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AVALIAÇÃO PSA 2023 UNIP COM GABARITO

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Prévia do material em texto

• Pergunta 1 
 
 
Leia a tirinha. 
 
 
O objetivo da tirinha é 
 
Resposta Selecionada: a. 
criticar a mercantilização da produção de opinião nas redes sociais. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 2 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PSA 2023 UNIP
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. De acordo com a charge, o indivíduo que se informa somente por mensagens 
enviadas por redes sociais tem uma visão limitada e não verdadeira sobre os 
acontecimentos, sendo induzido a interpretações erradas. 
PORQUE 
II. Apenas os cientistas têm discernimento sobre os fenômenos naturais e sociais, e a 
observação da realidade não é uma forma válida de conhecimento. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 3 
 
 
Leia a charge. 
 
 
 
O objetivo da charge é 
 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
valorizar o livro e as atividades pedagógicas não digitais como ferramentas 
importantes para a construção do conhecimento. 
 
 
 
• Pergunta 4 
 
 
Leia a charge e o texto de Eugenio Bucci. 
 
 
 
Há erros de informação, imprecisões, distorções de enfoque que, muitas vezes, não 
correspondem aos fatos e que são publicadas como notícias normais na imprensa 
convencional. Nós estamos diante de um fenômeno diferente. Nós estamos diante de 
uma usina de produção de notícias fraudulentas, com o propósito de fraudar os 
processos decisórios das democracias. É muito diferente, portanto, de um erro 
jornalístico, coisa que acontece todo dia. Uma boa redação jornalística, quando 
comete um erro, procura se corrigir. Uma notícia fraudulenta é fabricada por alguma 
central, algum grupo ou mesmo uma pessoa, que não age, publicamente, de boa-fé. 
Disponível em <https://mais.opovo.com.br/jornal/dom/2018/01/eugenio-bucci-e-evidente-que-caminhamos-
para-um-jornalismo-melhor.html>. Acesso em 28 fev. 2023 (com adaptações). 
 Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Segundo o texto, as fake news não se confundem com notícias mal elaboradas, pois, no 
caso das primeiras, elas são produzidas com a intenção de interferir politicamente na 
sociedade. 
II. De acordo com a charge, as fake news espalham-se mais rapidamente no meio rural, 
onde é maior o índice de analfabetismo. 
III. A charge e o texto apontam que a produção de fake news tem como propósito o 
consumo de informações por grande número de pessoas. 
É correto o que se afirma em 
 
Resposta Selecionada: d. 
I e III, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 5 
 
 
Leia os quadrinhos e o texto. 
 
Bancos com divisórias e formatos desconfortáveis, pedras pontiagudas embaixo de viadutos, 
grades no entorno de praças e jardins, muros com pinos metálicos, construções sem marquises 
ou com gotejamento de água programado, cercas elétricas e arame farpado. Os elementos e 
materiais utilizados para afastar pessoas dos espaços públicos são muitos e acabam 
influenciando a maneira como os indivíduos convivem e vivenciam os municípios. A arquitetura 
hostil, termo que abrange todas as barreiras e desenhos urbanos que parecem dizer “não se 
sinta em casa” — como define a repórter Winnie Hu, do The New York Times —, é parte da 
realidade da maioria das cidades pelo mundo e vem despertando debates sobre o impacto 
dessas ações, principalmente por meio das redes sociais. 
A professora de antropologia do Centro de Graduação da Universidade da Cidade de Nova York, 
Setha Low, afirmou em entrevista para a Reuters que o risco que se corre com esse tipo de 
medida é mudar a natureza dos ambientes públicos de “inclusivos para exclusivos”. 
Já o fotógrafo alemão Julius-Christian Schreiner ressaltou à reportagem que o aumento de locais 
públicos administrados pela iniciativa privada acentuou o problema, deixando pouca área para 
as pessoas se “recostarem, vagarem ou socializarem sem a pressão de comprar algo”. Schreiner 
é o idealizador do trabalho “Agentes Silenciosos” — uma série de imagens sobre arquitetura 
hostil realizada em lugares como Londres, Paris, Hamburgo, Berlim e Nova York. 
Para o fotógrafo, nos municípios, os cidadãos são mais vistos como clientes. “Se você é um bom 
consumidor, pode usar a infraestrutura. Mas, se não for, não deveria estar nesse espaço”, 
declarou à Reuters. Ao mesmo tempo em que crescem os exemplos dessas iniciativas que 
barram a permanência por mais tempo de pessoas consideradas “indesejadas” — e aqui 
entram também os skatistas e sua circulação pelos centros urbanos —, a matéria cita grupos 
em diferentes localidades que estão se mobilizando para chamar a atenção para o assunto e 
tentar amenizar os seus reflexos. 
 
Disponível em <https://caosplanejado.com/arquitetura-hostil-quando-as-cidades-nao-sao-para-
todos/?gclid=EAIaIQobChMI2dTn7Iqi_AIVtOBcCh0wLg_dEAMYASAAEgLVx_D_BwE>. Acesso em 14 dez. 2022 (com 
adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Os quadrinhos revelam que as ações relacionadas à arquitetura hostil são 
planejadas, ideia também afirmada no texto. 
II. Segundo o texto, o uso de determinados espaços vincula-se mais ao conceito de 
consumidor do que ao de cidadão. 
III. A administração dos espaços públicos por empresas privadas, de acordo com o 
texto, é uma solução para que eles se tornem mais inclusivos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
I e II, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 6 
 
 
Leia o texto. 
Mas o que distingue o cinema de todos os outros meios de expressão culturais é o poder 
excepcional que lhe advém do fato de a sua linguagem funcionar a partir da reprodução 
fotográfica da realidade. Com efeito, com ele, são os próprios seres e as próprias coisas que 
aparecem e falam, dirigem-se aos sentidos e falam à imaginação: a uma primeira abordagem 
parece que qualquer representação (o significante) coincide de forma exata e unívoca com a 
informação conceptual que veicula (o significado). 
MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Lisboa: Dinalivros, 2005, p.24. 
A seguir, temos a foto de uma cena do filme “O Poderoso Chefão” (1972). Essa obra-prima do 
cinema, ganhadora de diversos Oscars, inclusive o de Melhor Filme, mostra a trajetória de uma 
família mafiosa de Nova York de uma maneira que jamais havia sido vista antes. O roteiro do 
diretor Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo do escritor ítalo-americano Mario 
Puzo, apresenta o crime organizado como uma empresa capitalista qualquer e, ao fazer isso, põe 
no mesmo nível os capitalistas e os mafiosos. Em vez de apelar para os diálogos ou a atuação dos 
atores para evocar a onipresença do mal no universo de crimes e assassinatos perpetrados pela 
máfia, o filme emprega uma fotografia contrastada em claro/escuro, predominantemente 
sombria. Trata-se de uma maneira estritamente visual de trabalhar um tema, a característica 
essencial do cinema como linguagem autônoma. 
 
 
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. De acordo com o texto, o cinema é uma forma de arte exclusivamente imagética, que 
independe das palavras. 
PORQUE 
 
II. Os recursos visuais, como iluminação e fotografia, são importantes na construção da 
mensagem cinematográfica. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: d. 
A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 7 
 
 
Leia o texto. 
Não vacinados representam 75% das mortes por covid-19, diz estudo brasileiro 
Vacinação protegeu todas as faixas etárias de hospitalizações e mortes, inclusive 
indivíduos com mais de 80 anos 
Publicado em 04/03/2022 
Uma pesquisa conduzida em Londrina, no Paraná, mostrou que 75% das mortes por 
covid-19 registradas nos primeiros dez meses de 2021 ocorreram em indivíduos que 
não foram imunizados contra a doença. Entre os idosos, o índice de morte foi quase 
três vezes maior entre os não vacinados do que entre os imunizados.Entre pessoas 
com menos de 60 anos, o número de mortes de não vacinados foi 83 vezes maior do 
que nos imunizados. O estudo foi conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, 
pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São 
Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos EUA. 
 
Foram incluídos no estudo dados de 59.853 casos confirmados de covid-19 e 1.687 
mortes pela doença, reportados entre janeiro e outubro de 2021. Dos óbitos 
registrados, 1.269 foram de indivíduos não vacinados. Já entre os casos confirmados, 
48.217 foram de pessoas que não tomaram a vacina, 7.207 de indivíduos 
parcialmente imunizados e 4.429 de pessoas com esquema vacinal completo. Dos 
vacinados que foram infectados, 54% tinham mais de 60 anos. 
Os cientistas analisaram as taxas de letalidade (proporção entre o número de mortes e 
o número de casos) em três modelos: de acordo com a idade dos participantes, com o 
status de vacinação e segundo a relação de ambas as características (idade e 
vacinação). No primeiro modelo, quanto mais velhos os indivíduos, maior a letalidade 
observada. A segunda análise mostrou que os vacinados apresentam uma taxa de 
letalidade 40,4% menor do que os não vacinados. 
Já o terceiro modelo confirmou que a vacinação reduziu as mortes em todas as faixas 
etárias. "Nossos achados reforçam que a vacinação é uma medida de saúde pública 
essencial para reduzir os índices de fatalidade por covid-19 em todas as faixas 
etárias", afirmam os autores do artigo. 
Os resultados da pesquisa corroboram os de outros trabalhos já publicados, como um 
estudo observacional com dados de 90 países que mostrou que, a cada aumento de 
10% na cobertura vacinal, a mortalidade reduz 7,6%. 
Disponível em <https://butantan.gov.br/noticias/nao-vacinados-representam-75-das-
mortes-por-covid-19-diz-estudo-brasileiro>. Acesso em 13 fev. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A pesquisa indicou que a vacinação reduziu a morte e a contaminação por covid-19. 
II. Segundo os dados, 54% dos vacinados com mais de 60 anos foram infectados, mas, 
entre os imunizados, a taxa de letalidade foi 40,4% menor do que a observada entre os 
não vacinados. 
III. A pesquisa mostrou que 75% dos não vacinados morreram devido à covid-19. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
I e II, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 8 
 
 
Leia o texto e observe a imagem. 
Os filtros do Instagram estão mudando a nossa aparência na vida real? 
Rede sociais, filtros do Instagram e cirurgia plástica 
“As redes sociais nos coagem a sempre maximizar o que é belo o tempo inteiro”, diz a 
historiadora Luciana de Almeida. Se antes a beleza seguia elementos definidos e mais 
permanentes, agora essa superexposição cobra ainda mais do nosso corpo e rosto. “O filtro 
mostra que, apesar da aparente perfeição, isso não basta. Temos sempre que tornar essa 
imagem mais interessante. Não podemos mais ter o nosso próprio rosto. A sensação é de que os 
filtros do Instagram roubaram os nossos rostos“, diz Luciana, autora da tese “Os sentidos das 
 
aparências: invenção do corpo feminino em Fortaleza (1900-1959)” e estudiosa da história da 
beleza. 
De acordo com o censo de 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a busca por 
procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390% no país. O preenchimento labial é a 
intervenção mais buscada segundo o ranking do órgão, seguido por aplicação de botox e 
peeling, laser e suspensão com fios. Em 2017, um estudo da Academia Americana de Cirurgiões 
Plásticos revelou que a motivação de 55% das pessoas que fizeram rinoplastias em 2017 foi o 
desejo de sair melhor em selfies. Se antes procurávamos parecer mais bonitos na vida física, 
agora queremos estar bem nas fotos das redes sociais. “Estar o tempo inteiro clicando 
autorretratos muda a forma como nos vemos e como nos achamos bonitos ou feios”, explica 
Hilaine Yaccoub. “Queremos ser e ter na vida real aquele visual tão cuidadoso dos perfis da rede 
social”. 
Ao ir ao dermatologista ou ao cirurgião plástico, é comum pacientes levarem fotos de mulheres 
cujas características corporais lhe agradem e também uma foto com o filtro que as 
incentivaram a buscar a cirurgia. Os cirurgiões explicam que podem conseguir o efeito até certo 
ponto; o filtro serve de inspiração, mas é preciso alinhar as expectativas. Há riscos físicos e 
psicológicos na busca por uma aparência computadorizada. 
EIRAS, Natália. Os filtros do Instagram estão mudando a nossa aparência na vida real? Revista Elle, publicado em 25 de maio 
de 2020. Disponível em <https://elle.com.br/beleza/filtros-instagram-nos-deixam-iguais-2>. Acesso em 12 fev. 2023 (com 
adaptações). 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com os especialistas, as cirurgias plásticas realizam o sonho das mulheres de 
conseguir uma aparência igual às imagens obtidas por filtros e, assim, possibilitam a realização de 
selfies perfeitas. 
II. O dedo em riste na figura indica a determinação social de padrões de beleza, que, muitas vezes, 
levam as pessoas à busca por uma imagem considerada bonita e as fazem modificar os verdadeiros 
rostos. 
III. Não há relação entre a figura e o texto, pois a imagem refere-se à relação da mulher com o 
espelho, e não com as redes sociais. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: b. 
II. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 9 
 
 
Leia o texto. 
Especialista alerta sobre elo entre fatores que atrapalham o sono noturno, como 
a apneia, e o maior risco cardiovascular 
Engana-se quem pensa que o sono consiste apenas em um estado passivo na vida de 
um ser humano. Ele influencia e é influenciado por uma série de fatores fisiológicos e 
comportamentais. Nem o cérebro nem o coração param durante o sono, mas o 
repouso noturno é essencial para preservar esses órgãos vitais. Distúrbios do sono, 
sobretudo a apneia obstrutiva, comprometem o organismo e elevam com o tempo o 
risco de problemas no coração e nas artérias. A apneia está ligada a características 
anatômicas e ao estilo de vida, sendo mais frequente em alguns biotipos e com o 
ganho de peso. Quem sofre desse problema, mais famoso pelos roncos, fica com um 
sono extremamente fragmentado e desperta muitas vezes com uma sensação de 
sufocamento. Também existem reflexos na capacidade de queima da gordura corporal 
e na ação da insulina pelo corpo. A sobrecarga do coração não se restringe somente 
ao fato de o músculo cardíaco ter de trabalhar com maior intensidade. Estudos 
demonstram que ele também é alvo de substâncias inflamatórias liberadas em razão 
do estresse na parede do coração e dos vasos sanguíneos. 
Não é à toa que existem evidências ligando a apneia do sono ao aumento nas taxas de 
infarto, arritmia e derrame cerebral. Isso faz com que os distúrbios do sono sejam 
considerados fatores críticos na equação do risco cardiovascular. No entanto, não é 
tão simples diagnosticar esse tipo de problema. Normalmente, a pessoa passa anos 
sem sintomas, sem se dar conta dos roncos e das pausas na respiração, julgando que 
aquilo é normal e faz parte de sua constituição física. Dormir mal, portanto, pesa em 
termos de morbidade e mortalidade cardiovascular. Ainda não está claro, porém se, 
nesse grupo de pessoas, o tratamento dos distúrbios de sono é capaz de prevenir 
eventos cardiovasculares. 
Um ponto a destacar é a correlação estreita entre a apneia do sono e a obesidade. A 
redução do peso por meio de mudanças no estilo de vida pode ajudar a controlar a 
condição e suas repercussões, como o aumento da pressão arterial. O impacto do 
sono na saúde cardiovascular foi ainda mais valorizado recentemente, quando, em 
cima dos resultados de pesquisas, cientistas da Escola de Saúde Pública da 
Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos, passaram a incluir um bom sono 
noturno na lista de itens decisivos parao bem-estar das artérias. O trabalho de 
Colúmbia nos faz justamente rever o estilo de vida e repensar cuidados com a saúde. E 
isso inclui buscar um sono reparador. O interessante é que o descanso noturno não 
está isolado num mar de outros fatores preventivos. Exemplifico: pessoas que 
praticam exercícios físicos regularmente tendem a dormir melhor; e quem dorme 
melhor tende a ter mais disposição para se exercitar. Um sono saudável está, 
portanto, bastante conectado com os outros sete itens para a qualidade de vida 
listados pelos pesquisadores americanos. E ganha relevância se pensarmos na 
associação direta entre um sono insuficiente e o surgimento e agravamento de 
doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, insuficiência cardíaca, 
depressão e Alzheimer. Quanto dormir? Um ciclo saudável costuma ter entre 7 a 9 
horas de descanso no período da noite. E descanso ininterrupto, sem as pausas 
 
provocadas por apneia ou insônia. Quando esse padrão se ajusta e se alia a outros 
hábitos equilibrados, ganhamos energia e uma proteção extra contra doenças. 
Disponível em <https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/meta-para-2023-dormir-bem-pelo-seu-
coracao/>. Acesso em 23 fev. 2023. 
 Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. As chances de desenvolvimento de problemas cardiovasculares em pessoas com 
distúrbios de sono tendem a ser maiores. 
PORQUE 
II. Um sono reparador é aquele em que a pessoa dorme de 7 a 9 horas, sem interrupções, 
e não depende de outros fatores do cotidiano. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 10 
 
 
Leia o texto. 
Por que algumas pessoas são gênios esquecidos 
Diversos fatores psicológicos contribuem para que as pessoas atinjam níveis 
assombrosos de percepção e criatividade 
David Robson, BBC- 04/12/2022 
No final dos anos 1920, um jovem de classe média conhecido como Ritty passava a 
maior parte do tempo mexendo no seu "laboratório", na casa dos pais em Rockaway, 
Nova York, nos Estados Unidos. 
O laboratório era uma velha caixa de madeira, equipada com prateleiras que 
continham uma bateria e um circuito elétrico com lâmpadas, chaves e resistores. Uma 
das suas invenções mais notáveis era um alarme doméstico contra intrusos que o 
alertava sempre que seus pais entrassem no seu quarto. 
Ele também usava um microscópio para estudar o mundo natural e, às vezes, levava 
seu conjunto de química para a rua, para fazer truques para as outras crianças. 
Mas o registro escolar de Ritty no ensino fundamental era comum. Ele tinha 
dificuldades com literatura e línguas estrangeiras. E, em um teste de QI quando 
criança, a pontuação dele teria sido de cerca de 125, que é acima da média, mas longe 
do espectro dos gênios. 
Na adolescência, Ritty demonstrou talento para a matemática e começou a estudar 
sozinho com livros elementares. No final do ensino médio, ele conseguiu o primeiro 
lugar no concurso anual de matemática do estado. 
 
Ritty é parte da história da Ciência. Ele tornou-se o físico Richard Feynman (1918-
1988), vencedor do Prêmio Nobel em 1965. Sua teoria da eletrodinâmica quântica 
revolucionou o estudo das partículas subatômicas. 
Outros cientistas consideravam o funcionamento da mente de Feynman algo 
impenetrável. Para os colegas, ele parecia ter um talento quase sobrenatural, que 
levou o matemático polonês-americano Mark Kac a declarar, em sua autobiografia, 
que Feynman não era apenas um gênio comum, mas "um mágico do mais alto 
calibre". 
A psicologia moderna pode nos ajudar a decodificar essa magia e compreender, de 
forma mais geral, o que torna uma pessoa um gênio? 
A simples definição do termo já é uma dor de cabeça. Não existem critérios claros nem 
objetivos. Mas a maior parte das definições identifica que o gênio tem realizações 
excepcionais em pelo menos um domínio, com originalidade e talento que são 
reconhecidos por outros especialistas na mesma disciplina e podem impulsionar 
muitos outros avanços. 
Disponível em <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/12/04/por-que-algumas-pessoas-sao-genios-
esquecidos.ghtml>. Acesso em 06 dez. 2022 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. Richard Feynman mostrava traços de genialidade desde a infância, 
principalmente no ambiente escolar, embora seu teste de QI tenha 
apresentado resultado mediano. 
II. Os critérios para identificar a genialidade são bem definidos e incluem a 
realização de feitos excepcionais e o bom desempenho escolar. 
III. Para se tornar um físico famoso, Richard Feynman recebeu intenso 
apoio da família e da escola, que lhe promoveu condições diferenciadas 
de estudo. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: d. 
Apenas a afirmativa II é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 11 
 
 
Leia o texto. 
A questão da uberização ou plataformização do trabalho tem um potencial de se 
generalizar para todas as categorias profissionais. Ela já está avançando para setores da 
saúde (como cuidadoras e enfermeiras particulares), educação, serviços de limpeza 
doméstica (faxineiras), além de novas “modalidades” de trabalho, como as fazendas de 
cliques. Essa tendência de expansão só é possível por conta de novas tecnologias que têm 
sido implementadas no nosso cotidiano, em particular no mundo do trabalho (como é o caso 
da internet 5G, big data, internet das coisas etc.). Por exemplo, a modalidade de teletrabalho 
– hoje presente em várias categorias profissionais e um problema central para o mundo 
 
sindical – não deixa de ser uma forma de plataformização (isto é, um trabalho mediado por 
uma tecnologia informacional, como um tablet, um computador ou um celular). A diferença 
entre um entregador de uma plataforma digital e um servidor público do setor judiciário 
que trabalha hoje em home office é o contrato de trabalho, ou seja, os direitos adquiridos. 
A grande novidade das empresas-plataformas é que elas levaram ao extremo a 
exteriorização das atividades de trabalho, transferindo as responsabilidades aos 
trabalhadores. Dizem que estão apenas fazendo a intermediação entre clientes e 
trabalhadores (durante um tempo, tentaram chamar isso de “economia de 
compartilhamento”) e, por conta disso, não reconhecem o vínculo de emprego de seus 
entregadores ou motoristas. Mais que isso, deixam para eles todo o custo do processo de 
trabalho ou de serviço como, por exemplo, o aluguel ou o financiamento do carro ou da 
motocicleta, os custos com o combustível, a manutenção etc. Na verdade, o que essas 
empresas estão fazendo é litigioso, deixando milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem 
qualquer direito ou assistência. Elas mesmas reconheceram isso quando aceitaram a 
inclusão de entregadores e motoristas no regime público de previdência social, com 
contrapartida financeira por parte delas. 
Mas a questão central, como muito bem apontaram as lideranças de entregadores e parte 
dos representantes sindicais, não está em incluí-los no regime de previdência e assegurar a 
eles um seguro saúde. Eles querem mais. Muitos dizem: “Nenhum direito a menos!”. E há 
uma compreensão, entre ativistas e pesquisadores, de que, se esta nova lógica de relação de 
trabalho das empresas-plataformas se estabelecer na legislação brasileira, serão abertas as 
portas para a plataformização de todas as categorias profissionais. Está em jogo, portanto, 
o futuro do mundo do trabalho e não apenas de uma ou outra categoria profissional. 
 
Disponível em <https://www.ihu.unisinos.br/626697-as-empresas-plataformas-sao-o-que-capital-financeiro-
capital-produtivo-rentistas-comercio-ou-produtoras-de-valor-a-maioria-delas-e-tudo-isso-ao-mesmo-tempo-
entrevista-especial-com-ricardo-festi?fbclid=IwAR2RACgqBJcwmbkA1FuqojtR7S38uAbXGc-
3_Ei9Vzl2rT8EMblKwNUIJgs>. Acesso em 07 mar. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A plataformização do trabalhobeneficiou os trabalhadores de diferentes 
categorias, pois possibilitou a intermediação entre eles e os clientes e a 
garantia de seus direitos trabalhistas no momento da pandemia. 
II. A uberização, possibilitada pelas novas tecnologias, implica a 
precarização do trabalho, com a perda de direitos historicamente 
adquiridos. 
III. A plataformização representa uma evolução no mundo do trabalho, com 
a possibilidade de mais empregos e mais benefícios aos trabalhadores. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: c. 
Apenas a afirmativa II é correta. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 12 
 
 
Leia o texto. 
São Paulo tem início de ano mais frio desde 1965, aponta Inmet 
 
Os primeiros dias de 2023 na cidade de São Paulo (SP) foram os mais frios para um 
mês de janeiro desde 1965. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 
pleno verão, a média de temperatura máxima observada nos dez primeiros dias deste 
ano ficou em 23,9ºC. É o menor valor já registrado para o período desde 1965, quando 
a média chegou a 23,8ºC. 
De acordo com o Inmet, na capital e em grande parte do estado de São Paulo, as 
temperaturas estão abaixo da média por causa da Zona de Convergência do Atlântico 
Sul (ZCAS), resultado do encontro de ventos úmidos vindos do Atlântico, mais frios, 
passando pela faixa leste do estado, com ventos vindos da Bacia Amazônica. “Este 
sistema foi potencializado por águas costeiras mais frias que o normal para a época 
do ano e por áreas de baixa pressão, assim ajudando a promover dias seguidos de 
tempo nublado a encoberto, volumes expressivos de chuva e temperaturas abaixo da 
média”, diz nota do instituto. 
Historicamente, a média de temperatura máxima que costuma ser registrada nos 
primeiros dez dias do mês de janeiro é em torno de 27,9ºC. 
A média de temperatura mínima observada nos primeiros dez dias deste ano, 
estabelecida em 17,6ºC, também está abaixo da média histórica para o período, que é 
em torno de 18,8ºC. 
Chuvas 
Segundo o Inmet, o acumulado de chuvas registrado entre os dias 1º e 10 de janeiro foi 
de 79,8 milímetros (mm), volume que se encontra dentro da média para o período, em 
torno de 81mm. 
Disponível em <https://www.metroworldnews.com.br/foco/2023/01/11/sao-paulo-tem-inicio-de-ano-mais-
frio-desde-1965-aponta-inmet/>. Acesso em 17 jan. 2023. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. A temperatura máxima média indica a temperatura mais elevada atingida no período 
em determinado local. 
II. Na cidade de São Paulo, os dez primeiros dias de janeiro de 2023 foram marcados por 
temperaturas mais baixas do que a média histórica e o volume acumulado de chuva ficou 
acima dos volumes registrados desde 1965. 
III. O encontro de ventos úmidos e frios vindos do Atlântico com ventos vindos da Bacia 
Amazônica foi responsável pelas baixas temperaturas observadas em janeiro de 2023. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: d. 
III, apenas. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 13 
 
 
Leia o texto, de autoria de Laura Mattos, e a charge. 
Inteligência artificial ajuda aluno a escrever redação nas escolas 
“A inteligência artificial tornou-se uma ferramenta cada vez mais importante no campo da educação e uma das 
maneiras mais emocionantes de usá-la é ajudar os estudantes a melhorar suas habilidades de escrita”. 
Foi assim que a nova vedete da inteligência artificial, a plataforma ChatGPT, iniciou um texto de seis parágrafos 
quando a “Folha” lhe enviou a seguinte solicitação: "Escreva um artigo sobre o uso da inteligência artificial para 
estudantes aprenderem a escrever redação". 
O artigo ficou pronto em 50,5 segundos. Ainda no primeiro parágrafo, o robô prosseguiu afirmando que as 
ferramentas "podem fornecer aos estudantes feedback instantâneo sobre seus ensaios, ajudando-os a identificar erros 
e a melhorar sua escrita com o tempo". 
Se é realmente "emocionante", isso já é um juízo de valor feito pelo robô do ChatGPT, mas, de fato, como o texto 
aponta, essa ferramenta começa a se disseminar na educação, e escolas brasileiras, públicas e particulares, passaram 
a adotá-la. 
Em São Paulo, a inteligência artificial para esse fim deverá ser introduzida nas escolas estaduais ainda neste semestre, 
de acordo com o secretário de educação, Renato Feder. "Teremos um programa que apontará instantaneamente para 
o aluno erros gramaticais, ortográficos e de pontuação, além de explicar a regra", afirmou o secretário à “Folha”. 
Posteriormente, a redação deve ser encaminhada ao professor, e a plataforma sistematiza a sua correção fazendo ao 
docente perguntas como "Qual é a aderência do texto ao tema proposto?", "Trabalha com a argumentação?", "Usa 
raciocínio lógico?", "Traz uma conclusão?". 
Segundo Feder, a ferramenta será desenvolvida pela Secretaria de Educação, da mesma forma que o programa 
implementado nas escolas paranaenses quando ele foi secretário. O “Redação Paraná” foi criado no primeiro ano da 
pandemia e é utilizado por estudantes do 6º ao 9º ano e do ensino médio. 
O Governo do Espírito Santo também aderiu a essa tecnologia, a partir de parceria com uma startup, a Letrus. 
Essa mesma tecnologia já foi utilizada em escolas públicas da Paraíba, do Pará, de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, 
por meio de projetos financiados por institutos sociais, e atualmente está presente em escolas da Fundação Bradesco e 
em instituições voltadas à classe A de São Paulo, como a rede Pueri Domus e as escolas do Grupo Bahema, entre as 
quais a Escola da Vila e a Escola Viva. A Letrus diz ser utilizada por 180 mil estudantes no país - o custo médio 
programa gira em torno de R$ 100 por aluno por ano. 
Professor de língua portuguesa e fundador da empresa, Luís Junqueira admite que, por melhor que seja, uma 
ferramenta de inteligência artificial não consegue substituir o olhar humano. 
"Mas facilita o trabalho do professor e pode orientá-lo sobre que dificuldades devem ser observadas", diz ele. "Também 
é importante o estímulo que o estudante tem ao receber um feedback rápido da sua redação. No Brasil, a maioria dos 
estudantes não consegue ter os seus textos lidos por professores." 
A Letrus defende que a ferramenta precisa ser integrada ao currículo escolar, com treinamento dos professores, para 
que saibam utilizá-la em aula, além de monitorar o desenvolvimento de cada aluno por meio de um histórico de dados 
e estatísticas. 
Plataformas com essa proposta, portanto, segundo ele, diferenciam-se de sites e aplicativos que oferecem correção de 
redação instantânea gratuitamente (há serviços pagos, como o de escolher um tema livre). Entre elas já se tornaram 
conhecidas de professores brasileiros a Glau e a Grammarly. 
Além de erros gramaticais e ortográficos, as ferramentas se dizem capazes de analisar, em algum grau, a construção 
de frases e a fluência do texto e, também, de evitar plágios, pesquisando outros textos online ou barrando a 
possibilidade de copiar e colar. 
Mestre em linguística aplicada e professor do Instituto Singularidades, que forma professores e gestores da educação, 
Maurício Canuto afirma que essas ferramentas podem ser úteis, "desde que consideradas como complementares e 
sempre utilizadas com a mediação do docente". "A tecnologia pode apontar um erro de pontuação, por exemplo, e 
explicar a regra, mas não garante que o aluno entenderá." 
O professor dá aula de português na rede municipal de São Paulo e sugere essas ferramentas aos seus alunos. Ele diz 
ser preciso cuidado para que a criatividade não seja tolhida. "Essas ferramentas utilizam modelos de textos", diz. "Isso 
pode ir na contramão do que a BNCC [Base Nacional Comum Curricular] determina, que o aprendizado busque novas 
linguagens, interações e que evite fórmulas estáticas." 
Ponderação semelhante faz Adriano Chan, corretor de redação de vestibulares e doutorando da Unesp em linguística 
cognitiva, que lida com os modelos do pensamento algorítmico. "Na língua, temos osusos que seguem padrões e os 
que não seguem, e esses casos não são identificados por essas ferramentas." 
Para Chan, que é proprietário de um curso de redação em São Paulo, essas ferramentas "podem ajudar o professor a 
ser mais eficaz", desde que utilizadas com cautela. "Essas plataformas trabalham com modelos de texto. Procuram as 
palavras no primeiro parágrafo e avaliam como se relacionam com o restante da escrita. Isso não funciona para 
alunos mais criativos, para redações mais sofisticadas." 
A ponderação entre aspectos positivos e negativos, aliás, não está presente no texto do ChatGPT feito a pedido da 
“Folha”, que só apontou vantagens do uso da inteligência artificial. A conclusão do robô é que o uso "emocionante" da 
ferramenta pode transformar alunos em "escritores competentes". 
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/02/escolas-adotam-inteligencia-artificial-para-ajudar-aluno-a-escrever-
redacao.shtml#:~:text=%22A%20intelig%C3%AAncia%20artificial%20tornou%2Dse,melhorar%20suas%20habilidades%20de%20escrita.%22>. Acesso 
em 16 mar. 2023 (com adaptações). 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com a charge e com os especialistas apresentados no texto, a ferramenta ChatGPT substitui plenamente a 
figura humana, pois sua tecnologia permite que ela realize com eficiência todas as tarefas. 
II. O texto escrito pela ferramenta ChatGPT, mencionado no artigo, pondera sobre os aspectos positivos e negativos da 
inteligência artificial para os estudantes e é um exemplo claro do potencial dessa tecnologia. 
III. Segundo o secretário de educação de São Paulo, uma ferramenta específica será utilizada nas escolas públicas e 
apontará aos estudantes os erros gramaticais em seus textos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
III, apenas. 
 
 
 
 
• Pergunta 14 
 
 
Leia a charge e o texto. 
 
 
 
Um artigo publicado recentemente na revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação 
da população negra na arte do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de 
serem a maioria da população. No trabalho intitulado “A maioria da população 
brasileira é minoria nos quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre-docente em Ciências 
da Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como 
inspiração os estudos do pesquisador Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro 
como personagem da chamada 9ª arte, as histórias em quadrinhos (HQs). Visto que a 
maioria da população brasileira é negra, não faz sentido tão poucos personagens negros 
nas histórias em quadrinhos. 
 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo 
levantamento populacional, 43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 
9,3% pretos e 46,5% pardos. 
A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a 
presença de personagens negros nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do 
país. Se somos, então, um país negro, onde estão os pretos e pardos nos meios de 
comunicação?”, questiona Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, 
ao longo dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições 
econômicas precárias, desumanas, acompanhadas pelo difícil acesso dos 
afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade. 
A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas 
enfrentadas pela população negra, expressas graficamente com a imagem negativa do 
negro nesse tipo de publicação artística. Os padrões europeus dos corpos conceituados 
como “normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos cita a 
revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem 
Pererê, historicamente o mais bem-sucedido personagem negro das histórias em 
quadrinhos, não é baseado em um ser real, é um ser mitológico do folclore brasileiro. Na 
revista “O Tico-Tico” (de 1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da família. 
O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, 
como alguém “que ostenta um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de 
um chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador Chinen, esse “talvez seja o caso 
mais notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As 
precárias condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de 
maneira crítica, em nossa história mais recente, por cartunistas engajados socialmente 
como Novaes, Henfil e, mais notadamente Edgar Vasques. Nobu Chinen, afirma Santos, 
“faz um inventário dos personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco 
conhecidos ou esquecidos que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos 
afrodescendentes brasileiros, mais próximos ou distantes da grande parcela da 
população do Brasil”. 
Disponível em <https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-
quadrinhos-brasileiras/>. Acesso em 7 mar. 2023 (com adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em 
quadrinhos como consequência do fato de uma minoria dos brasileiros 
(9,3% do total) se considerar preta. 
II. A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos 
seus feitos, o que refuta as informações presentes no texto. 
III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história 
dos quadrinhos brasileiros deve-se a ele representar um ser mitológico. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: b. 
Nenhuma afirmativa é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 15 
 
 
Leia o texto, publicado em 10 de janeiro de 2023, pela agência de notícias do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). 
Inflação sobe 0,62% em dezembro e fecha 2022 com alta de 5,79% 
Com alta de 0,62% em dezembro, a inflação fechou o ano de 2022 com um aumento de 5,79%, 
abaixo dos 10,06% registrados em 2021. Com o resultado, é a quarta vez consecutiva que a 
inflação fica acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que em 2022 era de 
3,5% e teto de 5%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 
divulgado hoje (10) pelo IBGE. 
O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas (11,64%), 
que teve o maior impacto (2,41 p.p.) no acumulado do ano. Em seguida, Saúde e cuidados 
pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 p.p. de impacto. A maior variação veio do grupo 
Vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano. O grupo Habitação 
ficou próximo da estabilidade, com 0,07% de variação, e os Transportes (-1,29%) tiveram a 
maior queda e o impacto negativo mais intenso (-0,28 p.p.) entre os nove grupos pesquisados. 
 
 
 
A alimentação no domicílio (13,23%) exerceu a maior influência na alta de 11,64% do grupo 
“alimentação e bebidas”. Os destaques foram a cebola (130,14%), que teve a maior alta entre os 
377 subitens que compõem o IPCA, e o leite longa vida (26,18%), que contribuiu com o maior 
 
impacto (0,17 p.p.) entre os alimentos para consumo no domicílio. Vale mencionar também a 
batata-inglesa (51,92%), as frutas (24,00%) e o pão francês (18,03%). 
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, subiu 7,47%. Enquanto a refeição teve aumento de 
5,86%, a alta do lanche foi de 10,67%. 
No grupo “saúde e cuidados pessoais” (11,43%), a principal contribuição (0,61 p.p.) veio dos 
itens de higiene pessoal (16,69%), em especial os perfumes (22,61%) e os produtos para cabelo 
(14,97%). Outro destaque foi o plano de saúde, com alta de 6,90% e impacto de 0,25 p.p. no 
IPCA acumulado do ano. Vale destacar também a alta de 13,52% dos produtos farmacêuticos. 
Disponível em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/36051-inflacao-sobe-0-62- em-dezembro-e-fecha-2022-com-alta-de-5-79>. Acesso em 11 jan. 2023 (com adaptações). 
De acordo com as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas. 
I. Considerado apenas o período disponível no gráfico, 2015 foi o ano com maior inflação 
acumulada no país. 
II. A pesquisa do IBGE considera que o item “alimentação no domicílio” é uma subcategoria do 
grupo “alimentação e bebidas”. 
III. O IBGE considerou nove grupos na pesquisa. Entre eles, estão os grupos “alimentação e 
bebidas”, “saúde e cuidados pessoais” e “higiene pessoal”. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
I e II, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 16 
 
 
Leia o texto, observe a imagem e avalie as afirmativas. 
Brasil teve recorde de feminicídios no primeiro semestre de 2022 
O Brasil bateu recorde de feminicídios no primeiro semestre de 2022. De acordo com dados publicados 
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 699 casos foram registrados entre janeiro e junho, o que 
representa uma média de quatro mulheres mortas por dia. 
Em 2019, no mesmo período, foram registrados 631 casos. Dois anos depois, em 2021, 677 mulheres 
foram assassinadas em decorrência da violência de gênero. 
Os dados foram coletados com as pastas estaduais de Segurança Pública e representam somente os 
crimes que chegaram a ser registrados. 
Entre as regiões do país, o Norte liderou o aumento, com 75% a mais do que no primeiro semestre de 
2019. Oeste, Sudeste e Nordeste registraram crescimento de 29,9%, 8,6% e 1%, respectivamente. Apenas 
na região Sul foi registrada uma queda de 1,7% dos casos. 
Os dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública acompanham a promulgação da Lei do 
Feminicídio (13.104/2015), que considera o assassinato que envolve violência doméstica e familiar, 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
"O primeiro ano completo que nós temos de estatísticas no Brasil é 2016. Contudo, em 2016 e em 2017, 
ainda temos um movimento nos Estados de adaptação à nova legislação”. 
Assessoria de Comunicação do IBDFAM. Publicado em 13 dez. 2022. Disponível 
em <https://ibdfam.org.br/noticias/10312/Brasil+teve+recorde+de+feminic%C3%ADdios+no+primeiro+semestre+de+2022>. Acesso 
em 12 fev. 2023 (com adaptações). 
 
 
 
I. Com base nos números apresentados na notícia, entre 2019 e 2022, no período de janeiro a junho, houve 
aumento de cerca de 10% nos casos de feminicídio registrados. 
II. Na região Norte, em 2022, ocorreu o maior número de casos de feminicídios no país. 
III. Na imagem, explora-se o duplo significado da palavra “luto”, como verbo e como substantivo. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: c. 
I e III, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 17 
 
 
Leia o texto. 
Garimpo ilegal na Terra Yanomami cresceu 54% em 2022, aponta Hutukara 
O garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou novos 1.782 hectares da Terra Indígena 
Yanomami (TIY), conforme levantamento feito por imagens de satélite. O monitoramento da 
Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta crescimento acumulado de 309% do 
desmatamento associado ao garimpo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022. Nesse 
período, foram mais 3.817 hectares destruídos na maior terra indígena do país, atingindo um 
total de 5.053 hectares. Quando os indígenas começaram a monitorar os efeitos do garimpo, 
em outubro de 2018, havia 1.236 hectares devastados. Em 2021, o desmatamento chegou a 
3.272 hectares, conforme apontou o relatório “Yanomami Sob Ataque: garimpo na Terra 
Indígena Yanomami” e propostas para combatê-lo. O “Sistema de Monitoramento do Garimpo 
Ilegal na TIY” é feito com imagens da “Constelação Planet”, rede de satélites de alta resolução 
espacial capazes de detectar com precisão e mais frequência de vigilância áreas muitas vezes 
não capturadas por outros satélites. Com o monitoramento manual, as atualizações são 
registradas duas vezes por mês. As maiores concentrações de destruição estão nos rios 
Uraricoera, ao Norte da Terra Indígena Yanomami, e Mucajaí, região central. A região de 
Waikás, no Uraricoera, concentra 40% do impacto, com cerca de 2 mil hectares devastados. 
Enquanto isso, o Rio Couto Magalhães, afluente do Mucajaí, sofre 20% do impacto, com cerca de 
mil hectares. A terceira região mais afetada é a de Homoxi, na cabeceira do Mucajaí, com 15% 
da devastação, o que corresponde a cerca de 760 hectares. “Os impactos do garimpo vão além 
do observados pelo satélite, que são focados no desmatamento. Eles também afetam as 
disseminações de doenças, deterioração no quadro de saúde das comunidades, produção de 
 
conflitos intercomunitários, aumento de casos de violência e diminuição da qualidade de água 
da população com destruição dos corpos hídricos. Tudo isso somado compromete a capacidade 
de viver nas comunidades”, explicou o geógrafo Estêvão Benfica, assessor do Instituto 
Socioambiental (ISA). Ainda segundo Benfica, a mobilidade dos garimpeiros de uma área para 
outra é um fator que resulta na proliferação de doenças. Os invasores chegam a levar novas 
cepas de malária de uma região para outra, por exemplo. De acordo com o Sivep Malária, 
sistema de monitoramento do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2021, mais de 40 mil casos de 
malária foram registrados na Terra Indígena Yanomami. Em 2021, foram 21.883, o maior 
registro desde 2003. A explosão dos casos da doença no território indígena coincide com o 
aumento da área devastada pelo garimpo. O monitoramento do Mapbiomas, que utiliza o 
satélite Landsat, mostra saltos sucessivos no desmatamento pelo garimpo desde 2016. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O avanço do garimpo na região das terras indígenas Yanomami e o número de casos de malária 
estão inversamente relacionados desde 2016. 
II. A taxa de crescimento dos casos de malária foi maior no período de 2019 a 2020. 
III. As consequências do garimpo ilegal nas terras indígenas incluem a disseminação de doenças e 
a destruição ambiental. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: e. 
Apenas a afirmativa III é correta. 
 
 
 
 
 
 
• Pergunta 18 
 
 
Leia o artigo e a charge, de Laerte. 
O que anima e o que assusta no ChatGPT, a nova inteligência artificial 
 
Nas últimas semanas, a emergência do ChatGPT, novo chatbot desenvolvido pela 
OpenAI, chamou a atenção internacional. Essa nova ferramenta de inteligência 
artificial (IA) pode revolucionar um leque extremamente amplo de atividades 
humanas, mas não deixou de despertar também um considerável número de 
preocupações entre especialistas de tecnologia. 
É altamente provável que reguladores sejam os próximos a se interessar por esta 
tecnologia. 
O ChatGPT é uma das últimas aplicações do modelo algorítmico Generative Pretrained 
Transformer 3 (GPT-3). Este modelo de processamento de linguagem natural de última 
geração foi apresentado pela primeira vez em 2020, levantando diversos 
questionamentos éticos em relação ao seu uso. 
O ChatGPT é capaz de entender a linguagem humana natural e gerar uma resposta 
semelhante ao fruto do intelecto humano após receber um pedido. A ferramenta 
ganhou destaque por três razões principais. 
Primeiramente, pelo nível extremamente refinado de suas respostas. A sua simulação 
quase fiel de textos escritos por humanos e suas respostas precisas e coerentes na 
enorme maioria de perguntas, mesmo as mais complexas, é impressionante. 
Tal evolução torna-se extremamente útil para facilitar uma miríade de tarefas e, 
consequentemente, extremamente lucrativa para quem conseguir alcançar este nível 
de sofisticação. Neste sentido, a segunda –mas talvez deveríamos considerá-la a 
primeira– razão pela qual o ChatGPT chamou a atenção dos especialistas foram os 
incessantes rumores sobre o vultoso investimento de US$ 10 bilhões que a OpenAI, 
liderada por Elon Musk e Sam Altman, estaria negociando com a Microsoft, depois de 
já ter recebidoum investimento de US$ 1 bilhão da Microsoft em 2019. 
Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, o ChatGPT já teria atingido a marca de 1 milhão 
de usuários, mesmo tendo sido lançado há menos de um mês. Por enquanto, o 
sistema de IA está sendo disponibilizado "gratuitamente", alistando usuários numa 
gigantesca operação de propaganda e teste da tecnologia. 
Em terceiro lugar, e em perspectiva mais geral, o ChatGPT destaca a chegada de uma 
nova fase de automação na qual a IA não desempenha somente uma tarefa limitada, 
mas pode interagir de maneira muito mais refinada com o usuário, assistindo de 
maneira muito mais elaborada, desde a redação de um artigo, até a correção de 
código de software, no espaço de alguns segundos. 
Por exemplo, o chamado "debug de código" é o primeiro exemplo oferecido no seu site 
oficial sobre como o ChatGPT pode contribuir para examinar e melhorar os códigos, a 
partir de um "diálogo" com o programador. 
Essa capacidade de gerar respostas para qualquer tipo de pergunta é extremamente 
promissora, mas também assustadora. Quando um usuário pede a elaboração de 
malware (ou seja, software malicioso tipicamente usado para ataques de hackers), o 
ChatGPT entrega rapidamente um ótimo rascunho de código que permitiria – ou pelo 
menos facilitaria enormemente – ataques particularmente perniciosos, mesmo se o 
perpetrador fosse um novato. 
Por enquanto, ninguém parece ainda ter pedido ao ChatGPT para elaborar uma série 
de notícias falsas para causar danos a personalidades ou instituições públicas, mas o 
sistema performou muito bem na redação de emails de phishing a ser enviados para 
golpes online. Pode-se imaginar que o mesmo tipo de performance de alto nível possa 
ser alcançado com a elaboração de fake news. 
Talvez uma das aplicações de maior sucesso do chat poderia ser a pesquisa 
acadêmica, que nos obriga a repensar radicalmente como as competências 
intelectuais dos indivíduos são avaliadas. Que sentido pode fazer avaliar um estudante 
com um trabalho de conclusão de curso ou um ensaio se tais trabalhos podem ser 
elaborados em poucos segundos pelo ChatGPT? 
A ICML (International Conference on Machine Learning), uma das mais prestigiadas 
conferências de IA do mundo, já proibiu o uso de ferramentas como o ChatGPT para 
escrever ou corrigir artigos científicos. Essa decisão deu ensejo a um debate ético na 
academia e entre os profissionais de machine learning. 
Algumas das questões éticas levantadas pela conferência foram a dificuldade em 
distinguir textos escritos pelo chat de textos de autoria humana e que seu uso permite 
a reformulação de textos disponíveis na internet, sem creditar os autores originais. 
O plágio é considerado um problema grave nas instituições de ensino, mas sistemas 
como o ChatGPT tornam a prática extremamente mais fácil e, ao mesmo tempo, difícil 
de se detectar. Embora a proibição estabelecida pela ICML seja totalmente 
compreensível, sua implementação parece extremamente difícil. Ainda não está claro 
como o comitê organizador da ICML –ou qualquer outra pessoa– poderia determinar 
se um texto foi elaborado com o auxílio dessas ferramentas. 
As aplicações do ChatGPT podem ser extremamente valiosas e poupar milhões de 
horas de trabalho em redação de emails, notas, planos, projetos, software etc. Porém, 
ao lado de usos amigáveis e de boa-fé vêm muitos outros potenciais (ab)usos muito 
menos nobres. 
A finalidade pela qual qualquer tecnologia é usada depende de seu usuário. Mas o 
desenvolvedor não pode ser totalmente isento de responsabilidade e deve ter um dever 
de cuidado quando a tecnologia pode facilmente ser utilizada para finalidades 
nocivas. 
O ChatGPT levanta questões muito relevantes de cibersegurança, de proteção de 
dados, de pedagogia e de ética. Nos obriga a repensar nossa relação com IA a fim de 
começar a considerar a necessidade de evoluir com ela, nos tornando mais inteligentes 
e preparados graças a ela. A outra opção, mais preguiçosa, e muito mais perniciosa: 
nos tornar dependentes ao invés de protagonistas da IA. 
A chegada de um tipo de IA mais complexo e desafiador nos obriga a analisar todos os 
efeitos, sejam positivos ou negativos, de tais avanços, a nos preparar de maneira séria 
e entender como regular de forma eficiente. 
(*) Luca Belli é professor e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV 
Direito Rio. Nina da Hora é pesquisadora especialista em IA e cibersegurança no CTS-
FGV. 
Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/01/chatgpt-o-que-anima-e-o-que-assusta-na-nova-
inteligencia-artificial.shtml>. Acesso em 28 fev. 2023. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O objetivo da charge é evidenciar os benefícios da tecnologia, especialmente da 
inteligência artificial, que supera a capacidade humana na elaboração de textos, aspecto 
também abordado pelo artigo de opinião. 
II. Segundo o artigo, as finalidades nocivas de qualquer tecnologia dependem dos 
usuários e, por isso, os desenvolvedores de novas ferramentas devem ser isentos de 
qualquer responsabilidade. 
III. O artigo e a charge revelam questões éticas no uso do ChatGPT, pois abordam o 
problema da autoria no uso da ferramenta na produção de textos. 
Assinale a alternativa correta. 
Resposta Selecionada: e. 
Apenas a afirmativa III é correta. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 19 
 
 
Leia o texto. 
América Latina deveria ser região com menos fome no mundo, diz pesquisador 
Gerardo Lissardy 
Por trás da sua última refeição, pode ter existido uma história de grandes interesses. 
Não se trata apenas de quem proporcionou o alimento, mas de uma série de fatores 
que vão desde a produção até sua chegada ao mercado. 
E, em cada uma dessas etapas, pode haver interesses em jogo entre países ou 
corporações, segundo Juan José Borrell, autor do livro “Geopolítica y Alimentos: el 
Desafío de la Seguridad Alimentaria Frente a la Competencia Internacional por los 
Recursos Naturales” (“Geopolítica e alimentos: o desafio da segurança alimentar frente 
à concorrência internacional pelos recursos naturais”, em tradução livre). 
“Os alimentos são um fator de poder”, afirma Borrell, que é professor e pesquisador de 
geopolítica da Universidade de Rosário e da Universidade da Defesa Nacional, na 
 
Argentina. Ele também foi assessor da delegação argentina no Comitê de Segurança 
Alimentar Mundial da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e 
Agricultura. 
Borrell participou do Hay Festival Cartagena, promovido na Colômbia entre 26 e 29 de 
janeiro de 2023. A seguir, leia os principais pontos da sua conversa com a BBC News 
Mundo. 
BBC News Mundo: Como os alimentos se tornaram uma questão geopolítica? 
Juan José Borrell Os alimentos sempre foram importantes. O ser humano estruturou 
sua existência em torno da busca pelo abastecimento alimentar desde antes do 
Neolítico. 
Mas podemos dizer que os alimentos se transformaram em assunto geopolítico depois 
da Segunda Guerra Mundial, com o grande salto dado pelos Estados Unidos no 
cenário internacional. No marco da doutrina da contenção, da ajuda humanitária e 
da criação de organismos como a ONU, temas como a fome e a pobreza – que giram 
em torno da produção de alimentos - adquiriram alcance internacional. 
Vivemos nas últimas décadas um interesse renovado por uma série de fenômenos 
geopolíticos que voltaram a colocar o tema do fornecimento de alimentos na agenda 
maior da política internacional. Por exemplo, o crescimento das novas economias, a 
concorrência pelos recursos, o aumento da população mundial ou os danos aos 
ecossistemas. 
(...) 
BBC: Qual é o objetivo dos países nisso tudo? Garantir sua própria segurança 
alimentar ou ganhar influência político-econômica por meio dos alimentos? 
Borrell: Ambas. Os alimentos são um fator de poder. Produção, sementes, patentes, 
insumos, comércio, portos, frota, preços ou produtos nas gôndolas dosmercados são 
uma enorme fonte de poder, capacidade de influência e geração de riqueza. 
As grandes potências concorrem por espaços de mercado, para ganhar renda e ter 
maior autonomia alimentar. 
Outros países servem para extração de renda, como é o caso da Argentina. Não existe 
uma política alimentar estratégica que solucione o problema do acesso da população 
aos alimentos. 
O fato de um país dispor de um sistema de produção agrícola intensiva não garante 
que as necessidades alimentares da sua população sejam automaticamente 
satisfeitas. 
BBC: Segundo um relatório da ONU, no ano passado, o mundo retrocedeu nos 
seus esforços para acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. 
Por que existe cada vez mais fome se temos melhor tecnologia para produzir 
alimentos? 
Borrell: Existe um grande mito: o de que, graças à tecnologia, os rendimentos 
aumentarão e, consequentemente, maior quantidade de pessoas terá acesso a um 
maior fornecimento de alimentos. 
Ou, ao contrário, que existe fome onde faltam alimentos ou há excesso de população. 
O professor indiano Amartya Sen, ganhador do prêmio Nobel de Economia, 
demonstrou que, em muitas fomes históricas, havia fornecimento de alimentos, mas a 
população não tinha forma de adquiri-los. 
De fato, o sistema de produção intensiva não gera necessariamente alimentos. Ele gera 
uma matéria-prima que também pode ser empregada, por exemplo, para alimentação 
de animais ou fabricação de biocombustíveis. 
A Argentina é o maior produtor de biodiesel de soja do mundo e os Estados Unidos 
fabricam etanol com mais de um terço da sua colheita de milho. 
BBC: Ou seja, o problema da fome não se deve necessariamente à quantidade de 
alimentos disponíveis... 
Borrell: Exato. Tem a ver, como demonstra a FAO, com a questão do acesso. 
Mais de 85% da população mundial têm acesso aos alimentos disponíveis no mercado. 
Mas, se não tenho os meios econômicos para procurá-los, meu acesso será 
prejudicado. 
BBC: Que papel desempenha a América Latina no mapa agroalimentar global? 
Borrell: O que ocorre na América Latina e no Caribe representa um grande paradoxo. 
Entre as regiões que eram consideradas em vias de desenvolvimento, nosso continente 
é o que tem a menor quantidade de pessoas que sofrem de fome crônica. Os últimos 
relatórios do Banco Mundial calculavam, em média, cerca de 55 milhões de pessoas. 
Mas, atualmente, a América Latina produz alimentos para 1,3 bilhão de pessoas e tem 
capacidade de produzir ainda mais. 
A América Latina é um grande produtor de alimentos, mas parte da sua população 
não tem acesso ao abastecimento. A América Latina é o lugar onde deveria haver 
menos pessoas com fome no mundo. É talvez o continente mais rico em recursos, 
terras férteis, água potável, biodiversidade... 
BBC: Então, qual é o problema? 
Borrell: É a economia política, uma combinação de políticas extremamente liberais e 
políticas extremamente socialistas. Ambas geraram aumento da pobreza, retrocesso 
dos setores de classe média e mudanças do tipo de alimentação. 
Estamos observando um fenômeno que não existia meio século atrás. As pessoas que 
conseguem ter acesso ao abastecimento alimentar consomem alimentos com 
qualidade nutricional mais baixa. É um fenômeno que não fica circunscrito apenas à 
pobreza, mas também atinge a classe média. 
Os setores da classe média que dispõem de recursos, automóveis, boa moradia, 
celulares e bem-estar sofrem de excesso de peso, obesidade mórbida ou outros 
problemas, devido aos maus hábitos alimentares ou produtos industriais com baixa 
qualidade nutricional. 
Fome no mundo 
Atualmente, segundo a FAO, cerca de 828 milhões de pessoas passam fome no mundo. 
Esse índice seguia praticamente inalterado desde 2015, próximo de 8% da população 
global. Mas, com a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, o número saltou nos 
últimos anos. 
A situação é particularmente preocupante na Ásia, onde cerca de 20% da população 
enfrentou a fome em 2021 (os últimos dados disponibilizados pela ONU). No mesmo 
período, no continente africano, 9% da população sofria de fome, e na América Latina 
e Caribe, 8,6%. 
No Brasil, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da 
Pandemia da Covid-19, conduzido pela Rede PENSSAN e divulgado em junho passado, 
33,1 milhões de brasileiros vivem em situação de fome no país. No fim de 2020, eram 
19,1 milhões. 
Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgr08mvgjmzo>. Acesso em 02 fev. 2023 (com 
adaptações). 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. De acordo com Borrell, a fome no mundo é causada pela baixa produção agrícola nos 
países subdesenvolvidos, especialmente na América Latina, onde, paradoxalmente, os 
alimentos são um fator de poder. 
II. Segundo o professor, a tecnologia atual permite maior rendimento na produção de 
alimentos, o que garantirá o fim da insegurança alimentar no mundo nos próximos anos. 
III. O Brasil é um grande produtor de alimentos, mas cerca de 33 milhões de brasileiros 
vivem em situação de fome, pois não têm acesso aos alimentos. 
É correto o que se afirma em 
Resposta Selecionada: b. 
III, apenas. 
 
 
 
 
 
• Pergunta 20 
 
 
Leia o texto e a charge. 
Finlândia inclui disciplina de “combate à desinformação” nas escolas 
Alfabetização midiática integra currículo das escolas da Finlândia desde a pré-escola até o 
ensino médio e ajuda o país a ter um dos sistemas de ensino mais produtivos do mundo 
Julia Possa 
Nas escolas da Finlândia, aprender a identificar notícias falsas e desinformação é tão 
importante quanto ciências ou matemática. O país europeu de 5,5 milhões de habitantes 
incluiu a disciplina de “alfabetização midiática” no currículo escolar desde as séries 
primárias. 
Entre as atividades, professores pedem aos alunos que editem seus próprios vídeos e 
imagens – uma forma de fazê-los perceber como é fácil manipular informações. Eles 
também aprendem sobre o funcionamento dos algoritmos e como ler notícias. 
Juntos, os estudantes discutem como e quando artigos foram escritos e quais são os objetivos 
 
do autor. “Só porque é uma coisa boa ou legal, não significa que seja verdadeira ou válida”, 
explicou Saara Martikka, professora da cidade finlandesa de Hameenlinna, ao jornal “New 
York Times”. 
Em sala de aula, Martikka começa do básico: ensina a diferença entre o que os alunos veem 
no Instagram e no TikTok daquilo que está nos jornais. “Não há como entender notícias 
falsas ou desinformação se antes não souberem a diferença entre mídias sociais e 
jornalismo”, disse. 
As professoras finlandesas contam que sentiram um claro declínio nas habilidades de 
compreensão de leitura nos últimos anos. A hipótese é que os alunos passam menos tempo 
sobre os livros, e mais sobre videogames e vídeos. 
Nas mídias eletrônicas, a demanda do processo cognitivo é menor e os períodos de atenção 
tornam-se mais curtos, o que faz com que os jovens se tornem mais vulneráveis às notícias 
falsas ou não conquistem conhecimento suficiente para identificar informações enganosas. 
Ainda que os estudantes tenham crescido com a mídia social, isso não é sinônimo de que 
saibam como identificar e se proteger da desinformação. Em 2022, um estudo da 
Universidade de Northumbria, do Reino Unido, apontou que a adolescência é o momento em 
que os jovens estão mais propensos a acreditar nas teorias da conspiração. 
Fórmula do sucesso 
Os esforços das escolas da Finlândia têm dado resultados. O país ficou em primeiro lugar em 
resiliência contra a desinformação entre as 41 nações da Europa. Com um dos melhores 
sistemas educacionais do mundo, a Finlândia se destaca pelo quinto ano consecutivo na 
pesquisa da organização Open Society. 
O levantamento mostra que, depois dos finlandeses, os países mais resilientes contra a 
desinformação foram Noruega, Dinamarca, Estônia, Irlanda e Suécia. No final da lista estão 
Geórgia, Macedônia do Norte,Kosovo, Bósnia e Herzegovina e Albânia. 
Na prática, a Finlândia tem um contexto que facilita a aplicação de um programa 
institucionalizado contra a desinformação. Por lá, o sistema de ensino público e professores 
são respeitados, há confiança no governo e a faculdade é 100% gratuita. 
Além disso, só pessoas que moram por lá falam o finlandês, o que facilita a identificação de 
artigos falsos. Também fica fácil distinguir o conteúdo escrito por falantes não nativos por 
causa de possíveis erros gramaticais e de sintaxe. 
 
Disponível em <https://gizmodo.uol.com.br/finlandia-inclui-disciplina-de-combate-a-desinformacao-nas-
escolas/amp/?fbclid=IwAR0y6BgGyxrILb71e7YQpJngUQ_2Uaqzrgz8cpGaX45doYMX_oK8U_7jCx8>. Acesso em 10 
jan. 2023. 
 
 
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas. 
I. O texto e a charge apontam as redes sociais como meios utilizados para a proliferação 
de fake news. 
II. Os professores finlandeses incentivam os estudantes a produzirem e a divulgarem, 
nas redes sociais, vídeos falsos para que eles compreendam todo o processo de geração 
de informação. 
III. De acordo com o texto, é importante que os estudantes saibam diferenciar notícias 
produzidas por jornalistas daquelas divulgadas por outras fontes. 
IV. Segundo o texto, devido à sintaxe da língua finlandesa, não é possível produzir fake 
news no idioma. 
É correto o que se afirma apenas em 
Resposta Selecionada: a. 
I, II e III.

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