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APG 24 - Aleitamento, Crescimento e Desenvolvimento

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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO 
A amamentação é importante à saúde do lactente sob o aspecto 
nutricional, imunológico, gastrintestinal, psicológico, do 
desenvolvimento e da interação entre mãe e filho (OMS, 2003). 
Com o intuito de prevenir a desnutrição precoce e reduzir a 
morbimortalidade infantil, a OMS recomenda o aleitamento 
materno exclusivo (AME) até o 6º mês de vida e sua 
complementação até os 02 anos de idade ou mais. 
❖ Estudos demonstram que o AME até o 6º mês de vida pode 
evitar mais de 1,3 milhão de mortes ao ano de crianças com 
menos de 5 anos de idade nos países em desenvolvimento. 
A amamentação traz inúmeros benefícios, integrados com a 
minimização de risco para desenvolver DCV, DM, câncer antes dos 
15 anos de idade e sobrepeso/obesidade. 
❖ O efeito protetor do leite materno contra o 
sobrepeso/obesidade é de crescente importância em virtude 
do problema da obesidade infantil em todas as regiões do 
mundo. 
A lactação faz solicitações fisiológicas nutricionais expressivas à mãe. 
Nessa fase é importante considerar a possibilidade de diversos 
medicamentos, nicotina, álcool e outras substâncias a serem 
eliminados pela secreção láctea, o que pode prejudicar o recém-
nascido. Doenças virais também podem ser transmitidas pelo leite 
materno, como AIDS e infecções causadas pelo vírus linfotrópico de 
células T humanas tipo 1. 
A IgA é imunoglobulina com maior capacidade protetora contra 
ambos os tipos de doenças (gastrintestinais e respiratórias), por 
sobreviver às mucosas intestinal e respiratória. O leite materno 
também possui outras Ig, anticorpos, oligossacarídeos, lipídeos, 
peptídeos bioativos, entre outros constituintes exclusivos com 
mecanismos específicos que, além da proteção contra essas 
doenças, estimulam o desenvolvimento do sistema imune do 
lactente. Assim, nenhum outro leite possui essas propriedades e 
podem até ser a causa destas doenças. 
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MA TERNO 
Já está devidamente comprovada, por estudos científicos, a 
superioridade do leite materno sobre os leites de outras espécies. 
São vários os argumentos em favor do aleitamento materno. 
MORTES INFANTIS 
No leite materno existem fatores que protegem contra infecções, o 
que contribui para que ocorram menos mortes entre as crianças 
amamentadas. 
 
 
❖ Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das 
mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por 
causas preveníveis. 
❖ Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a 
amamentação tem na redução das mortes de crianças 
menores de 5 anos. 
A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior quanto 
menor é a criança. A amamentação previne mais mortes entre as 
crianças de menor nível socioeconômico. Estudos demonstram que 
a amamentação na primeira hora de vida pode ser um fator de 
proteção contra mortes neonatais. 
DIARREIA 
Há fortes evidências de que o leite materno protege contra diarreia, 
principalmente em crianças mais pobres. É importante destacar que 
essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa 
de ser exclusivo. 
Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência 
na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas têm um 
risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia 
quando comparadas com as amamentadas. 
❖ O bebê recebe células de defesa, anticorpos, lisozimas, 
lactoferrina e outros defensores através da mama -> esses 
defensores atuam no combate aos vírus e bactérias que 
ameaçam o bebê. 
CONTRA INFECÇÕES 
Durante a infância, benefícios em curto prazo da amamentação 
estão bem estabelecidos e incluem a diminuição do risco de 
gastroenterites, infecções de vias aéreas (pneumonia, OMA), 
septicemia, meningites bacterianas, ITU e enterocolite 
necrotizante. 
❖ O leite humano é uma alimentação segura que protege os RN 
contra a enterocolite necrotizante, por ter em sua composição 
fatores nutricionais e abundância de fatores imunológicos e 
imunomoduladores, que favorecem a maturação do tubo 
digestório e conferem proteção ativa e passiva contra 
microrganismos patogênicos. 
ALERGIAS 
Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros 
meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, 
de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma 
e sibilos recorrentes. 
O leite humano maduro apresenta a menor concentração de 
proteínas entre os mamíferos. 
 
APG 24 - ALEITAMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
❖ As proteínas do soro humano são constituídas principalmente 
de alfalactoalbumina humana, enquanto a proteína 
dominante no leite bovino é a betalactoglobulina, que não 
está presente no leite humano e é a principal proteína 
responsável pelo desenvolvimento da alergia à proteína do 
leite de vaca. 
HAS, COLESTEROL ALTO E DM 
Há evidências sugerindo que o aleitamento materno apresenta 
benefícios em longo prazo. A OMS publicou importante revisão 
sobre evidências desse efeito -> essa revisão concluiu que os 
indivíduos amamentados apresentaram PAS e PAD mais baixas (-
1,2mmHg e -0,5mmHg, respectivamente), níveis menores de 
colesterol total (-0,18mmol/L) e risco 37% menor de apresentar 
DM2. 
Não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra 
diabetes, mas também a mulher que amamenta -> foi descrita uma 
redução de 15% na incidência de DM2 para cada ano de lactação. 
❖ Atribui-se essa proteção a uma melhor homeostase da glicose 
em mulheres que amamentam. 
 A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos 4 meses) é 
considerada um importante determinante do DM1, podendo 
aumentar o risco de seu aparecimento em 50%. 
❖ DM1 -> os possíveis mecanismos de proteção do leite materno 
incluem a imunidade passiva fornecida pela IgA. Há também a 
hipótese da capacidade diabetogênica do leite de vaca, pois a 
beta-lactoglobulina tem sido implicada como um possível 
disparador do defeito imune que leva ao DM1. 
OBESIDADE 
A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesidade em 
crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida 
constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças 
que haviam sido amamentadas. 
❖ Na revisão da OMS sobre evidências do efeito do aleitamento 
materno em longo prazo, os indivíduos amamentados tiveram 
uma chance 22% menor de vir a apresentar 
sobrepeso/obesidade. 
❖ É possível também que haja uma relação dose/resposta com a 
duração do aleitamento materno, ou seja, quanto maior o 
tempo em que o indivíduo foi amamentado, menor será a 
chance de ele vir a apresentar sobrepeso/ obesidade. 
Entre os possíveis mecanismos implicados a essa proteção, 
encontram-se um melhor desenvolvimento da auto-regelação de 
ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a composição 
única do leite materno participando no processo de “programação 
metabólica”, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho das 
células gordurosas ou induzindo o fenômeno de diferenciação 
metabólica. 
Foi constatado que o leite de vaca altera a taxa metabólica durante 
o sono de crianças amamentadas, podendo esse fato estar 
associado com a “programação metabólica” e o desenvolvimento 
de obesidade. 
NUTRIÇÃO 
Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os 
nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento 
ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando 
comparado com leites de outras espécies. 
O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades 
nutricionais da criança nos primeiros 6 meses, e continua sendo 
uma importante fonte de nutrientes no 2º ano de vida, 
especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. 
QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA (QI) 
Há evidências de que o aleitamento materno contribui para um 
melhor desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudosconclui 
que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto 
quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as 
com baixo peso de nascimento. 
Uma das primeiras evidências científicas que reforçam o conceito 
de programação é o conhecimento de que a 1ª nutrição afeta o 
desenvolvimento cerebral, ou seja, o uso do leite humano na 
nutrição neonatal tem efeito positivo sobre o desenvolvimento 
cognitivo. 
É importante ressaltar que os prematuros nascem em um momento 
de rápido crescimento cerebral e os nutrientes presentes no leite 
humano, como a taurina, o colesterol, aminoácidos, açúcares e os 
ácidos graxos de cadeia longa, o DHA e ARA, são vitais para o 
crescimento ótimo do cérebro dos RN. 
DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE BUCAL 
O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é muito 
importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral, 
propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é 
fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa 
oclusão dentária. 
Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre com o uso 
de chupetas e mamadeiras, o assoalho da cavidade nasal se eleva, 
com diminuição do tamanho do espaço reservado para a passagem 
do ar, prejudicando a respiração nasal. 
❖ Assim, o desmame precoce pode levar à ruptura do 
desenvolvimento motor-oral adequado, podendo prejudicar 
as funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação 
dos sons da fala, ocasionar má-oclusão dentária, respiração 
bucal e alteração motora- oral. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
VÍNCULO AFETIVO ENTRE MÃE E FILHO 
Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para 
a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos 
olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem 
os laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca de 
afeto e sentimentos de segurança e de proteção na criança e de 
autoconfiança e de realização na mulher. 
❖ Amamentação é uma forma muito especial de comunicação 
entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança 
aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança. 
 
CRESCIMENTO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo 
aumento do tamanho corporal -> constitui um dos indicadores de 
saúde da criança, sendo influenciado por fatores intrínsecos 
(genéticos) e extrínsecos (ambientais). 
O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de 
peso permite a identificação de crianças com maior risco de 
morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição 
e da obesidade. 
O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o 
registro periódico do peso, estatura e do IMC na Caderneta de 
Saúde da Criança -> o conjunto das curvas da OMS é um 
instrumento tecnicamente robusto e representa a melhor descrição 
existente do crescimento físico para crianças <05 anos. 
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para 
avaliação do crescimento de crianças os seguintes gráficos: 
❖ PC (0-02 anos). 
❖ Peso para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 anos). 
❖ Comprimento/estatura para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 
anos). 
❖ IMC para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 anos). 
 
 
 
 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
! A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a 
criança seja mais bem avaliada na sua relação peso x comprimento 
para <02 anos e peso x altura para >02 anos. 
IMC -> o cálculo deverá ser realizado a partir da seguinte fórmula, 
após realizada a mensuração de peso e altura ou de comprimento 
da criança. 
 
 
 
 
CONDUTAS PARA SITUAÇÕES DE DESVIO DE CRESCIMENTO 
SOBREPESO/OBESIDADE 
❖ Verificar a existência de erros alimentares, identificar a dieta da 
família e orientar a mãe/cuidador a administrar à criança uma 
alimentação mais adequada. 
❖ Verificar atividades de lazer das crianças. 
❖ Encaminhar a criança para o Nasf, se tal possibilidade estiver 
disponível. 
❖ Realizar a avaliação clínica da criança. 
MAGREZA/BAIXO PESO PARA A IDADE 
Para crianças <02 anos: 
❖ Investigar possíveis causas, com atenção especial para o 
desmame. 
❖ Orientar a mãe sobre alimentação complementar adequada 
para a idade. 
❖ Se a criança não ganhar peso, solicitar acompanhamento pelo 
Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. 
❖ Orientar o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias. 
Para crianças >02 anos: 
❖ Investigar possíveis causas, com atenção especial para 
alimentação, intercorrências infecciosas, os cuidados com a 
criança, o afeto e a higiene. 
❖ Tratar as intercorrências clínicas, se houver. 
❖ Solicitar acompanhamento no Nasf. 
❖ Encaminhar a criança para o serviço social, se necessário. 
❖ Orientar a família para que a criança realiza nova consulta com 
intervalo máximo de 15 dias. 
MAGREZA ACENTUADA OU PESO MUITO BAIXO PARA A 
IDADE 
❖ Investigue possíveis causas, com atenção especial para o 
desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a 
alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a 
criança, o afeto e a higiene. 
❖ Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
❖ Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. 
❖ Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver 
disponível. 
❖ Oriente a família para que a criança realize nova consulta com 
intervalo máximo de 15 dias. 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
Avaliar a evolução (física e mental) em toda consulta é parte 
obrigatória da semiologia infantil. O crescimento é definido pelo 
aumento linear contínuo, mas não constante, das estruturas que 
compõem e é resultante da interação de fatores intrínsecos ou 
orgânicos. 
Embora a informação genética defina as características físicas de 
cada indivíduo, os fatores extrínsecos e intrínsecos interferem na 
tradução da mensagem genética, podendo comprometer o 
potencial de crescimento. 
❖ Essa interferência é maior ou menor conforme o tempo e a 
intensidade do agravo e da fase de desenvolvimento do 
indivíduo. Evidências científicas mostram que até 20% dos 
genes são influenciados pela herança genética; os outros 80% 
são influenciados pelo estilo de vida, principalmente a 
nutrição. 
Fatores Extrínsecos -> a alimentação é o fator que está mais 
diretamente relacionado com o crescimento. A privação/excesso de 
alimentos pode levar a dezenas de distúrbios. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Fatores Intrínsecos -> podem ser: 
❖ Pré-concepcionais ou genéticos -> fisiológicos/patológicos, 
com ou sem alteração cromossômica. 
❖ Pré-concepcionais -> hormonais. 
Alguns hormônios devem ser lembrados como influentes nas 4 
fases do crescimento: 
❖ Crescimento intrauterino -> insulina, lactogênico placentário 
(ação semelhante à do hormônio do crescimento hipofisário – 
GH), somatotrofina coriônica e somatomedinas. 
❖ Fase de lactente -> os hormônios tireoidianos são os mais 
importantes, associados à insulina e ao GH. 
❖ Fase pré-puberal -> a ação fisiológica mais importante é a do 
GH. 
❖ Fase puberal -> depende do aumento dos esteroides sexuais, 
GH e somatomedinas. 
Os agravos das alterações nutricionais (desnutrição e obesidade) 
justificam a avaliação da condição nutricional em toda consulta, 
independentemente de seu motivo, para identificar, pacientes com 
risco ou distúrbio alimentar e planejar o suporte nutricional mais 
adequado. 
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
A média da velocidade de crescimento (VC) do feto é de 1,2-1,5 
cm/semana, mas apresenta grandes variações. A VC no meio da 
gestação é de 2,5 cm/semana e diminui para quase 0,5 cm/semana 
logo antes do nascimento. O final da gestação é caracterizado, 
portanto, por baixa VC e intenso ganho ponderal. 
 
 
 
 
ANTROPOMETRIA 
Para a avaliação do crescimento físico, utiliza-se a antropometria 
com as seguintes medidas: 
Fundamentais -> peso e estatura/altura. 
Acessórias:❖ Circunferências (braço, perna, cintura, abdominal). 
❖ Comprimento superior do braço (CSB), da tíbia (CT) e do 
membro inferior a partir do joelho (CJ). 
❖ Diâmetros (bicrista, biacrômio). 
❖ Envergadura. 
❖ Fontanelas. 
❖ Perímetros cefálico (PC), torácico (PT) e abdominal (PA). 
❖ Pregas cutâneas (tricipital, subescapular, suprailíaca, 
abdominal). 
❖ Segmento superior (SS) e inferior (SI). 
O crescimento infantil é um processo dinâmico e deve ser 
quantificado mediante múltiplas medidas, conforme idade, sexo e a 
fase do crescimento. Na avaliação dinâmica do crescimento, são 
comparados os dados extraídos em determinado momento com os 
das curvas de crescimento já padronizadas. 
! As medidas de peso, comprimento e perímetros cefálico, torácico 
e abdominal devem ser realizadas mensalmente até os 2 anos de 
idade. 
Peso -> fácil obtenção e alta sensibilidade durante os agravos 
nutricionais agudos e crônicos. A pesagem precisa ser feita com a 
criança despida, até 24 meses e com roupas leves nas crianças 
maiores, sendo posicionada de modo que o peso seja igualmente 
distribuído pela balança. 
❖ Crianças maiores de 02 anos ou adolescentes devem ser 
pesados em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, 
e descalços. 
Peso de nascimento de um RN a termo -> 3.300g (3000-3500g). 
❖ 05 meses -> dobra o peso. 
❖ 01 ano -> triplica o peso. 
❖ 02 anos -> quadriplica o peso. 
Aumento ponderal médio do peso em trimestre, no 1º ano: 
❖ 1º trimestre -> 700g/mês (25-30g/dia). 
❖ 2º trimestre -> 600g/mês (20g/dia). 
❖ 3º trimestre -> 500g/mês (15g/dia). 
❖ 4º trimestre -> 300g/mês (10g/dia). 
! Nos primeiros dias, o RN pode perder até 10% do peso de 
nascimento, que deverá ser recuperado até o 10º dia de vida. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Em algumas condições adversas (congênitas ou adquiridas), a falta 
de um segmento corpóreo pode modificar a estimativa do peso 
ideal; nestas, pode ser necessária a utilização de regras que 
possibilitem calcular novas referências. 
Estatura -> reflete o estado nutricional atual e pregresso e sofre 
alteração e recuperação mais lentas. O comprimento ao nascer é, 
em média, de 50cm (49-55cm). 
Estatura compreende o comprimento (medido com o indivíduo 
deitado) e a altura (medida com o indivíduo em pé). 
O comprimento é utilizado para crianças até 2-3 anos, medido com 
régua antropométrica horizontal, graduada em cm e mm, com 
haste fixa junto à graduação 0 e, na parte oposta, um cursor que 
desliza sobre a escala milimetrada. 
❖ Mantém-se o ápice da cabeça apoiado no anteparo vertical 
fixo da régua, e os MMII devem ser mantidos em extensão e 
juntos, com a planta dos pés apoiada no anteparo vertical 
móvel. 
 
Para a altura, utiliza-se estadiômetro vertical com um esquadro 
móvel (de madeira ou de metal), graduado em mm, que corre 
paralelamente ao plano vertical e forma um ângulo de 90º. 
 
! A diferença da medida do comprimento (deitado) em relação à 
altura (em pé) é em média de 0,5 cm e tem pouco impacto na 
avaliação antropométrica individual. 
Em crianças de 2-12 anos com limitações físicas, pode-se estimar a 
estatura por meio das medidas de comprimento superior do braço 
(CSB), comprimento tibial (CT) ou comprimento do membro inferior 
a partir do joelho (CJ) -> as medidas desses segmentos possibilitam 
estimar a estatura com a utilização de equações propostas por 
Stevenson. 
 
MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR 
Não há dúvidas quanto à necessidade de identificar precocemente 
os desvios do desenvolvimento infantil e de buscar a intervenção 
adequada no início da vida, aproveitando a neuroplasticidade e uma 
melhor janela de oportunidades. 
❖ Esses conceitos mais atuais promovem uma mudança do 
sistema de saúde, passando de cuidados em doença para um 
modelo de cuidados em saúde/bem-estar, com a prevenção e 
a intervenção precoce como diretrizes mais concretas. 
A avaliação deve ser feita de acordo com cada marco do 
desenvolvimento e com a faixa etária. Caso aconteça falha em 
alcançar algum marco, deve-se antecipar a consulta seguinte e 
iniciar investigação quanto à situação ambiental e à relação da 
criança com os pais ou cuidadores. 
❖ A persistência de atrasos do desenvolvimento por mais de 2 
consultas ou a ausência do marco esperado para aquela fase 
indicam a necessidade de avaliação aprofundada e do 
encaminhamento para maior complexidade ou para uma 
avaliação profissional específica, para que se inicie uma 
estimulação precoce. 
0-02 MESES 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Ao nascimento, o padrão motor da criança é imaturo, com 
predominância do tônus flexor dos membros associado a uma 
hipotonia axial, preensão palmar reflexa e o reflexo da sucção. 
❖ A avaliação do desenvolvimento dos reflexos permite ao 
pediatra determinar a integridade do SNC de acordo com a 
expectativa relacionada à idade cronológica da criança. 
Esses reflexos estão presentes em todos os RN a termo, sendo 
considerados fisiológicos nos primeiros meses de vida. 
❖ Sua ausência inicial ou permanência tardia sugere alterações 
patológicas que merecem ser investigadas. 
Os principais reflexos a serem analisados são: 
❖ Preensão palmar. 
❖ Preensão plantar. 
❖ Reflexo cutâneo-plantar. 
❖ Reflexo de Moro; 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
❖ Reflexo tônico-cervical (reflexo do esgrimista ou reação de 
Magnus-Kleijn). 
❖ Reflexo da marcha reflexa. 
❖ Reflexo da procura ou voracidade. 
 
No 1º mês, o pediatra deve avaliar a postura de flexão de membros 
superiores e inferiores e a lateralização da cabeça. Ao longo do 2º 
mês, observar a movimentação ativa dos membros superiores e 
inferiores e a abertura espontânea das mãos em alguns momentos. 
 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
No 1º mês, a única forma de comunicação é o choro alto e repetido, 
associado às necessidades primárias do bebê. No 2º mês, a criança 
começa a emitir alguns sons que não o choro. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
A criança interage com o outro desde os primeiros momentos de 
vida. É um ser social e depende do outro para sobreviver. Seu 
objetivo principal é atingir o controle homeostático com o 
ambiente, e aos poucos ele vai se tornando alerta e consciente 
sobre o responsável pelos seus cuidados. O sorriso social inicia-se 
entre o 1º e 2º mês de vida. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Começa a prestar atenção aos rostos, a seguir as coisas com os 
olhos e a reconhecer as pessoas a distância. 
02-04 MESES 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Após 2 meses observa-se grande avanço no aperfeiçoamento das 
habilidades motoras dos bebês. Os reflexos primitivos vão 
desaparecendo para dar lugar a um movimento mais intencional. 
O bebê deve ser capaz de manter a cabeça firme ao ser segurado 
pelo tronco, além de manter suas mãos abertas com mais 
frequência, e começa a estender a mão. 
Deitado de costas, o lactente, aos 2 meses, deve manter sua cabeça 
na linha média, em alinhamento com o tronco. Na posição de 
bruços, a musculatura cervical mantém a cabeça elevada em 45º 
por um momento breve, com os cotovelos posteriores às orelhas. 
Aos 4 meses, ao ser puxado pelos braços, a cabeça acompanha o 
movimento alinhada com o tronco, sem pender para trás. De 
bruços, o bebê mantém a cabeça elevada por muito tempo, em um 
ângulo de 90º, com os cotovelos alinhados com as orelhas. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
A produção verbal aos 2 meses já esboça um som de vogal, e pode-
se perceber o bebê brincando com os próprios sons produzidos. Aos 
4 meses o lactente já reconhece os diversos padrões sonoros, como 
repreensão ou elogios por parte do cuidador, respondendo com 
mudança da fisionomia para alegria ou tristeza. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
O bebê já apresenta reciprocidade afetiva, vista pelo sorriso social, 
ao ser estimulado. Ele olha direta e demoradamente para a mãe ao 
ser amamentado, reage positivamenteao ser estimulado, sorrindo 
e emitindo grunhidos, demonstra satisfação nas atividades 
prazerosas, como aninhar-se ao corpo do cuidador. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
O bebê repete comportamentos que lhe pareçam agradáveis, ainda 
está focado em descobertas do seu próprio corpo, como chupar o 
dedo, colocar objetos na boca, ouvir os próprios sons, apertar as 
próprias mãos, responde ao afeto, pega o brinquedo com uma mão, 
usa as mãos e os olhos juntos, segue coisas em movimento com os 
olhos de um lado para o outro, observa rostos e reconhece pessoas 
familiares e coisas a distância. 
04-06 MESES 
Nesse momento do desenvolvimento são mais serenos, pacíficos, 
sem cólicas, sorrindo com mais frequência, iniciando um interesse 
maior pelo rosto humano, com os MMSS, MMII e a cabeça mais em 
linha média, fixando mais o olhar, melhor controle do tônus 
cervical, explorando os movimentos e objetos, ou seja, já vendo e 
percebendo um mundo a sua volta. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
A criança já consegue segurar objetos e quando está em decúbito 
ventral levanta a cabeça de forma firme, apoiando-se nos 
antebraços. Apresenta postura simétrica, mãos abertas, reflexo 
palmar já praticamente ausente e brinca com as duas mãos. 
Aos 6 meses apresenta mudança de posição de forma ativa (o bebê 
já rola com facilidade) e consegue levar objetos sozinha à boca. 
Consegue sentar, apoiando-se para a frente com as mãos ou um 
apoio, sustenta o peso com MMII, agarra o cubo com as mãos, tenta 
pegar objetos pequenos e brinca com os pés. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Em relação aos reflexos primitivos -> os reflexo da procura ou 
voracidade e de preensão palmar a partir dos 4 meses 
desaparecem, e os movimentos vão se tornando voluntários. 
❖ O reflexo de Moro começa a desaparecer e persiste até no 
máximo os 6 meses de vida. 
❖ O tônico-cervical persistente nessa idade já representa uma 
possível lesão cerebral grave. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Aos 4 meses a criança emite alguns sons, vocaliza socialmente, grita 
e sorri. Aos 6 meses, consegue emitir sílabas isoladas, com 
combinação de consoante e vogal, e consegue obter a localização 
da fonte sonora. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Nessa etapa há um aumento da reciprocidade social entre a criança 
e o cuidador. Os bebês são agora capazes de antecipar a intenção 
do cuidador e acompanham seus movimentos. 
Com 6 meses manifestam expectativa do horário de comer, sentem 
o afastamento dos cuidadores, sorriem quando estimulados de 
forma ativa e intencional, bem como se decepcionam ao ser 
frustrados, fazendo caretas ou chorando. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Demonstra estar feliz/triste, responde ao afeto de forma mais 
adequada, usa as mãos e os olhos juntos, como ver um brinquedo 
e estender a mão para pegá-lo, observa rostos de perto e reconhece 
coisas a distância. 
06-09 MESES 
A 2ª fase do 1ª ano de vida da criança é marcada por mudanças 
muito rápidas. As relações de troca com o adulto surgem mais 
frequentemente e seguem modificando a arquitetura cerebral. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Após os 6 meses, o bebê consegue sentar-se sozinho, sem ajuda ou 
com mínimo suporte de um adulto. Percebe a forma e a textura das 
coisas, sendo capaz de levar pedaços de alimentos à boca. 
A criança tenta se locomover, às vezes apenas balançando o corpo 
para a frente e para trás com os 4 membros no solo, com o tronco e 
a cabeça elevados ou até mesmo rastejando. 
Já é capaz de virar de prono para supino e vice-versa, usando o rolar 
como forma de locomoção por volta de 8 meses. Aprende a 
transferir-se de deitado para sentado com apoio. 
Alguns lactentes, com 9 meses, conseguem engatinhar ou ficar de 
pé com apoio e se deslocam de um lado para o outro. 
 
! Nessa fase, a criança rola em todas as direções, inclusive durante 
o sono, o que requer muita atenção por parte de seus cuidadores. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Após os 6 meses, a criança passa a reconhecer seu nome e se vira 
para tentar encontrar a origem de algum som mais chamativo. 
Alguns sons específicos, como o do telefone, assim como o som que 
representa o nome de objetos ou ações (cachorro, gato, bola, 
tchau), também são aprendidos. 
❖ O lactente imita muitos sons, e sons específicos mais parecidos 
com palavras que balbucios. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
As pessoas ainda são mais interessantes que objetos. Os bebês são 
agora capazes de compreender-se como um ser separado da mãe e 
do mundo, passam a perceber a intenção do cuidador, reconhecem 
alguns objetos de sua convivência, brincam com as mãos, pés, 
roupas e brinquedos. 
Aos 6 meses, já iniciam o entendimento de seus próprios 
sentimentos, como a diferença entre sentir sede e a necessidade de 
afeto. Sentem o afastamento dos cuidadores. 
É esperado que o lactente se preocupe com ruídos altos, como o 
aspirador de pó, batidas ou com uma voz em tom severo. Passa a 
demonstrar preferência por determinadas pessoas, objetos ou 
lugares e muitas vezes chora quando outra criança chora. 
❖ Progressivamente o bebê vai desenvolvendo as preferências 
entre seus familiares, culminando com a ansiedade de 
separação, que acontece por volta dos 9 meses. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Aos 6 meses olha as coisas por perto, demonstra curiosidade e tenta 
obter coisas e objetos que estão fora de alcance. Começa a passar 
os objetos de uma mão para a outra. 
Aos 9 meses observa o caminho de algo que cai, procura coisas que 
vê alguém esconder, entende a brincadeira de esconde-esconde, 
coloca os objetos com facilidade na boca e pega pequenas coisas 
como cereais entre o polegar e o indicador. 
09-12 MESES 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Aos 9 meses os bebês começam a desenvolver as habilidades de se 
arrastar e engatinhar na direção daquilo em que voluntariamente 
têm interesse. 
Aos 10 meses caminham com o apoio de um adulto, sustentando o 
corpo nas próprias pernas. Aos 11 meses conseguem ficar em pé 
por seus próprios meios, e aos 12 meses deambulam se conduzidos 
pela mão. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Os bebês começam a silenciar quando existe um interlocutor e 
esperam para responder com vocalizações quando seus parceiros 
param de conversar. 
Aos 9 meses mostram objetos e respondem de forma efetiva com o 
movimento de cabeça quando não querem algo; aos 10 meses 
buscam objetos e levantam os braços para serem colhidos; aos 11 
meses mostram, compartilham e começam a responder de forma 
motora a situações sociais como abanar com a mão. Aos 12 meses 
apontam com a mão aberta na direção do objeto e o tocam. 
Nessa fase a capacidade da criança de comunicação é mais 
importante que uma vocalização explícita. Algumas crianças, no 
final desse período, aos 12 meses, falam palavras singulares, que 
muitas vezes parecem representar o significado de toda uma 
sentença – conhecido como período holográfico. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Os bebês preocupam-se muito com o cuidador principal, podendo 
ter medo de outras pessoas que não fazem parte de seu cotidiano 
e mostrar-se muito reservados em situações novas. 
Já com 12 meses comunicam melhor suas emoções, mostrando 
claramente seu estado anímico e também um gradiente de resposta 
emocional diante de diversas situações, respondendo com 
intensidade positiva/negativa. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Aos 12 meses o bebê explora as coisas de maneiras diferentes, 
como sacudir, bater e jogar. Olha para a imagem ou objeto certo 
quando é nomeado, imita gestos, começa a usar as coisas 
corretamente, bate duas coisas juntas, coloca e tira as coisas de 
uma caixa, deixa as coisas correrem sem ajuda, cutuca com o dedo 
indicador e segue instruções simples como “pegue o brinquedo”. 
12-18 MESES 
12 meses é uma idade formativa e transicional. Alguns 
comportamentos apresentados nessa fase só vão adquirirmaior 
organização aos 15 meses e se consolidar aos 18, quando outros 
marcos se manifestam em sua forma inicial. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
A principal aquisição é a marcha. Aos 12 meses a criança assume a 
posição ereta e se sustenta sobre seus pés. Aos 15 meses, já prefere 
caminhar ereta, interagindo mais com o ambiente que a cerca. 
Consegue segurar objetos pequenos com precisão e facilidade. 
Nessa idade, já consegue articular a coordenação visomotora com a 
habilidade de preensão e soltura voluntária. 
 
 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Aos 12 meses, a criança já compreende e reconhece boa parte das 
situações e objetos que fazem parte de seu cotidiano. Embora sua 
fala inclua apenas 2-3 palavras com significado, ela já compreende 
ordens ou solicitações simples, além de olhar corretamente para os 
objetos indicados pelos pais ou mesmo apontá-los para especificar 
o que deseja. 
Aos 15 meses a criança fala 4-6 palavras incluindo nomes, usando 
um jargão mais rico e elaborado. Aos 18 meses a linguagem da 
criança se aprimora, seu jargão se mostra correlato à maior 
percepção das pessoas e de eventos de sua rotina diária e seu 
vocabulário se amplia (em torno de 50 palavras). 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Nesse período a criança gosta de entregar coisas aos outros como 
brincadeira, pode ter acessos de raiva quando frustrada, tem medo 
de estranhos, demonstra afeto por pessoas conhecidas, pode se 
apegar aos cuidadores em novas situações, mostra aos outros algo 
interessante e explora sozinha com os pais em vigilância. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Mostra interesse em uma boneca ou bicho de pelúcia fingindo 
alimentá-los, aponta para uma parte do corpo, rabisca sozinho, 
pode seguir comandos verbais de 1 passo. 
18-24 MESES 
O período que se inicia a partir dos 18 meses deve ser visto com 
especial atenção, pois possíveis atrasos na comunicação e 
desenvolvimento da linguagem, assim como atrasos leves no 
desenvolvimento motor, podem ser melhor observados nessa fase. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Com 18 meses, as crianças já conseguem andar com segurança e 
até dar pequenas corridas, além de conseguirem subir e descer 
degraus baixos e se sentarem em cadeiras pequenas. 
A partir dos 2 anos, evoluções motoras importantes costumam ser 
observadas: a criança já é capaz de ficar na ponta dos pés, chutar e 
lançar bolas sem ajuda, aprende a correr, subir escadas, escalar, 
pular e abrir maçanetas e começa a tirar sozinha algumas peças de 
roupa. 
Em relação à coordenação, consegue copiar grosseiramente 
desenhos de círculos e linhas horizontais, manifesta preferência 
pelo uso de uma das mãos e segue ordens com 2 comandos 
diferentes. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Próximo aos 2 anos, já estão usando entre 50-200 palavras e 
formando frases com 1 substantivo e 1 verbo. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Aos 18 meses a criança começa a obedecer a ordens simples e, 
quando solicitada, reconhece e aponta fotos, pessoas e partes do 
corpo, assim como o nome de objetos familiares. Aos 2 anos se 
chama pelo nome, completa frases e começa a diferenciar cores, 
formas e animais. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Um marco importante da criança entre 1-24 meses é o aprendizado 
do sentimento de posse, quando passa a entender o conceito de 
“meu” e “não” e a repetir frequentemente essas palavras no dia a 
dia. Nesse contexto, costuma brincar sozinha e com mais de um 
brinquedo ao mesmo tempo, embora aceite a companhia de outras 
crianças para brincar. 
Ao mesmo tempo que podem demonstrar um comportamento 
desafiador, iniciando comportamentos de birra, crianças nessa faixa 
etária começam a demonstrar vergonha, culpa ou tristeza após a 
transgressão de uma regra. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
As crianças já encontram as coisas mesmo quando escondidas sob 
2 ou 3 tampas, começam a classificar formas e cores, completam 
frases e rimas em livros já familiares, brinca de jogos simples de faz 
de conta, segue instruções de 2 etapas, e nomeia itens em um livro 
de imagens. 
02-03 ANOS 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
A criança corre e bate numa bola sem perder o equilíbrio, tenta se 
equilibrar num só pé, sobe escadas alternando movimentos de 
MMII, colocando um pé de cada vez no degrau, consegue se manter 
em pé sobre uma única perna, salta no mesmo local com ambos os 
pés e consegue andar de triciclo. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Estabelece relações entre objetos e palavras, amplia o tempo de 
atenção e concentração, aprimora a percepção auditiva e visual, 
segue as instruções com 2 ou 3 etapas, pode citar coisas mais 
familiares, fala o primeiro nome, idade e sexo, nomeia um amigo, diz 
alguns plurais, fala bem o suficiente para que estranhos o entendam 
na maior parte do tempo e mantém uma conversa usando 2-3 frases. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Imita adultos e amigos, demonstra afeto pelos amigos sem precisar 
ser estimulado, demonstra preocupação por um amigo chorando, 
compreende a ideia de “meu”, “dele” ou “dela”, mostra uma ampla 
gama de emoções, separa-se facilmente da mãe e do pai e pode ficar 
chateado com grandes mudanças na rotina. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Consegue usa brinquedos com botões, alavancas e peças moveis, 
brinca de faz de conta e monta quebra cabeça com 3 ou 4 peças. 
Entende que o que “2” significa, copia um círculo com lápis, vira as 
páginas do livro uma de cada vez, parafusa, desparafusa as tampas 
do frasco ou gira a maçaneta da porta. 
03-06 ANOS 
Nesse momento, a formação de novas sinapses reduz o ritmo nas 
áreas de broca (responsável pela linguagem), giro angular 
(expressão verbal), córtex visual (visão) e córtex auditivo (audição) 
e torna-se mais intensa no córtex pré-frontal, responsável por 
funções cognitivas mais elevadas. 
É o estágio do pensamento representativo, quando a criança 
começa a gerar representações da realidade no próprio 
pensamento, possibilitando a aprendizagem da fala e as 
brincadeiras de “faz de conta”. 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Aos 4 anos sobe e desce escadas alternando os pés, salta sobre um 
pé e consegue lançar uma bola, tendo maior controle dos 
movimentos. Desenha uma figura humana simples (garatuja 
nomeada), o controle vesical diurno e o anal estão consolidados e o 
vesical noturno em consolidação. 
Aos 5 anos, pula e pega uma bola arremessada e salta 
alternadamente sobre cada pé. Copia um triângulo, desenha uma 
pessoa em 6 partes e usa a tesoura. 
Aos 6 anos anda em linha reta usando toda a superfície do pé. A 
lateralidade está definida e consegue escrever o próprio nome e 
está apta a comer sozinha com uma colher. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
Nessa fase lembra, conta historinhas e responde perguntas simples. 
Entre 4-5 anos, a criança adquiriu um vocabulário alargado, 
constituído de 1.500-2.000 palavras, manifestando um grande 
interesse pela linguagem. 
Apresenta grande curiosidade e faz muitas perguntas, gostando de 
contar e inventar histórias, usando conjunções e compreendendo 
preposições. 
Entre 5-6 anos aprecia conversar durante as refeições, realizando 
muitos questionamentos (fase dos “porquês?”) e utiliza 
corretamente o plural, os pronomes e tempos verbais. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Procura constantemente testar o poder e o limite dos outros e pode 
ter amigos imaginários com grande capacidade de fantasiar. A 
criança entre 5-6 anos consegue seguir bem as instruções e aceita 
supervisão. Está mais calma, não é tão exigente nas relações, gosta 
de copiar os adultos e tem maior sensibilidade às necessidades e 
sentimentos dos outros. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
A mãe ainda é o centro do mundo, e a criança receia perdê-la, 
podendo apresentar medos e certa ansiedade de separação. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Reconhece todas as cores, números, entende conceitos de antes e 
depois, em cima e embaixoe conceitos de tempo. Conhece as 
diferenças de sexo e começa a interessar-se por saber de onde vêm 
os bebês. Consegue assegurar sua higiene com autonomia. 
❖ Pode escrever algumas letras ou números, copia um triângulo 
e outras formas geométricas e entende sobre coisas usadas no 
dia a dia, como dinheiro e comida. 
06-10 ANOS 
DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Conseguem pular e arremessar, equilibram-se em um pé sem olhar, 
andam em uma barra de 5cm de largura, pulam sobre um pé só e 
saltam com precisão dentro de um quadrado, têm força de preensão 
de aproximadamente 5kg, executam saltos rítmicos e alternados, 
correm a uma velocidade de 4m/s, arremessam bola a 12m de 
distância e saltam a uma distância de 1,2m. 
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO 
As crianças são capazes de compreender, interpretar e se fazerem 
entendidas com muito mais habilidades, inclusive na linguagem 
escrita. O vocabulário aumenta substancialmente, e as crianças 
atribuem vários significados a uma mesma palavra. 
As crianças são capazes de compreender figuras de linguagem, como 
alegorias e metáforas. A maior habilidade da linguagem nessa fase 
escolar é o pragmatismo. 
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 
Aprendem valores próprios da sua cultura, crescendo em 
competência, aprimorando a capacidade de dominar certas 
habilidades e realizar tarefas. 
Nesse momento percebe-se, de forma mais clara, a autoestima das 
crianças que tiveram adequadas relações com seus pares ao longo 
do tempo, amparadas pela atitude positiva dos pais e cuidadores, 
diante dos desafios diários ao longo de seu desenvolvimento. 
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Passa a ser capaz de realizar operações mentalmente e não mais 
depender apenas de ações físicas da inteligência sensório motora. 
Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, 
tanto os esquemas conceituais como as ações executadas 
mentalmente se referem, nessa fase, a objetos ou situações 
passíveis de serem manipulados ou imaginados de forma concreta, 
dependendo ainda de suas experiências objetivas para deduzir os 
resultados possíveis.

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