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• Pergunta 1 Leia a charge. Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. De acordo com a charge, o indivíduo que se informa somente por mensagens enviadas por redes sociais tem uma visão limitada e não verdadeira sobre os acontecimentos, sendo induzido a interpretações erradas. PORQUE II. Apenas os cientistas têm discernimento sobre os fenômenos naturais e sociais, e a observação da realidade não é uma forma válida de conhecimento. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: c. A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. • Pergunta 2 Leia a tirinha. Simulado Psa Unip 2023 O objetivo da tirinha é Resposta Selecionada: a. criticar a mercantilização da produção de opinião nas redes sociais. • Pergunta 3 Leia a charge. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O objetivo da charge é criticar a criação de datas especiais para temas específicos. II. A charge critica o desmatamento, causado pela ação humana, que afeta os habitats naturais. III. A charge associa a destruição do meio ambiente à morte. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: d. II e III. • Pergunta 4 Leia o texto a seguir. Varíola dos macacos A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é, geralmente, de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo em 1970. Atualmente, segundo a OMS esclareceu, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores, como ratos e cães-da-pradaria. A transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E, segundo o órgão de saúde, a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos. O contato próximo com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa. Disponível em <https://bvsms.saude.gov.br/02-6-variola-dos-macacos/>. Acesso em 04 fev. 2023. Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. A varíola dos macacos é uma doença grave, representada por severa infecção bacteriana, que teve sua origem em animais silvestres, como os macacos, e se espalhou para o ser humano. PORQUE II. A transmissão dessa doença ocorre por contato físico de pessoas saudáveis com pessoas ou materiais contaminados. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: d. A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. • Pergunta 5 Leia a tirinha e o texto. Lei torna mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa Uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lei Nº 14.532, de 11.01.2023) tornou mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa. As religiões de matriz africana são o alvo mais frequente de quem não respeita a liberdade de crenças. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, só em 2022 foram 1.200 ataques – um aumento de 45% em relação a 2020. A lei sancionada, que equipara o crime de injúria racial ao crime de racismo, também protege a liberdade religiosa. A lei, agora, prevê pena de 2 a 5 anos para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. A pena será aumentada de metade se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, além de pagamento de multa. Antes, a lei previa pena de 1 a 3 anos de reclusão. A punição agora é a mesma prevista pelo crime de racismo, quando a ofensa discriminatória é contra grupo ou coletividade, pela raça ou pela cor. A expectativa é de que a nova lei ajude a punir quem comete crimes religiosos e ajude a proteger a vítima, que muitas vezes não encontra amparo quando tenta fazer uma denúncia. Disponível em <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/01/18/lei-torna-mais-severas-as-penas-para-crimes-de- intolerancia-religiosa.ghtml>. Acesso em 26 jan. 2023. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Segundo o texto, cerca de 45% das vítimas da intolerância religiosa no Brasil são adeptas de religiões de matriz africana. II. O racismo e a intolerância religiosa são formas de preconceito, que pode ser alimentado pelas relações sociais e pelas instituições, como mostram os quadrinhos. III. A expectativa em torno da lei criada é que ela busque proteger todas as religiões com ações e gestos concretos que garantam o direito à liberdade de crença. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: c. III. • Pergunta 6 Leia o texto e observe a imagem. Os filtros do Instagram estão mudando a nossa aparência na vida real? Rede sociais, filtros do Instagram e cirurgia plástica “As redes sociais nos coagem a sempre maximizar o que é belo o tempo inteiro”, diz a historiadora Luciana de Almeida. Se antes a beleza seguia elementos definidos e mais permanentes, agora essa superexposição cobra ainda mais do nosso corpo e rosto. “O filtro mostra que, apesar da aparente perfeição, isso não basta. Temos sempre que tornar essa imagem mais interessante. Não podemos mais ter o nosso próprio rosto. A sensação é de que os filtros do Instagram roubaram os nossos rostos“, diz Luciana, autora da tese “Os sentidos das aparências: invenção do corpo feminino em Fortaleza (1900-1959)” e estudiosa da história da beleza. De acordo com o censo de 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a busca por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390% no país. O preenchimento labial é a intervenção mais buscada segundo o ranking do órgão, seguido por aplicação de botox e peeling, laser e suspensão com fios. Em 2017, um estudo da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos revelou que a motivação de 55% das pessoas que fizeram rinoplastias em 2017 foi o desejo de sair melhor em selfies. Se antes procurávamos parecer mais bonitos na vida física, agora queremos estar bem nas fotos das redes sociais. “Estar o tempo inteiro clicando autorretratos muda a forma como nos vemos e como nos achamos bonitos ou feios”, explica Hilaine Yaccoub. “Queremos ser e ter na vida real aquele visual tão cuidadoso dos perfis da rede social”. Ao ir ao dermatologista ou ao cirurgião plástico, é comum pacientes levarem fotos de mulheres cujas características corporais lhe agradem e também uma foto com o filtro que as incentivaram a buscar a cirurgia. Os cirurgiões explicam que podem conseguir o efeito até certo ponto; o filtro serve de inspiração, mas é preciso alinhar as expectativas. Há riscos físicos e psicológicos na busca por uma aparência computadorizada. EIRAS, Natália. Os filtros do Instagram estão mudando a nossa aparência na vida real? Revista Elle, publicado em 25 de maio de 2020. Disponível em <https://elle.com.br/beleza/filtros-instagram-nos-deixam-iguais-2>. Acesso em 12 fev. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com os especialistas, as cirurgias plásticas realizam o sonho das mulheres de conseguir uma aparência igual às imagens obtidas por filtros e, assim, possibilitam a realização de selfies perfeitas. II. O dedo em riste na figura indica a determinaçãosocial de padrões de beleza, que, muitas vezes, levam as pessoas à busca por uma imagem considerada bonita e as fazem modificar os verdadeiros rostos. III. Não há relação entre a figura e o texto, pois a imagem refere-se à relação da mulher com o espelho, e não com as redes sociais. É correto o que se afirma apenas em Resposta Selecionada: b. II. • Pergunta 7 Leia o texto, publicado em 11 de janeiro de 2023, pela agência de notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Inteligência artificial pode orientar o diagnóstico de pacientes com falência da medula óssea Um algoritmo de machine learning capaz de orientar o diagnóstico de síndromes de falência da medula óssea foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores norte-americanos. Os resultados foram divulgados na revista Blood, da American Society of Hematology. Com base na análise de 25 variáveis clínicas e laboratoriais, o modelo consegue predizer se a condição é hereditária ou adquirida, o que tem implicações principalmente no manejo de casos graves de pancitopenia – condição em que há redução tanto dos glóbulos brancos e vermelhos do sangue quanto das plaquetas, resultando em anemia [deficiência de glóbulos vermelhos do sangue que pode causar fraqueza, cansaço, sonolência, falta de ar, entre outros problemas], leucopenia [menor capacidade de combater infecções por deficiência de glóbulos brancos do sangue] e trombocitopenia [maior risco de hemorragias por deficiência de plaquetas]. “A escolha de adiar o tratamento enquanto se aguarda o teste genético pode resultar em atraso significativo no tratamento de pacientes gravemente pancitopênicos. Por outro lado, o diagnóstico errado de insuficiência hereditária da medula óssea [BMF, na sigla em inglês] pode expor os pacientes a terapias ineficazes e caras, regimes de condicionamento de transplantes tóxicos e uso inapropriado de um membro da família afetado como doador de células-tronco”, afirmam os autores no artigo. Segundo os pesquisadores, a ferramenta poderia ser útil para hematologistas e outros profissionais de saúde que atuam em centros com poucos recursos, auxiliando na tomada de decisão clínica. O trabalho envolveu cientistas do Centro de Terapia Celular (CTC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Um dos coordenadores da pesquisa foi Rodrigo Calado, chefe do Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica da FMRP-USP, diretor-presidente-executivo do Hemocentro de Ribeirão Preto e pesquisador principal do CTC. Para desenvolver a ferramenta, o grupo fez uso de machine learning, um método de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos. É um ramo da inteligência artificial baseado na ideia de que sistemas podem aprender com dados, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana. Disponível em <https://agencia.fapesp.br/inteligencia-artificial-pode-orientar-o-diagnostico-de-pacientes-com-falencia- da-medula-ossea/40446/>. Acesso em 11 jan. 2023 (com adaptações). De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas. I. O algoritmo é capaz de oferecer um diagnóstico preciso a respeito de síndromes de falência da medula óssea, dispensando quaisquer outros tipos de análises. II. O algoritmo foi produzido por pesquisadores da American Society of Hematology, com base na inteligência artificial, que é um ramo do machine learning. III. A ferramenta é capaz de predizer se a condição de falência da medula óssea é hereditária ou adquirida. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: a. III, apenas. • Pergunta 8 Leia o texto. Mas o que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão culturais é o poder excepcional que lhe advém do fato de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução fotográfica da realidade. Com efeito, com ele, são os próprios seres e as próprias coisas que aparecem e falam, dirigem-se aos sentidos e falam à imaginação: a uma primeira abordagem parece que qualquer representação (o significante) coincide de forma exata e unívoca com a informação conceptual que veicula (o significado). MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Lisboa: Dinalivros, 2005, p.24. A seguir, temos a foto de uma cena do filme “O Poderoso Chefão” (1972). Essa obra-prima do cinema, ganhadora de diversos Oscars, inclusive o de Melhor Filme, mostra a trajetória de uma família mafiosa de Nova York de uma maneira que jamais havia sido vista antes. O roteiro do diretor Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo do escritor ítalo-americano Mario Puzo, apresenta o crime organizado como uma empresa capitalista qualquer e, ao fazer isso, põe no mesmo nível os capitalistas e os mafiosos. Em vez de apelar para os diálogos ou a atuação dos atores para evocar a onipresença do mal no universo de crimes e assassinatos perpetrados pela máfia, o filme emprega uma fotografia contrastada em claro/escuro, predominantemente sombria. Trata-se de uma maneira estritamente visual de trabalhar um tema, a característica essencial do cinema como linguagem autônoma. Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I. De acordo com o texto, o cinema é uma forma de arte exclusivamente imagética, que independe das palavras. PORQUE II. Os recursos visuais, como iluminação e fotografia, são importantes na construção da mensagem cinematográfica. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: d. A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. • Pergunta 9 Leia o texto. Não vacinados representam 75% das mortes por covid-19, diz estudo brasileiro Vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive indivíduos com mais de 80 anos Publicado em 04/03/2022 Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que não foram imunizados contra a doença. Entre os idosos, o índice de morte foi quase três vezes maior entre os não vacinados do que entre os imunizados. Entre pessoas com menos de 60 anos, o número de mortes de não vacinados foi 83 vezes maior do que nos imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos EUA. Foram incluídos no estudo dados de 59.853 casos confirmados de covid-19 e 1.687 mortes pela doença, reportados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos registrados, 1.269 foram de indivíduos não vacinados. Já entre os casos confirmados, 48.217 foram de pessoas que não tomaram a vacina, 7.207 de indivíduos parcialmente imunizados e 4.429 de pessoas com esquema vacinal completo. Dos vacinados que foram infectados, 54% tinham mais de 60 anos. Os cientistas analisaram as taxas de letalidade (proporção entre o número de mortes e o número de casos) em três modelos: de acordo com a idade dos participantes, com o status de vacinação e segundo a relação de ambas as características (idade e vacinação). No primeiro modelo, quanto mais velhos os indivíduos, maior a letalidade observada. A segunda análise mostrou que os vacinados apresentam uma taxa de letalidade 40,4% menor do que os não vacinados. Já o terceiro modelo confirmou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas etárias. "Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública essencial para reduzir os índices de fatalidade por covid-19 em todas as faixas etárias", afirmam os autores do artigo. Os resultados da pesquisa corroboram os de outros trabalhos já publicados, como um estudo observacional com dados de 90 paísesque mostrou que, a cada aumento de 10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%. Disponível em <https://butantan.gov.br/noticias/nao-vacinados-representam-75-das-mortes-por- covid-19-diz-estudo-brasileiro>. Acesso em 13 fev. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A pesquisa indicou que a vacinação reduziu a morte e a contaminação por covid-19. II. Segundo os dados, 54% dos vacinados com mais de 60 anos foram infectados, mas, entre os imunizados, a taxa de letalidade foi 40,4% menor do que a observada entre os não vacinados. III. A pesquisa mostrou que 75% dos não vacinados morreram devido à covid-19. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: e. I, II e III. • Pergunta 10 Leia o texto. São Paulo tem início de ano mais frio desde 1965, aponta Inmet Os primeiros dias de 2023 na cidade de São Paulo (SP) foram os mais frios para um mês de janeiro desde 1965. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em pleno verão, a média de temperatura máxima observada nos dez primeiros dias deste ano ficou em 23,9ºC. É o menor valor já registrado para o período desde 1965, quando a média chegou a 23,8ºC. De acordo com o Inmet, na capital e em grande parte do estado de São Paulo, as temperaturas estão abaixo da média por causa da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), resultado do encontro de ventos úmidos vindos do Atlântico, mais frios, passando pela faixa leste do estado, com ventos vindos da Bacia Amazônica. “Este sistema foi potencializado por águas costeiras mais frias que o normal para a época do ano e por áreas de baixa pressão, assim ajudando a promover dias seguidos de tempo nublado a encoberto, volumes expressivos de chuva e temperaturas abaixo da média”, diz nota do instituto. Historicamente, a média de temperatura máxima que costuma ser registrada nos primeiros dez dias do mês de janeiro é em torno de 27,9ºC. A média de temperatura mínima observada nos primeiros dez dias deste ano, estabelecida em 17,6ºC, também está abaixo da média histórica para o período, que é em torno de 18,8ºC. Chuvas Segundo o Inmet, o acumulado de chuvas registrado entre os dias 1º e 10 de janeiro foi de 79,8 milímetros (mm), volume que se encontra dentro da média para o período, em torno de 81mm. Disponível em <https://www.metroworldnews.com.br/foco/2023/01/11/sao-paulo-tem-inicio-de-ano-mais-frio-desde- 1965-aponta-inmet/>. Acesso em 17 jan. 2023. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A temperatura máxima média indica a temperatura mais elevada atingida no período em determinado local. II. Na cidade de São Paulo, os dez primeiros dias de janeiro de 2023 foram marcados por temperaturas mais baixas do que a média histórica e o volume acumulado de chuva ficou acima dos volumes registrados desde 1965. III. O encontro de ventos úmidos e frios vindos do Atlântico com ventos vindos da Bacia Amazônica foi responsável pelas baixas temperaturas observadas em janeiro de 2023. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: d. III, apenas. • Pergunta 11 Leia os quadrinhos e o texto. Bancos com divisórias e formatos desconfortáveis, pedras pontiagudas embaixo de viadutos, grades no entorno de praças e jardins, muros com pinos metálicos, construções sem marquises ou com gotejamento de água programado, cercas elétricas e arame farpado. Os elementos e materiais utilizados para afastar pessoas dos espaços públicos são muitos e acabam influenciando a maneira como os indivíduos convivem e vivenciam os municípios. A arquitetura hostil, termo que abrange todas as barreiras e desenhos urbanos que parecem dizer “não se sinta em casa” — como define a repórter Winnie Hu, do The New York Times —, é parte da realidade da maioria das cidades pelo mundo e vem despertando debates sobre o impacto dessas ações, principalmente por meio das redes sociais. A professora de antropologia do Centro de Graduação da Universidade da Cidade de Nova York, Setha Low, afirmou em entrevista para a Reuters que o risco que se corre com esse tipo de medida é mudar a natureza dos ambientes públicos de “inclusivos para exclusivos”. Já o fotógrafo alemão Julius-Christian Schreiner ressaltou à reportagem que o aumento de locais públicos administrados pela iniciativa privada acentuou o problema, deixando pouca área para as pessoas se “recostarem, vagarem ou socializarem sem a pressão de comprar algo”. Schreiner é o idealizador do trabalho “Agentes Silenciosos” — uma série de imagens sobre arquitetura hostil realizada em lugares como Londres, Paris, Hamburgo, Berlim e Nova York. Para o fotógrafo, nos municípios, os cidadãos são mais vistos como clientes. “Se você é um bom consumidor, pode usar a infraestrutura. Mas, se não for, não deveria estar nesse espaço”, declarou à Reuters. Ao mesmo tempo em que crescem os exemplos dessas iniciativas que barram a permanência por mais tempo de pessoas consideradas “indesejadas” — e aqui entram também os skatistas e sua circulação pelos centros urbanos —, a matéria cita grupos em diferentes localidades que estão se mobilizando para chamar a atenção para o assunto e tentar amenizar os seus reflexos. Disponível em <https://caosplanejado.com/arquitetura-hostil-quando-as-cidades-nao-sao-para- todos/?gclid=EAIaIQobChMI2dTn7Iqi_AIVtOBcCh0wLg_dEAMYASAAEgLVx_D_BwE>. Acesso em 14 dez. 2022 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Os quadrinhos revelam que as ações relacionadas à arquitetura hostil são planejadas, ideia também afirmada no texto. II. Segundo o texto, o uso de determinados espaços vincula-se mais ao conceito de consumidor do que ao de cidadão. III. A administração dos espaços públicos por empresas privadas, de acordo com o texto, é uma solução para que eles se tornem mais inclusivos. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: b. I e II, apenas. • Pergunta 12 Leia o texto. O que faz o Brasil ter a maior população de domésticas do mundo Se organizasse um encontro de todos os seus trabalhadores domésticos, o Brasil reuniria uma população maior do que a da Dinamarca, compostos majoritariamente por mulheres negras, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) Marina Wentzel - 26 fev. 2018 Segundo dados de 2017, o país emprega cerca de 7 milhões de pessoas no setor – o maior grupo no mundo. São três empregados para cada grupo de 100 habitantes – e a liderança brasileira nesse ranking só é contestada pela informalidade e falta de dados confiáveis de outros países. Com um perfil predominantemente feminino, afrodescendente e de baixa escolaridade, o trabalho doméstico é alimentado pela desigualdade e pela dinâmica social criada principalmente após a abolição da escravatura no Brasil, afirmam especialistas. Um estudo feito em parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento, e a ONU Mulheres, braço das Nações Unidas que promove a igualdade entre os sexos, compilou dados históricos do setor de 1995 a 2015 e construiu um retrato evolutivo das noções de raça e gênero associadas ao trabalho doméstico. (...) O professor e pesquisador americano David Evan Harris é um dos especialistas que defendem que o cenário do trabalho doméstico no Brasil atual é herança do período escravagista. "O Brasil foi um dos últimos países do mundo a acabar com a escravidão. Se olharmos para quem são as empregadas, veremos que elas tendem a ser negras", diz o acadêmico, formado pela Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, e mestre pela USP. "Analisando cidades como Rio e São Paulo, percebe-se que as domésticas muitas vezes são pessoas que migraram do Norte e Nordeste para o Sul e Sudeste. E, como se sabe, o Nordeste é para onde boa parte das populações de escravos foi originalmente trazida. Há uma situaçãode dinâmica geográfica, histórica e social que continua até hoje." Segundo a historiadora e escritora Marília Bueno de Araújo Ariza, mesmo após a abolição, em 1888, mulheres e homens negros continuaram sendo servos ou escravos informais, o que também deixou seu legado no mercado de trabalho. As domésticas de hoje são majoritariamente afrodescendentes porque "justamente eram essas pessoas que ocupavam os postos de trabalho mais aviltados na saída da escravidão e na entrada da liberdade no pós-abolição", afirmou ela à BBC Brasil. A ideia de ter um servo na família era muito comum, mesmo entre quem não era rico e vivia nas regiões semiurbanas do século 19, segundo Ariza. "A escravidão brasileira foi diversa, mas foi sobretudo uma escravidão de pequena posse. No Brasil, todo mundo tinha escravos. Quando as pessoas tinham dinheiro, elas compravam escravos com muita frequência". Em São Paulo, por exemplo, muitas famílias - mesmo as relativamente pobres, muitas delas chefiadas por mulheres brancas - "tinham uma ou duas escravas domésticas para realizar afazeres na casa ou na rua". Ariza acredita que o Brasil do século 21 herdou do passado colonial, imperial e escravista uma "profunda desigualdade na sociedade que não foi resolvida" e "um racismo estrutural". "Essas duas coisas combinadas nos levam a um quadro contemporâneo que usa racionalmente o trabalho doméstico porque ele é mal remunerado e, até recentemente, não tinha quaisquer direitos reconhecidos", resume. Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43120953>. Acesso em 09 mar. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O trabalho doméstico no Brasil é realizado principalmente por mulheres negras e é, geralmente, mal remunerado. II. No Brasil, a prática de ter alguém para realizar os afazeres domésticos é herança escravagista. III. A informalidade no trabalho doméstico sugere que, no Brasil, o número de pessoas que realizam tal função supera os 7 milhões. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: b. I e II, apenas. • Pergunta 13 Leia o texto. Garimpo ilegal na Terra Yanomami cresceu 54% em 2022, aponta Hutukara O garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou novos 1.782 hectares da Terra Indígena Yanomami (TIY), conforme levantamento feito por imagens de satélite. O monitoramento da Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta crescimento acumulado de 309% do desmatamento associado ao garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022. Nesse período, foram mais 3.817 hectares destruídos na maior terra indígena do país, atingindo um total de 5.053 hectares. Quando os indígenas começaram a monitorar os efeitos do garimpo, em outubro de 2018, havia 1.236 hectares devastados. Em 2021, o desmatamento chegou a 3.272 hectares, conforme apontou o relatório “Yanomami Sob Ataque: garimpo na Terra Indígena Yanomami” e propostas para combatê-lo. O “Sistema de Monitoramento do Garimpo Ilegal na TIY” é feito com imagens da “Constelação Planet”, rede de satélites de alta resolução espacial capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes não capturadas por outros satélites. Com o monitoramento manual, as atualizações são registradas duas vezes por mês. As maiores concentrações de destruição estão nos rios Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami, e Mucajaí, região central. A região de Waikás, no Uraricoera, concentra 40% do impacto, com cerca de 2 mil hectares devastados. Enquanto isso, o Rio Couto Magalhães, afluente do Mucajaí, sofre 20% do impacto, com cerca de mil hectares. A terceira região mais afetada é a de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí, com 15% da devastação, o que corresponde a cerca de 760 hectares. “Os impactos do garimpo vão além do observados pelo satélite, que são focados no desmatamento. Eles também afetam as disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção de conflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a capacidade de viver nas comunidades”, explicou o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do Instituto Socioambiental (ISA). Ainda segundo Benfica, a mobilidade dos garimpeiros de uma área para outra é um fator que resulta na proliferação de doenças. Os invasores chegam a levar novas cepas de malária de uma região para outra, por exemplo. De acordo com o Sivep Malária, sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2021, mais de 40 mil casos de malária foram registrados na Terra Indígena Yanomami. Em 2021, foram 21.883, o maior registro desde 2003. A explosão dos casos da doença no território indígena coincide com o aumento da área devastada pelo garimpo. O monitoramento do Mapbiomas, que utiliza o satélite Landsat, mostra saltos sucessivos no desmatamento pelo garimpo desde 2016. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O avanço do garimpo na região das terras indígenas Yanomami e o número de casos de malária estão inversamente relacionados desde 2016. II. A taxa de crescimento dos casos de malária foi maior no período de 2019 a 2020. III. As consequências do garimpo ilegal nas terras indígenas incluem a disseminação de doenças e a destruição ambiental. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: d. Apenas as afirmativas II e III são corretas. • Pergunta 14 Leia o texto. Aluguel residencial sobe 16,55% em 2022 e tem a maior alta em 11 anos Os dados da pesquisa foram levantados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e incluem os preços de aluguel de imóveis residenciais (apenas apartamentos) em 25 cidades brasileiras com base em anúncios na internet. O preço médio de locação de imóveis residenciais no país subiu em 2022 quase três vezes acima da inflação do ano passado (5,79%), de acordo com o índice FipeZap. O aumento acumulado de 16,55% em 2022 é o maior resultado apurado pelo índice desde 2011 (17,30%). Segundo o economista Pedro Tenório, do DataZap+, entre os fatores que explicam a escalada de preços, estão: I. o aquecimento do mercado de trabalho, a partir da retomada das atividades na pandemia de covid-19, e repasse da inflação para o aluguel; II. a alta acima da média em cidades como Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Goiânia (GO), que vivem um momento de valorização imobiliária. Para 2023, a expectativa é que o cenário de avanço dos preços de locação seja freado, uma vez que a inflação deve ser mais contida. Além disso, tanto o PIB quanto o mercado de trabalho devem se estabilizar, o que contribui para o arrefecimento dos preços e para o crescimento do mercado em menor ritmo, seguindo a linha da inflação. Veja, a seguir, as maiores altas nos aluguéis entre as capitais. III. Goiânia (GO): 32,93% IV. Florianópolis (SC): 30,56% V. Curitiba (PR): 24,47% VI. Fortaleza (CE): 21,33% VII. Belo Horizonte (MG): 20,01% VIII. Rio de Janeiro: 17,93% IX. Recife (PE): 17,07% X. Salvador (BA): 16,56% XI. São Paulo: 14,63% XII. Porto Alegre (RS): 11,14% Disponível em <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/01/17/preco-medio-aluguel-2022- fipezap.htm>. Acesso em 17 jan. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com o texto, em 2022, os aluguéis residenciais mais altos estavam em Goiânia. II. Em 2022, a alta dos aluguéis residenciais em São Paulo ficou abaixo da média registrada no país. III. Segundo os dados, o preço do aluguel de um apartamento em Florianópolis é aproximadamente o dobro do aluguel de um apartamento equivalente em São Paulo. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: b. II, apenas. • Pergunta 15 Leia o texto e a charge, que se referem à libertação de trabalhadores em condições análogas à escravidão na produção de vinhos no suldo país. O fato foi muito noticiado em fevereiro de 2023. A escravidão é branca O problema da cura dessa cegueira seletiva não vai se resolver com escândalos pontuais, mas a partir de comprometimentos individuais e coletivos permanentes Por Rodrigo Trindade, juiz da Justiça do Trabalho da 4ª Região e professor José Saramago foi um dos mais importantes intelectuais da língua portuguesa e utilizou a literatura para fazer críticas à sociedade. Em seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”, de 1995, utilizou a figura de uma epidemia que levava à perda da visão para denunciar a alienação do homem em relação a ele mesmo. A “cegueira branca” era a denúncia do egoísmo, da covardia e da perda de empatia. O episódio do resgate de trabalhadores em Bento Gonçalves também chama à reflexão em torno de um seletivo embaçamento perceptivo que simplesmente não vê ou tem dificuldades de enxergar duas centenas de pessoas escravizadas em sua vizinhança. Como se fosse possível que chegassem e trabalhassem invisíveis, para, logo depois, desaparecerem. Condições degradantes, castigos físicos, jornadas exaustivas, submissão a dívidas e impedimento de retorno a suas casas. Esses são, precisamente, os elementos que caracterizam a escravidão contemporânea e foram relatados por representantes dos resgatados. A prática da arregimentação de trabalhadores em outros Estados para colheitas no norte do RS existe há anos. Ocorre em condições, no mínimo, temerárias e com fiscalização historicamente insuficiente – principalmente pelo desaparelhamento dos órgãos responsáveis. Foi necessário que um escravizado fugisse e procurasse a polícia para alertar autoridades sobre a situação. Nos últimos anos, por todo o Brasil, se avolumam denúncias de trabalho escravo urbano e rural. Semanalmente, nos deparamos com notícias de empresas, quase sempre tomadoras de serviços, que se utilizam de terceirizados escravizados e se defendem com um “não sabia”, “não me avisaram”, “não vi”. O problema da cura dessa cegueira seletiva não vai se resolver com escândalos pontuais, mas a partir de comprometimentos individuais e coletivos permanentes. Sem desviar o olhar e dando os nomes certos aos fatos. Disponível em <https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2023/03/a-escravidao-e-branca- cleqa9yfh003h016mcemsd6xk.html?fbclid=IwAR1n2kByaIb6T3dFbsZ8YPquIdb3VpyJ6YM- 0Db1XgtFHZ6M6hwf4m6iVAQ>. Acesso em 02 mar. 2023. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. Segundo o texto, a escravidão contemporânea difere da praticada na colonização por vários fatores; o principal deles é o de que os trabalhadores escravizados atualmente são brancos. II. A charge contraria o artigo, pois mostra que os consumidores não são alienados ou “cegos” e têm poder de escolha na hora do consumo. III. Para o autor do artigo, ações de combate ao trabalho escravo, como ocorreu em Bento Gonçalves, são inúteis, uma vez que se perdeu a empatia. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: b. Nenhuma afirmativa é correta. • Pergunta 16 Leia o texto. Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km2 em 2022, pior acumulado em 15 anos. Apenas em agosto, foram derrubados 1.415 km². Além disso, a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu 54 vezes. Em 2022, o desmatamento acumulado na Amazônia já chegou a quase 8 mil km² apenas em oito meses, sendo o maior dos últimos 15 anos. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), somente em agosto foram derrubados 1.415 km² de floresta, uma área quatro vezes maior do que Belo Horizonte. Outro problema foi a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas, que cresceu 54 vezes na região em relação ao mesmo mês do ano passado. A área degradada passou de 18 km² em agosto de 2021 para 976 km² em agosto de 2022. Além de ameaçar diretamente a vida de povos e comunidades tradicionais e causar perdas na biodiversidade, esse aumento na destruição também afeta a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global em um momento de emergência climática. Por isso, neste Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, é importante olhar para a floresta em pé como uma das soluções para proteger as populações das consequências desse desequilíbrio do clima, entre elas a maior frequência e intensidade de eventos extremos como secas e tempestades. “Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, lamenta a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon. O instituto classifica como desmatamento quando a vegetação foi totalmente removida, o chamado “corte raso”, e como degradação florestal quando parte da mata foi retirada por causa da extração de madeira ou afetada pelo fogo. Por isso, é comum que uma área classificada como degradada seja posteriormente desmatada. Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O desmatamento da Amazônia tem implicações sociais e ambientais, pois afeta comunidades da região e contribui para o aquecimento global. II. Pelo gráfico, observa-se que a área degradada na Amazônia foi maior durante o ano de 2021 do que durante o ano de 2022. III. Desmatamento e degradação florestal são termos sinônimos, que se referem à destruição das áreas verdes. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: c. Apenas a afirmativa I é correta. • Pergunta 17 Leia o texto, de autoria de Laura Mattos, e a charge. Inteligência artificial ajuda aluno a escrever redação nas escolas “A inteligência artificial tornou-se uma ferramenta cada vez mais importante no campo da educação e uma das maneiras mais emocionantes de usá-la é ajudar os estudantes a melhorar suas habilidades de escrita”. Foi assim que a nova vedete da inteligência artificial, a plataforma ChatGPT, iniciou um texto de seis parágrafos quando a “Folha” lhe enviou a seguinte solicitação: "Escreva um artigo sobre o uso da inteligência artificial para estudantes aprenderem a escrever redação". O artigo ficou pronto em 50,5 segundos. Ainda no primeiro parágrafo, o robô prosseguiu afirmando que as ferramentas "podem fornecer aos estudantes feedback instantâneo sobre seus ensaios, ajudando-os a identificar erros e a melhorar sua escrita com o tempo". Se é realmente "emocionante", isso já é um juízo de valor feito pelo robô do ChatGPT, mas, de fato, como o texto aponta, essa ferramenta começa a se disseminar na educação, e escolas brasileiras, públicas e particulares, passaram a adotá-la. Em São Paulo, a inteligência artificial para esse fim deverá ser introduzida nas escolas estaduais ainda neste semestre, de acordo com o secretário de educação, Renato Feder. "Teremos um programa que apontará instantaneamente para o aluno erros gramaticais, ortográficos e de pontuação, além de explicar a regra", afirmou o secretário à “Folha”. Posteriormente, a redação deve ser encaminhada ao professor, e a plataforma sistematiza a sua correção fazendo ao docente perguntas como "Qual é a aderência do texto ao tema proposto?", "Trabalha com a argumentação?", "Usa raciocínio lógico?", "Traz uma conclusão?". Segundo Feder, a ferramenta será desenvolvida pela Secretaria de Educação, da mesma forma que o programa implementado nas escolas paranaenses quando ele foi secretário. O “Redação Paraná” foi criado no primeiro ano da pandemia e é utilizado por estudantes do 6º ao 9º ano e do ensino médio. O Governo do Espírito Santo também aderiu a essa tecnologia, a partir de parceria com uma startup, a Letrus. Essa mesma tecnologia já foi utilizada em escolas públicas da Paraíba, do Pará, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, por meio de projetos financiados por institutossociais, e atualmente está presente em escolas da Fundação Bradesco e em instituições voltadas à classe A de São Paulo, como a rede Pueri Domus e as escolas do Grupo Bahema, entre as quais a Escola da Vila e a Escola Viva. A Letrus diz ser utilizada por 180 mil estudantes no país - o custo médio programa gira em torno de R$ 100 por aluno por ano. Professor de língua portuguesa e fundador da empresa, Luís Junqueira admite que, por melhor que seja, uma ferramenta de inteligência artificial não consegue substituir o olhar humano. "Mas facilita o trabalho do professor e pode orientá-lo sobre que dificuldades devem ser observadas", diz ele. "Também é importante o estímulo que o estudante tem ao receber um feedback rápido da sua redação. No Brasil, a maioria dos estudantes não consegue ter os seus textos lidos por professores." A Letrus defende que a ferramenta precisa ser integrada ao currículo escolar, com treinamento dos professores, para que saibam utilizá-la em aula, além de monitorar o desenvolvimento de cada aluno por meio de um histórico de dados e estatísticas. Plataformas com essa proposta, portanto, segundo ele, diferenciam-se de sites e aplicativos que oferecem correção de redação instantânea gratuitamente (há serviços pagos, como o de escolher um tema livre). Entre elas já se tornaram conhecidas de professores brasileiros a Glau e a Grammarly. Além de erros gramaticais e ortográficos, as ferramentas se dizem capazes de analisar, em algum grau, a construção de frases e a fluência do texto e, também, de evitar plágios, pesquisando outros textos online ou barrando a possibilidade de copiar e colar. Mestre em linguística aplicada e professor do Instituto Singularidades, que forma professores e gestores da educação, Maurício Canuto afirma que essas ferramentas podem ser úteis, "desde que consideradas como complementares e sempre utilizadas com a mediação do docente". "A tecnologia pode apontar um erro de pontuação, por exemplo, e explicar a regra, mas não garante que o aluno entenderá." O professor dá aula de português na rede municipal de São Paulo e sugere essas ferramentas aos seus alunos. Ele diz ser preciso cuidado para que a criatividade não seja tolhida. "Essas ferramentas utilizam modelos de textos", diz. "Isso pode ir na contramão do que a BNCC [Base Nacional Comum Curricular] determina, que o aprendizado busque novas linguagens, interações e que evite fórmulas estáticas." Ponderação semelhante faz Adriano Chan, corretor de redação de vestibulares e doutorando da Unesp em linguística cognitiva, que lida com os modelos do pensamento algorítmico. "Na língua, temos os usos que seguem padrões e os que não seguem, e esses casos não são identificados por essas ferramentas." Para Chan, que é proprietário de um curso de redação em São Paulo, essas ferramentas "podem ajudar o professor a ser mais eficaz", desde que utilizadas com cautela. "Essas plataformas trabalham com modelos de texto. Procuram as palavras no primeiro parágrafo e avaliam como se relacionam com o restante da escrita. Isso não funciona para alunos mais criativos, para redações mais sofisticadas." A ponderação entre aspectos positivos e negativos, aliás, não está presente no texto do ChatGPT feito a pedido da “Folha”, que só apontou vantagens do uso da inteligência artificial. A conclusão do robô é que o uso "emocionante" da ferramenta pode transformar alunos em "escritores competentes". Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/02/escolas-adotam-inteligencia-artificial-para-ajudar-aluno- a-escrever- redacao.shtml#:~:text=%22A%20intelig%C3%AAncia%20artificial%20tornou%2Dse,melhorar%20suas%20habilidades%2 0de%20escrita.%22>. Acesso em 16 mar. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. De acordo com a charge e com os especialistas apresentados no texto, a ferramenta ChatGPT substitui plenamente a figura humana, pois sua tecnologia permite que ela realize com eficiência todas as tarefas. II. O texto escrito pela ferramenta ChatGPT, mencionado no artigo, pondera sobre os aspectos positivos e negativos da inteligência artificial para os estudantes e é um exemplo claro do potencial dessa tecnologia. III. Segundo o secretário de educação de São Paulo, uma ferramenta específica será utilizada nas escolas públicas e apontará aos estudantes os erros gramaticais em seus textos. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: c. III, apenas. • Pergunta 18 Leia o texto e o infográfico. Há muitas maneiras de adquirir o estilo de vida vegano. De acordo com a Organização The Vegan Society, do Reino Unido, o veganismo é uma filosofia e um estilo de vida que busca “excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com animais para alimentação, vestuário ou qualquer outro propósito”. A proposta da The Vegan Society é promover o desenvolvimento e o uso de alternativas livres de animais para o benefício dos seres humanos, dos seres vivos em geral e do meio ambiente. Uma dieta predominantemente à base de plantas e com baixo teor de sal, gorduras saturadas e açúcares adicionados é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como parte de um estilo de vida saudável em seu documento “Dietas à base de plantas e seu impacto na saúde, sustentabilidade e meio ambiente”, publicado em 2021. A OMS caracteriza seis estilos distintos de dietas à base de plantas, que enfatizam alimentos derivados de vegetais, juntamente com o consumo reduzido ou a exclusão total de produtos derivados de animais. As dietas sugeridas são vegana, lactovegetariana, ovolactovegetariana, ovovegetariana, peixe-vegetariana e semivegetariana. Disponível em <https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2022/10/o-que-e-veganismo>. Acesso em 05 jan. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. A recomendação da OMS por dietas à base de vegetais, como o veganismo, está baseada em estudos que comprovam os malefícios da carne e de outros derivados animais para a saúde humana. II. No período pesquisado, o veganismo no Brasil não cresceu, colocando nosso país em último lugar na representatividade desse estilo de vida entre os países avaliados. III. O veganismo representa uma preocupação com a saúde e com o meio ambiente. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: d. III, apenas. • Pergunta 19 Leia o texto, observe a imagem e avalie as afirmativas. Brasil teve recorde de feminicídios no primeiro semestre de 2022 O Brasil bateu recorde de feminicídios no primeiro semestre de 2022. De acordo com dados publicados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 casos foram registrados entre janeiro e junho, o que representa uma média de quatro mulheres mortas por dia. Em 2019, no mesmo período, foram registrados 631 casos. Dois anos depois, em 2021, 677 mulheres foram assassinadas em decorrência da violência de gênero. Os dados foram coletados com as pastas estaduais de Segurança Pública e representam somente os crimes que chegaram a ser registrados. Entre as regiões do país, o Norte liderou o aumento, com 75% a mais do que no primeiro semestre de 2019. Oeste, Sudeste e Nordeste registraram crescimento de 29,9%, 8,6% e 1%, respectivamente. Apenas na região Sul foi registrada uma queda de 1,7% dos casos. Os dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública acompanham a promulgação da Lei do Feminicídio (13.104/2015), que considera o assassinato que envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. "O primeiro ano completo que nós temos de estatísticas no Brasil é 2016. Contudo, em 2016 e em 2017, ainda temos um movimento nos Estados de adaptação à nova legislação”. Assessoria de Comunicação do IBDFAM. Publicado em 13 dez. 2022. Disponível em <https://ibdfam.org.br/noticias/10312/Brasil+teve+recorde+de+feminic%C3%ADdios+no+primeiro+semestre+de+2022>. Acesso em 12 fev. 2023 (com adaptações). I. Com base nos números apresentados na notícia, entre 2019 e 2022, no período de janeiro a junho, houve aumento de cerca de 10% nos casos de feminicídio registrados. II. Na região Norte, em 2022, ocorreu o maior número de casos de feminicídios no país. III. Na imagem, explora-se o duplo significado da palavra “luto”, como verbo e como substantivo. É correto o que se afirma em Resposta Selecionada: c. I e III, apenas. • Pergunta 20 Leia a charge e o texto. Um artigo publicado recentemente na revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação da população negra na arte do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de serem a maioria da população. No trabalho intitulado “A maioria da população brasileira é minoria nos quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre- docente em Ciências da Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como inspiração os estudos do pesquisador Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro como personagem da chamada 9ª arte, as histórias em quadrinhos (HQs). Visto que a maioria da população brasileira é negra, não faz sentido tão poucos personagens negros nas histórias em quadrinhos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento populacional, 43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 9,3% pretos e 46,5% pardos. A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a presença de personagens negros nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do país. Se somos, então, um país negro, onde estão os pretos e pardos nos meios de comunicação?”, questiona Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas, acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade. A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas enfrentadas pela população negra, expressas graficamente com a imagem negativa do negro nesse tipo de publicação artística. Os padrões europeus dos corpos conceituados como “normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos cita a revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem Pererê, historicamente o mais bem-sucedido personagem negro das histórias em quadrinhos, não é baseado em um ser real, é um ser mitológico do folclore brasileiro. Na revista “O Tico-Tico” (de 1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da família. O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, como alguém “que ostenta um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de um chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador Chinen, esse “talvez seja o caso mais notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As precárias condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de maneira crítica, em nossa história mais recente, por cartunistas engajados socialmente como Novaes, Henfil e, mais notadamente Edgar Vasques. Nobu Chinen, afirma Santos, “faz um inventário dos personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco conhecidos ou esquecidos que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos afrodescendentes brasileiros, mais próximos ou distantes da grande parcela da população do Brasil”. Disponível em <https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos- brasileiras/>. Acesso em 7 mar. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em quadrinhos como consequência do fato de uma minoria dos brasileiros (9,3% do total) se considerar preta. II. A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos seus feitos, o que refuta as informações presentes no texto. III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história dos quadrinhos brasileiros deve-se a ele representar um ser mitológico. Assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: b. Nenhuma afirmativa é correta. Segunda-feira, 8 de Maio de 2023 20h22min56s GMT-03:00
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