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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO A amamentação é importante à saúde do lactente sob o aspecto nutricional, imunológico, gastrintestinal, psicológico, do desenvolvimento e da interação entre mãe e filho (OMS, 2003). Com o intuito de prevenir a desnutrição precoce e reduzir a morbimortalidade infantil, a OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) até o 6º mês de vida e sua complementação até os 02 anos de idade ou mais. ❖ Estudos demonstram que o AME até o 6º mês de vida pode evitar mais de 1,3 milhão de mortes ao ano de crianças com menos de 5 anos de idade nos países em desenvolvimento. A amamentação traz inúmeros benefícios, integrados com a minimização de risco para desenvolver DCV, DM, câncer antes dos 15 anos de idade e sobrepeso/obesidade. ❖ O efeito protetor do leite materno contra o sobrepeso/obesidade é de crescente importância em virtude do problema da obesidade infantil em todas as regiões do mundo. A lactação faz solicitações fisiológicas nutricionais expressivas à mãe. Nessa fase é importante considerar a possibilidade de diversos medicamentos, nicotina, álcool e outras substâncias a serem eliminados pela secreção láctea, o que pode prejudicar o recém- nascido. Doenças virais também podem ser transmitidas pelo leite materno, como AIDS e infecções causadas pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1. A IgA é imunoglobulina com maior capacidade protetora contra ambos os tipos de doenças (gastrintestinais e respiratórias), por sobreviver às mucosas intestinal e respiratória. O leite materno também possui outras Ig, anticorpos, oligossacarídeos, lipídeos, peptídeos bioativos, entre outros constituintes exclusivos com mecanismos específicos que, além da proteção contra essas doenças, estimulam o desenvolvimento do sistema imune do lactente. Assim, nenhum outro leite possui essas propriedades e podem até ser a causa destas doenças. IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MA TERNO Já está devidamente comprovada, por estudos científicos, a superioridade do leite materno sobre os leites de outras espécies. São vários os argumentos em favor do aleitamento materno. MORTES INFANTIS No leite materno existem fatores que protegem contra infecções, o que contribui para que ocorram menos mortes entre as crianças amamentadas. ❖ Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníveis. ❖ Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança. A amamentação previne mais mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico. Estudos demonstram que a amamentação na primeira hora de vida pode ser um fator de proteção contra mortes neonatais. DIARREIA Há fortes evidências de que o leite materno protege contra diarreia, principalmente em crianças mais pobres. É importante destacar que essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo. Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia quando comparadas com as amamentadas. ❖ O bebê recebe células de defesa, anticorpos, lisozimas, lactoferrina e outros defensores através da mama -> esses defensores atuam no combate aos vírus e bactérias que ameaçam o bebê. CONTRA INFECÇÕES Durante a infância, benefícios em curto prazo da amamentação estão bem estabelecidos e incluem a diminuição do risco de gastroenterites, infecções de vias aéreas (pneumonia, OMA), septicemia, meningites bacterianas, ITU e enterocolite necrotizante. ❖ O leite humano é uma alimentação segura que protege os RN contra a enterocolite necrotizante, por ter em sua composição fatores nutricionais e abundância de fatores imunológicos e imunomoduladores, que favorecem a maturação do tubo digestório e conferem proteção ativa e passiva contra microrganismos patogênicos. ALERGIAS Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes. O leite humano maduro apresenta a menor concentração de proteínas entre os mamíferos. APG 24 - ALEITAMENTO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ As proteínas do soro humano são constituídas principalmente de alfalactoalbumina humana, enquanto a proteína dominante no leite bovino é a betalactoglobulina, que não está presente no leite humano e é a principal proteína responsável pelo desenvolvimento da alergia à proteína do leite de vaca. HAS, COLESTEROL ALTO E DM Há evidências sugerindo que o aleitamento materno apresenta benefícios em longo prazo. A OMS publicou importante revisão sobre evidências desse efeito -> essa revisão concluiu que os indivíduos amamentados apresentaram PAS e PAD mais baixas (- 1,2mmHg e -0,5mmHg, respectivamente), níveis menores de colesterol total (-0,18mmol/L) e risco 37% menor de apresentar DM2. Não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes, mas também a mulher que amamenta -> foi descrita uma redução de 15% na incidência de DM2 para cada ano de lactação. ❖ Atribui-se essa proteção a uma melhor homeostase da glicose em mulheres que amamentam. A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos 4 meses) é considerada um importante determinante do DM1, podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%. ❖ DM1 -> os possíveis mecanismos de proteção do leite materno incluem a imunidade passiva fornecida pela IgA. Há também a hipótese da capacidade diabetogênica do leite de vaca, pois a beta-lactoglobulina tem sido implicada como um possível disparador do defeito imune que leva ao DM1. OBESIDADE A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido amamentadas. ❖ Na revisão da OMS sobre evidências do efeito do aleitamento materno em longo prazo, os indivíduos amamentados tiveram uma chance 22% menor de vir a apresentar sobrepeso/obesidade. ❖ É possível também que haja uma relação dose/resposta com a duração do aleitamento materno, ou seja, quanto maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso/ obesidade. Entre os possíveis mecanismos implicados a essa proteção, encontram-se um melhor desenvolvimento da auto-regelação de ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a composição única do leite materno participando no processo de “programação metabólica”, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho das células gordurosas ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. Foi constatado que o leite de vaca altera a taxa metabólica durante o sono de crianças amamentadas, podendo esse fato estar associado com a “programação metabólica” e o desenvolvimento de obesidade. NUTRIÇÃO Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros 6 meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no 2º ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA (QI) Há evidências de que o aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudosconclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Uma das primeiras evidências científicas que reforçam o conceito de programação é o conhecimento de que a 1ª nutrição afeta o desenvolvimento cerebral, ou seja, o uso do leite humano na nutrição neonatal tem efeito positivo sobre o desenvolvimento cognitivo. É importante ressaltar que os prematuros nascem em um momento de rápido crescimento cerebral e os nutrientes presentes no leite humano, como a taurina, o colesterol, aminoácidos, açúcares e os ácidos graxos de cadeia longa, o DHA e ARA, são vitais para o crescimento ótimo do cérebro dos RN. DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE BUCAL O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é muito importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária. Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre com o uso de chupetas e mamadeiras, o assoalho da cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho do espaço reservado para a passagem do ar, prejudicando a respiração nasal. ❖ Assim, o desmame precoce pode levar à ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado, podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons da fala, ocasionar má-oclusão dentária, respiração bucal e alteração motora- oral. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA VÍNCULO AFETIVO ENTRE MÃE E FILHO Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de proteção na criança e de autoconfiança e de realização na mulher. ❖ Amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança. CRESCIMENTO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal -> constitui um dos indicadores de saúde da criança, sendo influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais). O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, estatura e do IMC na Caderneta de Saúde da Criança -> o conjunto das curvas da OMS é um instrumento tecnicamente robusto e representa a melhor descrição existente do crescimento físico para crianças <05 anos. A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças os seguintes gráficos: ❖ PC (0-02 anos). ❖ Peso para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 anos). ❖ Comprimento/estatura para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 anos). ❖ IMC para a idade (0-02, 02-05 e de 05-10 anos). Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ! A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso x comprimento para <02 anos e peso x altura para >02 anos. IMC -> o cálculo deverá ser realizado a partir da seguinte fórmula, após realizada a mensuração de peso e altura ou de comprimento da criança. CONDUTAS PARA SITUAÇÕES DE DESVIO DE CRESCIMENTO SOBREPESO/OBESIDADE ❖ Verificar a existência de erros alimentares, identificar a dieta da família e orientar a mãe/cuidador a administrar à criança uma alimentação mais adequada. ❖ Verificar atividades de lazer das crianças. ❖ Encaminhar a criança para o Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. ❖ Realizar a avaliação clínica da criança. MAGREZA/BAIXO PESO PARA A IDADE Para crianças <02 anos: ❖ Investigar possíveis causas, com atenção especial para o desmame. ❖ Orientar a mãe sobre alimentação complementar adequada para a idade. ❖ Se a criança não ganhar peso, solicitar acompanhamento pelo Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. ❖ Orientar o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias. Para crianças >02 anos: ❖ Investigar possíveis causas, com atenção especial para alimentação, intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. ❖ Tratar as intercorrências clínicas, se houver. ❖ Solicitar acompanhamento no Nasf. ❖ Encaminhar a criança para o serviço social, se necessário. ❖ Orientar a família para que a criança realiza nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. MAGREZA ACENTUADA OU PESO MUITO BAIXO PARA A IDADE ❖ Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. ❖ Trate as intercorrências clínicas, se houver. ❖ Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. ❖ Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível. ❖ Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliar a evolução (física e mental) em toda consulta é parte obrigatória da semiologia infantil. O crescimento é definido pelo aumento linear contínuo, mas não constante, das estruturas que compõem e é resultante da interação de fatores intrínsecos ou orgânicos. Embora a informação genética defina as características físicas de cada indivíduo, os fatores extrínsecos e intrínsecos interferem na tradução da mensagem genética, podendo comprometer o potencial de crescimento. ❖ Essa interferência é maior ou menor conforme o tempo e a intensidade do agravo e da fase de desenvolvimento do indivíduo. Evidências científicas mostram que até 20% dos genes são influenciados pela herança genética; os outros 80% são influenciados pelo estilo de vida, principalmente a nutrição. Fatores Extrínsecos -> a alimentação é o fator que está mais diretamente relacionado com o crescimento. A privação/excesso de alimentos pode levar a dezenas de distúrbios. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Fatores Intrínsecos -> podem ser: ❖ Pré-concepcionais ou genéticos -> fisiológicos/patológicos, com ou sem alteração cromossômica. ❖ Pré-concepcionais -> hormonais. Alguns hormônios devem ser lembrados como influentes nas 4 fases do crescimento: ❖ Crescimento intrauterino -> insulina, lactogênico placentário (ação semelhante à do hormônio do crescimento hipofisário – GH), somatotrofina coriônica e somatomedinas. ❖ Fase de lactente -> os hormônios tireoidianos são os mais importantes, associados à insulina e ao GH. ❖ Fase pré-puberal -> a ação fisiológica mais importante é a do GH. ❖ Fase puberal -> depende do aumento dos esteroides sexuais, GH e somatomedinas. Os agravos das alterações nutricionais (desnutrição e obesidade) justificam a avaliação da condição nutricional em toda consulta, independentemente de seu motivo, para identificar, pacientes com risco ou distúrbio alimentar e planejar o suporte nutricional mais adequado. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO A média da velocidade de crescimento (VC) do feto é de 1,2-1,5 cm/semana, mas apresenta grandes variações. A VC no meio da gestação é de 2,5 cm/semana e diminui para quase 0,5 cm/semana logo antes do nascimento. O final da gestação é caracterizado, portanto, por baixa VC e intenso ganho ponderal. ANTROPOMETRIA Para a avaliação do crescimento físico, utiliza-se a antropometria com as seguintes medidas: Fundamentais -> peso e estatura/altura. Acessórias:❖ Circunferências (braço, perna, cintura, abdominal). ❖ Comprimento superior do braço (CSB), da tíbia (CT) e do membro inferior a partir do joelho (CJ). ❖ Diâmetros (bicrista, biacrômio). ❖ Envergadura. ❖ Fontanelas. ❖ Perímetros cefálico (PC), torácico (PT) e abdominal (PA). ❖ Pregas cutâneas (tricipital, subescapular, suprailíaca, abdominal). ❖ Segmento superior (SS) e inferior (SI). O crescimento infantil é um processo dinâmico e deve ser quantificado mediante múltiplas medidas, conforme idade, sexo e a fase do crescimento. Na avaliação dinâmica do crescimento, são comparados os dados extraídos em determinado momento com os das curvas de crescimento já padronizadas. ! As medidas de peso, comprimento e perímetros cefálico, torácico e abdominal devem ser realizadas mensalmente até os 2 anos de idade. Peso -> fácil obtenção e alta sensibilidade durante os agravos nutricionais agudos e crônicos. A pesagem precisa ser feita com a criança despida, até 24 meses e com roupas leves nas crianças maiores, sendo posicionada de modo que o peso seja igualmente distribuído pela balança. ❖ Crianças maiores de 02 anos ou adolescentes devem ser pesados em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, e descalços. Peso de nascimento de um RN a termo -> 3.300g (3000-3500g). ❖ 05 meses -> dobra o peso. ❖ 01 ano -> triplica o peso. ❖ 02 anos -> quadriplica o peso. Aumento ponderal médio do peso em trimestre, no 1º ano: ❖ 1º trimestre -> 700g/mês (25-30g/dia). ❖ 2º trimestre -> 600g/mês (20g/dia). ❖ 3º trimestre -> 500g/mês (15g/dia). ❖ 4º trimestre -> 300g/mês (10g/dia). ! Nos primeiros dias, o RN pode perder até 10% do peso de nascimento, que deverá ser recuperado até o 10º dia de vida. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Em algumas condições adversas (congênitas ou adquiridas), a falta de um segmento corpóreo pode modificar a estimativa do peso ideal; nestas, pode ser necessária a utilização de regras que possibilitem calcular novas referências. Estatura -> reflete o estado nutricional atual e pregresso e sofre alteração e recuperação mais lentas. O comprimento ao nascer é, em média, de 50cm (49-55cm). Estatura compreende o comprimento (medido com o indivíduo deitado) e a altura (medida com o indivíduo em pé). O comprimento é utilizado para crianças até 2-3 anos, medido com régua antropométrica horizontal, graduada em cm e mm, com haste fixa junto à graduação 0 e, na parte oposta, um cursor que desliza sobre a escala milimetrada. ❖ Mantém-se o ápice da cabeça apoiado no anteparo vertical fixo da régua, e os MMII devem ser mantidos em extensão e juntos, com a planta dos pés apoiada no anteparo vertical móvel. Para a altura, utiliza-se estadiômetro vertical com um esquadro móvel (de madeira ou de metal), graduado em mm, que corre paralelamente ao plano vertical e forma um ângulo de 90º. ! A diferença da medida do comprimento (deitado) em relação à altura (em pé) é em média de 0,5 cm e tem pouco impacto na avaliação antropométrica individual. Em crianças de 2-12 anos com limitações físicas, pode-se estimar a estatura por meio das medidas de comprimento superior do braço (CSB), comprimento tibial (CT) ou comprimento do membro inferior a partir do joelho (CJ) -> as medidas desses segmentos possibilitam estimar a estatura com a utilização de equações propostas por Stevenson. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR Não há dúvidas quanto à necessidade de identificar precocemente os desvios do desenvolvimento infantil e de buscar a intervenção adequada no início da vida, aproveitando a neuroplasticidade e uma melhor janela de oportunidades. ❖ Esses conceitos mais atuais promovem uma mudança do sistema de saúde, passando de cuidados em doença para um modelo de cuidados em saúde/bem-estar, com a prevenção e a intervenção precoce como diretrizes mais concretas. A avaliação deve ser feita de acordo com cada marco do desenvolvimento e com a faixa etária. Caso aconteça falha em alcançar algum marco, deve-se antecipar a consulta seguinte e iniciar investigação quanto à situação ambiental e à relação da criança com os pais ou cuidadores. ❖ A persistência de atrasos do desenvolvimento por mais de 2 consultas ou a ausência do marco esperado para aquela fase indicam a necessidade de avaliação aprofundada e do encaminhamento para maior complexidade ou para uma avaliação profissional específica, para que se inicie uma estimulação precoce. 0-02 MESES DESENVOLVIMENTO MOTOR Ao nascimento, o padrão motor da criança é imaturo, com predominância do tônus flexor dos membros associado a uma hipotonia axial, preensão palmar reflexa e o reflexo da sucção. ❖ A avaliação do desenvolvimento dos reflexos permite ao pediatra determinar a integridade do SNC de acordo com a expectativa relacionada à idade cronológica da criança. Esses reflexos estão presentes em todos os RN a termo, sendo considerados fisiológicos nos primeiros meses de vida. ❖ Sua ausência inicial ou permanência tardia sugere alterações patológicas que merecem ser investigadas. Os principais reflexos a serem analisados são: ❖ Preensão palmar. ❖ Preensão plantar. ❖ Reflexo cutâneo-plantar. ❖ Reflexo de Moro; Maria Luiza Sena – Med XIV FASA ❖ Reflexo tônico-cervical (reflexo do esgrimista ou reação de Magnus-Kleijn). ❖ Reflexo da marcha reflexa. ❖ Reflexo da procura ou voracidade. No 1º mês, o pediatra deve avaliar a postura de flexão de membros superiores e inferiores e a lateralização da cabeça. Ao longo do 2º mês, observar a movimentação ativa dos membros superiores e inferiores e a abertura espontânea das mãos em alguns momentos. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO No 1º mês, a única forma de comunicação é o choro alto e repetido, associado às necessidades primárias do bebê. No 2º mês, a criança começa a emitir alguns sons que não o choro. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL A criança interage com o outro desde os primeiros momentos de vida. É um ser social e depende do outro para sobreviver. Seu objetivo principal é atingir o controle homeostático com o ambiente, e aos poucos ele vai se tornando alerta e consciente sobre o responsável pelos seus cuidados. O sorriso social inicia-se entre o 1º e 2º mês de vida. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Começa a prestar atenção aos rostos, a seguir as coisas com os olhos e a reconhecer as pessoas a distância. 02-04 MESES DESENVOLVIMENTO MOTOR Após 2 meses observa-se grande avanço no aperfeiçoamento das habilidades motoras dos bebês. Os reflexos primitivos vão desaparecendo para dar lugar a um movimento mais intencional. O bebê deve ser capaz de manter a cabeça firme ao ser segurado pelo tronco, além de manter suas mãos abertas com mais frequência, e começa a estender a mão. Deitado de costas, o lactente, aos 2 meses, deve manter sua cabeça na linha média, em alinhamento com o tronco. Na posição de bruços, a musculatura cervical mantém a cabeça elevada em 45º por um momento breve, com os cotovelos posteriores às orelhas. Aos 4 meses, ao ser puxado pelos braços, a cabeça acompanha o movimento alinhada com o tronco, sem pender para trás. De bruços, o bebê mantém a cabeça elevada por muito tempo, em um ângulo de 90º, com os cotovelos alinhados com as orelhas. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO A produção verbal aos 2 meses já esboça um som de vogal, e pode- se perceber o bebê brincando com os próprios sons produzidos. Aos 4 meses o lactente já reconhece os diversos padrões sonoros, como repreensão ou elogios por parte do cuidador, respondendo com mudança da fisionomia para alegria ou tristeza. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL O bebê já apresenta reciprocidade afetiva, vista pelo sorriso social, ao ser estimulado. Ele olha direta e demoradamente para a mãe ao ser amamentado, reage positivamenteao ser estimulado, sorrindo e emitindo grunhidos, demonstra satisfação nas atividades prazerosas, como aninhar-se ao corpo do cuidador. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO O bebê repete comportamentos que lhe pareçam agradáveis, ainda está focado em descobertas do seu próprio corpo, como chupar o dedo, colocar objetos na boca, ouvir os próprios sons, apertar as próprias mãos, responde ao afeto, pega o brinquedo com uma mão, usa as mãos e os olhos juntos, segue coisas em movimento com os olhos de um lado para o outro, observa rostos e reconhece pessoas familiares e coisas a distância. 04-06 MESES Nesse momento do desenvolvimento são mais serenos, pacíficos, sem cólicas, sorrindo com mais frequência, iniciando um interesse maior pelo rosto humano, com os MMSS, MMII e a cabeça mais em linha média, fixando mais o olhar, melhor controle do tônus cervical, explorando os movimentos e objetos, ou seja, já vendo e percebendo um mundo a sua volta. DESENVOLVIMENTO MOTOR A criança já consegue segurar objetos e quando está em decúbito ventral levanta a cabeça de forma firme, apoiando-se nos antebraços. Apresenta postura simétrica, mãos abertas, reflexo palmar já praticamente ausente e brinca com as duas mãos. Aos 6 meses apresenta mudança de posição de forma ativa (o bebê já rola com facilidade) e consegue levar objetos sozinha à boca. Consegue sentar, apoiando-se para a frente com as mãos ou um apoio, sustenta o peso com MMII, agarra o cubo com as mãos, tenta pegar objetos pequenos e brinca com os pés. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Em relação aos reflexos primitivos -> os reflexo da procura ou voracidade e de preensão palmar a partir dos 4 meses desaparecem, e os movimentos vão se tornando voluntários. ❖ O reflexo de Moro começa a desaparecer e persiste até no máximo os 6 meses de vida. ❖ O tônico-cervical persistente nessa idade já representa uma possível lesão cerebral grave. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Aos 4 meses a criança emite alguns sons, vocaliza socialmente, grita e sorri. Aos 6 meses, consegue emitir sílabas isoladas, com combinação de consoante e vogal, e consegue obter a localização da fonte sonora. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Nessa etapa há um aumento da reciprocidade social entre a criança e o cuidador. Os bebês são agora capazes de antecipar a intenção do cuidador e acompanham seus movimentos. Com 6 meses manifestam expectativa do horário de comer, sentem o afastamento dos cuidadores, sorriem quando estimulados de forma ativa e intencional, bem como se decepcionam ao ser frustrados, fazendo caretas ou chorando. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Demonstra estar feliz/triste, responde ao afeto de forma mais adequada, usa as mãos e os olhos juntos, como ver um brinquedo e estender a mão para pegá-lo, observa rostos de perto e reconhece coisas a distância. 06-09 MESES A 2ª fase do 1ª ano de vida da criança é marcada por mudanças muito rápidas. As relações de troca com o adulto surgem mais frequentemente e seguem modificando a arquitetura cerebral. DESENVOLVIMENTO MOTOR Após os 6 meses, o bebê consegue sentar-se sozinho, sem ajuda ou com mínimo suporte de um adulto. Percebe a forma e a textura das coisas, sendo capaz de levar pedaços de alimentos à boca. A criança tenta se locomover, às vezes apenas balançando o corpo para a frente e para trás com os 4 membros no solo, com o tronco e a cabeça elevados ou até mesmo rastejando. Já é capaz de virar de prono para supino e vice-versa, usando o rolar como forma de locomoção por volta de 8 meses. Aprende a transferir-se de deitado para sentado com apoio. Alguns lactentes, com 9 meses, conseguem engatinhar ou ficar de pé com apoio e se deslocam de um lado para o outro. ! Nessa fase, a criança rola em todas as direções, inclusive durante o sono, o que requer muita atenção por parte de seus cuidadores. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Após os 6 meses, a criança passa a reconhecer seu nome e se vira para tentar encontrar a origem de algum som mais chamativo. Alguns sons específicos, como o do telefone, assim como o som que representa o nome de objetos ou ações (cachorro, gato, bola, tchau), também são aprendidos. ❖ O lactente imita muitos sons, e sons específicos mais parecidos com palavras que balbucios. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL As pessoas ainda são mais interessantes que objetos. Os bebês são agora capazes de compreender-se como um ser separado da mãe e do mundo, passam a perceber a intenção do cuidador, reconhecem alguns objetos de sua convivência, brincam com as mãos, pés, roupas e brinquedos. Aos 6 meses, já iniciam o entendimento de seus próprios sentimentos, como a diferença entre sentir sede e a necessidade de afeto. Sentem o afastamento dos cuidadores. É esperado que o lactente se preocupe com ruídos altos, como o aspirador de pó, batidas ou com uma voz em tom severo. Passa a demonstrar preferência por determinadas pessoas, objetos ou lugares e muitas vezes chora quando outra criança chora. ❖ Progressivamente o bebê vai desenvolvendo as preferências entre seus familiares, culminando com a ansiedade de separação, que acontece por volta dos 9 meses. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Aos 6 meses olha as coisas por perto, demonstra curiosidade e tenta obter coisas e objetos que estão fora de alcance. Começa a passar os objetos de uma mão para a outra. Aos 9 meses observa o caminho de algo que cai, procura coisas que vê alguém esconder, entende a brincadeira de esconde-esconde, coloca os objetos com facilidade na boca e pega pequenas coisas como cereais entre o polegar e o indicador. 09-12 MESES DESENVOLVIMENTO MOTOR Aos 9 meses os bebês começam a desenvolver as habilidades de se arrastar e engatinhar na direção daquilo em que voluntariamente têm interesse. Aos 10 meses caminham com o apoio de um adulto, sustentando o corpo nas próprias pernas. Aos 11 meses conseguem ficar em pé por seus próprios meios, e aos 12 meses deambulam se conduzidos pela mão. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Os bebês começam a silenciar quando existe um interlocutor e esperam para responder com vocalizações quando seus parceiros param de conversar. Aos 9 meses mostram objetos e respondem de forma efetiva com o movimento de cabeça quando não querem algo; aos 10 meses buscam objetos e levantam os braços para serem colhidos; aos 11 meses mostram, compartilham e começam a responder de forma motora a situações sociais como abanar com a mão. Aos 12 meses apontam com a mão aberta na direção do objeto e o tocam. Nessa fase a capacidade da criança de comunicação é mais importante que uma vocalização explícita. Algumas crianças, no final desse período, aos 12 meses, falam palavras singulares, que muitas vezes parecem representar o significado de toda uma sentença – conhecido como período holográfico. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Os bebês preocupam-se muito com o cuidador principal, podendo ter medo de outras pessoas que não fazem parte de seu cotidiano e mostrar-se muito reservados em situações novas. Já com 12 meses comunicam melhor suas emoções, mostrando claramente seu estado anímico e também um gradiente de resposta emocional diante de diversas situações, respondendo com intensidade positiva/negativa. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Aos 12 meses o bebê explora as coisas de maneiras diferentes, como sacudir, bater e jogar. Olha para a imagem ou objeto certo quando é nomeado, imita gestos, começa a usar as coisas corretamente, bate duas coisas juntas, coloca e tira as coisas de uma caixa, deixa as coisas correrem sem ajuda, cutuca com o dedo indicador e segue instruções simples como “pegue o brinquedo”. 12-18 MESES 12 meses é uma idade formativa e transicional. Alguns comportamentos apresentados nessa fase só vão adquirirmaior organização aos 15 meses e se consolidar aos 18, quando outros marcos se manifestam em sua forma inicial. DESENVOLVIMENTO MOTOR A principal aquisição é a marcha. Aos 12 meses a criança assume a posição ereta e se sustenta sobre seus pés. Aos 15 meses, já prefere caminhar ereta, interagindo mais com o ambiente que a cerca. Consegue segurar objetos pequenos com precisão e facilidade. Nessa idade, já consegue articular a coordenação visomotora com a habilidade de preensão e soltura voluntária. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Aos 12 meses, a criança já compreende e reconhece boa parte das situações e objetos que fazem parte de seu cotidiano. Embora sua fala inclua apenas 2-3 palavras com significado, ela já compreende ordens ou solicitações simples, além de olhar corretamente para os objetos indicados pelos pais ou mesmo apontá-los para especificar o que deseja. Aos 15 meses a criança fala 4-6 palavras incluindo nomes, usando um jargão mais rico e elaborado. Aos 18 meses a linguagem da criança se aprimora, seu jargão se mostra correlato à maior percepção das pessoas e de eventos de sua rotina diária e seu vocabulário se amplia (em torno de 50 palavras). DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Nesse período a criança gosta de entregar coisas aos outros como brincadeira, pode ter acessos de raiva quando frustrada, tem medo de estranhos, demonstra afeto por pessoas conhecidas, pode se apegar aos cuidadores em novas situações, mostra aos outros algo interessante e explora sozinha com os pais em vigilância. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Mostra interesse em uma boneca ou bicho de pelúcia fingindo alimentá-los, aponta para uma parte do corpo, rabisca sozinho, pode seguir comandos verbais de 1 passo. 18-24 MESES O período que se inicia a partir dos 18 meses deve ser visto com especial atenção, pois possíveis atrasos na comunicação e desenvolvimento da linguagem, assim como atrasos leves no desenvolvimento motor, podem ser melhor observados nessa fase. DESENVOLVIMENTO MOTOR Com 18 meses, as crianças já conseguem andar com segurança e até dar pequenas corridas, além de conseguirem subir e descer degraus baixos e se sentarem em cadeiras pequenas. A partir dos 2 anos, evoluções motoras importantes costumam ser observadas: a criança já é capaz de ficar na ponta dos pés, chutar e lançar bolas sem ajuda, aprende a correr, subir escadas, escalar, pular e abrir maçanetas e começa a tirar sozinha algumas peças de roupa. Em relação à coordenação, consegue copiar grosseiramente desenhos de círculos e linhas horizontais, manifesta preferência pelo uso de uma das mãos e segue ordens com 2 comandos diferentes. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Próximo aos 2 anos, já estão usando entre 50-200 palavras e formando frases com 1 substantivo e 1 verbo. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA Aos 18 meses a criança começa a obedecer a ordens simples e, quando solicitada, reconhece e aponta fotos, pessoas e partes do corpo, assim como o nome de objetos familiares. Aos 2 anos se chama pelo nome, completa frases e começa a diferenciar cores, formas e animais. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Um marco importante da criança entre 1-24 meses é o aprendizado do sentimento de posse, quando passa a entender o conceito de “meu” e “não” e a repetir frequentemente essas palavras no dia a dia. Nesse contexto, costuma brincar sozinha e com mais de um brinquedo ao mesmo tempo, embora aceite a companhia de outras crianças para brincar. Ao mesmo tempo que podem demonstrar um comportamento desafiador, iniciando comportamentos de birra, crianças nessa faixa etária começam a demonstrar vergonha, culpa ou tristeza após a transgressão de uma regra. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO As crianças já encontram as coisas mesmo quando escondidas sob 2 ou 3 tampas, começam a classificar formas e cores, completam frases e rimas em livros já familiares, brinca de jogos simples de faz de conta, segue instruções de 2 etapas, e nomeia itens em um livro de imagens. 02-03 ANOS DESENVOLVIMENTO MOTOR A criança corre e bate numa bola sem perder o equilíbrio, tenta se equilibrar num só pé, sobe escadas alternando movimentos de MMII, colocando um pé de cada vez no degrau, consegue se manter em pé sobre uma única perna, salta no mesmo local com ambos os pés e consegue andar de triciclo. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Estabelece relações entre objetos e palavras, amplia o tempo de atenção e concentração, aprimora a percepção auditiva e visual, segue as instruções com 2 ou 3 etapas, pode citar coisas mais familiares, fala o primeiro nome, idade e sexo, nomeia um amigo, diz alguns plurais, fala bem o suficiente para que estranhos o entendam na maior parte do tempo e mantém uma conversa usando 2-3 frases. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Imita adultos e amigos, demonstra afeto pelos amigos sem precisar ser estimulado, demonstra preocupação por um amigo chorando, compreende a ideia de “meu”, “dele” ou “dela”, mostra uma ampla gama de emoções, separa-se facilmente da mãe e do pai e pode ficar chateado com grandes mudanças na rotina. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Consegue usa brinquedos com botões, alavancas e peças moveis, brinca de faz de conta e monta quebra cabeça com 3 ou 4 peças. Entende que o que “2” significa, copia um círculo com lápis, vira as páginas do livro uma de cada vez, parafusa, desparafusa as tampas do frasco ou gira a maçaneta da porta. 03-06 ANOS Nesse momento, a formação de novas sinapses reduz o ritmo nas áreas de broca (responsável pela linguagem), giro angular (expressão verbal), córtex visual (visão) e córtex auditivo (audição) e torna-se mais intensa no córtex pré-frontal, responsável por funções cognitivas mais elevadas. É o estágio do pensamento representativo, quando a criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento, possibilitando a aprendizagem da fala e as brincadeiras de “faz de conta”. DESENVOLVIMENTO MOTOR Aos 4 anos sobe e desce escadas alternando os pés, salta sobre um pé e consegue lançar uma bola, tendo maior controle dos movimentos. Desenha uma figura humana simples (garatuja nomeada), o controle vesical diurno e o anal estão consolidados e o vesical noturno em consolidação. Aos 5 anos, pula e pega uma bola arremessada e salta alternadamente sobre cada pé. Copia um triângulo, desenha uma pessoa em 6 partes e usa a tesoura. Aos 6 anos anda em linha reta usando toda a superfície do pé. A lateralidade está definida e consegue escrever o próprio nome e está apta a comer sozinha com uma colher. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO Nessa fase lembra, conta historinhas e responde perguntas simples. Entre 4-5 anos, a criança adquiriu um vocabulário alargado, constituído de 1.500-2.000 palavras, manifestando um grande interesse pela linguagem. Apresenta grande curiosidade e faz muitas perguntas, gostando de contar e inventar histórias, usando conjunções e compreendendo preposições. Entre 5-6 anos aprecia conversar durante as refeições, realizando muitos questionamentos (fase dos “porquês?”) e utiliza corretamente o plural, os pronomes e tempos verbais. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Procura constantemente testar o poder e o limite dos outros e pode ter amigos imaginários com grande capacidade de fantasiar. A criança entre 5-6 anos consegue seguir bem as instruções e aceita supervisão. Está mais calma, não é tão exigente nas relações, gosta de copiar os adultos e tem maior sensibilidade às necessidades e sentimentos dos outros. Maria Luiza Sena – Med XIV FASA A mãe ainda é o centro do mundo, e a criança receia perdê-la, podendo apresentar medos e certa ansiedade de separação. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Reconhece todas as cores, números, entende conceitos de antes e depois, em cima e embaixoe conceitos de tempo. Conhece as diferenças de sexo e começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês. Consegue assegurar sua higiene com autonomia. ❖ Pode escrever algumas letras ou números, copia um triângulo e outras formas geométricas e entende sobre coisas usadas no dia a dia, como dinheiro e comida. 06-10 ANOS DESENVOLVIMENTO MOTOR Conseguem pular e arremessar, equilibram-se em um pé sem olhar, andam em uma barra de 5cm de largura, pulam sobre um pé só e saltam com precisão dentro de um quadrado, têm força de preensão de aproximadamente 5kg, executam saltos rítmicos e alternados, correm a uma velocidade de 4m/s, arremessam bola a 12m de distância e saltam a uma distância de 1,2m. DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E DA COMUNICAÇÃO As crianças são capazes de compreender, interpretar e se fazerem entendidas com muito mais habilidades, inclusive na linguagem escrita. O vocabulário aumenta substancialmente, e as crianças atribuem vários significados a uma mesma palavra. As crianças são capazes de compreender figuras de linguagem, como alegorias e metáforas. A maior habilidade da linguagem nessa fase escolar é o pragmatismo. DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL Aprendem valores próprios da sua cultura, crescendo em competência, aprimorando a capacidade de dominar certas habilidades e realizar tarefas. Nesse momento percebe-se, de forma mais clara, a autoestima das crianças que tiveram adequadas relações com seus pares ao longo do tempo, amparadas pela atitude positiva dos pais e cuidadores, diante dos desafios diários ao longo de seu desenvolvimento. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Passa a ser capaz de realizar operações mentalmente e não mais depender apenas de ações físicas da inteligência sensório motora. Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as ações executadas mentalmente se referem, nessa fase, a objetos ou situações passíveis de serem manipulados ou imaginados de forma concreta, dependendo ainda de suas experiências objetivas para deduzir os resultados possíveis.
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