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Teste de caminhada de 6 minutos O que você verá: - Objetivo do teste - Conceitos importantes - Materiais necessários/equipamentos - Aplicação do teste - Orientações prévias - Critérios de atenção antes de iniciar o teste - Procedimentos - Instruções ao paciente - Critérios de interrupção - Detalhes relevantes - Vantagens - Indicações - Contraindicações absolutas e relativas - Prescrição de exercício, valores de referência do teste e MDI - Ficha de registro Objetivo ● Avaliar a capacidade funcional do indivíduo; ● É considerado um teste submáximo, pois durante a realização alcança-se um platô das variáveis coletadas, por isso não é um teste máximo, como por exemplo o shuttle walk test. Conceitos importantes ● Capacidade funcional: potencial máximo de realizar as atividades de vida diária; ● Reserva funcional: Diferença entre a capacidade e o desempenho, latência funcional que podem ser utilizadas quando necessário. Em pacientes com DPOC, essa reserva é baixa. ● Performance funcional: é o que o paciente realiza de fato ● Utilização da capacidade funcional: Medida em que os indivíduos realizam o seu potencial, e é inversamente proporcional à reserva funcional, é a própria performance. Materiais necessários/equipamentos Materiais: Cadeira, cronômetro, cones, ficha de registro, oxigênio (a depender de cada paciente), esfigmo, esteto, frequencímetro, oxímetro, fita métrica, contador (facilita quando aplica-se sozinho, mas caso não tenha, uma pessoa pode contar as voltas), escala de BORG. Aplicação do teste - Orientações prévias (anterior ao dia de realização do teste) ● Usar roupas e calçados confortáveis para a realização do teste ● Dispositivos de ajuda utilizados no dia a dia devem ser mantidos (bengala, andador, rollator, etc) ● Pacientes que utilizam oxigenoterapia de longa duração devem realizar o teste com o fluxo de oxigênio que utilizam no seu cotidiano ● As medicações devem ser mantidas ● Fazer refeição leve ● Evitar esforços vigoroso nas 2h anteriores a realização do teste - Critérios de atenção antes de iniciar o teste ● Local com fácil acesso em situações de emergência ● Ter disponível oxigênio e broncodilatador ● Se possível e se necessário, a depender da condição do paciente, ter um técnico certificado em ressuscitação cardiopulmonar ● Telefone sempre disponível e próximo ● Não é obrigatória a presença de médicos - Procedimentos ● Demarcar os 30 metros em um espaço amplo, livre de obstáculos, sem passagem de pessoas no momento da aplicação e de piso não escorregadio; ● Posicionar os cones meio metro antes das marcações limites (início e fim), o espaço depois do cone é importante para que o paciente possa dá a volta; ● Explicar e demonstrar o teste ● Posicionar o paciente na linha de partida (em pé) ● Dar o comando de início e disparar o cronômetro ● Contar as voltas (chão deve ter marcações – 3m no mínimo) ● Não conversar durante o teste com o paciente ● Falar frases de incentivo, sempre no mesmo tom de voz - Instruções ao paciente *****Passo a passo de como explicar, mas você pode adaptar. “Bom dia seu fulano, como você está? Eu sou ____, fisioterapeuta. Hoje nós iremos realizar o teste de caminhada de 6 minutos. O objetivo deste teste é caminhar a maior distância possível em 6 minutos. Você deve seguir em linha reta por este lado, fazer a volta ao redor do cone e retornar pelo outro lado. MOSTRAR O TESTE. 6 minutos é bastante tempo para caminhar, provavelmente ficará cansado. Se necessário, poderá desacelerar ou descansar no meio do teste, mas, por favor, retorne assim que for possível. É normal se sentir cansado, mas não é normal dor de cabeça, enjoo, dor no peito, tontura, câimbras, então se sentir algo do tipo, me informe. Não pode correr ou fazer trote. Durante o teste, por favor, evite falar, a não ser que se sinta mal. Eu vou te informar cada minuto de teste e aos 6 minutos pedirei para que pare onde estiver. Durante o teste, eu estarei monitorando a sua FC, saturação e o seu cansaço. Para isso vamos utilizar, o frequencímetro, o oxímetro, e uma escala. Essa escala é chamada de escala de Borg, ela contém uma variação que vai de 0 a 10 (explicar a escala). A cada minuto eu irei perguntar como está seu cansaço no peito, como está o cansaço nas pernas e coletar os seus sinais.Você tem alguma pergunta?” Critérios de interrupção ● Dor no peito – angina ● Tontura ● Dispneia intolerante ● Cãibras ● Sudorese ● Aparência pálida ou acinzentada ● SpO2 < 80% - interromper e voltar assim que retornar para 85% ● FC > 85% da máxima ● FR > 50 rpm NOTA: Deixe claro para o paciente como será o teste, que é normal sentir cansaço, mas não é normal dor de cabeça, enjoo, dor no peito, tontura… então peça que ele informe, caso sinta algo do tipo. Detalhes relevantes ● Fazer o teste duas vezes no mesmo dia (efeito aprendizado) ● Não realizar aquecimento - 15 minutos de repouso antes do teste ● Não seguir o paciente durante o teste para não ditar o ritmo ● Nos casos de pacientes em OLD que não possuem equipamento portátil, seguir o paciente atrás, evitando ao máximo atrapalhar seu ritmo ● Corredor plano (20 a 50m – preferencialmente 30) ● SV antes e após o teste: PA, FC, SpO2 , BORG ● SV 2º e 4º minutos (pelo menos*): FC, SpO2 e BORG – cuidando para não atrapalhar o ritmo ● Anotar todas as informações relevantes de como o teste foi realizado pré intervenção para que se faça o teste pós intervenção nas mesmas condições Vantagens ● Baixo custo, exige apenas equipamentos simples ● Oferece um risco baixo em comparação a testes máximos ● Avalia objetivamente a capacidade de exercício e a capacidade funcional ● Teste simples, submáximo, reflete as AVD ● Avalia respostas fisiológicas durante uma atividade funcional ● Está relacionado à mortalidade nas doenças cardiorrespiratórias crônicas Indicações - Avaliação do efeitos de intervenções - Avaliação funcional da capacidade funcional - Predição mortalidade e mortalidade Contraindicações absolutas e relativas - Absolutas ● Infarto agudo do miocárdio (< 3-5 dias) ● Angina instável ● Arritmias não controladas ou com instabilidade hemodinâmica ● Síncope ● Endocardite, pericardite ou miocardite aguda ● Estenose aórtica severa sintomática ● Insuficiência cardíaca não controlada ● Embolia pulmonar aguda ● Trombose de extremidades inferiores ● Suspeita de aneurisma dissecante ● Asma não controlada ● Edema pulmonar ● SpO2 de repouso ≤85% (outra indicação: não iniciar com saturação abaixo de 90%) ● Insuficiência respiratória aguda ● Doenças em fase aguda que possam ser agravadas pelo exercício (infecções) ● Déficit mental que dificulte a cooperação durante o teste - Relativas ● Estenose coronária esquerda ● Moderada estenose aórtica ● Severa hipertensão de repouso (PAS >200 mmHg e PAD >120mmHg) ● Taquiarritmias e bradiarritmias ● Alto grau de bloqueio atrioventricular ● Cardiomiopatia hipertrófica ● Hipertensão pulmonar importante ● Gravidez complicada ● Anormalidades eletrolíticas ● Comprometimento ortopédico que impeça a marcha Prescrição de exercício, valores de referência do teste e MDI ● O planejamento da reabilitação e a prescrição de exercícios podem utilizar-se de 60% da velocidade média do TC6. ● Valores de referência e MDI podem variar de acordo com o estudo/população; - Valores de referência com base no estudo do Britto e colaboradores: Britto RR, Probst VS, Dornelas de Andrade AFD, Samora GAR, Hernandes NA, Marinho PEM, Karsten M, Pitta F, Parrera VF. Reference equations for the six-minute walk distance based on a Brazilian multicenter study. Braz J Phys Ther 2013; 17(6):556-563. 6MWDpred=890,46-(6,11×idade)+(0,0345×idade2 )+(48,87×sexo)-(4,87×IMC) R2= 46% (p<0,05) 6MWDpred=356,658-(2,303×idade)+(36,648×sexo)+(1,704×altura)+(1,365×ΔFC) R2= 62% (p<0,05) NOTA: Na segunda, considera-se a FC, indica-se utilizar essa. Sexo para homens: 1; para mulheres: 0. - Mínima diferença importante (MDI) Ficha de registro Incentivo verbal Ao dar o incentivo verbal, deve- se: ● Usar sempre o mesmo tom de voz. ● Não conversarcom o paciente durante o teste. ● Se a interrupção do teste for pedida ao paciente pelo avaliador, devido por exemplo baixa saturação ou alta FC, não é necessário falar a frase: “Por favor, retorne assim que se sentir capaz”, de 30 a 30s, porque o paciente pode estar se sentido capaz, mesmo com os sinais alterados. Dessa forma, é dever do avaliador monitorar e liberar o paciente para a continuação com base em sua avaliação. NOTA: há variações da ficha de registro, algumas trazem a configuração acima a respeito da coleta dos sinais: início, 2 em 2 minutos e fim, contudo, o ideal é monitorar de 1 a 1 minuto e algumas fichas apresentam essa formatação.
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