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TFG-Tarcila-Torres-2020-Volume-Escrito

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Prévia do material em texto

2 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
TARCILA DE MEDEIROS TORRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ARQUITETURA SOCIAL NA PERIFERIA 
Anteprojeto de Centro Comunitário Educacional de Arte e Cultura Seridoense 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2020 
 
 
 
 
3 
TARCILA DE MEDEIROS TORRES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ARQUITETURA SOCIAL NA PERIFERIA 
Anteprojeto de Centro Comunitário Educacional de Arte e Cultura Seridoense 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso 
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte como requisito para 
obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista. 
 
Orientadora: Prof.ª Drª Eunádia Silva Cavalcante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2020 
 
 
 
 
4 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ -CT 
 
 
 
 
 Torres, Tarcila de Medeiros. 
 A arquitetura social na periferia: anteprojeto de centro 
comunitário educacional de arte e cultura seridoense / Tarcila 
de Medeiros Torres. - Natal, RN, 2020. 
 148f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e 
Urbanismo. 
 Orientadora: Eunádia Silva Cavalcante. 
 
 
 1. Expansão urbana - Monografia. 2. Segregação - Monografia. 
3. Áreas periféricas - Monografia. 4. Arquitetura Social - 
Monografia. 5. Equipamento comunitário - Monografia. I. 
Cavalcante, Eunádia Silva. II. Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. III. Título. 
 
RN/UF/BSE15 CDU 711.4 
 
 
 
 
 
Elaborado por Ericka Luana Gomes da Costa Cortez - CRB-15/344 
 
 
 
 
 
 
5 
TARCILA DE MEDEIROS TORRES 
A ARQUITETURA SOCIAL NA PERIFERIA 
Anteprojeto de Centro Comunitário Educacional de Arte e Cultura Seridoense 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso 
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte como requisito para 
obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista. 
 
Orientadora: Prof.ª Drª Eunádia Silva Cavalcante 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
_____________________________________________________________ 
Eunádia Silva Cavalcante - Orientadora 
 
 
 
_____________________________________________________________ 
Clara Ovídio de Medeiros Rodrigues - DARQ 
 
 
 
_____________________________________________________________ 
Anita Alves de Medeiros - Convidado Externo 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
7 
PREFÁCIO 
Os trabalhos apresentados pela turma 2020.1 foram produzidos durante o período de 
isolamento social da pandemia do COVID-19. Nas páginas seguintes, caro leitor, você irá encontrar 
um TFG idealizado por nós durante esse curso, porém com algumas adequações para que a 
execução pudesse ser possível. Todas as visitas e encontros presenciais foram realizados antes do 
decreto da pandemia do novo Coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Durante o 
período de isolamento social, evitamos visitas de campo, entrevistas presenciais e outros 
instrumentos que pudessem colocar em risco a nossa saúde e de outras pessoas. Sabemos que, 
apesar de não ser o processo ideal, foi o mais adequado para o momento. 
Acreditamos que essa escolha condiz com o posicionamento das Universidades Públicas, 
respeitando a opinião dos profissionais da saúde e buscando não agravar essa fase já difícil. Nos 
solidarizamos com este momento, com as famílias brasileiras e desejamos que em breve possamos 
retornar às nossas atividades em segurança. (QUEIROZ,2020)¹ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
¹ Texto de Natália Queiroz, graduanda da turma 2020.1 do curso de arquitetura e urbanismo da 
UFRN, adaptado pela autora. 
 
 
 
 
8 
AGRADECIMENTOS 
 
Este trabalho é o resultado de várias partes unidas, porque acredito que nenhuma 
graduação é construída sozinha. Aqui, então, venho agradecer a todos que, diretamente ou não, 
fizeram parte dessa história. 
Inicialmente, agradeço à Deus, por ter me dado todas as forças que eu mais precisei, até as 
que eu não sabia que tinha; 
Aos meus pais, Fládja e Francisco, por sempre colocarem a minha educação em primeiro 
lugar e nunca terem medido esforços para que ela ocorresse da melhor forma possível, 
independente da cidade em que eu estivesse; 
 Aos meus irmãos, Stella e Samuel, por serem minha melhor distração de todos dias, 
embora eles nem saibam disso; 
À Tete, pelo cuidado e amor demasiado, desde o dia em que eu nasci. E por todas as rezas 
que ela fez para eu conseguir entregar todos os trabalhos em paz, principalmente esse; 
 Aos meus avós, Baica e Nicácio, por todo carinho e ternura de sempre; 
 À toda minha imensa família, entre tios, tias e primos, que são meus laços. Em especial ao 
meu tio Flávio, que esteve comigo desde a primeira vez que abri uma prancha de desenho técnico, 
ainda quando criança, até o dia que vim tirar as dúvidas de estrutura deste trabalho; 
 Ao meu namorado, Matheus, não só pelo incentivo diário, mas por ter me ouvido, 
ensinado e ajudado em todo esse tempo, com tanto amor e companheirismo; 
À Priscila e família, por sempre terem sido meu suporte em Natal e pelas risadas 
garantidas; 
À minha amiga de infância Tainá, com quem mais dividi as tensões para entrar nessa 
universidade e as fofocas da vida; 
À toda minha turma de origem da UFPB, que lutaram comigo durante os períodos iniciais 
e sofridos do curso. Hoje, agradeço a Luana, Taty, Gio pela amizade que continuamos. Tenho 
orgulho da minha base; 
 
 
 
 
9 
 À toda minha turma da UFRN, que me acolheu como se eu estivesse com ela desde sempre. 
Em especial, agradeço por ter construído laços e aprendizados com pessoas tão especiais como 
AnaLu, Bárbara e Lívia, meu eterno grupinho de amigas da vida; 
Ao Studio Poliana Pinheiro, por ser meu maior complemento da graduação. Ao meu colega 
Dani e à minha chefe Poliana, por mais de dois anos, minha segunda família; 
À Edifique Jr e aos amigos que criei lá, por terem me feito mais forte e proporcionado uma 
experiência para além do meio acadêmico; 
 Aos que me ajudaram com o material desta pesquisa, em especial à Priscila Brandão, do 
Departamento de Habitação Social e Regularização Fundiária; À Rita de Cássia, supervisora do 
Senac Caicó; e à Pedro Medeiros, diretor do Sebrae Caicó; 
Por fim, agradeço toda a coordenação do curso e professores pelo conhecimento 
compartilhado. Em primeiro lugar, a minha orientadora Eunádia Cavalcante, por ter 
acompanhado toda a trajetória, dado incontáveis contribuições e por sempre ter me transmitido 
de calma. Com a ajuda dela, realizei um trabalho muito melhor do que eu poderia imaginar. 
 
- Aos que vão ler esse trabalho, também muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
RESUMO 
Intensas transformações na morfologia urbana das cidades de pequeno e médio porte são 
observadas no Brasil, principalmente a partir da década de 1970. Uma destas é a cidade de Caicó, 
localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte, a qual vem passando por um processo de 
expansão urbana, com a tendência para a criação de áreas periféricas e distantes do tecido urbano 
consolidado, sem um planejamento adequado. Este fato pode ser representado pela criação do 
Bairro Raimundo Silvino da Costa, conhecido como Nova Caicó, fruto de programas 
governamentais de habitação social, que sofre com fragilidades de acessibilidade e infraestrutura, 
diante de um processo intenso de segregação socioespacial. Em meio a esse quadro, este trabalho 
tem como objetivo geral elaborar um anteprojeto de umequipamento comunitário voltado para a 
educação, convivência e cultura, de forma a integrar e requalificar o bairro Nova Caicó. Para tanto, 
visa através de pesquisas documentais e análise em campo, (1) discutir os conceitos relacionados 
a arquitetura social e sua influência na busca da requalificação dos espaços urbanos, sob a ótica 
da problemática de segregação de áreas periféricas; (2) compreender as necessidades e dinâmicas 
de um equipamento comunitário, voltado para soluções e estratégias de integração com o espaço 
livre público, de função cultural, recreativa e educacional; e (3) propor intervenções urbanas 
conceituais que contribuam com a integração e o aumento da vitalidade do Bairro Nova Caicó, no 
contexto da cidade. Há, como principal motivação, o desafio de atingir um resultado de uma 
proposta de arquitetura que funcione para além de si mesma, a fim de mostrar que os edifícios 
construídos e o entorno podem ter conexões capazes de serem propulsores de transformações 
que ultrapassam o espaço físico. O resultado, por conseguinte, é de um plano de ação composto 
por uma rede de intervenções urbanas que tem como um dos eixos a criação de um Polo 
Educacional e Cultural, afirmado através da proposta projetual do Centro Comunitário. O projeto, 
por sua vez, com uma diversidade de atividades, tanto voltadas à disponibilidade de cursos 
profissionalizantes, como de lojas e espaços de lazer, é trabalhado sob o conceito de “nós”. Ou seja, 
de integração com as dinâmicas urbanas existentes e de sentimento de pertencimento da 
comunidade, com a valorização da identidade, materiais e cultura local. 
 
Palavras-Chave: Expansão Urbana; Segregação; Áreas periféricas; Arquitetura Social; 
Equipamento Comunitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
ABSTRACT 
Intense transformations in urban morphology of small and medium sized cities are observed in 
Brazil, mainly from the 1970s. One of these is Caicó, which is in the state of Rio Grande do Norte, 
where there has been a process of urban expansion, with the tendency to create peripheral and 
distant from the consolidated urban fabric, without a proper planning. This fact can be 
represented by the neighborhood called Bairro Raimundo Silvino da Costa, known as “Nova 
Caicó”, the result of government social housing programs, with accessibility and infrastructure 
problems and facing an intense process of socio-spatial segregation. Amid this situation, this work 
has the general objective of elaborating a preliminary project of a community equipment directed 
to education, coexistence and culture, in order to integrate and requalify the Nova Caicó 
neighborhood. Therefore, through documentary research and field analysis, aims (1) to discuss 
about concepts of social architecture and its influence in the search for the requalification of 
urban spaces, from the perspective of the problem of segregation of peripheral areas; (2) to 
understand the necessities and dynamics of a community equipment, focused on solutions and 
strategies for integration with the public free space, having a cultural, recreational and 
educational function; And, (3) to propose conceptual urban interventions that contribute to 
integration and increase the vitality of Nova Caicó neighborhood, in the context of the city. There 
is, as the main motivation, the challenge of achieving a result of an architectural proposal that 
works beyond itself, in order to show that buildings and surroundings can have connections which 
can direct transformations to go beyond physical space. The result, therefore, is an action plan 
composed of a network of urban interventions, with the creation of an Educational and Cultural 
Pole as one of its axes, affirmed through the Community Center's project proposal. So, the project, 
with a diversity of activities, both directed to the availability of professional courses, like stores 
and leisure spaces, is worked under the concept of “knot”. This means integration with the existing 
urban dynamics and the feeling of belonging to the community, with the valorization of local 
identity, materials and culture. 
Key words: Urban Expansion; Segregation; Peripheral areas; Social Architecture; Community 
equipment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01 - Padrões de segregação: de Kohl, de Burgess, de Hoyt 31 
Figura 02 - Plano do PUI, Empresa de Desenvolvimento Urbano (EDU) 36 
Figura 03 - Metrocables em Medellín 37 
Figura 04 - Metrô Elevado em Medellín 38 
Figura 05 - Escadas rolantes em Medellín 38 
Figura 06 - Implantação dos Parques Bibliotecas em Medellín 39 
Figura 07 - Parques Bibliotecas em Medellín 39 
Figura 06 - Parques Bibliotecas em Medellín 39 
Figura 09 - Logo do Programa de Regeneração Urbana e Social da Encosta de São Vicente 40 
Figura 10 - Diagrama Esquemático da cidade de Torres Vedras, Portugal, em consideração à 
evolução dos bairros novos, os bairros operários e a Zona Industrial. 41 
Figura 11 - Croqui da Encosta de São Vicente, em Torres Vedras, feito por Prof. José 
Clewton do Nascimento 42 
Figura 12 - Limites da área de regeneração urbana (ARU) de Torres Vedras 42 
Figura 13 - Mapeamento da ações do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) 45 
Figura 14 - Maquete esquemática do projeto de reabilitação do Matadouro Municipal, 
que vem a ser o Centro de Arte e Criatividade. 46 
Figura 15 - Croqui do projeto de reabilitação do Matadouro Municipal, que vem 
 a ser o Centro de Arte e Criatividade. 46 
Figura 16 - Mapeamento Plano De Ação Integrada para As Comunidades Desfavorecidas – PAICD 48 
Figura 17 - Parque do Choupal após revitalização 49 
Figura 18 - Parque do Choupal após revitalização 49 
Figura 19 - Rede de "bikestations" de Torres Vedras 50 
Figura 20 - Croqui de Lucio Costa para o Ministério da Saúde e Educação, RJ. 55 
Figura 21 - Foto do Ministério da Saúde e Educação, RJ. 57 
Figura 22 - Centro Cultural El Tranque, Chile58 
Figura 23 - Localização do Centro Cultural El Tranque 59 
Figura 24 - Implantação do Centro Cultural El Tranque 59 
Figura 25 - Partido adotado no projeto do Centro Cultural El Tranque 60 
Figura 26 - Planta Baixa Pav. Térreo - Centro Cultural El Tranque, com zoneamento destacado 60 
Figura 27 - Planta Baixa Pav. Superior - Centro Cultural El Tranque, com zoneamento destacado 61 
Figura 28 - Planta Baixa Pav. Térreo - Centro Cultural El Tranque, com destaque para fluxos 
e acessos 61 
Figura 29 - Planta Baixa Pav. Superior - Centro Cultural El Tranque, com destaque para fluxos 
e acessos 62 
Figura 30 - Praça interna do Centro Cultural 62 
Figura 31 - Vista do terraço-jardim para a praça 62 
 
 
 
 
13 
Figura 32 - Centro Comunitário Rehovot, Israel 63 
Figura 33 - Localização do Centro Cultural Rehovot 63 
Figura 34 - Centro Comunitário Rehovot, Israel 64 
Figura 35 - Centro Comunitário Rehovot, Israel 64 
Figura 36 - Planta baixa Pav. Térreo - Centro Comunitário Rehovot 65 
Figura 37 - Planta baixa do Pav.Superior - Centro Comunitário Rehovot 65 
Figura 38 - Planta baixa do 3º Pavimento - Centro Comunitário Rehovot 66 
Figura 39 - Vista da praças do Centro Comunitário Rehovot, Israel 66 
Figura 40 - Vista da passarela do Centro Comunitário Rehovot, Israel 67 
Figura 41 - Vistas internas Centro Comunitário Rehovot, Israel 67 
Figura 42 - Vistas internas Centro Comunitário Rehovot, Israel 67 
Figura 43 - Edifício-Sede do Projeto Viver, São Paulo (SP) 68 
Figura 44 - Localização do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 68 
Figura 45 - Implantação e principais acessos do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 69 
Figura 46 - Zoneamento em perspectiva isométrica do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 70 
Figura 47 - Estruturas metálicas do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 71 
Figura 48 - Estruturas metálicas do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 71 
Figura 49 - Croqui Esquemático do Edifício-Sede do Projeto Viver (SP) 72 
Figura 50 - Localização da cidade de Caicó/RN 74 
Figura 51 - Primeiros caminhos de ocupação do interior do Rio Grande do Norte 75 
Figura 52 - Núcleo urbano central da cidade Caicó/RN, no ano de 1960 75 
Figura 53 - Ilustração sobre a cidade de Caicó 76 
Figura 54 - Gráfico da População total, urbana e rural de Caicó (RN), entre 1970 a 2010 76 
Figura 55 - Mapa da relação centro x periferia 77 
Figura 56 - Mapa da Evolução urbana de Caicó/RN 78 
Figura 57 - Gráfico das Principais zonas de crescimento da cidade com relação ao número de 
empreendimentos habitacionais - entre 2007 e 2018 79 
Figura 58 - Esquema Hoyt aplicado em caicó, onde 1 é o setor de maior poder aquisitivo, 
2 é médio e 3 é baixo 79 
Figura 59 - Mapa dos Programa e projetos executados e em execução no Nova Caicó 81 
Figura 60 - Mapa do uso do Bairro e entorno próximo 82 
Figura 61 - Sobreposição de fotografias no Mapa de Uso do Solo do Bairro e Entorno 82 
Figura 62 - Mapa de Delimitação do Bairro Nova Caicó e empreendimentos próximos 83 
Figura 63 - Cenário das habitações de interesse social no Bairro Nova Caicó (2014) 84 
Figura 64 - Cenário das habitações de interesse social no Bairro Nova Caicó (2019) 84 
Figura 65 - Mapa de Gabarito do Bairro e Entorno 84 
Figura 66 - Mapa de Hierarquia Viária 85 
Figura 67 - Gráfico do Resultado da questão “Em geral, quando procura alguma opção de 
lazer, para onde você vai na cidade?” 87 
 
 
 
 
14 
Figura 68 - Gráfico do Resultado da questão “Você, no seu bairro, sente-se isolado do 
resto da cidade?” 88 
Figura 69 - Exemplo de calçada acessível e funcional 92 
Figura 70 - Mapa do Eixo 02: Macroacessibilidade: eixo integrador entre Zona Norte e Zona 
Leste: alternativa de interligação centro-periferia 93 
Figura 71 - Corte do eixo integrador entre Zona Norte e Zona Leste: alternativa de interligação centro-
periferia, considerando a largura pré-definida pelo loteamento Nova Turquia.95 
Figura 72 - Mapa do Eixo 03: Criação De Sub-pólo 96 
Figura 73 - Eixo 03: Ações aplicadas ao Bairro Nova Caicó 96 
Figura 74 – Casa-Forte do Cuó 96 
Figura 75 – Casa-Forte do Cuó 96 
Figura 76 - Mapa do: Eixo 04: Patrimônio e História 97 
Figura 77 - Poço de Sant’Ana, nas proximidade do Complexo Turístico da Ilha de Sant’Ana 98 
Figura 78 - Mapa do Eixo 05: Ambiental 98 
Figura 79 - Mapa do Eixo 06: Habitação Social 99 
Figura 80 - Plano de Ação: Integração Do Bairro Nova Caicó e adjacências ao tecido urbano 
da Cidade de Caicó/RN 100 
Figura 81 - Localização do Terreno 101 
Figura 82 - Parcelamento de Solo - Código de Obras de Caicó (2014) 102 
Figura 83 - Gráfico da temperatura e zona de conforto da cidade de Caicó/RN 104 
Figura 84 - Gráfico da Rosa dos Ventos da cidade de Caicó/RN 104 
Figura 85 - Estratégias Bioclimática para Zona Bioclimática 07 105 
Figura 86 - Sobreposição da Rosa do Ventos no terreno do projeto 105 
Figura 87 - Sobreposição da Carta Solar de Caicó no terreno do projeto 105 
Figura 88 - Conceito “nós” 113 
Figura 89 - Evolução dos croquis do projeto 114 
Figura 90 - Estudos de insolação e ventilação iniciais 114 
Figura 91 - Estudos através de maquete esquemática 115 
Figura 92 - Estudos através de maquete esquemática 115 
Figura 93 - Esquemas da evolução formal 115 
Figura 94: Fluxograma do programa de necessidades 116 
Figura 95 - Zoneamento do projeto em 3D (sem cobertura) 117 
Figura 96 - Zoneamento do projeto em 3D (sem cobertura) - com insolação e ventilação 
 predominantes 118 
Figura 97 - Planta Baixa do Pavimento Térreo, com demarcação dos principais fluxos e acessos 118 
Figura 98 - Planta Baixa do Pavimento Térreo 120 
Figura 99 - Lojas - Setor 02 (ver Figura 98) 120 
Figura 100 - Hall de entrada - Setor 03 (ver Figura 98) 121 
Figura 101 - Auditório - Setor 04 (ver Figura 98) 122 
 
 
 
 
15 
Figura 102 - Cozinha educativa - Setor 05 (ver Figura 98) 122 
Figura 103 - Vaga de carga e descarga, Casa de lixo e de gás - Setor 06 (ver Figura 98) 123 
Figura 104 - Planta baixa do Pavimento Superior 124 
Figura 105 - Coordenação, Diretoria, Sala de professores e Secretaria - Setor 02 (ver Figura 104) 124 
Figura 106 - Passarela e Mezanino Criativo - Setor 04 (ver Figura 104) 125 
Figura 107 - Salas de aula - Setor 03 (ver Figura 104) 125 
Figura 108 - Salas de aula - Setor 03 (ver Figura 104) 125 
Figura 109 - Mezanino, Banheiros, Depósito e Área Técnica de Som e Luz - Setor 01 
(ver Figura 104) 126 
Figura 110 - Planta de Locação e Cobertura 127 
Figura 111 - Perspectiva explodida da cobertura principal em estrutura metálica 128 
Figura 112 - Fração do Corte AA 129 
Figura 113 - Referência projetual de solução de conforto 129 
Figura 114 - Referência projetual de solução de conforto 129 
Figura 115 - Fachadas laterais 130 
Figura 116 - Divisórias retráteis em madeira 130 
Figura 117 - Moodboard dos materiais e elementos escolhidos para o projeto 132 
Figura 118 - Forro acústico em gesso acartonado com furações 133 
Figura 119 - Forro em nuvens acústicas 133 
Figura 120 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense134 
Figura 121 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 134 
Figura 122 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 135 
Figura 123 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 135 
Figura 124 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 135 
Figura 125 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 136 
Figura 126 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 136 
Figura 127 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 136 
Figura 128 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 137 
Figura 129 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 137 
Figura 130 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 138 
Figura 131 - Perspectiva do Centro de Arte e Cultura Seridoense 138 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01 - Objetivos do Programa Encosta, em Torres Vedras, Portugal 44 
Tabela 02 - Problemas e potencialidades do Bairro Nova Caicó 91 
Tabela 03 - Público-alvo do Centro de Arte e Cultura Seridoense 106 
Tabela 04 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento - Setor de Lazer e Cultura 106 
Tabela 05 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento - Setor Educacional 108 
Tabela 06 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento - Setor Administrativo 109 
Tabela 07 - Programa de necessidades e pré-dimensionamento - Setor Apoio Logístico 111 
Tabela 08 - Previsão de Área Total Construída - Quadro Síntese do Pré-dimensionamento 112 
Tabela 09 - Quadro de áreas 131 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ACM - Aluminium Composite Material (tradução: Material Composto de Alumínio) 
ARU - Área de Reabilitação Urbana da Encosta de São Vicente 
BRT - Bus Rapid Transit (tradução: sistema de ônibus de trânsito rápido) 
CAERN - Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte 
CERES - Centro de Ensino Superior do Seridó 
CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito 
DEHARF - Departamento de Habitação Social e Regularização Fundiária 
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
IFRN - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte 
NBR - Norma Técnica Brasileira 
ONU - Organização das Nações Unidas 
PAICD - Plano de Ação Integrada para as Comunidades Desfavorecidas 
PAMUS - Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável 
PARU - Plano de Ação de Regeneração Urbana 
PAV. - Pavimento 
PCR - Pessoa em cadeira de rodas 
PEDU - Programa Estratégico de Desenvolvimento Urbano 
PSH - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social 
PRIMED - Programa Integral de Melhoramento de Bairros Informais de Medellín 
PUI - Projetos Urbanos Integrais 
QUANT. - Quantidade 
SWOT - Strengths, weaknesses, opportunities e threats (tradução: Forças, Fraquezas, Oportunidades, 
Ameaças) 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 20 
2. A FUNÇÃO SOCIAL DA ARQUITETURA EM ÁREAS PERIFÉRICAS 25 
 2.1. O DIREITO À CIDADE 33 
 2.2. A SEGREGAÇÃO ESPACIAL E O MODELO DE INSERÇÃO DE HABITAÇÃO SOCIAL 33 
 2.3. A FUNÇÃO SOCIAL DA ARQUITETURA 33 
 A. O CASO DE MEDELLÍN, COLOMBIA 35 
 B. O CASO DE TORRES VEDRAS, PORTUGAL 40 
 C. CONTRIBUIÇÕES DAS REFERÊNCIAS DE INTERVENÇÕES URBANAS PARA O OBJETO ESTUDADO 50 
3. EQUIPAMENTOS INSTITUCIONAIS PÚBLICOS E COMUNITÁRIOS 52 
 3.1. CONCEITUAÇÃO 54 
 3.2. ESTRATÉGIAS PROJETUAIS 54 
4. ESTUDO DE REFERÊNCIAS 58 
 4.1. CENTRO CULTURAL EL TRANQUE, CHILE 58 
 4.2. CENTRO COMUNITÁRIO REHOVOT, ISRAEL 63 
 4.3. EDIFÍCIO-SEDE DO PROJETO VIVER, SÃO PAULO (SP) 63 
 4.4. CONTRIBUIÇÕES DAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS ARQUITETÔNICAS PARA O OBJETO ESTUDADO 72 
5. DIAGNÓSTICO DA ÁREA 74 
 5.1. MACROANÁLISE: A CIDADE DE CAICÓ/RN 74 
 5.2. MICROANÁLISE: O BAIRRO NOVA CAICÓ 80 
 A. ASPECTOS FÍSICOS 80 
 B. ASPECTOS SOCIAIS 80 
6. A PROPOSTA 90 
6.1. O PLANO DE AÇÃO: INTEGRAÇÃO DO BAIRRO NOVA CAICÓ E ADJACÊNCIAS ÀS DINÂMICAS FÍSICO-
SOCIAIS DA CIDADE DE CAICÓ/RN 119 
6.2. SOBRE O TERRENO: LOCALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS CONDICIONANTES EXTERNOS 101 
6.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 119 
6.4. CONCEITO 113 
6.5. EVOLUÇÃO FORMAL E PARTIDO ARQUITETÔNICO 119 
6.6. FLUXOS E ACESSOS 119 
6.7. PLANTAS BAIXAS E COBERTURA 119 
6.8. ESQUADRIAS E SOLUÇÕES DE CONFORTO 128 
6.8. QUADRO DE ÁREAS 131 
6.10. ESPECIFICAÇÕES GERAIS 131 
6.11. VOLUMETRIA FINAL 134 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 140 
REFERÊNCIAS 142 
APÊNDICE 147 
 
 
 
 
19 
 
 
 
20 
1. INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, a partir da década de 1970, cidades de médio e pequeno porte intensificam o 
seu processo de urbanização e entram em uma fase de intensas transformações sociais e 
morfológicas em sua dinâmica urbana. Segundo Milton Santos (2005), é entre os anos de 1940 a 
1980 que a população brasileira triplicou, enquanto a população urbana multiplica sete vezes e 
meia (sai de 26,35% em 1940 para 68,86% em 1980). Dentre os fenômenos vistos neste episódio, 
tem-se a expansão urbana, caracterizada pelas formas de produção e apropriação da cidade em 
busca de novas áreas, sob efeito do sistema capitalista de especulação imobiliária. 
Uma cidade que evidencia essa problemática de expansão urbana, é a cidade de Caicó 
localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte (RN). Segundo o IBGE (2018), o município 
possui uma área territorial de 1.228,583 km² e uma população estimada de 67.554 pessoas em 
2018, sendo então categorizada de acordo com Santos (2005), como uma cidade de pequeno porte 
(menor que 100 mil habitantes). 
Caicó é um importante polo da Microrregião do Seridó Ocidental Potiguar, na qual se 
insere, cuja economia envolve principalmente os setores terciário de comércio e serviços, 
acompanhado de pequenas indústrias no setor alimentício e de vestimentas. Sobre esses aspectos 
econômicos associados ao crescimento da cidade, Silva e Vasconcelos (2016) relatam: 
No período de 1940 a 1970, com a ascensão do beneficiamento do algodão aliada 
à atividade pecuária em voga, a economia atingiu o seu auge, promovendo um 
dos momentos mais expressivos do crescimento urbano. Nos dias que correm, a 
economia se distribui, particularmente, em indústriasdo setor têxtil, de 
alimentos (fabricação de massas, doces e bolos), laticínios, bonelarias, o 
comércio varejista e, notadamente destaca-se, a feira-livre. O setor de comércio 
e serviços se responsabiliza por atrair moradores das cidades de toda a 
Microrregião do Seridó Ocidental, e até mesmo da parte Oriental que abrange 
algumas cidades do estado da Paraíba, a exemplo dos municípios de Várzea e 
Santa Luzia.” (SILVA; VASCONCELOS FILHO; 2016, p. 53) 
Dos fatos decorrentes dessa expansão, entretanto, tem-se a criação de novos bairros, 
loteamentos e condomínios residenciais em áreas periféricas da cidade, de forma a criar manchas 
urbanas cada vez mais excêntricas e distantes do tecido consolidado. Esses assentamentos 
caracterizam-se pelo distanciamento das áreas centrais, em localidades com fragilidades de 
acessibilidade e infra-estrutura, que diminuem a qualidade de vida dos moradores. 
Um desses loteamentos é o Bairro Raimundo Silvino da Costa, conhecido como Nova Caicó, 
fruto de programas governamentais de habitação social. Sua origem é de iniciativa Pública 
Municipal, para a construção de 742 unidades habitacionais de interesse social, distribuídas em 
 
 
 
21 
22 quadras, em uma área de 620.274,81 m². O bairro abarca uma série de programas de 
financiamento, dentre eles: Programa Minha Casa Minha Vida, Programa Carta de Crédito, 
Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH) - Carta Paulista, por exemplo. 
 Este bairro é um dos que mais sofre com o distanciamento da área central e a condição de 
transporte público oferecido. A somatória destes fatos com o padrão de espraiamento urbano, 
diminui consideravelmente a qualidade de vida da população, um dos que mais se consideram 
isolados de todo o resto da cidade. Conforme explica Ferreira (2012), essa problemática “condena 
os moradores mais pobres a verdadeiro exílio na periferia, enquanto o aumento contínuo das 
frotas de automóveis leva às cidades ao colapso viário”. 
Acompanhado a essa problemática, temos a caracterização do bairro como um espaço 
predominantemente monofuncional, com alguns terrenos vazios dedicados a espaços 
comunitários que nunca foram construídos. Assim, sem nenhuma estrutura para atividades de 
lazer e de convivência, o bairro vem utilizando o espaço de forma improvisada, seja nas calçadas 
ou nos terrenos baldios. Essa demanda é perceptível quando os moradores estendem suas 
cadeiras para as calçadas ou quando usam a rua como quadra de futebol. 
 Além disso, apesar de estar próximo a uma Instituição de Ensino, o Instituto Federal do 
Rio Grande do Norte (IFRN), o mesmo não se abre para o bairro, nem tem a comunidade local 
como um público alvo. Essa, em geral de baixa escolaridade, acaba por não ter perspectiva de 
melhoria das condições sócio-econômicas, nem um acesso facilitado a serviços de capacitações 
educacionais. 
 Portanto, é possível perceber o entrelaçamento entre três contrapontos: um bairro 
distante e segregado da área central, que tem demanda por equipamentos comunitários de lazer 
e convivência, e uma população com baixo nível de escolaridade e pouca expectativa de 
crescimento sócio-econômico. 
Diante da problemática apresentada, surge o seguinte questionamento: de que maneira 
um equipamento público comunitário pode ser capaz de atrair a vitalidade de um bairro que sofre 
com os problemas de segregação sócio-espacial, ao ponto de requalificar o seu espaço urbano e 
trazer o desenvolvimento sócio-econômico para a população? 
Em meio a esse quadro, este trabalho tem como objeto de estudo os equipamentos 
públicos comunitários e sua relação com a requalificação do espaço urbano. Seu objetivo geral foi 
elaborar um anteprojeto de um equipamento comunitário voltado para a educação, convivência e 
cultura, de forma a integrar e requalificar o bairro Nova Caicó. 
 
 
 
22 
Propõe-se para tanto, dentro do universo de estudo correspondente ao Bairro Raimundo 
Silvino da Costa, conhecido como Nova Caicó, localizado na Zona Norte da cidade de Caicó/RN, 
desbrava-se em três objetivos específicos. São eles: 
A. Discutir os conceitos relacionados a arquitetura social e sua influência na busca da 
requalificação dos espaços urbanos, sob a ótica da problemática de segregação de 
áreas periféricas. 
B. Compreender as necessidades e dinâmicas de um equipamento comunitário, 
voltado para soluções e estratégias de integração com o espaço livre público, de 
função cultural, recreativa e educacional. 
C. Propor intervenções urbanas conceituais que contribuam com a integração e o 
aumento da vitalidade do Bairro Nova Caicó, no contexto da cidade. 
O tema escolhido para esse trabalho surge da demanda por espaços de convivência em 
toda a cidade de Caicó/RN, principalmente quando se trata da periferia. Nessas áreas, como foi 
dito, a carência de infraestrutura é ainda latente em todos os aspectos, seja do ponto de vista da 
oferta de equipamentos e de serviços ou das condições de pavimentação, mobiliário, arborização 
e saneamento, por exemplo. 
Apesar desse cenário ser um retrato da cidade como um todo, o modelo de fragmentação 
e espraiamento urbano, o qual vem resultando na produção dos novos espaços da cidade ao longo 
principalmente dos últimos nove anos, vem a agravar a problemática de disparidades do acesso 
aos serviços básicos e à infraestrutura por parte da população. Esse fato, recai sobre a escolha do 
universo de estudo a ser aplicado neste trabalho, o qual considera o Bairro Nova Caicó um dos 
principais espaços da cidade que mais sofrem com essa segregação sócio-espacial. 
O Bairro, por sua vez, além de ser protagonista de toda a problemática, oferece a 
oportunidade de refletir sobre o modelo de inserção dos empreendimentos relacionados à 
habitação de interesse social, de modo a dar reconhecimento ao local. Essa percepção manifesta-
se após a sensibilização da realidade vivida pelos moradores após uma pesquisa desenvolvida na 
graduação, a qual questionava as dinâmicas geradas por esse modelo de produção urbana da 
cidade. 
Portanto, há a necessidade de realizar um estudo na área, através de um levantamento de 
dados e análise urbana, para compreender como é possível mudar essa realidade e garantir que 
todos, independente do seu lugar de moradia e condição social, tenham acesso aos direitos básicos 
que uma cidade deve propor, de forma a atenuar as disparidades dessas ofertas. A proposta 
projetual, por sua vez, de um equipamento comunitário voltado ao ensino, arte e cultura é uma 
 
 
 
23 
das formas de dinamizar uma área da periferia da cidade, além de incentivar a educação e geração 
de renda. 
Porém, para fazer isso de forma assertiva, é importante conhecer de que maneira pode 
ocorrer o impacto desses equipamentos com função social e como conseguem atrair a vitalidade 
de um espaço. Há como principal motivação, então, o desafio de atingir um resultado de uma 
proposta de arquitetura que funcione para além de si mesma, a fim de se mostrar que os edifícios 
construídos e o entorno podem ter conexões capazes de serem propulsores de transformações 
que ultrapassam o espaço físico. 
É preciso, então, compilar um conjunto de estratégias que visem a integração de um 
equipamento institucional com o espaço livre público, assim como é relevante entender como é 
possível que, com isso, se tenha o aumento da qualidade sócio-espacial do lugar. Alinhado a toda 
essa discussão, propõe-se estudar como foram encontradas soluções para problemáticas de 
mesma natureza em outros lugares do mundo. 
Por isso, todo o processo precisa ser embasado em um conjunto de estudos de casos, a 
exemplo do “Modelo de Medellín”, na Colômbia, e o do “Programa de Regeneração Urbana e Social 
da Encosta de São Vicente”, em Torres Vedras, Portugal. Esses casos comprovam como é possível 
a atuação de equipamentos públicos voltados aos usos tal qual aqui se propõe, integrados a planos 
urbanísticos para desenvolvimentosde uma área, sobretudo periféricas, são capazes de atuar na 
reabilitação e inclusão social. Fica claro, por conseguinte, a tamanha importância de enfatizar com 
esse trabalho, o papel da arquitetura social, ligada aos equipamentos urbanos comunitários. 
Com o aprofundamento das pesquisas realizadas no decorrer do trabalho, tem-se a 
intenção de contribuir cientificamente nos estudos na área de arquitetura e urbanismo, de forma 
aplicada ao interior do estado. Sendo Caicó a cidade na qual tenho profundos laços familiares e 
afetivos e onde há carência de um olhar acadêmico e profissional acerca dos aspectos de 
planejamento urbano e de arquitetura, sempre me despertou anseios em retribuir o mínimo de 
conhecimentos e experiências adquiridas ao longo dos últimos anos. Assim, busca-se aprofundar 
as estratégias de projeto, tanto do ponto de vista social, legislativo e climatológico nessa cidade 
em específico, que serão aplicadas futuramente na vida profissional. 
Além disso, constitui uma maneira de desenvolver o exercício projetual acerca dos 
equipamentos públicos, comunitários e de ensino, cuja abordagem não foi tão desenvolvida 
durante a graduação. É um desejo pessoal mostrar o poder da arquitetura como um instrumento 
de transformações sociais, quando integradas e pensadas em concordância com o espaço público, 
com as dinâmicas urbanas e com os anseios da sociedade, em todos os níveis de interesse social. 
 
 
 
24 
No fim da graduação, planeja-se aplicar a bagagem de informações adquiridas no decorrer dessa 
fase para a criação de uma arquitetura feita para a cidade e, principalmente, para as pessoas. 
Para alcançar o objetivo geral proposto neste trabalho, que tem como principal ponto o 
desenvolvimento de uma proposta projetual, é necessário um aporte teórico de um conjunto de 
referências bibliográficas que nos dê subsídios para compreensão de alguns conceitos, 
problemáticas e estratégias. Para compilar todo o conhecimento, facilitar a busca e aplicá-lo 
coerentemente, pensou-se na divisão de todo esse embasamento teórico-metodológico em quatro 
eixos, cuja definição ocorre através da clara conexão com os objetivos gerais e específicos. 
Dos eixos estruturadores na busca por esse material, o primeiro está, no segundo capítulo, 
relacionado sobre a função social da arquitetura e sua importância quando se trata dos processos 
de desigualdade, segregação e periferia, trazendo estudos de referências de intervenções urbanas, 
em Medellín e em Torres Vedras. O segundo eixo, correspondente ao terceiro e quarto capítulos, 
por sua vez, tem como tema a conceituação dos equipamentos comunitários e as estratégias 
projetuais para executá-lo, voltado principalmente sob a ótica de integração com o entorno e 
adequação ao uso, trazendo estudos de referências projetuais. O terceiro eixo, é o quinto capítulo, 
que traz a análise urbana, em macro e microanálise, como forma de buscar subsídios para inserir 
corretamente o equipamento no espaço em que se propõe. O quarto eixo e sexto capítulo, por fim, 
trata das propostas, tanto a do plano de ação como a da parte projetual, mostrando a sequência 
processo criativo e as justificativas de cada decisão, apoiada na criação de toda uma parte gráfica, 
com desenhos técnicos e esquemáticos. 
Assim, há a capacidade do alcance do produto final desse trabalho: um centro comunitário 
para o Bairro Nova Caicó, que seja a tradução e síntese de um completo aporte teórico 
desenvolvido. Para isso, o projeto vem atrelado a um Plano de Ação, que busca integrar o Bairro 
Nova Caicó e adjacências às dinâmicas físico-sociais da cidade de Caicó. 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
26 
2. A FUNÇÃO SOCIAL DA ARQUITETURA EM ÁREAS PERIFÉRICAS 
Este capítulo está relacionado à função social da arquitetura e sua importância quando se 
trata dos processos de desigualdade, segregação e periferia. Nele há intenção de mostrar a 
viabilidade e importância do que se propõe, através de uma análise crítica da problemática e 
discussão de conceitos, mostrando subsídios para as possibilidades de uma arquitetura capaz de 
transformar socialmente um espaço. 
 Para tanto, este capítulo será dividido em 03 partes. A primeira busca comentar sobre o 
Direito à cidade, como forma de problematizar sobre a ausência de democracia nas cidades, 
quanto a disponibilidade de infra-estrutura e acesso aos serviços. A segunda parte, por sua vez, 
visa tratar a segregação espacial e o modelo de inserção de habitação social. Nela, serão retomados 
os conceitos de segregação, relação entre centro e periferia e a problemática do modelo de 
inserção dos empreendimentos de habitação social no tecido urbano das cidades, além da forma 
como isso recai sobre a qualidade de vida da população. Por último, a terceira parte mostrará o 
poder da arquitetura quando alinhada a alguns conceitos, estratégias e outras intervenções 
urbanísticas, na requalificação e integração de áreas periféricas. Cita ainda o exemplo de Medellín, 
na Colômbia, e de Torres Vedras, em Portugal. 
 
2.1. O DIREITO À CIDADE 
 
As cidades, como principal palco das transformações sociais e luta de interesses políticos 
e econômicos, ao longo dos séculos, passaram cada vez mais a serem estudadas e problematizadas, 
tendo em vista seu crescente impacto articulado à vida de cada indivíduo que nela está inserido. 
Esses impactos, ou seja, a maneira como as cidades interferem no dia à dia de cada habitante, 
entretanto, ocorrem de forma desigual em função de diversos fatores, tanto sociais, políticos como 
econômicos. 
Essas variações de como a cidade se apresenta é discutida a partir dos movimentos sociais 
em encontro com os debates nas universidades, que ocorreram na França entre as décadas de 
1960 e 1970 (TAVOLARI, 2016), quando surgem uma série de protestos contra reformas 
educacionais. Esses são fomentados com o pioneirismo nas discussões do filósofo e sociólogo 
Henri Lefebvre, a partir do lançamento do livro “Le droit à la ville” (O direito à cidade), publicado 
em 1968. Nele, o autor discorre sobre a produção e estruturação do espaço urbano sob a ótica da 
 
 
 
27 
lógica de um sistema capitalista de luta de classes, e não mais sob a ideia do processo de 
industrialização. Sobre isso, Lefebvre comenta: 
Os violentos contrastes entre a riqueza e a pobreza, os conflitos entre os 
poderosos e os oprimidos não impedem nem o apego à Cidade, nem a 
contribuição ativa para a beleza da obra. No contexto urbano, as lutas de 
facções, de grupos, de classes, reforçam o sentimento de pertencer. Os 
confrontos políticos entre o "minuto popolo" , o "popolo grasso", a aristocracia 
ou a oligarquia, têm a Cidade por local, por arena . Esses grupos rivalizam 
no amor pela sua cidade. Quanto aos detentores da riqueza e do poder, 
sentem-se sempre ameaçados. Justificam seu privilégio diante da comunidade 
gastando suntuosamente suas fortunas: edifícios, fundações, palácios , 
embelezamentos, festas. (LEFEBVRE, 2001, p.13) 
 Apesar de ser uma mudança de pensamento para a época, o tema ainda é amplamente 
discutido nos dias atuais, aplicado à realidade de quaisquer cidades, sobretudo as brasileiras. No 
Brasil, as ideias de Lefebvre são recebidas no contexto da Ditadura Militar (1964-1985), sendo 
assim distante do sonho de um Estado que garantisse bem-estar social. Mas, seguindo em ordem 
cronológica, mesmo não sendo citado com o mesmo nome, a ideia de Direito à Cidade manifesta-
se pela primeira vez na legislação brasileira através da Constituição de 1988, mais precisamente 
no Capítulo II - Política Urbana, nos artigos 182 e 183. 
No artigo 182, por sua vez, a lei determina a criação de uma política de desenvolvimento 
urbano de modo a orientar para (§ 1º) a organização na criação de um Plano Diretor para cidades 
acima de 20 mil habitantes, (§ 2º) para garantir a função social da propriedade,e (§ 3º) para 
medidas em casos de desapropriações e para o (§ 4º) uso da propriedade do solo, quando forem 
categorizados como lotes não edificados, subutilizado e não utilizado. Já no artigo 183, a lei orienta 
para o direito de usucapião, quando o imóvel for utilizado como moradia por cinco anos, sem 
interrupção. Segue à descrição de cada artigo, de acordo com a Constituição Brasileira de 1988: 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o 
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de 
seus habitantes. 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta 
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde 
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (BRASIL, 1988). 
 Outro momento da legislação brasileira em que aparecem as diretrizes para garantia do 
direito à cidade é através da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada de Estatuto da 
Cidade. Além de retomar os artigos 182 e 183 da Constituição de 1988, esta lei através do artigo 
primeiro, parágrafo único: “estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o 
uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, 
 
 
 
28 
bem como do equilíbrio ambiental” (BRASIL, 2001). Isso ocorre através da descrição de um série 
de diretrizes e instrumentos em que se pretende “pleno desenvolvimento das funções sociais da 
cidade e da propriedade urbana” (BRASIL, 2001). 
 Mas, afinal, como se define o conceito de “direito à cidade” e como podemos associá-lo à 
nossa realidade? Percebe-se, nesses dois casos exemplificados a partir da legislação brasileira, que 
o “direito à cidade” está voltado ao modo como as pessoas conseguem, ou pelo menos deveriam 
conseguir, apropriar-se dos espaços urbanos e os serviços a ele relacionados, de forma igualitária 
e democrática, sempre pensando no coletivo e na função social da propriedade. 
Voltando ainda para Lefebvre, o autor, por sua vez, explica que este termo está relacionado 
ao direito à vida urbana, na medida em que o indivíduo se apropria e participa das transformações 
do espaço. É ter acesso ao que ele denomina de “obra”, ou seja, a própria cidade como valor de 
uso, seja das praças, ruas ou edifícios, ou como valor de troca, relacionado ao comércio e aos 
produtos (LEFEBVRE, 2001, p.12). Busca-se ainda, o direito à centralidades renovadas, como 
locais de pontos de encontro e troca (LEFEBVRE, 2001, p.138). O filósofo, para tanto, consegue 
repassar a importância desse privilégio quando o trata com exigência e superioridade, como vistos 
nestes dois pontos: 
O direito à cidade se afirma como um apelo , como uma exigência. Através de 
surpreendentes desvios - a nostalgia, o turismo, o retorno para o coração da 
cidade tradicional, o apelo das centralidades existentes ou recentemente 
elaboradas - esse direito caminha lentamente (LEFEBVRE, 2001, p.117) 
O direito à cidade se manifesta como forma superior dos direitos: direito à 
liberdade, à individualização na socialização, ao habitat e ao habitar. O direito à 
obra (à atividade participante) e o direito à apropriação (bem distinto do direito 
à propriedade) estão implicados no direito à cidade. (LEFEBVRE, 2001, p.123) 
 Porém, como dito no início deste capítulo, o modo como as cidades impactam a vida dos 
habitantes acontece de forma variada e, em concordância com o que explica o autor, “esse direito 
tem um alcance e uma significação particulares” (LEFEBVRE, 2001, p.139). As fragilidades desse 
alcance estão voltadas principalmente para a classe operária, porquanto esta é a que mais sofre 
com o processo de segregação, no momento em que são muitas vezes despejadas do centro para 
a periferia. 
O proletariado, portanto, está inserido dentro da problemática do que ele denomina como 
“explosão das antigas morfológicas” (LEFEBVRE, 2001, p.138), ou seja, interpreta-se como sendo 
o processo de produção de novos espaços diante da expansão urbana, dentro da lógica capitalista 
de especulação imobiliária. Isso porque, esse fenômeno, por sua vez, prioriza o preço elevado da 
terra nos locais de maior acesso aos serviços e equipamentos urbanos, sendo a síntese da 
 
 
 
29 
configuração não democrática do acesso a esse direito, indo de encontro com a própria legislação. 
Sobre isso, o autor relata: 
Afastado da Cidade, o proletariado acabará de perder o sentido da obra. 
Afastado dos locais de produção, disponível para empresas esparsas a partir de 
um setor de habitat, o proletariado deixará se esfumar em sua consciência à 
capacidade criadora. A consciência urbana vai se dissipar. (LEFEBVRE, 2001, 
p.25) 
 O processo de segregação é visto por Lefebvre como um destruidor da morfologia da 
cidade e ameaçador da vida urbana, portanto não deve ser tomado ao acaso (LEFEBVRE, 2001). 
Sobre esse termo, o autor explica que ele deve ser tratado em três aspectos: “espontâneo 
(proveniente das rendas e das ideologias); voluntário (estabelecendo espaços separados); e 
programado (sob o pretexto de arrumação e de plano)” (LEFEBVRE, 2001, p.97). Em 
contrapartida, também relata sobre os desafios da integração e participação quando são 
obsessivos, mas ainda não eficazes. Para ele, essa integração pode acontecer através do mercado, 
da cultura ou dos valores, conforme explica em: 
A integração se realiza em níveis diferentes, segundo modalidades diversas: 
através do mercado, no "mundo da mercadoria", em outras palavras , através do 
consumo e da ideologia do consumo - através da "cultura", colocada como 
unitária e global - através dos "valores", inclusive a arte - através da ação do 
Estado, inclusive a consciência nacional, a das opções e estratégias políticas na 
escala do país. (LEFEBVRE, 2001, p.102) 
 Mesmo assim, Lefebvre enfatiza que nenhuma profissão, seja arquiteto, urbanista, 
sociólogo ou economista é capaz de atuar no espaço urbano como “taumaturgos”, ao ponto de 
recriar relações sociais. Para ele, esses agentes podem conseguir auxiliar na formulação de 
tendências, caso haja condições favoráveis, porém “apenas a vida social (à práxis) na sua 
capacidade global possui tais poderes” (LEFEBVRE, 2001, p.109). 
 Nessa perspectiva, é visto que, ainda hoje, o processo de planejamento e produção do 
espaço, em geral, ocorre sob uma “luta de classes”, embasadas pelo capitalismo e consequência da 
especulação. Isso é comprovado pela percepção do contraste existente entre o que relata a 
legislação, diante dos fundamentos de “direito à cidade”, e o que verdadeiramente ocorre na 
realidade urbana das cidades brasileiras, quando direitos de acessos aos serviços e espaços são 
negados cotidianamente. 
Os modos de tentar reverter os efeitos disso são muito complexos. Mesmo assim, Lefebvre 
(2001) aponta sobre a esperança de que agentes do espaço ajudem a criar tendências para que se 
possa realizar uma integração, principalmente com base na modalidade do “mercado” e da 
“cultura”. Alguns exemplos de como isso pode ocorrer, poderão ser explicados no decorrer dos 
 
 
 
30 
capítulos, quando serão apresentadas as referências de intervenções urbanas e projetuais 
adotadas neste trabalho. 
 
2.2. A SEGREGAÇÃO ESPACIAL E O MODELO DE INSERÇÃO DE HABITAÇÃO SOCIAL 
 
 A fim de entender o processo de lutas de classes, como isso vem a interferir no “direito à 
cidade” defendido por Lefebvre e, em consequência, no modo de produção dos espaços, 
representado pela desigualdade de acessos à terra e aos serviços, é relevante atentar-se ao 
conhecimento acerca do conceito de segregação urbana, tratado por autores como Villaça (2001), 
Corrêa (1989) e Rolnik (1995). 
Em síntese, o primeiro autor destaca o processo da segregação como sendoa tendência de 
diferentes classes ou camadas sociais ocuparem diferentes “regiões” ou “conjunto de bairros” de 
forma concentrada (VILLAÇA, 2001). Para ele, o modelo mais comum de segregação é o centro x 
periferia, no qual o primeiro, com mais serviços, é ocupado pela classe mais abastada, enquanto o 
segundo, menos equipada, pelos mais pobres. 
 Corrêa (1989, p.60), por sua vez, acrescenta que a segregação é “um produto da existência 
de classes sociais, sendo a sua espacialização no urbano”. Ele exemplifica também que a expressão 
deste modelo na atualidade é refletida na existência dos condomínios residenciais, caracterizados 
pela disposição de serviços exclusivos, próprio sistema de vigilância e utilização de muros. O autor 
explica a separação espacial das classes em diferentes padrões de segregação, diante de três 
modelos: de Kohl, de Burgess, de Hoyt (CORRÊA, 1989). 
A lógica dos modelos de padrões de segregação trazidos acima são importantes no 
subsídio para a análise do espaço urbano, inclusive à luz da expansão e da produção de novos 
espaços. Com eles, é possível cruzar a visão especializada do status social dos habitantes com a 
sua ocupação no tecido citadino. Mediante a Figura 01 é possível entender, em conjunto com as 
elucidações em seguida, como se configuram esses modelos. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Figura 01: Padrões de segregação: de Kohl, de Burgess, de Hoyt. 
 
 
Fonte: CORRÊA (1989) 
De modo geral, no modelo de Kohl, formulado em 1841, por exemplo, de acordo com 
Corrêa (1989), é possível observar uma abordagem no contexto de cidades europeias, na qual a 
cidade é setorizada por círculos concêntricos, de modo que os ricos ocupam o centro, enquanto 
que os pobres a periferia. Este seria equivalente ao modelo mais comum citado por Villaça (2001) 
de centro x periferia. 
Já o modelo de Burgess, contudo, trata o mesmo padrão de círculos concêntricos, porém 
com a inversão do status social. Assim, os ricos se apropriam da periferia, enquanto os pobres se 
concentram nas áreas centrais. Esse padrão, formulado em 1920, tem como base o modelo norte-
americano, e faz relação também ao modelo inglês de Engels de 1840 (CORRÊA, 1989). 
Por fim, ainda referente a essa literatura, o modelo de Hoyt não trata a cidade fragmentada 
por círculos concêntricos, mas sim através de setores de círculos, nos quais se distribuem as 
classes sociais. Segundo Corrêa , a lógica desse modelo: 
[...] está na tendência auto-segregativa da população de alto status, que se 
expande ao longo de um eixo de circulação que corta as melhores áreas da cidade, 
de onde então pode exercer um efetivo controle de seu território. A partir de sua 
ação estabelecem-se os demais grupos sociais. (CORRÊA, 1989, p.69) 
 Já a visão de segregação trazida por Rolnik (1995, p. 42), para complementar, estende-se 
para a “separação dos locais de trabalho em relação aos locais de moradia”. Para ela, uma cena 
clássica desse tipo de segregação é a necessidade de deslocamento da grande massa trabalhadora 
em transportes coletivos lotados de casa para seu local de trabalho. Neste aspecto, entra em 
 
 
 
32 
discussão o modelo de inserção de empreendimentos habitacionais ao passo em que se constrói 
um espraiamento na cidade. 
 Os processos de segregação urbana citados, como foi visto, são portanto intrincados ao 
modelo de cidades espraiadas, as quais, de acordo com Santos (2005, p.107), refere-se a ocupação 
de “vastas superfícies entremeadas de vazios.” Para ele, ainda, o mercado de “atacado” criado com 
as habitações, principalmente a partir das políticas do Banco Nacional de Habitação, e 
posteriormente o programa do Governo Federal intitulado de Minha Casa Minha Vida, são geradas 
novas expectativas que são dadas em paralelo ao processo de expansão urbana. É importante, 
ademais, a vinculação do fenômeno da especulação imobiliária com as extensões do perímetro 
urbano. 
 Destarte, para finalizar o entendimento dos conceitos rebatido na problemática discutida 
anteriormente, as consequências desses modelos de expansão urbana associados ao 
espraiamento da cidade são elucidadas por Silveira et al em: 
Consequência importante do espraiamento urbano (tipos de crescimento da 
mancha urbana em borda ou isolado) e, por conseguinte decorrência do 
deslocamento dos limites periféricos da cidade, na área social, é a crônica 
deficiência infraestrutural e o baixo nível de provimentos urbanos, em função da 
localização, das características do sítio geográfico e da morfologia. Geralmente, 
esses espaços em descontinuidade ao tecido preexistente da mancha urbana, 
setor menos assistido em provimentos urbanos, no âmbito de uma estrutura 
urbana pouco sistêmica, fragmentada e espraiada, acomodam, com algumas 
exceções, a população de baixa renda, representando segregação socioespacial. 
(SILVEIRA et al, 2015, p. 67) 
 Além disso, o autor explica que o crescimento desorganizado de cidades dentro do 
processo de expansão urbana, são interferidas por uma série de fatos relacionados, dentre eles, o 
tamanho urbano, o modelo automobilístico-rodoviário e a carência de infraestrutura, à 
extroversão e à periferização da população. A relação entre esses fatores, do modo como os 
mantêm e realimentam os demais, acabam criando um ciclo vicioso, que gera o que o autor chama 
de “deseconomias urbanas”. 
 A somatória destes fatos com o padrão de espraiamento urbano, diminui 
consideravelmente a qualidade de vida da população. Conforme explica Ferreira (2012, p. 15), 
essa problemática “condena os moradores mais pobres a verdadeiro exílio na periferia, enquanto 
o aumento contínuo das frotas de automóveis leva às cidades ao colapso viário”. Para o autor, o 
que se produzem agora são cidades insustentáveis, uma vez que: 
 
 
 
33 
[...] desiste-se da vida de bairro na sua acepção mais tradicional, para se construir 
outros bairros exclusivos, isolados, segmentados, e sem nenhum dos aspectos 
que garantiriam riqueza e qualidade da vida urbana: diversidade de usos, 
comércios, níveis de renda, volumetrias, a alternância de quarteirões 
construídos com praças ou equipamentos acessíveis a todos, ruas públicas bem 
servidas pelo transporte de massa. Aspectos que trazem grande qualidade, mas 
que infelizmente estão sumindo das nossas cidades. (FERREIRA, 2012, p.18) 
Portanto, através da conceituação de segregação urbana e suas implicações, segundo os 
autores apresentados, é visto que a cidade produzida diante da “luta de classes” e do modelo de 
especulação, geram uma série de consequências frente a qualidade de vida urbana como um todo. 
Isso porque, o modelo com que se produz o espaço das cidades, que está interligado a fatores 
políticos, sociais e econômicos, rebate em questões tanto físicas quanto qualitativas. 
Das questões físicas, enfrenta-se a problemática da mobilidade, devido às frágeis 
condições de acessibilidade aos espaços. Já em questões qualitativas, relacionadas à qualidade de 
vida da população, refere-se à garantia dos serviços básicos e à condição de urbanidade. A solução 
para ambas, além de serem dadas de maneira distintas, são bastantes complexas, embora que, 
como foi defendido anteriormente por Lefebvre (2001), o arquiteto e urbanista possa apontar 
algumas tendências para reverter a situação. 
 
2.3. A FUNÇÃO SOCIAL DA ARQUITETURA 
 
 Neste tópico, são discutidos os efeitos produzidos pela arquitetura na sociedade, 
principalmente sob a visão de atuação nas periferias urbanas, quando estas se enquadram dentro 
da conceituação de segregação urbana. Esses efeitos, entretanto, embora pouco discutidos na 
literatura quando comparados aos estudos dos impactos psicológicos e estéticos da arquitetura, 
são fundamentais para compreensão da edificação para além da obra, como simples 
materialização do espaço (NETTO, 2006). Sobre isso, o autor , afirma que: 
Em geral os efeitos da arquitetura são vistos como o seuimpacto sobre nossa 
percepção visual: a arquitetura ou o edifício é capaz de alterar nossa percepção, 
ter um efeito positivo, negativo, neutro, agradável, desagradável, belo, feio, 
estranho e assim por diante. Esses efeitos são na verdade evocados na nossa 
prática – e consistem de efeitos psicológicos sobre o humano (NETTO, 2006) 
 Para entender esses efeitos frente a sua função social, é preciso ter a ideia de que a 
arquitetura, segundo esse mesmo autor, transcende ao aspecto visual e perceptivo. Em 
concordância a esse aspecto, Maricato (apud SOARES et al, 2019) explica que o pensamento 
sobre arquitetura deve considerá-la para além de um ponto específico da cidade, ou seja, de um 
 
 
 
34 
edifício visto apenas na perspectiva de dentro de um lote, abstraindo toda a sua relação com o 
entorno. Para ela, “a arquitetura tem que ter um compromisso com o espaço urbano e coletivo”, 
e por essa razão ela cita a importância de considerar a cidade como um todo. Sobre a atuação do 
profissional arquiteto e urbanista ela cita: 
É importante estar atento naquilo que é fundamental para a estruturação do 
espaço, em relação ao uso e à ocupação do solo. Podemos olhar o que está 
construído e o que não está construído. O que é verde e o que é pavimentado. 
Tudo isso faz parte da cidade e é objeto de trabalho dos arquitetos. (MARICATO 
apud SOARES, 2019) 
 Realmente, existe uma série de fatores que reforçam os aspectos subjetivos da arquitetura, 
que não se resumem às questões construtivas e funcionais, embora estas também sejam 
importantes. De fato, isso é reforçado quando se analisam as relações existentes entre arquitetura 
e cidade diante dos fatores “físicos e sociais, culturais e ideológicos, políticos e econômicos” 
(ARRUDA, 2018, p.14). 
Mas, sabe-se quando isso não ocorre, “por vezes a edificação é colocada como objeto de 
pouca relevância dentro da complexidade do contexto urbano das cidades contemporâneas” 
(ARRUDA, 2018, p.14). Segundo Arruda (2018), a arquitetura passa a ser vista como um elemento 
banal na paisagem e, por isso, renegada a um papel secundário nas tomadas de decisões das 
políticas urbanas. O arquiteto, então, aparece diante dessa perspectiva, como um agente do 
espaço, responsável por adequar suas soluções projetuais, ao contexto social, à paisagem e ao 
entorno. Nesse sentido, o autor completa: 
Primeiramente existe a necessidade de uma percepção crítica por parte do 
arquiteto no que diz respeito ao meio sócio-político no qual ele está inserido. A 
compreensão desse contexto se faz crucial para que o mesmo se posicione de 
forma autônoma, buscando um equilíbrio entre os interesses políticos, privados 
e sociais. Ao se deter de forma alienada sobre esse contexto, o arquiteto corre o 
risco de apenas reproduzir uma estética que atenda a um interesse específico, na 
maioria das vezes a visão institucionalizada. (ARRUDA, 2018, p.29) 
 Sendo assim, encara-se a função social do arquiteto e urbanista como participante da 
sociedade, capaz de contribuir na redução das desigualdades urbanas, frente ao discutido 
processo de luta de classes e de segregação, no momento em que estão alinhados às estratégias e 
políticas públicas. Segundo Maricato (apud SOARES et al, 2019) esse processo é uma construção 
social, sendo a democratização da arquitetura e da cidade um fator de enorme diferença na vida 
de grande parte da população urbana. 
Há, por conseguinte, uma expectativa criada em relação à geração de espaços públicos que 
venham a promover inclusão social com a implantação da tipologia de edificação institucional 
 
 
 
35 
pública. Esta, segundo Arruda (2018), é naturalmente sempre acompanhada de uma grande 
discussão sobre a cidade, na maneira que se impacta o entorno e a paisagem. 
O desenho desses espaços públicos de maneira socialmente inclusiva e segura, para 
contribuir com a redução de desigualdades, estão inclusive expressas como plano de ação da 
Organização das Nações Unidas (ONU), sendo uns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS), a serem cumpridas até 2030. Mais especificamente o objetivo 11 dessa Agenda 
que visa o desenvolvimento sustentável da cidade, trata de “Tornar as cidades e os assentamentos 
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis” e como meta para isso tem-se: 
11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades 
para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, 
integrados e sustentáveis, em todos os países. 
11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, 
inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, 
pessoas idosas e pessoas com deficiência. (ONU, 2015) 
 Portanto, cabe entender que a construção de um edifício inclusivo, público e sustentável, 
a defender as observações não só dos aspectos estéticos e funcionais, como também do contexto 
social, político e ideológico no qual está inserido, pode ser visto como “uma importante 
oportunidade de enriquecer o espaço público, através da forma que ele é pensado e implantado” 
(ARRUDA, 2018, p. 31). Alguns exemplos práticos de como isso ocorreu com êxito, serão relatados 
a seguir através dos casos de Medellín, na Colômbia, e de Torres Vedras, em Portugal. 
A. O caso de Medellín, Colombia 
Medellín, segunda maior cidade Colombiana, em nível de importância comercial e 
industrial, com cerca de 2,3 milhões de habitantes (DANE, 2018), foi considerada por muito tempo 
a cidade mais violenta do mundo. Situada sobre um vale e rodeada de montanhas, ela sofreu um 
crescimento exponencial a partir de 1950, quando iniciou a ocupação informal de duas encostas 
do norte do Vale, originado da imigração rural (ECHEVERRI, 2017). 
Nas décadas de 80 e 90, a cidade é tomada pelo narcotráfico, que criou um estado paralelo 
e impôs leis, deixando os moradores à mercê da criminalidade (REALI, 2013). A crise social e 
política associada à expansão generalizada para áreas informais, carentes de infra-estrutura 
básica, também tornam visível a segregação social. O retrato da cidade nessa época, pode ser 
compreendido com o seguinte relato: 
Aqueles que se opunham à situação eram vítimas de sequestros, estupros e 
assassinatos por encomenda. Medellín apresentava, na época, uma taxa média 
anual de 440 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto a média mundial 
 
 
 
36 
girava em torno de 10 para 100 mil. Em 1988, a revista Time classificou-a como 
“a cidade mais violenta do mundo” (REALI, 2013). 
 
 Porém, desde o início da década de 90, Medellín passou por um processo de intensa 
transformação social, capaz de reverter seu quadro de cidade mais violenta e desigual para de um 
lugares mais inovadores do mundo, segundo a ONU. O resultado dessa revolução, que ainda está 
em curso, compreende uma série de mudanças sociais e urbanas. A cidade, aos poucos, se 
transformou em um laboratório para os programas de educação e cultura, voltados para os bairros 
de maiores deficiências de estrutura. Para que isso tenha ocorrido, é necessário ressaltar o êxito 
da utilização da arquitetura e urbanismo como importante ferramenta para tornar esses 
programas visíveis nesses bairros. 
 A transformação inicia-se, mais especificamente, entre 1992 e 1997, quando o Governo 
Nacional da Consejería Presidencial para Medellín lança o programa PRIMED, para o 
melhoramento integral dos bairros. Nos final dos anos 1990, foram finalizados dois projetos para 
o espaço público, o Parque dos Pés Descalços (1999) e o Parque dos Desejos (2002). 
 A partir de 2004, sob o mandato do prefeito Sergio Farjado, as intervenções foram 
administrativamente coordenadas pela Empresa de Desenvolvimento Urbano (EDU), que é uma 
instituição pública redefinida para funcionar como “escritório de projetos urbanos e em uma 
agência de execução de obras estratégicas de infraestrutura” (ECHEVERRI, 2017). Essa instituição 
passa a ser então responsável por

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