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Exercicio N1 - Trabalhista - Isabela Bueno

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Um vendedor externo, Genivaldo, contratado pela empresa “Atacado Geral Ltda.”, que 
atua no setor de distribuição de doces e balas em geral, recebeu em sua CTPS anotação 
acerca da exceção do artigo 62, inciso I da CLT, eis que o empregador não realiza 
controle formal da jornada de trabalho. Em seu labor Genivaldo comparecia à empresa 
pela manhã e elaborava um roteiro de visitas, a partir de carteira de clientes de área 
definida pela empresa, prevendo no mínimo 20 (vinte) visitas diárias. Por volta das 8:30 
da manhã Genivaldo saía da empresa para realizar as visitas do roteiro, mantendo 
constante contato por telefone, quando informava o horário de chegada e saída em 
cada cliente. Encerradas as visitas o vendedor enviava o relatório através de e-mail ao 
Supervisor da área de venda. Como mencionado Genivaldo não registrava em controle 
de frequência a sua jornada, que em média era de 10 horas, sem intervalos, de 
segundas a sábados. Dispensado após dez anos de serviços prestados, sob o 
fundamento de justa causa por ato de concorrência desleal em prejuízo da empresa, 
Genivaldo propôs Reclamação Trabalhista em face de sua ex empregadora, onde 
pretende a descaracterização da justa causa, o pagamento de horas extras e seus 
reflexos e pagamento de empréstimo que ele autor fez ao sócio da empresa. Em 
audiência realizada, a conciliação proposta pelo juiz foi infrutífera. Em sua defesa a 
empresa “Atacado Geral Ltda.” sustenta nada dever a título de horas extras, dada à 
exceção a que estavam sujeitos os seus vendedores, e que a justa causa encontra-se 
caracterizada na medida em que o empregado nas suas horas vagas como era 
proprietário de estabelecimento comercial em sociedade com sua esposa, vendia 
outros produtos alimentícios no varejo, especialmente batatas fritas e salgadinhos em 
geral. A contestação foi apresentada ao advogado de Genivaldo que rechaçou por 
negativa geral os fatos narrados na defesa e reiterou o conteúdo da petição inicial. Ato 
contínuo o juiz iniciou a instrução informando que dispensava o interrogatório do autor 
e do preposto, perguntando às partes se tinham provas, o advogado do autor informou 
que apresentaria duas testemunhas e a ré que apresentaria apenas uma testemunha. 
Iniciada a colheita da prova oral, as testemunhas do autor informaram nada saber 
acerca dos fatos relacionados à justa causa e confirmaram que o autor estava 
submetido a controle informal de horário eis que se reportava a empresa nos exatos 
termos narrados na petição inicial. A testemunha da empresa, que exercia a função de 
diretor comercial com participação acionária de 40% do capital social da empresa, foi 
contraditada pelo advogado do autor, sob o fundamento de exercício de cargo de 
confiança na empresa e por ser sócio do empreendimento. A contradita não foi 
acolhida, sendo que o juiz se baseou nessa decisão no fato de que a testemunha 
convocada embora diretor não tinha real interesse na demanda. O advogado 
apresentou protestos, que restaram consignados em ata de audiência. A testemunha 
da empresa foi ouvida e nada acrescentou com relação às horas extras, mencionando 
tão somente que o trabalho do autor era realizado externamente sob a supervisão do 
depoente. Com relação à justa causa seu depoimento foi no sentido que ele havia 
investigado o fato pessoalmente e constatou que o autor era sócio minoritário de 
estabelecimento comercial localizado em frente a um clube onde eram vendidos no 
varejo toda a espécie de salgadinhos e por fim com relação ao empréstimo informou 
que de fato a empresa era devedora. A instrução foi encerrada e as partes não tiveram 
a oportunidade de apresentarem alegações finais e ato contínuo o juiz prolatou a 
sentença (novamente o Advogado protestou pedindo para constar em ata, pois 
gostaria de apresentar alegações finais). Na sentença o Magistrado indeferiu todos os 
pedidos iniciais improcedentes com fundamento na prova produzida em audiência, 
 
imputando ao autor as penas de litigância de má fé no percentual de 20% e atribuiu 
custas processuais definidas em lei. Nos autos constava pleito do autor no sentido de 
concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, assim publicada a sentença o advogado 
de Genivaldo apresentou medida processual visando o exame desse ponto omisso da 
decisão, bem como rebateu a falta de fundamentação da decisão com relação a 
litigância de má fé. O juiz recebeu a medida processual referenciada no parágrafo 
anterior, julgando-a improcedente sob o fundamento que não havia qualquer omissão 
no julgado, novamente, inconformado o autor no prazo apresentou medida processual 
objetivando reforma da decisão, que restou em juízo de admissibilidade denegada por 
falta de preparo. Mais uma vez o autor inconformado aviou nova medida processual. 
Pergunta-se: 
 
1 - Identifique os problemas jurídicos no caso em estudo? 
 
Os problemas jurídicos do caso serão elencados a seguir: 
● A alegação de que o controle de jornada é incompatível com o controle da jornada de 
trabalho é questionável; 
● Não descaracterização da justa causa e indeferimento do pagamento das horas extras 
e demais valores devidos; 
● O testemunho do Diretor deveria ser considerado mera informação visto que ele é 
parte do processo e não uma mera testemunha; 
● Cobrança de empréstimo em ação trabalhista deve ser feita em ação civil; 
● Ausência de testemunho do autor e do preposto; 
● Ausência de oportunidade para apresentar alegações finais antes da sentença ser 
prolatada; 
● Imposição ao autor às penas de litigância de má-fé no percentual de 20%, é 
questionável visto que não há provas que corroborem os atos; 
● O autor pleiteou a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, mas não houve 
análise sobre o tema. 
 
2 - Trace uma linha processual encaixando os atos processuais no caso em comenta 
1. Petição Inicial; 
2. Distribuição; 
3. Citação das Partes; 
4. Audiência de Conciliação; 
5. Contestação; 
6. Audiência de Instrução e Julgamento ; 
a. Produção de provas 
b. Alegações Finais; 
c. Nova tentativa de Conciliação 
7. Julgamento; 
8. Sentença; 
9. Embargos de declaração; 
10. Recurso Ordinário; 
11. Agravo de Instrumento. 
 
3 - Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor? 
 
 
O Advogado apresentou o recurso solicitando a revisão da decisão para torná-la mais clara 
e corrigir os erros contidos nela. 
 
4 - O juiz poderia dispensar as alegações finais das partes e não efetuar a renovação 
da conciliação antes de prolatar sentença? 
 
Apenas em casos de decisão antecipada do mérito não há necessidade das alegações. 
Súmula nº 197 do Tribunal Superior do Trabalho: 
 
"SÚMULA Nº 197. A exigência de preclusão das alegações finais, na forma do art. 847 da 
CLT, não se aplica à fase recursal, porque a iniciativa probatória é do Juízo." 
 
Mesmo após a produção de provas, o juiz deve dar a oportunidade de conciliação, conforme 
a Súmula nº 74 do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região: 
 
"SÚMULA Nº 74. A renovação da audiência de instrução para nova tentativa de conciliação 
não fere o contraditório e a ampla defesa das partes, tampouco constitui cerceamento de 
defesa, uma vez que a instrução probatória já foi realizada." 
 
5 - Qual a medida processual utilizada pelo autor para o exame dos pontos omissos da 
sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida a medida quais os seus efeitos? 
 
A medida foi Embargos de Declaração, com prazo de 5 dias úteis para ser apresentada. Se 
acolhido, o juiz analisará o caso e poderá reformar a sentença no sentido de descaracterizar 
a demissão por justa causa, deferir o pagamento das horas extras e demais valores devidos 
e justiça gratuita, conforme do Artigo 897-A. 
 
6 - Qual a medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento da medida 
processual em relação à omissão? Qual o prazo e o marco inicial desse prazo? 
 
Será a de Recurso Ordinário, cujoprazo é de oito dias úteis contados da intimação da 
decisão, conforme o Art. 895 da CLT.

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