Buscar

Produção fordista_taylorista e o modelo toyotista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Produção fordista/taylorista e o modelo toyotista
Prof.ª Nelson Lellis Ramos Rodrigues
Descrição
A produção fordista/taylorista e o modelo toyotista como elementos para o conhecimento da acumulação capitalista.
Propósito
Diante do contexto de acumulação capitalista, é essencial que o profissional de Serviço Social compreenda as bases teóricas e práticas que
compõem as principais razões das grandes transformações na sociedade, decorrentes das Revoluções Industriais.
Objetivos
Módulo 1
Segunda Revolução Industrial e o modelo fordista/taylorista
Reconhecer as principais características da Segunda Revolução Industrial.
Módulo 2
Terceira Revolução Industrial e o padrão toyotista
Analisar os avanços da Terceira Revolução Industrial e o padrão toyotista.
Módulo 3
As transformações no mundo do trabalho
Relacionar os principais conceitos sociológicos com as transformações no mundo do trabalho.
1 - Segunda Revolução Industrial e o modelo fordista/taylorista
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de reconhecer as principais características da Segunda Revolução Industrial.
Segunda Revolução Industrial: características
Como desdobramento da Primeira Revolução Industrial, outros avanços continuaram trazendo benefícios, desafios e expressivos movimentos de
antagonismos na sociedade.
A partir de nossa vivência com diferentes tecnologias, desde a energia elétrica até um complexo aparelho celular, capaz de abrigar aplicativos
de bancos, função de fotografia com diferentes filtros, jogos, livros etc., notamos o avanço das invenções humanas de maneira cada vez mais
acelerada.
Todavia, na história, houve um momento em que a sociedade percebeu uma mudança significativa diante dessas transformações
tecnológicas. Isso aconteceu a partir da Revolução Industrial, que pode ser dividida em três períodos. Aqui, vamos enfatizar e descrever
analiticamente a Segunda e a Terceira Revolução Industrial a fim de que tenha acesso às suas principais características e aos seus avanços
no mundo do trabalho, considerando os conceitos históricos que ajudam a entender esse processo. Vamos lá?
Introdução
A Segunda Revolução Industrial é um período histórico que ajuda a compreender a acumulação do capital e as diferenças sociais, cujo
desdobramento se estende até nossos dias. Vejamos suas características e consequências.
A Inglaterra do século XVIII foi palco de uma grande revolução na sociedade. O ambiente tornou-se propício para essa transformação por causa do
lucro obtido na esfera comercial e da sua expansão territorial. Além disso, a Inglaterra dispunha de grande quantidade de carvão mineral e ferro.
E como podemos conceituar esse período?
A Segunda Revolução Industrial foi um período histórico que deu continuidade ao processo de industrialização - ocorrido inicialmente na Inglaterra
do século XVIII. No século XIX, as indústrias receberam um aparato tecnológico exponencial.
Tal feito ajudou na organização do trabalho e na ampliação da produção nas fábricas, de forma que se tornava cada vez mais presente a prática da
acumulação do capital.
Trabalhadores em uma fábrica têxtil na Inglaterra no século XIX.
Um século depois, ocorreria a Segunda Revolução Industrial. Países como Alemanha, Bélgica, Itália, EUA e Japão perceberam o impacto dessa
mudança, em que o aperfeiçoamento e a criação de maquinários iniciaram uma produção em escala jamais vista. Para aumentar o lucro, muitos
métodos foram inseridos no planejamento de produção.
E quais as características desse período?
Alguns pontos podem facilmente ser notados como características do processo da Segunda Revolução Industrial:
Petróleo
Um dos recursos mais importantes foi o petróleo, que, anteriormente, era utilizado tão somente para iluminar casas e algumas ruas.
Com o motor à combustão, esse ritmo foi acelerado, e outras fontes de energia derivadas do petróleo foram descobertas.
Indústrias
As indústrias metalúrgica, elétrica, química e outras avançaram para uma produção latente. Em 1920, o setor automobilístico, por
exemplo, começou a criar as primeiras linhas de montagem por causa das esteiras rolantes - que antes eram utilizadas para
montagem de produtos.
Energia elétrica
Esse avanço foi possível a partir da mudança no âmbito da energia elétrica. Antes, a eletricidade era usada apenas em laboratórios
para fins de pesquisas. Com a Segunda Revolução Industrial, ocorreu uma expressiva mudança técnica, e a energia passou a ser
aprimorada, permitindo que seu fornecimento chegasse a lugares ainda mais distantes. Um importante acontecimento e avanço no
que se refere ao sistema de iluminação urbano foi a criação da lâmpada incandescente em 1879, auxiliando fortemente as frentes
industriais.
Aço
O uso do aço como matéria-prima também foi importante em relação às indústrias, permitindo o surgimento de grandes siderúrgicas
e metalúrgicas. Os meios de transportes foram beneficiados com essa transformação: trens e ferrovias, navios e portos, setor
automobilístico.
Êxodo rural
Essa ascensão industrial, juntamente com o comércio, levou ao êxodo rural (já presente na Primeira Revolução Industrial), em virtude
das oportunidades de emprego.
Curiosidade
Durante a Segunda Revolução Industrial, foram criados a penicilina, o estetoscópio e a anestesia (que surgiu com o uso do éter e do clorofórmio).
Logo, a expectativa de se prolongar a vida aumentou consideravelmente!
A Segunda Revolução Industrial também possibilitou a produção de munições para guerras, construção de aviões, armas químicas, entre outros.
A emergência dos EUA como potência econômica mundial e a disputa territorial por países africanos, asiáticos e da América Latina foram eventos
marcantes desse período. Diferentemente dos países do continente europeu, os EUA não se caracterizam por uma história econômica feudal. No
início do século XX, a indústria da Inglaterra já havia sido superada pela indústria norte-americana, e a potência econômica dessa nação começava a
dar sinais de seus intentos.
Segunda Revolução Industrial: consequências
Com o avanço da tecnologia, a produção em massa ajudou a acelerar o trabalho.
Por exemplo: se um produto durava cerca de um ou dois dias para ficar pronto, com as novas técnicas e máquinas, sua produção poderia ser
finalizada em poucas horas.
Setor farmacêutico
Importante destacar também o setor farmacêutico, um dos mais inovadores desse processo. Até os dias atuais, há um grande
investimento na indústria farmacêutica e na pesquisa por novos medicamentos, transformando-o em um dos setores mais rentáveis
no mundo. Tal mercado tornou-se extremamente competitivo, levando multinacionais a adquirirem empresas de menor porte, em
busca de uma espécie de oligopólio.
Fábricas químicas em Ludwigshafen, Alemanha, 1881.
A Segunda Revolução Industrial trouxe mudanças estruturais ao mundo, como a diminuição do trabalho artesanal e o
aumento das mercadorias pela produção nas fábricas.
Essa produção em larga escala gerou crescimento na economia das nações citadas e, consequentemente, disputa pelo domínio de territórios para
comercializar produtos e explorar matéria-prima.
A expansão territorial iniciou com países europeus nos continentes asiático, africano e latino-americano. O nome que se deu a essa expansão foi
imperialismo ou neocolonialismo.
Saiba mais
Enquanto o colonialismo tinha como característica seu desenvolvimento por meio da dominação cultural e imposição religiosa, o neocolonialismo
trazia um método diferente. A dominação realizada pelos europeus passava pelo uso da superioridade militar nos territórios dominados. Neste caso,
a intervenção do Estado no neocolonialismo é mínima.
E o que predominou neste período? O liberalismo econômico.
Qual é a ideia central do liberalismo econômico?
Trata-se da defesa de que a economia precisa se emancipar de quaisquer dogmas. Em outras palavras, não pode ter nenhuma interferência na
esfera da economia.
Mas essa teoria não é nova! Surgiu no século XVIII e um de seus principaisteóricos foi François Quesnay, que entendia a agricultura como o berço
da verdadeira atividade produtiva. Todavia, foi Adam Smith quem ficou conhecido como o pai da teoria do liberalismo econômico (MCCREADIE,
2012).
Retrato de Adam Smith.
Para Smith, a prosperidade econômica, assim como a acumulação capital, não se baseia na produção rural ou comercial, mas no trabalho livre, sem
intervenção ou regulação de agente, uma vez que o mercado já conseguia regular, com seus mecanismos, essa intervenção. Isso ficou conhecido
como “A mão invisível”.
mão invisível
Como sabemos, toda reflexão, especialmente no âmbito das ciências humanas, expressa-se a partir de um ponto de vista, de bases teóricas
previamente estabelecidas. Daí a importância dos contrapontos, como apresentamos em nosso Explore +.
A mão invisível do mercado, portanto, prega um mercado livre e que regula a si mesmo, sem a intervenção do Estado.
De que maneira o crescimento econômico poderia ser alcançado? A partir de uma sociedade livre, ou seja, na qual cada indivíduo possa agir
conforme seus próprios interesses.
A partir disso, cabe pensar:
Como viver assim se estamos diante do coletivo? 
De acordo com a teoria em tela, quando os indivíduos buscam seus interesses, estão, ao mesmo tempo, contribuindo para a dinâmica e o
equilíbrio do mercado.
Outras duas questões surgem em meio a esse processo:

Como esse equilíbrio seria possível na sociedade?

O que defendem os liberais?
Os liberais defendem a livre concorrência, a lei da oferta e da demanda. Veremos como isso funciona a seguir.
A lei da oferta ajuda a entender a motivação de se vender um produto. Vejamos alguns exemplos:
Se um relógio custa R$1.000, o vendedor se sentirá muito mais disposto a vendê-lo, pois obterá um bom lucro. O mesmo não aconteceria se o
valor fosse de R$200.
Um comerciante vende salgadinhos por R$5 cada. No final do dia, vende 10 salgados e recebe, portanto, R$50. Caso vendesse 15, receberia R$75.
Se vendesse 20, receberia R$100. Do outro lado da rua, outro comerciante vende salgado por R$7. Esse vendedor provocaria um excesso de
oferta. Por quê? Por estar mais disposto a ofertar mais salgados a fim de aumentar seu lucro, sua produção também aumentaria.
No primeiro caso, o lucro do vendedor seria pouco, pois não se disporia a produzir mais salgadinhos.
A lei da demanda explica que, quanto menor o valor de determinada mercadoria, maior será a quantidade de consumidores.
E quanto mais alto o valor, menor a busca de consumidores.
Vejamos um exemplo:
Cinco consumidores saem para comprar um celular. Em uma loja, encontram o produto por R$1.000. Por esse valor, nenhum deles está disposto a
comprar. Em outra loja, o valor cai pela metade. Com esse preço, um deles está disposto a comprar. Mas se esse valor chegasse a R$300, três deles
comprariam. E se caísse para R$200, todos os cinco adquiririam o aparelho.
Isso quer dizer que:
A demanda por um aparelho de R$1.000 é zero, enquanto para aquele que custa R$200 é bem maior.
O excesso de demanda ocorre quando todos os celulares são vendidos por R$200. Isso significa que o número de clientes para esse produto
aumentaria.
Apresentada a relação entre oferta e demanda, é necessário compreender, no contexto do modo de produção capitalista, como se estruturou de
forma orgânica tal relação. Isso se deu por meio dos modelos de organização da produção industrial.
Organização da produção industrial
Os modelos de organização da produção industrial
Nesta seção, você conhecerá o conceito de reestruturação produtiva a partir de dois modelos clássicos:

Fordista

Taylorista
Comentário
Na verdade, dentro desse quadro, existe mais um, o toyotista, que analisaremos no próximo módulo.A noção sobre a reestruturação ganhou outros aspectos durante a história, como: social, espacial, econômica, urbana, industrial e organizacional.
Com isso, observaremos que as transformações sociais não ocorrem de maneira radical a ponto de uma nova estrutura eliminar a anterior.
As estruturas são movimentos dialéticos. A indústria da produção se dá de maneira global, e as políticas nacionais buscam
responder às reestruturações guiadas pelo mercado.
E o que vem a ser reestruturação produtiva?
É um processo de mudança que ocorre na esfera social, espacial, tecnológica e organizacional.
Vejamos:
Reestruturação produtiva são transformações que vêm ocorrendo na indústria sejam de ordem técnica ou do ponto de
vista do trabalho e também na lógica espacial.
(GOMES, 2011, p. 56)
Trata-se de algo dialético, pois quando se fala desse tipo de reestruturação, é possível afirmar que alguns resíduos do primeiro modelo de
organização da produção industrial sobrevivem no segundo. Em uma empresa industrial, por exemplo, existem características mais tradicionais -
classificadas como fordistas - e também modernas e flexíveis - modelo toyotista.
Para termos uma breve noção desses modelos, vejamos:
Modelo fordista
É um modelo de produção industrial iniciado nos EUA por Henry Ford. Algumas de suas características são produção e consumo em massa, uma
vez que o número crescente da produção trazia consigo seu barateamento; divisão rígida de tarefas; trabalho padronizado; e linha de montagem.
Modelo taylorista
É um modelo de produção em massa baseado no rendimento individual; o trabalhador realiza uma única função; há alto nível de subordinação aos
gerentes; e o Estado e os sindicatos detêm o poder. Tanto o modelo taylorista quanto o fordista têm em seu cerne os princípios de fabricação.
Os modelos acima servem como exemplo para a compreensão do conceito de reestruturação produtiva.
Atenção!
Importante registrar que a reestruturação ocorre como forma de superar as crises do modo de produção do sistema capitalista (MANDEL, 1982).A crise de produção em massa entre as décadas de 1930 e 1940 fez com que o fordismo abrisse espaço a outras alternativas.
Cena do filme Tempos Modernos (1936).
À época, o fordismo havia adaptado as máquinas ao trabalhador, inserindo a esteira rolante para que diminuíssem os erros humanos. Todavia, o
trabalhador não recebia o devido reconhecimento de sua produção. Além do baixo salário, os movimentos repetitivos causavam danos à saúde.
Por fim, o taylorismo prega a fragmentação do trabalho. Essa finalidade visa eliminar os trabalhos supérfluos - o que ajuda a otimizar o tempo. O
trabalho, portanto, foi dividido individualmente e cronometrado. Nesse caso, cada funcionário receberia dinheiro conforme sua produção.
O tempo se torna dinheiro! E quanto mais o trabalhador pensa em receber, mais produção é realizada. Quem mais ganha com isso?
Para essa tarefa, Taylor entendia que cada funcionário deveria ter ferramentas ideais, treinamentos e incentivos, tudo isso visando ao desempenho
produtivo.
Não é surpreendente mencionar o aumento da produtividade e, consequentemente, do lucro da empresa.
Mesmo assim, os operários sentiram-se diminuídos por ocuparem apenas uma função, ficando alheios a todo o restante do processo.
Comentário
Destacamos que o modelo anterior não deixa de existir pelo surgimento de outro. Pelo contrário, o anterior pode ser “forçado” a readaptar-se aos
novos padrões.
A crise pela qual o modelo fordista passou fez com que a empresa se dedicasse a novos métodos de produção: produção e maquinário mais
flexíveis (controle de produção), com trabalhadores mais bem qualificados (especialização e autonomia) para operar as máquinas etc.
Quando falamos do capitalismo, sua reestruturação ocorre não apenas em âmbito social, mas também espacial.
E por que isso acontece? Porque ambos, na percepção de Gottdiener (1993), estão conectados aos responsáveis pela mais-valia: os produtos e os
produtores.
ais-valia
Conceito que tem origem em Karl Marx (como você se aprofundará mais adiante), cujo objetivo é explicitar o processo em que se dá o lucro no modo de
produção capitalista: o trabalhador produz um produto que tem valor maior do que aquele que ele recebe pela sua força de trabalho.Fordismo e taylorismo
Agora, o doutor em Sociologia Política Nelson Lellis Ramos Rodrigues fala sobre as principais características da Segunda Revolução Industrial.
Vamos assistir!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
De acordo com as informações deste módulo, a Segunda Revolução Industrial foi marcada por profundas mudanças na lógica industrial e pela
ascensão de modelos conhecidos como taylorista e fordista. Portanto, podemos dizer que ela iniciou

Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EOs%20modelos%20produtivos%20taylorista%20e%20fordista%20culminaram%20no%20in%C3%ADcio%20do%20processo%20de%20au
Questão 2
A Segunda Revolução Industrial teve suas características e seus desdobramentos na sociedade. Assinale a alternativa que explicita de maneira
correta duas causas para sua ocorrência:
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20Segunda%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Industrial%20teve%20como%20mote%20principal%20o%20desenvolvimento%20do%20
A a automação da produção fabril.
B a expansão da informática.
C a utilização de fontes renováveis.
D a globalização da economia.
E o crescimento do número de bancos.
A Crescimento da classe trabalhadora e elevação da cotação do dólar.
B Ocorrência de grandes conflitos mundiais e ascensão do capitalismo.
C Implantação do neoliberalismo e expansão das empresas multinacionais.
D Aumento da participação estatal e financiamento público da economia.
E Desenvolvimento do liberalismo e acúmulo de capital pela burguesia.
2 - Terceira Revolução Industrial e o padrão toyotista
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de analisar os avanços da Terceira Revolução Industrial e o padrão toyotista.
Terceira Revolução Industrial
Características da Terceira Revolução Industrial
Revoluções são processos de transformação, desenvolvimentos tecnológicos e mudanças nas condições sociais.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a Terceira Revolução Industrial, tendo, sobretudo, as décadas de 1950 e 1960 como palco
dessas transformações.
Essa foi a época da Revolução Técnico-Científica e Informacional que trouxe mudança das técnicas de trabalho, aperfeiçoamento na esfera científica
e informacional. Podemos dizer, igualmente, que foi a revolução das comunicações.
No começo da produção industrial, novos setores da indústria surgiram, como a robótica. Por um lado, a produção atingiu níveis tecnológicos e
complexos altíssimos, mas, por outro, houve o aumento do desemprego, uma vez que as atividades mais simples (fordismo) começaram a ser
substituídas por máquinas.
A Terceira Revolução Industrial abarcou desde a automação industrial, passando pela informática e pelo
surgimento da internet, até a comunicação em massa. Muitos teóricos acreditam que, de todos os setores, o mais
importante foi o da telecomunicação.
Além dessas mudanças e do surgimento de outros setores na estrutura industrial, ocorreu a diversificação da matriz energética. O petróleo
continuou sendo a base da matriz, mas deixou seu auge.
Atenção!
O petróleo assumiu esse papel de importância e, na terceira fase, houve uma diversidade de energia. Mas perceba: isso não significa que o petróleo
foi substituído. Um potencial dessa época foi a própria energia nuclear. Mesmo outras energias alternativas consideradas menos potentes, com
suas limitações, conseguiram participar desse sistema.Vamos esclarecer algumas questões acerca da Terceira Revolução Industrial:
Como exemplo de exploração dos fatores elencados, podemos citar a Nike, empresa que pertence aos EUA, concentra sua maior produção em
países da África e da Ásia. A Apple também possui fábricas fora dos EUA. Aliás, a mudança da tela de celular para vidro partiu de um episódio em
que Steve Jobs, fundador da empresa, convocou uma reunião para mostrar que a tela de seu iPhone estava arranhada, pois chaves e celular estavam
Quanto ao setor da comunicação?
Trata-se do setor de maior relevância no contexto da Terceira Revolução Industrial. Quando esse período iniciou, alguns países ainda
não tinham experimentado os avanços tecnológicos e industriais, passando por uma industrialização tardia. Esses países se tornaram
locais de produção industrial.
Como isso aconteceu?
Com a globalização, as telecomunicações conseguiram alcançar esses lugares que não são grandes centros industriais. Nesse caso,
ocorreu um processo de descentralização industrial dos países desenvolvidos para que o custo de produção não fosse tão elevado.
Por que isso aconteceu?
Porque as fábricas começaram a não gerar tanto lucro, uma vez que os sindicatos criados para defender o direito dos trabalhadores
faziam com que a mão de obra fosse cada vez mais cara. Além disso, os impostos sobre essas indústrias eram elevados
constantemente. A resposta a isso é que se tornou necessário cobrar impostos altos para manter o bem-estar social da população.
Não podemos nos esquecer das leis ambientais. As indústrias são as maiores responsáveis pela extração de matéria-prima, pela
poluição e pelos danos à natureza (seja na produção de alimentos ou nos espaços naturais). Utilizar o recurso natural pode gerar uma
limitação na produção. Então, as grandes indústrias começaram a buscar outros lugares onde o custo de produção fosse menor: os
países subdesenvolvidos. Assim surgiram os setores produtivos nesses lugares. A esse processo dá-se o nome de
“desconcentração”.
Esses novos lugares de produção proporcionam quais vantagens?
Como não há uma organização sindical, a mão de obra pode ser qualificada/especializada e, ao mesmo tempo, paga com baixos
salários.
Quanto aos impostos?
Muitos países subdesenvolvidos pensam na importância da circulação de capital, no desenvolvimento, na promoção de setores
produtivos e, por isso, cobram menos impostos.
no mesmo bolso. Em 2007, um funcionário foi encaminhado para a China a fim de solucionar o “problema”: cerca de 8 mil empregados, que eram
alimentados com biscoitos e chás, iniciavam turnos de 12 horas na produção de telas de vidro para iPhones. Em um período de 96 horas, a fábrica
chegou a produzir 10 mil unidades por dia (THE NEW YORK TIMES, 2012).
Por causa de ações como essas, grupos manifestaram-se criticando o “trabalho forçado” nesses ambientes. Não são poucos os manifestos contra
essas empresas. Assuntos como “trabalho infantil”, “trabalho escravo”, “trabalho forçado” são facilmente encontrados em matérias jornalísticas em
vários países e também estão disponíveis na internet.
Toyotismo
O padrão do modelo toyotista
Como você viu, a Terceira Revolução Industrial causou transformações em alguns setores

Algumas delas são negativas, como o desemprego (substituição do ser humano por máquinas ― automação industrial) ou os trabalhos
forçados.

Por outro lado, há avanços consideráveis, e o mais importante ocorreu no setor de comunicação, como dissemos na seção anterior.
Mas vamos nos atentar à automação industrial para explicar um pouco mais sobre o novo sistema, chamado de toyotista, que surgiu na fábrica da
Toyota, no Japão.
No modelo toyotista, o trabalho é separado por tarefas e níveis hierárquicos; há racionalização da produção, controle de
tempo, estabelecimento de metas e níveis de produtividade.
Flexista ou pós-fordista ataca condições que geraram a crise de 1929 (crise do sistema fordista).
Eiji Toyoda, empresário do ramo automobilístico japonês (Toyota), na década de 1950, após visitar fábricas da Ford, percebeu que poderia adaptar
aquele modelo à realidade de seu país. O modelo toyotista ganhou notoriedade na década de 1970 e trouxe novas características, como a produção
adaptada à venda direta (just in time = na hora).

Eiji Toyoda.
Just in time não se trata de produção para gerar estoque, até porque o Japão não tem tanto espaço geográfico para gerar estoque.Isso demandaria
um custo muito alto! A ideia seria produzir de acordo com a demanda do mercado.
Exemplo
A fábrica não produzirá 100 veículos automotivos sabendo que a demanda não passa de 40. Ela não estocará 60 carros esperando clientes, que, por
sua vez, também esperam condições para comprarem.
O que ela fará, então? Diante de uma demanda de 40 veículos, serão produzidos 40.
Além disso, esse sistema proporciona a produção de produtos mais personalizados. Como não há mais necessidade de produção em série (todos
iguais, mão de obra dividida, trabalhos simples, grande quantidade), uma condição especial torna-se possível. Isso foge ao sistema de produção
sequencial, em série. Nesse caso, o consumidor receberá um produto mais personalizado, próximo ao seu gosto, à sua realidade cultural e pessoal.
Isso faz com que haja diversificação e adaptação aos mercados. Muitas empresas têm de lidar com diferentes traços culturais, características
multifacetadas dos mercados. O marketing está envolvido nesse caso.
Exemplo
Certamente, você já ouviu falar de refrigerante com sabor de fruta, como o guaraná, a laranja, o limão. Mas não é comum termos um refrigerante
com sabor de leite, ou uma bebida com sabor de bacon ou manteiga de amendoim.
Essa é uma adaptação ao mercado. Quando certo produto possui demanda na sociedade, ele permanece, podendo substituir outro produto que não
está vendendo tanto.
Com a fabricação de mais produtos personalizados, surge a necessidade de mão de obra mais qualificada e especializada. O trabalhador precisa
ser multifuncional. As indústrias possuem tecnologias cada vez mais avançadas, e a mão de obra precisa saber lidar com essa complexidade.
Podemos citar os chamados tecnopolos, que são centros de pesquisas de alta tecnologia, com a presença de universidades, centros de pesquisa e
indústrias. Eles concentram atividades de grande porte tecnológico a fim de possibilitar o surgimento de novas ideias e tecnologias - o que
caracteriza a Revolução Técnico-Científica e Informacional.
Centro de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.
Nota-se também a concentração de grande quantidade de mão de obra qualificada.
No Brasil, os principais polos tecnológicos estão em Recife (Porto Digital), Porto Alegre (Tecnopuc), Belo Horinzonte (San Pedro Valley), São José
dos Campos (Parque Tecnológico), Florianópolis (Capital da Inovação), Santa Rita do Sapucaí (Vale da Eletrônica), Campinas (Fundação Unicamp) e
São José dos Campos (Ita).
O toyotismo e os tecnopolos
Agora, o doutor em Sociologia Política Nelson Lellis Ramos Rodrigues apresenta as principais características do toyotismo, no contexto da Terceira
Revolução Industrial, e suas consequências para a sociedade contemporânea. Vamos assistir!
Contexto nacional
O Brasil antes da Terceira Revolução Industrial
Percebemos os movimentos e os avanços da Segunda Revolução Industrial, sobretudo em países da Europa e nos EUA.
E como o Brasil se portou durante esse período que nos preparou para a chegada de variadas tecnologias?
Indivíduos escravizados em uma fazenda de café em 1882.
Por aqui, os primeiros passos em relação à modernização da produção e industrialização também ocorriam.
Na virada do século XIX para o século XX, tivemos o chamado Ciclo do Café - que durou até 1930.
Três importantes marcas desse período foram:

A acumulação do capital
O início da ferrovia
O processo de industrialização
Com a crise no Ciclo do Café, a Era Vargas (1930-1954) passou a redirecionar o investimento. Os setores industriais, siderúrgicos e da exploração do
petróleo começaram a receber maior atenção.
Mas antes da crise de 1929 dos EUA, o contexto histórico do Brasil era registrado pelo seu isolamento por setores econômicos.
O modelo agroexportador era uma espécie de cartão de visitas do Brasil. O país exportava borracha, cana, café e
sua pecuária extremamente forte. Esses eram produtos primários exportados antes da crise de 1929, que também
afetou o Brasil.
Vejamos:
Na imagem reproduzida da obra de Théry e Mello (2005), vemos a distribuição regional da riqueza em matéria-prima do país, mas ainda sem
unificação. Ou seja, não havia um forte mercado interno e nem certa interdependência econômica dos estados.
A industrialização no Brasil passou por um processo tardio. Havia grande dependência tecnológica - por isso, a necessidade de produtos
importados. Foi uma época de profunda dependência do mercado externo, pois o mercado consumidor interno não era bem desenvolvido, como
informamos. Quem ajudou nesse processo foi Getúlio Vargas.
Vargas assumiu o país diante do desdobramento da crise econômica mundial (quebra da bolsa de Nova Iorque), que afetou o consumo de café. Com
a Segunda Guerra Mundial, houve a política de substituição de importações. Logo, a produção brasileira começou a ter dificuldades em importar,
tornando-se necessário desenvolver a industrialização.
Vargas assumiu o país diante do desdobramento da crise econômica mundial (quebra da bolsa de Nova Iorque), que afetou o consumo de café. Com
a Segunda Guerra Mundial, houve a política de substituição de importações. Logo, a produção brasileira começou a ter dificuldades em importar,
tornando-se necessário desenvolver a industrialização.
Getúlio Vargas, com outros líderes da Revolução de 1930.
Daí a necessidade de uma indústria de base, pois com ela o país teria a seguinte equação:
Capital privado + capital nacional = bens de consumo
A Era Vargas testemunhou, portanto, a integração do território. Ou seja, já que não havia integração econômica entre os estados, passou-se a
promover unidade nacional diante da necessidade de desenvolvimento do mercado interno, visto que o Brasil era dependente do mercado externo.
Nesse movimento, abriu-se a oportunidade para empregos, com jornadas de trabalho e salário mínimo. Como desdobramento disso, consolidaram-
se as leis trabalhistas e surgiu a carteira de trabalho. O mercado de consumo pôde se estabelecer, sendo o salário-mínimo um dos motivos.
A classe trabalhadora produzia e consumia, produzia e consumia, produzia e consumia... Por essa razão, Vargas foi conhecido não só como o pai
dos pobres, mas também como a mãe dos ricos!
Lembre-se: na Era Vargas (1930-1945) - bem como em seu segundo período de governo (1951-1954) - temos o que é chamado de produção de base,
importante no processo de impulso do ramo industrial. Foi um momento caracterizado pela nacionalização da economia por ter adotado o modelo
de substituição das importações.
Elencamos algumas criações desse período:
Houve também outro período importante na Terceira Revolução Industrial. Foi durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961).
JK, como ficou conhecido, participou da organização do espaço industrial por meio da internacionalização da economia. Tal feito possibilitou que
investimentos estrangeiros, sobretudo para a indústria automobilística, viessem para o país.
A partir disso, o Brasil foi marcado por um tripé econômico, que se deu por meio desta estrutura:
Capital estatal
Concentrado nas indústrias de base, de bens de produção (por exemplo, as máquinas, em uma indústria).
Capital privado nacional
Concentrado nas indústrias de bens de consumo não duráveis (por exemplo, as máquinas, em uma indústria).
Capital privado estrangeiro
Concentrado nas indústrias de bens de produção e de bens de consumo duráveis (por exemplo, automóveis, eletrodomésticos de grande porte).
Criou-se até um slogan para o período que ficou conhecido como “50 anos em 5”, ou seja, 50 anos de progresso em 5 anos de realizações. Mas, para
que esse crescimento econômico fosse possível, o país também teve aberta sua dívida externa.
0 anos em 5
No Explore +, você terá acesso ao Plano de Metas de JK, o que possibilitará um aprofundamento sobre o assunto.
Companhia Siderúrgica Nacional (produção de aço);
Companhia do Vale do Rio Doce (conhecida atualmente como Vale, voltada para exploração de minerais);
Petrobras (produtora de energia);
Consolidação dasLeis Trabalhistas (organização das relações de trabalho).
Catedral de Brasília.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Avanços no campo do trabalho industrial foram uma característica da Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científica
Informacional. No que se refere às modalidades de produção fabril, aquela que melhor se configurou e garantiu a sua manutenção na esfera
produtiva foi o
Parabéns! A alternativa E está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20modalidade%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%20industrial%20que%20melhor%20se%20adaptou%20aos%20anseios%20e%20a
Questão 2
O Brasil foi governado no período de 1956 a 1961 por Juscelino Kubitschek, conhecido como JK. Esse foi o período da Terceira Revolução
Industrial. JK ajudou o Brasil em relação à internacionalização da economia. A partir de então, muitos investimentos começaram a vir para o
país. Qual área foi mais contemplada com esses investimentos? Assinale a alternativa correta.
A macartismo.
B fordismo.
C taylorismo.
D volvismo.
E toyotismo.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3ECom%20o%20investimento%20de%20outros%20pa%C3%ADses%2C%20a%20ind%C3%BAstria%20automobil%C3%ADstica%20foi%20a%
3 - As transformações no mundo do trabalho
Ao �nal deste módulo, você deverá ser capaz de relacionar os principais conceitos sociológicos com as transformações no
mundo do trabalho.
Aspectos teóricos do capitalismo
Conceituando teoricamente o capitalismo
O período manufatureiro ainda não permitia que o capitalismo se desenvolvesse como pretendia. Era necessária uma passagem do trabalho manual
para a indústria, o que ocorreu, como vimos no módulo 1, a partir do século XVIII na Inglaterra, com o crescimento da produção têxtil.
A Indústria farmacêutica.
B Indústria petrolífera.
C Setor de engenharia civil.
D Indústria automobilística.
E Produção do café.
Nesse período, foram inventadas a lançadeira volante, que dobrava a produção do tecelão, e a máquina de fiar, que movimentava inicialmente até 20
fusos, chegando a 400 fusos no final do século XVIII.
No século XIX, o trabalho manual foi praticamente alijado com a invenção do tear mecânico. A Inglaterra tornou-se um exemplo de criação de
máquinas e a repercussão chegou em países da Europa e nos EUA. O capitalismo, portanto, também se tornou industrial (LUXEMBURGO, 1969;
HOBSBAWN, 1985).
Detalhe de um tear mecânico.
O desenvolvimento desse capitalismo industrial aumentou a tensão entre as classes, gerando muita pobreza entre os proletários que depositavam
suas esperanças na revolução - assunto abordado nos módulos 1 e 2.
Três autores são importantes para a compreensão desse processo:
Durkheim (1858-1917)
Karl Marx (1818-1883)
Max Weber (1864-1920)
O francês Durkheim viveu em um período de crise da sociedade moderna. O cenário era de uma profunda migração do campo para a cidade. E,
nesse processo, muitas pessoas foram cooptadas para o trabalho nas fábricas.
Durkheim dedicou-se a compreender o que fazia com que essas pessoas entrassem nesse sistema de produção em que cada indivíduo era
responsável por um trabalho específico. Isso refletiu na organização da sociedade a tal ponto de Durkheim enxergar ali solidariedade e coesão
social. O que isso significa?
O trabalhador, especializado em apenas uma função, tornava-se dependente do trabalho de outro. Isso gerava uma teia de interdependência. Em
outras palavras: solidariedade - um sentimento mútuo nessa engrenagem fixa na sociedade.
Para Durkheim, o trabalho é importante para manter o funcionamento da sociedade.
Quanto a Weber, o trabalho era positivado pela Reforma Protestante, com foco no segmento calvinista, em que o trabalho bem-sucedido se tornava
uma tarefa e meta que demonstravam que o sujeito era bem-aventurado e salvo. Ou seja, o trabalho é um valor moral para (ou da) salvação.
Com o tempo, esse valor se desprendeu da religião e se espraiou na sociedade. Isso, em sua visão, gerou a base de um sistema do capitalismo, uma
vez que o modelo de produção esteve como um “serviço a Deus”.
Vejamos um pouco mais da percepção do autor sobre o capitalismo.
O capitalismo, porém, identi�ca-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente,
capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa
individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros, estaria condenada à extinção.
WEBER, 2020, p. 43
Já em relação a Marx, temos de entender sua relação com o idealismo de Hegel (1992). Hegel acreditava que a realidade última era como a “Ideia
Absoluta” ou o “Espírito Absoluto” ― em termos religiosos, seria o mesmo que “Deus”. Neste aspecto, a realidade jamais conseguiria reproduzir o
ideal.
Hegel desenvolveu essa explicação a partir de sua dialética: tese, antítese e síntese. Vejamos:
Tese
É o evento inicial.
Antítese
É o Absoluto que tenta se tornar consciente de si.
Síntese
Uma combinação da tese e da antítese, que será uma nova tese para um novo ciclo de oposições.
Em outras palavras, a sociedade só avançaria tendo o conflito como protagonista da história.
Marx não rejeita a tese do conflito, mas o processo como isso ocorre. Enquanto Hegel entendia que o mundo das ideias, dos conceitos, dos
espíritos, influenciava a matéria, Marx invertia esse quadro explicando que o mundo real é capaz de responder às questões.
Seguindo esse raciocínio, duas categorias filosófico-sociológicas são importantes para a compreensão desse sistema: a alienação, que parte mais
especificamente da diferenciação entre a superestrutura (mundo imaterial) e a infraestrutura (mundo material), e a mais-valia.
Atenção!
O interesse de Marx era romper com a tradição idealista hegeliana, pois ela não tinha condições de modificar a sociedade. O caminho para a
subversão da ordem vigente (classe dominante) era a revolução pela classe dominada, oprimida. Essa é a característica-chave de seu método-chave
conhecido como materialismo histórico.
Durkheim, Marx, Weber
Agora, o professor Nelson Lellis, doutor em Sociologia Política, comenta sobre a importância da fundamentação teórica, baseada em Durkheim,
Marx e Weber, para compreender o processo de desenvolvimento do capitalismo. Vamos assistir!
Conceituando trabalho na concepção marxista
Outro conceito importante para se entender tal rompimento é a alienação:
Ao falar sobre alienação, Hegel discute sobretudo a impossibilidade que o mundo material enfrenta em conseguir reproduzir a perfeição do
mundo ideal (o Absoluto).
Por outro lado, Marx entende que é o ser humano quem produz a alienação, e isso ocorre no trabalho concreto, na realidade da vida (MARX;
ENGELS, 1955).
A partir da leitura desse conceito em Feuerbach (2009), chega a essa conclusão na obra Preleções sobre a essência da religião, e descrevendo
filosófica e antropologicamente a questão, defende que o ser humano criou Deus à sua imagem e semelhança, ou seja, a criação do mundo abstrato
ocorre no campo material, e não o contrário. O que determinaria, portanto, as transformações sociais não seria a esfera celestial/espiritual, mas a
concreta (materialismo histórico).
Utilizando tal conceito, Marx discute como a alienação é prejudicial no campo da economia. A religião, para esse filósofo, não era a causa dos
desajustes, e sim um sintoma na sociedade e que, por isso, após resolvido o problema de classes, ela desapareceria.
A esse respeito:


Percebemos, até aqui, como Marx dialoga com outras correntes de pensamento, além captar influências e discordâncias no campo metodológico
para interpretação da sociedade. Objetivamente, além do cerne dessa discussão, que é a luta de classes, notamos como os principais conceitos são
empregados por esse autor para descrever a relação entre proletariado e burguesia.
Em seulivro O capital, Marx argumenta que a alienação na linha de produção ocorre quando o trabalhador participa apenas parcialmente do
processo, ficando alheio ao resultado final. Nessa plataforma, o sujeito exerce sua força de trabalho que é, consequentemente, coisificada e perde
sua humanidade e liberdade.
A obra em questão sentencia que, na manufatura, a ferramenta é utilizada pelo trabalhador; já na fábrica, torna-se um servo da máquina (MARX,
2005).
O segundo conceito anunciado é o de mais-valia. No livro supracitado, Marx explica que tudo o que é produzido ou desejado tem seu valor a partir da
quantidade de trabalho requerida para executá-lo.
Exemplo
Se uma caneca de porcelana demora um dia para ficar pronta e um relógio demora 15 dias, o valor do relógio será 15 vezes maior.
Fica claro que o capitalismo discutido na obra se ocupa em lucrar; não se trata de intercambiar produtos com o mesmo valor. E de onde esse lucro
surge? Com o surgimento das máquinas, tornou-se possível fabricar muito mais relógios.
Nas fábricas, trabalhadores chegavam a ficar cerca de 12 horas ou mais produzindo mercadorias. A quantidade não significava retorno conforme a
força de trabalho dos funcionários, pois eles continuavam extremamente pobres. Essa alta produção e o lucro representam a mais-valia. Em outras
palavras, a mais-valia é o que excede após o pagamento dos trabalhadores.
Fábrica têxtil na Indonésia.
O resultado de todo o impulso para obtenção de maior produção chama-se superprodução de capital. Nesse cenário, produz-se mais do que pode
ser vendido. Com isso, muitos proprietários precisam reduzir a produção, gerando desemprego, recessões e crises econômicas. Mas há sempre
O discurso religioso era utilizado como ferramenta de manutenção e domínio pela classe burguesa a fim de que o proletariado cresse
que a desigualdade social era a vontade de Deus.
Por outro lado, a religião foi classificada por esse autor como “suspiro da criatura oprimida”, no sentido de que nela as pessoas teriam
um pouco de refrigério. Mas também foi interpretada como “ópio do povo”, que dessensibilizava o indivíduo para as ações por
entender que aquele era mesmo um plano divino (MARX, 2010).
uma “reserva” de proletários com um “custo menor” (você encontrou exemplos disso quando citamos, no módulo 2, o caso das empresas da Nike e
Apple).
Em outras palavras, o ser humano passa ser visto como um objeto. Para combater esse tipo de coisificação e provocar uma mudança estrutural,
Marx apostava na dupla tarefa do comunismo:
Educação
Ação
Enquanto a educação permite que as pessoas enxerguem a realidade tal como ela é (infraestrutura), sem a intermediação da religião ou outros
subterfúgios (superestrutura), a ação aponta para a revolução social. O autor alemão entendia que a construção do seu campo teórico não deveria
ser algo abstrato, mas ser capaz de levar a sociedade ao movimento necessário de transformações.
Greve dos bancários no Distrito Federal.
Para a conquista dessas transformações, os oprimidos (trabalhadores) deveriam marchar para o que chamou de ditadura do proletariado - em que
os marginalizados/pobres alcançariam o poder, destronando os males causados pela divisão de classes e suprimindo a ideia de propriedade
privada.
Atenção!
Lembremos que todos esses conceitos são apresentados pela corrente teórica do marxismo, considerando a ótica de como tal corrente
compreende o modo de produção e, consequentemente, a relação entre trabalhadores e proprietários. Essa relação, por essa ótica, sempre será
conflitiva, jamais chegando a uma convivência harmônica real, a não ser aquela camuflada pela alienação.
Mundo do trabalho: Brasil atual
Como pensar o mundo do trabalho hoje após lermos sobre as duas últimas Revoluções Industriais e, posteriormente, analisarmos os conceitos-
chave que ajudaram a estruturar o pensamento desses movimentos?
Certamente, o advento da internet revolucionou a maneira como trabalhamos. É por isso que vários setores são repensados em relação à força de
produção
Já existem entregas por drones e check-in/check-out pela internet, substituindo trabalhadores que atendiam a essas demandas e esses serviços. Há
também uma revolução na área da Medicina, com resultados de exames e alertas quanto ao estado de um paciente.
E por falar em saúde, não é mais possível abordar esse assunto do mundo do trabalho sem considerar os desafios pós-pandemia causada pela
covid-19. Já era esperado que os avanços na tecnologia fossem chegar em um futuro próximo no mercado, todavia, diante da crise sanitária e

econômica, várias empresas e setores do mercado testemunharam a aceleração desse mundo digital.
Tudo isso lançou luz sobre possíveis tendências. Veremos algumas delas a seguir.
A capacitação de um profissional para o trabalho passa pela sua especialização (graduação), mas também se espera constante atualização por
meio de cursos e demais informações que o indivíduo possa buscar através do que está disponível nas redes.
Outro fator que ficou claro durante a pandemia foi o trabalho remoto ou home office. Mas é importante explicarmos a diferença entre teletrabalho e
home office, pois os termos podem ser confundidos.
Home office trata-se das atividades realizadas na residência durante dias determinados, isto é, o funcionário pode exercer sua função tanto em sua
casa como no espaço físico da empresa. Nesse caso, ao contrário do teletrabalho, não há necessidade de um aditivo contratual. O que pode ser
feito, para maior segurança do empregado, é a confecção de um documento esclarecendo que o trabalho poderá, eventualmente, ser realizado fora
do ambiente da empresa.
A pandemia obrigou, diante do isolamento social, várias empresas a manterem seus funcionários operando suas funções de casa. Esse cenário
ajuda a compreender um pouco mais as diferenças entre as modalidades. Reforçando:
Comentário
Outra diferença entre as atividades é que o teletrabalho não é passível de controle de jornada. Em home office, o funcionário está submetido a um
controle de horário pelo empregador.
Quanto a esse ponto, é possível concluir que, no home office, a responsabilidade é do empregador, enquanto, no teletrabalho, isso é passível de
discussão.
Outro aspecto desse campo são os processos digitais. Trata-se de uma demanda importante, uma vez que vários setores estão automatizando
processos a fim de reduzir custos e melhorar a produtividade. Com isso, os trabalhadores precisam compreender como se dá esse manuseio do
campo de trabalho.
E o que falar das soft skills (habilidades comportamentais)? Os RHs estão em busca não apenas de currículos invejáveis, mas também de
profissionais que tenham flexibilidade e resiliência. O “bom comportamento” de um profissional também tem sido alvo nessa nova dinâmica do
trabalho.
Trata-se de um grande desafio no Brasil, uma vez que há um déficit para preparar, por exemplo, alunos de várias escolas públicas para uma
formação que os capacite nessa jornada.
Exemplo
Home o�ce
É a realização do trabalho dentro e fora do ambiente da empresa (do trabalho).
Teletrabalho
Caracteriza-se pelas atividades realizadas fora das dependências da empresa, mas isso não quer dizer que o trabalhador não possa,
eventualmente, comparecer nesse local.
No período de pandemia, várias escolas não tiveram condições de dar continuidade às aulas remotas, pois muitos alunos não tinham acesso à
internet de boa qualidade em suas casas para estudarem.Com isso, podemos concluir que, ao mesmo tempo em que a tecnologia avança no mercado de trabalho, existem outros fatores que demonstram
diferenças urgentes a serem discutidas por meio de ações políticas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Com a pandemia causada pela covid-19, muitas pessoas tiveram a oportunidade de trabalhar em suas casas, por teletrabalho ou home office.
Marque abaixo a alternativa que corresponda apenas a teletrabalho.
Parabéns! A alternativa A está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-paragraph'%3EO%20home%20office%20%C3%A9%20diferente%20do%20teletrabalho.%20No%20teletrabalho%20a%20jornada%20laboral%20n%C3%A
se%20de%20uma%20atividade%20realizada%20de%20forma%20remota%20por%20per%C3%ADodo%20determinado%20(ou%20diante%20de%20algu
Questão 2
Observamos que a teoria de Marx sobre o capitalismo não surgiu apenas de observação, mas em diálogo com outros teóricos e na
reformulação de determinados conceitos. Uma dessas reformulações ocorreu com o termo “alienação”. Listamos abaixo algumas explicações
sobre esse conceito. Assinale a alternativa que corresponda ao uso que Marx fez desse conceito:
A Atividades realizadas em casa durante tempo indeterminado.
B Não requer aditivo contratual.
C Atividades realizadas em casa durante tempo determinado.
D O funcionário pode realizar seu trabalho em casa e no espaço físico da empresa.
E Controle de jornada de trabalho pelo empregador.
A O Estado é alienado, por isso, aliena a sociedade.
B A religião é utilizada como força contra a alienação promovida pelo Estado.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20aliena%C3%A7%C3%A3o%20na%20linha%20de%20produ%C3%A7%C3%A3o%2C%20de%20acordo%20com%20O%20capital%2C%
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos que as revoluções são períodos da história que relacionam eventos e invenções humanas capazes de causar transformações
estruturais na sociedade. E essas mudanças ocorrem nos países em níveis diferentes. Percebemos ainda como os avanços tecnológicos trouxeram
benefícios à humanidade, como na área da saúde, do transporte e da comunicação; mas também dificuldades nas relações pessoais, o aumento do
desemprego, o prejuízo à natureza, entre outros.
Por fim, entendemos como esses processos foram vistos conceitualmente na história a partir de importantes autores que discutiram o tema do
trabalho, da acumulação, em meio às transformações sociais como desdobramento das revoluções destacadas.
Podcast
Agora, com a palavra o doutor em Sociologia Política Nelson Lellis, relembrando tópicos importantes abordados em nosso estudo. Vamos ouvir!
C Para que a ditadura do proletariado seja efetivada, deve-se utilizar a religião como controle contra a burguesia.
D A alienação é quando um trabalhador desconhece o resultado final de sua produção.
E Alienação é produzida na esfera da superestrutura.

Referências
FEUERBACH, L. Preleções sobre a essência da religião. Petrópolis: Vozes, 2009.
GOMES, M. T. S. O debate sobre a reestruturação produtiva no Brasil. RA’E GA, n. 21, p. 51-77, 2011.
GOTTDIENER, M. A produção social do espaço urbano. São Paulo: EDUSP, 1993.
HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes, 1992.
HOBSBAWN, E. História do marxismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
LUXEMBURGO, R. Introdução à economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1969.
MANDEL, E. O capitalismo tardio. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
MARX, K. Crítica da filosofia do direito de Hegel. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2010.
_________. O capital: extratos por Paul Lafargue. 2. ed. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2005.
MARX, K.; ENGELS, F. The communist manifesto. Selected Works. v. 1. Moscou: Foreign Languages Publishing House, [1935] 1955.
MCCREADIE, K. A riqueza das nações de Adam Smith: uma interpretação moderna e prática. Rio de Janeiro: Saraiva, 2012.
THE NEW YORK TIMES. How the U.S. lost out on iPhone work. Consultado na internet em: 21 jan. 2012.
THÉRY, H.; MELLO, N. A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005.
WEBER, M. Ética protestante e o espírito do capitalismo. Petrópolis: Vozes, 2020.
Explore +
Para se aprofundar no assunto deste conteúdo, recomendamos que você:
Leia:
Crise do fordismo ou crise da social-democracia?, de Simon Clarke.
O conceito de alienação do jovem Marx, de José D'Assunção Barros, para se aprofundar nesse importante conceito.
No sentido de contraponto, já citado em nosso estudo, vale conferir o artigo O papa errou sobre a economia de mercado: a mão invisível
transforma ganância em benevolência, do economista Robert P. Murphy.
Não, o que diferencia o capitalismo não é a competição, mas sim a liberdade de escolha, de Antony Sammeroff. Também é um texto de
contraponto que vale a pena ser confrontado.
Assista:
Ao vídeo The struggle of building the original iPhone - the untold story, disponível no YouTube, que apresenta, como o nome diz, a história não
contada do iPhone.

Outros materiais