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Aula 01 Karl Marx e Max Weber

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1 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Karl Marx e Max 
Weber 
AULA 01 
Profe Alê Lopes 
CURSO INTENSIVO 2022 
 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 
 
 2 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO 2 
1. KARL MARX (1818-1883) E O MARXISMO 3 
1.1 - O Materialismo Histórico 6 
1.2 - Trabalho e alienação 8 
1.3 - Classes Sociais 12 
2. MAX WEBER (1864-1920) 15 
2.1 - A questão da racionalização e da burocracia 19 
2.2 - O protestantismo e o “espírito” do capitalismo 23 
2.3 - Mais sobre Weber: a política como vocação 24 
3. LISTA DE QUESTÕES 25 
4. GABARITO 41 
5. QUESTÕES COMENTADAS 41 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72 
 
Introdução 
Hoje o centro de nossa aula são dois autores que contribuíram para a formação do 
pensamento sociológico e para a organização das primeiras teorias sobre a sociedade no 
mundo contemporâneo: Karl Marx e Max Weber. Na aula anterior, vimos Émile Durkheim e o 
desenvolvimento do pensamento positivista. Além disso, estudamos Charles Wright Mills e sua 
perspectiva de imaginação sociológica. 
O pensamento de Karl Marx contribui para sintetizar diferentes preocupações filosóficas, 
políticas e científicas de sua época, principalmente em torno da crítica ao sistema capitalista. O 
impacto das elaborações de Marx é sentido até os dias atuais, pois suas ideias influenciaram o 
desenvolvimento das Ciências Humanas e movimentos revolucionários mundo a fora. Por 
exemplo, muitas das elaborações do movimento operário buscaram no marxismo uma base 
para a ação, ou, em outras palavras, para a prática social. 
Weber, por sua vez, possui um modelo de explicação da sociedade focado na 
subjetividade do agente social, por meio do individualismo metodológico, e a partir de uma 
 
 
 3 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
perspectiva histórica, contribuindo para o que ficou conhecido como “sociologia 
compreensiva”. É desse autor alemão a perspectiva intelectual que analisa a correlação entre 
diferentes áreas da economia para entender um processo histórico. Imagina que ele estudou 
religião e política para entender a racionalidade do capitalismo. Weber também é um autor de 
grande impacto até os dias atuais, pois suas elaborações influenciam métodos de pesquisa, 
análises políticas e formas de organização da sociedade (empresas). Preparad@? 
1. Karl Marx (1818-1883) e o marxismo 
 
Karl Marx é um autor do contexto de 
meados do século XIX, momento em que a 
Europa vivia uma efervescência revolucionária 
precedida pela instabilidade gerada pela 
Revolução Francesa (1789-1799), pela Era 
Napoleônica, pelas tentativas de restauração 
do Antigo Regime, pelas revoluções 
nacionalistas, liberais e operárias nos anos de 
1830 e 1848, dentre outras convulsões sociais. 
Além desses movimentos de natureza política, os países europeus estavam se adaptando 
às mudanças provocadas pela industrialização. Nesse momento, os problemas do mundo 
moderno industrial passaram a ser alvo dos pensadores. 
Porém, diferentemente dos positivistas, Marx não se propôs a fazer um estudo 
estritamente sociológico da sociedade capitalista. Ele quis ir além: explicar a sociedade 
moderna em termos históricos e econômicos, a partir das evidentes desigualdades sociais para, 
depois, transformá-la. Por isso, dizemos que o autor se distancia do idealismo e torna-se 
materialista, ou seja, parte da realidade para pensá-la e transformá-la. Dessa forma, “onde 
Comte [um positivista] via a ciência como o meio para atingir a mudança social, Marx apontava 
para a inevitabilidade da ação política”.1 Nas palavras de Marx: 
Tese 11: “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, 
porém, é transformá-lo.”2 
No mesmo sentido, se para Durkheim a indústria moldou a sociedade moderna a ponto 
de ser ela a raiz dos problemas sociais, para Marx o sistema social como um todo, o capitalismo, 
seria o grande problema. Isso porque as relações de produção se ampliam, influenciam e se 
reproduzem nas demais relações sociais. Nos dizeres de pensadores mais atuais, trata-se da 
tendência da mercantilização de todas as esferas da vida. 
 
1 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 29. 
2 MARX, Karl. As 11 Teses sobre Feurbach [1845]. In: Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Alemã Clássica. 
 
 
 4 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Para chegar a sua crítica ao capitalismo, então, Marx percorreu um caminho de estudos 
e de análises multidisciplinar: economia, filosofia, história, direito, etc. 
Outra marca que diferencia o autor alemão dos pensadores positivistas, é a ideia de 
progresso histórico. Até então, a explicação convencional era de que o desenvolvimento da 
sociedade seria uma constante evolução, das comunidades nômades até a modernidade. Em 
oposição a essa forma de interpretação da realidade, Marx, a partir da filosofia de Georg 
Hegel3, passa a entender a história como fruto de contradições e choques entre circunstâncias 
materiais, forças, ideias, grupos, interesses, em oposição. Em suma, Marx empregou o método 
dialético. 
Dialética pressupõe movimento, o mundo não é imutável ele está em constante transformação, 
porém, não necessariamente de forma evolutiva. Se para os positivistas podemos imaginar 
mentalmente alguma mais evolutivo, em forma de um gráfico progressivo, para os dialéticos 
predomina uma imagem gráfica em “espiral”. 
Antes de entrarmos propriamente nas contribuições de Marx, vamos conhecer um pouco 
da biografia do autor: 
Sobre as influências recebidas por Marx, é preciso registrar que a filosofia hegeliana 
contribuiu para as percepções do jovem Marx. Diferentemente do movimento linear 
evolucionista (dos positivistas), o filósofo Hegel entendia a história como um processo coeso 
que envolvia as diferentes instâncias da sociedade (economia, cultura, religião, política), de 
modo que a dinâmica do processo histórico se daria por oposições entre forças antagônicas, a 
dialética. 
Marx utilizou do método hegeliano da dialética para estabelecer que a história é movida 
por agentes sociais e forças em oposição. Daí, ele e Frederich Engels construíram a ideia de 
que o motor da história é a luta de classes. Contudo, se em Hegel predomina uma dialética 
idealista, ou seja, as contradições estão no plano das ideias e do pensamento, para Marx os 
choques e contradições possuem raízes materiais, antes mesmo de brotarem nos 
pensamentos4. 
 
 
Agora, um alerta: ao pé da letra, esse esquema de que o 
mundo material determina as demais esferas da vida não deve ser interpretado de forma 
 
3 Para entender mais sobre Hegel, estudem a aula 2 
4 KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1988. 
 
 
 5 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
mecânica, como se as ideias dos homens fossem um reflexo do mundo concreto. Há uma 
relação de mútua influência entre realidade exterior aos homens, pensamento e a própria 
realidade, do contrário, não seria uma abordagem dialética. 
Faço esse alerta porque as questões de prova adoram explorar essa particularidade 
dentro do marxismo, pois há autores que afirmar que há um “determinismo econômico” nas 
relações sociais, ou seja, pouco importa a subjetividade dos indivíduos já que o mundo é 
determinado materialmente; há autores, que mantêm uma interpretação mais coerente com a 
dialética materialista histórica do marxismo. Sobre essa polêmica, veja uma reflexão de Engels 
no final de sua vida: 
“[....] Nós colocávamos – e erámos obrigados a colocar – a ênfase principal, antes de mais nada, 
em derivar de fatos econômicos fundamentais as ideias políticas, jurídicas e as demais noções 
ideológicas e as ações por elas desencadeadas. [...] A base dessa ideia é uma concepção vulgar 
da causa e do efeito como polos opostos de forma rígida”.5 
Nesse contextoteórico, contra os assim denominados “socialistas utópicos”, Marx 
passou a encabeçar o “socialismo científico”, desenvolvido a partir de ampla pesquisa histórica, 
filosófica e econômica da vida em sociedade e dos diferentes interesses econômicos e políticos 
das classes sociais. Isso porque, os interesses sociais de cada classe social seriam inconciliáveis, 
a ponto de a bandeira pela igualdade de todos ser utópica. 
É importante ressaltar que o estudo marxista integrava as várias esferas da vida social, 
assim, para entender o capitalismo ele precisou aprofundar-se nas teses da economia liberal 
que forneciam parâmetros teóricos para o capitalismo daquele momento. Por exemplo, parte 
da fundamentação cientifica do pensamento marxista advém da crítica feita aos pensadores 
clássicos da economia, como Adam Smith e David Ricardo. 
Assim, depois de entender a mecânica e a lógica do sistema capitalista, o pensador 
alemão propõe a superação desse sistema para o que ficou conhecido como comunismo, uma 
proposta de sistema que nega a lógica do capitalismo e pressupõe o fim da divisão social em 
classes sociais. 
Ao estudar, então, economia política, Marx elabora e/ou redefine os seguintes conceitos: valor; 
mercadoria; trabalho; mais-valia; modo de produção; estrutura e superestrutura da sociedade; 
alienação; etc. 
Para efeito de Vestibular, as provas frequentemente cobram a visão marxista sobre 
alienação, classes sociais e trabalho. Antes de nos determos sobre esses conceitos, vamos 
aprofundar um pouco mais no materialismo histórico dialético. 
 
5 ENGELS, F. Carta a Franz Mehring, Londres, 14 de julho de 1893. In: Cartas filosóficas e outros escritos. São Paulo: Grijalbo, 
1977. p. 42-44. 
 
 
 6 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
1.1 - O Materialismo Histórico 
Pode-se dizer que a base do pensamento marxista está no método do materialismo 
histórico. 
O que é isso Alê? Meu Deus!!! Já vimos sobre dialética é preciso mais? Sim, tuuuudo para você 
Gabaritar! 
Para Marx, a estrutura de uma sociedade, formada por bases econômicas e por relações 
sociais de produção, reflete a forma como os homens se organizam em sociedade. Isso de um 
ponto de vista histórico, pois Marx emprega esse olhar para explicar o desenvolvimento da 
sociedade desde, praticamente, sua origem. Dessa forma, cabe a seguinte sistematização: 
 
Importante: o homem, enquanto força produtiva, é o elemento que liga natureza e técnica, 
mediados por instrumentos/ferramentas específicos. 
Para esse autor, as transformações históricas, de alguma maneira, têm fundamentos na 
vida material da sociedade. Veja como Marx abre a obra O 18 Brumário de Luís Bonaparte 
Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob 
circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e 
transmitidas pelo passado.6 
Ou seja, apesar de os indivíduos projetarem em suas cabeças ideias do que “deveria 
ser”, a realidade é mais complexa, pois as circunstâncias exteriores aos seres são maiores 
daquilo que está em nossa cabeça. Sacou? 
 
6 MARX, Karl. O 18 Brumário de Luis Bonaparte, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 5a edição, 1986, p. 17. 
forças produtivas 
(matérias-primas; 
natureza; ferramentas 
e máquinas; técnica; 
homens)
relações sociais de 
produção = a maneira 
como os homens se 
organizam para a 
atividade produtiva
estrutura da sociedade
em que se organiza a 
produçao e reprodução 
social de bens e valores 
em determinado 
contexto histórico
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
A compreensão sobre os homens, segundo Marx e Engels, acontece na “organização 
física destes indivíduos e a relação que por isso existe com o resto da natureza”7. Sendo assim, 
o homem não é algo dado, único, com uma natureza fixa, mas tem seu comportamento 
dependente de sua organização perante a natureza, o meio em que vive, podendo modifica-la. 
Além disso, em função de as forças produtivas e de as relações sociais serem frutos de 
determinadas condições históricas, para cada período histórico há um determinado “modo de 
produção”. Por exemplo: no sistema feudal, as forças de produção feudal (agricultura; servos; 
etc.) davam origem às relações sociais de produção do modo de vida feudal (dominação 
suserano-vassalo), logo, estamos diante do modo de produção feudal. 
 
 
 
 
Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels expõem a concepção materialista da histórica 
como base filosófica para a teoria do comunismo científico. O texto foi escrito entre 1845 e 
1846. Já as 11 Teses, também escritas em 1845 (só por Marx) o autor registra pontos chaves da 
teoria materialista em notas, como se fosse um rascunho. 
 (UECE 2010) 
Leia com atenção o texto a seguir. 
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob 
circunstâncias de sua escolha, e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, 
legadas e transmitidas pelo passado”. 
MARX, Karl. O Dezoito Brumário de Louis Bonaparte. São Paulo: Centauro, 2006. 
Baseado no texto, assinale a afirmação verdadeira. 
a) A história não é construída pelos homens porque ela é predefinida pelo destino. 
b) A história permite perceber que a realidade depende unicamente das escolhas dos 
homens. 
c) A história é feita pelos homens dentro de condicionamentos herdados do passado. 
d) A história não é feita pelo passado, e sim pelas circunstâncias das escolhas. 
Comentários 
O gabarito é a letra C, pois reflete a abordagem materialista da história, isto é, há 
condicionamentos anteriores a existência dos homens que contribuem para moldá-los do 
 
7 MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Centauro, 2002, p. 10. 
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
jeito que são. A realidade material e a condição em que cada indivíduo se desenvolve são 
os pilares que suportam cada uma de suas decisões. Portanto, cada indivíduo reconhece 
em sua realidade, que é herdada daqueles que vieram antes dele, os parâmetros que 
guiarão suas decisões. 
As demais alternativas fogem de uma perspectiva idealista e reafirmam uma abordagem 
idealista: crença no destino; escolhas únicas dos homens; apenas escolhas. 
Gabarito: C 
Vale ressaltar que a origem das desigualdades sociais, fundada na fragmentação da 
sociedade capitalista em classes sociais, remonta à concentração de riquezas na Europa do 
século XIII, até chegar ao século XVIII. Dessa forma, Marx identifica uma crescente concentração 
de riquezas nas mãos de poucos indivíduos, apesar da evolução tecnológica. 
Como decorrência da análise materialista da história, em seus estudos, Marx sistematiza 
alguns modos de produção: sistema comunal primitivo; modo de produção germânico; modo 
de produção feudal; modo de produção capitalista. 
Do ponto de vista histórico, então, a passagem ou transformação de um sistema para o outro 
depende do desenrolar da luta de classes (embate de interesses; necessidades de adaptar o 
processo produtivo a novas realidades, etc.), pois há choques e contradições entre as forças que 
produzem e o processo de distribuição e apropriação dos produtos gerados (a riqueza). 
 E esse “modo de produção capitalista”, profe, qual é mistério do Capital? 
Para entendermos o sistema capitalista, Marx chama a atenção para a necessidade de se 
desvendar as relações sociais de produção específicas do capitalismo, pois o Capital é a 
expressão de um conjunto de relações sociais. A partir delas é possível desvendar as formas de 
relacionamento entre as pessoas na sociedade: família; leis; religião; costumes; ideias 
dominantes; mercado, etc. 
Para desvendar tais relações no capitalismo, na obra O Capital, Marx inicia uma crítica ao 
processo de formação das mercadorias, as quais, na verdade, escondem uma relação de 
exploração de trabalho em que o Valor é formado. 
Um elemento importantedo tipo de relação social criada no capitalismo, essa que é 
“escondida” pelo mercado, é a alienação do trabalho e a alienação provocada pela realização 
do trabalho. Por isso, vamos entender a concepção de trabalho para Marx. 
1.2 - Trabalho e alienação 
Marx identifica na produção artesanal da Idade Média europeia e do Renascimento, 
quando o trabalhador era dono de sua oficina e dos instrumentos de produção, uma mudança: 
a natureza do trabalho individual vai sendo substituída por oficinas organizadas pelos 
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
comerciantes enriquecidos e que, aos poucos, transformam os antigos trabalhadores (artesãos) 
em empregados. 
Dentre outros motivos, a ampliação dessa organização de trabalho, somada ao avanço 
tecnológico do século XVIII na Inglaterra, provocou a Revolução Industrial. Com isso, os meios 
de produção (máquinas, matéria prima, ferramentas, tudo) passaram a pertencer aos 
empresários. O antigo artesão, o camponês, em suma, o trabalhador que detinha um certo 
conhecimento do seu ofício, passou a ser operário, responsável por uma parte do processo de 
produção e desprovido do conhecimento global daquilo que se produz. Ou seja, ele foi 
alienado (apartado) do fruto/resultado do seu próprio trabalho. Em decorrência, a divisão social 
do trabalho assume novas configurações. 
Para Marx, a discussão filosófica do trabalho humano é fundamental para a compreensão 
da existência social. Segundo o autor, 
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de 
existência do homem, independentemente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade 
natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza, portanto, vida humana8. 
Nesse sentido, ao mesmo tempo em que os indivíduos transformam o mundo exterior a 
ele, via trabalho, a própria natureza humana do ser também é modificada, num processo de 
transformação recíproca em que a atividade do trabalho é central para a sociabilidade (para as 
relações sociais entre as pessoas). Não há vida social sem trabalho. 
Porém, o que deveria ser fonte de humanidade para as pessoas se converte em um fardo. 
Isso porque, a dimensão do trabalho na sociedade capitalista assume uma posição de 
estranhamento para os indivíduos, já que o produto daquilo que é gerado não pertence ao 
trabalhador, mas a outros, a terceiros. Esse estranhamento, portanto, retira do trabalhador a 
possibilidade de que ele conheça a si próprio, ou seja, há um processo de alienação entre quem 
produz e aquilo que se produz. Consequentemente, há um estranhamento em relação a si 
mesmo e ao seu semelhante. O ápice do desenvolvimento desse processo é a permanente 
relação de competição entre os indivíduos por melhores condições no mercado – seja como 
trabalhador, um emprego melhor, mais bem posicionado, seja como empresário, destruição do 
adversário. Assim, anota aí: 
 
 
8 MARX, Karl. O Capital, Vol I, p. 50. 
A alienação é um 
proceso de 
separação:
Do homem em 
relação aos meios 
de produção
Do homem em 
relação ao produto 
produzido por ele
Do homem sobre si 
mesmo
Do homem em 
relação ao outro 
homem
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Não por menos, uma das bandeiras revolucionárias dos socialistas no final do século XIX 
passou a ser: que os trabalhadores tenham controle absoluto do processo de produção, pois o 
objetivo era querer saber os custos de produção, o lucro, para quem se vende, etc. 
Perceba, então, querido e querida aluna, que a abordagem marxista vai além de uma 
simples discussão econômica, pois essa visão sobre a alienação do trabalho remete à essência 
do ser humano. 
Alienação: 
 
 
 
Ainda sobre o processo de trabalho no capitalismo, temos que assinalar o conceito de 
“mais-valia”. Atenção, muitos acham que “mais-valia” é sinônimo de lucro, isso está errado. 
“Mais-valia”, de forma bem didática, é o processo de exploração e de reprodução do capital 
em que do trabalhador lhe é extraído um sobre valor, isto é, uma parcela de valor para além 
daquilo que é pago pela força que esse trabalhador (seu salário) empenhou na produção de 
mercadorias. Perceba, então, que há algo a mais do que simplesmente o salário pago, os custos 
pagos e o lucro gerado, há também a reprodução do valor do capital para que ele continue 
mantendo o processo produtivo em pleno vigor (o dinheiro para reinvestimento, por exemplo). 
Para que valha a pena a continuidade do empreendimento capitalista o Capital precisa se 
reproduzir e, para não falir ou retroceder, ele precisa se expandir, tal é a lógica competitiva. 
Por essa característica específica do trabalho que gera “mais valia”, Marx afirma que o 
trabalho é a única mercadoria capaz de criar Valor. De certa forma, essa percepção já havia sido 
expressa com Adam Smith para o qual o trabalho é a única fonte de riqueza. 
A diferença para com o pensamento liberal, é que Marx entendeu que o tempo de 
trabalho gasto na produção de mercadorias é estabelecido pelas habilidades dos próprios 
trabalhadores combinada pelas condições técnicas de determinada época histórica, dentre 
outras variáveis sociais secundárias. Dessa forma, surgiu a fórmula: 
separação do trabalhador dos “meios de produção” e, 
consequentemente, do conhecimento e do controle 
daquilo que se produz. A alienação ocorre tanto no 
processo em si do trabalho quanto no resultado, o 
qual, em particular, não pertence ao trabalhador. 
 
Alienação 
 
 
 
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
 
Por exemplo (vou simplificar e eliminar dessas contas qualquer relação e obrigação 
tributária): 
 Situação 1: 
1- Um Sapato custa 100$ 
2- Um Sapato leva 4 horas para ser feito 
3- Um trabalhador trabalha 8 horas por dia 
4- Um trabalhador produz 2 sapatos por dia 
5- O trabalhador recebe como salário 1.000$ por mês 
Pergunta: em quanto tempo ele produz o suficiente para recuperar seu salário? 
Resposta: 5 dias. Em tese os outros 15 dias trabalhados são mais-valia, grosso modo: 
trabalho não pago, porque foi gerado Valor. 
 Situação 2 (considerar 20 dias de trabalho por mês): 
1- Um sapato leva 4 horas para ser produzido 
2- Um trabalhador trabalha 8 horas por dia 
3- Um trabalhador produz 2 sapatos por dia 
4- Um trabalhador produz 40 sapatos por mês 
5- O sapato custa 100$ 
6- O trabalhador tem um salário de 1.000$ 
Tempo de trabalho socialmente 
necessário para produzir uma 
mercadoria gera... 
Valor de 
uma 
mercadoria
 
 
 12 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Qual o custo do trabalho na produção dos sapatos? 
Dividindo o salário pelo número de dias trabalhados no mês, o custo diário do 
trabalhador é 50, mas ele produz 200,00. Ou seja, em 2 horas diárias ele gera o valor do que 
recebe. O resto é mais-valia ( o lucro está embutido aqui). 
Levando tudo isso em consideração, Marx também constata que se pode ampliar a 
extração de mais-valia aumentando constantemente a jornada de trabalho e melhorando a 
tecnologia do processo produtivo, com vista a melhorar a produtividade (processo de expansão 
do capitalismo). Por isso, ao longo do século XIX uma das grandes batalhas do movimento 
operário europeu foi a questão do tempo da jornada de trabalho: primeiro, regulamentá-las; 
depois, diminuí-la. 
1.3 - Classes Sociais 
 “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação 
e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em 
constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora 
disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição 
revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. Desde 
as épocas mais remotas da história, encontramos, em praticamente toda parte, 
uma complexa divisão da sociedade em classes diferentes, uma gradação múltipla 
das condições sociais.Na Roma Antiga, temos os patrícios, os guerreiros, os 
plebeus, os escravos; na Idade Média, os senhores, os vassalos, os mestres, os 
companheiros, os aprendizes, os servos; e, em quase todas essas classes, outras 
camadas subordinadas.” (Marx e Engels, Manifesto Comunista, 1848) 
Não há, na obra de Marx, um momento em que ele estabeleça um conceito específico e 
fechado sobre o que são as classes sociais. Mas a elaboração que ele faz em torno das 
desigualdades sociais promovidas pelas relações de produção capitalistas, ao dividirem os 
homens em proprietários e não-proprietários, indica a importância da abordagem das “classes” 
para o pensamento marxista. 
Dessa divisão social do trabalho (proprietários e não-proprietários) surgem as classes 
sociais no capitalismo: 
 Proletários: são os trabalhadores despossuídos dos meios de produção; para 
sobreviver, têm que vender a força de trabalho em troca de salário; 
 
 Burgueses: são os donos dos meios de produção (donos das terras; das 
ferramentas; das máquinas; das fábricas; das tecnologias); os burgueses se 
apropriam do trabalho gerado pelos proletários. 
 
 
 
 13 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
 
Para o marxismo, a relação entre proletários e burgueses é de exploração, sendo que, do ponto de 
vista histórico, os interesses de cada uma dessas classes são inconciliáveis, pois enquanto uma quer 
amenizar a exploração e melhorar de vida (proletários), outra, os burgueses, querem explorar mais 
ainda a fim de ampliar a margem de lucro. Como resolver essa contradição? 
Dessa relação entre as classes é que Marx e Engels chegam à noção contida no Manifesto 
do Partido Comunista segundo a qual a história da humanidade é a história da disputa constante 
entre interesses que se opõem. E, o mais interessante: apesar da oposição entre as classes, uma 
não vive sem a outra, pois elas se complementam no processo produção e de reprodução da 
vida em sociedade. 
A superação dessa permanente contradição só seria possível se a classe explorada 
superar a que explora a ponto de se chegar em um novo sistema (modo) de produção. Sacou? 
É a mesma ação que a burguesia precisou fazer contra a nobreza e o feudalismo, isto é, derrubar 
o modo de vida passado para criar e consolidar um novo modo de produção. 
Para finalizar esse panorama do marxismo, vamos fechar com um esqueminha: 
 
Guarde, também, que, do ponto de vista político, Marx e Engels entendiam que seria 
impossível reformar o sistema capitalista em direção a uma igualdade material entre todos. As 
contradições estruturais do sistema impedem que se proceda com as reformas. Essa será a 
perspectiva revolucionária do marxismo. Por isso, também, esses pensadores criticaram a utopia 
dos “socialistas utópicos” que pretendiam melhorar o modo de produção capitalista. 
 
 
 14 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
(UECE 2019) 
As contribuições de Karl Marx e Max Weber formam a base da maioria das análises 
sociológicas 
sobre a estruturação e organização da sociedade em classes sociais. 
Assinale a opção que corresponde ao conceito de classe social na perspectiva de Karl 
Marx. 
a) Existe entre as classes uma relação de dominação estabelecida a partir do lugar que os 
indivíduos ocupam nas religiões. 
b) Uma classe social é um grupo de pessoas que se encontra em uma relação comum com 
os 
meios de produção por meio dos quais elas extraem seu sustento. 
c) As classes sociais estruturam a sociedade e por meio delas são construídas as relações 
de 
interesses harmônicos entre os grupos sociais. 
d) Classe social é uma invenção teórica e não tem correspondência com a dinâmica de 
estruturação das sociedades contemporâneas. 
Comentários 
Vamos lá, a questão não tem uma formulação muito boa, uma vez que menciona Weber 
para falar de classes sociais. De todo modo, o comando da questão aborda o conceito de 
classes sociais no campo da teoria marxista. Sendo assim, podemos dizer que a as classes 
sociais se originam da divisão entre proprietários e não proprietários dos meios de 
produção. Nesse sentido, a perspectiva conceitual é analisar a posição dos indivíduos em 
relação ao sistema de produção. 
Tendo isso em mente, vamos à análise das alternativas: 
a- A perspectiva não é a religião, mas a produção. 
b- Embora a formulação esteja confusa, está correta. As pessoas que estão na mesma 
posição em relação aos meios de produção ocupam a mesma classe social. Por isso, a 
classe burguesa e a classe trabalhadora. 
c- Segundo a teoria marxista os interesses entre as duas classes fundamentais são 
antagônicos e só pode ser superada por meio da substituição e alteração do modo de 
produção. 
d- De fato, a expressão “classes sociais” é uma ferramenta teórica criada para analisar as 
desigualdades entre os grupos sociais. Embora Marx tenha utilizado uma abordagem 
histórica ele analisou mais profundamente o capitalismo – vigente até os nossos dias atuais. 
Gabarito: B 
 
 
 15 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
2. Max Weber (1864-1920) 
 
O destino de nosso tempo é caracterizado... acima de 
tudo... pelo desencanto do mundo (Max Weber) 
No mesmo sentido dos autores que temos 
estudado até aqui, Max Weber percebeu, sentiu e 
analisou os impactos da industrialização em seu 
tempo. É da análise que ele desenvolve sobre o 
que levou a moderna civilização ocidental a ser 
diferente das demais civilizações que 
entenderemos o sentido de “desencanto do mundo” expresso na frase acima. Acompanha 
comigo! 
De origem alemã, Weber nasceu em um mundo que acabara de dar uma guinada em 
direção a um processo produtivo industrial semelhante ao da Inglaterra (meados do século XIX). 
Assim, a vida cotidiana se tornou diferente das sociedades anteriores, pré-industriais, pois, 
praticamente, todas as relações entre as pessoas passaram a ser pautadas pela ação racional. 
Dessa forma, Weber irá identificar na esfera econômica (expansão econômica, formas de 
organização das economias, etc.) a exigência para a racionalização da sociedade. Isso porque, 
é próprio da atividade econômica a racionalidade dos processos. Do contrário, em meio à 
competição, perde-se eficiência e a economia entra em colapso ou se torna ineficiente. Em A 
ética protestante e o “espírito” do capitalismo, Weber argumenta que o empresário não é 
obrigado a levar as novidades para seu negócio, porém, se não o faz, tenderá à falência. 
Porém, o modelo de desenvolvimento industrial alemão contou com a particularidade da 
tradição militar, fato que contribuiu para estabelecer modelos de organização de indústria 
hierarquizados, disciplinados e eficientes. Assim, em um primeiro momento, Weber irá se 
familiarizar com os efeitos da modernidade na própria Alemanha: uma indústria eficiente e 
racionalizada. 
O sociólogo alemão identifica que o comportamento racional está presente, além da 
economia, na Ciência e Tecnologia. As descobertas cientificas foram possíveis fruto do estímulo 
que as sociedades ocidentais modernas deram à criação racional. Isso se tornou perceptível 
porque a explicação religiosa para os fenômenos da vida deu lugar para as explicações 
científicas. Em particular, afirma Weber, esse processo de conhecimento ocorreu no Ocidente 
porque foi aqui que o pensamento científico se desvinculou do pensamento religioso. 
Nesse contexto, podemos dizer que o objeto de estudos de Weber partiu da moderna 
sociedade alemã. Desse ponto, ele avança para questões teórico-metodológicas acerca da 
origem da civilização ocidental, do lugar das civilizações na história universal e das formas de 
relacionamento entre os sujeitos constituintes da sociedade. 
 
 
 
 16 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Weber, tal como Auguste Comte e Émile Durkheim, concordava com a necessidade de 
um estudo rigoroso, do ponto de vista do método, sobre a sociedade. Mas Weber não se 
preocupavatanto com a construção de uma disciplina sociológica em si, como os franceses se 
preocupavam. Para Weber a preocupação maior seria entender a ação social, ou melhor, como 
os indivíduos da sociedade interagem, sendo que essa ação é considerada necessariamente 
subjetiva. Assim, 
 
 
 Agora, atenção, ele percebeu a importância da ação dos indivíduos justamente porque 
notou que havia ações com diferentes origens motivacionais: umas ações mais racionais; outras 
mais baseadas nos costumes e nas religiões, etc. 
Enquanto Durkheim examinava a estrutura da sociedade como um todo e a natureza 
“orgânica” de suas muitas partes interdependentes, Weber buscou estudar a experiência do 
indivíduo9. Por isso, podemos estabelecer que, no início, a sociologia francesa estava focada 
em problemas objetivos, ao passo que o início da sociologia alemã, com Weber, estava focada 
em questões subjetivas. 
 
Essa abordagem weberiana ficou conhecida por expressar a busca por “entendimento” dos sentidos 
das ações. 
Com efeito, Max Weber dá um salto em direção ao que pare ele seria o objeto da 
Sociologia por excelência: a ação social dos indivíduos dotada de sentidos. Vejamos nas 
palavras do autor, 
Deve-se entender por sociologia (no sentido aqui aceito desta palavra, empregada com tão 
diversos significados): uma ciência que pretende entender, interpretando-a, a ação social para, 
desta maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos. Por “ação” deve-se 
entender uma conduta humana (que pode consistir num ato externo ou interno; numa condição 
ou numa permissão) sempre que o sujeito ou os sujeitos da ação envolvam-na de um sentido 
subjetivo. A “ação social”, portanto, é uma ação em que o sentido indicado por seu sujeito, ou 
 
9 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 41. 
a Ação Social 
depende da
Subjetividade 
dos 
indivíduos
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
sujeitos, refere-se à conduta de outros, orientando-se por esta em seu desenvolvimento10. (grifo 
meu) 
 
 
 
 
 
 
 
Weber se preocupa com o sentido subjetivo indicado pelos sujeitos da ação, de modo 
que ele considera a existência de elementos compreensíveis e não compreensíveis, todos 
misturados entre si, em um processo complexo (nas ações). 
Para chegar ao entendimento, então, Weber considera que a pesquisa deve buscar 
historicamente os processos que levaram ao estabelecimento das sociedades a partir das 
contradições sociais que elas carregam – na gênese e na formação -, diferentemente da 
investigação por estágios evolutivos (positivistas). 
Diante disso, é importante ressaltar que o ponto de partida da análise histórica de Weber 
não são as entidades coletivas, os grupos ou mesmo as instituições. Como seu objeto é a ação 
social, ele busca compreender a conduta humana e as justificativas subjetivas, pois, segundo 
Weber, deve haver algum tipo de explicação para a conexão entre motivo e ação. Dessa forma, 
ao contrário de elaborações que miram as estruturas da sociedade, o entendimento de Weber 
sobre o homem, enquanto agente social, ganha sentido e relevância. 
O capitalismo, para Weber, deve ser compreendido não em termos estritamente 
econômicos e materiais, como um modo de produção, mas como um “espírito”, isto é, uma 
cultura, uma conduta de vida cujos fundamentos morais e simbólicos estão enraizados na 
tradição religiosa dos povos de tradição protestante puritana. De toda forma, Weber foi 
influenciado por Marx quanto à ideia de que a sociedade capitalista moderna despersonaliza e 
aliena. 
Ainda sobre esse diálogo entre Marx e Weber, se para aquele o capitalismo leva a 
interesses inconciliáveis entre as classes, para Weber – como ele pontua em A ética protestante 
e o “espírito” do capitalismo” – tanto empregadores quanto empregados desconfiavam das 
inovações iniciais do mundo moderno e, por isso, havia resistências. 
Perceba, então, que Durkheim, Marx e Weber são autores importantes para o 
pensamento sociológico justamente por existir um debate explicito e implícito entre eles. Qual 
o pano de fundo das elaborações desses pensadores? O sistema capitalista. 
A ação social é toda ação humana influenciada pela consciência a respeito da situação em que a 
ação é realizada, bem como, influenciada pelas ações e reações dos outros agentes sociais. 
 
10 WEBER, Max. Economia y Sociedad. V I. México: Ed. Fondo de Cultura Economica, 1969, p. 5. 
Hummm, objeto de 
estudo de Weber!! 
a Ação 
Social
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Método weberiano: conhecido como método compreensivo, ou seja, a compreensão da ação 
humana e a busca pelo sentido nesta ação. 
Na obra Economia e Sociedade, Weber categoriza três tipos de ação social: 
 Ação tradicional: motivada pelo costume, pela tradição ou por hábitos familiares; 
 Ação afetiva: é resultado dos impulsos e paixões; 
 Ação racional: é motiva por um valor de ordem ética, estética ou mesmo religiosa. 
Ela pode ser dividia em: 
▪ Ação racional com relação a valores 
▪ Ação racional com relação a fins 
Convém lembrar que, em Economia e Sociedade, Weber se refere à ação sendo como 
social, seja a comissiva ou a omissiva. Neste sentido, a ação social é aquela que se orienta pelo 
comportamento dos outros de forma que o comportamento interno de um indivíduo “só é ação 
social quando se orienta pelas ações de outros”. 
Um comportamento pautado por objetos materiais, ou puramente uma reflexão 
individual religiosa, não seria enquadrado como social. Além disso, nestes estudos sociológicos 
Weber enfatiza que a maneira racional da determinação de uma ação social pode ser referente 
a fins perseguidos racionalmente e quanto a valores cuja crença neles é consciente. 
Os modos de orientação da ação social definidos por Weber, segundo o próprio alemão 
ainda em Economia e Sociedade, não são exaustivos, bem como não aparecem exclusivamente 
num formato puro em meio às relações sociais, há mesclas. 
Além disso, considerando a centralidade do indivíduo, as normas sociais só se tornam 
concretas quando elas só manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação. 
 
 
Ainda no que diz respeito ao método weberiano → TIPO IDEAL. 
Ou seja, a motivação ao mesmo tempo que é 
individual é social, pois cada um age conforme 
respostas, reações e interações com as outras pessoas; 
em outras palavras, conforme as normas sociais. 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Segundo Marianne Weber, esposa de Weber e responsável por sistematizar o trabalho 
do marido após a morte, foi nos Estados Unidos que Weber pôde observar por todo canto os 
rastros vivos das origens do espírito do capitalismo moderno na pureza de um “tipo ideal”11. 
Mais sobre o método weberiano: o tipo ideal 
O tipo ideal refere-se a uma construção mental da realidade, onde o pesquisador seleciona um certo 
número de característica do objeto em estudo, a fim de, construir um “todo tangível”, ou seja, um 
TIPO12. Esse tipo será muito útil para classificar os objetos de estudo.13 
2.1 - A questão da racionalização e da burocracia 
Para Weber, tal como ele elabora na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo 
(1904-1905, revisto e ampliado em 1920), a industrialização foi alcançada por meio de avanços 
na ciência e na engenharia, de modo que o sistema capitalista exigiu soluções puramente 
racionais baseadas na eficiência e no melhor custo-benefício. Todavia, também pontua que, se 
por um lado o capitalismo trouxe benefícios, por outro, trouxe inúmeros problemas sociais. 
A cultura e os valores espirituais, as quais sempre acompanharam as civilizações, foram 
superados pela racionalização, processo que levou ao “desencantamento” da vida, pois as 
individualidades foram tomadas pelo “cálculo frio” da lógica burocrática. A racionalização da 
sociedade passou a mudar a própria organização da sociedade por meio da burocraciaque foi 
se estabelecendo em todos os tipos de organização (empresas, igreja, partidos, órgãos 
públicos, escolas, etc.). 
 
 
11 PIERUCCU, António Flávio. Apresentação. In: WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: 
Companhia das Letras. 2007, p. 11. 
12 BODART, Cristiano das Neves. Tipo Ideal de Max Weber. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/tipo-ideal-de-max-
weber/ . Acesso em: 28/09/2019. 
13 WEBER, Max. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN, Gabriel (Org.). FERNANDES, Florestan 
(Coord.). Weber – Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais, 13. São Paulo: Ática, 1999, p.106. 
1-Para Weber, os 
aspectos da 
modernidade mais 
marcante são... 
... 2-os efeitos 
da...
3-
RACIONALIZAÇÃO
 
 
 20 
CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
A burocracia, entende Weber, seria algo inevitável e, ao mesmo tempo, necessário na 
sociedade industrial moderna. 
Segundo Weber, “o aparato burocrático plenamente desenvolvido se compara a outras 
organizações, exatamente da forma como faz a máquina com outros modos de produção não 
mecânicos”14. 
Conforme a análise do autor, muitos membros da sociedade passaram a se sentir presos 
à armadilha das rígidas regras da burocracia, como se estivessem em uma “jaula de ferro” da 
racionalização. Isso porque as burocracias tornariam as relações entre as pessoas 
demasiadamente impessoais a ponto de os procedimentos padronizados na sociedade se 
sobreporem ao indivíduo. 
 
Diante disso, Weber faz uma crítica ao capitalismo, pois se havia a promessa de a utopia 
tecnológica favorecer a singularidade dos indivíduos, na verdade, criou-se uma sociedade 
dominada pelo trabalho e pelo dinheiro a qual é supervisionada por uma burocracia rígida. 
Essa burocracia, no uso do poder e da autoridade, condiciona as relações interpessoais à eficiência e 
ao cumprimento de metas, afetando, assim, as próprias ações sociais, as ações dos indivíduos. Com 
isso, limita-se a autonomia individual, pois as capacidades e habilidades particulares perdem espaço 
para essa dominação, a qual, como veremos logo abaixo, é definida como “dominação burocrática” 
ou “dominação racional-legal”. 
Diante dessas elaborações sociológicas do pensador alemão, podemos sintetizar que, 
em Weber, a racionalidade é uma equação dinâmica entre meios e fins, segundo a qual “toda 
ação humana é realizada visando a determinadas metas – concepção afetivas do desejável – ou 
valores”15. 
Além disso, o desenvolvimento das circunstâncias e os contextos da realidade social-
histórica determinam as ações humanas que, no conjunto do mundo material, formam seus 
interesses e ideias. Nesse processo, Weber identifica que os objetivos dos diversos indivíduos 
são diversos: “há tantas divergências entre os interesses quanto diferenças nas percepções e 
concepções”16. 
 
 
14 O livro da Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Globo. 2018, p. 42. 
15 WEBER, Max. Política como vocação. In: Ciência e Política: duas vocações. Ed. Cultrix. São Paulo: 2002, p 10. 
16 WEBER, Max. Economia e Sociedade. Editora UnB. Vol 1, Brasília: 1972, p 30. 
A Jaula de Ferro da burocracia suprime nossas 
individualidades...É o caminho para a 
desumanização, ou seja, estou ficando 
"desencantado” com o mundo. Eu quero voar, 
me soltem!!! 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
(UEL 2015) 
Leia o texto a seguir. 
Lembra-te de que tempo é dinheiro; aquele que pode ganhar dez xelins por dia por seu 
trabalho e vai passear, ou fica vadiando metade do dia, embora não despenda mais do 
que seis pence durante seu divertimento ou vadiação, não deve computar apenas essa 
despesa; gastou, na realidade, ou melhor, jogou fora, cinco xelins a mais. 
(WEBER, M. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Pioneira; Brasília: 
UNB, 1981, p.29.) 
O conselho de Benjamin Franklin é analisado por Max Weber (1864-1920) na obra A Ética 
Protestante e o Espírito do Capitalismo. 
Com base nessa obra, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a compreensão 
weberiana sobre o sentido da conduta do indivíduo na formação do capitalismo moderno 
ocidental. 
a) Tradicionalidade. 
b) Racionalidade. 
c) Funcionalidade. 
d) Utilitariedade. 
e) Organicidade. 
Comentários 
A - Incorreta, pois, de acordo com os estudos de Max Weber, a formação do capitalismo 
moderno no Ocidente tem a sua singularidade histórica no uso da racionalidade para a 
orientação da conduta individual, o que difere de uma ação social orientada para relações 
interpessoais baseada na tradição. 
b) Correta, pois a racionalidade é a categoria explicativa encontrada por Max Weber para 
explicar o sentido da conduta do indivíduo no capitalismo moderno. 
c) A sociologia weberiana rejeita as noções de função ou funcionalidade para a explicação 
dos fenômenos sociais, algo próprio do positivismo. 
d) Incorreta, pois a tese weberiana sobre as condições que contribuíram para o 
desenvolvimento do capitalismo moderno ocidental rejeita direta e explicitamente a tese 
do utilitarismo, conforme se verifica nas partes iniciais de A Ética Protestante. Weber, ao 
analisar as máximas publicadas por Benjamin Franklin, considera que “o que é aqui 
pregado não é uma simples técnica de vida, mas sim uma ética peculiar, cuja infração não 
é tratada como uma tolice, mas como um esquecimento do dever. Não é mero bom senso 
comercial, mas, sim, um ethos” (WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 
p.31 apud QUINTANEIRO, T; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um toque de 
clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p.142). Desse 
modo, a tese do utilitarismo não se sustenta, de acordo com a análise de Weber. Para Max 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
Weber, a formação desse capitalismo tem a sua singularidade histórica no uso da 
racionalidade para a orientação da conduta individual, o que se exemplifica pelas máximas 
de Benjamin Franklin. Portanto, é a noção de racionalidade que lhe permite explicar a 
formação das condições que contribuíram para o desenvolvimento do capitalismo 
moderno. Conforme Gabriel Cohn, reconhecido analista de Max Weber, “Weber 
procurava demonstrar a existência de uma íntima afinidade entre a idéia protestante de 
‘vocação’ e a contenção do impulso racional para o lucro através da atividade metódica 
irracional, em busca do êxito econômico representado pela empresa. Por essa via, 
apresentava-se a ideia de que um determinado tipo de orientação da conduta na esfera 
religiosa – a ética protestante – poderia ser encarado como uma causa do desenvolvimento 
da conduta racional em moldes capitalistas na esfera econômica. Weber estaria 
preocupado com o estudo de ‘aspectos da moderna conduta da vida e seu significado 
prático para a economia’, especialmente no que dizia respeito ao desenvolvimento de uma 
‘regulação prático-racionalista da conduta da vida’ ” (COHN, G. (org.) Max Weber: 
sociologia. São Paulo: Ática, 1979. p.23-24) 
e) Incorreta, pois a tradição teórico-metodológica presente na obra de Weber rejeita o 
organicismo como paradigma explicativo, uma vez que a sociologia compreensiva trata de 
problemáticas relativas aos conflitos. De acordo com os estudos de Max Weber, a 
formação do capitalismo moderno no Ocidente tem a sua singularidade histórica no uso 
da racionalidade para a orientação da conduta individual. É a noção de racionalidade que 
lhe permite explicar a formação das condições que contribuíram para o desenvolvimento 
do capitalismo moderno 
Gabarito: B 
(UEL 2019) 
Leia o texto a seguir. 
A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se 
movimenta. E não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde 
a orientar sua conduta de acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é 
necessário para produzir o bonde ou movimentá-lo. O selvagemtem um conhecimento 
incomparavelmente maior sobre suas ferramentas. 
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de 
Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 165. 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade moderna, conforme Max 
Weber, assinale a alternativa correta. 
a) A secularização da vida moderna e o consequente desencantamento do mundo são 
expressões da racionalização ocidental. 
b) O homem moderno detém menor controle sobre as forças da natureza, em comparação 
com o domínio que possuía o “selvagem”. 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
c) O avanço da racionalidade produz, também, uma maior revitalização da cultura clássica, 
dado que amplia o alcance das escolhas efetivas disponíveis. 
d) O desencantamento do mundo é um fato social que atua como força coercitiva sobre 
as vontades individuais, visando à construção da consciência coletiva. 
e) O desencantamento do mundo destitui o Ocidente de um elemento diferenciador em 
relação ao Oriente: as ações sociais dotadas de sentido. 
Comentários 
a) Correta. Nos estudos de Max Weber a respeito da sociedade moderna, a exemplo da 
obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, o autor busca identificar e 
compreender a especificidade da sociedade moderna ocidental. Tal especificidade diz 
respeito ao modo como um tipo particular de racionalização se desenvolveu nessa região, 
envolvendo a secularização e, com seu aprofundamento, o desencantamento do mundo. 
b) Incorreta. De acordo com a compreensão de Weber, o desenvolvimento da 
racionalidade amplia o controle, ou domínio, que o homem moderno exerce sobre as 
forças da natureza. O desenvolvimento científico e tecnológico possibilita e potencializa 
tal domínio, ainda que nem sempre o usuário tenha conhecimento sobre os mecanismos 
de funcionamento do recurso técnico ou tecnológico utilizado 
c) Incorreta. Max Weber interpreta que a racionalização da vida moderna atinge os mais 
variados âmbitos da existência, alcançando, inclusive, a produção da arte. Uma 
consequência da racionalização nesse espaço é a redução da criatividade, ou da liberdade 
para criar e inovar, com efeitos negativos para a cultura clássica. Tal interpretação está na 
base da resignação de Weber frente à tendência crescente de racionalização moderna. 
d) Incorreta. Do ponto de vista da adequação teórico-metodológica, é incorreto fazer uso 
do conceito de fato social para explicar a compreensão weberiana. A concepção 
weberiana de indivíduo, o único capaz de empreender uma ação social, é incompatível 
com o conceito de fato social. O conceito weberiano de ação social rivaliza diretamente 
com o conceito durkheimiano de fato socialeorejeita explicitamente. 
e) Incorreta. Conforme as definições de Weber sobre a sociologia compreensiva e seu 
conceito de ação social, toda ação so cial é dotada de sentido. Com o desencantamento 
do mundo, os agentes atribuem novos sentidos às suas ações, ou condutas. No entanto, 
algum sentido é sempre necessário para que haja a ação. A tarefa do sociológico é 
compreender tal(is) sentido(s). 
Gabarito: A 
2.2 - O protestantismo e o “espírito” do capitalismo 
Ao estudar a racionalização da sociedade moderna e a mentalidade capitalista Max 
Weber percebeu que a religião é um aspecto importante para a análise sociológica. Nesse 
sentido, ele identificou o protestantismo como a gênese da cultura ocidental moderna. O autor 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
argumenta que o protestantismo tem uma relação causal histórica no mundo moderno, pois é 
uma religião que se adequou ao modo cultural (“espírito”) do capitalismo. Em que sentido Alê? 
Em a Ética protestante e o “espírito” do capitalismo (1904/1905 e revista em 1920), 
consta que, o dia a dia da vida protestante teria reforçado a conduta metódica necessária para 
o desenvolvimento do capitalismo. Nesse estudo, o pensador alemão procura compreender um 
fenômeno observado na passagem do século XIX para o XX: o maior desenvolvimento 
capitalista dos países de confissão protestante e a maior proporção de protestantes entre os 
proprietários do capital, empresários e integrantes das camadas superiores de mão-de-obra 
qualificada. 
Conforme Weber, a maioria dos habitantes das cidades ricas da Alemanha converteu-se 
ao protestantismo já no século XVI, e os efeitos disso foram as vantagens adquiridas pelos 
protestantes na luta econômica pela existência17. 
 
Diante disso, Weber observou que, enquanto a industrialização se desenvolvia, alguns 
países contaram com o desenvolvimento de uma ética religiosa que direcionava o modo de 
organização espiritual e de vida laboral (trabalho). 
2.3 - Mais sobre Weber: a política como vocação 
Para Max Weber18, de forma genérica, Estado é um agrupamento político que reúne 
esforços com vistas ao exercício do poder. O elemento específico do Estado contemporâneo, 
segundo Weber, é o uso da coação física para o exercício deste poder de forma que o Estado 
moderno detém o monopólio legítimo do uso da força física. Neste sentido, há uma relação de 
dominação fundada na violência. 
Lembra-se que, de acordo com Max Weber, que a dominação é a probabilidade de se 
encontrar obediência para ordens específicas dentro de determinado grupo de pessoas (a 
 
17 WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras. 2007, p. 30. 
18 WEBER, Max. A política como vocação. In: Ciência e Política: duas vocações. Ed. Cultrix. São Paulo: 2002. 
 
Observação sociológica 
sobre os Protestantes
inclinação para o 
racionalismo 
econômico, não 
observada 
igualmente entre 
os católicos, por 
exemplo.
 
 
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CURSO INTENSIVO 2022 
Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
dominção conta com um quadro administrativo). Weber estabelece que dominação significa, 
num sentido geral de poder, a possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a 
vontade própria das mais diversas formas 
Apesar de predominar a dominação racional/legal, em função da estrutura administrativa 
racional sustentar o Estado moderno, Weber afirma que há mesclas dos tipos de dominação. A 
dominação carismática, por exemplo, está presente nas relações de dominação a partir da 
influência do líder político. Assim, se por um lado, há um aspecto institucional que conforma a 
estrutura administrativa do Estado, baseado na organização burocrática, por outro, há um 
elemento de gestão a partir da função dos líderes políticos. A figura dos dirigentes políticos 
assumiu contornos maiores a partir do surgimento dos regimes parlamentaristas. Com a 
democratização do Estado, Weber constata que a estrutura da organização moderna, o Estado, 
passou a ser condicionada pelo sufrágio universal. Desta forma, a disputa pelo voto baseada 
nas lideranças políticas impõe uma nova possibilidade da dominação carismática. Trata-se da 
ressignificação antiautoriática do carisma em democracias. Isso porque as eleições assegurariam 
o uso do carisma – o qual é autoritário na origem - para o exercício da democracia. Desse novo 
papel do carisma, Weber formula o conceito de democracia plebiscitária, um tipo de 
democracia de líderes. Os líderes, em democracias, também cumpririam a função de conter a 
tendência da ameaça da burocracia em controlar o Estado. 
A violência é um dos instrumentos específicos do Estado. A particularidade do Estado 
contemporâneo é que ele é o detentor do monopólio do uso legítimo da violência física, sendo, 
portanto, o portador deste direito. 
No ensaio A política como vocação, Weber busca entender as condições necessárias para 
o funcionamento do Estado moderno a partir da racionalidade burocrática. Ele nota que 
existem, pelo menos, três tipos de dominação. 
 
3. Lista de questões 
1. (UEG 2016) 
Leia o texto a seguir. 
3 tipos de dominação
o poder tradicional 
(patriarca ou o senhor de 
terras)
o poder carismático 
(exercidopelo profeta, pelo 
líder guerreiro, pelo 
soberano eleito através do 
plebiscito, pelo dirigente de 
um partido político)
o poder legitimo ou 
racional (a crença na 
validade de um estatuto 
legal). 
 
 
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Aula 01 – Karl Marx e Max Weber 
O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do direito 
racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do homem em adotar 
certos tipos de conduta racional prática […]. As forças mágicas e religiosas e as ideias éticas de dever 
nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais importantes influências formativas 
de conduta. 
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09. 
Uma das mais conhecidas explicações sobre a origem do capitalismo é a do sociólogo alemão Max 
Weber, que postula a afinidade entre a ética religiosa e as práticas capitalistas. Essa relação se 
mostra claramente na ética do 
a) Anglicanismo britânico, que, ao desestimular as esmolas, permitiu o incremento da poupança nas 
famílias burguesas. 
b) Catolicismo Ortodoxo, que, ao abrir mão dos luxos nas construções arquitetônicas, canalizou 
capital para investimentos econômicos. 
c) Luteranismo alemão, que defendia que cada pessoa devia seguir a sua vocação profissional para 
conseguir a salvação. 
d) Puritanismo calvinista, que concebe o sucesso econômico como indício da predestinação para a 
salvação. 
e) Catolicismo romano, que por meio da cobrança de dízimos e vendas de indulgências estimulou a 
acumulação de capital. 
2. (UEG 2013) 
A respeito do materialismo histórico de Karl Marx, verifica-se que é uma 
a) concepção que considera que a matéria é a origem do universo e da sociedade, e que ela muda 
historicamente transformando o homem e a natureza, sendo por isso que Marx intitulou essa 
concepção com a junção das palavras materialismo e história. 
b) teoria da história que analisa o processo real e concreto, enfatizando o modo de produção e 
reprodução dos bens materiais necessários para a sobrevivência humana e que passa a ser 
determinada pela luta de classes em determinadas sociedades. 
c) concepção da história que defende que o processo histórico é determinado exclusivamente pelos 
interesses econômicos e materiais, sendo devido a isso que Marx atribuiu o nome “materialismo” à 
sua concepção em oposição ao “idealismo”, que defende que as pessoas perseguem seus ideais. 
d) concepção historicista que compreende que a única ideologia válida é o materialismo originado 
com o iluminismo e aperfeiçoado por Augusto Comte, sendo a divergência de Marx com esses 
antecessores apenas política, já que ele propunha uma concepção revolucionária diferentemente 
deles. 
3. (ENEM 2017) 
 
 
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A tecelagem é numa sala com quatro janelas e 150 operários. O salário é por obra. No começo da 
fábrica, os tecelões ganhavam em média 170$000 réis mensais. Mais tarde não conseguiam ganhar mais 
do que é pelo último rebaixamento, a média era de75$000. E se a vida fosse barata! Mas as casas que 
a fábrica aluga, com dois quartos e cozinha, são a 20$000 réis por mês; as outras são de 25$ a 30$000 
réis. Quanto aos gêneros de primeira necessidade, em regra custam mais do que em São Paulo. 
CARONE, E. Movimento operário no Brasil. São Paulo: Difel, 1979. 
Essas condições de trabalho, próprias de uma sociedade em processo de industrialização como a 
brasileira do início do século XX, indicam a 
a) exploração burguesa. 
b) organização dos sindicatos. 
c) ausência de especialização. 
d) industrialização acelerada. 
e) alta de preços. 
4. (ENEM 2015) 
O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro 
não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se 
dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, 
sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica-
se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e 
racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa 
individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. 
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado). 
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a 
a) competitividade decorrente da acumulação de capital. 
b) implementação da flexibilidade produtiva e comercial. 
c) ação calculada e planejada para obter rentabilidade. 
d) socialização das condições de produção. 
e) mercantilização da força de trabalho. 
5. (ENEM 2015). 
A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das 
condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse 
conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas 
as coisas pelo cálculo. 
(WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. 
Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). 
Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de 
desencantamento do mundo evidencia o(a) 
a) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo. 
b) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida. 
 
 
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c) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo. 
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade. 
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência. 
6. (UNESP 2017) 
Texto 1 
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus próprios 
interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Ao tratar 
de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma 
justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e 
perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos 
recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. 
(www.programaescolasempartido.org. Adaptado.) 
Texto 2 
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso também, 
ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa ensinar Karl Marx, 
mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser passado é 
essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma teoria religiosa. Com todo 
respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de preconceito 
homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem nunca seja 
exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores. 
(Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado.) 
 O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos educativos. 
b) ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das 
diferenças. 
c) as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no campo 
educativo. 
d) o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende uma 
educação pluralista. 
e) o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo na 
educação.7. (UNESP 2017) 
Texto 1 
 
 
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Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, nunca uma 
porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma vitória espetacular, num 
planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta 
educação nem tanto acesso à saúde. 
(José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.) 
Texto 2 
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento 
total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do 
mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de vida, é verdade, mas o 
que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento 
não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em 
um mundo globalizado, os estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com 
muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade 
é uma ameaça à democracia. 
(Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.) 
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que 
a) ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois repercutem as 
vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia. 
b) o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2 integra 
problemas econômicos com tendências de retrocesso político. 
c) o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da humanidade, 
enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica. 
d) ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do neoliberalismo econômico 
e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos. 
e) ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois enfatizam a 
necessidade de diminuição da concentração de renda mundial. 
8. (UNESP 2016) 
 A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza 
nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do 
capital é o trabalho assalariado. […] O desenvolvimento da grande indústria socava o terreno em 
que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A burguesia 
produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente 
inevitáveis. 
(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol. 1, s/d.) 
Entre as características do pensamento marxista, é correto citar 
 
 
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a) a caracterização da sociedade capitalista como jurídica e socialmente igualitária. 
b) o princípio de que a história é movida pela luta de classes e a defesa da revolução proletária. 
c) a celebração do triunfo da revolução proletária europeia e o desconsolo perante o avanço 
imperialista. 
d) o temor perante a ascensão da burguesia e o apoio à internacionalização do modelo soviético. 
e) o reconhecimento da importância do trabalho da burguesia na construção de uma ordem 
socialmente justa. 
 
 
 
 
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9. (UNESP 2016) 
A escola que se autointitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocupa, 
ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do Enem. 
A escola separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas 
internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela Grande São Paulo. E “criou” uma 
outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra 
escola’ todo ano é a primeira colocada no Enem. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições 
da escola. O 1º lugar é uma farsa. A primeira colocada no Enem NÃO é uma escola, é uma artimanha 
jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Todos 
estudam no mesmo prédio, com os mesmos professores, com o mesmo material, no mesmo horário, 
convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo. No Brasil todo temos centenas de 
escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, 
em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades 
grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um determinado bairro. 
(Mateus Prado. “Escola campeã do Enem ocupa, ao mesmo tempo, o 1º e o 569º lugar do ranking”. O Estado de S.Paulo, 
26.12.2014. Adaptado.) 
O fato relatado pode ser explicado em função da 
a) hegemonia dos critérios instrumentais da empresa capitalista em alguns setores da educação. 
b) falência da meritocracia como critério de acesso ao ensino superior na sociedade atual. 
c) priorização de aspectos humanísticos, em detrimento da preparação para o mercado de trabalho. 
d) resistência dos educadores à transformação da escola em instrumento de reprodução ideológica. 
e) separação rigorosa entre os âmbitos da educação e da publicidade na sociedade capitalista. 
10. (UNESP 2015) 
A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, 
quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa alteração, a 
água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se 
o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma 
diretriz estratégica de atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do 
aumento do consumo, ignorando a suficiência de água para atender a essa crescente demanda. Do 
ponto de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, 
tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se 
trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquer preço e custo” 
Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado. 
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de vista 
a) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores morais e 
espirituais. 
 
 
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b) da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos reservatórios de 
água. 
c) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de 
dominação. 
d) das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria disponível 
no mercado. 
e) das consequências do aumento da demanda ocasionado pela democratização do consumo da 
água. 
11. (UNESP 2015) 
A crise de abastecimento de água em São Paulo se agravou significativamente a partir de 2002, 
quando a empresa pública Sabesp passou a priorizar a obtenção de lucro. Com essa alteração, a 
água deixou de ser considerada bem público e recurso essencial para a sociedade, abandonando-se 
o foco na universalização dos serviços de saneamento básico. Nesse mesmo caminho, seguiu uma 
diretriz estratégica de atender à expansão econômica, beneficiando-se com a lucratividade do 
aumento do consumo, ignorando a suficiência de água para atender a essa crescente demanda. Do 
ponto de vista neoliberal, a crise hídrica oferece “grandes e novas oportunidades” de negócios, 
tanto para obras como para serviços, especialmente no setor de gestão das águas, uma vez que se 
trata de um bem essencial de que todos são obrigados a dispor a qualquerpreço e custo” 
Delmar Matter et al. “As obras e a crise de abastecimento”. www.diplomatique.org.br, 06.02.2015. Adaptado. 
No texto, o problema do abastecimento de água em São Paulo é abordado sob o ponto de vista 
a) da crise ética da sociedade e das questões relativas ao negligenciamento dos valores morais e 
espirituais. 
b) da defesa da necessidade de investimentos públicos para a construção de novos reservatórios de 
água. 
c) dos efeitos positivos da racionalidade instrumental ao converter a natureza em objeto de 
dominação. 
d) das tendências do sistema capitalista de transformar toda a realidade em mercadoria disponível 
no mercado. 
e) das consequências do aumento da demanda ocasionado pela democratização do consumo da 
água. 
12. (UNCISAL 2017) 
A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes. Homem livre 
e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em 
resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora 
franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária 
 
 
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da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito. Nas mais remotas épocas da 
história, verificamos, quase por toda parte, uma completa estruturação da sociedade em classes 
distintas, uma múltipla gradação das posições sociais. [...] Entretanto, a nossa época [...] caracteriza-
se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se, cada vez mais, em dois 
campos opostos, em duas grandes classes em confronto direto [...]. 
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 1998. p. 40-41. 
As classes sociais de nossa época a que Marx e Engels referem-se são 
a) os ricos e os pobres. 
b) os políticos e o povo. 
c) a burguesia e o proletariado. 
d) a classe alta e a classe baixa. 
e) os industriais e os dirigentes sindicais 
13. (UECE 2019) 
Relacione corretamente os pensadores apresentados a seguir com seus respectivos pensamentos 
ou atributos, numerando a Coluna II de acordo com a Coluna I. 
Coluna I 
1. Max Weber 
2. Karl Max 
3. Emile Durkheim 
4. Augusto Comte 
Coluna II 
( ) Considera fatos sociais como coisas. 
( ) São conceitos-chave de sua teoria: ação social; tipo ideal; burocracia. 
( ) Considerado o pai da Sociologia moderna, criou a disciplina acadêmica da Sociologia. 
( ) Defende a ideia de que interesses entre o capital e o trabalho são irreconciliáveis. 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
a) 1, 3, 2, 4. 
b) 2, 4, 1, 3. 
c) 3, 1, 4, 2. 
d) 4, 2, 3, 1 
14. (UEMA 2014) 
 
 
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A história da cultura brasileira é pontuada pelo “jeitinho brasileiro” e pela cordialidade, frutos da 
colonização portuguesa. Sérgio Buarque sugere que nossa cultura tem algumas singularidades, tais 
como: aversão à impessoalidade, forte simpatia e rejeição ao formalismo nas relações sociais. Tais 
singularidades se refletem no ordenamento da sociedade expresso no fragmento da música Minha 
história de João do Vale e Raimundo Evangelista, que trata da educação como base da estratificação 
social na sociedade burguesa. 
E quando era noitinha, a meninada ia brincar. 
Vige como eu tinha inveja de ver Zezinho contar: 
“o professor ralhou comigo, 
porque eu não quis estudar” (bis) 
Hoje todos são doutor, 
E eu continuo um João Ninguém 
Mas, quem nasce pra pataca 
nunca pode ser vintém. 
Ver meus amigos doutor basta pra mim sentir bem (bis)... 
João do vale; Chico Evangelista. “Minha história”. In: álbum, João do Vale. Rio de Janeiro: Sony, 1981. 
Conforme a contribuição de Karl Marx sobre a análise da sociedade capitalista, os conceitos 
sociológicos expressos nessa música são 
a) superestrutura, anomia social, racionalidade, alienação. 
b) ação social, infraestrutura, solidariedade orgânica, coesão social. 
c) divisão do trabalho, mais valia, solidariedade mecânica, burocracia. 
d) sansão social, relações de produção, organicismo, forças produtivas. 
e) ideologia, classe social, desigualdade social, relações sociais de trabalho. 
15. (UEMA 2012) 
No conjunto da sua Sociologia compreensiva, o sociólogo alemão Max Weber define ação social 
como ação 
a) racional em que o agente associa um sentido objetivo aos fatos sociais. 
b) desprovida de sentido subjetivo e motivacional. 
c) humana associada a um sentido objetivo. 
d) cuja intenção fomentada pelos indivíduos se refere à conduta de outros, orientando-se por ela. 
e) não orientada significativamente pela conduta do outro em prol de um bem comum. 
 
 
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16. (UEMA 2012) 
Qual das alternativas abaixo corresponde à definição de Max Weber sobre o Estado Moderno? 
a) Comitê executivo dos negócios de toda a burguesia. 
b) Comunidade humana que, dentro dos limites de um determinado território, reivindica o 
monopólio da força legítima. 
c) Representante de uma das classes fundamentais. 
d) Instrumento de dominação de uma classe sobre a outra. 
e) Representante da burocracia pública. 
17. (UEMA 2011) 
Uma das condições imprescindíveis, em Karl Marx, para que a mercadoria como força de trabalho 
possa ser vendida e comprada no mercado é: 
a) A separação entre os meios de produção e o produtor direto. 
b) A unidade entre o meio de produção e o produtor direto. 
c) A relação entre a produção, consumo e distribuição. 
d) O intercâmbio entre homem e natureza. 
e) A separação entre campo e cidade. 
18. (UEL 2014) 
Weber compreende a cidade como uma expressão tipicamente ligada à racionalidade ocidental. 
Com base nos conhecimentos da sociologia weberiana sobre a racionalidade ocidental, considere 
as afirmativas a seguir. 
I. A compreensão da cidade ocidental moderna é possível quando se considera uma sequência 
causal universal na história. 
II. A existência do capitalismo como sociedade específica do mundo ocidental moderno explica o 
surgimento das cidades. 
III. A explicação da cidade no Ocidente exige compreender a existência de diferentes formas do 
poder e da dominação. 
IV. Um dos traços fundamentais da cidade no Ocidente é a constituição de um corpo burocrático 
administrativo regular. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
 
 
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c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
19. (UEL 2014) 
Leia o texto a seguir. 
Antigamente nem em sonho existia tantas pontes sobre os rios, nem asfalto nas estradas. Mas hoje 
em dia tudo é muito diferente com o progresso nossa gente nem sequer faz uma ideia. Tenho 
saudade de rever nas currutelas as mocinhas nas janelas acenando uma flor. Por tudo isso eu 
lamento e confesso que a marcha do progresso é a minha grande dor. Cada jamanta que eu vejo 
carregada transportando uma boiada me aperta o coração. E quando olho minha traia pendurada 
de tristeza dou risada pra não chorar de paixão. 
(Adaptado de: Nonô Basílio e Índio Vago. Mágoa de Boiadeiro.) 
O texto aproxima-se sociologicamente da leitura teórica de 
a) Comte, que defende a necessidade de formas tradicionais de vida em detrimento da desilusão do 
progresso. 
b) Durkheim, que analisa o progresso como elemento desagregador da vida social ao provocar o 
enfraquecimento das instituições. 
c) Marx, que condena o desenvolvimento das forças produtivas por seus efeitos alienantes sobre o 
homem. 
d) Spencer, que tem uma leitura romântica da sociedade e vê o passado como mais rico

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