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MORTE Conceito Antigo: "Cessação total e permanente das funções vitais" Dois estados do corpo: vivo ou morto, hoje isso não existe mais. • Conceito Atual: Morte Encefálica. A necessidade de um novo conceito surge do aumento do interesse pelos transplantes. • Hoje é difícil precisar o momento da morte, não é um fenômeno instantâneo, se produz em etapas e difere dependendo da causa. • Representar uma decisão consciente e capaz de garantir que alguém esteja verdadeiramente morto. • Conceito ideal: benefício da sociedade e respeito à dignidade humana.• Segundo a Associação Médica Mundial (1968): A morte cerebral é um processo gradual de nível celular, já que a capacidade dos tecidos de suportar a falta de oxigenação é variável. ○ Essa conclusão tem que se basear no juízo clínico, complementado por instrumentos auxiliares. ○ Nenhuma prova instrumental isolada é inteiramente satisfatória no estado atual da medicina. ○ • Cuidado com interesses: Cirurgiões: buscam órgãos para transplantes.○ Famílias: término de agonias - suprimir medidas de medidas de manutenção da vida. ○ Sociedade: gastos intermináveis com casos irrecuperáveis. ○ • Definições e Critérios: Wertheimer e Jouvert (1969): Critérios clínicos e eletroencefalográficos○ • Revilard de Lyon: Interrupção da circulação cerebral○ • Garin e Frache (1969): Eletroencefalograma associado à injeção intracardíaca de epinefrina○ • Sociedade Alemã de Cirurgia: 12h de inconsciência com falta de respiração espontânea, midríase bilateral e EEG isoelétrico ou angiograma mostrando cessação de circulação intracraniana por 30min. ○ • Alexandre, de Bruxelas (1967): Midríase, ausência total de reflexos, falta de respiração espontânea por 5 min, queda da PA e EEG isoelétrico. ○ • CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA Resolução 1480/97 Art. 1: a morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. • Art. 4: os parâmetros clínicos a serem observados para constatação de morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de atividade motora supraespinal e apneia. • AArt. 5: os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas necessária para a caracterização da morte encefálica serão definidos por faixa etária, conforme • Transplante de Órgãos sexta-feira, 5 de junho de 2020 11:06 a caracterização da morte encefálica serão definidos por faixa etária, conforme abaixo especificado: De 07 dias a 02 meses incompletos: a cada 48ha. De 02 meses a 01 ano incompleto: a cada 24hb. De 01 ano a 02 anos incompletos: a cada 12h c. Acima de 02 anos: a cada 6hd. Art. 6: os exames complementares a serem observados para constatação de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca: Ausência de atividade elétrica cerebral ou,a. Ausência de atividade metabólica cerebral ou,b. Ausência de perfusão sanguínea cerebral. c. • Art. 8: o termo de declaração de morte encefálica, devidamente preenchido e assinado, e os exames complementares utilizados para diagnóstico da morte encefálica deverão ser arquivados no próprio prontuário do paciente. • Art. 9: constatada e documentada a morte encefálica, deverá o direto-clínico da instituição hospitalar, ou quem for delegado, comunicar o tal fato aos responsáveis legais do paciente, se houver, à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos a que estiver vinculada a unidade hospitalar onde o paciente se encontrava internado. • **Obs: o médico a confirmar a morte cerebral não deve integrar a equipe de captação de órgãos. Resolução 2173/2017 Art. 1: os procedimentos para determinação de morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinal e apneia persistente, e que atendam todos os seguintes pré-requisitos: Presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar morte encefálica; a. Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica; b. Tratamento e observação em hospital pelo período mínimo de 06h. Quando a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-isquêmica, esse período de tratamento e observação deverá ser de, no mínimo, 24h. c. Temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a 35ºC, saturação arterial de O2 acima de 94% e PAS maior ou igual a 100mmHg ou PAM maior ou igual 65mmHg para adultos ou conforme a tabela para menores de 16 anos: d. • IDADE PAS PAM Até 5 meses incompletos 60 43 De 5 meses a 2 anos incompletos 80 60 De 2 anos a 7 anos incompletos 85 62 De 7 a 15 anos 90 65 Art. 2: é obrigatória a realização mínima dos seguintes procedimentos para determinação da morte encefálica: Dois exames clínicos que confirmem coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico; a. Teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima dos centros respiratórios; e b. Exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.c. • Art. 5: o exame complementar deve comprovar de forma inequívoca uma das condições: Ausência de perfusão sanguínea encefálica ou • Ausência de perfusão sanguínea encefálica ou○ Ausência de atividade metabólica encefálica ou○ Ausência de atividade elétrica encefálica.○ Parágrafo Primeiro: a escolha do exame complementar levará em consideração a situação clínica e disponibilidades locais. • CADÁVER Hoje o cadáver é muito valorizado pelo progresso da ciência • É um valioso material: fins didáticos, científicos e terapêuticos (transplantes)• A delicadeza da morte não nos impede de afirmar que o cadáver já não é mais uma pessoa. Não é mais pessoa, portanto, é coisa. Atenção! Isso não se sobrepõe ao princípio de inviolabilidade do morto e ao respeito à família. Não impede nosso respeito, nossa reverência e nossos sentimentos. ○ Estatuto moral do cadáver: tradição da piedade e culto aos mortos, um antigo mas atual costume. ○ • A posse do cadáver: Cabe, de início, ao Estado, para cumprimento de normas específicas. • Pertence à família.• À qualquer tempo, o poder público tem direito sobre essa posse. • Res extra commercium: Não é um objeto de direito privados e, portanto, são inaceitáveis para serem negociadas ○ O direito sobre o corpo não é um direito de propriedade○ Cadáver não pode ser utilizado para fins lucrativos e não faz parte da sucessão ○ • LEI 9434/97 Art 1: a disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei. • Art 3: a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do CFM. • Art 4: a retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade [...] firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. • Art 9: é permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e parte do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau [...] ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. • Art 11: é proibida a veiculação, através de qualquer meio de comunicação social, de anúncio que configure: Publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos, relativa a estas atividades; ○ Apelo público no sentido de doação de tecido, órgão ou parte do corpo para determinada pessoa, identificadaou não, ressalvando o disposto em parágrafo único. Parágrafo único: os órgãos de gestão nacional, regional e local do ○ • Parágrafo único: os órgãos de gestão nacional, regional e local do SUS realizarão periodicamente, através dos meios adequados de comunicação social, campanhas de esclarecimento público dos benefícios esperados a partir da vigência desta Lei e de estímulo a doação de órgãos. Apelo público para arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em benefício de particulares. ○ Art 14: remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei: Pena: reclusão, de 02 a 06 anos, e multa,○ Parágrafo 1: se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe: pena - reclusão, de 03 a 08 anos, e multa. ○ Parágrafo 2: se o crime é praticado em pessoa viva e resulta em lesão corporal grave: pena - reclusão, de 03 a 10 anos, e multa. ○ Parágrafo 3: se o crime é praticado em pessoa viva e resulta em lesão corporal gravíssima: pena - reclusão, de 04 a 12 anos, e multa. ○ Parágrafo 4: se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte: pena - reclusão, de 08 a 20 anos, e multa. ○ • Art 15: comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano: Pena: reclusão, de 03 a 08 anos, e multa. ○ Parágrafo único: incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer vantagem com a transação. ○ •
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