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09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 1/23 BASES BIOLÓGICAS DO COMPORTAMENTO HUMANO UNIDADE 2 - NEUROGENE� TICA E EPIGENE� TICA Autoria: Sâmia Paula Santos Neves Oliveira - Revisão técnica: Maria Luzia Cuman 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 2/23 Introdução O comportamento humano sempre foi uma área de bastante interesse das mais diversas áreas da ciência. E� intrigante a diversidade de respostas quando vivenciamos situações estressoras, ou favoráveis, que encontramos pelo mundo nas mais diversas culturas. Seja o comportamento saudável ou patológico, a variedade com as quais nos deparamos tem despertado o interesse de diversos estudiosos na Psicologia, Biologia, Sociologia, Antropologia, Medicina etc. E� desa�iador compreender como um comportamento acontece e quais são os elementos in�luenciadores e condicionantes. Muitas respostas têm sido dadas, mas muitas perguntas surgem a cada estudo publicado. Por isso, é cada vez mais crescente o surgimento de posicionamentos contraditórios, novas explicações e refutações no mundo que se dedica a explicar o comportamento dos humanos. Com o advento da genética, dos conhecimentos sobre a molécula da vida, o ácido desoxirribonucleico (DNA), o surgimento da engenharia genética e projetos arrojados, como o Genoma Humano, estamos encontrando elementos chave que desvendam ou apontam pistas importantes quando o assunto é comportamento. Nesta unidade, nos dedicaremos aos seguintes tópicos: estudos genéticos do comportamento humano, relação entre comportamento, ambiente e genes através da epigenética, in�luência da relação social na expressão genética, o papel dos genes na determinação do comportamento e modelos animais de experimentação. Fique atento(a) às seguintes questões para a nossa re�lexão e aprendizado: qual a contribuição da genética para compreender o comportamento humano? A genética determina ou condiciona o comportamento humano? Há interação entre o contexto que o ser humano está inserido e a sua carga genética? E� possı́vel o estilo de vida e as relações sociais in�luenciarem a expressão dos genes? Qual a importância para a Psicologia da pesquisa de experimentos com modelos animais? Bons estudos! 2.1 Estudos genéticos do comportamento humano A genética do comportamento se dedica aos estudos dos mecanismos genéticos e neurobiológicos, relacionados aos diferentes comportamentos. Conforme Calegaro (2001), é possı́vel identi�icá-la como uma área de interface entre genética e as ciências comportamentais dos animais e humanos. A engenharia genética foi um grande ganho na ciência que aprovisionou um aparato de ferramentas essenciais ao estudo do comportamento relacionado à genética molecular. Isso viabilizou progressivamente o avanço na identi�icação de genes que regulam alguns comportamentos, e também, a compreensão de como estes genes interatuam com o ambiente na constituição de caracterı́sticas normais e patológicas da personalidade humana (PIMENTA; LIMA, 2015). O impacto desse campo de conhecimento na Psicologia é incrı́vel. Vivemos uma revolução na compreensão do que causa o comportamento. Porém, a Psicologia, especialmente aqui no Brasil, está no caminho de domı́nio dos referidos avanços. Um conjunto de argumentos teóricos e metodológicos denominados “modelo padrão de causalidade do desenvolvimento da personalidade”, provocam implicações profundas sobre a população que não é da área cientı́�ica e, lamentavelmente, em muitos pro�issionais da Psicologia. A seguir, veremos duas temáticas importantes a serem compreendidas quando estamos diante de estudos genéticos: herdabilidade e determinismo genético, e gêmeos e comportamento. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 3/23 2.1.1 Herdabilidade e determinismo genético Os aportes da genética do comportamento para a Psicologia, compõem um cenário que para ser compreendido é essencial apresentar um conceito da área, usualmente interpretado de forma inadequada: a herdabilidade. Herdabilidade consiste uma medida estatı́stica, expressada em percentagem (%), que con�igura a amplitude de contribuição dos fatores genéticos para a ocorrência das variações em uma dada caracterı́stica, entre os indivı́duos de uma população. Ao considerarmos que uma caracterı́stica é 50% herdada, devemos entender que metade da variância é relacionada à hereditariedade. Assim, torna-se possı́vel explicar as diferenças entre os indivı́duos. Nesse contexto, podemos concluir que, quando um gene apresenta uma in�luência elevada em uma determinada caracterı́stica, a herdabilidade também será elevada. Os dados das medidas da contribuição dos genes, em uma dada caracterı́stica, não favorecem o determinismo genético. Ou seja, a con�iguração biológica do indivı́duo, não é o destino dele. Segundo Costa (2013) e Francis (2015), os estudos na área da genética do comportamento evidenciam a importância dos aspectos ambientais. Ainda que uma condição tenha alto grau de herdabilidade, a exemplo da fenilcetonúria, a sua expressão fenotı́pica pode ser modulada de modo crucial pelo ambiente. Mudanças na alimentação, por exemplo, permitem que o indivı́duo portador desses genes tenha um desenvolvimento saudável. Importante salientar que caso não se tenha as devidas restrições alimentares, certamente as manifestações clı́nicas caracterı́sticas da disfunção metabólica aparecerão. 2.1.2 Gêmeos e comportamento VOCÊ QUER LER? O livro 50 Ideias de Genética, do autor Mark Hernderson, te ajudará a re�letir sobre algumas questões como: a personalidades é herdada ou desenvolvida? O que o DNA pode representar sobre as caracterıśticas humanas? Quais os ganhos ou perdas em criar a ovelha Dolly? Em um futuro breve, poderemos escolher as caracterıśticas dos nossos bebês? Mark Henderson é editor do jornal The Times, discute os conceitos principais desta ciência relativamente nova, em uma sequência de cinquenta ensaios curtos e esclarecedores. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 4/23 Você já pensou se os genes in�luenciam comportamentos complexos relacionados a �idelidade, por exemplo? Esse é um exemplo intrigante e polêmico. Se a caracterı́stica "inclinação a traição", é de fato in�luenciada pelos genes, é possı́vel prever que, se um gêmeo univitelino (com carga genética igual ao do irmão) trair, a probabilidade do outro ser in�iel poderia ser considerada, visto que os mesmos genes estariam atuando nos dois irmãos. #PraCegoVer: Gêmeas univitelinas com caracterı́sticas fı́sicas idênticas. Ambas são morenas, com cabelos compridos, vestindo camisetas listradas e sorriem discretamente para a foto enquanto apoiam o rosto com as mãos. Os gêmeos bivitelinos, não idênticos, não apresentariam essa relação tão forte, isso porque apresentam semelhança em apenas metade dos genes. Figura 1 - Gêmeos univitelinos ou monozigóticos. Reconhecidos por compartilhar a mesma carga genética. Fonte: Ozgurdonmaz, iStock, 2013. 09/05/2023 13:54 Bases biológicasdo comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 5/23 #PraCegoVer: irmãos bivitelinos com caracterı́sticas fı́sicas pouco semelhantes. O irmão da esquerda usa óculos de grau e veste uma camiseta verde escura, o da direita, usa uma camiseta verde claro. Eles estão abraçados, lado a lado, sorrindo para a foto. A personalidade do adulto é con�igurada a partir da carga genética do indivı́duo associada ao ambiente em que ele passa a sua infância. O estudo da relação de �ilhos adotivos criados no mesmo lar que �ilhos biológicos, pode ser uma boa ferramenta para avaliar a in�luência do ambiente. E� esperado, na perspectiva da teoria da causalidade clássica, no que diz respeito ao desenvolvimento da personalidade, nos depararmos com impactos frequentes, visto que as crianças partilham do mesmo contexto familiar, similar em aspectos como: per�il dos pais, condição socioeconômica, cultura e crenças religiosas. E� claro que os estı́mulos dados às crianças, que moram na mesma casa, não são recebidos e processados da mesma forma. Portanto, é esperado que haja semelhança de comportamento entre �ilhos adotivos e biológicos, visto que há semelhança no ambiente em que foram criadas ao longo do seu desenvolvimento. Estudos desenvolvidos na área de Psicologia e da genética do comportamento têm procurado esclarecer, especialmente, por que gêmeos univitelinos que crescem juntos tornam-se, na maior parte das vezes, muito diferentes (BACON, 2006, apud VIEIRA; BRANCO, 2010). Muitas áreas da ciência buscam elucidar o porquê isso ocorre e o “quanto” as caracterı́sticas comportamentais e os padrões de desenvolvimento são justi�icados pela hereditariedade e/ou ambiente. Geralmente, para avaliação das implicações do ambiente e da genética, é reconhecido a importância dos investimentos em análises comparativas e correlacionais com gêmeos idênticos e fraternos criados juntos ou afastados, e com comparações entre gêmeos e não gêmeos (LYTTON; SINGH; GALLAGHER, 1995, apud VIEIRA; BRANCO, 2010). Figura 2 - Gêmeos bivitelinos ou dizigóticos, identi�icados por compartilhar apenas 50% da carga genética. Fonte: Cecilie_Arcurs, iStock, 2017. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 6/23 VAMOS PRATICAR? O estudo com gêmeos é bastante importante na abordagem sobre ge comportamento. Apresente três vantagens quando se utiliza uma amos esse per�il, a saber: gêmeos monozigóticos e dizigóticos. 2.2 Relação entre comportamento, ambiente e genes através da epigenética Ao observarmos as comunidades humanas, podemos constatar a partir de observações simples, que as diferentes caracterı́sticas fı́sicas nos grupos, como cor dos olhos, altura, formato das orelhas etc. são de natureza biológica. Entretanto, será que quando estamos frente aos aspectos comportamentais nos questionamos mais facilmente se as diferenças de comportamento são condicionadas pela cultura ou pela genética? 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 7/23 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 8/23 2.2.1 Epigenética A expressão epigenética tem origem do pre�ixo grego epi, que equivale a “acima ou sobre algo” e se dedica ao estudo das modi�icações herdadas no papel dos genes, contempladas na genética, que, no entanto, não causam variações nas sequências de bases de nucleotı́deos da molécula do ácido desoxirribonucleico. Os arquétipos epigenéticos são condicionados pelas alterações do ambiente, as quais podem provocar mudanças no fenótipo que serão herdadas pelos descendentes. Algumas caracterı́sticas que diferenciam a epigenética e a genética convencional: (1) a ser reversı́vel, (2) sofrer implicações por conta da posição em que ocorre as modi�icações e a (3) possibilidade de ação a distâncias maiores que apenas um gene (PEN� A; LOYOLA, 2017). Vejamos a seguir, os mecanismos epigenéticos. 2.2.2 Mecanismos epigenéticos Há alguns mecanismos relacionados a epigenética. Aqui destacamos dois principais: alterações nas histonas; nível de metilação do DNA. Sendo que ambos estão associados a variações na estrutura das ligações covalentes do DNA. Tais estratégias alteram o acesso a cromatina para o controlar a transcrição em nı́vel local ou global, via alterações no DNA e por reestruturação dos nucleossomos que consistem na associação da molécula de DNA e proteı́nas histonas com função de organizar a cromatina (PEN� A; LOYOLA, 2017). VOCÊ QUER VER? O �ilme O Quarto de Jack, dirigido por Lenny Abrahamson, é um drama que mostra uma mãe que viveu con�inada em um pequeno quarto com seu �ilho, por cinco anos. Jack cresceu em um universo idealizado pela mãe, que apesar do encarceramento, buscou proporcionar-lhe uma vida normal, tanto quanto possıv́el. Em dado momento, quando surge a possibilidade de sair do quarto, o medo do diferente aparece para eles. Ou seja, o de enfrentamento do mundo real. Nessa produção, baseada no livro homônimo de Emma Donoghue, é mostrada a adaptação de uma criança em um mundo completamente desconhecido para ela. • • 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHrDi… 9/23 #PraCegoVer: Na parte direita superior temos a histona, representada por um formato circular irregular, com pequenas linhas saindo de seu interior, chamadas de caudas. Conectado à uma linha vermelha, que representa o gene, o DNA está acessı́vel no nucleossomo. Entretanto, com a sequência do DNA, a cromatina, no lado esquerdo inferior, é composta por sete histonas. Uma dessas sete histonas, possui um DNA inacessı́vel, representado por uma linha vermelha ao redor da histona. Isso signi�ica que dessas sete histonas, uma possui o DNA inacessı́vel, por conter um gene inativo. Os principais papéis desempenhados pelas células, como a estabilidade do genoma, a inativação do cromossomo X, o imprinting gênico e a reprogramação de genes não imprintados, são regulados pelos mecanismos epigenéticos. A plasticidade relacionada à exposição aos fatores endógenos ou exógenos, em perı́odos crı́ticos que modi�icam de forma permanente a estrutura e a função particular de sistemas orgânicos, também estão sob atuação das estratégias epigenéticas. Assim, é possı́vel perceber que os eventos epigenéticos são cruciais para o desenvolvimento normal e são essenciais para o estabelecimento da programação correta da expressão gênica (PEN� A; LOYOLA, 2017). Figura 3 - Principais mecanismos epigenéticos: metilação do DNA e acetilação das histonas. Fonte: Mari-Leaf, Shutterstock, 2020. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 10/23 E� importante salientar que o alcoolismo pode estar associado a transmissão via genética convencional e também aos mecanismos epigenéticos, cujo os gatilhos podem ser os hábitos familiares, exposição às drogas na vida intrauterina etc. A organização nucleossômica está fortemente associada àexpressão gênica. Mudanças na estrutura da cromatina in�luenciam a expressão dos genes. Quando a cromatina está condensada, os genes encontram-se inativos, indisponı́veis para serem lidos e copiados (COSTA; PACHECO, 2013). Diferentemente, quando está aberta, não condensada, encontra-se ativa, e assim a expressão dos genes ocorre. Esses estados dinâmicos e circunstanciais da cromatina são regulados por padrões epigenéticos reversı́veis de adição de radical metil ao DNA e de alterações das histonas (PEN� A; LOYOLA, 2017). Há uma estreita relação entre a cromatina inativa e a metilação do DNA, visto que a metilação silencia a expressão gênica. Quando poucos radicais metil são adicionados ao DNA e o mesmo estiver hipometilado, a cromatina se encontrará ativa, possibilitando a transcrição dos genes. No entanto, quando muitos radicais de metil forem adicionados à molécula de DNA, teremos o estado hipermetilado da molécula, na qual a cromatina estará inativa e a expressão dos genes será impedida (PEN� A; LOYOLA, 2017). CASO A seguir veja o relato de caso, de Garcia et al. (2007) sobre dois irmãos com diagnóstico genético similar no que diz respeito a sıńdrome alcoólica fetal: "Dois irmãos com diagnóstico da Sıńdrome Alcoólica Fetal (SAF): S1, sexo feminino, 16 anos e S2, sexo masculino, 8 anos, alunos de escola especial, tiveram o per�il de habilidades de comunicação e o desempenho testados. Dados de avaliação clıńica com S1 mostraram prejuıźo grave de compreensão oral, não sendo capaz de seguir instruções (verbal e gestual) simples. Não foi possıv́el obter dados relativos aos desempenhos. Dados de avaliação clıńica com S2 mostraram resultados bastante diferentes. S2 utiliza preferencialmente a fala para se comunicar, responde perguntas, mantendo o tema e é capaz de seguir instruções verbais simples. Entretanto, observou-se desempenho inferior ao esperado para idade em situações que requeriam narrativa de fatos e eventos, indicando prejuıźos em aspectos sintáticos e semânticos da linguagem. No teste de desempenho obteve pontuação inferior a idade cronológica em quase todos os subtestes. O pior desempenho foi observado nos subtestes que envolviam habilidades perceptivas auditivas. Esses resultados indicam que, apesar de ambos terem o mesmo diagnóstico genético e viverem sob as mesmas condições familiares, o per�il fonoaudiológico difere. Pode- se especular que prejuıźos mais graves em habilidades comunicativas de S1 podem estar relacionados a nıv́eis mais elevados de exposição ao álcool durante etapas crıt́icas do desenvolvimento fetal." 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 11/23 O DNA do núcleo está associado às proteı́nas denominadas histonas, formando o nucleossomo que consiste na unidade básica da cromatina. Cada nucleossomo apresenta dois complexos idênticos, cada um composto por 4 proteı́nas histonas (a H2A, H2B, H3 e H4), formando um octâmero. Duas voltas do �ilamento da molécula de DNA juntam-se nessa estrutura, que também apresenta a proteı́na histona H1 relacionada ao DNA, favorecendo sua condensação (PEN� A; LOYOLA, 2017; ALBERTS et al., 2017). As alterações das histonas controlam as funções da cromatina, modi�icando o acesso do DNA aos múltiplos fatores (a exemplo das enzimas de transcrição, ou pela demanda de proteı́nas especı́�icas que identi�icam as alterações nas histonas). E� possı́vel que a acetilação das histonas H3 e H4 em determinadas porções do DNA seja um sinal frequente para ativar a cromatina e elevar o acesso do aparato de transcrição. Esse sinal é retirado pela ação enzimas denominadas desacetilases de histonas que implicam condensação da cromatina (PENA� ; LOYOLA, 2017). Assim, diferentemente do genoma, que é igual nos tipos celulares distintos, o epigenoma é dinâmico e se modi�ica de uma célula para outra. Visto que corresponde à cromatina, às proteı́nas histonas e aos padrões de alterações covalentes do DNA obtidos pela metilação ou acetilação das histonas, e possibilitam a organização e manutenção dos programas de expressão gênica (PEN� A; LOYOLA, 2017; ANELLI, 2020). VAMOS PRATICAR? A epigenética é uma linha da genética relativamente recente q possibilitado compreender melhor a integração entre o contexto, a carga e o estilo de vida. De�ina epigenética e explique os dois principais mec epigenéticos. 2.3 Influência da relação social na expressão genética A expressão dos genes pode ser in�luenciada por múltiplos fatores, tanto endógenos, quanto exógenos. O estilo de vida, assim como o padrão e a qualidade das relações sociais também fazem parte do rol de elementos que aumentam ou diminuem a expressão dos genes (MELLO-FILHO, 2010). Há alguns estudos que corroboram a in�luência dos genes no comportamento, mas deixam claro o quanto as relações sociais fortalecem determinado comportamento. Mendes et al. publicou em 2009 um estudo que traz a seguinte contribuição no que diz respeito a in�luência para o desenvolvimento de comportamento agressivo: 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 12/23 Os principais fatores biológicos encontrados foram: genéticos (baixa expressão do gene monoaminaoxidase e do gene transportador de serotonina, variações nos genes transportador e receptor de dopamina), exposição a substâncias durante o desenvolvimento intrauterino (tabaco, álcool e cocaı́na) e nutricionais (desnutrição infantil). Os principais fatores socioambientais encontrados foram: maus tratos na infância, pobreza, criminalidade e comportamento antissocial na infância, sendo que o maior nı́vel de evidência esteve relacionado à negligência precoce. A interação entre fatores biológicos e ambientais pode ser catalisada por um ambiente hostil aumentando os riscos para o desenvolvimento de comportamentos agressivos. Isto é, os fatores socioambientais, como maus tratos e comportamento antissociais, favorecem a expressão dos genes, nesse caso, um dos fatores biológicos. A busca forçada e permanente pela homeostase, leia-se equilı́brio dinâmico, frente aos múltiplos desa�ios psicossociais e aos ambientes inadequados ao bem-estar) provoca um prejuı́zo estrutural e funcional ao organismo. Entre os diversos aspectos que favorecem a homeostase, encontram-se os genes, as experiências e desenvolvimento precoces, bem como os comportamentos aprendidos que implicam opções de vida no que diz respeito aos hábitos alimentares, corpo e movimento, etc. Todos esses aspectos favorecem a forma como os sistemas reagem e produzem os mediadores envolvidos na �isiologia do estresse. Assim, a homeostase é re�lexo parcial da pouca e�iciência genética em vivenciar com os estressores incomuns, os desa�ios e rotinas da vida diária, a exemplo da sede, fome, necessidade de dormir, e as implicações �isiológicas indesejadas proveniente de dieta não-saudável, como por exemplo, o sedentarismo, uso abusivo de álcool ou outras drogas (MELLO et al., 2009). 2.3.1 Autismo, genética e psicoterapia VOCÊ SABIA? De acordo com Mendes e Lazzari (2019), em seres humanos foram identi�icadas relações entre o estresse pré-natal e perinatal e transtornos psiquiátricos e de desenvolvimento. O cuidado materno negligente caracteriza um fator de risco para o desenvolvimentode transtornos mentais, especialmente os que incluem sintomas de desordem social, devido a produção insu�iciente de ocitocina (potente mediador das interações sociais, con�iança e controle da ansiedade). 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 13/23 O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição neurológica cujo inı́cio se dá precocemente. As di�iculdades associadas ao distúrbio comprometem o desenvolvimento do indivı́duo, de modo variado e com diferentes intensidades. Comumente apresenta comportamentos e interesses repetitivos e limitados, além de possuir as habilidades sociais e comunicativas comprometidas (ZANON et al., 2014). #PraCegoVer: �iguras ilustradas representando os diversos sinais e sintomas do autismo. A saber: di�iculdade de aprendizagem, atraso no desenvolvimento da fala, transtorno obsessivo-compulsivo, hiperatividade, dispraxia, transtorno do dé�icit de atenção e hiperatividade (TDAH), depressão, não responde, prefere jogar sozinho, problema do sono, epilepsia, rejeita abraços. O autismo é caracterizado como profundamente genético, com herdabilidade estimada superior a 90%. O papel central dos genes na �isiopatologia do autismo e suas comorbidades vem sendo investigado há alguns anos. Mesmo que os cálculos tenham sido realizados sem o conhecimento dos genes responsáveis pelo transtorno, os dados, ainda assim, são robustos. Na perspectiva de estudos com gêmeos, em relação ao TEA, os números observados de concordância para o autismo clássico são de 60% em gêmeos monozigóticos contra 0% em gêmeos dizigóticos. Seria esperado que a porcentagem no caso dos irmãos fraternos fosse próxima do ı́ndice de recorrência de irmãos, caso a amostra fosse maior. Para diagnósticos de espectro, considerando os três nı́veis (leve, moderado e severo), os ı́ndices de concordância são de 92% contra 10%, valores altamente discrepantes que sugerem componente genético forte do risco de se ter o transtorno. Figura 4 - Autismo: sinais e sintomas. Fonte: Leremy, Shutterstock, 2020. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 14/23 Diante do que está posto sobre o autismo, especi�icamente sobre o condicionamento genético, tem sido relatado por diversos cientistas o quanto as intervenções precoces são e�icientes para que os comportamentos tı́picos do autismo sejam superados. Seja no âmbito pro�issional ou familiar, com aplicação de estratégias úteis em atrair a criança autista e aplicação de atividades adequadas, é possı́vel, através das relações sociais saudáveis estabelecidas, promover o desenvolvimento da criança dentro do transtorno do espectro autista (TEA) (SALLY et al., 2012). 2.3.2 Esquizofrenia, genética e a conversação Segundo Amorim (2018) e Kaplan et al. (2017), a esquizofrenia, uma doença mental crônica, é caracterizada por distorções do pensamento e também, da percepção. Relacionadas, na maior parte do tempo, a um afeto embotado ou inadequado. VOCÊ O CONHECE? Um dos especialistas mais importantes em autismo da Flórida é brasileiro. Domiciliado nos EUA há mais de 30 anos, o neurologista Carlos Gadia é sumidade nesse transtorno que impacta a interação social e a comunicação. Gadia está na direção médica do Miami Childrens Hospital USA, um dos centros de referência mundial em autismo. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 15/23 #PraCegoVer: �iguras ilustradas representando os diversos sinais e sintomas da esquizofrenia. A saber: alucinações, paranoia, delı́rios, movimentos anormais, falta de concentração, falta de motivação, medicação, ausência de expressões faciais, comportamento bizarro, apoio emocional, aconselhamento. A causa do desenvolvimento da esquizofrenia tem sido apresentada em estudos de genética epidemiológica, com uma contribuição de oito décadas de pesquisa, con�irmando a in�luência da genética para o transtorno. A partir de 1980, diversos estudos moleculares buscaram identi�icar, com exatidão, os genes relativos à suscetibilidade para esquizofrenia. A partir dos estudos de genética e de fatores de risco para esquizofrenia, é possı́vel concluir, de acordo com Vallada Filho e Samaia (2000), e Rangel e Santos (2013) que Figura 5 - Esquizofrenia: sinais e sintomas. Fonte: Leremy, Shutterstock, 2020. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 16/23 As pessoas com esquizofrenia sentem-se frequentemente desajustadas, necessitando de ajuda para de�inição de suas habilidades, interesses e talentos. Através de um processo de reabilitação psicossocial, é oferecida a oportunidade de mobilizar o seu nı́vel potencial de funcionamento pessoal e social, sendo a conversação uma ferramenta crı́tica para a comunicação com o outro. O enfermeiro Carlos Melo-Dias publicou em 2015 sua a tese de doutorado, cujo objetivo foi investigar o desenvolvimento de práticas sistematizadas, a �im de recuperar pessoas com doença mental de comprometimento grave, favorecendo a migração do ambiente controlado, previsı́vel e seguro da clı́nica, para o ambiente imprevisı́vel da comunidade. Como resultados encontrados, Melo-Dias (2015) relata a construção da relação de con�iança essencial entre terapeuta e usuários, a personalização e individualização dos perı́odos e dos assuntos a serem debatidos em cada etapa da formação. Foram encontradas melhorias estatisticamente signi�icativas no que diz respeito a enfrentar a ansiedade e o estresse, a noção de auto e�icácia e do desempenho pessoal e social. O autor salienta que as melhorias foram signi�icativas, apenas quando considerados os subgrupos de participantes do grupo experimental, e em alguns momentos, de avaliação pós- formação e/ou follow-up. Assim, é possı́vel concluir que há um impacto na melhoria da gestão do estresse e na auto avaliação das capacidades, bem como, no funcionamento pessoal e social observado pelos cuidadores. Assim temos, novamente, a in�luência das relações sociais sobre a expressão gênica. A estratégia de conversação orientada, uma dentre tantas outras possibilidades de atividades pertinentes às relações sociais, provoca mudanças satisfatórias em pessoas com esquizofrenia, transtorno com forte in�luência genética. A partir da conversação, estruturada e mediada pelo pro�issional de saúde, ocorrem alterações na expressão gênica que geram mudanças �isiológicas que re�letem em conforto e bem-estar dos indivı́duos com o transtorno. a) estudos com famı́lias, gêmeos e adotados indicam a existência do componente genético para esquizofrenia; b) estima-se que o componente genético represente de 70% a 80% da suscetibilidade total para desenvolver a doença; c) os estudos de genética molecular (de ligação e de associação) encontram-se em andamento, tendo apresentado até o momento apenas resultados sugestivos; d) fatores pré e perinatais parecem aumentar o risco para o desenvolvimento da esquizofrenia; e) por ser uma doença complexa e comum, a esquizofrenia é, muito provavelmente, um transtorno etiologicamente heterogêneo, isto é, devem existir, por exemplo, casos de esquizofrenia da forma "genética"e da forma "ambiental". 2.4 O papel dos genes na determinação do comportamento Então, caro estudante, conforme o que foi visto nesta unidade, o que você pensa sobre a determinação do comportamento? Aliás, determinação... seria esse o termo mais adequado? Ou poderı́amos falar em condicionamento ou in�luência? Assim, não deixarı́amos de lado os múltiplos fatores que também dizem respeito ao comportamento, seja patológico, normal ou saudável. Quais outros fatores seriam esses, também responsáveis por in�luenciar o comportamento? Neste tópico, o nosso objetivo será tratar da função dos genes no comportamento. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 17/23 Para tanto, iremos tratar de caracterı́sticas comportamentais e de comportamento associado ao transtorno. Vamos lá? 2.4.1 Inteligência e personalidade Temas curiosos e intrigantes, dentre tantos outros, são a inteligência e a personalidade. Ao conjunto de habilidades intelectuais mensuradas através de testes, que normalmente avaliam as áreas verbais e de desempenho, denominamos inteligência. Na área verbal são consideradas as funções: �luência verbal, vocabulário, raciocı́nio, habilidade numérica e compreensão. Quando tratamos de desempenho, aspectos relacionados a percepção espacial, rapidez e exatidão são importantes. Dentre as diversas caracterı́sticas do comportamento, a inteligência se destaca. No entanto, o que se pode considerar sobre o seu condicionamento genético é que existem muitos genes relacionados, caracterizando um tipo de herança multifatorial. Salientando que algumas habilidades parecem sofrer mais in�luência genética do que outras. Em ordem crescente, temos: raciocı́nio verbal, habilidades numéricas, �luência verbal, vocabulário e relações espaciais. E� importante lembrar que a escolarização in�luencia bastante nos múltiplos aspectos da inteligência. Outros fatores ambientais importantes são: nutrição, estimulação precoce, ordem de nascimento e tamanho da famı́lia, atitudes dos genitores e relações interpessoais. Estudar a personalidade, considerando a genética, é mais árduo do que desbravar os elementos da inteligência. Possivelmente, o seu modo de herança também é multifatorial. Para testá-la, devem ser considerados aspectos relacionados à cultura, considerando os extremos introversão e extroversão. No estudo apresentado por Borges-Osório e Robinson (2013), com 45 pares de gêmeos univitelinos e 46 de bivitelinos sobre personalidade, foi encontrado que as dimensões da emotividade e repercussão das impressões apresentaram herdabilidade de 48% e 47%, respectivamente. Outros estudos têm se dedicado a um modelo de personalidade que contempla os seguintes fatores: capacidade de externar os sentimentos, capacidade de concordar, desejo de realizar, negatividade e inteligência. Assim, é considerado que a personalidade global, que abrange esses fatores, apresenta uma herdabilidade de 50% (BORGES-OSO� RIO; ROBINSON, 2013). 2.4.2 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e seus aspectos genéticos O transtorno de dé�icit de atenção e hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma desordem do desenvolvimento do autocontrole que interfere na atenção, no controle de impulsos e no nı́vel de atividade (SIGNOR; SANTANA, 2016). Tem sido reconhecido como um transtorno do desenvolvimento neurológico, com impacto sobre o comportamento. O transtorno e a validade do seu diagnóstico carecem da investigação dos seus aspectos biológicos e cerebrais bem como dos cálculos de seu risco potencial. Apesar da causa especı́�ica do TDAH ainda estar sob investigação, há evidências que relacionam as vastas estruturas cerebrais e neuroquı́micas, que não são os únicos fatores in�luenciadores do desenvolvimento do transtorno, mas sem sombra de dúvidas, são os mais importantes (SILVA, 2014). A causa do TDAH é multifatorial, isto é, o fenótipo do transtorno é resultante da interação de diversos elementos biológicos, genéticos, neurológicos e ambientais que desempenham um papel na manifestação dos variados quadros clı́nicos. A partir das pesquisas na área de neurologia, com uso de exames de imagem encefálica, como ressonância magnética e os achados de redução da atividade neural na região frontal, córtex cingulado anterior e nos gânglios da base de pessoas com TDAH e estudos de biologia molecular, a compreensão e o diagnóstico tem �icado menos difı́cil (PICON, 2014). O transtorno de dé�icit de atenção e hiperatividade é reconhecido como uma caracterı́stica genética complexa e não pode ser justi�icado somente por fatores culturais e ambientais, visto que a interação entre variantes genéticas combinadas à exposição ambiental e eventos casuais, auxiliam a desencadear, antecipar ou resguardar contra o transtorno (SANTOS; 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 18/23 VASCONCELOS, 2001). Por este motivo, os integrantes da mesma famı́lia partilham mais informações genéticas e exposições ambientais do que os indivı́duos escolhidos ao acaso na população. Sendo que os indivı́duos afetados por herança consanguı́nea, são mais suscetı́veis às interações gene-gene e gene-ambiente e à apresentarem o transtorno no probando, do que em indivı́duos não relacionados a ele. 2.5 Modelos animais de experimentação E� tão bom ter respostas para as nossas inquietações, para as demandas que assolam as comunidades humanas, não é mesmo? Na psicologia comportamental, área que se dedica ao desenvolvimento e aplicação de métodos que façam observação das atitudes fı́sicas e mentais dos indivı́duos, há uma busca pela compreensão das emoções e pensamentos das pessoas. O objetivo dessa abordagem cientı́�ica, perpassa as sensações, percepções, aprendizagens e inteligências que implicam no modo de ser de um indivı́duo. Para tanto, seriam necessários métodos de observação ou métodos experimentais. Essa segunda possibilidade, nos auxilia à responder algumas perguntas surgidas na comunidade cientı́�ica, no âmbito dos comportamentos normais e patológicos. No entanto, há muitos aspectos à serem considerados como a amostra, sobretudo os que dizem respeito a ética. Seriam testados os humanos? Os cientistas submeteriam os indivı́duos das amostras, às manipulações e condicionamentos necessários? Uma grande saı́da é o experimento com animais. #PraCegoVer: a imagem apresenta um camundongo, com pelagem de cor branca, recebendo medicação endovenosa ao lado de alguns comprimidos. A compreensão dos fenômenos associados aos transtornos psiquiátricos é de grande valia, sobretudo àqueles que se tornaram demanda de saúde pública. Entender para diagnosticar e tratar de forma acertada são etapas cruciais para o alcance da qualidade de vida do indivı́duo portador das doenças, bem como de seus familiares. Dessa forma, nos dedicaremos a esses assuntos no tópico a seguir. Figura 6 - Animal em experimentação Fonte: Artufully Photographer, Mediapool, 2017. 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 19/23 2.5.1 Modelos animais para transtornos psiquiátricos Há possibilidadede usar os modelos animais em todos os campos da pesquisa biológica. Considerando os modelos experimentais, é essencial conceituar a patologia animal, aquela cujos mecanismos patológicos são su�icientemente semelhantes àqueles de uma doença humana, con�igurando assim um modelo adequado. Essa referência animal, necessariamente, deve viabilizar a investigação de fenômenos biológicos naturais, induzidos ou comportamentais, comparáveis aos fenômenos humanos em estudo (WATANABE et al., 2014). Na Idade Média, os animais de laboratório eram utilizados como meros "instrumentos de trabalho", colaborando na busca pelo diagnóstico de pesquisas distintas, sem considerar os aspectos sanitários e genéticos. Com o avanço cientı́�ico, essas condições passaram a ser exigências, necessitando a criação de uma especialidade, a ciência em animais de laboratório. Nos dias atuais os pesquisadores exigem que os animais estejam sob condições ideais, que sejam criados em ambiente controlado, para que sejam atendidos os parâmetros de qualidade sanitária e genética, visto que são "reagentes biológicos", e os resultados dos experimentos podem ser in�luenciados pelas condições em que os indivı́duos pesquisados se encontram (NEVES et al., 2013). Além disso, quanto mais uniformes forem os animais, no que diz respeito às variáveis ambientais, genéticas e experimentais, menor vai ser a quantidade amostral mı́nima de animais necessários para a pesquisa ser realizada. Dessa forma, os animais utilizados em experimentos, podem ser classi�icados de acordo com a condição sanitária, o genótipo e o modelo experimental (DAMY et al., 2010). Os modelos animais usados para investigar os transtornos psiquiátricos abrangem estudos sobre esquizofrenia, depressão, ansiedade, transtorno do espectro autista etc. que acometem uma parcela signi�icativa da população mundial. Apesar de alcançar um amplo número de pessoas e criar uma demanda de saúde pública, os estudos que envolvem essas doenças são raros e desenvolvidos lentamente. Por muitos anos, a neurobiologia esteve dedicada ao estudo do papel das regiões encefálicas e as limitações éticas e de ordem prática. Assim, os modelos animais enfrentaram esse desa�io e produziram resultados não-invasivos ao investigar as estruturas e funções neurais. 2.5.2 Implicações éticas nos experimentos com animais Os modelos experimentais com animais possibilitam o conhecimento dos aspectos �isiológicos, a causa das doenças e da ação das drogas medicamentosas que estão diretamente associadas às condutas terapêuticas. No Brasil, a atenção à ética para o uso de animais para �ins cientı́�icos foi consolidada com a Lei nº 11.794/2008, a qual de�ine os procedimentos éticos, contemplando os aspectos sanitários, genéticos e experimentais. Assim, a aplicação da ética no uso de animais para �ins cientı́�icos e a obtenção de dados robustos e de qualidade contribuem de forma signi�icativa, uma vez que fornecem subsı́dios para relacionar aspectos �isiopatológicos e a clı́nica do usuário (GUIMARA� ES et al., 2016; WATANABE et al., 2014). Os princı́pios éticos e do bem-estar animal, conduziram ao estabelecimento, os preceitos dos três R: reposição, redução e re�inamento. A pesquisa realizada a partir de experimentos com animais faz com que os ambientes sejam controlados para o atendimento dos parâmetros sanitários e genéticos, os quais garantem a uniformidade quando consideramos as variáveis ambientais, genéticas e experimentais. E� importante salientar que a prioridade da pesquisa é o bem-estar dos animais de laboratório, sendo que deve haver respeito aos seus direitos, conforme a Lei nº 11.794/2008 que de�ine os procedimentos para �ins de uso cientı́�ico de animais. Assim, a pesquisa experimental com animais pode se tornar contribuições inquestionáveis e oferecer subsı́dios conceituais para relacionar mecanismos �isiopatológicos, ação de medicamentos e a clı́nica do paciente. (WATANABE et al., 2014). 2.5.3 Estudo de caso: exercício físico na memória e comportamento ansioso de camundongos expostos à separação materna 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 20/23 A exposição ao estresse no perı́odo inicial da vida está relacionada a psicopatologias distintas na idade adulta, a exemplo dos transtornos de humor e ansiedade. Em estudos com modelos animais, o padrão de separação mãe-�ilhote é muito utilizado para avaliar as implicações em longo prazo do estresse na fase inicial da vida (QUARANTINI et al., 2009). Ponderando os efeitos adversos do estresse no desenvolvimento, surgem evidências que a atividade fı́sica atenuaria ou até mesmo reverteria os efeitos deletérios do estresse (FREITAS et al., 2014). Em 2015, Wearick-Silva publicou um estudo no qual se propôs a avaliar o impacto do exercı́cio fı́sico no comportamento ansioso e memória espacial de camundongos fêmeas expostas a separação materna. Como método utilizado apresentou: Os �ilhotes foram expostos a um protocolo de separação materna no qual eram separados da mãe diariamente por 180 minutos, do segundo dia pós natal (P2) ao P15. O protocolo de exercı́cio fı́sico foi realizado no P24, e consiste em uma semana de habituação a esteira elétrica e três semanas de exercı́cio, com 5 sessões por semana de 60 minutos cada, a uma velocidade de 10m/min. O comportamento no teste de campo aberto foi avaliado para investigar a atividade locomotora e o comportamento ansioso. O teste de reconhecimento de objetos foi realizado para investigar o efeito do exercı́cio e da separação materna na memória espacial. Com o estudo, foi possı́vel concluir que provavelmente a interpelação do caminho normal do desenvolvimento seja malé�ica para um adequado desenvolvimento e pode causar di�iculdades cognitivas e comportamentais na fase adulta. Ademais, a participação precoce em programa de exercı́cios fı́sicos pode ser e�icaz na reversão dos prejuı́zos causados pelo estresse na fase inicial da vida (WEARICK-SILVA, 2015). Conclusão Nesta unidade, nos debruçamos sobre a contribuição da genética para compreender o comportamento humano. Conhecemos como a epigenética é in�luenciada pela relação entre comportamento e ambiente, além de entendermos a importância do contexto social para identi�icar transtornos comportamentais e genéticos. Por �im, aprendemos como funciona e o que rege os princı́pios para a experimentação animal. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: conhecer os estudos genéticos do comportamento humano; compreender a relação entre comportamento, ambiente e genes através da epigenética; entender a influência da relação social na expressão genética; estudar o papel dos genes na determinação do comportamento e modelos animais de experimentação. • • • • Bibliografia 09/05/2023 13:54 Bases biológicas do comportamento humano https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=tX0T1Yt59xD1aNe398am1g%3d%3d&l=cAteSX9YU93WTYTC0ftcFg%3d%3d&cd=cVLHr… 21/23 ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. 4. ed. São Paulo: Artmed, 2017. AMORIM, L. Avaliação de funcionalidade em pacientes com esquizofrenia. Dissertação (Mestrado em Psicologia). 2018. 142 p. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2018. 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