aerossol/solução® - Cetoconazol 2% (shampoo, spray); - Clorexidine 2% + miconazol a 2,5% (Cloresten shampoo®); - Cetoconazol + clorexidine (Micodine®/Cetodine shampoo®); - Recomendação: 2x por semana (cães). Sistêmico: - Imidazóis (ação antibacteriana, antiprotozoária, fungicida) > manter por 3 a 4 sem após cultura negativa; - Cetoconazol 10mg/kg/24h VO comalimento > hepatotóxico > evitar fazer em animais hepatopatas; - Itraconazol 10mg/kg/24h VO com alimento > menos tóxico > ITL® veterinário (manipulação); - Pulsoterapia (tratamento de tempo em tempo) semanal ou 2 dias/semana > não tem problema, pois não há relatos de resistência a antifúngicos em cães e gatos; - Terbinafina – 20-30 mg/kg/VO por 14/15 dias > fica no pelo e na pele por mais de semanas > poder curativo muito melhor (Lamisil® comprimido/creme/manipulação – farmácia); - Griseofulvina (micro 50 a 60 mg/kg/d VO com alimento gorduroso; ultramicro 5 a 10 mg/kg/d VO) 4 a 6 sem. > fungistática (demora mais), hepatotóxica, teratogênica (causa aborto) > em desuso. Associações: - Banhos 1 a 2x/semana por 4 semanas; - 6 semanas, até cultura negativa. Ambiente: - A cada 2 semanas; - Formol; - Hipoclorito de sódio. Sem eficácia: - Lufenuron > Program Plus > para pulgas; - BIOCAN M (vacina) > eficácia não comprovada > induz imunidade celular e não humoral (que produz anticorpos). Tratar todos os animais infectados e portadores assintomáticos! MALASSEZÍASE - Malassezia pachydermatis > levedura que está presente em pequenas quantidades no conduto auditivo e em regiões de pele úmida (dobras, perilabial etc.); - Acomete animais imunossuprimidos > doenças de hipersensibilidade ou supercrescimento de Malassezia; - Cães > doenças secundárias a endocrinopatias, demodicose, atopia (processo crônico, de difícil controle) etc.: → Raças: West Highland White Terrier, Teckel, Cocker, Pastor Alemão, Labrador. - Gatos > doença cutânea rara > associada a doença de base (FIV/FeLV). DIAGNÓSTICO: Clínico: - Vermelhidão entre os coxins, odor rançoso. Laboratorial: - Coleta: swab ou fita; - Corante + microscopia. TRATAMENTO: - Mais indicado e necessário do que a dermatofitose; - Otite por Malassezia é desagradável, coça e cheira muito; - Começa com banhos > terapia sistêmica se faz necessária na maioria das vezes > banho + sistêmico. Banhos: - Clorexidine 3% (manipulação; Hexadene Spherulites®); - Miconazol 2% (Micolytic aerossol®); - Clorexidine2% + miconazol 2,5% (Cloresten shampoo®); - Cetoconazol2% (shampoo); - Clorexidine + cetoconazol (Micodine ® shampoo); Sistêmico: - Cetoconazol 10 mg/kg/24 h VO; - Itraconazol 10 mg/kg/24h VO; - Pulsoterapia – semanal ou 2 dias/semana; - Terbinafina - 20-30 mg/kg/VO 2-4 semanas; - Malassezia geralmente não se cura, mas sim melhora > tratamento é a longo prazo > também deve-se curar a doença de “base”. DERMATOSES PARASITÁRIAS PULGAS (PULICOSE) ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Ctenocephalides felis; - Crenocephalides canis; - Parasitos facultativos; - 90% dos casos: prurido devido à irritação mecânica; - As pulgas sobrevivem sem alimento até 4 meses; - Hematófagas > são transmissoras do Dypilidium caninum (ao ser ingerido > deve-se fazer tratamento contra pulgas e Dypilidium), Mycoplasma hemocanis, M. hemofelis, Rickeltsia spp. DIAGNÓSTICO: - Visualização das pulgas, ovos e fezes no pelo (com presença de sangue). TRATAMENTO: Inseticidas (banhos): - Piretróides (Butox®, Deltacid®, Deltametrina®, Pulvex®); - Amitraz; - Organofosforados (Neguvon®, Assuntol®) – CUIDADO! - Benzoato de benzila (Acarsan®, Matacura®) não é licenciado para uso em gatos! - Tratar apenas com banhos não é o ideal/suficiente! Inseticidas (tópicos): - Talcos: Bolfo®, Pulvex ® – cães; - Coleiras: → Cães: Preventef® (diazinon), Preventic® (amitraz), Leevre® (deltametrina, propoxur), Seresto® (flumetrina, imidacloprida); → Gatos: Seresto® (flumetrina, imidacloprida). - Pour on: → Cães: Pulfim (organofosfosforados), Pulvex®, Vectra 3D® (permetrina, dinotefuran, piriproxifen), Advocate® (imidacloprida e moxidectina), Advantage/Advantage Max 3®, Bravecto® transdermal; Revolution®, Frontline®, Effipro®, Fiprolex® Drop spot (fipronil); → Gatos: Vectra, Advocate, Frontline, Revolution, Bravecto transdermal. - Spray: Frontline®, Mypet® (piriproxifen, fenotrina), Defendog® (permetrina). Dedetização do ambiente: - Específica contra pulgas; - Aspirador de pó; - Fleeguard®, Mypet aerossol®. Profilático: - Program plus® cães (lufenuron e milbemicina - 1 comprimido/mês); - Advantage® (imidacloprida - larvicida e adulticida - age durante 40 dias); - Frontline®, Defendog®; - Efeito imediato: Capstar®; Invicto® (Nitempiram - adulticida - 1 mg/kg VO), e/ou Program plus® (cães); - Comprimido: Nexgard®, Nexgard Spectra® (30 dias), Credeli® (30 dias), Simparic® (35 dias), Bravecto® cães, Bravecto plus gatos® transdermal (12 semanas), Comfortis (Spinosad – 30 dias), Revolution (Selamectina), Feline Endospot (Praziquantel + ivermectina) Antialérgicos: - Em casos de dermatite alérgica à picada de pulgas (DAPP); - Necessário manter o animal e o ambiente sempre sem a pulga, já que é alérgico. PEDICULOSE (PIOLHOS) ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Felicola subrostraturs (piolho mastigador) > gatos; - Trichodectes canis (piolho mastigador) > cães; - Linognathus setusus (piolho sugador) > cães; - Parasitos obrigatórios (reprodução no hospedeiro); - Prevalência maior em cães do que gatos; - Comum em gatos imunossuprimidos; - Em filhotes pode causar anemia; - Prurido na cabeça, pescoço etc. > coça, lambe, morde, tremores nas costas; - Presença de crostas e descamação > confunde-se com caspa. DIAGNÓSTICO: - Visualização de piolhos adultos/ovos > coleta por fita e visualiza no microscópio; - Diferencial para seborreia seca. TRATAMENTO: Inseticidas: - Acarsan®, Kwell®, Deltacid®, Escabin®, Advocate®, Advantage Max 3®, Revolution ®, Pulvex®, Bravecto Plus (Fluralaner e Moxidectina). - Piretroides em geral. Ambiente/utensílios: - Limpeza. CARRAPATOS - Poucos causam doenças de pele. ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Rhipicephalus sanguineus (pode se reproduzir no ambiente); - Hematófagos, sobrevivem muito tempo sem alimento; - Vetores de doenças parasitárias como a Babesia canis, Hepatozoon canis e Ehrlichia canis; - Causam doenças que são consideradas piores do que a própria infestação pelo carrapato; - Extremamente raro em gatos, a não ser que esteja imunossuprimido; - Comum em cães. TRATAMENTO: - Remoção manual; - Coleiras: Kiltix®, Preventef®, Leevre®, Seresto®; - Banhos; - Pulverização do ambiente (semanalmente): Deltacid®, Butox®, Triatox®; - Pour on: Vectra 3D®, Revolution®, Advocate®, Certifect®, Advantage Max 3® etc.; - Via Oral: Mectimax® (ivermectina), Nexgard®, Spectra, Bravecto plus, Simparic®, Credeli®, Dorax Pet© (doramectina). OTOCARÍASE (SARNA OTODÉCICA) ETIOLOGIA /EPIDEMIOLOGIA: - Otodectes cynotis – sarna otodécica – parasito obrigatório do meato auditivo externo de cães, gatos, raposas e furões; - Comum em gatos persas; - Apesar de contagiosa, nem todos os animais que convivem juntos são acometidos. SINAIS CLÍNICOS: - Prurido intenso; - Otite externa ceruminosa > escura e seca (diferente da Malassezia, que é úmida); - Dermatite periauricular (pode causar lesão por conta do prurido, tenta coçar dentro da orelha, mas não consegue); - Não tem cheiro, não dói, não é úmida. DIAGNÓSTICO: - Visualização a olho nu ou otoscópio/esfregaço em lâmina; - Não é necessário corar a lâmina em caso de gatos > é fácil de visualizar normalmente. TRATAMENTO: - Tiabendazol (Foldan® loção - durante 3 semanas nos ouvidos e arredores); - Otodem plus® > interno, utilizar por 3 semanas; - Natalene® > interno, utilizar por 3 semanas - cuidado! > possui diazenom (organofosforado, tóxico para gatos); - Frontline® > extra-bula, pouco eficaz > 1 vez por semana; - Advocate®; - My pet spray®; - Selamectina (Revolution®) – seguro para gatos; - Ivermectina (Mectimax®) – apenas para cães; - Simparic® – VO para cães; - Nexgard Spectra® - VO para cães; - Bravecto plus® - transdermal para gatos; - Necessário limpeza do conduto aditivo para cães e gatos > utilizar produtoscerominolíticos. ESCABIOSE ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Sarcoptes scabiei canis; - Prevalência maior em cães do que gatos, raposas e homem (não é uma zoonose comprovada, mas se sabe que causa reação inflamatória/alérgica); - Extremamente contagiosa. SINAIS CLÍNICOS: - Prurido intenso > antecede a lesão; - Hiperemia > lesões avermelhadas; - Pápulas crostosas avermelhadas; - Pode haver infecção bacteriana secundária (de tanto coçar) levando a linfoadenomegalia (principalmente em filhotes); - Hiperpigmentação > em casos de lesões crônicas; - Espessamento da pele; - Localiza-se principalmente nas orelhas, cotovelos (articulação) e abdômen. DIAGNÓSTICO: - Raspado de pele > difícil detectar a presença do ácaro > deve ser profundo, de múltiplos locais, de áreas não escoriadas; - Fita adesiva > não pega; - Visualização de fezes e/ou ovos de ácaro no raspado; - O aspecto clínico é mais importante que um resultado positivo no raspado de pele. Diferencial: - Alergias (contato, alimentar e atopia); - Pediculose; - Seborreia (desqueratinização); - Piodermite > geralmente não é diagnóstico, pode estar junto. TRATAMENTO: - Tosa; - Antisseborreicos (enxofre, Sastid®); - Acaricidas tópicos > é mais demorado que banhos: → Deltacid® (filhotes); → Tetmosol®, Sarnasol®; → Butox® (1 ml/1 litro de água) > não é o ideal, mas ajuda; → Amitraz (4 mL/1 litro de água, banhos semanais) – utilizar com muito cuidado! → Cuidados: não deixar o animal se lamber, não deixar o animal exposto ao sol e não usar secador. - Ivermectina > dose: 200-400 microgramas/SC/VO 7/7 dias; - Simparic® > apenas cães; - Bravecto plus > gatos; - Off label/fora da bula: Nexgard, Bravecto, Credeli; - Corticosteroides > Prednisona 1 mg/kg/dia VO durante 2-3 dias > evita coceira, mas não resolve o tratamento da sarna. NOTOÉDRICA ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Notoedres cati > mais superficial > pode ocorrer em cães; - Escabiose felina; - Prevalência maior em gatos de que cães; - Parasito obrigatório > fica no animal o tempo todo; - Extremamente contagiosa. SINAIS CLÍNICOS: - Prurido intenso > pode ter ou não; - Espessamento da pele > muito comum; - Presença de crostas na cabeça, pescoço, borda de orelha (pina) e ao redor dos olhos; - Quanto mais crosta, menos prurido irá apresentar. DIAGNÓSTICO: - Clínico; - Fita adesiva (primeira tentativa, menos invasivo); - Raspado de pele (não é necessário, tenta como última alternativa); - Visualização do ácaro. TRATAMENTO: - Amolecer as crostas com vaselina liquida > desnecessário, tratamento sistêmico faz com que as crostas desapareçam; - Xampu de enxofre/sulfeto de selênio a 1% (parasiticida e antisseborréico) – aplicar 1x por semana até 4-6 semanas; - Amitraz > não é aprovado para gatos (depressor do SNC), além de precisar ficar fora do sol; - Butox > cuidado, mas não precisa ficar fora do sol; - Piretróides (Deltacid shampoo/sabonete) > cuidado! - Ivermectina (off label); - Selamectina (Revolution)/Moxidectina (Advocate e Bravecto plus) pour on > gatos (não utiliza nada VO para gatos). DEMODICOSE ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Demodex canis; - Demodex cati/gatoi > pruriginoso e contagioso; - Parasito obrigatório de folículo piloso; - Acomete animais jovens e idosos devido a imunossupressão > mais grave em jovens; - Possível predisposição genética – atua deprimindo a função das células T > indica-se a castração; - Período de incubação muito longo; - Transmissão pode ocorrer durante a lactação, pelo contato íntimo com a mãe > nem todos tem predisposição para apresentar doença clínica; - Duas formas: → Localizada (poucas lesões e mais frequente em animais adultos); → Generalizada (ocorre em animais jovens). SINAIS CLÍNICOS: - Alopecia; - Eritema; - Hiperqueratose; - Seborreia; - Prurido > apenas se tiver infecção bacteriana; - Edema de membros; - Hipotricose; - Hiperpigmentação; - Pústulas, comedos; - Ao espremer, sai pus (bactéria acometendo o local). DIAGNÓSTICO: - Visualização do ácaro no raspado de pele (profundo e escarificado – não tem necessidade) + lesões de pele; - Beliscamento (espreme o folículo) + lâmina (sem corar); - Biopsia: presença de células inflamatórias > infiltrado de histiócitos, fibroblastos, neutrófilos, mastócitos, linfócitos e plasmócitos, furunculose, hiperqueratose e foliculite; - Exame de fezes > melhor diagnóstico para Demodex gatoi. Diferencial: - Dermatofitose; - Piodermite > dificilmente será “só” piodermite > geralmente acompanha doença de base; - Escabiose; - Seborreia; - Alergia. TRATAMENTO: - Em cães jovens há relatos de regressão espontânea; - O melhor seria produtos tópicos (banhos) que fazem limpeza do folículo e matem o ácaro; - Tosa + banhos com Amitraz > usar produtos antisseborréicos (peróxido de benzoíla 2,5%) antes da aplicação do Amitraz; - Ivermectina (0,3 a 0,6 mg/kg/d VO por 60 dias no mínimo, 4 a 6 meses); - Doramectina (off label); - Moxidectina (Cydectin®) 0,2 a 0,4 mg/kg/d VO por 2 a 5 meses (off label), Pro Heart ® para cães (off label); - Milbemicina (Interceptor) 2 mg/Kg/d VO por 60 a 90 dias; - Simparic® - 0, 35 dias; - Pedilúvio – pododemodicose; - Nexgard expectra (off label); - Bravecto plus > para gatos; - Tratamento complementar: antibioticoterapia sistêmica, coleiras à base de Amitraz (não foram feitas para Demodex), vitamina E; - Cuidado: não usar corticosteroides (tópicos e sistêmicos) e não colocar os animais portadores para reprodução. - Só libera do tratamento após 2 raspados negativos consecutivos (com 30 dias de intervalo). DEMODICOSE FELINA: - Demodex cati – imunossupressão; - Demodex gatoi – contagioso, prurido > exame de fezes! DERMATOSES BACTERIANAS - Dobras em cães os deixam susceptíveis a piodermites > conformação do animal predispõem a essas doenças; - Diferenciar quem precisa de tratamento tópico e quem precisa de tratamento sistêmico > superficiais (tópico) x profundas (sistêmico); - Geralmente causadas por bactérias da própria pele. ESPÉCIES PRINCIPAIS: - Cão: Staphylococcus pseudointermedius; - Gato: Streptococcus spp. FATORES PREDISPONENTES: - Manejo (dieta, ambiente sujo, banhos em excesso); - Predisposição genética (conformação do animal); - Alergias > tende a ter a barreira cutânea desequilibrada > favorece proliferação bacteriana; - Doenças endócrinas; - Imunodeficiências; - Parasitos (Demodex) e fungos (maioria das vezes, não há infecção conjunta de fungos e bactérias). CLASSIFICAÇÃO: - Superficial (folículo piloso intacto) > nem sempre é assim > está com pelo ou está sem infecção? - Profunda (formação de abscessos); - Pseudopiodermites; - Diferencia pelo histórico, anamnese, exame físico etc. CARACTERÍSTICA CÃO HOMEM Camadas de pele 5 camadas 15 camadas Glândulas sudoríparas exócrinas (excretoras) Concentradas apenas no plano nasal e coxins palmares e plantares Em toda superfície cutânea pH 5,5 Em torno de 7,0 Crescimento de pelos Em ciclos Contínuo Renovação celular Em torno de 20 dias Em torno de 28 dias - Importante não utilizar shampoos de humanos em animais > desequilibra o pH; - Lipídeos intracelulares > extrema importância em manter a integridade da pele > perda = falha na barreira > excesso de banhos prejudica a integridade da barreira cutânea. FOLICULITE SUPERFICIAL - Predisposição racial > Dinamarquês, Doberman, Teckel, Setter irlandês, Golden retriever, Labrador; - Idiopática ou secundária a alergias, demodicose e endocrinopatias. SINAIS: - Colaretes epidérmicos – aspecto “roído de traça”; - Não há contaminação do folículo; - Há pústulas minúsculas na entrada do folículo > não drena pus > visualiza apenas uma crosta/colarete epitélico (resto de pus ressecado da pústula rompida); - Prurido relativo > depende se pústula já rompeu ou não. DIAGNÓSTICO: - Clínico > aspecto das lesões; - Diferencial: demodicosee dermatofitose; - Não há um diagnóstico exato; - PAAF > citologia para observar células (neutrófilos, muito sinal de inflamação); - Raspado (verifica se há demodicose); - Exame direto (verifica se há dermatofitose). TRATAMENTO: - Tópico: banhos semanais com xampus queratolíticos, antissépticos; - Clorexidine, peróxido de benzoíla, permanganato de potássio (roxo, cuidado com pelo branco, mas é barato), água sanitária (diluída); - Cuidado para não ressecar muito a pele. Terapia tópica: - Solução de hipoclorito/água sanitária no banho ou diariamente > várias diluições: → 0,25 ml/litro de água = 1/40 (0,025%) nos dígitos; → 0,05% (Banovich et al., 2017); → 0,5% = Líquido de Dakin. → Banho com 1 ml/litro (0,1%) e enxague; → Banho a cada 2 dias com 10 ml/litro (1%). - Clorexidine 2% spray/mousse/lenços umedecidos; - Mupirocina 2% spray; - Banhos e lavagem dígitos com Protex (sabonete). DERMATITE PUSTULAR (IMPETIGO) - Antes estava no folículo, agora está superficial em região sem pelo > não necessita de antibiótico sistêmico. ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Agente: Staphylococcus sp. SINAIS CLÍNICOS: - Cães jovens > pústulas nas regiões de pele fina e de poucos pelos; - Gatos > localizam-se no dorso; - Pústulas melhores visualizadas > colaretes/crostas quando pústulas rompem e secam. DIAGNÓSTICO: - Clínico > aspecto das lesões; - Laboratorial: → PAAF (presença de células inflamatórias); → Esfregaço das pústulas (presença dos microrganismos); → Diferenciar de dermatose pustular superficial farmacodérmica (sem microrganismos). Diagnóstico diferencial: - Parasistismo; - Cinomose. TRATAMENTO: - Eliminar a causa. Tópico: - Permanganato de potássio; - Clorexidine; - Peróxido de benzoíla; - Protex sabonete líquido. PIODERMITE DAS DOBRAS EPIDEMIOLOGIA: - Prevalência maior em cães do que gatos; - Dobras em excesso diminuem a ventilação provocando um acúmulo de debris e secreções com consequente crescimento bacteriano e exsudação; - Localização: lábios, face, cauda, vulva. SINAIS CLÍNICOS: - Aumento de volume na região; - Edema; - Inflamação; - Erosão; - Exsudação; - Odor necrótico (diferenciar do odor dos dentes e da boca). TRATAMENTO: - Tópico: → Peróxido de benzoíla 2,5%; → Shampoo (Sanadog, Peroxydex); → Clorexidine spray; → Antibióticos – spray, creme. - Cirúrgico > “diminui” as dobras. PIODERMITE DOS CALOS EPIDEMIOLOGIA: - Acomete principalmente as raças gigantes > Dog Alemão, Pastor Alemão, Fila etc. SINAIS CLÍNICOS: - Localização: cotovelos, dedos e região do esterno; - Perda de pelos por lambedura e consequente exsudação primária (serosanguinolenta); - Ao apertar, sai pus > infecção profunda. DIAGNÓSTICO: - Clínico. TRATAMENTO: - Reduzir o atrito – cremes com ureia (Repivel); - Soluções adstringentes mornas; - Antibioticoterapia – mínimo 15 dias: → Amoxicilina com clavulanato – 22 mg/Kg/BID; → Enrofloxacina – 5mg/Kg/SID; → Marbofloxacina - 2,75 mg/kg SID (Marbopet, Marbocyl P); → Cefalosporinas: Cefovecina (Convenia injetável) - 8mg/kg dose única (age por 14 dias), Cefalexina (Celesporin, Rilexine, Petsporin) - 30mg/kg BID. PODODERMATITE - Dermatite no coxim, entre os dígitos. EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA: - Prevalência maior em cães do que gatos; - Fatores predisponentes; - Agentes irritantes e químicos; - Presença de corpo estranho; - Parasitos (demodicose, dermatofitose, tungíase etc.); - Anormalidades pilosas. SINAIS CLÍNICOS: - Eritema; - Dor – claudicação; - Cistos que rompem (exsudação); - Abscessos; - Linfadenomegalia regional. DIAGNÓSTICO: - Clínico; - Citologia; - Biópsia. Diagnóstico diferencial: - Demodicose; - Corpos estranhos; - Doenças autoimunes (linfoplasmocitica em gatos) > sempre olhar em focinho e orelhas; - Neoplasias. TRATAMENTO: - Tópico (em casos de corpo estranho, problema simples); - Antibioticoterapia sistêmica prolongada e em altas doses > Doxiciclina e AIE. PIODERMITE DO PASTOR ALEMÃO - Processo generalizado que se inicia na região sacral e posteriormente se espalha para as laterais e membros. SINAIS CLÍNICOS: - Abscessos; - Fístulas; - Celulite. DIAGNÓSTICO: - Clínico. TRATAMENTO: - Tosa e limpeza das lesões; - Neotopic spray (Neomicina, Bacitracina de zinco e Hidrocortisona); - Shampoo clorexidine ou peróxido de benzoíla 2,5%; - Antibioticoterapia sistêmica (por 3 a 6 semanas). DERMATITE PIOTRAUMÁTICA ETIOLOGIA/EPIDEMIOLOGIA: - Hot spot = DUA; - Possivelmente de origem alérgica; - Acomete qualquer raça > ocorre nos períodos mais quentes do ano e em animais de pelos longos. SINAIS CLÍNICOS: - Desenvolvimento rápido; - Exsudação; - Halo eritomatoso; - Auto traumatismo devido ao intenso prurido. DIAGNÓSTICO: - Clínico. Diagnóstico diferencial: - T. Mentagrophytes; - Neoplasias. TRATAMENTO: - Sintomático: → Tosa regional com tesoura; → Peróxido de benzoíla 2,5%; → Corticosteroides tópicos – Neotopic spray, Novacord creme. - Evitar o auto-trauma > colar elizabetano. OTITES - Inflamação do conduto auditivo externo. ETIOLOGIA FATORES PREDISPONENTES: - Aumentam o risco do desenvolvimento de otite > atuam em conjunto com a causa primária; - Pelos em excesso na orelha externa, orelhas pendulosas, umidade e efeitos de tratamentos anteriores. FATORES PRIMÁRIOS: - Podem causar otite externa sozinhos, com ou sem a presença de fatores predisponentes ou perpetuantes. Parasitas: - Otodectes eynotis; - Demodex canis; - Demodex cati; - Sarcoptes scabiei; - Notoedres cati. Hipersensibilidade: - Atopia: → Leva ao auto trauma, eritema no pavilhão auditivo externo e na parte vertical do conduto auditivo; → A inflamação crônica pode levar a infecções secundárias por bactérias ou leveduras. - Alergia alimentar e alergia de contato: → Por produtos utilizados no tratamento de otite externa – veículos, como propilenoglicol, pH ácido; Queratinização: - Otite ceruminosa crônica (raças predispostas); - Seborreia; - Endocrinopatias > possivelmente por alterar a queratinização e a função glandular local. Corpos estranhos: - Folhas, sementes, sujeira, areia e medicação. Alterações glandulares: - Alteração da secreção sebácea; - Glândulas apócrinas podem estar hipertrofiadas e inflamadas. Desordens autoimunes: - Lúpus; - Pênfigo. Doenças virais: - Cinomose > é difícil, mas pode acontecer. FATORES PERPETUANTES: - Fatores que não permitem a resolução da otite externa; - Em casos crônicos, um ou mais fatores vão estar presentes; - Bactérias: raramente são causas primárias de otite externa; - Leveduras: Malassezia pachydermatis > isolado em 36% dos ouvidos normais > é a complicação mais comum em casos de otite alérgica e pode surgir como uma superinfecção após antibioticoterapia; - Inflamação crônica por pólipos (comum em gatos); - Dobras cutâneas atuam como sítios de perpetuação e proteção de microrganismos secundários. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Raça: pelos, tipo de orelha. Anamnese: - Deve incluir uma pesquisa completa dos fatores predisponentes: → Se o paciente nada frequentemente; → Evidências de doenças endócrinas ou metabólicas; → Recente exposição a outros cães ou gatos > por conta de parasitas, otite não é algo contagioso; → A presença de prurido em outras áreas do corpo além do ouvido, compatível com alterações de hipersensibilidade ou escabiose; → Medicamentos previamente utilizados que podem ter causado inflamação ou irritação, sugerindo reação alérgica aos medicamentos. Exame físico: - Eritema, edema, descamação, crostas, alopecia; - Alterações no posicionamento da cabeça e dor quando a cartilagem auricular é palpada. Exame com o otoscópio: - Para detectar corpos estranhos, determinar a integridade da membrana timpânica > a orelha menos atingida deve ser examinada antes > diminui possibilidade do animal resistir ao examedo outro lado e a possibilidade de transmitir algum agente infeccioso para o lado são. CITOLOGIA: - Coloração para levedura e bactérias > otite externa; - Só diferencia bactérias gram-positivas ou gram-negativas. CULTURA E ANTIBIOGRAMA: - Função: saber o tipo de bactéria para realizar o tratamento com antibiótico específico; - Tratamento tópico > não tem necessidade de fazer cultura e antibiograma. Aminoglicosídeos e quinolonas são os melhores antibióticos contra bactérias gram-negativas, mas são nefrotóxicas. Ex. aminoglicosídeos: Tobramicina, Neomicina, Gentamicina etc. Ex. de quinolonas: Enrofloxacina, Orbifloxacina. TRATAMENTO LIMPEZA: - Antissépticos tópicos são indicados como adjuvantes no tratamento de otite externa bacteriana > utilizadas pelo proprietário em casa > deve retirar excesso com algodão; - Cuidado com propilenoglicol em gatos; - Phisio anti-odor, K-treat (shampoo ou oto micelar). TERAPIA TÓPICA: - Geralmente utiliza por 7-14 dias. Glicocorticoides: - Ação anti-inflamatória e antipruriginosa: - Levam a atrofia das glândulas sebáceas > promovem diminuição da secreção (não é bom); - Diminuem formação de tecido cicatricial e alterações proliferativas, auxiliando a drenagem e a ventilação; - Evitar acetato de triancinolona e dexametasona em terapia de longo prazo, pois são absorvidos para a via sistêmica. Antibacterianos: - Aminoglicosídeos > potentes, com boa atividade contra a maioria dos patógenos > podem ser ototóxicos se utilizados por longos períodos ou em animais com tímpano rompido; - Quinolonas: Enro, orbi e ciprofloxacina. Antifúngicos: - Para Malassezia > Miconazol a 1% (Easotic); - Dermatofitose > Miconazol ou Tiabendazol. Antiparasitários: - Tiabendazol, Diazinon, Ivermectina SC 250ug/kg a cada 10-15 dias; - Ivermectina não deve ser usada em cães das raças Pastor de Shetland, Collie, Old English, Sheepdogs e seus mestiços. Associações: - Aurigen, Otoguard, Otomax, Natalene (Diazinom); - Otodem Plus (Tiabendazol, Neomicina, Detametasona, Lidocaína); - Auritop (Ciprofloxacina, Cetoconazol, Fluocinolona, Lidocaína); - Posatex – Orbifloxacina, Posaconazol, Mometasona – SID; - Otosynalar (humano) – Polimixina B, Neomicina, Fluocinolona, Lidocaína > não possui antifúngico; - Aurivet – Betametasona, Clotrimazol, Gentamicina, Benzocaína (tóxica para gatos – idiossincrasia). TERAPIA SISTÊMICA: - Baseada em antibiograma; - Antibióticos e antifúngicos apropriados devem ser utilizados até uma semana após todos os sintomas clínicos e otoscópicos tenham desaparecido; - Antibióticos devem ser utilizados na mais alta dosagem permitida > otites média e interna; - Sulfa/trimetoprim30mg/kg - 12/12/horas; - Clindamicina 10mg/kg - 12/12/horas; - Cefalexina 30mg/kg - 12/12/horas - Enrofloxacina 2,5mg/kg - 12-24 horas; - Cetoconazol 5-10mg/kg - 12-24 horas > Malassezia sp. DERMATOSES ALÉRGICAS - Causadas por hipersensibilidade devido ao aumento da reação imunológica a substâncias estranhas ao organismo – a proteínas ou outras; - Hipersensibilidade alimentar (reação tardia): ligação de haptenos (antígeno) + proteínas = alérgeno; - Complexo ativa os macrófagos > sensibilizam Linfócitos T; - Após um 2º contato, estes linfócitos produzirão linfocinas que irão causar lesão tecidual. SINAIS CLÍNICOS: - Prurido muito intenso; - Eritema, autoescoriação – prurido antecede as lesões. - Dermatite atópica; - Hipersensibilidade alimentar; - DAPP (DASP/DAPE) > região sacral/lombar. HIPERSENSIBILIDADES: - Trofoalérgenos (peso molecular 18.000–360.000 daltons): proteína da carne bovina, leite, ovo, trigo, aveia, soja; - Início dos sintomas: qualquer idade: → Atopia: 4 meses a 7 anos (70% entre 1 e 3 anos); → DAPE: 3 a 5 anos. DIAGNÓSTICO/TRATAMENTO: 1. Após raspado de pele negativo, sem ectoparasitas: - Tratar piodermite, malasseziase e concomitantes. 2. Diagnóstico diferencial entre hipersensibilidade alimentar e atopia: - Corticosteroides: Prednisolona/Meticorten® - 0,5 a 1,0mg/kg, comprimidos de 5 e 20mg/kg, 2x ao dia; - Oclacitinib (Apoquel > antipruriginoso) por 3 semanas. 3. Dieta de eliminação: - Mínimo 8 semanas (3 sem. com Apoquel e interrompe); - Avalia o prurido; - Dieta hipoalergênica – Royal Canin (Anallergenic). DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: - Testes intradérmicos: → Animal sem corticoterapia por 7 dias; → Grupos controle + e -; → Resultados: observar após 20 minutos, 1 hora e 4 horas > se o diâmetro será maior ou igual ao controle +; → Objetivo: imunoterapia > vacinas subcutânea ou sublingual > caro e trabalhoso. TRATAMENTO: - Manutenção da barreira cutânea > ceramidas: → Pipetas: Allerderm, Labyderm Premium Cover; → Fitosfingosina: Douxo calm shampoo/spray. - Imunoterapia; - Dieta; - Anticorpos monoclonais; - Otite externa – Malassezia e/ou Staphyloccocus (Easotic cães) casos leves e manutenção. DERMATITE ATÓPICA CANINA (DAC) - Prevalência maior em cães do que gatos; - Início dos sinais com 1-3 anos; - Raças predispostas: Shitzu, Dálmata, Labrador, Poodle, Setter Irlandês etc. - Conjuntivite (epífora)/otite; - Pápulas; - Prurido intenso, eritema, alopecia, crostas, seborreia piotraumática; - Hiperpigmentação, liquenifação, aumento de volume dos mamilos/ginecomastia (por conta da inflamação). ETIOPATOGENIA DAC: - Alterações da barreira cutânea; - Diminuição de ceramidas; - Penetração de alérgenos; - Diminuição do pH; - Perda de água transepidérmica; - Xerose (ressecamento); - Proliferação de fungos/bactérias; - Renovação celular anormal. DIAGNÓSTICO: - Clínico: sinais clínicos + histórico > atopia por exclusão. TRATAMENTO: - Multimodal > necessidade de mudar com o tempo. 1. Controlar disbioses: - Se houver supercrescimento bacteriano ou de Malassezia; - Tópico (banhos) e/ou sistêmico; - Clorexidine 3% ou 2% shampoo 2x semana > se for grave; - Mupirocina 0,2% pomada ou Clorexidina 3 ou 4% spray; - Amoxicilina com clavulanato (sistêmico)/Cefalexina VO BID 2 a 3 semanas > evitar; - Sulfeto de selênio 2% > ceratoplástico; - Itraconazol, Cetoconazol ou Terbinafina > pulsoterapia. 2. Manter a pele limpa, “calma” hidratada: - Shampoos hipoalergênicos, antissépticos – clorexidine, glicerina, aveia etc. - Dermogen, Pelo & Derme, Douxo, Episooth, Allermyl, etc. - Cortavance 50ml + Humilac 30ml + 200ml água > borrifador, diariamente; - Fitosfingosina > precursor de ceramidas > produz ceramidas e melhora a barreira cutânea. 3. Reduzir o prurido: - Corticosteróides - Predniso(lo)na - Meticorten - 0,5 a 1 mg/Kg BID > evita uso crônico por resseca mais a pele; - Oclacitinib (Apoquel) por 2 semanas – passar para SID; - Ciclosporina A > Cyclavance (veterinário) > imunossupressora; - Para prurido podal: → Oclacitinib e Lokivetmab/Cytopoint > não controlam bem; → Cortavance nos pés 2x semana > apenas cães; → Sebolytic nos pés 2x por semana intercalando com Cortavance 2x semana. HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR - Mais comum em cães; - Adultos jovens? - Prurido perene; - Sinais podem surgir anos após o uso da mesma dieta; - Pápulas; - Prurido intenso, eritema, alopecia, crostas, seborreia, dermatite piotraumática; - Sinais do TGI; - Alérgenos alimentares em cães e gatos: → Carne de vaca, laticínios, trigo, carne de carneiro, galinha, ovo de galinha, soja. DIAGNÓSTICO: Dieta de eliminação: - 8-12 semanas > dieta caseira x dieta comercial; - 50% cães com AL têm alergia às rações hipoalergênicas; - Não fornecer nenhum petisco; - Desafio dietético > volta a comer ração antiga, se der reação confirma o diagnóstico. Dieta caseira (feita por nutrólogos): - Arroz integral ou batata; - Proteína que o animal não tenha entrado em contato; - Óleo de canola e/ou semente de girassol; - Água mineral; - Período: 8-12 semanas; - Desafio dietético. DAPP - Prevalência maior em cães do que gatos; - Principalmente animais com maisde 1 ano de idade; - Presença de pulgas; - Distribuição característica; - Pápulas; - Prurido intenso, eritema, alopecia, hiperpigmentação, crostas, seborreia, dermatite piotraumática, complexo granuloma eosinofílico (gatos). TRATAMENTO: - Eliminar pulgas (banhos) > Butox®, Triatox®; - Frontline®, Advantage®, Vectra® (3D/gatos); - Corticosteroides ou anti-histamínicos > Hidroxizine 1-2 mg/kg, VO, 8-12 horas, 10-15 dias; → Chlorpheniramine 4-8mg por cão; → Hydroxyzine 2mg/kg, 8-12h > humano (Hixizine); → Clemastine 0,05-0,1 mg/kg 12h > Alergovet; → Diphenhydramine 1-2mg/kg 8-12h > Polaramine. - Piodermite > topicamente (DUA); - Vermífugo – praziquantel; - Controle do ambiente. SÍNDROME EOSINOFÍLICA ALÉRGICA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Neoplasias; - Infecções fúngicas; - Micobacteriose. DIAGNÓSTICO: - Clínico > tipo e padrão das lesões; - Citologia/histopatologia > infiltrado celular de eosinófilos. TRATAMENTO: - Para prurido > corticosteroides > Prednisolona (1 a 4mg/kg SID), Dexametasona (0,1 a 0,2mg/kg SID), Triancinolona (0,1 a 0,2mg/kg SID); - Ciclosporina 7mg/kg SID – cuidados e protocolos; - Clorambucil + CE: 0,1 a 0,2 mg/kg SID/EDA.
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