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relatório de estágio 1

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Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO
DANIELE RODRIGUES DOS SANTOS GRIGORIO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
SÃO CRISTOVÃO (SE)
2022.2
IDENTIFICAÇÃO
UNIDADE DE ENSINO:
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
ENDEREÇO: AV. MARECHAL RONDON, S/N- ROSA ELZE- SÃO CRISTOVÃO
SERGIPE- CEP: 49.100-000
TELEFONE: (79) 3194-6600
CNPJ: 13.031.547/0001-04
CURSO: Serviço Social
LOCAL: CCSA/DSS
TELEFONE: (79) 2105-6777
IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
ESTÁGIO OBRIGATÓRIO I
CARGA HORÁRIA:120 HORAS
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: INÍCIO 08/02/2022 E TÉRMINO EM
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL-CAPS AD III PRIMAVERA
RUA: GUARAPARI N° 261, BAIRRO: ATALAIA
TELEFONE: (79) 2105-6777
ESTAGIÁRIA: DANIELE RODRIGUES DOS SANTOS GRIGORIO
TEL: (79) 99693 -8833
E-MAIL: danirs1992@hotmail.com
SUPERVISORA ACADÊMICA: MILENA FERNANDES BARROSO
NÚMERO DO CRESS: 3086, Região 15-AM
E-MAIL: mibarroso@yahoo.com.br
SUPERVISORA DE CAMPO: ANÍZIA AQUINO SANTANA
NÚMERO DO CRESS: 2752, Região 18- SE
E-MAIL: anizia.as@gmail.com
Tel.: (79) 9984 - 3732
INTRODUÇÃO
O presente relatório é produto do Estágio Supervisionado em Serviço Social realizado no Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas – CAPS AD III PRIMAVERA.O estágio I teve início no dia 08 de fevereiro até o dia 05 de abril de 2023.O estágio está relacionado com a disciplina de LEP - Laboratório de Ensino da Prática, assim sendo uma supervisora de campo e supervisora acadêmica.
O estágio supervisionado no curso de Serviço Social apresenta como uma de suas premissas oportunizar ao estudante o estabelecimento de relações mediatas entre os conhecimentos teórico-metodológicos e o trabalho profissional, A capacitação técnico-operativa e o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício da profissão, bem como o reconhecimento do compromisso da ação profissional com as classes trabalhadoras sob hegemonia do capital. (ABESS-CEDEPSS,1997)
O Estágio obrigatório é um elemento constituinte do processo de formação norteado pelos princípios de código de ética de 1993. Permite um aprendizado com mais qualidade para além da sala de aula. É possível fazer uma relação mediata entre os conhecimentos teóricos-metodológicos, observar o trabalho e capacitação técnico -operativa. (ABEPSS,1997)
Esse processo é um complemento do ensino, possibilita que nós, estagiários possamos vivenciar e se familiarizar com as demandas apresentadas no campo, no seu cotidiano, apreender de que forma se apresenta os desafios e forma de enfrentá-los. (ABEPSS,1997)
O estágio curricular obrigatório vincula-se ao projeto profissional e à perspectiva legal, evidenciada pelos Código de Ética profissional (1993), da Lei de Regulamentação da Profissão (1993) e da Resolução 533/2008 do CFESS,e está ancorado nas Diretrizes Curriculares da ABESS (1996)
O período do Estágio Obrigatório I foi realizado das 8:00 hrs às 12;00, durante os dias de Terça, quarta e sexta –feira, totalizando uma carga horária de 4 horas semanais, que ao final comtemplaria as 120 horas exigidas no estágio I. Esse período se caracteriza pela observação da dinâmica institucional, fazer profissional do(a) Assistente Social e ampliar o conhecimento sobre os usuários. Também foi possível identificar as demandas que o espaço institucional recebe e, por fim visualizar todo esse processo no cotidiano.
O presente relatório está dividido em partes, a primeira consiste na observação/aproximação com a prática, o segundo momento oportunizou que essas observações servissem de orientação para a prática do fazer profissional, pensando –se no projeto de intervenção, e sua elaboração, já a terceira etapa é a efetivação do projeto de intervenção, dando finalidade ao estágio I, II e III.
Todo o processo de estágio é construção do nosso fazer profissional, pois é um momento da ação realizada na instituição pelo Profissional do Serviço Social.
CAPÍTULO I -CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO:
CONTEXTUALIZAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. “os sintomas do adoecimento psíquico sejam por transtorno ou uso de álcool e drogas trazem impactos sérios na vida de uma pessoa, ou seja, afeta diretamente a qualidade da vida como um todo.
A dinâmica do capitalismo do capitalismo global nos moldes da contemporaneidade, alteraram as relações sociais as políticas sociais, de trabalho, introduziram inovações tecnológicas, desse modo, se acentuaram –se expressões da questão social como desigualdade, pobreza, violência, dentre outras. Somado os fatores ao processo de globalização, o processo de urbanização como um dos maiores problemas sociais, acarretou mais gastos com a saúde e justiça. (NETTO,2001)
As políticas sociais são expressões do próprio desenvolvimento do sistema de produção capitalista, quando ao Estado se obriga necessidade de intervenção na questão social, através das lutas sociais, conforme aponta Netto (2001)
“[...] a pobreza crescia em razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas. ” (NETTO, 2011.p 42)
A pobreza por escassez, se dava pela falta de tecnologia e conhecimento para produzir riquezas, em razão da capacidade de produzir riquezas, as razões se tornam novas, a riqueza produzida socialmente era concentrada pelo capitalismo. Assim nasce a sociedade do excedente, que fica nas mãos da burguesia e a pobreza aparece com uma nova raiz. Isso corre quando o Estado passa a se retirar do campo social com cortes, privatizações e etc. (NETTO,2001 p.43)
É o que vemos hoje no cenário atual, principalmente a partir do Governo Temer e aprofundamento durante o Governo de Jair Bolsonaro.
A questão social possui atualmente expressões múltiplas como: pobreza desemprego, violência, discriminação de gênero, raça etnia e orientação sexual, trabalho precário dificuldade ao acesso à saúde, educação, trabalho, falta de moradia violação de direitos, situação de rua, dentre outros.
1.2 A POLÍTICA PÚBLICA NO ESPAÇO INSTITUCIONAL
As políticas públicas são entendidas como um conjunto de ações desenvolvidas por um Estado de caráter interventivo, para responder às demandas da sociedade. (PEREIRA,2008)
O Ministério da Saúde é responsável por monitorar e direcionar todas as atividades relacionadas à saúde, incluindo assistência médica. A hierarquia deve funcionar em mecanismos de referência e contrarreferência do nível de cuidado menos ao mais complexo, garantindo a continuidade do cuidado por meio do cuidado principal. A prestação de Serviços de saúde é de responsabilidade dos governos municipais, auxiliados financeiramente pelo governo federal e pelos estados. (VASCONCELOS,2000).
De acordo com (NETTO,2011. P.42), as políticas sociais se desenvolveram no ritmo em que o sistema capitalista também se desenvolvia, quando a intervenção passou a ser necessidade do Estado para intervir na questão social. 
No século XVIII, a saúde ficava a cargo das práticas filantrópicas, por meio das santas Casas de misericórdia e leprosários. Durante o século XIX, período em que a família real chega ao Brasil, algumas estratégias foram incorporadas. A atenção voltada para a saúde pública recebe maior atenção do Estado após 1930, período da gênese do Serviço Social no Brasil. O processo de institucionalização da loucura e a sua transformação em objeto de intervenção estatal somente tem início a partir da vinda da Família Real ao Brasil no início do século XIX. Nesse momento de modernização e constituição da nação requisitada, não era mais possível considerar os ditos loucos, principalmente os agressivos, como pessoas vagantes. Desse modo, o enclausuramento dessa população ficou a cargo das Santas Casas de Misericórdia em seus porões com condições precárias de higiene e de cuidado. BRAVO,2000)
Com a chegada da família real ao Brasil, houve a criação do hospício de Dom Pedro II e, posteriormente, outras instituições foram criadas em localidades distintas.Apesar da sua criação, o caráter religioso e caritativo restringia a vertente medicalizante - fato também percebido pela baixa presença de profissionais médicos, situação modificada no século seguinte. (BRAVO,2000)
A Reforma Psiquiátrica se instaurou em um momento histórico marcado por profundas transformações, pautando a suplantação da violência asilar. Os hospitais psiquiátricos mantinham uma abordagem em que preponderava o aprisionamento de pessoas com comportamentos que não eram aceitos pela sociedade, representando uma maneira violenta e exclusiva de lidar com os transtornos psiquiátricos. Assim, os indivíduos eram aprisionados, vigiados e medicados (SAMPAIO; BISPO JÚNIOR, 2021).
Durante o século XX, na Itália, tendo como propulsores os pensamentos do psiquiatra Franco Basaglia, começaram a surgir diversas críticas as instituições psiquiátricas. Basaglia falava sobre a Antipsiquiatria (originária da Inglaterra) e da Psiquiatria Democrática Italiana, pensamentos disruptivos que repercutiram pelo mundo, inclusive no Brasil (BRAVO,2000)
Em 1970, o Brasil passava por mudanças diante de um cenário de redemocratização política e Reforma Sanitária Brasileira (RSB). 
a) Democratização da saúde – em que se destaca a concepção ampliada de saúde, os determinantes sociais e o reconhecimento do direito público e universal à saúde; b) a democratização do Estado – com a ruptura com o modelo autocrático centralizador, respeitando o pacto federativo, a partir da descentralização das políticas com participação social via controle social e c) democratização da sociedade – com uma reforma intelectual e moral da sociedade, democratização da economia e da cultura etc.
Com a Constituição Federal (CF) de 1988, como consequência da Reforma Sanitária Brasileira e de outros movimentos sociais, a saúde foi beneficiada com grandes avanços, sendo estabelecida, por meio da legislação, da seguinte maneira:
Art. 196. A saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade (BRASIL, 1988).
O primeiro CAPS do Brasil foi criado em 1987, na cidade de São Paulo e, em 1989 foram criados, em Santos, os NAPS, com atenção 24hrs, posteriormente denominado de CAPS III. Nos anos que se seguiram, os CAPS foram implementados em vários municípios do país e consolidaram-se como dispositivos estratégicos para a superação do modelo asilar no contexto da reforma psiquiátrica, e para criação de um novo lugar social para as pessoas com a experiência de sofrimento decorrentes de transtornos mentais, incluindo aqueles por dependência de álcool e outras drogas (BRASIL,2011)
Deste contexto, se origina no ano de 1990 o Sistema Único de Saúde (SUS), sob circunstâncias políticas, econômicas e sociais. Assim, o SUS foi regulamentado pela Lei N° 8.080/90 (conhecida como Lei Orgânica da Saúde) e, após, complementado pela lei N° 8.142/90, ambas consideradas as mudanças mais marcantes que aconteceram devido à Reforma Sanitária, fundamentadas no aprofundamento da compreensão sobre seguridade social e consolidadas sob a tríade saúde-previdência-assistência social (SAMPAIO, M.L,2021).
A Reforma Psiquiátrica se originou de movimentos sociais que aconteceram de forma paralela, a partir da década de 70, tendo se fortalecido na década de 80 e ganhado status de política pública em 1990. Com isso, cresceram as críticas direcionadas ao tradicional modelo manicomial, que convinham à manutenção de um regime burguês autocrático, fomentando as alegações por parte dos trabalhadores pelo remodelamento das políticas de saúde mental no Brasil (SAMPAIO, M.L,2021).
Surgiu então uma mobilização denominada de Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), que originou, algum tempo depois, o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, a qual sofreu influência da Itália, Europa e América. Como principais objetivos destes movimentos, estavam a redução dos leitos nas instituições psiquiátricas, assistência psiquiátrica regional, manejo das internações/reinternações nos setores privados, ampliação de serviços multidisciplinares de saúde ambulatoriais, humanização dos hospitais e reintegração social nos asilos do Estado (BARONI; ANDRADE, 2021).
Estes movimentos não pretendiam como objetivo último a transformação da assistência psiquiátrica, mas almejavam maior justiça social, plena democracia e suplantação do modelo predominante manicomial. Em 1989, os movimentos antimanicomiais geraram frutos, sendo um deles o Projeto de Lei N° 3.657, criado em conjunto com o deputado Paulo Delgado. Este projeto pretendia regulamentar o direito das pessoas com transtornos psiquiátricos e a gradativa aniquilação dos manicômios, os quais deveriam ser substituídos por uma rede integrada à saúde mental (SAMPAIO.M. L, 2021).
Em 1990, o Brasil assumiu o desafio de reformar o sistema de saúde mental. Naquela época, os hospitais psiquiátricos recebiam mais de 75% do financiamento federal para a saúde mental. Predominaram instituições de baixa qualidade com graves violações de direitos humanos e a cobertura de serviços de saúde mental comunitários ainda era muito baixa. (BISNETO, 2007).
O país buscou a reforma psiquiátrica para descentralizar os cuidados de saúde mental, promovendo serviços comunitários, integração de atenção primária, programas residenciais e de apoio social. A Lei 10.216, após 12 anos, definiu as disposições sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e deu um novo rumo ao modelo de atenção à saúde mental. Outros eventos influentes foram a Declaração de Caracas de 2000, a reforma sanitária no Brasil e a III Conferência Nacional de Saúde Mental de dezembro de 2001, que forneceram os substratos para a política de saúde mental nos últimos anos.
Integradas ao SUS e, conforme o Art. 196 da Constituição de 1988, as ações de saúde mental seguem diretrizes de descentralização, atendimento integral, priorizando ações preventivas, sem prejudicar os serviços de saúde e com a participação da comunidade. (BISNETO, 2007).
Durante o governo Lula, fazendo parte desse remodelamento da assistência em saúde mental, o Ministério da Saúde criou normas que respaldavam à amplificação da rede comunitária e o manejo das instituições psiquiátricas, dentre as quais cabe destacar a Portaria/GM N° 336, de 19 de fevereiro de 2002 e a Portaria N° 130, de 26 de janeiro de 2012, as quais rearranjaram os Centros de Atenção Psicossocial (BRAVO,2000).
Voltando um pouco, no ano 1987, antes mesmo de existir uma legislação que o regulasse foi implementada uma experiência com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esse protótipo passou a influenciar a criação e transformação de serviços existentes em várias partes do Brasil. Á frente, foram criadas as CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi CAPSad e o CAPSad III, que se constituíram como de grande relevância na substituição do atendimento das instituições psiquiátricas, com os serviços sendo prestados em nível municipal (DUARTE et al., 2022).
Um outro ponto importante que se configurou como um grande marco, foi a criação da Rede de Atenção Psicossocial, em 2011. Com isso, ampliaram-se e melhor articularam-se as ações para atenção psicossocial, com respaldo da Portaria N° 3.088/11, que definia como objetivos dessas redes:
I - Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral; II - promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; e III - garantira articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências (BRASIL, 2011).
Assim, a atenção psicossocial passou a ser integrante da Atenção Básica em Saúde e, em adição, era oferecida a Atenção Psicossocial estratégica dentro dos CAPS, cuja abrangência envolvia o atendimento de urgência e emergência, atenção transitória residencial, atenção hospitalar, desinstitucionalização, serviços terapêuticos e reabilitação psicossocial (DUARTE et al., 2021).
As Redes de Atenção Psicossocial, dessa forma, constituíram um elemento importante quando no robustecimento da Reforma Psiquiátrica, tendo sido concretizada dentre diversos avanços importantes. A Reforma Sanitária também proporcionou inegáveis avanços na história da política mental no Brasil, e a criação do SUS e a Reforma Psiquiátrica foram determinantes para redirecionar a atenção à saúde mental no país, embora exista uma lacuna significativa entre as ações que por estes foram propostos e aquilo que, na prática, se efetivou (SAMPAIO; BISPO JÚNIOR, 2021).
A atual política de saúde mental preocupa-se em avançar os pactos regionais, fazendo referência às regiões de saúde no processo de organização como parte de uma série de mudanças no âmbito jurídico do SUS. Existem diretrizes específicas para que o planejamento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ocorra junto aos Comitês Gestores Regionais (CGR), que são espaços com representantes dos municípios de uma determinada região de saúde e do Estado. (BISNETO, 2007).
No contexto atual, Silva e Silva (2020) referem que as políticas de saúde mental vêm se apresentando de forma muito precária, com risco de ocorrer retrocessos por conta da captação dos fundos públicos pelos setores privados. Existe, conforme tais autores, a uma tendência no Brasil de misturar avanços e conservadorismo dentro da política de saúde mental, considerando este elemento conservador proveniente de um contexto histórico em que as classes dominantes sempre buscaram barrar os processos democráticos da sociedade.
Com isso, embora tantas lutas tenham instaurado um modelo mais humanizado de atenção psicossocial, nunca houve o rompimento completo com o modelo manicomial, e propulsionadas pelas características neoliberais dos últimos governos, discussões fortaleceram os pensamentos contrários à Reforma Psiquiátrica, fazendo parte do processo de contrarreforma (CRUZ et al., 2019).
Com a ideia de que as crises advêm do excesso de gastos, especialmente o público, as correntes neoliberais defendem que a economia se volte para um rigoroso ajuste fiscal, redução da intervenção do Estado nas políticas sociais e privatizações. Essas ideias se fortaleceram no Brasil especialmente a partir do ano 2016, com a elevação do autoritarismo e conservadorismo do governo (SOUSA; JORGE, 2018).
Em julho de 2019 houve um Decreto Presidencial (N° 9.926) que retirou as vagas de diversos especialistas e componentes da sociedade civil do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, passando a serem ocupadas, em sua maioria, por integrantes do governo. Essas medidas antidemocráticas só acentuam o retrocesso vivenciado na política de saúde mental e de drogas no Brasil, representando um afastamento gradativo dos direitos sociais, econômicos e culturais (CRUZ et al., 2020).
A nova política nacional sobre drogas do Decreto 9.761/2019, a Lei 13.840/22019, durante o Governo Bolsonaro, aprovado em abril de 2019 por meio da assinatura do presidente. Segundo justificativas para a nova lei, que se construiria uma sociedade protegida do uso de drogas lícitas e ilícitas, ainda a lei incentiva a abstinência dos usuários dependentes químicos, sendo contrárias as estratégias de redução de danos. Por meio da lei também se prevê o fortalecimento e incentivo as comunidades terapêuticas, que teriam incentivo financeiro por parte do Governo Federal. A lógica da luta manicomial e a reforma sanitária como conquista de anos, se torna ameaçada pelo reforço de atos conservadores, tratamentos punitivos e religiosos, em que aos poucos se tornam parte de investigação e se tornam notícias, mostrando o real cenário das comunidades terapêuticas e atos violentos.
As políticas públicas são entendidas como um conjunto de ações desenvolvidas por um Estado de caráter interventivo, para responder às demandas da sociedade. (PEREIRA,2008)
O Ministério da Saúde é responsável por monitorar e direcionar todas as atividades relacionadas à saúde, incluindo assistência médica. A hierarquia deve funcionar em mecanismos de referência e contrarreferência do nível de cuidado menos ao mais complexo, garantindo a continuidade do cuidado por meio do cuidado principal. A prestação de Serviços de saúde é de responsabilidade dos governos municipais, auxiliados financeiramente pelo governo federal e pelos estados. (VASCONCELOS,2000).
No cenário brasileiro a mudança da atenção e tratamento da saúde mental foi marcada pelo movimento de reforma sanitária. A reforma exigiu novas abordagens dos profissionais da saúde com novas intervenções técnica, ético -política no trato da “loucura”. No conjunto de trabalhadores da saúde estavam os (as) Assistentes Sociais, que também deveriam redimensionar as ações, diante do cenário hospitalocêntrico de exclusão das pessoas em sofrimento psíquico. (BRAVO, 2000)
 A reforma ELOY CHAGAS, em 1923 tenta ampliar a atenção à saúde no bojo de uma crise política durante a fase tenentista do Brasil. Neste período, também foram pautas as questões de higiene e saúde do trabalhador, sendo tomadas algumas medidas que se constituíram na premissa do esquema previdenciário brasileiro, se destaca a criação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPS) em 1923, conhecida como Lei Elói Chaves. “As CAPS eram financiadas pela união, pelas empresas empregadoras e pelos empregados. Elas eram organizadas por empresas, de modo que só os grandes estabelecimentos tinham condições de mantê-las. ” (BRAVO,2001, P.02). O presidente das mesmas era nomeado pelo presidente da República e os patrões e empregados participavam paritariamente da administração. Os benefícios eram proporcionais às contribuições e contavam com: assistência médica-curativa e fornecimento de medicamentos; aposentadoria por tempo de serviço, velhice e invalidez, pensão para os dependentes e auxílio funeral.
A situação da Saúde da população, no período de 1945 a 1964 (com algumas variações identificadas principalmente nos anos de 50, 56 e 63, em que os gastos com saúde pública foram mais favoráveis, havendo melhoria das condições sanitárias), não conseguiu eliminar o quadro de doenças infecciosas e parasitárias e as elevadas taxas de morbidade e mortalidade infantil, como também a mortalidade geral. (OLIVEIRA, et al.2011)
Na capital de Sergipe o processo de mudança de atenção em saúde mental teve como foco a atenção comunitária, a exemplo da experiência de Santos na década de 90 e da reforma psiquiátrica italiana. (OLIVEIRA, et al.2011)
A Partir de 2000, a gerência de Saúde Mental Municipal implantou ações voltadas para a atenção básica com a realização de capacitações e cursos como Terapia Comunitária. Em 2001, iniciou - se um projeto em Sergipe chamado Equipes Itinerantes de Saúde Mental, no qual psiquiatras eram controlados para atender casos conjuntamente com as equipes de saúde da família do município. No entanto, este projeto não conseguiu ter a eficácia esperada na mudança do modelo centrado na doença e consequentemente, no médico. (OLIVEIRA, et al.2011)
Somente a partir de 2002,Aracaju,já com a gestão plena do sistema, optou por construir, sendo pioneira no Estado, uma rede de serviços de saúde mental, embasada nas experiências dos municípios de Campinas e Santos e da reforma psiquiátrica italiana, implantando equipamentos substantivos tipo CAPS e ambulatórios inseridos no Programa de Saúde da Família – PSF .Adotou o modelo de atenção com foco na articulação entre usuários, familiares, comunidades e trabalhadores para aprodução de saúde e inclusão social das pessoas com sofrimento e transtornos mentais, como também implantou um Colegiado Gestor para traçar a Política de Saúde Mental. Esta ação proporcionou mudanças na estrutura e na organização dos serviços. (OLIVEIRA, et al.2011)
O principal marco da transformação na atenção e no cuidado aos usuários de saúde mental foi a inauguração do primeiro CAPS público de Aracaju - CAPS II Capistrano Filho, dando início a um amplo processo de mudanças, adotando um modelo de atenção que leva em consideração a importância do vínculo e responsabilização do cuidado, em como maior eficiência e eficácia da atenção, tendo como prioridade as necessidades de saúde das pessoas com transtornos mentais (OLIVEIRA, et al.2011).
Ainda em 2002, foram implantados um CAPS para usuários de substâncias psicoativas (CAPSAD) e o primeiro CAPS III, este foi propositalmente colocado dentro do espaço físico do Serviço de Emergência Psiquiátrica “Adauto Botelho” (SEP) com o objetivo de dar suporte à implementação da Reforma Psiquiátrica na cidade de Aracaju. (OLIVEIRA, et al .2011)
Pensando na organização e no funcionamento da rede de saúde mental, a equipe gestora do município dividiu a cidade em 03 regiões com suas Unidades Básicas de Saúde de referência, ficando para cada CAPS a missão de assistir os usuários com transtorno mental, em como responsabilizar – se pela interlocução com outros serviços da sua área de abrangência. Quanto ao CAPS -i e ao CAPS AD por serem únicos na sua especificidade, assumiam todo o território municipal. (OLIVEIRA, et al.2011)
Ao final de 1999, a Coordenação de Saúde Mental de Sergipe apresentou um relatório descrevendo um panorama situacional de toda a rede de assistência em saúde mental. A partir deste foram traçadas algumas estratégias de ação para serem iniciadas em 2000,tais como estímulo à implantação de Unidades de Saúde Mental em vários municípios do Estado, humanização do Centro Psiquiátrico Dr .Garcia Moreno (CPGM),supervisão dos serviços de saúde mental, assistência farmacêutica com distribuição de kits de medicação, implantação de Residências Terapêuticas e CAPS, treinamento em saúde mental para profissionais de PSF e do Programa de Agentes Comunitários de saúde (PACS) (OLIVEIRA, at al.2011).
No ano de 2000, o Centro Psiquiátrico Dr. Garcia Moreno, situado no município de Nossa Senhora do Socorro, iniciou um processo de alta, com oito usuários que foram encaminhados para a primeira Residência Terapêutica implantada no Estado e, gerenciada pela Organização Não Governamental – ONG Luz do Sol. (OLIVEIRA, et al .2011).
Naquele mesmo ano, foi fundado o CAPS Arthur Bispo do Rosário, serviço de natureza filantrópica administrada pela ONG Luz do Sol, incentivado pelo Estado e que foi cadastrado pelo Ministério da Saúde como CAPS I, em novembro de 2002.Entretanto,a primeira iniciativa de Serviço comunitário de saúde mental em Sergipe surgiu no município de Nossa Senhora da Glória, implantada pela ONG,o projeto Luz do Sol, que inicialmente, atendia a usuários com transtornos mentais, deficiências física, sensorial e mental. Este foi cadastrado como CAPS no mês de outubro de 2002.Posteriormente, foram implantados também outros serviços na capital e no interior do Estado. (OLIVEIRA, et al.2011)
Em 2002, o Ministério da Saúde lançou um Programa Nacional de Avaliação dos serviços Hospitalares – PNASH (portaria CM/MS n° 251/202), a função era avaliar a qualidade dos serviços prestados pelas instituições hospitalares. Todos os serviços de internação passaram por essa avaliação, recebendo recomendações para as adequações necessárias às melhorias da assistência. Em 2004, após a avaliação o Centro Psiquiátrico Garcia Moreno sofreu mudanças que culminaram no seu fechamento em 2006.Os pacientes confinados foram gradativamente desinternados, retornando às suas famílias de origem ou encaminhados à residência terapêutica, totalizando um número de 18 Serviços Residenciais Terapêuticos implantados no Estado de Sergipe, encerrando o processo de fechamento daquele centro psiquiátrico. (OLIVEIRA, et al.2011)
O processo de desinstitucionalização da loucura no Estado de Sergipe passou por avanços, tendo suas ações em saúde mental baseadas no cuidado em liberdade em serviços substantivos de base territorial comunitária, criando formas diferentes de fazer, descontruindo o paradigma -doença/internação/isolamento/institucionalização Dentro dos territórios, encontramos serviços de diversas naturezas que se articulam de forma complementar em várias redes, Tais como : rede de atenção básica rede de atenção psicossocial (RAAPS) rede de educação para o atendimento integral das necessidades dos usuários. (OLIVEIRA, et al 2011)
A proposta do CAPS AD sustenta-se, em intervenções que venham a valorizar a potencialização dos sujeitos, de modo a fazê-lo reconhecer como autônomos em seu processo de recuperação e cuidado, capazes de identificar as dificuldades encontradas para a realização do seu objetivo de ir reduzindo o uso de substâncias, reivindicar por mudanças que venham agregar seu progresso no processo de reinserção na sociedade.
A dependência química é definida pela 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (como o fumo, o álcool ou a cocaína), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para o cuidado e desempenha papel fundamental na abordagem dos transtornos por uso de substâncias (TUS). Além da capilaridade, já que a APS está presente em todos os municípios brasileiros, é o nível de atenção que conhece a população, o território e os determinantes sociais que interferem nas mudanças comportamentais, dispondo, assim, de melhores condições para apoiar o cuidado na cessação do uso da substância. Diferentes níveis de complexidade compõem o cuidado e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), podendo ser necessário o encaminhamento para a atenção especializada. Preferencialmente, o paciente será direcionado para um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Se estabelecimentos desse tipo não estiverem disponíveis, ele deverá ser referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que trata outros transtornos mentais além da dependência química.
 	A forma de tratamento da dependência é uma preocupação constante, de ação permanente, dentro do Ministério da Saúde. Os CAPS AD, especializados em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, oferecem atendimento a todas as faixas etárias. São serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituídos por equipe multiprofissional e que atuam sob a ótica interdisciplinar, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Ressalto a Política Nacional sobre Drogas e a Política Nacional de Saúde Mental, que reforçam a importância da prevenção, do tratamento, do acolhimento, da recuperação e reinserção social. Elas buscam garantir o direito à assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal para as pessoas com problemas decorrentes do uso indevido ou da dependência do álcool e de outras drogas, nos diferentes níveis de complexidade.
Conforme apontado na Política Nacional sobre Drogas, por se tratar de uma situação complexa e multifatorial, não há uma resposta única. As estratégias envolvem, principalmente, ações de redução da demanda: prevenção, redução de danos, promoção à saúde, cuidado, tratamento, acolhimento, apoio, mútua ajuda, suporte social, redução dos riscos e danos sociais e à saúde e reinserção social, para responder as demandas das políticas públicas são entendidas como um conjunto de ações desenvolvidas por um Estado de caráter interventivo, interventivo, para responderas diversas demandas da sociedade. A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira, no âmbito da seguridade social, regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) (1993)
Historicamente, o ato do proibicismo punitivo ocupou pauta hegemônica ao tratar da matéria sobre drogas, principalmente sobre o enfoque da criminalização, não somente sobre comercialização de substâncias ilícitas, mas também ao seu uso. Em suas abordagens tradicionais essa questão era alvo de formas moralista, com objetivo de alcançar a abstinência. A questão das drogas começou a ser considerada como caso de saúde pública com o surgimento da AIDS, entre os usuários de drogas injetáveis, no final da década de 1970 e início dos anos de 1980, criando uma nova perspectiva sobre os usuários de drogas (BRASIL,2001)
Foi a partir da III Conferência Nacional de Saúde Mental, em 2001, que a questão Álcool e outras drogas ganhou espaço na agenda pública com Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras drogas, justamente o marco legal traçado pela Reforma Psiquiátrica, a Lei n° 10.216 de 6 de abril de 2001, que reconsiderou as diretrizes básicas do SUS e implementou políticas públicas de saúde e garantia universal e integral de acesso também a usuários da saúde mental.
Com a ideia de que as crises advêm do excesso de gastos, especialmente o público, as correntes neoliberais defendem que a economia se volte para um rigoroso ajuste fiscal, redução da intervenção do Estado nas políticas sociais e privatizações. Essas ideias se fortaleceram no Brasil especialmente a partir do ano 2016, com a elevação do autoritarismo e conservadorismo do governo (SOUSA; JORGE, 2018).
Atualmente, as políticas de saúde mental sofrem ataques acelerados pautados pelo Governo conservador de Jair Bolsonaro, apontando para a desestruturação das políticas de assistência social, educação e do próprio SUS, como é possível observar na primeira medida operacionalizada através da Nota Técnica N° 11/2019, que reforçava o papel estratégico da instituição psiquiátrica, enfatizava a internação de crianças e adolescentes e as metodologias biológicas de tratamento (eletroconvulsoterapia), separação de políticas de saúde mental de políticas de álcool e drogas e coibição de estratégias para redução de danos (SILVA; SILVA, 2020).
Outra alteração foi a criação do CAPS AD tipo IV, o qual adotava um funcionamento de 24 horas, que se observou como um importante facilitador do processo de internação compulsória (CRUZ et al., 2020).
Especialistas e o próprio Conselho Federal de Psicologia se colocam contrários a Nota Técnica, pois ela, juntamente às outras medidas, estimula e centraliza o cuidado ao indivíduo com transtornos mentais nas instituições psiquiátricas, favorecendo o tratamento desumano e violento, que restringe a liberdade individual e não estimula a recuperação, e sim a segmentação e isolamento, representando um retrocesso da política de saúde mental no país (SILVA; SILVA, 2020).
Em julho de 2019 houve um Decreto Presidencial (N° 9.926) que retirou as vagas de diversos especialistas e componentes da sociedade civil do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, passando a serem ocupadas, em sua maioria, por integrantes do governo. Essas medidas antidemocráticas só acentuam o retrocesso vivenciado na política de saúde mental e de drogas no Brasil, representando um afastamento gradativo dos direitos sociais, econômicos e culturais (CRUZ et al., 2020).
Todo esse período marcado por políticas neoliberais implica na efetivação das políticas públicas do CAPS e em todo orçamento da saúde pública. Os repasses para compra de materiais para utilização nas oficinas foram bloqueados há algum tempo
CAPÍTULO II –ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO
2.1 -HISTÓRICO E ORIGEM DA INSTITUIÇÃO
O CAPS AD III PRIMAVERA é um centro de tratamento de dependência química, que foi fundado em 18 de março de 2003, porém, sua inauguração ocorreu em 2004 em uma casa alugada, limitando as ações realizadas pela Unidade da Secretaria da Saúde, já que é um prédio com uma infraestrutura feita para receber atendimento multiprofissional, bem como a realização das oficinas ao mudar de endereço ele passou a ter sua própria atualmente está situado em Aracaju, na Rua Guarapari,261, Bairro Atalaia. Ao fundo do CAPS está localizada a UBS Antônio Alves, O que facilita o atendimento aos usuários que precisam colocar a vacinação em dia, ir ao dentista, dentre outros. Antes de ser CAPS tipo III funcionava como tipo II. A instituição funciona 24 horas, em caso da chegada de pacientes em crise ou que precisam de um acompanhamento mais especializado. A reforma da sede própria do CAPS AD Primavera ocorreu em 2022 e, contou com um investimento total de R$637.542,47. Antes a instituição funcionava em um prédio alugado.
No dia 22 de abril de 2022 foi inaugurada a reforma final da sede na Atalaia. Sob Governo Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (ministro da saúde), Edvaldo Nogueira (Prefeito de Aracaju), Pedro Guimarães (Presidente da Caixa), Katarina Feitosa (Vice-prefeita), Antônio Sérgio Ferrari Vargas (secretaria municipal da infraestrutura), Waneska de Souza Barbosa (secretaria municipal da saúde)
Seu funcionamento 24 horas surgiu de demandas de muitas famílias dos dependentes químicos que se queixarem que eles eram atendidos durante o dia, porém, à noite corriam o risco de voltar para as drogas.
A supervisora de Campo, relata que já teve outra estagiária em uma determinada instituição, porém no CAPS só teve uma até o momento.
2.2 - FINALIDADE/OBJETIVO
A proposta do CAPS AD sustenta-se, em intervenções que venham a valorizar a potencialização dos sujeitos, de modo a fazê-lo reconhecer como autônomos em seu processo de recuperação e cuidado, capazes de identificar as dificuldades encontradas para a realização do seu objetivo de ir reduzindo o uso de substâncias, reivindicar por mudanças que venham agregar seu progresso no processo de reinserção na sociedade.
 A atenção psicossocial ofertada pelos CAPS presta acolhimento a pessoas em sofrimento psíquico, desenvolvendo ações que substituem o modelo manicomial.
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada para o cuidado e desempenha papel fundamental na abordagem dos transtornos por uso de substâncias (TUS). Além da capilaridade, já que a APS está presente em todos os municípios brasileiros, é o nível de atenção que conhece a população, o território e os determinantes sociais que interferem nas mudanças comportamentais, dispondo, assim, de melhores condições para apoiar o cuidado na cessação do uso da substância. Diferentes níveis de complexidade compõem o cuidado e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), podendo ser necessário o encaminhamento para a atenção especializada. Preferencialmente, o paciente será direcionado para um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Se estabelecimentos desse tipo não estiverem disponíveis, ele deverá ser referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que trata outros transtornos mentais além da dependência química.
A forma de tratamento da dependência é uma preocupação constante, de ação permanente, dentro do Ministério da Saúde. Os CAPS AD, especializados em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas, oferecem atendimento a todas as faixas etárias. São serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituídos por equipe multiprofissional e que atuam sob a ótica interdisciplinar, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Ressalto a Política Nacional sobre Drogas e a Política Nacional de Saúde Mental, que reforçam a importância da prevenção, do tratamento, do acolhimento, da recuperação e reinserção social. Elas buscam garantir o direito à assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal para as pessoas com problemas decorrentes do uso indevido ou da dependência do álcool e de outras drogas, nos diferentes níveis de complexidade, com incentivo à promoção da abstinência.
Conforme apontado naPolítica Nacional sobre Drogas, por se tratar de uma situação complexa e multifatorial, não há uma resposta única. As estratégias envolvem, principalmente, ações de redução da demanda: prevenção, redução de danos, promoção à saúde, cuidado, tratamento, acolhimento, apoio, mútua ajuda, suporte social, redução dos riscos e danos sociais e à saúde e reinserção social, para responder as demandas das políticas públicas são entendidas como um conjunto de ações desenvolvidas por um Estado de caráter interventivo, interventivo, para responder as diversas demandas da sociedade. A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira, no âmbito da seguridade social, regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) (1993)
Historicamente, o ato do proibicismo punitivo ocupou pauta hegemônica ao tratar da matéria sobre drogas, principalmente sobre o enfoque da criminalização, não somente sobre comercialização de substâncias ilícitas, mas também ao seu uso. Em suas abordagens tradicionais essa questão era alvo de formas moralista, com objetivo de alcançar a abstinência. A questão das drogas começou a ser considerada como caso de saúde pública com o surgimento da AIDS, entre os usuários de drogas injetáveis, no final da década de 1970 e início dos anos de 1980, criando uma nova perspectiva sobre os usuários de drogas (BRASIL,2001)
 Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Se estabelecimentos desse tipo não estiverem disponíveis, ele deverá ser referenciado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que trata outros transtornos mentais além da dependência química.
2.3 -DEMANDA
O CAPS AD III PRIMAVERA atende as demandas que se apresentam como dependência química caracterizada por comportamentos impulsivos e recorrentes envolvendo a utilização de substâncias psicoativas como fonte de prazer e bem-estar ao usuário ,que em abstinência é recorrente o retorno ao uso de drogas após um episódio de ansiedade, tristeza, raiva, desentendimento com a família ou encontro com os amigos que não quiseram tratar o vício, também apresentam recaídas ao passarem pelas bocas de fumo onde costumavam comprar drogas. A demanda acontece por iniciativa espontânea, iniciativa da família ou judicial. O CID F19 é o código para transtorno mentais e comportamentos devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas, conforme a Classificação Internacional de Doenças. Esse CID possui 10 subcategorias:
· F19.0: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – intoxicação aguda
· F19.1: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – uso nocivo para a saúde
· F19.2: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – síndrome de dependência
· F19.3: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – síndrome [estado] de abstinência
· F19.4: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – síndrome de abstinência com delirium
· F19.5: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – transtorno psicótico
· F19.6: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – síndrome amnésica
· F19.7: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – transtorno psicótico residual ou de instalação tardia
· F19.8: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – outros transtornos mentais ou comportamentais
· F19.9: Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas – transtorno mental ou comportamental não especificado.
Segundo Secretaria Municipal da Saúde aumenta a demanda por atendimento em saúde mental depois da pandemia.
A procura também se deu por meio de uso de álcool e outras drogas, com crescimento de 57%. Lembrando que o Governo Bolsonaro participou do orçamento de saúde mental, descontinuou programas importantes, colocando em riscos os direitos dos pacientes em tratamento, em meio a uma pandemia. Ainda se torna reflexo na conjuntura atual todas as medidas que foram tomadas, principalmente aas orçamentárias. A coordenação do CAPS relata que todo mês recebiam 800,00 R$ para o custeio de materiais de oficinas, porém esse custeio foi descontinuado e, apesar das frequentes solicitações à secretaria de saúde, não obtém respostas. Devido a esse déficit a falta de material se torna como uma frequente reclamação dos usuários que querem atividades de artesanato e artes. As máquinas de costura que ficam na sala de oficina 2, estão em desuso, tanto pela falta de materiais e falta de oficineira especializada. Alguns poucos usuários desenvolvem artesanato ou arte por conta própria, o dinheiro sai do bolso deles, assim os mesmos conseguem vender seus materiais.
 A conjuntura neoliberal e as implicações para as políticas de saúde mental ainda repercutem. Espera -se que com a posse, neste ano de 2023 do então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos poucos busque condições para reverter todo esse reflexo do desgoverno anterior.
2.5 -PERFIL DA POPULAÇÃO USUÁRIA
Os usuários do CAPS AD III PRIMAVERA, conforme as observações durante o estágio possuem vínculos familiares fragilizados, a maioria não possui emprego, renda fixa, mora em condições precárias ou são moradores de rua, ou que já passaram pelo sistema prisional. Majoritariamente formado por homens, negros de baixa escolaridade, divorciados que fazem uso prejudicial de álcool e drogas psicoativas, que muitas vezes levam ao adoecimento devido a exposição ao perigo ou a própria droga, é comum que alguns usuários portam hepatite, DST’s e problemas renais, pulmonares e psíquicos que os impossibilitam realizar atividades do dia a dia. todo dia são atendidos por volta de aproximadamente 150 usuários incluindo o período da manhã e tarde.
Estes usuários majoritariamente compostos por homens possuem baixa escolaridade, desempregados, em situação de rua, divorciados, sem parceiras fixas, o que colabora para aumento dos riscos de contágio por DST’s, alguns são aposentados por transtornos ou recebem auxílio. Maior parte dos usuários e usuárias já passaram pelo sistema prisional. A idade prevalecente é de 42 a 45 anos. 61% dos usuários são pardos/pretos. No entanto, o consumo de álcool e drogas pelas mulheres vem aumentando, como consequência da cultura e suas mudanças nas relações entre os sexos, na sexualidade, a mulher usuária de álcool e drogas, há de se considerar aspectos, como o aumento do número, de parcerias sexuais sem proteção, consequentemente tornando-se mais vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis, a infecções pelo vírus HIV, a gestação indesejada. O CAPS também atende profissionais do sexo que fazem uso prejudicial de álcool e drogas. (SANTORO; LOPES,2013)
 Durante pauta da reunião dos técnicos, trouxeram a situação de uma usuária, menor de 30 anos, grávida do terceiro filho e com problemas mentais severos devido ao uso abusivo de drogas. Por questão da idade, ela foi encaminhada para outro CAPS, também pelo fato dos usuários (homens) se aproveitarem da situação mental dela para praticar assédio. Também houve a questão de pensar e tomar atitude a respeito da laqueadura para a usuária, tanto pela sua incapacidade de criar filhos, em como a desconfiança de que o pai da usuária estaria envolvido com venda/tráfico de bebês para outras famílias.
Pessoas com transtornos mentais, abandonadas pela família, imigrantes, desempregados, dependentes químicos, ex -presidiários, e até trabalhadores. Esses são alguns dos diversos perfis das pessoas que se utilizamda rua como abrigo ou moradia. Apesar de serem vistos como um grupo homogêneo, os moradores de rua são pessoas de realidades variadas. Até mesmo a pobreza, que comumente associada ao grupo está presente em todos os casos. Segundo Atila Pinheiro, coordenador do Movimento Nacional População em Situação de Rua. Uma das poucas pesquisas existentes sobre essa população foi realizada em 2007 pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O levantamento constatou que os principais motivos que levam as pessoas a viverem nas ruas estão relacionados a problemas de alcoolismo ou drogas (35,5%), de desemprego (29,8%) e de desavenças com parentes (29,1%). Dos entrevistados,71,3% citaram pelo menos um desses fatores.
As mulheres mostram-se afetadas em sua saúde sexual e reprodutiva, comparativamente aos homens mais expostos às causas de acidentes e a violência. É comum acidentes entre usuários transtornados pelo uso de drogas sofrerem ou acabam se envolverem em brigas violentas. Como maior parte dos profissionais da instituição são compostas por mulheres, é comum ver cenas de violência verbal de usuários contra essas profissionais. Esse tipo de comportamento é sempre abordado em pautas de assembleias, inclusive no Dia Internacional da Mulher.
 
2.5 - ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO INSTITUCIONAL
O Ministério da Saúde é responsável por monitorar e direcionar todas as atividades relacionadas a saúde, incluindo assistência médica. A hierarquia deve funcionar em mecanismos de referência e contrarreferência, do nível de cuidado menos ao mais complexo, garantindo a continuidade do cuidado por meio do cuidador principal. A prestação de serviços de saúde é de responsabilidade dos governos municipais, auxiliados financeiramente pelo governo federal e pelos estados. (VASCONCELOS,2000) 
Considerando que as estruturas físicas e os ambientes dos pontos de atenção constituem base operacional fundamental para a garantia da qualidade do cuidado e das relações usuários equipes-territórios, o presente Manual visa contribuir para a expansão, a sustentabilidade e o fortalecimento da implementação das RAPS nos territórios locais no processo de consolidação da reforma psiquiátrica em curso no Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com os princípios da Lei 10.216/2001 (Brasil, 2004).
O acolhimento é realizado assim que o usuário chega por meio de demanda espontânea, caso o usuário compareça a instituição sem alguns desses documentos, ele pode apresentar qualquer documento em posse, como Carteira de Trabalho, ou entregar posteriormente no momento da escuta. Os usuários em situação de rua não precisam atender a esses critérios. O acolhimento é realizado de forma sigilosa, sem julgamentos. Durante a observação foi possível verificar de que forma o uso de substâncias prejudicam as relações familiares, de Trabalho aproxima os indivíduos da violência,
A instituição atende cerca de 26 usuários por dia, no período da manhã conforme observado na lista de usuário por TR.
 Foi observado durante o período de estágio que o refeitório é pequeno, possui apenas duas mesas e poucas cadeiras, alguns usuários comem no chão. Muitas cadeiras estão quebradas. As salas de oficina são pequenas e não permite a entrada de usuários que não cabem mais no espaço.
As atividades começam às 8:30 geralmente, após são servidos os lanches, pode acontecer alguma oficina por parte de visitantes, mas na maioria das vezes, os usuários assistem tv, ouvem música, jogam baralho, dominó ou fazem artes por conta própria. Ao meio-dia é previsto a chegada do almoço, que em determinado dia atrasou. Os usuários que necessitam de uma alimentação adequada devido aos problemas de saúde, como diabetes, não recebem alimento próprio para não agravar a situação de saúde.
A equipe do CAPS é composta por 35 profissionais, em 2022, porém esse número diminuiu. No presente momento há mais de 4 meses sem psiquiatra. A equipe atual conta com enfermeiros, Auxiliar de enfermagem, Técnico de enfermagem,4 Assistentes Sociais, Psicólogos, Profissional em Educação Físico, Coordenador, Farmacêuticos, Oficineira (o), psicólogos, oficineiros, Educador físico, farmacêutico, Recepcionistas, 2 vigilantes na parte externa, Auxiliares de Serviços Gerais, motorista, auxiliar administrativo. Entre os profissionais observa-se uma equipe majoritariamente feminina principalmente Assistentes sociais, Psicólogas e Enfermeiras, que estão a estar associadas a figura da mulher ao cuidado, sendo parte da cultura de que essa é uma vocação feminina.
O CAPS AD Primavera é categorizado como tipo três, tendo seu funcionamento 24 horas. Possuí uma modalidade de acolhimento noturno, para quando o usuário está em crise e oferece riscos a si mesmo e a outros. O ACN (acolhimento noturno), não ultrapassa 15 dias. O atendimento do CAPS acontece durante o dia. À noite permanece apenas o acolhimento noturno, que conta com 6 vagas. Entre os profissionais que permanecem durante o ACN faz parte Enfermeiros, dividido em equipe noturna e diurna, durante a semana, feriados e finais de semana. A sala de repouso dos funcionários é destinada a esses profissionais que permanecem no pernoite.
O CAPS tem o intuito de reduzir danos, provocado pelo uso abusivo de álcool e drogas, é destinado para adultos a partir dos 30 anos de idade. A unidade dispõe de 2 salas de oficina, refeitório, farmácia, sala de reuniões, 2 consultórios, salas de acolhimento noturno, vestiários, espaço de convivência, sala de arquivo, sala dos técnicos, Almoxarifado, Coordenação, sala de arquivos, banheiros masculino e feminino, repouso dos funcionários. Sala de PRD onde ocorrem às reuniões, sala dos materiais de limpeza, Observação unissex, área em que os usuários plantam na oficina da horta e também fazem uso do fumo e estendem suas roupas.
. Dentro do CAPS não existe um trabalho isolado que não precisa da interlocução entre os profissionais, uma vez que o objetivo da abordagem é a resolução da demanda apresentada pela população ,contudo ,existem hierarquias dentro da instituição, como o caso do coordenador, que possuí uma sala, própria, Já a equipe Técnica(TR) os Oficineiros, Professores de Educação Física, Assistente Sociais, possuem sua sala compartilhada, a sala dos Técnicos, as(os) Enfermeiros ficam nas salas de consultório, ou acolhimento noturno, porém, também fazem parte da equipe técnica e participam das reuniões dos técnicos, são responsáveis por administrar os medicamentos ,que ficam na sala da farmácia, onde possui uma farmacêutica. Existe ainda, os auxiliares de serviços gerais, os que trabalham na cozinha entregando a alimentação que é fornecida por uma empresa. 
Os recepcionistas da área de entrada do CAPS, não adentram nas dependências, ficam responsáveis de guardar os pertences que os usuários não irão utilizar e entregar uma sacola transparente para que não entrem com substâncias para consumir ou comercializar entre os usuários, assim os recepcionistas ficam responsáveis pelo guarda volumes, que possui uma sala, entregar os tickets da refeição, levando em conta quem permanece pela manhã ou tarde, para que não haja falta de alimento na hora da entrega. Realizam a anotação de lista de presença, pedem documentos para constatar possíveis inveracidades. A Recepcionista da Área interna fica responsável por guardar e vigiar as chaves das salas, que permanecem trancadas, só entregam nas mãos dos trabalhadores da instituição, até mesmo auxiliar de Serviços gerais, que precisam manter as salas limpas. Profissionais da SACEL ficam de guardas, porém, apenas entram ao ouvirem o alarme acionar em caso de perigo. Os Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem auxiliam os Enfermeiros com graduação.
Ao procurar o CAPS, o usuário sozinho ou acompanhado de algum membro da família passa por acolhimento sem necessidade de encaminhamento prévio. O acolhimento é realizado por qualquer um dos técnicos de referência, o intuito é colher informações importantes sobre os usuários, anotar a documentação levada e respostas relevantes, após o procedimento da escuta o usuário é orientadosobre o técnico de referência (TR) que vai realizar uma escuta e planejar o Projeto Terapêutico Singular (PTS), levando em conta as necessidades de cada indivíduo para traçar os dias de frequência e atividades terapêuticas que ele participará. Caso o usuário não se adeque ao critério da idade ou outros motivos, ele será encaminhado para instituições que melhor atende as suas necessidades.
Existem três modalidades de acompanhamento: não intensivo, entre pessoa com uso reduzido de substâncias, semi-intensivo, com pessoas em processo de transição do uso, e intensivo, com pessoas que estão em uso abusivo e mais prejudicial à saúde.
Os membros que compõe os usuários do CAPS Ad Primavera são divididos por região Sul e Norte, sendo assim, Jasmim e Lírio.
Todas às quintas é realizada a reunião dos técnicos, em que pautas de assembleia, possíveis intervenções são colocadas em discussão para se chegar a uma resolução unânime, seja imediata ou permanente. Todo caso tratado é preenchido no Livro de Ocorrências. Caso precise do comparecimento de um usuário ou usuária, eles são convidados para explicar sua situação e ajudar na resolução do caso.
O corpo a corpo acontece na recepção com presença de técnicos de referência, onde os usuários são avaliados conforme período de permanência no CAPS durante o dia. É como uma supervisão da entrada dos usuários junto à recepção.
Todo o conteúdo a respeito dos usuários que sejam relevantes fica no sistema do histórico de cada usuário, sendo atualizado assim que necessário.
A UBS que se encontra ao fundo da instituição se torna estratégica para atualizar vacinas dos usuários, A transcrição de receitas que estão vencidas devido à falta de médico Psiquiatra.
O CAPS recebe com frequência residentes de cursos de enfermagem, Serviço Social, Psicologia e Farmácia. Até o presente momento a Supervisora de Campo só possuiu uma estagiária na instituição. Todas às quintas é realizada a reunião dos técnicos, em que pautas de assembleia, possíveis intervenções são colocadas em discussão para se chegar a uma resolução unânime, seja imediata ou permanente. Todo caso tratado é preenchido no Livro de Ocorrências. Caso precise do comparecimento de um usuário ou usuária, eles são convidados para explicar sua situação e ajudar na resolução do caso.
Em um determinado momento foi criado um documento de entrada e saída, caso o usuário precisasse sair do CAPS para comprar alimento ou resolver algo, o documento era assinado e o Técnico de Referência avisado sobre a saída do usuário. Entretanto, essa estratégia não deu certo, devido à ausência de retorno de alguns usuários, saídas para compras de substâncias, então ficou instituído que se alguém tiver algo a realizar não adentre no CAPS, caso dê tempo de entrar no horário, eles poderão entrar.
O CAPS recebe com frequência residentes de cursos de enfermagem, Serviço Social, Psicologia e Farmácia. Até o presente momento a Supervisora de Campo só possuiu uma estagiária na instituição.
 No PTS é definido o tipo de atividades. Cada oficina possui suas finalidades; cine CAPS é um momento de exibição de filmes pré-selecionados junto aos usuários e a cada mês novos filmes entram em cartaz. O objetivo do Cine CAPS é trabalhar temas contemporâneos de sua relação com a vida cotidiana dos participantes, em como sua relação com o uso problemático de SPA’s , quando for o caso, estimular reflexões e pensamentos críticos sobre os temas abordados nos filmes em tela.
MusiCAPS é uma oficina com intuito de formar grupo musical que se processa desde a construção coletiva de um repertório até a realização de apresentação em momentos extra -oficinais com vista num cuidado que pretende criar espaço de habilidades musicais (rítmicas, motoras, cognitivas associadas) noção de trabalho coletivo. Mediar desenvolvimento de repertório considerando a preferência de cada participante, promover eventuais participações em grupos em outros espaços.
Entre outras atividades são realizadas cultivo de horta, plantas medicinais, dentre outras. Pintura a lápis de cor de desenhos impressos, jogo de baralho, dominó, porém sem supervisão, apenas como atividade recreativa de Passa-Tempo entre outras atividades estão: as práticas corporais, Movimenta-Mente, Mais Saúde, Cuidando da Mente,1,2,3 Ação: Eu existo, Giro Cultural, Atendimento em grupo para ACN.
O corpo administrativo é formado por uma hierarquia em que o núcleo que coordena todas as redes integradas é a REAPS (Rede de Atenção Psicossocial.) De acordo com a secretaria municipal de saúde (SMS), atentar para a saúde mental deve ser um cuidado integral, junto aos demais relacionados. O acesso começa com as UBS- CAPS –Hospital de urgência mental. A REAPS de Aracaju é formada por cinco CAPS do tipo III, que trabalham 24 horas
Ao procurar o CAPS, o usuário sozinho ou acompanhado de algum membro da família passa por acolhimento sem necessidade de encaminhamento prévio. O acolhimento é realizado por qualquer um dos técnicos de referência, o intuito é colher informações importantes sobre os usuários, anotar a documentação levada e respostas relevantes, após o procedimento da escuta o usuário é orientado sobre o técnico de referência (TR) que vai realizar uma escuta e planejar o Projeto Terapêutico Singular (PTS), levando em conta as necessidades de cada indivíduo para traçar os dias de frequência e atividades terapêuticas que ele participará. Caso o usuário não se adeque ao critério da idade ou outros motivos, ele será encaminhado para instituições que melhor atende as suas necessidades.
Existem três modalidades de acompanhamento: não intensivo, entre pessoa com uso reduzido de substâncias, semi intensivo, com pessoas em processo de transição do uso, e intensivo, com pessoas que estão em uso abusivo e mais prejudicial à saúde.
O Ministério da Saúde considera as recomendações contidas no Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial, realizada em 2010.
O trabalho do Assistente Social na saúde se insere no campo multiprofissional, os serviços são realizados por vários profissionais, por finalidade a ação terapêutica, com objetivo de preservar as condições de saúde, prevenir doenças e seus agravos, em suma o instrumento do trabalho é a prestação da assistência à saúde, não confundindo com o objeto de trabalho dos Assistentes Sociais no geral, que é a questão social. Dentro do Caps não existe um trabalho isolado que não precisa da interlocução entre os profissionais, uma vez que o objetivo da abordagem é a resolução da demanda apresentada pela população ,contudo ,existem hierarquias dentro da instituição, como o caso do coordenador, que possuí uma sala, própria, Já a equipe Técnica(TR) os Oficineiros, Professores de Educação Física, Assistente Sociais, possuem sua sala compartilhada, a sala dos Técnicos, as(os) Enfermeiros ficam nas salas de consultório, ou acolhimento noturno, porém, também fazem parte da equipe técnica e participam das reuniões dos técnicos, são responsáveis por administrar os medicamentos ,que ficam na sala da farmácia, onde possui uma farmacêutica. 
Existe ainda, os auxiliares de serviços gerais, os que trabalham na cozinha entregando a alimentação que é fornecida por uma empresa. Os recepcionistas da área de entrada do CAPS, não adentram nas dependências, ficam responsáveis de guardar os pertences que os usuários não irão utilizar e entregar uma sacola transparente para que não entrem com substâncias para consumir ou comercializar entre os usuários, assim os recepcionistas ficam responsáveis pelo guarda volumes, que possui uma sala, entregar os tickets da refeição, levando em conta quem permanece pela manhã ou tarde, para que não haja falta de alimento na hora da entrega. Realizam a anotação de lista de presença, pedem documentos para constatar possíveis inveracidades. A Recepcionista da Área interna fica responsável por guardar e vigiar as chaves das salas, que permanecem trancadas, só entregam nas mãos dos trabalhadores da instituição, até mesmo auxiliar de Serviços gerais, que precisam manteras salas limpas. Profissionais da SACEL ficam de guardas, porém, apenas entram ao ouvirem o alarme acionar em caso de perigo. Os Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem auxiliam os Enfermeiros com graduação.
Levando em conta a necessidade do SUS de ampliar e diversificar os serviços do SUS para a atenção às pessoas com necessidades decorrentes do consumo de álcool, crack e outras drogas e suas famílias, resolve no Art. 2 ° que constituem -se diretrizes para o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial:
I – Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas;
II – Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
III – Combate a estigma e preconceito;
VIII – desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos;
CAPS ADIII Primavera Atende adultos a partir de 30 anos com no máximo 6 leitos para observação e monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana; indicado para municípios ou regiões com população acima de 150.000 habitantes. Equipe mínima: 01 médico clínico; 01 médico psiquiatra; 01 enfermeiro com experiência e/ou formação na área de saúde mental; 05 profissionais de nível universitário, 04 técnicos de enfermagem; 04 profissionais de nível médio; 01 profissional de nível médio para a realização de atividades de natureza administrativa. Para os períodos de acolhimento noturno, a equipe mínima ficará acrescida dos seguintes profissionais: 01 profissional de saúde de nível universitário, preferencialmente enfermeiro; 02 técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e 01 profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de natureza administrativa. No período diurno aos sábados, domingos e feriados, a equipe mínima será composta da seguinte forma: 01 enfermeiro, 03 técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço, 01 profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de natureza administrativa. 
A proposta do CAPS AD sustenta-se, em intervenções que venham a valorizar a potencialização dos sujeitos, de modo a fazê-lo reconhecer como autônomos em seu processo de recuperação e cuidado, capazes de identificar as dificuldades encontradas para a realização do seu objetivo de ir reduzindo o uso de substâncias, reivindicar por mudanças que venham agregar seu progresso no processo de reinserção na sociedade.
Do incentivo financeiro: proposta para de repasse para Centros de Atenção Psicossocial – CAPS. O valor do custeio mensal para o CAPS é definido pelo tipo. CAPS AD III (24horas) - R$ 150.000,00, conforme portaria n° 3.089, de 23 de dezembro de 2011, ou que venha a substitui-la
2.4 -DINÂMICA E FUNCIONAMENTO INSTITUCIONAL E PARCERIAS
O CAPS AD III PRIMAVERA conta com parcerias com outras instituições que estão em constante contato, pois servem para possíveis encaminhamentos caso o usuário não possua o perfil para integrar o CAPS, por motivo de idade, intervenções paliativas aos usuários em situação de rua, ou violência entre usuários dentro da instituição.
A REAPS de Aracaju é formada por cinco CAPS do tipo III, que trabalham 24 horas com acolhimento noturno. São eles: 
CAPS DAVID III CAPRISTRANO, CAPS LIBERDADE, JAEL PATRÍCIO CAPS AD, VIDA (infanto-juvenil) CAPS IVONE LARA, infanto-juvenil (não possui atendimento noturno) UAA, CENTRO POP, 4 Residências Terapêuticas Centro de Convivência que se articula com a RAPS, o centro de convivência são estratégias para a inclusão social das pessoas com transtornos mentais e pessoas que fazem uso de drogas, atua por meio de construção de convívio e sustentação das diferenças na comunidade e em variados espaços da cidade. PROJETO REDUÇÃO DE DANOS (PRD), que todas as quartas-feiras fazem visita ao CAPS e promovem reuniões com os usuários em uma sala exclusiva: a sala de PRD. 
UAA, que são centros de acolhimento adulto que oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de vinte e quatro horas, em ambiente residencial e objetiva oferecer acolhimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes de uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, acompanhadas nos CAPS, em situação de vulnerabilidade social e/ou familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório. O período de permanência pode ser de até seis meses. [...] (BRASIL,2011,2012 b)
Ad redes de Atenção Psicossocial é integrada, articulada nos diferentes pontos de atenção com linhas de cuidado para atender pessoas em sofrimento. A rede é composta por serviços e equipamentos variados como Centros de atenção Psicossocial (CAPS), Serviços residenciais terapêuticos (SRT) Ambulatórios Centros de Convivência (Centro POP), Unidades de acolhimento (UAA), Hospitais gerais (HU), Hospitais de urgência mental.
O movimento LOUCO motiva Sergipe atua desde em 2015 e se colocam a disposição da Luta antimanicomial. O CRESS/ SE é uma das instituições integrantes do movimento, que articula os atos públicos, em que usuários de vários CAPS se reúnem junto à equipe técnica, se reúnem em um ponto estratégico, como por exemplo: Praças de Aracaju. O Movimento promove oficinas ao ar livre pintura, relaxamento, massagem, grupo de música, ao Final do evento, os usuários juntos a profissionais e equipe do Movimento que conduzem” marchinhas “, com temáticas antimanicomiais, em que todos vão às ruas cantando, até chegar na Assembleia Legislativa, onde se torna espaço de fala, propostas da liderança. Durante os informes do bom dia, foi definido o dia de participação do movimento, sendo dia 18 de maio de 2023, que sempre é realizado nesse mês.
“Um dos pontos de discussão em meio ao nosso trabalho é o protagonismo do usuário. Eles estão aqui fazendo esse movimento. Essa é uma demonstração de que a pessoa com transtorno mental consegue”, acrescenta Sony Petris (coordenadora da Atenção Psicossocial da SES)
Equipe Consultório de Rua que são constituídas por profissionais que atuam de forma itinerante e ofertam ações e cuidados de saúde para a população em situação de rua, atendendo as diferentes necessidades de saúde no âmbito da RAPS.
CAPÍTULO III – SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO
O Assistente Social busca intervir na realidade utilizando ferramentas, instrumentos e suas três dimensões, porém, o profissional com suas atribuições privativas tem o desafio de agir isoladamente no seu fazer profissional.
O trabalho multiprofissional faz parte do cotidiano e realidade de atuação do (a) Assistente Social no CAPS. O trabalho do Assistente Social na saúde se insere no campo multiprofissional, os serviços são realizados por vários profissionais, por finalidade a ação terapêutica, com objetivo de preservar as condições de saúde, prevenir doenças e seus agravos, em suma o instrumento do trabalho é a prestação da assistência à saúde, não confundindo com o objeto de trabalho dos Assistentes Sociais no geral, que é a questão social.
Oficina Reviver é realizada pela Assistente Social juntamente com a psicóloga. A proposta da oficina é promove a interação social a partir do compartilhamento de vivências e experiências, estimula a autoestima, a expressão de sentimentos através da linguagem, autocuidado, noção de limites e regras de convivência. Os usuários são conduzidos ao setting terapêutico (sala, área livre) onde serão desenvolvidas atividades variadas, tais como: rodas de conversas e dinâmica em grupo. A dinâmica da oficina conduz os usuários, de forma espontânea a compartilharem suas vivências, planos para o futuro, questões sobre recaídas, sentimentos e sobre fatos que marcam suas vidas.
O processo de renovação do Serviço Social, que se iniciou na segunda metade da década de 1960 e início de 1970, foi fundamental para o entendimento do que hoje vem sendo chamado de Projeto Ético -Político (PEP) no momento em que se passava a questionar as bases tradicionais que se sustentavam no Serviço Social brasileiro, muda -se o direcionamento das práticas participativas desenvolvidas por esses profissionais.
Durante a conjunturada ditatura Militar, foi que o Serviço Social passou a questionar as bases do Serviço Social, até a década de 60, a profissão apresentava uma hegemoneidade nas posições profissionais. Um conjunto de fatores fizeram surgir um novo cenário político em que os Assistentes Sociais repensaram o exercício da profissão, por meio de ampliações de cursos e pós-graduação com a soma dos debates teóricos metodológicos da profissão. 
O trabalho do Assistente Social na saúde se insere no campo multiprofissional, os serviços são realizados por vários profissionais, por finalidade a ação terapêutica, com objetivo de preservar as condições de saúde, prevenir doenças e seus Assistente Sociais, possuem sua sala compartilhada, a sala dos Técnicos.
O trabalho na área da saúde mental oferece uma oportunidade para os Assistentes Sociais praticarem de forma colaborativa com profissionais aliados, mantendo a integridade de seus conhecimentos e base de habilidade. Os Assistentes Sociais prestam serviços de intervenção, escuta fora do viés psicologizante, gestão de casos
As salas de acolhimento proporcionam o sigilo ético entre o profissional, no caso, o(a) Assistente Social, que mantém a integridade do usuário
O Assistente Social, por meio de sua atuação no campo tem por objetivo estimular e fortalecer espaços de controle social do SUS, uma vez que produz um aprimoramento dos espaços de gestão dos serviços, protagonismo dos usuários, a respeito da família não foram observadas uma atenção direcionada para serem incluídas nesse processo.
As atribuições privativas do (a) Assistente Social do CAPS AD III PRIMAVERA é somente supervisionar estagiário do curso de Serviço Social, os demais são feitos por qualquer técnico: acolhimento, escuta, relatório de comparecimento, relatório de solicitação de residência terapêutica ou auxílio aluguel, dentre outros. Os assistentes sociais em saúde mental também estão envolvidos no planejamento e prestação de uma variedade de serviços, como a construção de parcerias entre profissionais, colaborar com ambiente de apoio aos usuários auxiliando na questão de desemprego, habitação e justiça social, apoiar programas preventivos.
Na saúde mental, segundo Robaina (2010, p.142), os/as assistentes sociais estavam em número significativo quando a psiquiatria invadiu o território social, e a tecnologia incluiu as intervenções químicas (injeções, eletrochoque, lobotomia) e o uso de psicofármacos, isto é, quando o projeto higienista ainda não prescindia do asilo.
3.1 - DESAFIOS ÉTICOS - POLÍTICOS E PERSPECTIVAS PARA O SERVIÇO SOCIAL
São instrumentos diretos que fazem parte da dimensão técnico -operativa as entrevistas durante o acolhimento, visita domiciliar, acompanhamento social, trabalho em grupo, reunião, relatório social. Durante o estágio, foi observado apenas o acolhimento, relatório, reunião, trabalho em grupo, devido a falta de transporte não foi possível realizar visitas domiciliares durante o período.
Se torna um desafio uma intervenção pautada nos aspectos do projeto ético- político o profissional garantir um bom atendimento, diante dos recursos mínimos disponíveis, estabelecer diálogo com os usuários de modo reflexivo para um melhor entendimento da sua situação e, também apresentar as propostas do CAPS em substituição aos manicômios, comunidades terapêuticas, eles precisam entender o que é redução de danos diante da realidade de cada um. 
Um dos desafios éticos relatado pela supervisora de campo é direcionar a ela as demandas que qualquer técnico poderia realizar, com o estigma de que “Assistente Social resolve tudo”. Um pensamento recorrente por parte dos usuários que cobram por melhorias, equipa mentos, médicos, etc. É comum em qualquer espaço acontecer esse equívoco com o trabalho dos assistentes sociais, que historicamente tiveram um viés caritativo voltado para o assistencialismo.
Existe uma tendência ao desgaste mental, devido às cobranças que não lhe competem, as condições precárias de trabalho e seus efeitos que limita a prática profissional, causando uma frustação. Outro fato observado é a espera de que o profissional tenha competência clínica “por cuidar do sujeito em sofrimento", observa-se que há compreensão por parte da Assistente Social que articula as práticas com os preceitos sociais, agindo de acordo com preceitos éticos-políticos. Outra questão a ser enfrentada é a naturalização da lógica manicomial e desinformação por parte dos usuários e dos profissionais das outras áreas.
Se torna um desafio receber um usuário que além do uso de drogas possui transtornos mentais, o que se torna desafiador trabalhar com esse usuário, se ele deveria estar no CAPS Ad III ou CAPS I.
Torna-se pauta constante nas assembleias e reuniões a questão da violência e assédio para com as mulheres, tanto as que integram parte da equipe, tanto estagiárias e residentes.
Neste cenário conturbado e marcado por profundos desafios, o trabalho na área da saúde mental oferece uma oportunidade para os assistentes sociais praticarem seu trabalho de forma colaborativa e de acordo com os princípios do código de ética profissional, isso não implica que não haverá desafios e que sempre se alcançará os resultados esperados.
Numa mesma direção, Mota e Rodrigues (2016) reiteram que o trabalho profissional na saúde mental sofre limites institucionais que se expressam com frequência em tensionamentos e conflitos que trazem obstáculos para executar as suas ações, em como é possível, mesmo assim, manter a coerência com os princípios do projeto ético -político da profissão, mesma. Nesse sentido, o trabalho do assistente social é permeado por obstáculos, entre eles, o próprio limite das políticas públicas, e da falta de subsídios financeiros e formativos para o trabalho em rede. Contudo, tais empecilhos não são justificativos para a não realização do trabalho, considerando a capacidade de articulação e criatividade estratégica para superar esses entraves. O trabalho desse profissional constantemente requer uma releitura da realidade social e, particularmente, das condições de trabalho, para serem capazes de identificar as possibilidades e potencialidades a cada demanda. (BREDOW; DRAVANZ,2010).
A instituição pode impor atribuições ao assistente social, que se vê ameaçado a perder o emprego caso não cumpra os requisitos impostos, porém, pode –se utilizar de documentos que mostrem que não é uma especificidade do exercício profissional. É de suma importância o conhecimento sobre principalmente a respeito do Código de Ética Profissional de 1993.
Chamo atenção para o Campo Social da saúde mental que não requer do assistente social uma abordagem clínica e sim que se aproprie dos diagnósticos desses usuários atendidos pela equipe multidisciplinar, contudo o Assistente Social pode realizar escuta tanto no acolhimento quanto a situações de sofrimento do usuário que necessita ser ouvido, a abordagem não vai ser psicologizante e sim de apoio, atenção e possíveis orientações. A escuta clínica fica a cargo de Psicólogos e Psiquiatras. O Assistente Social atua no viés do lado social do sofrimento do indivíduo.
Em consonância com vários elementos contidos no código de ética e na Lei de Regulamentação da Profissão, as Diretrizes Curriculares, aprovadas em 1996, indicam a preocupação com uma formação profissional que contemple a participação dos usuários[...]apreensão crítica da realidade, dos processos sociais numa perspectiva de totalidade, de análise do movimento histórico da sociedade brasileira e apreensão do desenvolvimento capitalista. Tendo como base a indissociabilidade entre as dimensões, a participação social está presente nos pressupostos das diretrizes.
Em todos os documentos que compõem o Projeto -ético Político do Serviço Social, a temática da participação social se constitui elemento fundamental, como a importância de estimular processos participativos no cotidiano. As atividades desenvolvidas junto aos usuários podem se constituir como estratégicas para estimular a participação dos que estão em sofrimento psíquico. O setor

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