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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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DIREITO AMBIENTAL
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
	Lei n. 12.305/2010 - Promulgada no dia 2 de agosto de 2010, após amplo debate com governo, universidades, setor produtivo e entidades civis.
	Marco histórico da gestão ambiental no Brasil, a lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos lança uma visão moderna na luta contra um dos maiores problemas do planeta: o lixo urbano.
	Regulamentada pelo Decreto n. 7.404/2010.
	Instituiu a PNRS e dispõe sobre princípios; objetivos; instrumentos e diretrizes relativas à gestão integrada, ao gerenciamento de resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
	Essa política não está isolada de outras, também nacionais, previstas em leis; integra a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981), e articula-se com as Políticas Nacionais de Educação Ambiental (Lei n. 9.795/1999) e com a de Saneamento Básico (Lei n. 11.445/2007).
	Princípios:
	Art. 6º. São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
	I - a prevenção e a precaução; 
	II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; 
	III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; 
	IV - o desenvolvimento sustentável; 
	V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; 
	VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; 
	VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
	VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; 
	IX - o respeito às diversidades locais e regionais; 
	X - o direito da sociedade à informação e ao controle social; 
	XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
	Objetivos:
	Art. 7º. São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
	I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; 
	II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; 
	III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; 
	IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; 
	V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; 
	VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; 
	VII - gestão integrada de resíduos sólidos; 
	VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; 
	IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; 
	X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei n. 11.445, de 2007; 
	XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: 
	a) produtos reciclados e recicláveis; 
	b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis; 
	XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
	XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; 
	XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; 
	XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
	Os princípios e objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (art. 6º e 7º da Lei n. 12.305/2010) não fogem daqueles previstos para as políticas de meio ambiente e de saneamento básico, o que novamente reitera o entendimento de integração e articulação dentre as mesmas.
	Articulação inclusive que deve existir entre os diversos entes federados, dentro do princípio de “respeito às diversidades locais e regionais”, sendo objetivo da PNRS a “articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos”.
	Ordem de prioridade (art. 9º):
	Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
	O Município tem peculiar interesse na organização dos serviços de limpeza pública (capinação, varrição etc.) e coleta, transporte e depósito dos resíduos sólidos. 
	Seu interesse predomina sobre os da União e dos Estados na matéria. 
	Contudo, dada a necessidade de experiência técnica mais avançada para certos tipos de tratamento dos resíduos e o investimento de largas somas para implantar usinas de tratamento, decorre que a União e os Estados, além de estabelecerem normas, precisam intervir, auxiliando financeiramente.
	Responsabilidade compartilhada.
	Entra em cena, então, um conceito importante estabelecido pela Lei n. 12.305/2010, e que fundamenta diversas disposições do Decreto n. 7.404/2010: a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, assim referida no art. 3º, XVII da Lei n. 12.305/2010:
	Conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei.
	Tendo como princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, a nova legislação impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo.
	Art. 5º do Decreto n. 7.404/2010:
	Os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos.
	Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada será implementada de forma individualizada e encadeada.
	Logística reversa.
	Dentro do conceito de responsabilidade compartilhada, a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece as bases de uma prática que promete marcar a ação das empresas e a gestão do lixo no Brasil: a logística reversa. 
	O termo está cada vez mais presente no vocabulário da reciclagem. Significa a recuperação de materiais após o consumo, dando continuidade ao seu ciclo de vida como insumo para a fabricação de novos produtos.
	Art. 13 do Decreto n. 7.404/2010:
	A logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
	Tanto indústrias como lojas, supermercados, distribuidores, importadores e comércio em geralestão obrigados a implementar sistemas de logística reversa – inicialmente para produtos como agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas, embalagens em geral e produtos eletroeletrônicos e seus componentes, a exemplo de geladeiras, televisores, celulares, computadores e impressoras.
	As medidas para o retorno dos produtos via reciclagem serão implementadas progressivamente. 
	E serão criados mecanismos econômicos e financeiros com objetivo de incentivar a atividade e contribuir para que a nova lei seja aplicada na prática. 
	Como resultado, a expectativa é de uma maior absorção dos materiais separados do lixo, com menor pressão sobre os aterros sanitários e mais geração de emprego e renda.
	As medidas para reduzir resíduos começam desde o projeto dos produtos e permeiam todo o seu ciclo de vida, incluindo também o transporte e o descarte final.
	O setor produtivo deverá informar o consumidor sobre as formas de evitar, reciclar e eliminar resíduos, além de promover a logística reversa dos eletroeletrônicos e outras ações previstas no art. 33 da nova legislação.
	Nesse cenário surgem novos e importantes desafios, como a maior conscientização dos consumidores para o descarte adequado de computadores, celulares, eletrodomésticos e outros aparelhos, com apoio dos lojistas e fabricantes.
	Competências.
	Aqui, em função de se tratar de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que integra a Política Nacional do Meio Ambiente e se preocupa com a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, ao Ministério do Meio Ambiente foram atribuídas às seguintes competências:
	- dar início ao procedimento para implantação da logística reversa por meio de acordos setoriais, com a publicação de editais de chamamento do setor envolvido;
	- realizar consulta pública, para a apresentação de manifestações e contribuições;
	- avaliar as propostas recebidas;
	- subscrever, por meio do Sr. Ministro de Estado do Meio Ambiente, o acordo setorial.
	Comitê orientador.
	Foi instituído o Comitê Orientador para a Implantação de Sistema de Logística Reversa, sob a presidência do Ministro de Estado do Meio Ambiente e com a participação dos Ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Fazenda, composição essa que leva em consideração os aspectos ambientais, de saúde pública e econômicos, que a Lei n. 12.305/2010 teve em conta ao tratar da logística reversa.
	As atribuições do referido Comitê Orientador dizem respeito às prioridades, cronogramas e diretrizes metodológicas a serem analisadas previamente à implantação dos sistemas de logística reversa, bem como à avaliação da necessidade de sua revisão.
	Acordos setoriais.
	Como forma prioritária, decorrente do regime estabelecido pelo Decreto n. 7.404/2010, fixou-se a celebração de acordos setoriais, sobre os quais, agora, tecem-se considerações sobre sua natureza jurídica e seu regime jurídico.
	Seu conceito legal, de instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (art. 8º, XVI), está previsto no art. 3º, I da Lei n. 12.305/2010:
	Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
	I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
	Acordos setoriais que, por força de lei, podem ter “abrangência nacional, regional, estadual ou municipal” (art. 34, caput, da Lei n. 12.305/2010), e em face da sua relevância como instrumento de implementação e operacionalização dos sistemas de logística reversa (art. 15 do Decreto n. 7.404/2010), deverão, após assinados, ser publicados no Diário Oficial da União (art. 29, parágrafo único, do mesmo Decreto).
	Existem outros instrumentos previstos no Decreto n. 7.404/2010 para efetivação dos sistemas de logística reversa, como os termos de compromisso e o regulamento (art. 15), mas sempre deve ser considerado que tal medida se trata de obrigação de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
	Essa peculiaridade torna então necessária a conclusão de que não se restringe o acordo setorial a uma manifestação de vontade pura e simples, seja porque sobre ele incidem diversas normas de observância obrigatória (requisitos, conteúdo, documentos, etc, previstos na legislação de regência), seja porque se trata de instrumento de efetivação de um obrigação legal (implementar os sistemas de logística reversa).
	Ocorre que a implementação da logística reversa decorre do princípio da responsabilidade pós-consumo, que, como dito, ocorrido seus pressupostos (periculosidade do produto – intrínseca ou pelo consumo de massa), é de implementação obrigatória por uma das vias até este momento apresentadas. 
	Portanto, não se trata de um acordo de vontades entre administrado e administração – e, por isto, não se pode ter a natureza contratual em sentido estrito. Em verdade, a natureza jurídica "contratual" deve ser interpretada como um acordo de vontade entre administrado e administração para a implementação de um imperativo de direito público, no caso, um imperativo ambiental.
	Competência do CONAMA.
	Questão importante, e que pode surgir nos debates a respeito da aplicabilidade da Política Nacional de Resíduos Sólidos, especialmente sobre a logística reversa, é como ficam as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente, e que estabelecem, sistemas semelhantes para alguns bens, como pneus, por exemplo (Resolução CONAMA 416/2009).
	A competência do CONAMA decorre do art. 8º, VII, da Lei n. 6.938/1981, para “estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais”.
	A Lei n. 12.305/2010, estabelecendo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, versa especificamente, no tema, sobre os sistemas de logística reversa (art. 33); ao instituir, no caput de tal artigo, os produtos/embalagens que são, desde logo, obrigados a implementar os sistemas de logística reversa, considerou, especialmente, aqueles que já têm, de certa forma – em lei ou em normas técnicas – algum regramento no tema.
	É o caso, dentre outros, dos agrotóxicos (Lei n. 7.802/1989 e Decreto n. 4.074/2002), dos pneus e das pilhas e baterias (Resolução CONAMA 401/2008).
	Conceito de Resíduos Sólidos.
	Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semissólidos das atividades humanas ou não humanas, que embora possam não apresentar utilidade para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras atividades. 
	Exemplos: aqueles gerados na sua residência e que são recolhidos periodicamente pelo serviço de coleta da sua cidade e também a sobra de varrição de praças e locais públicos que podem incluir folhas de árvores, galhos e restos de poda.
	Até algum tempo atrás (e em alguns lugares você ainda irá encontrar essa definição), os resíduos eram definidos como algo que não apresenta utilidade e nem valor comercial. No entanto, este conceito mudou. 
	Atualmente a maior parte desses materiais pode ser aproveitada para algum outro fim, seja de forma direta, como, por exemplo, as aparas de embalagens laminadas descartadas pelas indústrias e utilizadas para confecção de placas e compensados, ou de forma indireta, por exemplo, como combustível para geração de energia que é usada em diversos processos.
	Para os processos industriais, os resíduos são definidos como “matéria-prima e insumos não convertidos em produto”, logo sua geração significa perda de lucro para a indústria e, por isso, tecnologias e processos que visem à diminuição dessas perdas ou reaproveitamento dos resíduos são cada vez mais visados.
	Classificação de Resíduos Sólidos.
	A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido.A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem.
	Art. 13 da Lei n. 12.305/2010:
	"Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: 
	I - quanto à origem: 
	a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; 
	b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; 
	c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; 
	d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; 
	e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; 
	f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; 
	g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; 
	h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; 
	i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; 
	j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; 
	k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;
	II - quanto à periculosidade: 
	a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; 
	b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. 
	Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal."
	Dos Resíduos Perigosos.
	Art. 37 e 38 da Lei n. 12.305/2010:
	"A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos. 
	As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos."
	Reciclagem.
	Entre as novidades, a lei consagra o viés social da reciclagem, com participação formal dos catadores organizados em cooperativas.
	As prefeituras devem implantar a coleta seletiva de lixo reciclável nas residências, além de sistemas de compostagem para resíduos orgânicos, como restos de alimentos – o que reduz a quantidade levada para os aterros, com benefícios ambientais e econômicos.
	A utilização do composto como adubo, por exemplo, será definida mediante articulação com setores sociais e empresariais. 
	Pela nova lei, os governos municipais e estaduais têm prazo de dois anos para elaborar um plano de resíduos sólidos, com diagnóstico da situação lixo e metas para redução e reciclagem, além de dar um fim aos lixões e buscar soluções consorciadas com outros municípios. 
	Devem também identificar os principais geradores de resíduos, calcular melhor os custos e criar indicadores para medir o desempenho do serviço público nesse campo.
	O que é uma Cooperativa?
	As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
	A existência desse plano, que será simplificado nas cidades com menos de 20 mil habitantes, é condição para o acesso a recursos da União. 
	Terão prioridade às fontes financeiras do governo federal os municípios que implantarem coleta seletiva com participação de cooperativas de catadores.
	Erradicação dos lixões.
	Em 4 anos. Prazo prorrogado.
	A lei passa a exigir a colocação dos rejeitos em aterros que seguem normas ambientais, sendo proibida a catação, a criação de animais e a instalação de moradias nessas áreas.
	Outras informações.
	No caso do governo federal, a lei obriga a elaboração de um plano nacional com horizonte de duas décadas, atualizado a cada quatro anos, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente. 
	O trabalho, previsto para ser executado a partir da mobilização e participação popular em audiências públicas, inclui metas para melhorar o cenário dos resíduos no país, normas para acesso a recursos federais e meios de fiscalização.
	A força de trabalho que faz a separação dos materiais recicláveis atinge aproximadamente 1 milhão de pessoas no Brasil, incluindo aqueles que percorrem as ruas das cidades para a coleta com suas carrocinhas.
	Apenas 10% dos catadores estão melhor organizados, sem a dependência dos intermediários. São aqueles que trabalham em galpões de reciclagem, mais equipados e com melhor infraestrutura, principalmente sob a forma de cooperativas.
	Nesses locais, unem forças para melhorar a qualidade, aumentar a quantidade e agregar valores aos materiais separados do lixo. Dessa maneira, conseguem preços mais atraentes no mercado e renda mais elevada, com ganhos sociais.
	Atualmente, 13% dos resíduos urbanos são reciclados. Mas o potencial para reciclagem é muito maior.
	Além dos aspectos econômicos, a reciclagem economiza recursos naturais, como a água, além proporcionar o uso racional de energia e menor emissão de gases do efeito estufa.
	A partir desses desafios ambientais, aliados às questões sociais, a nova legislação aponta a responsabilidade das empresas na fabricação de embalagens e produtos mais facilmente recicláveis ou que gerem menos impactos ambientais.
	O papel do consumidor na responsabilidade compartilhada pelos resíduos urbanos inclui o exercício de seus direitos como cidadão. 
	Isso significa estar bem informado e reivindicar junto às autoridades o cumprimento da nova lei, garantindo entre outros pontos a coleta seletiva assídua e abrangente.
	Proibições.
	Art. 47, 48 e 49 da Lei n. 12.305/2010:
	"São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: 
	I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos; 
	II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração; 
	III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade; 
	IV - outras formas vedadas pelo poder público. 
	§ 1º. Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa. 
	[...]
	São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: 
	I - utilização dos rejeitos dispostos como alimentação; 
	II - catação, observado o disposto no inciso V do art. 17; 
	III - criação de animais domésticos; 
	IV - fixação de habitações temporárias ou permanentes; 
	V - outras atividades vedadas pelo poder público. 
	É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.
	Crimes ambientais.
	Art. 51 da Lei n. 12.305/2010:Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.
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