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DESCRIÇÃO A teoria do fogo, os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas, e a relação entre os treinamentos de combate a incêndio. PROPÓSITO Para se prevenir contra um incêndio, é essencial que um engenheiro de segurança conheça os fundamentos de fogo e incêndio. Para tal, é necessário ter pleno conhecimento dos equipamentos extintores e das tecnologias aplicadas no combate a incêndio. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir a teoria do fogo MÓDULO 2 Descrever os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas no combate a incêndio MÓDULO 3 Reconhecer a importância do treinamento no combate ao incêndio MÓDULO 4 Reconhecer a compartimentação das edificações e os grandes incêndios no Brasil DESVENDANDO OS FUNDAMENTOS DO FOGO AVISO: orientações sobre unidades de medida. AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o javascript:void(0) número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. MÓDULO 1 Definir a teoria do fogo LIGANDO OS PONTOS VOCÊ SABE QUAIS SÃO OS COMPONENTES DO TRIÂNGULO DO FOGO? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR AS TÉCNICAS DE EXTINÇÃO DO FOGO? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE DA EMPRESA JD SERVIÇOS PREDIAIS. Uma empresa denominada JD serviços prediais, atuando no Nordeste do Brasil, está dando início a um processo com treinamentos sobre os princípios de incêndio e o combate a incêndios. Entre os temas abordados estão: fogo, combustível, comburente e calor. No curso, também são mostradas as técnicas mais usuais de extinção do fogo, tais como: resfriamento e abafamento. A ementa do curso básico contempla os meios de propagação de calor: convecção, condução e irradiação. Com esses temas abordados e um programa bem ajustado, a equipe de saúde e segurança implementou o treinamento e contou com a participação de todos os membros da empresa. Certo dia, no escritório da empresa, ocorreu um princípio de incêndio em um de seus computadores ligados – incêndio Classe C. Foto: Shutterstock.com Logo, os funcionários do setor utilizaram uma das técnicas de extinção do fogo estudada no curso ministrado pela equipe de segurança da instituição: eles fizeram a técnica do abafamento com a utilização do extintor de pó químico seco. O princípio de incêndio foi controlado, sem grandes danos para a empresa. Relatada a situação e entendida a tomada de ação da equipe do setor, fica evidenciada a importância de um treinamento teórico e prático, mostrando as principais técnicas de extinção do fogo. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. CONSIDERE A EXISTÊNCIA DE UM INCÊNDIO EM UMA EDIFICAÇÃO, E QUE ESSE INCÊNDIO SE APROXIMA DE UM AMBIENTE COM MUITO COMBUSTÍVEL. PARA EVITAR QUE HAJA UMA EXPLOSÃO E AUMENTO DO PODER DO INCÊNDIO, QUAL DAS MEDIDAS LISTADAS A SEGUIR SERVE COMO COMBATE AO FOGO E AO INCÊNDIO? A) Ventilação do ambiente. B) Queima antecipada do combustível. C) Dispersão do combustível. D) Retirada do comburente. E) Isolamento do local. 2. CONFORME VIMOS NO ESTUDO DE CASO, OCORREU UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO NA JD SERVIÇOS PREDIAIS. CONSIDERE QUE, NO INTERIOR DA EDIFICAÇÃO, EXISTE UM DEPÓSITO DE BOTIJÕES DE GÁS INFLAMÁVEL. DIANTE DISSO, PARA EVITAR QUE HAJA UM ACIDENTE COM OS BOTIJÕES DE GÁS NO DEPÓSITO, O QUE DEVE SER FEITO? A) Aquecer o depósito para expansão do gás. B) Evitar resfriar o depósito, para evitar contração do gás C) Trancar o depósito, para evitar contato com o fogo. D) Evitar que o calor atinja o depósito. E) Diminuir a pressão no interior do depósito. GABARITO 1. Considere a existência de um incêndio em uma edificação, e que esse incêndio se aproxima de um ambiente com muito combustível. Para evitar que haja uma explosão e aumento do poder do incêndio, qual das medidas listadas a seguir serve como combate ao fogo e ao incêndio? A alternativa "D " está correta. A retirada de comburente consiste em impedir que haja contato do oxigênio com o fogo. Então, sem comburente, não há como o fogo se manter aceso, e daí ele se apaga. 2. Conforme vimos no estudo de caso, ocorreu um princípio de incêndio na JD serviços prediais. Considere que, no interior da edificação, existe um depósito de botijões de gás inflamável. Diante disso, para evitar que haja um acidente com os botijões de gás no depósito, o que deve ser feito? A alternativa "D " está correta. O calor é o responsável pela ignição. Sendo assim, se o calor atingir o depósito, a sua temperatura aumentará e os gases se dilatarão. Como estão confinados, haverá uma explosão dos botijões. 3. UM NOVO INCÊNDIO OCORREU NA EMPRESA JD SERVIÇOS PREDIAIS, AGORA, EM UM QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO, LOCALIZADO NO ALMOXARIFADO. UMA EQUIPE ESTÁ PRESA CERCA DE 5 METROS ACIMA DO LOCAL DO INCÊNDIO. OS BOMBEIROS ESTÃO ATUANDO PARA APAGAR O FOGO, TODAVIA, MESMO COM A DISTÂNCIA, O CHEFE DA OPERAÇÃO DE EXTINÇÃO DO INCÊNDIO ESTÁ COM RECEIO DE QUE AS PESSOAS PRESAS APRESENTEM QUEIMADURAS NAS VIAS AÉREAS. QUAL A EXPLICAÇÃO PARA QUE ELE TENHA ESSE MEDO? RESPOSTA Apesar da distância, o calor pode se propagar por convecção até o local onde as pessoas estão presas e, dependendo da temperatura atingida, pode haver danos às vias aéreas das pessoas, por respirarem esse ar aquecido. ASPECTOS GERAIS DA TEORIA DO FOGO CONSIDERAÇÕES INICIAIS javascript:void(0) Foto: Shutterstock.com Neste conteúdo, abordaremos conceitos, classificações e aspectos importantes de prevenção e combate a incêndios e explosões. Os procedimentos preventivos de combate a incêndios e explosões são fundamentais, visto o histórico de acidentes no Brasil e no mundo, com perdas humanas ou patrimoniais significativas. Se os procedimentos preventivos fossem seguidos, dificilmente, sinistros como acidentes industriais ocorreriam. ACIDENTES INDUSTRIAIS ACONTECEM EM PLANTAS QUÍMICAS, REFINARIAS, PLATAFORMAS DE PETRÓLEO E GÁS ETC., TENDO COMO CONSEQUÊNCIA, GRANDES INCÊNDIOS E VAZAMENTOS DE PRODUTOS QUÍMICOS E/OU RADIOATIVOS, QUE PODEM OCASIONAR GRANDE IMPACTO AMBIENTAL, COM INÚMERAS MORTES. Treinamentos, orientações e simulados corretos devem ser contemplados nos referidos procedimentos preventivos, mas é fundamental a conscientização de todos quanto ao compromisso com sua segurança e com a dos demais, tanto nas empresas quanto nas residências (trataremos sobre esses assuntos no módulo 3). CONCEITO DE FOGO Foto: Shutterstock.com O calor produzido pelo fogo em uma aconchegante lareira ou na força violenta de um alto-forno, capaz de fundir o mais duro dos metais, está presente na vida do homem, atendendo a necessidades específicas. Quando a utilização do fogo ocorre sem precauções ou segurança, pode acontecer o fenômeno chamado de incêndio, que estudaremos em nosso conteúdo. Como a existência de um incêndio está relacionada à presença de fogo, nosso estudo se inicia com a compreensão do fogo, seus componentes, fenômenos e as inteirações. O controle e a extinção de um incêndio requerem que os assuntos, como a natureza física e química do fogo, os dados sobre as fontes de calor, a composição e a característica dos combustíveis e as condições necessárias para a combustão sejam entendidos e relacionados entre si. ATENÇÃO Embora os termos fogo, incêndio, queima e combustão sejam comumente tratados como sinônimos, precisamos entender que seus conceitos divergem e, ainda que alguns deles configurem parte de um processo, é importante conhecer e saber diferenciar as terminologias. A humanidade incorporou o fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao longo do tempo, foi estabelecendo melhores formas de controlá-lo e de lidar com ele, de maneira a comprometer cada vez menos sua integridade. Com isso,foram inseridas tarefas como o aquecimento de alimentos, objetos e ambientes, a iluminação de locais, a incineração de resíduos e dejetos, entre outras atividades que, em algum momento da história ou até hoje, utilizaram ou utilizam o fogo. O FOGO É DEFINIDO COMO UMA REAÇÃO QUÍMICA DENOMINADA DE COMBUSTÃO, COM A CAPACIDADE DE PRODUZIR CALOR E LUZ. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO FOGO COMBUSTÍVEL O elemento inicial é o combustível definido como todo e qualquer material ou substância com a propriedade de queimar. Esse é um enquadramento tradicional que pode se apresentar em três estados físicos: Clique nos itens a seguir. Clique nos itens a seguir. SÓLIDO Os elementos combustíveis em estado sólido podem ser a madeira, o tecido, papel etc. LÍQUIDO No estado líquido, temos álcool, éter, benzeno etc., que são caracterizados como voláteis por seus atributos; os não voláteis desprendem gases inflamáveis em temperaturas mais elevadas do que a do ambiente, como a graxa, o óleo etc. GASOSO No estado gasoso, podemos citar butano, etano, propano, entre outros. COMBURENTE O comburente é o elemento que ativa o fogo e dá vida às chamas. O elemento mais comum é o oxigênio, encontrado na atmosfera em uma proporção de 21%, sendo 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. CALOR Por fim, temos o calor, que é o elemento que fornece a energia da ativação necessária para iniciar a reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão. Temos, então, o chamado triângulo do fogo, composto por combustível, comburente e calor. Sem um ou mais desses elementos, não pode haver fogo. Imagem: Shutterstock.com Triângulo do fogo. Importante considerar que após, iniciarem a combustão, os combustíveis geram mais calor. Esse calor provoca o desprendimento de mais gases e vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra. DE ACORDO COM AS DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS APRESENTADAS SOBRE O FOGO, ELE PODE SER DEFINIDO COMO A CONSEQUÊNCIA DE UMA REAÇÃO QUÍMICA DENOMINADA COMBUSTÃO. LEMBRE-SE DE QUE, PARA QUE ESSA REAÇÃO QUÍMICA OCORRA, SÃO NECESSÁRIOS PELO MENOS DOIS REAGENTES. Também podemos representar essa reação em cadeia pelo tetraedro do fogo. Imagem: Shutterstock.com Tetraedro do fogo. PROPAGAÇÃO DO CALOR O equilíbrio térmico de qualquer ambiente pressupõe a transferência de calor entre objetos de maior para os de menor temperatura e, para que isso aconteça, o mais frio dos objetos deverá absorver calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro. Essa transferência de energia ocorre por: CONVECÇÃO A convecção ocorre pelo movimento ascendente das massas de fluidos (gases ou líquidos), devido à diferença de densidade no mesmo fluido. CONDUÇÃO A condução de calor ocorre nos sólidos e é feita molécula a molécula de um corpo contínuo. Como exemplo, podemos citar uma barra de ferro aquecida em uma das extremidades. IRRADIAÇÃO A irradiação é a propagação do calor por ondas de energia que se deslocam através do espaço. PONTOS DE TEMPERATURA Imagem: Shutterstock.com O sentido do tato do ser humano é uma espécie de sensor de temperatura, uma vez que conseguimos distinguir o que é quente daquilo que é frio. Entretanto, não conseguimos mensurar a temperatura, porque ela é a medida da agitação molecular média. Então, quando vemos um termômetro de rua marcando 35°C, isso quer dizer que as moléculas da atmosfera ao redor apresentam uma temperatura média de 35°C. Bem, mas estamos falando de fogo. A TEMPERATURA DO FOGO FUNCIONA DA MESMA FORMA? RESPOSTA A resposta é sim! E podemos ter três chamas, uma ao lado da outra, cada uma com uma temperatura diferente, pois sua temperatura depende do combustível e do comburente que sustentam esse fogo. Agora, vamos conhecer os pontos de temperatura do fogo: Clique nos itens a seguir. Clique nos itens a seguir. PONTO DE FULGOR É a temperatura mínima em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem. No entanto, nessa temperatura, a chama não se manterá, caso seja retirada a fonte de calor. PONTO DE COMBUSTÃO É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem e se mantenham inflamando, mesmo na retirada da fonte externa de calor. PONTO DE IGNIÇÃO É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, em contato com um comburente, eles se inflamem e se mantenham inflamando, independentemente da existência de uma fonte externa de calor. A tabela a seguir mostra os pontos de fulgor e de ignição de alguns componentes químicos conhecidos e muito utilizados pela sociedade. Combustível Ponto de Fulgor Ponto de ignição Gasolina -42,8°C 257,2°C Álcool 12,8°C 371°C Diesel 65°C 400°C Óleo Lubrificante 168,3°C 417,2°C Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela: Pontos de fulgor e de ignição de alguns componentes químicos. Elaborada por: Hermerson Martins de Lima A combustão acontece quando o calor transforma os combustíveis, possibilitando a combinação deles com o comburente. Essa transformação ocorre de forma diferente para cada combustível e sempre na medida em que ele é aquecido. FASES DO INCÊNDIO Agora, vamos conhecer as fases do incêndio e suas respectivas características. FASE INICIAL Ampla oferta de oxigênio no ar (>20%). Temperatura ambiente por volta de 38°C Produção de gases inflamáveis. Fogo produz vapor-d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros gases. QUEIMA LIVRE Gases aquecidos espalham-se, preenchendo o ambiente de cima para baixo. A elevação das temperaturas dos locais mais altos, pela concentração de gases quentes, pode provocar a ignição de combustíveis lá situados. Temperatura nos locais mais altos pode exceder os 700°C. QUEIMA LENTA O ambiente é ocupado por uma fumaça densa. Devido ao aumento de pressão interna, os gases saem por todas as aberturas em forma de lufadas. A presença de calor intenso faz com que os combustíveis liberem vapores combustíveis VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA EM RELAÇÃO AO FOGO: A) Uma reação química denominada comburente, que produz calor e luz. B) Uma reação físico-química denominada comburente que produz luz. C) Uma reação física denominada combustão que produz calor ou calor e luz. D) Uma reação química denominada combustão que produz calor ou calor e luz. E) Reação química que produz calor constante. 2. QUAIS SÃO OS TRÊS ELEMENTOS DO TRIÂNGULO DO FOGO? A) Combustível, calor e comburente. B) Gasolina, álcool e querosene. C) Comburente, oxigênio e calor. D) Comburente, álcool e querosene. E) Graxas, solventes e água. GABARITO 1. Assinale a alternativa correta em relação ao fogo: A alternativa "D " está correta. O fogo é uma reação química que depende do calor, comburente e combustível. Quando há fogo, dizemos que o combustível está em combustão. 2. Quais são os três elementos do triângulo do fogo? A alternativa "A " está correta. Para haver fogo, é necessário haver calor, combustível e comburente, por exemplo, fósforo (fonte de calor), gasolina e oxigênio. MÓDULO 2 Descrever os equipamentos extintores e as tecnologias aplicadas no combate a incêndio LIGANDO OS PONTOS VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS CLASSIFICAÇÕES DOS INCÊNDIOS? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR O TIPO DE EXTINTOR MAIS ADEQUADO PARA O USO? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE DA EMPRESA HM SERVIÇOS PREDIAIS. Na empresa Hm serviços prediais, que é uma corporação com atuação na construção civil, o seu departamento de Segurança do Trabalho realizou diversas palestras e orientações sobre prevenção de incêndios para todos os trabalhadores, incluindo a alta administração, mostrando as classificações dosincêndios e de seus combustíveis. Classe A – materiais como: tecidos, madeiras, papéis, fibras. Classe B – materiais como: graxa, vernizes, tintas, gasolina. Classe C – materiais como: motores, transformadores, quadros de distribuição. Classe D – materiais como: magnésio, zircônio, titânio etc. O departamento também apresentou as principais medidas de controle: Resfriamento – que são para incêndio tipo A. Abafamento – que são para incêndios tipos B, C e D. Além de falar dos tipos de extintores utilizados em cada classe: Classe A – utilização de água, espuma. Classe B – utilização de gás carbônico, pó químico, espuma. Classe C – utilização de gás carbônico, pó químico seco e Halon. Classe D – utilização de pó químico especial. E comentou sobre as dicas de evacuação. 100% dos funcionários, diretores, fornecedores e demais envolvidos no dia a dia dessa empresa foram corretamente orientados, sempre com a participação ativa da equipe de brigada de emergência e da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Após esses procedimentos, foram realizados dois simulados técnicos. Tudo como deve ser feito. A empresa cumpriu todos os protocolos. Ocorre que, em determinado dia, o alarme soou como evento verdadeiro, visto o aparecimento de um princípio de incêndio do tipo A, no almoxarifado, e do tipo C, no escritório, e a empresa toda estava ciente de como proceder. Foto: Shutterstock.com Alguns eventos foram observados: No princípio de incêndio de classificação A, a medida de proteção foi resfriamento, com a utilização dos extintores de água e espuma. No princípio de incêndio de classificação C, a medida de proteção foi o abafamento, com a utilização dos extintores gás carbônico, pó químico seco e Halon. Utilização dos equipamentos de combate ao incêndio. Procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança. Acionamento dos dispositivos de alarme existentes. Como o treinamento faz toda a diferença na situação de incêndio e pânico, a situação foi controlada sem perdas humanas. É possível que, se a empresa Hm serviços prediais não tivesse passado pelos treinamentos, algumas vidas tivessem sido perdidas, pois a negligência acarreta muitas perdas humanas e materiais. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. CONSIDERE QUE NA EMPRESA HM SERVIÇOS PREDIAIS HOUVE UM INCÊNDIO QUE ATINGIU MATERIAIS DE FÁCIL COMBUSTÃO. VOCÊ É UM ESPECIALISTA EM FOGO E INCÊNDIO QUE CONSEGUIU SAIR DO PRÉDIO A TEMPO, E PODE AUXILIAR O CORPO DE BOMBEIROS A APAGAR ESSE INCÊNDIO. PARA ISSO, VOCÊ VAI INFORMAR AO CHEFE DA OPERAÇÃO O TIPO DE INCÊNDIO QUE ESTÁ OCORRENDO NA EMPRESA. ENTÃO, VOCÊ INFORMA AO CHEFE DA OPERAÇÃO QUE O INCÊNDIO É DO TIPO? A) A B) B C) C D) D E) H 2. PARA O ESTABELECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NA HM SERVIÇOS PREDIAIS, FOI NECESSÁRIO MONTAR UMA SUBESTAÇÃO ELÉTRICA, CONTENDO DOIS TRANSFORMADORES. NO INÍCIO DO EXPEDIENTE, FOI CONSTATADO QUE TEVE INÍCIO A UM INCÊNDIO EM UMA DAS REDES ELÉTRICAS DE ALTA TENSÃO DA SUBESTAÇÃO. PARA PODER ATUAR CONTRA O INCÊNDIO, VOCÊ INDICOU QUE SEUS AGENTES USASSEM: A) extintor utilizando água. B) extintor utilizando gás carbônico. C) extintor utilizando espuma. D) extintor utilizando químico especial. E) extintor utilizando água destilada. GABARITO 1. Considere que na empresa Hm serviços prediais houve um incêndio que atingiu materiais de fácil combustão. Você é um especialista em fogo e incêndio que conseguiu sair do prédio a tempo, e pode auxiliar o Corpo de Bombeiros a apagar esse incêndio. Para isso, você vai informar ao chefe da operação o tipo de incêndio que está ocorrendo na empresa. Então, você informa ao chefe da operação que o incêndio é do tipo? A alternativa "A " está correta. Incêndios Classe A são aqueles que ocorrem em superfícies planas e/ou tendo como combustíveis materiais de fácil inflamabilidade, como madeiras secas, lixos, papéis, borrachas etc. 2. Para o estabelecimento de energia elétrica na Hm serviços prediais, foi necessário montar uma subestação elétrica, contendo dois transformadores. No início do expediente, foi constatado que teve início a um incêndio em uma das redes elétricas de alta tensão da subestação. Para poder atuar contra o incêndio, você indicou que seus agentes usassem: A alternativa "B " está correta. A norma regulamentadora 23 (NR 23) identifica as classes de incêndio para que possamos atuar de forma correta, especialmente nos procedimentos preventivos contra incêndios e explosões. Os incêndios são classificados em quatro classes, ou seja, A, B, C e D. A Classe C é relacionada aos incêndios envolvendo toda linha de materiais energizados, e um dos extintores Classe C utiliza gás carbônico. 3. AGORA QUE VOCÊ ESTÁ TREINADO PELA EMPRESA HM SERVIÇOS PREDIAIS, PODE SER CONSIDERADO UM ESPECIALISTA. E COMO TAL, VOCÊ ACOMPANHOU UMA VISTORIA NA EDIFICAÇÃO, E O VISTORIADOR DISSE QUE, DEVIDO AOS PISOS SEREM FEITOS DE MADEIRA, A CHANCE DE OCORRER UM INCÊNDIO DE CLASSE D É GRANDE, E ANOTOU ISSO EM SEU RELATÓRIO. VOCÊ, COMO ESPECIALISTA, DISSE QUE ELE ESTAVA ERRADO. ENTÃO, O VISTORIADOR PERGUNTOU O PORQUÊ. O QUE VOCÊ RESPONDEU? RESPOSTA A característica do tipo de incêndio Classe D é fogo em elementos pirofóricos. Os principais combustíveis são magnésio, zircônio, titânio etc. A medida de controle adequada é a de abafamento. O extintor é o pó químico especial. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES E MANGUEIRAS CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS Identificaremos as classes de incêndio para que possamos atuar de forma correta, especialmente nos procedimentos preventivos contra incêndios e explosões. Os incêndios são classificados em quatro classes: javascript:void(0) CLASSE A Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e profundidade e deixam resíduos. Ex.: madeira, papel, papelão, tecidos etc. CLASSE B Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e não deixam resíduos. Ex.: gasolina, éter, nafta, álcool etc. CLASSE C Incêndios envolvendo toda linha de materiais energizados. Ex.: motores, equipamentos elétricos etc. CLASSE D Incêndios envolvendo materiais pirofóricos (metais que queimam). Ex.: magnésio, zircônio, titânio etc. EXTINÇÃO DO FOGO Agora que já conhecemos o mecanismo chamado de triângulo do fogo, fica bem mais simples entendermos as metodologias para sua correta extinção. Para isso, basta eliminarmos um dos elementos essenciais para sua existência, ou seja, o calor, o comburente ou o combustível. Vamos ampliar nossas abordagens para o entendimento da extinção do fogo, exatamente com a eliminação de um de seus componentes. Vejamos: PROCESSO DE RESFRIAMENTO OU RETIRADA DO CALOR Na metodologia do resfriamento, temos a retirada simples de calor do próprio material incendiado até que ele fique abaixo de seu ponto de ignição. Comumente, utilizamos a água para esse procedimento, como em um procedimento simples para apagar uma fogueira, por exemplo. Foto: Joa Souza/Shutterstock.com PROCESSO DE ABAFAMENTO OU RETIRADA DO COMBURENTE É o processo da retirada do oxigênio, quando, por exemplo, colocamos um copo sobre uma vela acesa. Imagem: Shutterstock.com ATENÇÃO O oxigênio encontra-se no ar atmosférico, na proporção de 21%. De 21% a 13% ainda teremos oxigênio para provocar chamas e brasas. De 13% a 8% o oxigênio é suficiente apenas para a formação de brasas. Abaixo de 8% não há oxigênio suficiente para a combustão. PROCESSO DE ISOLAMENTO OU REMOÇÃO DO MATERIAL (RETIRADA DO COMBUSTÍVEL) Caracteriza-se pela retirada do combustível, diminuindo as possibilidades de propagação do fogo por contato ou condução. Podemos exemplificar esse processo quando fechamos a válvula do gás de cozinha de forma rotineira em nossas residências. Foto: Shutterstock.com DISPOSITIVOS DE COMBATE AO FOGO De acordo com o que vimos até agora, para os diferentes tipos de incêndios, deveremos sempre utilizar os corretos agentes extintores. Os principais são: Foto: karekonojo352015/Shutterstock.comSISTEMA HIDRÁULICO Nesse sistema, a água sob pressão age no material incendiado. EXTINTORES São aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios de incêndio. De modo geral, são constituídos de um recipiente de metal com o agente extintor. Foto: Shutterstock.com Agora, vamos conhecer alguns dispositivos de combate ao fogo. Foto: Shutterstock.com HIDRANTES São dispositivos existentes em redes hidráulicas, que facilitam o combate ao fogo. São facilmente identificáveis pela porta vermelha com um visor, localizados perto de escadas e elevadores. São constituídos por: reservatório que pode ser elevado ou subterrâneo, canalização, mangueiras, esguichos e abrigos. SISTEMAS TIPO SPRINKLER Também chamados de chuveiros automáticos, é outro modelo preventivo de sistema hidráulico. São encanamentos e ramificações, semelhantes aos barriletes, que diminuem de diâmetro à medida que se afastam do encanamento central, onde estão instaladas as válvulas de controle de fechamento, alarme, dreno e outras, que cobrem determinada área. São acionados quando um aquecimento suficiente rompe a ampola do bico, evitando a propagação do fogo. Foto: Shutterstock.com EXTINTORES Foto: Shutterstock.com Os tipos de extintores são: Extintor de água pressurizada – Aplicado em incêndio tipo A. Extintor de água de pressão injetada – Aplicado em incêndio tipo A. Extintor de espuma química – A espuma química (formada por bolhas e CO2) é produzida, juntando-se soluções aquosas de ácido sulfúrico (ou sulfato de alumínio) e bicarbonato de sódio (com alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10. Aplicado em incêndios tipos A e B. Extintor de espuma mecânica-pressurizada – Aplicado em incêndios tipos A e B. Extintor de espuma de pressão injetada – Aplicado em incêndios tipos A e B. Extintor de gás carbônico – Aplicado em incêndio tipo C. Extintor de pó químico seco AB – Aplicado em incêndios tipos A e B Extintor de pó químico seco ABC – Aplicado em incêndios tipos A, B e C, (tipo C de incêndio é muito encontrado nos carros). Extintor a Halon – Composto por halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo), é indicado para incêndios das classes A, B e C. Utilizado em equipamentos elétricos por apagar incêndios sem deixar resíduos. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Todo extintor deverá possuir o selo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que registra a data de vencimento do teste hidrostático (é um procedimento estabelecido pela norma da ABNT NBR 12962/2016, que determina que todos os extintores devem ser testados a cada cinco anos) e de recarga do equipamento. ORIENTAÇÕES DA NR 23 SOBRE OS EXTINTORES Agora que já vimos os tipos de extintores, vamos entender algumas orientações da Norma Regulamentadora 23 sobre os extintores. As exigências quanto à área a ser coberta por uma unidade extintora e quanto à capacidade extintora estão na NR 23 da Portaria 3.214, bem como exige o Corpo de Bombeiros e as companhias de seguro. Existem exigências do Corpo de Bombeiros e das companhias de seguro que são mais complexas. A Norma Regulamentadora 23 da Portaria nº 3.214, bem como a ABNT firmam a sinalização e a altura máxima em que devem ser colocados os extintores, visando facilitar sua localização e identificação. Foto: Shutterstock.com A Norma Regulamentadora 23, em seus subitens trata sobre a sinalização e as dimensões de instalação dos extintores. NORMA REGULAMENTADORA 23 23.17.1 Os extintores deverão ser colocados em locais: de fácil visualização. de fácil acesso. javascript:void(0) onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso. 23.17.2 Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas. 23.17.3 - Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro). 23.17.4 - Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso. 23.17.5 Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas. 23.17.6 Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de fábrica. 23.17.7 Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. Devido à importância da utilização dos extintores em emergências, é fundamental saber distinguir suas operações. No quadro a seguir, fazemos a relação de qual extintor devemos utilizar em cada material combustível, e como ele deve ser usado, para obtermos sucesso na ação de combate ao incêndio. Classes de Incêndio Materiais Combustíveis Medidas de Controle Extintores Classe A: Fogo em materiais de fácil combustão, com a propriedade de queima em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos. Tecidos, madeiras, papéis, fibras etc. Resfriamento: Retirada do calor, isto é, baixar a temperatura para que fique menor do que a temperatura de ignição. Água, espuma. Classe B: Fogo em produtos que queimam somente em sua superfície Graxa, vernizes, tintas, gasolina etc. Abafamento: Retirada do comburente (oxigênio). Nesse tipo de fogo, não há formação de brasa e, Gás carbônico, pó químico, espuma (geralmente usada para não deixando resíduos. portanto, deve-se fazer o abafamento da superfície. incêndios em grandes tanques). Classe C: Fogo em equipamentos elétricos energizados. Motores, transformadores, quadros de distribuição, fios sob tensão etc. Abafamento: Utilizar agente extintor que não conduz eletricidade. Gás carbônico, pó químico seco e Halon. Classe D: Fogo em elementos pirofóricos. Magnésio, zircônio, titânio etc. Abafamento: Retirada do comburente pelo uso de pós especiais que formam camadas protetoras, impedindo continuação das chamas. A limalha de ferro fundido presta ao combate deste tipo de fogo. Pó químico especial. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: auxílio na aplicabilidade dos extintores. Extraído de: Norma Regulamentadora 23 (NR 23) Outra informação que é fundamental para obter sucesso na utilização de um extintor de incêndio é sobre a sua área de cobertura, a classe de ocupação e qual deve ser a distância máxima percorrida pelo colaborador até a unidade extintora. A área de cobertura significa que, ao acionar o extintor, sua área de atuação será os valores indicados na tabela a seguir. A classe de ocupação indica se o incêndio é de Classe A, B ou C. A distância máxima a ser percorrida é a distância máxima que uma pessoa deve estar de um extintor. Apresentamos a seguir o quadro da NR 23, com as informações: Área coberta p/ unidade de extintores Risco de Fogo Classe de ocupação segundo tarifa de seguro Incêndio do Brasil - IRB* Distância máxima ser percorrida 500m² Pequeno "A" - 01 e 02 20 metros 250m² Médio "B" - 02, 04, 05 ou 06 10 metros 150m² Grande "C" - 07, 08, 09, 10, 11, 12 e 13 10 metros Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Classe de extintores por área de cobertura. Extraído da: NR 23 IRB (*) - Instituto de Resseguros do Brasil O quadro da NR 23, a seguir, mostra a quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os extintores de incêndio, que devemos ter nos ambientes. Podemos observar que, se há um extintor na unidade extintora, ele deve ter capacidade mínima de 10 litros de espuma; se a unidade extintora tiver dois extintores, cada extintor deve ter a capacidade mínima de 5 litros de espuma. Substâncias Capacidade dos Extintores Número de extintores que constituem unidade extintora Espuma 10 litros 5 litros 1 2 Água pressurizada ouágua gás 10 litros 1 2 Gás carbônico (CO2) 6 quilos 4 quilos 2 quilos 1 quilo 1 2 3 4 Pó químico seco 4 quilos 2 quilos 1 quilo 1 2 3 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os extintores de incêndio. Extraído de: NR 23 AÇÃO EXTINTORA – APLICADAS EM INCÊNDIOS DA CLASSE TIPO D Vimos que a Classe D corresponde aos incêndios envolvendo materiais pirofóricos. Agora, vamos conhecer as ações extintoras aplicadas em incêndios da Classe tipo D. As técnicas a seguir mostram os processos de ação e reação, após o uso da unidade extintora de pó químico sobre o fogo. ABAFAMENTO O calor das chamas promoverá a decomposição térmica do pó químico, liberando dióxido de carbono e vapor-d’água, que ocuparão o lugar do comburente no ambiente. RESFRIAMENTO Para sua decomposição, o pó químico absorverá parte do calor liberado pela combustão. QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA Dada como a principal propriedade extintora do pó químico, ocorre pela interferência que ele exerce na concentração de íons, provenientes da reação em cadeia, presentes na combustão, diminuindo o poder de reação com o comburente e extinguindo as chamas. PROTEÇÃO CONTRA A IRRADIAÇÃO DO CALOR A nuvem produzida pela aplicação do pó químico torna opaco o ambiente nas proximidades do incêndio e dificulta a irradiação do calor. MANGUEIRAS Sabemos que, para que o combate a incêndio seja eficiente, é necessária a utilização de equipamentos adequados para as diversas operações. Agora, conheceremos a mangueira, os tipos e a sua aplicação. As mangueiras são equipamentos que possuem como função a condução de água sob pressão. Elas têm um duto de borracha flexível com encapamento com uma lona e com fibras sintéticas em sua estrutura, para suportar as altas pressões e as variações dos ambientes nas operações de combate. Foto: Shutterstock.com As condições adequadas para uso das mangueiras levam em consideração o ambiente apropriado, a pressão máxima da água ao passar por elas e a resistência à abrasão (resistência ao atrito). TIPO 1 Utilizada em edifícios residenciais, possuindo pressão máxima de trabalho de 980kpa. TIPO 2 Utilizada em edifícios residenciais e industriais, possui pressão máxima 1370kpa. TIPO 3 Utilizada na área naval, com pressão máxima de trabalho de 1470kpa. TIPO 4 Utilizada na área industrial, possuindo maior resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa. TIPO 5 Utilizada na área industrial, possuindo alta resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa. O quadro da NBR 11861 traz uma correlação entre os tipos de mangueiras, sua utilização, as características (tipo de utilização), as pressões máximas de trabalho (pressão máxima de água que pode passar pela mangueira sem causar danos a ela, nem acidentes aos manuseadores) e o revestimento da mangueira (o tipo de revestimento: têxtil, polimérico, metálico etc.). Fase Utilização Característica Pressão de trabalho Revestimento 1 Condomínios residenciais Utilização Eventual 980kPa (10kgf/cm2) Um reforço têxtil 2 Indústrias e Corpo de Bombeiros Militar Utilização Contínua 1370kPa (14kgf/cm2) Um reforço têxtil 3 Área Naval e Corpo de Bombeiros Militar Resistência à abrasão 1470kpa (15kgf/cm2) Dois reforços têxteis sobrepostos 4 Área industrial Maior resistência à abrasão 1370kPa (14kgf/cm2) Um reforço têxtil e um revestimento de polímero 5 Área industrial Alta resistência à abrasão e 1370kPa (14kgf/cm2) Um reforço têxtil e um revestimento de temperatura polímero mais reforçado Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Os tipos de mangueiras, sua utilização e características Extraído de: NBR 11861 SAIBA MAIS O manual dos bombeiros de Góias contém informações importantes sobre os cuidados durante a utilização e acondicionamento referentes às mangueiras. UTILIZAÇÃO "Como todo equipamento de grande e importante utilização, as mangueiras de combate a incêndio demandam alguns cuidados: a) Evite contato direto com superfícies aquecidas ou em chamas; b) Zele pelo bom acondicionamento das mangueiras; c) Evite o contato com cantos e quinas vivas e objetos pontiagudos; d) Não submeta as juntas metálicas a pancadas; e) Evite que veículos passem por cima das mangueiras; f) Evite o contato com substâncias corrosivas, contaminantes ou derivados de petróleo”. (GOIÁS, 2016) javascript:void(0) javascript:void(0) ACONDICIONAMENTO “As mangueiras de combate a incêndio devem ser inspecionadas a cada 06 (seis) meses e devem ser submetidas à manutenção a cada 12 (doze) meses. [...] O acondicionamento das mangueiras deve ser feito de acordo sua utilização: Em ziguezague deitada: deve ser apoiada sobre um de seus vincos e pode ser conectada a outras mangueiras para a formação de linhas de mangueira prontas para o emprego; Em ziguezague em pé: deve ser posicionada sobre ela própria; Em espiral: A partir de uma de suas extremidades, a mangueira é enrolada sobre ela própria, o uso deste tipo de acondicionamento é exclusivo para estoque ou mangueiras que não requeiram utilização imediata; Aduchada: A mangueira é dobrada e enrolada na forma de espiral a partir da dobra e em direção às extremidades”. (GOIÁS, 2016) TECNOLOGIAS APLICADAS NO COMBATE A INCÊNDIO Foto: Shutterstock.com O resultado das tecnologias aplicadas ao combate a incêndios pode ser visto desde a criação de agentes químicos para supressão de incêndio até a criação de robôs que combatem o fogo, minimizando a exposição humana e diminuindo os riscos à vida. Conheça as principais tecnologias desenvolvidas no combate de grandes incêndios, em caráter nacional e mundial, e as principais características e as atuações dessas máquinas combatentes. Essas tecnologias vencem as limitações humanas na hora do combate às chamas e desastres. FIRE EXTINGUISHING BALL É um sistema que possui uma esfera que atua como agente extintor “automático”, ou seja, ao entrar em contato com o fogo, explode e apaga as chamas a 360 graus em seu perímetro. Possui uma massa de 1,3kg, tempo de ativação de 3 segundos e uma área de cobertura de 10 metros quadrados. É um produto usado para a extinção de incêndios nas classes A, B e C. Possui patente nos mercados africano e asiático. ROBÔ COLOSSUS O robô Colossus é um drone terrestre de 500 quilos, tem capacidade de disparar jatos de água de 1,60 metros e uma autonomia de 8 horas de funcionamento. Teve atuação no incêndio da Catedral de Notre- Dame. Ele foi posto em ação por causa da fragilidade da estrutura após a elevada intensidade das chamas, logo, o robô atuou sem colocar em risco a vida dos bombeiros humanos e a dos funcionários do museu, na operação. UNIDROID Esse robô possui em sua composição uma esteira de tração constituída de aço, tendo a capacidade de resistir a temperaturas mais elevadas do que 600 graus Celsius. Nele, é acoplado um canhão com capacidade de disparo de oito mil litros por minuto e seu funcionamento é por controle remoto. TECNOLOGIA DAFO Essa tecnologia está sendo aplicada em veículos elétricos e híbridos, tendo atuação na prevenção de sinistros nos dispositivos das baterias dos carros elétricos e híbridos. ROBÔ PARA DETECÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS Essa tecnologia tem atuação em florestas e possui uma vasta lista de equipamentos: uma sistemática composta por duas câmeras, em que a primeira possui lentes de captação de imagem térmica, e a segunda lente capta luz visível; tem a capacidade de monitoramento de pontos de calor em um perímetro de atuação de 2 metros quadrados. O robô consegue atuar em uma área de até 80km. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UMA EMPRESA TEVE UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO EM UMA DE SUAS SALAS, QUE CONTÉM MUITO PAPEL EMPILHADO, ALÉM DE UM CARPETE. A SALA TEM 60M², E O CARPETE ESTÁ EM CHAMAS, ATINGINDO AS PILHAS DE PAPEL. DIANTE DISSO, A MELHOR MANEIRA DE COMBATER TAL INCÊNDIO É: A) utilizando umafire extinguishing ball. B) utilizando a Tecnologia Dafo. C) utilizando uma mangueira de água. D) utilizando um extintor de gás carbônico. E) utilizando um extintor de químico especial. 2. ESTÁ OCORRENDO UM INCÊNDIO EM UMA IGREJA. VOCÊ NÃO SABE QUAL TIPO DE MATERIAL HÁ NO INTERIOR DELA E, POR ISSO, NÃO CONSEGUE CLASSIFICAR O TIPO DE INCÊNDIO, MAS SABE QUE PODEM ESTAR OCORRENDO TODOS OS TIPOS, EXCETO O TIPO D. ENTRE OS RECURSOS DESTACADOS A SEGUIR, QUAL A MELHOR ESCOLHA PARA COMBATE RÁPIDO AO INCÊNDIO NESTE LOCAL? A) Robô Colossus B) Unidroid C) Tecnologia Dafo D) Robô para detecção de incêndios florestais E) Extintores por espumas e CO2 GABARITO 1. Uma empresa teve um princípio de incêndio em uma de suas salas, que contém muito papel empilhado, além de um carpete. A sala tem 60m², e o carpete está em chamas, atingindo as pilhas de papel. Diante disso, a melhor maneira de combater tal incêndio é: A alternativa "C " está correta. O incêndio existente é o de Classe A, logo, água e espumas são os elementos recomendados pela NR 23 para combate a esse tipo de incêndio. Outro ponto é que a água, ao se espalhar, passa a cobrir uma boa área, resfriando o local e diminuindo a ação do fogo, pouco a pouco. 2. Está ocorrendo um incêndio em uma igreja. Você não sabe qual tipo de material há no interior dela e, por isso, não consegue classificar o tipo de incêndio, mas sabe que podem estar ocorrendo todos os tipos, exceto o tipo D. Entre os recursos destacados a seguir, qual a melhor escolha para combate rápido ao incêndio neste local? A alternativa "B " está correta. O robô Unidroid pode entrar no recinto sem colocar em risco a vida humana, uma vez que não há o conhecimento da estrutura da igreja após o incêndio, nem se sabe a causa do incêndio. Por ser operado por controle remoto, ele pode dar a informação visual da situação no interior do recinto, o que facilita a decisão humana, e como ele pode disparar oito mil litros por segundo, de qualquer fluido utilizado para apagar incêndio, ele é mais bem recomendado do que o robô Colossus, que utiliza somente água. MÓDULO 3 Reconhecer a importância do treinamento no combate ao incêndio LIGANDO OS PONTOS VOCÊ SABE QUAL A CARGA HORARIA MÍNIMA DO TREINO DA CIPA? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR QUAL A NORMA REGULAMENTADORA QUE TRATA DE COMBATE A INCÊNDIO? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE DE UMA INDÚSTRIA DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Em uma empresa do ramo da construção civil, o gerente de segurança ocupacional convoca sua equipe para a realização de um plano de treinamentos para a preparação contra um eventual sinistro na área de combate a incêndio. Esse treinamento tem uma carga horária teórica e prática. Em sua composição teórica, a ementa é a seguinte: introdução ao combate a incêndio; legislação aplicada; normatizações pertinentes ao combate a incêndio; aplicações da química do fogo; técnicas de propagação do fogo; classes de incêndio (A, B, C, D e K); introdução ao conceito de explosões, técnicas de prevenção de incêndios, métodos de extinção, sinalização de segurança, noções de controle ao pânico. Na sua parte prática, a ementa é a seguinte: atendimento pré-hospitalar; análise das vítimas; noções de tratamento em ferimentos; identificação e tratamento em fraturas e queimaduras; transporte de vítimas. O engenheiro também criou uma pauta com 20 horas de treinamento, em que apresentou toda a NR 5 e ensinou técnicas de evacuação de edificações em caso de incêndio. Outro ponto que o engenheiro pautou foi a NR 23, pois ela apresenta uma norma específica de combate a incêndio, apresentando noções do uso dos equipamentos, complementações das noções de evacuação, tipos de sistemas de alarmes e seus usos corretos e, por fim, como detectar uma saída de emergência. A equipe também usou como base do treinamento a norma técnica 17/2019 que possui noções de brigada de incêndio. Foi abordado o passo a passo de como lidar em emergências. Em determinada sexta-feira, os funcionários que trabalhavam na empresa ouviram o soar do alarme de incêndio. Infelizmente, nem todos os funcionários tinham participado dos treinamentos contra incêndios, o que causou pânico e, infelizmente, algumas mortes. Foto: Shutterstock.com Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. COM BASE NO CASO ESTUDADO, QUAL DEVE SER A CARGA HORÁRIA MÍNIMA DO TREINAMENTO DA CIPA, ESCOLHIDA PELO ENGENHEIRO? A) 15 horas B) 20 horas C) 30 horas D) 8 horas E) 25 horas 2. EM CASO DE INCÊNDIOS, MARQUE A ALTERNATIVA QUE EXPRESSA A SEQUÊNCIA CORRETA DE TOMADA DE DECISÃO DO ENGENHEIRO DURANTE O SINISTRO. A) A área não deve ser evacuada; a brigada domina todas as técnicas de combate ao fogo. B) Identificação da situação; alarme/abandono de área; acionamento do Corpo de Bombeiros Militar e/ou ajuda externa; corte de energia; primeiros socorros; combate ao princípio de incêndio; recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros Militar. C) A brigada tem todos os recursos e domina todas as técnicas de combate ao fogo. Portanto, não deve ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros. D) Antes do início do combate ao incêndio, deve-se manter ligada a força elétrica da edificação. E) Quando o Corpo de Bombeiros chegar, não há a necessidade de lhes fornecer qualquer informação, pois eles sabem como fazer e não precisam de explicações adicionais. GABARITO 1. Com base no caso estudado, qual deve ser a carga horária mínima do treinamento da CIPA, escolhida pelo engenheiro? A alternativa "B " está correta. Segundo a NR 5, subitem 5.34, a carga horária dever ser de 20 horas. 2. Em caso de incêndios, marque a alternativa que expressa a sequência correta de tomada de decisão do engenheiro durante o sinistro. A alternativa "B " está correta. Ao ouvir o alarme, é necessário abandonar o local, buscando áreas seguras e abertas. Em seguida, deve-se acionar o Corpo de Bombeiros, ou outro tipo de ajuda externa. Para que não haja mais riscos, o corte da energia da edificação é necessário. Se houver feridos, há a necessidade da realização de primeiros socorros e, se possível, iniciar o combate contra o fogo, com os equipamentos adequados, até que seja possível recepcionar o Corpo de Bombeiros e deixá-los a par de toda a situação. 3. COM BASE NAS ORIENTAÇÕES DO ESTUDO DE CASO, QUAIS AS ORIENTAÇÕES CITADAS NA NR 23, EM RELAÇÃO AS VIAS DE PASSAGEM E SAÍDAS DE EMERGÊNCIAS DAS EDIFICAÇÕES DURANTE A JORNADA DE TRABALHO? RESPOSTA javascript:void(0) Segundo a NR 23, que trata de combate a incêndio mostra em seus subitens 23.3, 23.4, 23.5, as principais características das aberturas são: “23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída”. “23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho”. “23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento”. CAPACITAÇÃO PARA O COMBATE A INCÊNDIO TREINAMENTOS E PARTICIPAÇÃO DA CIPA NO COMBATE A INCÊNDIO Foto: Shutterstock.com Vamos abordar uma teoria fundamental para o sucesso quando o assunto é combate a incêndios: a capacitação e o envolvimento de todos. Combater princípios de incêndios pode parecer um assunto simples à primeira vista. Porém, quando verificamos a quantidade de variáveis existentes, constatamos a importância de uma base teórica fundamentada e de treinamentos constantes. O TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS É ESSENCIAL PARA EMPRESAS DE TODOS OS RAMOS E TAMANHOS, COLABORANDO DIRETAMENTE PARA A PREVENÇÃO DE ACIDENTES E GARANTINDO QUE OS COLABORADORES ADOTEM A POSTURA MAIS SEGURA EM CASO DE FOGO. Uma vez que nunca se sabe quando um problema como esse pode acontecer, apesar de não termos dúvidas de que todos os cenários vulneráveis podem ser eliminados preventivamente,é fundamental que todos estejam preparados e prontos para agir e evacuar o local com segurança. DICA A própria Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos para a implementação dos cursos e treinamentos, conforme as características de cada seguimento econômico. Equivocam-se aqueles que acreditam que apenas os membros das brigadas internas de uma empresa é que deverão se envolver com esse assunto. Todos os colaboradores, incluindo clientes, fornecedores, terceiros e, especialmente, os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), devem realizar periodicamente treinamentos e suas respectivas revisões, incluindo os simulados que podem envolver o sistema público de cada localidade do Corpo de Bombeiros. TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS Os treinamentos de combate ao incêndio devem conter, no mínimo: Imagem: Shutterstock.com NOÇÕES BÁSICAS SOBRE FOGO. Imagem: Shutterstock.com RECONHECER A CLASSE E O TIPO DE FOGO. Imagem: Shutterstock.com UTILIZAÇÃO CORRETA DOS EXTINTORES. Imagem: Shutterstock.com EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS. Imagem: Shutterstock.com SIMULADOS E PLANOS DE ABANDONO. Nesse sentido, é fundamental destacar que todos em uma organização são responsáveis pela sua própria segurança e dos demais. O fogo não determina quem deverá ser responsável por eliminá-lo, logo, a conscientização em geral deve ser fundamental para o pleno sucesso da operação. ATENÇÃO A NR 5 determina que todos os membros titulares e suplentes, indicados ou eleitos, devem realizar um treinamento de, no mínimo, 20 horas e, entre os temas, combate a incêndios e explosões deverão ser abordados. Em geral, todos os integrantes da CIPA devem participar de todos os treinamentos a respeito do combate ao incêndio e de outras normas de segurança. Como já vimos, o ideal é que a maioria dos colaboradores da empresa também participe desse tipo de treinamento, para que todos se sintam aptos e seguros a tomar alguma atitude em caso de acidentes envolvendo o fogo. Quanto mais pessoas conhecerem tudo a respeito do combate ao incêndio, melhor será para a segurança dos envolvidos e da própria empresa. Colaboradores que participam de um treinamento de combate a incêndio também são orientados a respeito da melhor forma de agir em caso de fogo: como evacuar o prédio com calma e tranquilidade, como ajudar as pessoas com dificuldade de locomoção e quais os procedimentos devem ser realizados para que tudo saia com o máximo de segurança. O treinamento de combate a incêndios também é indicado por aqueles que agirão como líderes em caso de emergência e que ficarão responsáveis pelo contato com o Corpo de Bombeiros e com a disseminação de informações importantes, como onde estão os extintores de incêndio, os hidrantes, quais são as saídas de emergência e o correto ponto de encontro. Agora, vamos ilustrar a importância dos treinamentos e da conscientização de todos os colaboradores em relação as ações emergenciais para controle de incêndios, com o cenário descrito a seguir. “Uma indústria, seguindo os procedimentos de prevenção e combate a incêndios e explosões, contratou profissionais especializados para treinamentos de todos os colaboradores e, em seguida, procedeu com os simulados, inclusive, com o envolvimento de empresas que fazem parte do complexo industrial a que pertencem, além de operações consorciadas com o Corpo de Bombeiros local. Sendo este o procedimento correto a ser seguido.” Foto: Wahyu Cahaya/Shutterstock.com Vejamos o que ocorreu: Imagem: Shutterstock.com Os profissionais realizaram os treinamentos, inicialmente, teórico, explicando a importância de todos estarem conscientes quanto a seguir as regras de proteção e de combate a incêndios. Verificou-se que alguns gerentes da empresa não participaram e nenhum dos diretores, incluindo os que tinham responsabilidade na contratação dos profissionais. Os membros da CIPA participaram de todo o processo. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com Em determinado dia, posterior aos treinamentos, teóricos e práticos, o alarme soou de forma inesperada e sem acionamento por parte de qualquer pessoa. Alguns trabalhadores seguiram corretamente para o ponto de encontro, mas outros ficaram gritando, outros retornaram para pegar pertences, e mais tantos (especialmente do setor administrativo) continuaram trabalhando como se nada tivesse ocorrido. Dentro do cenário acima abordado, muito comum de ocorrer nas empresas, chegamos às seguintes conclusões sobre o simulado: Arraste para os lados Imagem: Shutterstock.com É fundamental a participação da alta administração em todas as etapas dos treinamentos. O incêndio não se limita a uma área de uma indústria e, acima de tudo, gerentes e diretores devem incentivar os demais colaboradores. Imagem: Shutterstock.com Brincadeiras e gritarias não podem acontecer durante os treinamentos ou mesmo na ocorrência de um evento, simulado ou não, visto que esse tipo de procedimento poderá contribuir com a ampliação dos sinistros. Imagem: Shutterstock.com Jamais os trabalhadores, ou qualquer outra pessoa, poderão retornar ao seu ambiente de trabalho para pegar seus pertences. Lembre-se de que o mais importante é a sua segurança e a dos demais, e não os objetos pessoais. Por mais importantes que eles sejam, não são mais valiosos do que a vida. Imagem: Shutterstock.com Os simulados ou uma situação como o incidente acima relatado, ou seja, o alarme soando sem ter sido acionado por qualquer colaborador, devem ser tratados como verdadeiros, visto que, quando ocorre um evento real, todos devem estar plenamente preparados. Imagem: Shutterstock.com Os pontos de encontros servem para garantir a segurança de todos. AMBIENTE DE TRABALHO SEGUNDO A NR 23 Imagem: Shutterstock.com A segurança no ambiente de trabalho não acontece apenas com manutenções preventivas, trabalhos ergométricos e distribuição de EPIs. A segurança também se dá em caso de acidente extremo, como o incêndio de uma edificação; por isso, é essencial para um engenheiro de Segurança do Trabalho conhecer a NR 23, a fim de garantir a segurança de todos, em uma situação extrema como a de um incêndio. É FUNDAMENTAL TRATARMOS DE FORMA CORRETA A REDAÇÃO DA NORMA REGULAMENTADORA NR 23 – PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS –, CONFORME A REDAÇÃO DADA PELA PORTARIA SIT – SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO / DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, Nº 221/2011, QUE MOSTRA A ALTERAÇÃO NR 23, EM VIGOR ALTERAÇÃO DA NR 23 “23.1. Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis”. “23.1.1. O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: javascript:void(0) a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes”. “23.2. Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência”. “23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída”. “23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho”. “23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.” O TREINAMENTO COM BASE NA NR 5 Foto: Wahyu Cahaya/Shutterstock.com Esse tópico mostra a relação da NR 5 com os treinamentos que envolvem as atividades de combate a incêndio. A descrição dos treinamentos presentes na norma, apresenta informações tais como: quem são os participantes, qual o período para a realização, qual o programa, a carga horaria máxima e a carga diária dos treinamentos. É apontada também a necessidade da criação deata, entre outros pontos. A norma também aborda sobre o papel da CIPA e informa que o treinamento poderá ser ministrado pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Veja a seguir os principais tópicos da NR 5: 5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse. 5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse. 5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR. 5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens: estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo produtivo; metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa; noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção; noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos; organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão. 5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa. 5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas ministrados. 5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento. 5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego (atual secretaria do trabalho e emprego vinculados ao ministério da economia), determinará javascript:void(0) a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a decisão. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal QUADRO I Para saber mais, pesquise na internet por ‘Quadro I – Dimensionamento de CIPA – NR 5’. ORIENTAÇÕES A SEREM SEGUIDAS EM CASO DE INCÊNDIO Foto: Shutterstock.com Vimos que a capacitação e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso no combate a incêndios. ATENÇÃO Todos os funcionários da empresa devem estar preparados para atuar em caso de incêndio. Desse modo, um treinamento constante deverá ser dado aos funcionários da empresa, utilizando-se os mesmos procedimentos do treinamento da brigada de incêndio. Agora, vamos ver algumas orientações a serem seguidas em caso de incêndio em uma empresa: Toda área deve ser evacuada. A brigada deve intervir e, orientada pelo chefe, isolar a área e dar combate ao fogo. A brigada não tem todos os recursos e não domina todas as técnicas de combate ao fogo. Portanto, deve ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros. Antes de se dar combate ao incêndio, deve ser desligada a entrada de força a emergência. Quando o Corpo de Bombeiros chegar, é preciso explicar qual o tipo de fogo (classes “A”, “B”, “C” ou “D”) e orientar os soldados do fogo sobre a área do incêndio. Em qualquer caso, deve-se manter a calma e atuar com seriedade. Os equipamentos elétricos que não puderem ser desligados, mesmo em caso de incêndio, deverão possuir circuito elétrico independente e placa indicadora próxima aos seus dispositivos de combate. AÇÕES DE EMERGÊNCIA COM BASE NA INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 17/2019 Todo incêndio, seja ele pequeno ou grande é considerado uma situação de emergência. A Instrução Técnica 17/2019 foi criada para lidar com essas situações de emergência, diante disso, vamos estudá- la, para podermos conhecer como devemos agir em relação a elas: Imagem: Shutterstock.com IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO: Observação do que está ocorrendo, buscando compreender onde surgiu o incêndio, para traçar a melhor rota de fuga e/ou início ao combate do incêndio. ALARME/ABANDONO DE ÁREA: Ao ouvir o alarme, organizar o abandono da área de forma segura e buscar as ferramentas adequadas para combate ao incêndio, além do material de primeiros socorros. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com ACIONAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR E/OU AJUDA EXTERNA: Ligar para os bombeiros e tentar conseguir ajuda externa, para facilitar a abertura das saídas de emergência. CORTE DE ENERGIA: Cortar a energia para evitar novos focos de incêndio, e o início de uma possível outra classe de Incêndio, caso o incêndio não seja de origem elétrica. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com PRIMEIROS SOCORROS: Prestar primeiros socorros a quem necessitar de ajuda, de acordo com o treinamento recebido. COMBATE AO PRINCÍPIO DE INCÊNDIO Utilização de elementos extintores para combate ao incêndio. Imagem: Shutterstock.com Imagem: Shutterstock.com RECEPÇÃO E ORIENTAÇÃO AO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR: Recepcionar os agentes dos bombeiros e buscar informar a real condição, tais como: local de origem do incêndio, a classe do incêndio, se há pessoas na edificação, o tempo decorrido do incêndio etc. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. MARQUE A SEGUIR A ÚNICA AÇÃO QUE DEVE SER REALIZADA PELOS PARTICIPANTES DURANTE UM SIMULADO DE COMBATE A INCÊNDIOS EM UMA EMPRESA. A) Retornar para pegar seus pertences. B) Não se destinar ao ponto de encontro. C) Não seguir as orientações de segurança. D) Não seguir as rotas de fuga e comunicações de segurança. E) Não obstruir as passagens de emergências e áreas de circulações. 2. TENDO EM VISTA QUE A PRÓPRIA NORMA REGULAMENTADORA 23 ESTABELECE OS REQUISITOS MÍNIMOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DOS CURSOS E DOS TREINAMENTOS, CONFORME AS CARACTERÍSTICAS DE CADA SEGMENTO ECONÔMICO, QUAL DOS ITENS A SEGUIR PERTENCE AOS REQUISITOS DESSE TREINAMENTO? A) Semana de prevenção de acidentes. B) Plano de fuga. C) Serviço especializados de saúde. D) Utilização correta dos extintores. E) Saída de incêndio. GABARITO 1. Marque a seguir a única ação que deve ser realizada pelos participantes durante um simulado de combate a incêndios em uma empresa. A alternativa "E " está correta. A NR 23 no item 23.4. diz que “Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho”. 2. Tendo em vista que a própria Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos para a implementação dos cursos e dos treinamentos, conforme as características de cada segmento econômico, qual dos itens a seguir pertence aos requisitos desse treinamento? A alternativa "D " está correta. A Norma Regulamentadora 23 estabelece os requisitos mínimos para a implementação dos cursos e treinamentos, conforme as características de cada segmento econômico, sendo: noções básicas sobre fogo, reconhecer a classe e tipo de fogo, utilização correta dos extintores, equipamentos individuais e coletivos, simulados e planos de abandono. MÓDULO 4 Reconhecer a compartimentação das edificações e os grandes incêndios no Brasil LIGANDO OS PONTOS VOCÊ SABE O QUE SÃO SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR OS SISTEMAS DE COMPARTIMENTAÇÃO DE AMBIENTES? PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE DA EMPRESA HM CONSTRUÇÕES. Um engenheiro de Segurança do Trabalho foi à empresa HM construções para uma palestra com o intuito de mostrar a importância de responder a alguns questionamentos sobre os sistemas de proteção passiva e compartimentação das edificações. No primeiro momento, o engenheiro foi logo para a parte da compartimentaçãoe composição da construção, abordando os seguintes elementos: portas, paredes, selos com função corta-fogo. O palestrante também falou sobre os distanciamentos horizontais, levando em conta as aberturas. O processo construtivo também entrou na pauta dos assuntos abordados, dando ênfase às telhas combustíveis, que devem obedecer a um distanciamento de no mínimo 2 metros ou 200cm. O engenheiro também destacou o distanciamento de 2 metros para as aberturas em uma mesma fachada e informou que, para as aberturas ortogonais, deve-se seguir um distanciamento de 4 metros, as distâncias anteriores podem ser substituídas por um prolongamento da parede de compartimentação, externo à edificação, com extensão mínima de: 0,9 metros ou 90cm. Foto: Shutterstock.com Após a primeira etapa focada nas compartimentações, o palestrante entrou na segunda parte do treinamento, em que destacou os elementos preventivos de incêndio, como os sistemas de proteção passiva, citando os elementos corta-fogo, que têm por características boa resistência, estanqueidade, isolamento térmico – informou que um exemplo são as portas corta-fogo –, falou também dos elementos para-fogo e que eles não possuem isolamento térmico. E comentou sobre as proteções passivas que ajudam o sistema estrutural e a compartimentação a resistir aos efeitos do fogo. Como o engenheiro entende que treinamentos e conscientizações permanentes são fundamentais para um bom resultado, ele finalizou a palestra mostrando os procedimentos para situações de emergência em prédios: Ficar próximo às aberturas, como janelas. Quando tiver em lugar com muita fumaça, mantenha-se abaixado e usando uma toalha molhada. Jogar para fora do prédio qualquer elemento que possa queimar. Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos? 1. TENDO EM VISTA OS PROJETOS E AS ORIENTAÇÕES DO ENGENHEIRO NO CASO, AS DISTÂNCIAS ANTERIORES PODEM SER SUBSTITUÍDAS POR UM PROLONGAMENTO DA PAREDE DE COMPARTIMENTAÇÃO, PARA UMA EXTENSÃO MÍNIMA DE: A) 0,45m. B) 1,0m. C) 1,5m. D) 2,5m. E) 0,9m. 2. TENDO EM VISTA OS PROJETOS E AS ORIENTAÇÕES DO ENGENHEIRO NO CASO, AS ABERTURAS SITUADAS NA MESMA FACHADA, EM LADOS OPOSTOS DA PAREDE DE COMPARTIMENTAÇÃO, QUAL A MEDIDA CORRETA DE AFASTAMENTO HORIZONTAL PARA TRECHOS SEPARADOS POR PAREDE? A) 4m. B) 2m. C) 5m. D) 10m. E) 15m. GABARITO 1. Tendo em vista os projetos e as orientações do engenheiro no caso, as distâncias anteriores podem ser substituídas por um prolongamento da parede de compartimentação, para uma extensão mínima de: A alternativa "E " está correta. Segundo a Instrução Técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é E, pois está em conformidade com o subitem 5.2.6. 2. Tendo em vista os projetos e as orientações do engenheiro no caso, as aberturas situadas na mesma fachada, em lados opostos da parede de compartimentação, qual a medida correta de afastamento horizontal para trechos separados por parede? A alternativa "B " está correta. Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é B, pois está em conformidade com o subitem 5.2.5. 3. COM BASE NA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO QUE ENVOLVE A EMPRESA HM CONSTRUÇÕES, QUAL A TOMADA DE DECISÃO DO PROJETISTA PARA MONTAR UM SISTEMA DE PROTEÇÃO PASSIVA? RESPOSTA Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, para montar um sistema de proteção passiva são necessárias as composições dos elementos corta-fogo que possuem resistência, estanqueidade e isolamento térmico, como também a instalação dos elementos para-chamas, que possuem resistências, estanqueidade, mas que não possuem isolamento térmico. A RELAÇÃO ENTRE A CONSTRUÇÃO E O FOGO javascript:void(0) SISTEMAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS Neste momento, é fundamental entendermos um pouco sobre os sistemas de proteção passiva. Os sistemas de proteção passiva contra incêndios nem sempre estão aparentes e por isso eles são tão pouco conhecidos. Estão compreendidos nesses sistemas: PROTEÇÃO ESTRUTURAL EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO A proteção estrutural em situação de incêndio, prevenindo o colapso prematuro de estruturas de edificações (quer sejam elas em concreto, aço, madeira ou outros métodos construtivos). CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E REVESTIMENTO O controle de materiais de acabamento e revestimento que basicamente estabelecem normativas e regras para limitar a propagação de chamas e emissão de fumaça dos revestimentos de piso, parede, forro e cobertura dentro da construção civil. SISTEMAS DE COMPARTIMENTAÇÃO DE AMBIENTES Por fim, sistemas de compartimentação de ambientes, tais como as portas corta-fogo, paredes que resistem a duas horas corta-fogo, sistemas firestop (é uma proteção passiva contra incêndios e têm como função a vedação de todas as passagens e vãos em paredes) e shafts (abertura vertical na alvenaria) para passar material elétricos e hidráulicos e lajes. Foto: Shutterstock.com Representação de um shaft elétrico. Basicamente, o objetivo da proteção passiva é confinar o potencial destrutivo de um fogo, sem combatê- lo ativamente, mas limitando avanço das chamas, calor, fumaça e/ou gases quentes em uma edificação. Tudo isso contribuirá positivamente para uma evacuação mais segura, menos vítimas fatais e feridos, um combate mais efetivo e maior preservação do patrimônio. ATENÇÃO Em proteção passiva contra o fogo, nem sempre o conceito é de TRRF (tempo requerido de resistência ao fogo), existe o conceito de reação ao fogo por exemplo, em que se busca avaliar o comportamento de determinado material quando exposto ao fogo. A avaliação de tempo é quando falamos em sistemas que atendem à resistência estrutural em situação de incêndio (Instrução Técnica – 08/SP) e compartimentação de ambientes (IT-09/SP). Já para os materiais de revestimento e acabamento (IT-10/SP), a avaliação restringe-se à propagação de chamas e à densidade óptica de fumaça. Todas essas instruções técnicas se baseiam em normativas nacionais e internacionais, sendo os resultados classificados em tabela e posteriormente aplicados à construção civil. PROTEÇÃO PASSIVA Para pleno entendimento quanto aos sistemas de proteção passiva, é fundamental que saibamos algumas definições. ELEMENTO CORTA-FOGO É AQUELE QUE APRESENTA, POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES PROPRIEDADES: I) INTEGRIDADE MECÂNICA A IMPACTOS (RESISTÊNCIA); II) IMPEDE A PASSAGEM DAS CHAMAS E DA FUMAÇA (ESTANQUEIDADE); III) IMPEDE A PASSAGEM DE CALORIA (ISOLAMENTO TÉRMICO). (NPT Nº 09/2014) Um exemplo prático são as portas corta-fogo presentes nas saídas de emergências. Foto: Shutterstock.com Porta corta-fogo ELEMENTO PARA-CHAMAS É AQUELE QUE APRESENTA, POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES PROPRIEDADES: I) INTEGRIDADE MECÂNICA A IMPACTOS (RESISTÊNCIA) II) IMPEDE A PASSAGEM DAS CHAMAS E DA FUMAÇA (ESTANQUEIDADE), NÃO PROPORCIONANDO ISOLAMENTO TÉRMICO. (NPT Nº 09/2014) Um exemplo prático são os envidraçamentos à prova de fogo presentes em algumas edificações. Foto: Shutterstock.com Envidraçamentos à prova de fogo. COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL Agora, estudaremos os principais elementos divisores da edificação nas orientações verticais e horizontais, como paredes e portas corta-fogo, aplicações dos vedadores de fogo, as distâncias das fachadas para uma melhor concepção no combate às chamas. Sempre que houver exigência de compartimentação horizontal de áreas (compartimentação de uma área horizontal, com intuito de que haja impedimento da propagação do fogo horizontalmente), deve-se restringir as áreas dos compartimentos, com os seguintes elementos construtivos ou de vedação: Paredes corta-fogo São barreiras resistentes ao fogo que impedem a propagação do fogo por determinado período. Os materiais de sua construção devem atender as legislações locais. Portas corta-fogo Atuam como passagem de um compartimento para outro; porém, quando fechadas, vedam os compartimentos, impedindo a passagem das chamas, do calor e da fumaça, por determinadotempo. Vedadores corta- fogo Dispositivo que pode ser fixo ou móvel, que atua vedando aberturas em planos horizontais ou verticais. Isso faz com que a propagação do incêndio seja retardada. Registros corta- fogo (dampers) Registros que, em caso de incêndio, cortam a passagem de gás automaticamente. Selos corta-fogo São utilizados para isolar lajes, paredes, frestas, portas etc., por onde o fogo pode se propagar. Cortina corta-fogo Uma cortina de vidro que é fabricada para resistir por quatro horas a um incêndio que apresente chamas de no máximo 1100°C. Afastamento horizontal entre aberturas É o espaçamento horizontal dado entre um ambiente e outro, para instalação de paredes corta-fogo ou portas corta-fogo. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal CARACTERÍSTICAS DE CONSTRUÇÃO Foto: Shutterstock.com Para podermos preparar uma edificação para um incêndio, é necessário, durante sua construção, impor a presença de algumas características. Veremos agora as principais características das construções, como as paredes e suas propriedades corta-fogo, critérios das coberturas combustíveis, e os detalhes de aplicações das telhas combustíveis e translucidas. De acordo com a Instrução Técnica nº 09/2019 – Compartimentação horizontal e compartimentação vertical – para os ambientes compartimentados horizontalmente entre si, devem ser exigidos os seguintes requisitos: A parede de compartimentação deve ter a propriedade corta-fogo, sendo construída entre o piso e o teto devidamente vinculada à estrutura do edifício, com reforços estruturais adequados. No caso de edificações que possuam coberturas combustíveis (telhados), a parede de compartimentação deve estender-se, no mínimo, 1,0 m acima da linha de cobertura (telhado). Se as telhas combustíveis, translúcidas ou não, estiverem distanciados pelo menos 2 metros da parede de compartimentação, não há necessidade de estender a parede 1,0 m acima do telhado. Imagem: Instrução técnica nº 09 / 2019 – São Paulo. Afastamento de telhas combustíveis. Para realizar a instalação de uma parede corta-fogo, é necessário inserir um espaçamento horizontal, que são aberturas na mesma fachada. A Instrução Técnica n° 09/2019 explica com detalhes os requisitos para construção dessas aberturas: As aberturas situadas na mesma fachada, em lados opostos da parede de compartimentação, devem ser afastadas horizontalmente entre si por trecho de parede com 2,0m de extensão devidamente consolidada à parede de compartimentação e apresentando a mesma resistência ao fogo. A distância mencionada no item anterior pode ser substituída por um prolongamento da parede de compartimentação, externo à edificação, com extensão mínima de 0,90m. As aberturas situadas em fachadas ortogonais, pertencentes a áreas de compartimentação horizonta distintas do edifício devem estar distanciadas 4,0m na projeção horizontal, de forma a evitar a propagação do incêndio por radiação térmica. As aberturas situadas em fachadas paralelas, coincidentes ou não, pertencentes a áreas de compartimentação horizontal distintas dos edifícios situados no mesmo lote ou terreno, devem estar distanciadas de forma a evitar a propagação do incêndio por radiação térmica. A tabela a seguir mostra como são projetadas as aberturas para evacuação das edificações em caso de incêndio. Na primeira linha, por exemplo, vemos que, se a frente da edificação tiver aberturas, como portas, em que uma dessas portas ocupa uma área referente a 20% de toda a área da parede da entrada da edificação, as portas devem estar separadas em uma distância máxima (d) de 4 metros. Vamos observar mais parâmetros na tabela: Percentagem de orifício de toda a frente Intervalo de compartimentação "d" Até 20(%) 4 metros De 21 a 30(%) 5 metros De 31 a 40(%) 6 metros De 41 a 50(%) 7 metros De 51 a 60(%) 8 metros De 61 a 70(%) 9 metros Acima de 71(%) 10 metros Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Relação aberturas e distâncias. Extraída de: Instrução técnica nº 09 / 2019 – Estado de São Paulo. PONTOS NOTÁVEIS DA NR 23 NA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes corta-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização. A NR 23 ESTABELECE QUE TODAS AS EMPRESAS DEVERÃO POSSUIR: A) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO. B) SAÍDAS SUFICIENTES PARA A RÁPIDA RETIRADA DO PESSOAL EM SERVIÇO, EM CASO DE INCÊNDIO. C) EQUIPAMENTO SUFICIENTE PARA COMBATER O FOGO EM SEU INÍCIO. D) PESSOAS ADESTRADAS NO USO CORRETO DESSES EQUIPAMENTOS. Você deve estar se perguntando: e o que a NR 23 determina sobre as saídas de emergência? As saídas de emergência têm seus principais critérios, como: locais, número mínimo de saídas, largura mínima, sentido de abertura, medidas alternativas quando não há saídas de emergências, sinalização, descrição dos pisos e escadas das saídas, riscos, entre outros pontos. Essas características ajudam a concepção das edificações em relação aos dispositivos de saídas de emergência e são abordadas na NR 23 em seus subitens. Vamos conhecer alguns a seguir. javascript:void(0) Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros). O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se tenha de percorrer distância maior que 15,00m (quinze metros) nas de risco grande e 30,00m (trinta metros) nas de risco médio ou pequeno. As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem iluminadas. Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido do da descida. RISCOS O risco pequeno é o risco cuja carga de incêndio é de até 300MJ/m². Pode ocorrer em alojamentos, dormitórios coletivos, banheiros etc. O risco médio é o risco cuja carga de incêndio se dá entre 300MJ/m² e 120MJ/m². Pode ocorrer em cinemas, teatros, casas de show, casas, apartamentos etc. O risco grande é o risco cuja carga de incêndio se dá acima de 1200MJ/m². Essa carga de incêndio poder ocorrer em locais como postos de gasolina, livrarias, bibliotecas, bancos, refinarias etc. GRANDES DESASTRES NO BRASIL Foto: Shutterstock.com Os acidentes ocorridos no Brasil, como nos edifícios Andraus e Joelma nos anos 1980, ou mesmo na Boate Kiss, que tanto impactaram famílias e a sociedade em geral, não teriam ocorrido se as medidas legais e aplicáveis tivessem seguido os corretos procedimentos de prevenção e combate a incêndios e explosões. Para finalizar o nosso estudo, vamos conhecer os acidentes ocorridos no Edifício Joelma, Edifício Andraus e Boate Kiss. EDIFÍCIO JOELMA O Edifício Joelma, localizado na avenida paulista na grande São Paulo foi inaugurado em 1971. Em 1º de fevereiro de 1974, o edifício pegou fogo depois de um curto-circuito no sistema de refrigeração do Banco Crefisul, que ocupava boa parte do Joelma. O incêndio teve início no 12º andar do edifício e, em aproximadamente 3 horas, as chamas tinham se alastrado e destruído 14 andares, ocasionando aproximadamente 187 óbitos e 300 feridos. A análise da engenharia constatou que o sistema construtivo do prédio era de concreto armado, mas
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