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MM. JUÍZO DA... VARA CÍVEL DE ARAÇATUBA/SP AURORA, brasileira, viúva, profissão, portadora da Carteira de Identidade nº, expedido pelo, inscrito no CPF sob nº, endereço eletrônico, residente e domiciliada na Rua Bérgamo 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba/SP, por intermédio de seu advogado, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO INDENIZATÓRIA pelo procedimento comum, em face de ROBERTO, brasileiro, estado civil, comerciante e proprietário de uma padaria, portador da Carteira de Identidade nº, expedido pelo, inscrito no CPF sob nº, endereço eletrônico, residente e domiciliado em Recife/PE, pelos fatos e fundamentos jurídicos que serão expostos a seguir: I – DA COMPETÊNCIA Nos termos do artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal e artigo 53°, inciso V do Código de Processo Civil, rezam: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Art. 53. É competente o foro: V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Assim, o domicílio do autor é competente para a propositura da ação de indenização, a fim de reparar o dano sofrido pela AUTORA decorrente do acidente ocorrido, portanto, justifica-se a distribuição da presente demanda perante a este Juízo. II - GRATUIDADE DE JUSTIÇA A AUTORA solicita a Justiça Gratuita, por não ter condições de arcar com as despesas e encargos processuais, nos termos da Lei nº 1.060/50 com as alterações da Lei 7.510/86 c/c art. 1072 do novo CPC. III- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO A AUTORA manifesta interesse pela realização da audiência de conciliação ou mediação conforme arts. 319 e 334 CPC. IV - DOS FATOS Marcos, brasileiro, pedreiro, casado, domiciliado na cidade de Araçatuba/SP, caminhava por uma rua de Recife/PE quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado manejado de forma imprudente pelo RÉU. Encaminhado a um hospital particular, Marcos faleceu após estar internado por um dia. A AUTORA, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda trágica do seu esposo, deslocou-se até Recife/PE e transportou o corpo para Araçatuba/SP, local do sepultamento. O falecido não deixou filhos. Sabe-se, ainda, que Marcos era responsável pelo seu sustento e de sua esposa, a AUTORA, e conseguia obter renda média mensal de um salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, também, que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 (três mil reais) e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram mais R$3.000,00 (três mil reais). No inquérito policial, após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano, decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, o RÉU foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. A AUTORA procura buscar em juízo o direito à indenização pelos danos decorrentes da morte de Marcos. V – DOS FUNDAMENTOS Diante do fato exposto, a AUTORA requer, conforme o artigo 186 C/C 927 e 938 do CC, responsabilizar o RÉU pelo ilícito e também requer o ressarcimento dos danos sofridos, decorrentes da sua imprudência no mau manuseamento do aparelho do ar condicionado. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Essa imprudência acarretou a autora além de uma perda irreparável, a vida do seu falecido esposo, também ficou desamparada financeiramente, já que Marcos a sustentava com seu salário de pedreiro. Ademais, a AUTORA obteve custos hospitalares causados pelo acidente e para trazer seu cônjuge ao local onde residiam, Araçatuba/SP, a fim de que Marcos tivesse um ideal sepultamento. Sem contar que, em consequência do homicídio ocorrido, o RÉU fica encarregado de indenizar a AUTORA na prestação de alimentos de um salário mínimo mensal, inclusive, levando-se em consideração o tempo de vida desta, segundo o art. 948 do CC. Desse modo, pede-se a ação indenizatória. Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. VI - DOS PEDIDOS Sendo assim, o AUTOR vem requerer ao D.Juízo: 1. que seja deferido o pedido de Gratuidade de Justiça pleiteada no preâmbulo desta exordial; 2. que seja designada audiência de conciliação ou mediação e a consequente citação do RÉU para comparecer em audiência de conciliação ou mediação, ficando ciente de que não havendo acordo, iniciará o prazo para contestar, na forma da lei – art. 334 NCPC; 3. a procedência do presente pedido com a condenação do RÉU com a ação indenizatória para: a) ressarcimento referente ao valor gasto no hospital e para o transporte do corpo e funeral equivalente a R$ 6.000,00 (seis mil reais), conforme os artigos 186, 927 e 938 do CC; b) pensão vitalícia em 1 salário mínimo, conforme o artigo 948, II do CC em vernáculo. 4. a condenação do RÉU em custas processuais e honorários sucumbenciais. VII - DAS PROVAS Protesta, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu. DO VALOR DA CAUSA Atribui-se a presente o valor de R$ 21.840,00 (vinte um mil oitocentos e quarenta reais). Nestes Termos, Pede deferimento. Local, .... de ......... de ......... ADVOGADO OAB/RJ N°