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Expansão da Criminalidade ME. Alana Tiosso • Unidade de Ensino: 01 • Resumo: Criminologia, Escolas Criminológicas, Criminologia Clínica, Vitimologia. • Palavras-chave: Criminologia, Escolas Criminológicas, Vitimologia. • Título da Teleaula: Introdução ao Estudo da Criminologia • Teleaula nº: 01 Contextualização • Criminologia: é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo e trata de ministrar uma informação válida e contrastada sobre a gênese, dinâmica e variações principais do crime, contemplando-o como problema individual e social, assim como sobre os programas para sua prevenção especial, as técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e os diversos modelos ou sistema de respostas ao delito. Criminologia Criminologia • Ciência empírica: baseada na observação e na experiência. • Interdisciplinar: relaciona-se com diversos ramos: o direito penal, a biologia, a psiquiatria, a psicologia, a sociologia etc. • tem por objeto: analisar o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo e da vítima, e o controle social das condutas criminosas. • A palavra “criminologia” foi usada em 1883 por Paul Topinard e aplicada internacionalmente pelo italiano Raffaele Garófalo, em seu livro Criminologia, em 1885, passou a ser reconhecida como ciência autônoma. Crime Criminoso Vítima Controle social Objeto da Criminologia Criminologia • A criminologia vê o crime como um problema social, um verdadeiro fenômeno comunitário • Elementos constitutivos do crime: • É um problema social; • Incide massivamente na sociedade; • Incidência aflitiva do fato praticado (causa dor) • Consenso inequívoco de suas causas e origens, de sua repercussão na sociedade e das técnicas de intervenção eficazes. Direito Penal • O Direito Penal é ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a qual fixa uma punição. • O direito penal conceitua crime como conduta (ação ou omissão) típica, antijurídica e culpável (corrente causalista). • A finalidade principal do Direito Penal é a proteção de bens jurídicos fundamentais para o convívio social, por meio da criação de figuras típicas penais, impondo a respectiva sanção. Escolas Criminológicas Escola Clássica • Estudava o crime enquanto definido pela lei penal. • Viés mais humanista e proporcional aos criminosos, afastando as ideias de suplício para o criminoso (Inquisição). • Buscava-se é a aplicação da pena como forma de exemplo para os demais não delinquirem. • Cesare Beccaria: crime combatido com uma pena proporcional ao mal causado pelo criminoso. • As penas não devem ser excessivamente elevadas nem extremamente brandas, mas o que deve existir é a certeza da punição. • Iluminismo: razão, liberdade e humanismo • Legalidade Escola Clássica • Francesco Carrara (1805 – 1888): o crime é um ente jurídico, é uma infração. • A violação de um direito entendido enquanto algo pertencente a outra pessoa. • O ser humano, pelo livre-arbítrio, escolhe praticar o crime com base na liberdade que possui, sendo a pena a imposição legal à quem desobedeceu a lei penal. • A pena é uma retribuição jurídica que tem como objetivo o restabelecimento da ordem externa violada. • Teorias da pena (matéria de Direito Penal) Escola Positivista • Cesare Lombroso (1835-1909): fatores biológicos para aferir a origem do crime e do criminoso. • Ex: fronte fugidia, lábios grossos, mãos e orelhas grandes, insensibilidade à dor, tendência à tatuagem. • Enrico Ferri (1856-1929): o crime é, principalmente, um fenômeno social, sendo submetido ao dinamismo que rege as relações entre as pessoas. Atribuiu à Sociologia Criminal a solução dos problemas criminais • A prevenção do delito por meio de uma ação científica dos poderes públicos, que deve estudar e analisar a melhor forma de neutralizar o crime. • Método indutivo ou empírico. • “Criminoso nato” • Investigar os motivos do crime. Escola de Chicago • A Escola de Chicago encara o fenômeno do crime com base na ecologia, ou seja, analisa a arquitetura da cidade como formadora do comportamento delinquente. • Locais urbanos onde nascia a criminalidade, aliado ao crescimento desordenado de Chicago, que se expandiu do centro para a periferia, observou-se problemas sociais, econômicos e culturais que criaram ambiente favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela ausência de mecanismos de controle social. Criminologia Interacionista E Criminologia Crítica Criminologia Interacionista ou Labelling Approach Teoria do labelling approach (interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação social) surgiu nos Estados Unidos, 1960. A criminalidade é a consequência de um processo de estigmatização. O criminoso apenas se diferencia do homem comum em razão do estigma que sofre e do rótulo que recebe. o tema central é o processo de interação em que o indivíduo é chamado de criminoso • Estuda o aspecto social do criminoso. • Erving Goffman e Howard Becker. Criminologia Interacionista ou Labelling Approach A sociedade define, pelos controles sociais informais os comportamentos desviados, impondo sanções. A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de estigmatização para os condenados, e a pena acentua as desigualdades. As relações sociais pautadas na exclusão social e na discriminação repetem as interações sociais do ambiente carcerário, pois são pessoas excluídas dos direitos sociais mínimos e continuam menosprezadas e esquecidas. O meio social transformou-o num criminoso que veio a praticar crimes, sendo o Estado o incentivador com sua ausência constante nos grotões de pobreza. O determinismo como um fenômeno social, cria o criminoso tendo em vista o local em que ele vive e relaciona-se com outras pessoas. Criminologia Crítica • A ideia de luta de classes torna-se foco de estudo, pois a classe dominante quer impor o seu modo de pensar e produzir o capital em detrimento da classe subalterna. • A realidade não é neutra, existe um processo de estigmatização da população marginalizada. • Os crimes de colarinho-azul são prontamente reprimidos e punidos, enquanto os de colarinho- branco, são praticados pelos ricos, não chegam ao conhecimento das autoridades do sistema penal. • Inspirado nas ideias de Karl Marx • O crime e o criminoso surgem da interação entre os pobres e os ricos. VAMOS RESOLVER UMA QUESTÃO? QUESTÃO A escola penal em referência pode ser considerada o nascedouro dos princípios da proporcionalidade da sanção penal e da legalidade. Para os representantes dessa escola penal o crime é um conceito meramente jurídico. A responsabilização penal é calcada na ideia do livre arbítrio, assumindo a pena caráter meramente retributivo. Qual a escola penal retratada? Escola Clássica. CRIMINOLOGIA CLÍNICA Criminologia Clínica Criminologia clínica é uma ciência interdisciplinar que visa analisar o comportamento criminoso e estudar estratégias de intervenção, às pessoas envolvidas com ele e com a execução de sua pena. Sua aplicação levará em conta as respostas às estratégias de intervenção propostas, valendo-se de avaliações técnicas, mas das observações dos outros profissionais, incluídos os agentes de segurança penitenciários, observações serão tecnicamente colhidas e interpretadas pelo corpo técnico. Criminologia Clínica Psicopatologia refere-se ao estudo sobre os estados que investigam a causa do adoecimento da saúde mental. Psicose: Trata-se de uma confusão entre a realidade e a imaginação. Percebe-se a criação e reconstrução de uma realidade delirante e também alucinatória. Neurose: uma reação excessiva em relação à determinada experiência pela qual a pessoa foi submetida. Na delinquência neurótica o indivíduo tem consciência da realidade e encontra- se ciente de uma punição futura. Perversão: trata-se de uma estrutura clínica em que o indivíduo permite-se transgredira norma de acordo com sua própria vontade. Psicopatia A psicopatia é um transtorno da personalidade (transtorno de personalidade antissocial, sociopatia, transtorno de caráter, transtorno sociopático ou transtorno dissocial). Trata-se de um transtorno muitas vezes motivado por alguma ruptura familiar ou social, ocorrendo anomalias no desenvolvimento psíquico, o que a psiquiatria forense chama de perturbação mental. São improdutivos e seu comportamento é turbulento, com atitudes incoerentes e pautadas pelo imediatismo de satisfação (egoísmo). Preocupam-se apenas consigo Delinquência Psicótica Pode ser atribuída ao chamado “perturbado mental”, isto é, o agente criminoso que ostenta um comprometimento de suas funções psíquicas. A delinquência psicótica é a prática delitiva em face de uma perturbação mental qualquer, sendo imprescindível que, ao tempo da ação ou omissão, o sujeito ativo seja inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito dos fatos Serial Killer • Detentor de uma personalidade perigosa. • Fala-se em personalidade perigosa quando o agente tem uma propensão para a prática do delito, em virtude de não ter respeito pelas regras sociais e dificuldade em conviver com outras pessoas, o que torna esse tipo de agente um ser isolado e antissocial. Vitimologia Vitimologia • Tem por objeto o estudo da vítima, de sua personalidade, de suas características, de suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na gênese do delito. • O comportamento da vítima na origem do crime e do criminoso. • Benjamin Mendelsohn: pai da vitimologia Vítimas As vítimas inocentes, ou ideais: são as que não têm participação ou, se tiverem, será ínfima na produção do resultado. A vítima provocadora é responsável pelo resultado e pode ser caracterizada como provocadora direta, imprudente, voluntária ou ignorante. A vítima agressora pode ser considerada uma falsa vítima em razão de sua participação consciente, casos em que ela cria a vontade criminosa no agente, como os exemplos de legítima defesa. Vitimização • Vitimização primária: decorre dos efeitos do crime na vítima, ou seja, os danos que ele causa nela, como físicos, psíquicos e materiais • Vitimização secundária: sentida pela atuação das instituições estatais ante um crime, ocorre quando a vítima vai procurar ajuda estatal diante da prática da infração penal sofrida por ela. • Vitimização terciária: consiste no isolamento que a sociedade impõe à vítima diante da prática do crime a que ela foi submetida, como o estupro. Vamos resolver uma situação problema? Situação Problema Maria, de 35 anos de idade, compareceu a uma delegacia de polícia noticiando ao policial plantonista que havia sido abusada sexualmente por um médico- cirurgião renomado, o qual teria manipulado o órgão genital dela enquanto ela ainda se encontrava sob efeito de anestésico após ter realizado mamoplastia. Diante da gravidade da denúncia, o policial verificou se havia anotações criminais contra o noticiado e não localizou nenhum registro de ocorrência nesse sentido. Situação Problema Então, indagou à noticiante se ela tinha certeza do que estava afirmando, pois se tratava de uma acusação muito séria e ela poderia ter-se confundido em função do efeito anestésico. Desconfortável com a indagação feita, a noticiante pediu que fosse chamada uma policial do sexo feminino para atendê-la. Assim feito, Maria narrou o fato vivenciado à policial, a qual, por sua vez, considerou conveniente chamar a autoridade policial para avaliar se o fato deveria ser efetivamente registrado, diante de quem, mais uma vez, a noticiante relatou o abuso sofrido. A delegacia agiu corretamente? A delegacia não agiu corretamente. A noticiante foi submetida a um processo de revitimização ao ter sido questionada sobre a credibilidade da notitia criminis e ao ter que relatar o abuso sofrido a diferentes profissionais da delegacia.
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