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MEDICINA TRADICIONAL CHINESA TAOISMO

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INTRODUÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao universo das Terapias Integrativas Orientais! Esta disciplina conduzirá você a
uma nova visão sobre saúde e doença baseada na medicina chinesa (MC). Você conhecerá as técnicas de
intervenção que integram o conjunto de práticas terapêuticas, as quais são capazes de promover, prevenir e
tratar doenças. Tais métodos poderão fazer parte de sua conduta pro�ssional. Assim será possível unir os seus
conhecimentos sobre medicina ocidental à medicina oriental, tornando-se apto a promover um atendimento
completo ao seu paciente.
Além disso, nesta etapa de aprendizagem você poderá explorar o universo da medicina tradicional chinesa
(MTC), entendendo como surgiu essa vertente da medicina apoiada na �loso�a taoista e nas teorias dos Estados
Beligerantes. Nesse sentido, é interessante destacar o estudo de conceitos como Yin e Yang, a unidade entre a
natureza e o homem, a teoria das cinco fases e o Qi como fonte da vida. Desse modo, você compreenderá os
princípios fundamentais da MTC e sua respectiva aplicabilidade no cotidiano pro�ssional, na intenção de tratar
e prevenir doenças.
Agora é com você! Dê o primeiro passo rumo ao conhecimento das terapias orientais. Leia, estude e pratique!
Lembre-se de que o conhecimento está nas suas mãos. Bons estudos! 
CONHECIMENTO HISTÓRICO SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A origem da medicina tradicional chinesa (MTC) remonta à mesma época da reuni�cação da China, quando
houve uma expansão na economia, na política e na geogra�a. Esse processo ocorreu durante a Dinastia Han,
em 206 a.C., um momento de grande avanço na cultura chinesa. Na época, a MTC era chamada de medicina das
correspondências sistemáticas (MCS), a qual foi consolidada ao �nal da dinastia em questão. A MCS foi formada
por in�uência de ideias �losó�cas e teorias que surgiram anteriormente, no período dos Estados Beligerantes
Aula 1
INTRODUÇÃO À MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Você conhecerá as técnicas de intervenção que integram o conjunto de práticas terapêuticas, as
quais são capazes de promover, prevenir e tratar doenças.
30 minutos
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA – TAOISMO
 Aula 1 - Introdução à medicina tradicional chinesa
 Aula 2 - Conceito de saúde e doença na medicina tradicional chinesa
 Aula 3 - Benefícios da medicina tradicional chinesa 
 Aula 4 - Praticando a medicina tradicional chinesa
 Referências
136 minutos
(475 a.C.), quando emergiu para atender à tentativa de retornar a ordem após anos de guerra, ao �m da
Dinastia Zhou. Nesse contexto, também há in�uência das �loso�as taoista e confucionista, unindo, assim, as
teorias do Yin e Yang, a unidade entre a natureza e o homem, as cinco fases e o Qi como energia vital sutil.
O �lósofo Kong Fu Zi (Confúcio) criou uma doutrina que in�uenciou a cultura chinesa. Ele acreditava na ordem
natural das coisas, a qual também era considerada uma ordem moral. Ou seja, Confúcio explicava como deveria
ser o comportamento dos seres humanos em relação à sociedade. Já a �loso�a taoista, que teve como
principais representantes Lao Zi e Chuang Tzu, foi descrita como o princípio segundo o qual o homem deveria
viver em harmonia com a natureza, com o meio ambiente e as estações do ano. Taoismo é derivado do termo
Tao, que signi�ca “o caminho”, isto é, uma forma de conectar o ser humano à sua essência, à sua sensibilidade,
de unir o homem à natureza, com respeito mútuo. Assim, o caminho do taoismo é o movimento, visto que o
equilíbrio vem do ato de movimentar-se, de transformar-se em conformidade com a natureza.
Ainda na Dinastia Han, foram escritos livros que se tornaram cruciais para o embasamento teórico da MC, como
O clássico de medicina chinesa, do Imperador Amarelo (Huang Di Nei Jing). Essa obra comporta vários ensaios
com pensamentos e ideias sobre o Qi e sua circulação pelos canais, além de elencar quase 300 pontos de
acupuntura. Contudo, antes mesmo do surgimento desses títulos, alguns manuscritos médicos antigos foram
desenterrados de tumbas. Nesses textos, foram identi�cados 11 vasos Yin e Yang (atualmente chamados de
canais), cinco originados das mãos e seis dos pés, através dos quais o “vapor” (o Qi) �uiria. Entretanto, tais
fragmentos não fazem menção à acupuntura nem aos pontos de acupuntura. Sugere-se, portanto, que primeiro
identi�caram-se os canais do corpo para que depois houvesse o reconhecimento dos pontos.
Em meio às dinastias e ao desenvolvimento da China, a MTC passou a se fundamentar principalmente na
�loso�a e nas teorias taoistas, porém não mais com ideias �losó�cas, mas sob in�uência da medicina. Dentre as
principais concepções relativas ao taoismo, podemos citar: o conceito do Qi como vitalidade do organismo; a
teoria do Yin e Yang, cujo símbolo é chamado de Supremo Final (Tai Ji), o qual representa a união de duas partes
opostas em tudo o que existe na natureza e no corpo humano (Figura 1); a teoria dos cinco elementos,
representados pelos seguintes elementos da natureza: madeira, fogo, terra, metal e água (Figura 2), de modo
que cada um é responsável por produzir ou restringir o elemento seguinte.
Figura 1 | Símbolo do Yin e Yang
Fonte: Pixabay.
Figura 2 | Os cincos elementos
Fonte: Wikimedia Commons.
Essas “teorias” passaram a ser interpretadas como fundamentos da MTC e de tudo aquilo que envolve saúde e
doença.
COMPREENDENDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
O que você precisa compreender é que a história da MTC se confunde com a história das dinastias, dos �lósofos
e que ao longo desse desenvolvimento a MTC sofreu in�uência da cultura ocidental. A teoria do Yin e Yang e das
cinco fases inicialmente não estavam ligadas à medicina, mas sim à política e à �loso�a, numa tentativa de
manter a ordem frente ao caos. A teoria do Yin e Yang surgiu para explicar ao mundo sobre fenômenos da
natureza e ideias opostas, mas que se complementam. O Yang seria o lado ensolarado de uma colina e o Yin, o
lado sombreado. Assim surgiu a ideia de que tudo que fosse quente, dia, iluminado, ativo, ascendente seria
representado pelo Yang, e tudo que fosse frio, noite, escuro, passivo, descendente seria o Yin. Todos esses
elementos existem simultaneamente, mesmo que opostos. Um depende do outro, um não existe sem o outro.
Além disso, o Yin pode se transformar em Yang, e vice-versa, como acontece com o dia e a noite. O dia se
transforma em noite e a noite, em dia. Se não houver o dia, não haverá noite, e se não houver a noite, não
haverá o dia. É importante destacar, ainda, que se o Yin estiver debilitado, o Yang aparecerá em excesso, e vice-
versa.
Assim como os fenômenos da natureza, as estruturas corporais do ser humano também fazem parte do Yin e
Yang. O sangue (Xue) é considerado uma forma de energia (Qi) do corpo em sua condição mais material, mais
densa, sendo de natureza Yin. Já o Qi é interpretado como Yang em relação ao sangue. No que se refere aos
órgãos, o Yang corresponde à função do órgão e o Yin, à estrutura do órgão. Na MTC, o fígado tem a função de
armazenar o sangue (Yin) ao mesmo tempo em que controla o �uxo do Qi para o corpo (Yang).
Já a teoria dos cinco elementos (cinco movimentos) é entendida como uma teoria de movimento e
transformação cíclica por meio dos elementos da natureza. Portanto, torna-se necessário interpretar tais
elementos, já que possuem uma relação constante entre si. Nessa interação, um origina o outro e um domina o
outro, criando processos denominados, respectivamente, como produção e dominação recíproca. A madeira
produz o fogo e o fogo produz a terra, assim como a madeira domina a terra e a terra domina a água. Sob a
perspectiva da medicina, os cinco elementos são considerados como cinco órgãos/vísceras (Zang Fu) do corpo
humano. Cada órgão possui uma víscera correspondente: o fígado/vesícula biliar (madeira), o coração/intestino
delgado (fogo), o baço (pâncreas)/estômago (terra), pulmão/intestino grosso (metal) e o rim/bexiga (água)
(observe na Figura 3). Além disso, oselementos são associados a uma emoção: fígado-raiva, coração-alegria,
baço/pâncreas-pensamento, pulmão-tristeza e rim-medo. Isso signi�ca que um desequilíbrio emocional
constante poderá gerar a instabilidade energética e/ou �siológica, levando ao adoecimento. Da mesma maneira,
um desequilíbrio da natureza, do ambiente, poderá in�uenciar o funcionamento do organismo.
Figura 3 | Órgãos (ciclo de produção e dominância recíproca)
Fonte: elaborada pela autora.
Como você pôde observar, a �loso�a taoista e as teorias do Yin e Yang e dos cinco elementos se direcionavam a
uma �nalidade mais ampla, mais �losó�ca e política, mas depois passaram a ser aplicadas aos estudos da
medicina, do corpo humano e sua relação com a natureza e de tudo o que envolve a �siologia da saúde e
doença.
EXECUÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A importância de conhecer a história, origem e princípios da MTC envolve a repercussão da aplicação desses
saberes no dia a dia de sua prática pro�ssional, especialmente durante a avaliação e tratamento dos pacientes.
Imagine que tenha chegado ao seu consultório um paciente que solicita atendimento com base na MC, a partir
das terapias orientais. Você, no entanto, não conhece a origem nem a história dessa vertente da medicina. Não
entende quais pensamentos e princípios norteiam a visão da relação entre saúde e doença, tampouco assimila
a conexão do Yin e Yang e dos cinco elementos com o funcionamento dos sistemas orgânicos. Diante disso, seu
atendimento �cará incompleto quanto à análise do indivíduo como um todo e de tudo o que envolve o processo
de adoecimento. Por isso, é extremamente relevante que você conheça, entenda e aplique todo o
conhecimento adquirido até o momento.
Para que você aprimore sua capacidade de raciocínio, imagine que tenha chegado ao seu consultório uma
paciente com 30 anos de idade, a qual deve ser avaliada a �m de que, em seguida, o tratamento baseado na
MTC seja iniciado. Durante o processo de avaliação, a paciente diz que já passou por vários traumas emocionais,
irrita-se com facilidade, �ca com muitas dores de cabeça e no estômago ao lidar com alguma situação de
estresse, principalmente se sentir raiva. Ou seja, não há controle emocional. A paciente relata que tem insônia,
muita queda de cabelo, unhas quebradiças, ressecamento da pele e redução do �uxo de sangue na
menstruação. Além disso, há de�ciência de ferro, identi�cada no exame de sangue.
Como você já conhece a relação dos sintomas de desequilíbrio e doença com os conceitos de Yin e Yang e os
cinco elementos, rapidamente você direciona o foco de sua análise para o fígado. Você sabe que esse órgão tem
como principal emoção a raiva, sendo associado ao controle das emoções, e que tem ação de armazenar e
distribuir sangue para o organismo. Além disso, você percebe que queda de cabelo, unhas quebradiças, pele
ressecada e pouco �uxo menstrual são sinais que indicam uma piora do quadro.
Nesse caso, é possível a�rmar que a paciente apresenta um quadro de estagnação do Qi (energia) do fígado. Ou
seja, há um desequilíbrio energético, o qual só pode ser identi�cado pela avaliação da MC, pois a paciente ainda
não apresenta sintomas, apenas alguns sinais detectados por essa medicina. Depois, na ausência de
tratamento, a estagnação gerou uma hiperatividade do fígado, o que fez surgir um desequilíbrio �siológico, isto
é, a de�ciência de sangue do fígado (do Yin do fígado), a qual pode ou não aparecer no exame de sangue, mas
há sintomas evidentes. Esse é o estado em que a paciente chegou até você. Na hipótese de que a paciente não
tivesse procurado tratamento, a condição teria se agravado com o passar do tempo, o que poderia abrir espaço
para a manifestação de anemia, por exemplo.
Como você sabe, um desequilíbrio (excesso ou de�ciência) em algum órgão sem tratamento pode afetar outro
ou todos os órgãos. Então, no caso apresentado, a paciente também mostra sintomas da de�ciência do baço
(dor no estômago) e do coração (insônia), em decorrência da estagnação do Qi do fígado não tratada.
Lembre-se de que o fígado (madeira) domina o baço (terra), e o fígado produz energia para o coração. Se há
alteração nessa ordem de dominância e produção recíproca, existirão possíveis condições de desequilíbrio
energético e, posteriormente, �siológico, o que pode motivar o aparecimento de várias doenças.
Estude sobre o caso, identi�que outros possíveis sintomas de de�ciência do fígado e perceba como essa
disfunção pode interferir no funcionamento dos outros órgãos. 
VÍDEO RESUMO
Você vai ver no vídeo, como a medicina tradicional chinesa surgiu e progrediu ao longo do desenvolvimento
político das dinastias e dos pensamentos �losó�cos da China. Para isso, você vai recordar os principais
componentes da �loso�a taoista, os conceitos de Yin e Yang e a teoria dos cinco elementos, veri�cando a
in�uência desses saberes na medicina chinesa. Todo esse contexto é importante para entender a base da
medicina chinesa e seus princípios teóricos, bem como a in�uência desses princípios na relação existente entre
saúde e doença.
 Saiba mais
Para que você possa aprimorar sua compreensão e expandir seu conhecimento em relação aos
fundamentos teóricos da medicina chinesa, faça a leitura do artigo O movimento Yin e Yang na cosmologia
da medicina chinesa. Nesse texto, os autores abordam a medicina chinesa a partir do taoismo, do Yin e
Yang, e mostram como esses elementos interferem no processo de construção do diagnóstico e
terapêutica. O material trata da medicina chinesa numa visão ocidental baseada na fundamentação
cientí�ca e no paradigma biomédico, além de destacar o abandono de alguns elementos tradicionais, como
a teoria Yin e Yang.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://www.scielo.br/j/hcsm/a/YWRvdMQ73bgFzvSp7SCKryM/?format=pdf&lang=pt
Para complementar seus estudos, também sugiro a leitura da dissertação de Izabelita Cirne Beltrão,
intitulada Noções de saúde e espiritualidade presentes no clássico chinês Huang Di Nei Jing (livro do
Imperador Amarelo). Nessa dissertação, você poderá aprofundar seu entendimento sobre os princípios
fundamentais que nortearam a medicina chinesa.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Você está num processo de aquisição de novos conhecimentos sobre as terapias integrativas orientais, práticas
tão essenciais ao seu crescimento pro�ssional. Entender como a medicina tradicional chinesa (MTC) se formou,
quais são seus princípios e sua base fundamental representa o primeiro passo para que você domine a
aplicação dessa técnica na prática pro�ssional.
Nesta aula, você continuará explorando o universo da MTC, conhecendo a visão que essa vertente da medicina
tem sobre a saúde e todo o processo de adoecimento. Para tanto, você aprenderá como é possível explicar a
saúde, o desequilíbrio energético e até mesmo o surgimento de uma doença sob a perspectiva da relação do
ser humano com os cinco elementos, dos conceitos de Yin e Yang e da interação com a natureza.
Para que todo esse conhecimento seja aplicado à sua prática clínica, é necessário que você inclua em seu
processo de aprendizagem a avaliação diagnóstica da MTC, a �m de veri�car como essa análise é realizada e
quais pontos são importantes para identi�car uma determinada desarmonia energética existente no paciente
ou uma doença.
Vamos continuar aprendendo sobre as terapias orientais e aplicar esses novos conhecimentos? Não pare de
aprender! Bons estudos! 
SAÚDE E DOENÇA NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
De acordo com a medicina tradicional chinesa, se o ser humano viver em harmonia com a natureza, com o Yin e
Yang e os cinco elementos, haverá o livre �uxo da energia (Qi), o que contribui para o equilíbrio energético e
�siológico. No entanto, um desequilíbrio constante na lei da transformação, da produção ou dominação
recíproca que rege esses fundamentos produzirá desarmonia do Yin e Yang, levando à ocorrência de
fenômenos patológicos. Ou seja, se o equilíbrio entreYin e Yang existir, a saúde estará preservada; se não,
surgirá a doença.
Em sua utilização na medicina, os cinco elementos (Wu Xing) são representações abstratas de cinco naturezas
diferentes. O Quadro 1, a seguir, destaca a correspondência dos cinco elementos na natureza.
Quadro 1 | Cinco elementos na natureza
CINCO ELEMENTOS MADEIRA FOGO TERRA METAL ÁGUA
Aula 2
CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA NA MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA
Você continuará explorando o universo da MTC, conhecendo a visão que essa vertente da
medicina tem sobre a saúde e todo o processo de adoecimento.
29 minutos
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/12210/1/Arquivototal.pdf
Cinco estações do ano Primavera Verão
Verão
prolongado
Outono Inverno
Cinco direções Leste Sul Centro Oeste Norte
Cinco estados Vento Calor Úmido Seco Frio
Cinco funções Nascer
Desenvolver/cres
cer
Transformar Recolher Conservar
Cinco cores Azul Vermelho Amarelo Branco Preto
Cinco sabores Ácido Amargo Doce Picante Salgado
Fonte: adaptado de Auteroche e Navailh (1992, p. 24).
Já o Quadro 2 apresenta os cinco elementos no homem, de modo que cada órgão se “abre” num órgão dos
sentidos (Guan) e se “manifesta” numa determinada estrutura do corpo.
Quadro 2 | Cinco elementos no homem
CINCO ELEMENTOS  MADEIRA FOGO TERRA METAL ÁGUA
Cinco órgãos Zang Fígado Coração Baço Pulmão Rins
Cinco órgãos Fu Vesícula biliar
Intestino
delgado
Estômago
Intestino
grosso
Bexiga
Cinco órgãos Guan Olho Língua Boca Nariz Orelha
Corpo Tendões Vasos Músculos Pele, cabelo Ossos
Emoções Raiva Alegria Pensamento Tristeza Medo
Fonte: adaptado de Auteroche e Navailh (1992, p. 24).
A relação entre Yin e Yang, dos elementos da natureza com os órgãos/vísceras, juntamente com a energia (Qi),
fundamenta-se na elaboração do diagnóstico de saúde e doença do indivíduo e no tratamento necessário para
a cura. Na perspectiva da MTC, o indivíduo em harmonia com a natureza deve sempre buscar o equilíbrio antes
mesmo de adoecer, pois trata-se não apenas de uma visão curativa, mas de uma visão preventiva, porque o
corpo emite sinais de que algo está errado, mesmo que de forma sutil, sem sinais físicos. A identi�cação do
desequilíbrio enérgico só é possível no cenário da medicina oriental.
No diagnóstico da MTC, realiza-se primeiro a inspeção, pois muitas alterações da atividade dos órgãos do corpo
humano podem ser identi�cadas nessa etapa, e depois ouve-se o paciente. Em seguida, efetua-se a anamnese
para colher toda a história clínica da pessoa atendida, desde a infância até os dias atuais, bem como
informações sobre estilo de vida e estado emocional. Posteriormente, aplica-se a avaliação da topogra�a da
língua, na qual os órgãos são projetados (Figura 1), examinando a cor, tamanho, forma, umidade e revestimento
(saburra). Já a análise do pulso é feita em três áreas do pulso da artéria radial: polegada (cun), barreira (guan) e
pé (chin), como mostra a Figura 2.
Figura 1 | Topogra�a da língua
Fonte: adaptada de Maciocia (2017, p. 254).
Figura 2 | Avaliação do pulso
Fonte: Pixabay.
A união desses itens avaliativos capacitará o pro�ssional de medicina chinesa a diagnosticar todo processo de
desequilíbrio energético e de adoecimento, além de nortear o tratamento. 
RELAÇÃO FISIOLÓGICA ENTRE SAÚDE E DOENÇA NA MTC
É importante você entender que a função �siológica dos órgãos/vísceras (cinco movimentos) está relacionada às
respectivas propriedades de cada elemento da natureza:
• Coração: o Yang do coração tem o papel de aquecer, e a natureza do elemento fogo é a de ser o calor do Yang,
então o coração é associado ao fogo.
• Baço: tem a função de transformar e originar energia. A terra produz e transforma todas as coisas. Logo, o
baço pertence à terra.
• Pulmão: o Qi do pulmão funciona como um puri�cador, e a natureza do metal é a pureza. Assim, o pulmão
pertence ao metal.
• Rins: comandam a água e guardam o Jing (essência inata). A natureza da água é a de umedecer “a parte baixa”,
portanto os rins pertencem à água.
• Fígado: drena e regula. A madeira tem como natureza o ato de produzir e fazer crescer, por isso o fígado
pertence à madeira.
Com base nesse saber, a relação �siológica entre os órgãos observada na manutenção e produção recíprocas
pode ser explicada. O Jing dos rins alimenta o fígado, e o fígado armazena o sangue bombeado pelo coração. O
calor do coração, por sua vez, aquece o baço, transformando a essência dos alimentos e dos �uidos corporais.
Esse processo nutre o pulmão, que puri�ca o ar inspirado e conserva a �uidez para baixo, no intuito de
preservar o metabolismo da água dos rins. O mesmo ocorre em relação ao controle recíproco: a ação
reguladora (dominadora) do fígado é capaz de drenar a congestão do baço, cuja capacidade de transformar
poderá deter o transbordar da águas dos rins. Por meio desse processo, será possível conter o excesso de calor
do fogo do coração. O calor Yang do coração poderá regular um excesso de refrescamento do pulmão, e o Qi do
pulmão, por puri�car e ter movimento de descida, consegue reter a subida em excesso do Yang do fígado,
fechando, assim, o ciclo �siológico de dominância.
A teoria dos cinco elementos e os conceitos de Yin e Yang também explicam a in�uência entre os
órgãos/vísceras nas situações patológicas. Uma doença do fígado pode gerar disfunções no baço. Isso só é
possível porque a madeira aproveita a fraqueza da terra e a agride, assim como uma doença do baço pode
atacar o fígado, gerando uma contradominância. O vazio do Yin dos rins gera um excesso do Yang do fígado.  
Alterações na atividade dos órgãos/vísceras em suas relações recíprocas podem re�etir na face, olhos, corpo e
tom de voz, por isso é importante efetuar uma ótima inspeção. Durante a anamnese, colhe-se a história clínica e
fazem-se questionamentos sobre ausência de fome e de sede, insônia, digestão, emoção predominante,
temperatura. Pergunta-se sobre estilo de vida, prática de atividade física, alimentação, horário de dormir,
procurando possíveis desequilíbrios energéticos e �siológicos.
No decorrer da avaliação da língua, você pode observar a manifestação do estado do Xue, do Qi, dos �uidos
corpóreos e dos órgãos internos, na intenção de detectar se há condições de excesso ou de�ciência, de frio ou
calor. Para sentir o pulso da artéria radial, pressiona-se a região com a polpa dos dedos indicador, médio e
anular em três níveis: super�cial, médio e profundo. Observa-se força, nível e qualidade do pulso. Além disso, a
partir dessa técnica é possível identi�car a condição dos órgãos internos Yin e Yang e o estado geral do Qi, do
Xue e do Yin.
Depois de avaliar e conhecer seu paciente, você deverá concluir o diagnóstico das alterações energéticas e
�siológicas da pessoa atendida.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DA MTC
Agora que você já conhece a interpretação da MTC sobre a relação entre saúde e doença, pode entender que
um desequilíbrio energético sem tratamento é capaz de causar o adoecimento. Caso um indivíduo mantenha o
constante equilíbrio do Yin e Yang em relação aos órgãos/vísceras, bem como de seu Qi, sangue (Xue) e estado
emocional, ele não adoecerá. Se porventura houver desarmonia entre tais elementos, o indivíduo poderá
adoecer e manifestar sintomas na face, nos olhos, na temperatura do corpo, na audição, nas articulações e
tendões, no ato de dormir, no estado emocional, além de sentir dores. Essa instabilidade pode ser gerada pelo
ambiente em que se vive, estilo de vida, alimentação e estado emocional. Pessoas que dormem muito tarde,
ingerem excessivamente alimentos com muitas gorduras e açúcares, consomem bebidas alcoólicas em
demasia, vivem em espaços que causam muito estresse e são sedentárias acabam debilitando a energia (Qi) do
corpo, transformando o sangue (Xue), gerando desequilíbrios do Yin e Yang dos órgãos e, por �m, adoecem.
Muitas delas não sabem que estão �cando enfermas, pois não detectam sintomas aparentes, mas pela MTC é
possível ter essa percepção e tratar asirregularidades antes que culminem numa doença.
Ao desenvolver uma avaliação com base na MTC, o pro�ssional deve estar atento à fala, à face e à temperatura
da pele da pessoa atendida. Sinais como rosto muito vermelho (rubor facial), agitação, ansiedade, muita sede e
sensação de calor são indicativos de um padrão por excesso de calor no coração. Caso você examine a língua e,
na região da ponta (coração), visualize um vermelho intenso, com revestimento amarelo, haverá mais um
indício de calor por excesso. Quando há calor por excesso, a frequência do pulso é rápida, assinalando 90 bpm
em repouso, quando o normal seriam 60-80 bpm. Qualquer sinal observado na pele (rubor facial) corresponde a
uma manifestação externa do coração. Considerando todo o contexto descrito, sem o devido tratamento o
paciente poderá desenvolver uma hipertensão ou arritmia, isto é, uma doença de localização interna.
Alterações emocionais, como ansiedade crônica, depressão e/ou preocupação em excesso por período
prolongado, têm in�uência sobre o fogo do coração, pois tais emoções podem ocasionar a estagnação do Qi
desse órgão, o que pode suscitar o fogo, já que o coração abriga a mente. O consumo exagerado de carne
vermelha, condimentos apimentados e o uso do álcool contribuem para a manifestação desse padrão.
O excesso de fogo do coração pode ser causado pelo fogo do fígado, pois esse órgão é considerado a “mãe” do
coração (produz energia para o coração). O fogo do coração é capaz de gerar calor no baço e fogo no estômago.
Se você pensar sobre os sinais apresentados, levando em consideração os conceitos de Yin e Yang, perceberá
que a paciente está com excesso do calor. Caso persista por muitos anos sem que haja qualquer tipo de
tratamento com base na MTC, esse excesso afetará o Yin, causando de�ciência do Yin do coração. Isso ocorre
porque deve existir um equilíbrio entre o Yin e o Yang. Se o Yang e o calor permanecerem desmoderados por
muito tempo, pode ocorrer a de�ciência do Yin. São elementos opostos, mas um depende do outro, um
complementa o outro, com consumo mútuo. Se você comparar com o dia e a noite, entenderá que um possível
aumento da duração das horas do dia afetará a duração do tempo da noite, que será reduzido. O Yang em
excesso debilita (consome) o Yin, assim como o Yin em excesso consome o Yang.
Logo, com base nos sinais e sintomas do paciente, é possível identi�car alterações energéticas e �siológicas,
caracterizando o diagnóstico a partir de oito princípios: Yin-Yang, superfície-interior, excesso-de�ciência, calor-
frio.
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo, vamos relembrar como a relação entre saúde e doença é interpretada na visão da medicina
tradicional chinesa (MTC). Você aprenderá que a MTC utiliza os cinco elementos como representações abstratas
de cinco naturezas diferentes, seja para o corpo humano ou para o meio ambiente. Além disso, você vai
recordar os itens diagnósticos usados pela MTC, veri�cando como são aplicados na prática pro�ssional. Por �m,
será possível entender que, por meio da avaliação, pode-se identi�car como o indivíduo está por dentro, bem
como a origem e o local da doença. 
 Saiba mais
Para que você amplie seus conhecimentos sobre avaliação na medicina tradicional chinesa,
compreendendo como esse processo pode agregar aspectos positivos à medicina ocidental, faça a leitura
da dissertação de mestrado de Silvia Regina Rodrigues Leite, O uso da medicina tradicional chinesa na
ampliação da anamnese: a espiritualidade, as emoções e a clínica na saúde do idoso.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/4225/1/arquivototal.pdf
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/4225/1/arquivototal.pdf
Também sugiro a leitura do artigo Medicina tradicional chinesa: diferenciação de síndromes no diagnóstico
de acidente vascular cerebral. O texto destaca que a partir da avaliação pode-se identi�car a relação das
síndromes (padrão de doença) com a indicação da natureza, local e causa de uma doença como o acidente
vascular cerebral.
INTRODUÇÃO
Você já conhece a origem, história, princípios e conceitos da medicina tradicional chinesa (MTC), assim como já
aprendeu que o diagnóstico da MTC, apoiado em informações colhidas durante a avaliação (inspeção,
anamnese, topogra�a da língua e identi�cação do pulso), é concluído levando em consideração oito princípios
de saúde-doença: Yin-Yang, superfície-interior, excesso-de�ciência, calor-frio.
Agora você precisa entender quais são as aplicações e indicações de uso dessa medicina. Diante de uma
desarmonia da energia (de�ciência do Qi) ou patologia de Yin e Yang em relação aos cinco elementos e aos
órgãos, o uso da MTC poderá ser indicado para melhora ou cura do quadro patológico.
Nesta aula, você compreenderá que frente a uma desarmonia energética ou doença, é possível obter benefícios
a partir da MTC, sejam eles físicos, mentais ou emocionais. Além disso, perceberá que essa vertente da
medicina é válida e possui comprovação cientí�ca.
INDICAÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A aplicação da Medicina Tradicional (MTC) deve ser desenvolvida de acordo com a necessidade de cada
indivíduo e com a natureza da doença. Depois da anamnese e do exame de língua e pulso, veri�ca-se a
existência de alterações energéticas, como instabilidades do Qi, do Xue ou de ambos os elementos,
principalmente sob a visão dos princípios do Yin e Yang. Além dos conceitos Yin e Yang, observa-se se a
natureza da patologia é de superfície-interior, excesso-de�ciência, calor-frio. O diagnóstico é �nalizado
identi�cando-se o padrão da patologia, ou seja, a desarmonia básica que está por trás de todas as
manifestações clínicas (sinais e sintomas do indivíduo). A partir dessa perspectiva, é possível formular relações
entre os sintomas, a patologia e os princípios de aplicação e tratamento do quadro. Com base na detecção do
padrão, pode-se apontar a origem, o desenvolvimento e a relação com outros padrões.
A aplicação da MTC deve considerar os sintomas descritos pela pessoa atendida numa avaliação. O objetivo é
veri�car se o organismo, isto é, o sistema de meridianos pelos quais o Qi vital circula, foi atacado por um agente
patogênico que penetra nos órgãos (originado no interior) ou pela obstrução dos vasos sanguíneos, que
culmina no ataque externo pela pele. Como causas externas de patologia, há cinco excessos climáticos
patogênicos (vento, calor, umidade, secura e frio); como causas internas, as emoções dos cinco órgãos (medo,
alegria, pensamento, tristeza e raiva); e como causas nem internas nem externas, a fadiga, a alimentação,
fraturas, luxações, entre outros itens. Isso signi�ca que a patologia se instala por uma perda da resistência
corporal causada pela diminuição do Qi ou pela in�uência de um agente patogênico sobre o organismo. Na
MTC, quando se a�rma que as manifestações dessa patologia são de causa interna, isto é, foram motivadas
pelos órgãos, os fatores causadores da condição podem ser classi�cados em: vento interno, frio interno,
umidade interna, secura interna, calor interno e �euma (muco).
Aula 3
BENEFÍCIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA 
Nesta aula, você compreenderá que frente a uma desarmonia energética ou doença, é possível
obter benefícios a partir da MTC, sejam eles físicos, mentais ou emocionais.
32 minutos
https://scientia-amazonia.org/wp-content/uploads/2019/08/v.-8-n.3-CS1-CS9-2019.pdf
É claro que se o indivíduo sofrer um ataque externo ou uma desarmonia interna, precisaremos relacionar a
patologia com outros aspectos, como a constituição física do paciente, seu estado mental, meio que o cerca,
hábitos de vida, alimentação e atividade física. Por isso, a aplicação da MTC deve contemplar tais pontos. Não se
deve considerar apenas a consulta do terapeuta com o paciente, mas tudo que possa interferir na saúde do
sujeito. Por causa dessa variedade de fatores a serem atendidos, o tratamento pode envolver, por exemplo, a
aplicaçãoda acupuntura no consultório, recomendações quanto ao estilo de vida do paciente e orientações
sobre o uso de várias técnicas da MTC que podem ser desenvolvidas em casa, como a utilização de ervas
(�toterapia).
Para a MTC, o paciente precisa ser tratado pelos aspectos energético, físico e emocional. A pessoa não deve ser
atendida apenas com base nos sintomas que apresenta, de forma isolada, mas sim a partir de um contexto
amplo. Uma dor de cabeça nunca será tratada somente com a intenção de reduzir tal incômodo. Serão
detectados outros sintomas/sinais que se relacionam entre si e geram um padrão, a �m de que seja possível
tratar a raiz da dor, do problema. Por isso, os benefícios gerados pela MTC são inúmeros e envolvem desde a
redução ou eliminação da dor aguda ou crônica, com efeitos analgésicos, até a melhora de um processo
in�amatório. As técnicas da MTC também se mostraram e�cazes para casos de infertilidade, insônia, controle
das emoções, ansiedade, depressão, en�m, para tudo que possa provocar a desarmonia do Yin e Yang, como
fatores de natureza externa ou interna, frio, calor, vento, umidade ou secura, os quais afetam o Qi, Xue, órgãos
internos e emoções.
Com avanço da MTC, também foi necessário progredir na ciência. Vários estudos foram conduzidos para
garantir a qualidade e efetividade dessa vertente da medicina, principalmente em relação à acupuntura, a
técnica mais difundida no Ocidente e o primeiro método analgésico para tratamento da dor da história da
medicina.
BENEFÍCIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Para que você aprenda como ocorre a aplicação da MTC, é importante compreender que identi�car padrões
não signi�ca classi�cá-los em compartimentos isolados, mas sim entender a origem da patologia, do seu
desenvolvimento e da relação com outros padrões. Equivale a saber que uma doença se manifesta com padrões
diferentes e que um padrão pode ser encontrado em várias doenças. Tal pensamento difere da perspectiva da
medicina ocidental e não podemos comparar essas ideias, mas sim uni-las em prol da saúde do indivíduo. Por
exemplo, caso a paciente se queixe de dor no período menstrual, o problema em questão por ser
consequência, segunda a MTC, de uma estagnação do Qi, do Xue, frio no útero, entre outros padrões. Logo,
torna-se necessário avaliar o quadro e chegar ao padrão. Para a MTC, cada indivíduo é único e mesmo que dois
pacientes apresentem o mesmo sintoma, isso não signi�ca que terão o mesmo padrão. Portanto, no momento
de aplicar a MTC e escolher quais técnica usar, é crucial que se estabeleça o padrão.
Depois de identi�car o padrão, determina-se o que será aplicado ao paciente, ou seja, se será necessário
toni�car o Qi do corpo ou expulsar os fatores patogênicos (externos ou internos), os quais podem trazer
prejuízos de excesso ou de�ciência, de frio ou calor, vento, umidade ou secura. Para todo e qualquer padrão
estabelecido, indica-se o uso da MTC. A aplicação pode ter a intenção de sedar ou toni�car. Atualmente, a
nomenclatura usada para a ação de sedar é “dissipar”, e para a �nalidade de toni�car, usa-se “nutrir”. Dizemos,
então, que vamos dissipar o padrão patogênico ou nutrir uma de�ciência.
Os benefícios da MTC são observados no campo físico, energético e da mente, perpassando pelo campo
emocional, de acordo com a necessidade de cada indivíduo. O paciente que sofre com insônia e ansiedade, por
exemplo, poderá obter melhorias com base nas técnicas da MTC, desde que seja identi�cado o padrão que
conduz ao quadro de insônia e ansiedade, bem como os outros órgãos que também estão em desequilíbrio e,
por isso, agravam o problema.
Apesar de muitas técnicas não terem comprovação cientí�ca, a MTC vem se difundindo no Ocidente e sendo
introduzida de modo cada vez mais frequente como tratamento adequado e e�caz. O Ministério da Saúde
regulamentou várias técnicas da MTC no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns desses
métodos, conhecidos como práticas integrativas e complementares, são acupuntura, �toterapia,
auriculoterapia, entre outros. Também é possível constatar uma difusão das práticas clínicas da dietética
chinesa, ventosaterapia e moxabustão.
Quando se trata de estudos sobre a MTC, a maioria dos artigos cientí�cos recentes investiga a e�cácia e
segurança da técnica da acupuntura, seja para analgesia ou como método anti-in�amatório, no evento agudo
ou crônico. Muitos estudos examinam mecanismos de ação da acupuntura que comprovem �siologicamente
sua e�ciência. Tais mecanismos trazem as seguintes teorias:
• Bioelétrica: áreas cutâneas onde se localizam os pontos de acupuntura e a trajetória dos canais energéticos
apresentam maior condutividade elétrica.
• Campos eletromagnéticos e morfogenéticos: o nosso corpo cria um campo eletromagnético a partir da
condução dos impulsos nervosos, que também ocorre nos canais juncionais, onde há comunicação entre
células. Tal campo é considerado o local de maior condutividade elétrica, sendo uma propriedade das regiões
nas quais se localizam os pontos de acupuntura.
• Neuroquímica: a�rma que as �bras aferentes responsáveis pela sensação característica da estimulação com
agulha são as �bras aferentes musculares dos tipos II e III, assim como uma via medular ascendente.
APLICAÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Caro estudante, ao aplicar e tratar o paciente com base nas práticas da MTC, você precisará diagnosticar as
relações entre os sintomas e os desequilíbrios, bem como outros possíveis locais já afetados, para, assim,
identi�car o padrão da patologia.
Nos padrões puramente de de�ciência do Qi, aplica-se a toni�cação, sem qualquer agente patogênico. Já a ação
de expulsar ou dissipar os agentes patogênicos é pertinente somente em casos de padrões estritamente de
excesso. Caso seja identi�cado que a natureza da patologia é de excesso, haverá a necessidade de aplicar a
medicina para retirá-lo. Por exemplo, se o estado da patologia estiver associado ao excesso de calor (excesso de
Yang) interno, será preciso dissipá-lo. Do contrário, isto é, caso se trate de uma de�ciência (falta Qi ou Xue), o
ideal é promover a nutrição, ou seja, a toni�cação.
Em episódios de síndromes do vento, como a do vento interno, uma manifestação de patologia do fígado em
que o indivíduo poderá ter como sintomas a vertigem, espasmos dos membros, visão turva e até mesmo
complicações neurológicas, a aplicação deverá ter como objetivo a dissipação do vento interno.
A técnica da acupuntura é usada para nutrir o Qi ou Xue a partir da toni�cação de pontos referentes a órgãos
internos. Nesse contexto, para dissipar o fator patogênico, o Qi de vários órgãos é movido. Por exemplo, para
tratar a �euma, a acupuntura utiliza a nutrição do Qi do pulmão, dos rins e do baço, para que os �uidos sejam
transformados, carreados e eliminados. Com relação à aplicação da agulha na acupuntura, uma das técnicas da
colocação obedece aos sentidos horário e anti-horário. A agulha é colocada no sentido perpendicular à pele.
Caso a intenção seja nutrir, gira-se a agulha no sentido horário; se for para dissipar, gira-se no sentido anti-
horário. A agulha pode permanecer na pele por 10 a 15 minutos, se o objetivo for nutrir o Qi ou Xue. Caso o
propósito seja dissipar o agente patogênico, o ideal é manter a agulha na pele por mais de 15 minutos.
Casos de umidade interna ocasionam a fraqueza do Yang Qi, já que umidade tem natureza Yin. Nessas
circunstâncias, a ausência de um tratamento adequado levará à de�ciência do Yang do baço, já que esse órgão
gosta de secura e, diante da presença constante de umidade, perde a capacidade de transportar e transformar.
O acúmulo de água e umidade no organismo resulta em sintomas de diarreia, edemas, baixa produção de
urina, ausência de fome e sede. Para intervir, é possível usar, por exemplo, o calor para dissipar a umidade,
como o trabalho com a técnica de moxabustão.
Agitação mental, ansiedade, insônia causada pela produção constante de pensamentos são exemplos decasos
de excesso, para os quais devemos aplicar a MTC, com o objetivo de promover a dissipação.
Diante da necessidade de reunir evidências cientí�cas sobre a utilização clínica das técnicas da MTC, iniciou-se,
em 2019, um projeto chamado Mapa de Evidências Clínicas em MTCI (Medicinas Tradicionais, Complementares
e Integrativas), o qual tem apoio da Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde, do Ministério da Saúde. A iniciativa pôs em evidência vários efeitos positivos para alterações físicas e
metabólicas, como diabetes, hipertensão, obesidade, dor crônica, bem como para disfunções que afetam a
qualidade de vida, como ansiedade e depressão. 
Para evidenciar a efetividade clínica das técnicas da MTC, reuniram-se 180 revisões sistemáticas (de 1989 a
2019). Dentre as contribuições das práticas da MTC, destaca-se a redução de dores físicas e o apoio no
tratamento de transtornos mentais e de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. A Figura 1, a seguir,
apresenta a relação entre o efeito de cada técnica e as diversas situações clínicas e de saúde.
Figura 1 | Mapa de evidências das práticas orientais
Fonte: adaptada de Machado (2020).
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! Neste vídeo, você vai recordar quais são as possíveis indicações e aplicações práticas da
medicina tradicional chinesa (MTC). Além disso, será possível entender como obter melhora ou cura diante de
um desequilíbrio energético ou de uma patologia instalada, seja ela aguda ou crônica. Você vai aprender que o
uso de técnicas adequadas leva a benefícios físicos, mentais ou emocionais e, por �m, reconhecerá que a MTC
tem evidências cientí�cas que comprovam a e�cácia da aplicação das técnicas que a integram. 
 Saiba mais
A pasteurização é um amplo tema quando falamos em conservação de cerveja: os diferentes tipos de
pasteurizadores são de suma importância e por isso são estudados.
Estes equipamentos são feitos geralmente por encomenda a �m de atender a determinadas demandas.
Assim, uma forma de sabermos mais destes equipamentos é conhecer seus fabricantes. Nestes dois links é
possível ver o equipamento e como o fabricante o apresenta.
Czech Brewery System: https://www.czechminibreweries.com/pt/production/brewery-
components/preparing-beer-for-sale/beer-pasteurization/tunnel/
Serra Inox:
https://www.serrainox.com.br/produto/9/pasteurizador-imersao-eco .Acessos em: 1 ago. 2022.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Caro estudante! Em sua jornada de estudos, você já aprendeu muita coisa sobre a medicina tradicional chinesa
(MTC). Já foi possível perceber, por exemplo, que a MTC tem uma interpretação diferente sobre os sinais e
sintomas do indivíduo, os quais formam um padrão da patologia. Você também já estudou aspectos
importantes sobre a indicação, aplicação e benefícios da MTC, entendendo que muitas técnicas que integram
essa vertente da medicina já passaram a ser oferecidas pelo SUS pelo fato de terem sua e�cácia comprovada
cienti�camente, especialmente a acupuntura.
Agora chegou o momento de você conhecer os possíveis diagnósticos reconhecidos pela MTC, assim como os
tratamentos referentes a esse conjunto de práticas e as principais técnicas utilizadas.
Vamos entender mais detalhes sobre a MTC? Bons estudos!
CONHECENDO O TRATAMENTO DA MTC
O diagnóstico da MTC é o resultado de um processo avaliativo apoiado em teorias e princípios dessa vertente
da medicina e determinará a escolha do tipo de tratamento, da melhor técnica a ser utilizada, tudo de acordo
com as de�ciências ou excessos percebidos no organismo do paciente, com base nos sinais e sintomas. Por
Aula 4
PRATICANDO A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Conhecer os possíveis diagnósticos reconhecidos pela MTC, assim como os tratamentos
referentes a esse conjunto de práticas e as principais técnicas utilizadas.
33 minutos
https://www.czechminibreweries.com/pt/production/brewery-components/preparing-beer-for-sale/beer-pasteurization/tunnel/
https://www.serrainox.com.br/produto/9/pasteurizador-imersao-eco
meio do diagnóstico, é possível identi�car o padrão da patologia, também denominado de síndrome.
Você já conhece os oito princípios – frio-calor, superfície (exterior)-interior, excesso-de�ciência e Yin-Yang –, o Qi
e o Xue, além dos órgãos internos e a importância que eles têm para a conclusão de um diagnóstico, pois
permitem que o terapeuta de�na o padrão da patologia. Isso signi�ca que é possível ter padrões patológicos de
acordo com os oito princípios, com o Qi e o Xue e também com os órgãos internos. São inúmeras as
possibilidades de diagnósticos de padrões. Os oito princípios podem ser aplicados a qualquer caso, e um
paciente pode apresentar uma doença/desequilíbrio que englobe mais de um princípio. Além disso, não
necessariamente as quatro características inerentes aos princípios se farão presentes de forma simultânea. Por
exemplo, ao avaliar o Qi ou Xue, dependendo da circunstância, pode-se usar um dos oito princípios para
determinar o padrão, como no caso de um padrão de de�ciência de Qi ou de Xue. O mesmo ocorre nos padrões
referentes aos órgãos internos (de�ciência do Qi do baço ou de�ciência do Yin do pulmão).
A seguir, você conhecerá, de maneira mais detalhada, o diagnóstico baseado nos oito princípios:
• Exterior-Interior: a�rmar que a doença é de natureza externa signi�ca que dizer que suas manifestações
clínicas aparecem no exterior do corpo (pele, músculos e canais), e não em decorrência de um fator exterior.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, uma doença classi�cada como interna tem manifestações no interior do
corpo, nos órgãos internos. Ou seja, a categorização é feita de acordo com a localização da manifestação, e não
da etiologia.
• Calor-Frio: as manifestações clínicas dependem da combinação das condições de excesso ou de de�ciência.
• Excesso-De�ciência: a diferença é feita a partir da presença ou ausência de fator patogênico (interno ou
externo) e da energia do corpo. Quando em excesso, signi�ca que há presença do fator patogênico, sem
alterações signi�cativas do Qi. Já a de�ciência é caracterizada pela debilidade do Qi e ausência do fator
patogênico. Caso o Qi esteja debilitado, mas haja persistência de um fator patogênico, a condição é
denominada como: de�ciência agravada com excesso.
• Yin-Yang: a de�ciência do Yin tem manifestações gerais, como sensação de calor à tarde e à noite, garganta
seca à noite, sudorese noturna, língua sem revestimento. Outros sintomas são de�nidos de acordo com o órgão
interno envolvido. Os órgãos mais predispostos a serem afetados são: rim, coração, pulmão, fígado e estômago.
Quanto à de�ciência do Yang, há manifestações gerais de face pálida, calafrios, membros frios, ausência de
sede, urina pálida, pulso fraco e língua pálida e úmida. Mais manifestações são evidenciadas levando em
consideração os órgãos internos afetados, dentre os quais se destacam: baço, rim, pulmão, coração e
estômago.
Portanto, devemos escolher a melhor estratégia e métodos para o sucesso do tratamento, que pode dar
prioridade à raiz (Ben) da patologia, à raiz e à manifestação (Biao) simultaneamente, cuidando dos sinais e
sintomas da doença, ou tratar primeiro a manifestação e depois a raiz. Para tanto, é importante responder aos
seguintes questionamentos:
• Como de�nir o que deve ser tratado?
• Onde é preciso intervir inicialmente?
Depois de determinar por onde começar o tratamento, realiza-se a escolha das técnicas. Atualmente, as
principais técnicas da MTC usadas no Ocidente são: acupuntura, auriculoterapia, ventosaterapia, moxabustão,
�toterapia e dietoterapia chinesa.
ENTENDENDO SOBRE O DIAGNÓSTICO DA MTC
Então, estudante, quando um terapeuta da MTC de�ne um padrão, isso signi�ca que ele reconhece a origem,
causa e manifestações da patologia. Ou seja, é possível identi�car o diagnóstico e diferenciá-lo de outros. De
acordo com o padrão, distinguimos o diagnóstico de cada paciente.
Os padrões de exteriorpodem ser puramente de exterior, sendo denominamos como padrões por exterior. Há
padrão de frio exterior/interior ou padrão de calor exterior/interior. Existe, também, padrão de exterior por
de�ciência e padrão exterior por excesso. Quando se trata dos padrões de natureza, calor ou frio, identi�cam-se
os padrões de calor/frio por excesso ou calor/frio por de�ciência. Padrões de excesso se referem a qualquer
invasão externa (frio, calor, vento ou umidade) ou a condições internas (frio, calor, vento, umidade e muco
interiores), além da estagnação de Qi e Xue. No caso dos padrões de de�ciência, a análise dependerá do órgão
envolvido e do possível impacto sobre o Qi, Xue e Yin/Yang, ou seja, da natureza interna.
Vale lembrar que sintomas iguais podem surgir em padrões diferentes, da mesma forma que no mesmo padrão
é possível encontrar sintomas distintos. Então, torna-se necessário reconhecer a raiz de cada problema e
direcionar o tratamento.
Existem vários signi�cados para os termos “raiz” e “manifestação”. Em nossos estudos, vamos interpretá-los sob
o ponto de vista da patologia, em que raiz corresponde à origem da doença e manifestação, à evidência clínica
da doença. Por exemplo, condições de vento/frio representam a raiz de uma possível doença, e os sintomas
(febre, aversão ao frio) seriam a manifestação. 
O que determinará se é mais pertinente tratar somente a raiz, cuidar da raiz e da manifestação
simultaneamente ou lidar primeiro com a manifestação e depois com a raiz é a gravidade e a urgência das
manifestações clínicas. 
1. Recomenda-se tratar somente a raiz em casos nos quais as manifestações são leves ou moderadas,
considerando tanto o padrão interior quanto exterior, em doenças agudas ou crônicas, nas quais a raiz seja
claramente de�nida diante dos sintomas apresentados. Como exemplo, podemos citar casos de de�ciência de
Yang do baço (raiz), que causa diarreia, cansaço, pouco apetite, pulso fraco, distensão abdominal, língua pálida.
2. Tratar a raiz e a manifestação clínica ao mesmo tempo é uma prática sugerida para casos graves, em que o
paciente esteja a�ito. É adequada, por exemplo, para casos de de�ciência do Yang do baço em que a diarreia
seja muito intensa e debilitante, especialmente em idosos.
3. O método que trata primeiro a manifestação para depois cuidar da raiz é indicado para casos graves, de
urgência, nos quais haja risco de morte, geralmente em quadros clínicos agudos. Como exemplo, podemos citar
situações de tosse produtiva, falta de ar, calafrios, revestimento da língua pegajoso e espesso, em que há uma
de�ciência do Yang do baço (raiz) causando retenção de �euma (muco) no pulmão (a manifestação). Portanto, é
uma intervenção recomendada para pacientes idosos e quando as manifestações clínicas forem graves.
Diante desse contexto, podemos usar várias técnicas da MTC, dentre as quais se destacam:
• Acupuntura: inserção de agulha ou pressão (acupressão) em pontos especí�cos, os quais estão distribuídos
ao longo dos meridianos.
• Auriculoterapia: explora pontos localizados na orelha, a qual funciona como um microssistema do corpo.
Podem-se utilizar agulhas, sementes, cristais e esferas de metal.
• Ventosaterapia: uso de ventosas (copos de acrílico ou vidro) sobre a pele, nos pontos da acupuntura.
• Moxabustão: usada para aquecer pontos da acupuntura ou regiões do corpo pela queima de ervas
medicinais, principalmente a Artemisia vulgaris.
• Fitoterapia chinesa: utilização de ervas por meio da ingestão, as quais têm características especí�cas, como
sabor, natureza e temperatura.
• Dietoterapia chinesa: terapia desenvolvida a partir dos alimentos para preservar a saúde e afastar ou tratar
doenças, mantendo o equilíbrio energético.  
A PRÁTICA DA MTC
Para trabalhar com a MTC, identi�ca-se o padrão, reconhece-se o princípio de tratamento a ser aplicado e, por
consequência, as técnicas da MTC que poderão ser utilizadas para melhorar/curar a raiz e/ou a manifestação da
patologia.
Padrões de exterior: podem ser puramente de exterior (sintomas de aversão ao frio, corpo dolorido, rigidez no
corpo, febre) ou do tipo frio ou calor, sendo diferenciados pelos fatores “sede” e “pulso”. No padrão exterior por
calor, há sede e o pulso é rápido. Já no padrão exterior por frio, há ausência de sede e o pulso é tenso. O padrão
de exterior ainda pode ter caráter de de�ciência ou de excesso, os quais são diferenciados pelos seguintes
aspectos:
• Sudorese: em caso de de�ciência, há sudorese; em caso de excesso, não há sudorese.
• Pulso: lento, se existe de�ciência, e tenso, se houver excesso.
• Intensidade de dores no corpo: intensas, se houver excesso, e menos intensas, caso exista de�ciência.
Quando o indivíduo apresenta, por exemplo, um padrão de exterior por vento-frio, signi�ca que ele foi invadido
pelo fator patogênico vento com natureza de frio. Por causa disso, o paciente terá obstrução da circulação do Qi
nos canais, o que gera dor intensa a uma única articulação em particular. O tratamento, nesse caso, deve cuidar
da raiz com o princípio de dissipar, por meio da aplicação de calor. Uma forma mais rápida de eliminar o frio
seria a partir da moxaterapia. Caso haja tempo disponível para uma intervenção gradual, é possível usar a
acupuntura, �toterapia, dietoterapia e auriculoterapia.
Padrões de interior: estão relacionados aos órgãos internos e podem ter origem interna ou externa. Quando
um organismo não se recupera do agente patogênico exterior, penetra no interior, gerando, assim, um padrão
de interior. Caso o agente patogênico (vento-frio) estudado no exemplo anterior não tenha sido expelido, ele
entrará no interior do organismo, provocando sintomas de aversão ao calor em vez de aversão ao frio. No
tratamento cujo objetivo é dissipar, o agente poderá usar acupuntura, �toterapia, dietoterapia e
auriculoterapia.
Padrões de Calor/Yin-Yang: podem ocorrer por excesso ou de�ciência. O padrão de calor por excesso (interior
ou exterior) é uma manifestação de excesso do Yang. Nesse caso, o princípio do tratamento deve ser dissipar o
calor. Em contrapartida, o padrão de calor por de�ciência surge pela de�ciência crônica do Yin, principalmente
no rim. Esse padrão deve ser tratado por meio da nutrição do Yin.
Padrões de Frio/Yin-Yang: podem ocorrer por excesso ou de�ciência. Origina-se pelo excesso de Yin, seja
interno (padrão de frio interior) ou externo (padrão de frio exterior). O padrão de frio por excesso tem como
principais manifestações a sensação de frio, membros gélidos, falta de sede, face pálida, língua desbotada com
revestimento branco espesso, entre outros sintomas. O tratamento consiste em dissipar o excesso com uso de
calor (moxaterapia) ou acupuntura. O padrão de frio por de�ciência, por sua vez, refere-se a uma de�ciência do
Yang. Os sintomas são praticamente os mesmos do padrão por excesso, exceto pelo fato de abranger apatia,
sudorese e língua pálida, porém com revestimento branco �no. Trata-se tal padrão nutrindo a de�ciência a
partir de acupuntura, �toterapia e dietoterapia.
Padrões de excesso e de�ciência: qualquer condição exterior que invada os estados da natureza con�gura um
excesso, assim como qualquer fator patogênico interior que afete os meridianos e, em seguida, os órgãos, além
de provocar a estagnação do Qi e do Xue. Em relação ao padrão de de�ciência, a interpretação é a mesma
quanto aos meridianos, órgãos, Qi e Xue, a única diferença é que a patologia é marcada por uma insu�ciência, e
não pelo excesso. Como exemplos, podemos citar a de�ciência do Qi do baço ou a de�ciência do Xue do fígado.
De modo geral, o tratamento deve ter o objetivo de dissipar, em caso de excesso, e de nutrir, em caso de
de�ciência.
Todo e qualquer tratamento deve ser individual e especí�co, considerando os sintomas de cada padrão.
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! O vídeo a seguir trata dos diferentes diagnósticos da medicina tradicional chinesa. Por meio
deste conteúdo, você poderá compreender que tais diagnósticos,na visão da MTC, determinam os padrões
(síndromes) de uma patologia. Também será possível relembrar os tratamentos mais indicados para cada uma
dessas síndromes, percebendo que a terapêutica escolhida para a intervenção médica deve ser norteada pelos
desequilíbrios, manifestações e origem da patologia. Por �m, você recordará as principais técnicas da MTC
utilizadas atualmente no Ocidente.
 Saiba mais
Para que você possa entender mais detalhes sobre a acupuntura auricular, também conhecida como
auriculoterapia, leia o artigo intitulado Acupuntura auricular para dor crônica nas costas em adultos:
revisão sistemática e metanálise. Esse estudo reúne várias pesquisas cientí�cas que comprovaram os
benefícios gerados pela técnica da auriculoterapia em casos de dores nas costas.
Outro método promissor para o tratamento da dor crônica nas costas em adultos é a ventosaterapia. Para
que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre essa técnica e sua e�cácia, faça a leitura do artigo
Ventosaterapia e dor crônica nas costas: revisão sistemática e metanálise.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. Diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Organizações, Andrei, 1992.
BELTRÃO, I. C. Noções de saúde e espiritualidade presentes do clássico chinês HUÁNG DÌ NÉI JING (Livro
do Imperador Amarelo). 2017. 144 f. Dissertação (Mestrado) – Pós-graduação em Ciências das Religiões,
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CONTATORE, O. A.; TESSER, C. D.; BARROS, N. F. de. Medicina chinesa/acupuntura: apontamentos históricos
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
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