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FISIOPATOLOGIA E TERAPIA NUTRICIONAL NAS DISLIPIDEMIAS E ATEROSCLEROSE SHEYLANE ANDRADE LIPOPROTEÍNAS Moléculas responsáveis pelo transporte de lipídios em meios líquidos. • Quilomícrons VLDL-c LDL-c 95% das apolipoproteínas em LDL-C são apo B – 100 HDL-c Características das Lipoproteínas Exames Laboratoriais Na fórmula de Friedewald, LDL-c = CT – HDL-c –TG/5 OBS: TG:>440 mg/dLnão HDL-c tem a finalidade de estimar a quantidade de lipoproteínas aterogênicas circulantes no plasma Dislipidemias Caracterizadas por alteração no metabolismo lipídico, resultando na elevação de colesterol e/ou triglicerídeos. Classificação das Dislipidemias 1- Monogênicas 2- Poligênicas Classificação das Dislipidemias Classificação Fenotípica ou Bioquímica Valores referenciais do perfil lipídico para a faixa etária entre 2 e 19 anos Aterosclerose -Doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta a agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. -Lesões focais da íntima arterial, caracterizada pela deposição de colesterol, fibrose e inflamação É a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa praticamente idêntica à encontrada no Brasil, segundo a OMS. Aterosclerose A aterosclerose é uma doença lenta, progressiva que começa na infância e leva décadas para aparecer LESÕES DA ATEROSCLEROSE ESTRIAS GORDUROSAS: -Lesão mais precoce da aterosclerose -São células cheias de lipídios, não obstrutivas, que aparecem nas artérias de crianças -Nem todas progridem para as lesões avançadas PLACAS FIBROSAS: -Constituídas por um núcleo lipídico, circundado por uma cápsula de células musculares lisas, macrófagos e colágeno -Os fatores de risco aceleram a progressão da placa para lesões mais complicadas LESÃO CALCIFICADA (LESÕES COMPLICADAS): • Ruptura na cápsula fibrosa: hemorragia na placa, trombose e bloqueio da artéria podendo levar a morte • Pequenos trombos ajudam no crescimento da placa • Os trombos grandes podem causar eventos clínicos agudos Papel dos ácidos graxos dietéticos no perfil lipídico I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular (2013) Papel dos ácidos graxos dietéticos no perfil lipídico Os principais ácidos graxos saturados de cadeia longa: Alimentos ricos em ac. graxos saturados Óleo de coco O ácido láurico (50%) apresenta maior poder inflamatório. Apesar dos potenciais benefícios do óleo de coco no HDL, os estudos experimentais comprovam o efeito hipercolesterolêmico do coco e seus subprodutos, em comparação o óleo de coco com azeite de oliva e óleo de girassol. Até o momento não há na literatura estudos cli ́nicos randomizados e controlados e estudos epidemiolo ́gicos que avaliem o efeito do o ́leo de coco no perfil lipi ́dico, inflamato ́rio e desfecho cardiovascular. Desta forma, não há evidência para sua indicac ̧ão em substituic ̧ão a outros o ́leos vegetais ricos em INSAT. Posicionamento, 2021 Óleo de Palma O o ́leo de palma, juntamente com as gorduras interesterificadas, vem sendo amplamente utilizado pela indu ́stria em substituição ao uso de gordura trans. Apesar de ser o ́leo vegetal, é composto por ácidos graxos SAT (45% de ácido palmítico e 5% de ácido esteárico) e INSAT (40% ácido oleico e 10% ácido linoleico). Aumento no consumo direto de o ́leo de palma, ou indireto, por meio da ingestão de produtos industrializados, contribuirá para maior consumo de SAT que elevam o risco CV. Alimentos ricos em ac. graxos saturados Manteiga Sua gordura advém exclusivamente de gordura láctea. Em uma porção de manteiga, cerca de 51,5% dos ácidos graxos são saturados, entre eles destacam-se palmítico (24%), esteárico (10%), mirístico (8%) e láurico (2%), sendo o restante composto por MONO (22%) e POLI (1,5%).25 A relação do consumo de manteiga e colesterolemia é controverso; Os resultados dos estudos devem ser interpretados com cautela, uma vez que se tem bastante consolidada as aço ̃es dos ácidos graxos SAT em lípides plasmáticos e sau ́de CV. O uso de manteiga deve estar inserido em padrão alimentar saudável e individualizado, considerando o valor calo ́rico agregado. Posicionamento, 2021 Chocolate Aproximadamente 63% da gordura do cacau é constituída pelos ácidos graxos SAT esteárico (34%) e palmítico (27%). Os 37% restantes estão sob a forma de MONO (33,5%) e POLI (3,5%). O consumo de esteárico parece ter efeito neutro sobre a colesterolemia; todavia, deve-se levar em conta que o chocolate é também fonte de calorias e de açu ́car simples, podendo contribuir para o ganho de peso e aumento do risco CV. Deve-se ter cuidado, no entanto, com chocolate confeccionado com leite, pois pode conter grande quantidade de ácidos graxos mirístico e láurico, conhecidamente hipercolesterolêmicos Alimentos ricos em ac. graxos saturados Lácteos O leite e seus derivados são importante fonte de cálcio e proteína de alto valor biolo ́gico. Por outro lado, o consumo de lácteos integrais pode elevar o consumo de ácidos graxos SAT, especialmente mirístico, que possui forte correlação com aumento do risco CV. Posicionamento, 2021 Carnes A quantidade de gordura, bem como a distribuição de ácidos graxos, varia de acordo com o animal e o tipo de corte. De maneira geral, as carnes contêm principalmente MONO e SAT (especialmente palmítico e esteárico) e uma pequena quantidade de POLI. Já está bem estabelecido que o alto consumo de carnes vermelha se processadas se associa ao aumento de risco CV, razão pela qual sua ingestão deve ser moderada e estar de acordo com o total de ácidos graxos SAT recomendados na dieta. Alimentos ricos em ac. graxos saturados Ácidos graxos trans-isoméricos Ovo Dois grandes estudos prospectivos de coorte 37851 Homens (40 a 75 anos) por 8 anos 80082 Mulheres (34 a 59 anos) por 14 anos “O CONSUMO DE MAIS DE UM OVO POR DIA NÃO CAUSA IMPACTO SIGNIFICATIVO SOBRE O RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES ENTRE MULHERES E HOMENS SAUDÁVEIS” Durante várias décadas o ovo foi associado a elevação do risco de doenças coronárias por seu elevado teor de colesterol (225mg/unidade) Análise conjunta das evidências atuais não é capaz de estabelecer relação de causalidade entre consumo de ovos e DCV. Entretanto, a divergência de resultados de estudos observacionais sugere cautela. Por se tratar de um alimento de alta densidade nutritiva e proteica, sugere-se que faça parte da dieta, desde que integrante de um padrão alimentar saudável. Tratamento das Dislipidemias • Mudança de estilo de vida • Farmacológico Conduta Nutricional Carboidratos ideais: baixo índice glicêmico e densidade calórica, altos teores de fibras Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017 Ômega 3 Gordura Monoinsaturada Ômega 6 Colesterol Alimentar Conduta Nutricional Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017 Hipertrigliceridemia • Hipertrigliceridemia primária moderada 25-35% VET + Controle ingestão de açúcares •Hipertrigliceridemia secundária à Obesidade e DM 30-35% VET + Restrição açúcares Padrões alimentares saudáveis à Dieta do Mediterrâneo e dieta estilo DASH Exercício Físico Proteína de soja (15 a 30g/dia) A soja não apenas é uma proteína de alta qualidade, mas desempenha um papel preventivo e terapêutico na doença cardiovascular, câncer, osteoporose e o alívio dos sintomas da menopausa (50 – 60mg de isoflavonas) O efeito fisiológico mais bem documentado da soja é a redução do colesterol sérico. O mecanismo exato pelo qual a soja exerce seu efeito hipocolesterolêmico não foi completamente elucidado. Ingestão de 25 gramas/dia pode reduzir em 6% a LDL Fitoesteróides Encontrados apenas nos vegetais e possuem funções estruturais análogas ao colesterol.Reduz o colesterol pela redução da absorção do colesterol alimentar (por competição) Não influenciam os níveis plasmáticos de HDL e TG Fitoesteróides Flavonóides- VINHO NÃO SE RECOMENDA O CONSUMO DE ÁLCOOL PARA PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE