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FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA CUIDADOR INFANTIL República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Sul de Minas Gerais Equipe Técnica Adriana Correia Almeida Marly Cristina Barbosa Ribeiro Professoras-autoras Clayton Silva Mendes Organizador Flávia Figueirêdo Revisora Natalia Bae Diagramadora Licença Creative Commons - CC BY SA https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/CCBYSA Material produzido com recursos do TED 10726 - Projeto Qualifica Mais Emprega Mais MEC/SETEC/IFSULDEMINAS. Informações e Contato: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - IFSULDEMINAS. Pró-Reitoria de Extensão. Coordenação-Geral do Pronatec/Novos Caminhos. Avenida Vicente Simões, nº 1.111 - Bairro Nova Pouso Alegre - Pouso Alegre/MG. CEP: 37553-465 E-mail: proex@ifsuldeminas.edu.br portal.ifsuldeminas.edu.br Apresentação O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) tem como objetivo ofertar educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com a prática pedagógica, visando promover o desenvolvimento social, tecnológico e econômico. Busca-se implementar os objetivos institucionais por meio de diversas ações educativas, entre elas as que promovam a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) à comunidade. A Formação Inicial e Continuada qualifica e prepara as pessoas para a vida produtiva e social, promovendo a inserção e reinserção de jovens e adultos para o mercado de trabalho. Neste sentido, inclui cursos de capacitação profissional, aperfeiçoamento e atualização profissional de trabalhadores em todos os níveis de escolaridade. Abrange cursos especiais, de livre oferta, abertos à comunidade, além de cursos de qualificação profissional integrados aos itinerários formativos do sistema educacional, presenciais e à distância. Este material foi estruturado numa construção de conhecimento que articula teoria e prática, com o objetivo de capacitar e mobilizar saberes empíricos (desenvolvidos ao longo da vida social, escolar e laboral), expandindo-os para que, assim, o futuro profissional possa atuar de maneira eficaz em situações concretas, tendo uma compreensão mais real e global do mundo do trabalho. Os métodos pedagógicos e as práticas de ensino terão o aluno como centro do processo educacional e sujeito ativo de sua própria aprendizagem. São propostas situações de ensino e de aprendizagem norteadas por objetivos específicos, os quais definem as práticas que o estudante precisa realizar para aprender e imprimir sentido à sua formação, fazendo com que ele exercite habilidades técnicas e obtenha capacidade de pensar criticamente. Nesse sentido, o IFSULDEMINAS reafirma seu compromisso de promover uma educação transformadora das realidades cultural, social, laboral, política e ética. Clayton Silva Mendes Coordenador-Geral Dados Internacionais de Catalogação na Publicação IFSULDEMINAS – Campus Passos Biblioteca Clarice Lispector A444c Almeida, Adriana Correia. Cuidador infantil [recurso eletrônico] / Adriana Correia Almeida, Marly Cristina Barvosa Ribeiro ; organizador Clayton da Silva Mendes. -- Passos : IFSULDEMINAS, 2022. 132 p. : il. Série: Cadernos IFSULDEMINAS FIC n. 6 ISBN: 978-65-89334-44-6 1. Cuidadores de crianças. 2. Crianças – Desenvolvimento. 3. Educação infantil. I. Ribeiro, Marly Cristina Barbosa. II. Mendes, Clayton da Silva, organizador. III. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (Campus Passos). IV. Título. CDD 370 Elaborada por Jussara Oliveira da Costa – CRB 6/2801 Bibliotecária IFSULDEMINAS – Campus Passos Sumário UNIDADE 1. O cuidador e a criança ........................................................... 11 1. Compreendendo a criança ................................................................ 11 2. O cuidador ........................................................................................ 14 3. Mercado de trabalho para o cuidador ............................................... 16 Atividades de aprendizagem ................................................................. 20 Referências bibliográficas .................................................................... 21 UNIDADE 2. Ética e a Garantia dos Direitos da Criança ............................. 23 1. O estatuto da criança e do adolescente – ECA ................................... 24 Atividades de aprendizagem ................................................................. 31 Referências bibliográficas .................................................................... 32 UNIDADE 3. Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil ............. 33 1. A psicologia e a inteligência ............................................................. 33 2. Estímulo e aprendizagem .................................................................. 35 Atividades de aprendizagem ................................................................. 40 Referências bibliográficas .................................................................... 41 UNIDADE 4. Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação ................................................................................. 43 1. Iniciando a nossa conversa: por que brincar é importante? ............... 43 2. Diferentes representações do lúdico: jogar, contar histórias e os fantoches ......................................................................................... 53 2.1 Os jogos.................................................................................................. 53 2.2 A contação de histórias e o faz de conta do teatro de fantoches .... 57 Atividade de aprendizagem .................................................................. 63 Referências bibliográficas .................................................................... 64 UNIDADE 5. Crescimento e desenvolvimento infantil e monitoramento do estado de saúde da criança ................................................................. 65 Introdução ........................................................................................... 65 1. Dados antropométricos .................................................................... 65 1.1 Antropometria ....................................................................................... 65 1.2 Como aferir as medidas nos primeiros meses de vida ....................... 66 1.3 Importância das consultas médicas .................................................... 67 2. Desenvolvimento normal da criança ................................................. 67 2.1 Desenvolvimento físico ........................................................................ 67 2.2 Desenvolvimento cognitivo ................................................................. 69 3. Calendário nacional de vacinação ..................................................... 71 3.1 Importância da vacina para a saúde da criança e da população ...... 71 3.2 Idade apropriada para vacinas ............................................................. 71 4 Cuidados básicos com a criança de 0-6 anos ....................................... 72 4.1 Alimentação .......................................................................................... 72 4.2 Higiene do ambiente ............................................................................ 72 4.3 Higiene da criança ................................................................................ 73 4.4 Dentes e higiene bucal ......................................................................... 74 4.5 Cuidados com administração de medicamentos ............................... 76 4.6 Reações alérgicas.................................................................................. 76 4.7 Cólicas do lactente ...............................................................................78 5. Prevenção de acidentes e primeiros socorros ................................... 79 5.1 Envenenamento .................................................................................... 82 5.2 Queimaduras ......................................................................................... 82 5.3 Intoxicação alimentar ........................................................................... 83 5.4 Aspiração, asfixia e afogamentos ........................................................ 84 5.5 Atropelamentos, quedas e traumas .................................................... 87 5.6 Choques elétricos ................................................................................. 88 5.7 Corte contuso e sangramentos ........................................................... 88 6. Sinais de abuso sexual ...................................................................... 89 6.1 Mudança de comportamento .............................................................. 89 6.2 Proximidade excessiva .......................................................................... 90 6.3 Regressão .............................................................................................. 90 6.4 Segredos ................................................................................................ 90 6.5 Hábitos ................................................................................................... 91 6.6 Questões de sexualidade ..................................................................... 91 6.7 Questões físicas..................................................................................... 91 6.8 Negligência ............................................................................................ 91 Atividades de aprendizagem ................................................................. 93 Referências bibliográficas .................................................................... 94 UNIDADE 6. Qualidade de vida da criança: nutrição e alimentação na infância ........................................................................... 95 1. A importância do leite materno: primeira fonte de alimentação da criança ................................................................................................. 95 1.1 Benefícios da amamentação para a saúde da mulher ...................... 96 1.2 Fatores que auxiliam a produção do leite materno .......................... 96 1.3 Fatores que prejudicam a amamentação ........................................... 97 1.4 Cuidados na amamentação ................................................................. 97 1.5 Cuidados com o bebê após amamentar ............................................. 99 2. Transição do aleitamento materno para outros alimentos ...............100 2.1 Esquema de alimentação até os dois anos de vida .........................100 2.2 Alimentação após os dois anos .........................................................101 3. Problemas de saúde relacionados à alimentação da criança .............103 3.1 Obesidade ............................................................................................104 3.2 Anemia .................................................................................................105 3.3 Diabetes tipo II ....................................................................................105 3.4 Colesterol alto .....................................................................................105 3.5 Hipertensão .........................................................................................105 3.6 Distúrbios gastrointestinais ...............................................................106 Atividades de aprendizagem ................................................................107 Referências bibliográficas ...................................................................109 UNIDADE 7. Doenças prevalentes na infância e assistência à criança com deficiência ..........................................................................109 1. Doenças prevalentes na infância e a criança doente .........................109 1.1 conheça bem a rotina e o comportamento da criança ...................113 2. Atenção integrada às doenças prevalentes na infância (aidpi) ..........112 3. A triagem neonatal ..........................................................................112 4. Laboratório de prática em shantala ................................................114 5. Deficiência intelectual (di) ...............................................................114 5.1 transtornos do espectro do autismo .................................................116 5.1.1 cuidados com a criança autista ............................................117 5.2 transtornos mentais e do comportamento ......................................119 6. Deficiência física .............................................................................119 6.1. amputação ou ausência de membro ................................................120 6.2 nanismo – deficiência acentuada no crescimento...........................120 6.3 membros com deformidade congênita .............................................120 6.4 ostomia ................................................................................................120 6.5 deficiência auditiva .............................................................................120 6.6 deficiência visual .................................................................................120 6.7 deficiência múltipla ............................................................................120 6.8 Paralisia Cerebral ................................................................................121 6.8.1 Cuidados durante uma crise convulsiva ..............................122 6.9 Síndrome de Down ..............................................................................123 6.9.1 Características físicas da criança com síndrome de Down ...........................................................................123 6.9.2 Alguns problemas de saúde associados à síndrome de Down ...........................................................................124 6.9.3 Cuidados com a saúde da criança com Síndrome de Down ...........................................................................125 7. Estado gripais - COVID-19 em crianças .............................................125 7.1 Cuidados básico para evitar a covid e gripes ....................................126 8. Verminoses ......................................................................................126 8.1 Cuidados para evitar ...........................................................................127 Recapitulando o conteúdo ...................................................................127 Atividades de aprendizagem ................................................................128 Referências bibliográficas ...................................................................129 Bibliografia complementar ..................................................................130 Currículo das professoras-autoras ..........................................................131 9 Palavra das professoras-autoras Cursista, seja bem-vindo! Este material foi elaborado com o objetivo de complementar a sua formação de cuidador infantil, fornecendo suporte teórico e prático para desenvolver suas funções com os cuidados das crianças. Como um bom cuidador, é importante que você conheça e reconheça uma criança em termos físicos, psicológicos e conforme a legislação em nosso país. Você perceberá, ao longo de seus estudos, quanta responsabilidade terá ao cuidar de um ser em formação, e por isso, a sua qualificação é extremamente importante nesse processo. O cuidador infantil bem capacitado encontra um mercado de trabalho bastante amplo, podendo atuar como apoio em creches infantis, berçários, brinquedotecas, eventos para o público infantil, empresas,entre outros setores. Sendo assim, convidamos você a iniciar este curso e, com muito entusiasmo, a se aprofundar no universo infantil e em suas demandas, para que possa aproveitar ao máximo a sua capacitação. Bons estudos! Adriana Correia e Marly Cristina Barbosa Ribeiro Professoras-autoras 10 11 Unidade 1 O cuidador e a criança Unidade 1 – O cuidador e a criança Cursista, Dando continuidade aos nossos estudos, nesta unidade lidaremos com a concepção do que é ser criança e com a principal lei de proteção a ela: o Estatuto da Criança e do Adolescente. Sendo assim, inicialmente definiremos o que é ser criança, compreenderemos qual é o papel do cuidador para o bom desenvolvimento dela e discorreremos sobre quais possibilidades o mercado de trabalho poderá oferecer a você que decidiu se aperfeiçoar nesse ofício tão importante ao apoio à sociedade. Bons estudos e vamos lá! 1. COMPREENDENDO A CRIANÇA O que é ser uma criança? Como um bom cuidador, é importante que você conheça e reconheça uma criança em termos físicos, psicológicos e conforme a legislação em nosso país. Em termos legais, o nosso Estatuto da Criança e Adolescente, o chamado ECA, em seu Artigo nº 2, diz-nos: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e ado- lescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069, de 13/07/1990 O ECA é uma Lei extremamente importante a ser estudada mais detidamente na próxima unidade. É através dela que diversos direitos são garantidos, não somente aos pequenos, mas também aos nossos adolescentes. 12 Cuidador infantil Você, como cuidador, atenderá crianças de aproximadamente até onze anos de idade e, neste estudo, perceberá a responsabilidade assumida nesse processo. Para compreendermos o desenvolvimento da criança como um todo, é importante saber que ela passa pela infância. Diferente de outras épocas, hoje compreende-se que a infância não é somente a transição de uma fase da vida até chegar à adolescência. A infância deve ser compreendida por FASES, descritas como: a) Primeira Infância: Até os dois anos de idade É o período no qual a criança deve ter a sua alimentação baseada no leite materno e as mães devem ter assegurados seus direitos trabalhistas, para que possam fornecer esse alimento aos bebês. Nessa fase, geralmente a mãe é a primeira e principal referência da criança, que está em amamentação. b) Segunda Infância: Dos dois aos seis anos, também conhecida como fase pré-escolar. 13 Unidade 1 – O cuidador e a criança É a fase em que o desenvolvimento motor da criança está “a todo vapor”. A criança começa a ficar mais independente, curiosa, conhece mais palavras e se interessa pelo mundo à sua volta. Você deve ter muita disponibilidade para estimulá-la, brincar e proporcionar um ambiente acolhedor para toda a curiosidade que ela mostrará. Lembre de nunca punir uma criança por ela querer saber mais sobre o mundo e sobre o que a cerca. c) Terceira Infância: Dos seis anos até o início da puberdade. Pode-se chamar também de fase escolar. Nessa fase, a criança está mais independente, tem bom domínio da língua e aprende a usar a escrita e os números. É criativa e participativa. Quer estar em grupos e sente a necessidade de estar em pares. Precisa de muita orientação e de conversa sobre limites, pois está em processo de formação de sua personalidade e de seus valores. Tendo sido apresentado brevemente às fases da infância da criança. (voltaremos a tratar das características de cada uma delas no decorrer do nosso curso), é necessário que conheça as características básicas das fases da infância, informação que pode auxiliá-lo como cuidador/cuidadora a compreender o processo de desenvolvimentos dos pequenos, bem como atentá-lo caso alguma criança demonstre não estar em pleno desenvolvimento na etapa. Para avançarmos, é importante que você saiba que o crescimento e o desenvolvimento de uma criança dependem basicamente de acesso ao tratamento 14 Cuidador infantil da sua saúde física e mental, à educação e alimentação de qualidade, da segurança e qualidade de vida em seu lar. 2. O CUIDADOR Os primeiros cuidadores da criança podem ser a mãe, o pai, os irmãos ou mesmo os avós. Entretanto, essa rede de cuidados vem se ampliando e agora você está aqui conosco, se capacitando para poder exercer esse importante ofício, auxiliando no cuidado e desenvolvimento da criança. Você percebeu a sua responsabilidade no processo de auxiliar o desenvolvimento infantil de uma criança? Sim! Você tem uma participação essencial, pois em alguns casos, poderá passar muitas horas cuidando dos filhos de outras pessoas, enquanto elas, assim como você, também precisam trabalhar. Cuidar de uma criança excede os cuidados básicos diários, tais como, dar banho, dar comida, trocar a fralda... Cuidar efetivamente de um pequeno ou de uma pequena é garantir a integridade física e mental dessa criança, enquanto ele ou ela ficar sob a sua responsabilidade. PARA REFLETIR Cuidador/cuidadora, como você pode auxiliar no processo de desenvolvimento da criança que estará aos seus cuidados? Quando você for escolhido para ser cuidador por uma família ou outra instituição, saiba que um grande voto de confiança lhe está confiado. Delegar o cuidado de uma 15 Unidade 1 – O cuidador e a criança criança a outra pessoa é um ato que envolve escolhas muito fortes aos pais/tutores legais. Por isso, é muito importante conhecer e se aperfeiçoar nesses cuidados. Lembre sempre que apesar de cada etapa da infância ter algumas características gerais, cada criança é única, e que as diferenças entre elas devem ser fatores para enriquecer a maneira como elas aprenderão as coisas. As experiências que vivemos em nossa infância influenciam significativamente o adulto que nos tornamos. Por isso, as pessoas que cuidam de crianças devem em primeiro lugar GOSTAR DE CRIANÇAS. Devem ter disponibilidade e vontade de estimulá-las, compreender que elas não são “adultos em miniatura”, manter conversas compreensivas, ficar alertas aos riscos de acidentes, entre outras situações que trataremos no curso. Lembre-se, antes de tudo, de que ao cuidar de uma criança: • Não economize afeto e atenção; • Observe sempre o comportamento da criança, desde seus interesses até seus possíveis incômodos para que você possa atuar de maneira assertiva; • Elogie e estimule as ações das crianças para que elas possam aprender novas habilidades. 16 Cuidador infantil 3. MERCADO DE TRABALHO PARA O CUIDADOR A profissão de “cuidador infantil” está referenciada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho, e é importante, como futuro profissional, que você compreenda o que isso significa. CBO é um documento, em formato de tabela, que retrata a realidade das profissões do mercado de trabalho brasileiro, sem diferenciação entre aquelas regulamentadas e as de livre exercício profissional. Foi instituída com base legal na Portaria nº 397, de 10 de outubro de 2002. A CBO trata do reconhecimento da existência de determinada ocupação no mercado de trabalho brasileiro. É importante que você saiba que a CBO não regulamenta profissões, apenas as classifica, essa responsabilidade é do Congresso Nacional. A CBO é atualizada praticamente anualmente e seus dados alimentam as bases estatísticas de trabalho e servem de subsídio para a formulação de políticas públicas de emprego. É divulgada pela Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (antigo MTE - Ministério do Trabalho). Você pode acessá-la no site http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf Fontes: https://empregabrasil.mte.gov.br/76/cbo/ e https://www.salario.com.br/ocupacao/cargos/cbo-516210-cargos/ A ocupação de cuidadores de crianças, de jovens, de adultos e de idosos na CBO pertence ao grupo dos trabalhadores nos serviços deembelezamento e cuidados pessoais e tem o código “CBO 5162-10”. Segundo a CBO, os cuidadores de crianças, de jovens, de adultos e de idosos (CBO 5162-10) cuidam de bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, a partir de objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou por responsáveis diretos, zelando https://empregabrasil.mte.gov.br/76/cbo/ https://www.salario.com.br/ocupacao/cargos/cbo-516210-cargos/ 17 Unidade 1 – O cuidador e a criança pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. A CBO, ao elencar o cuidador infantil como ocupação, sob a categoria de prestadores de serviços, amplia a possibilidade de sua atuação profissional como autônomo, bem como, de se tornar assalariado em uma instituição. É impossível listar todas as ações que devemos ter ao cuidarmos das crianças, todavia, pontuamos algumas delas que são importantes, de acordo com a CBO 5162- 10, a saber: • Verificar o estado de saúde da criança diariamente; • Proporcionar brincadeiras saudáveis, a fim de promover a curiosidade, o desenvolvimento motor e a sociabilidade infantil; • Estimular a fala, contando histórias, lendo pequenas histórias, cantando; • Falar de maneira calma e assertiva com os pequenos; • Acompanhar na realização do dever escolar, incentivando o interesse nos estudos; • Informar aos responsáveis legais mediante comportamentos que julgar dife- rentes, por exemplo, agressividade ou apatia, lesões, queixas etc.; • Acompanhar as crianças pequenas em suas refeições; • Ofertar alimentos saudáveis e em horas apropriadas; • Não oferecer remédios que não sejam indicados pelo profissional de saúde ou pelo responsável legal (que também deve procurar o médico); • Jamais agredir fisicamente; • Não agredir verbalmente e nem gritar; • Verificar ambientes e situações que podem colocar em risco a criança e, quando forem identificados, avisar aos responsáveis legais; • Jamais oferecer bebidas alcoólicas; • Jamais oferecer cigarros ou algo parecido às crianças; • Oferecer roupas adequadas ao clima, trazendo conforto e integridade à criança; • Oferecer um ambiente saudável em casa; • Manter uma rotina de horários com a criança (hora para dormir, comer, tomar banho, estudar, brincar...); • Não ofertar demasiadamente celulares, TV e tablets à criança. Lembre-se de que há outras maneiras de estimulá-las, tais como, ler um livro, contar uma história, cantar, passear de mãos dadas numa praça ou no parque, perguntar como foi o seu dia e escutar com atenção. O cuidador/cuidadora infantil bem capacitado/capacitada encontra um mercado de trabalho bastante amplo. A inserção cada vez mais crescente das mulheres no 18 Cuidador infantil mundo do trabalho, a expansão dos ambientes lúdicos e recreativos e a oferta de creches são alguns dos fatores que possibilitam a abertura de vagas para o cuidador. Sendo assim, você pode encontrar trabalho em: a) Berçários e creches Nessas instituições você pode atuar como apoio aos professores de Educação Infantil. DICA Assista ao vídeo de uma breve reportagem de cuidadores infantis e suas ações: Cuidadores infantis do Programa “Manhã Total” da TV Paranaíba: https://youtu.be/1hOa-8owRmg b) Espaços lúdicos, de recreação e brinquedotecas SAIBA MAIS O que é uma brinquedoteca? É um ambiente lúdico e apropriado preparado para estimular a criança a brincar. Nele há brinquedos e materiais que devem conduzir a criança a explorar, a sentir, a experimentar e a fantasiar. https://youtu.be/1hOa-8owRmg 19 Unidade 1 – O cuidador e a criança c) Agências que recrutam cuidadores e cuidadoras profissionais para trabalhar em eventos com crianças (salão de festas infantis, áreas de recreação em shoppings ou restaurantes, empresas que promovem o “dia do lúdico” para as mães etc.); d) Abrigos, Casas de transição e Organizações Não Governamentais (ONGs) que cuidam de crianças; e) Hospitais (como recreadora e na brinquedoteca desses estabelecimentos); f) Em sua residência ou na residência da criança. É importante que você saiba o seu papel ao assumir os cuidados de uma criança. Essa foi apenas uma etapa introdutória em favor da compreensão da sua importância no processo de desenvolvimento integral de um ser humano em formação. Por isso, este curso lhe proporciona o estudo e o conhecimento de alguns aspectos que fazem parte daquilo que compõe o universo da criança, incluindo a legislação que a protege, as características de seu desenvolvimento físico, mental e psicológico e os cuidados em cada etapa de sua vida. Ainda temos muito a caminhar em nosso curso. Vamos lá?! 20 Cuidador infantil ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Quais as fases XXcompõem a infância de uma criança? 2. Cite cinco cuidados essenciais, segundo a CBO 5162-10, que você deve ter ao cuidar de uma criança. 21 Unidade 1 – O cuidador e a criança REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Lei nº 8.069, 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União. ano 1990, Disponível em: https://bit.ly/3wwam0A BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário: Programa Criança Feliz. Cuidados para o Desenvolvimento da Criança (CDC) - Manual de orientação às famílias. Autores: Patrice Engle e Jane E. Lucas. Tradução realizada pela equipe técnica do Instituto Alfa e Beto com autorização da UNICEF. Tradução do original Care for Child Development, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3Kq3ibB BRASIL, INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ. PRONATEC. Formação Inicial e Continuada: Cuidador Infantil. Edilomar Leonart. 2012. 23 Ética e a Garantia dos Direitos da Criança Unidade 2 Unidade 2 – Ética e a Garantia dos Direitos da Criança Cursista, Nesta unidade você aprenderá sobre a importância das leis de proteção à criança e ao adolescente. O nosso percurso perpassará a compreensão da ética e sua relação com as leis, destacando a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990. É importante que você se aproprie do tema abordado nesta unidade, pois, como adulto/adulta que cuidará de uma criança, terá responsabilidade legal sobre ela durante o tempo em que estiver sob o seu cuidado. Bons estudos e vamos lá! A ética é o conjunto de princípios e de valores usados na decisão da conduta social. Este material trará o conceito usado por Mário Sérgio Cortella em um de seus textos “Ética é sempre em coletividade” (2018), em que nos diz que a ética é a regulação da conduta da vida, isso quer dizer que por vivermos em coletividade é preciso existir princípios e valores para a nossa convivência, de maneira que todos nós tenhamos uma vida plena e digna. Sendo assim, a ética só existe porque estamos em um todo, em uma sociedade, em um país. Compreendendo o que é ética a partir do professor Cortella, e por vivermos em sociedade, sabemos que temos que cumprir algumas regras e condutas para o bem estar de todos. As leis foram criadas para que isso se assegurasse. 24 Cuidador infantil Art. 227 – É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberda- de e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Constituição da República Federativa do Brasil (1988) 1. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA SAIBA MAIS Assista alguns lúdicos e breves vídeos que explicam mais sobre o ECA: 1) Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Saiba o que é (Fundação Abrinq): https://youtu.be/xHeimJk8YoQ 2) Turma da Mônica - Estatuto da Criança e do Adolescente | ECA – Controladoria Geral da União (CGU): https://youtu.be/l1gR1YxsbUs “Toda criança e todo adoles- cente tem direitoà liberdade, saúde, uma boa alimentação, uma boa educação, o direito de ir e vir.” Texto introdutório do ECA https://youtu.be/xHeimJk8YoQ https://youtu.be/l1gR1YxsbUs 25 Unidade 2 – Ética e a Garantia dos Direitos da Criança O ECA1 é um documento que reúne todos os direitos das crianças e dos adolescentes, garantindo o acesso à educação, ao lazer, à dignidade, à saúde, à convivência familiar e comunitária, aos objetos pessoais. O ECA foi inicialmente apresentado, aclamado e aprovado pelo Brasil na Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, em 1989. Ele foi considerado um conjunto inovador e de olhar diferenciado para a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, tornando-se referência para outros países da América Latina. Por fim, o ECA foi instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, durante o mandato do então presidente Fernando Collor de Melo. O primeiro artigo dessa Lei nos aponta claramente o seu objetivo: Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Art. 1º Inicialmente, o texto já determina seu público assistido, trazendo consigo toda a responsabilidade atribuída à sociedade no que se refere ao cuidado com suas crianças e adolescentes. O artigo segundo define legalmente o conceito de criança e de adolescente: Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos incompletos, e adolescente aquela entre doze e 18 anos de idade. Art. 2º Observe que o segundo artigo possibilita o entendimento de que o seu trabalho como cuidador/cuidadora lidará com as crianças em seu sentido legal. Já seus artigos três e quatro permitem a compreensão do lugar social prioritário que as crianças e os adolescentes devem ter. 1. Você pode encontrar essa Lei na íntegra no link https://bit.ly/3wwam0A. 26 Cuidador infantil A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 3º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissio- nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 4º Os artigos mencionados nos levam à ideia central da Lei: a proteção e o cuidado integral à criança e ao adolescente. O ECA tem mais de 260 artigos, todos referentes à proteção da criança e do adolescente. Não conheceremos cada um deles, entretanto, selecionamos os mais importantes para que você, como cuidador/cuidadora, possa cumprir a sua obrigação legal de cidadão adulto no contato com a criança. O Art. 3º explicita a importância de se proporcionar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade, reafirmando a responsabilidade do papel como cuidador/cuidadora, como aquele que propicia um ambiente seguro e íntegro, para que as crianças se sintam capazes e protegidas. O Art. 4º atenta para a prioridade que crianças e adolescentes devem ter na sociedade. Para tanto, conclama a comunidade, a família, o poder público e a sociedade como um todo como responsáveis pela proteção aos pequenos. 27 Unidade 2 – Ética e a Garantia dos Direitos da Criança Você sabia que as crianças e os adolescentes têm o direito de: Ter prioridade de atendimento em postos de saúde e em hospitais. Receber socorro em uma situação de acidente de qualquer natureza. Ao longo de toda o texto do ECA, em vários de seus artigos, fica destacado que nenhuma criança ou adolescente poderá sofrer negligência (desatenção, descuido), discriminação (preconceito), exploração, violência, crueldade ou humilhação. Por isso, é muito importante que você saiba que presenciar ou ser informado de uma agressão a uma criança ou adolescente e não denunciar ou intervir pode configurar como crime por omissão. Segundo a UNICEF2, a violência se dá de forma diferente de acordo com a idade da vítima. Crianças, quando pequenas, sofrem com frequência, em decorrência da violência doméstica, perpetrada por um agressor conhecido e que, muitas vezes, reside na mesma casa e, quando chegam à pré-adolescência, sofrem atos violentos nas ruas. (inserir ao lado deste parágrafo a imagem Menino-Capuz) SAIBA MAIS Você também pode assistir um breve vídeo explicativo, da UNICEF, sobre os diversos tipos de violência infantil, acessando este link: https://youtu.be/ nBTyYgr0W7Q “Você conhece as formas de violência contra crianças e adolescentes? | UNICEF Brasil” Os tipos de violências podem ser: • Física; • Psicológica; • Sexual; • Institucional (quando acontece dentro de uma instituição que deveria pro- teger a criança); • Negligência e abandono. Ainda de acordo com a UNICEF, é essencial capacitar os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes, pois eles são fundamentais para prevenir, identificar e responder às violências contra esse público e ampliar a implementação da Lei nº 2. A UNICEF é o Fundo das Nações Unidas para a Infância. Para conhecer mais sobre isso, você pode acessar o site https://www.unicef.org/brazil/. https://youtu.be/nBTyYgr0W7Q https://youtu.be/nBTyYgr0W7Q 28 Cuidador infantil 13.431, de 04/04/20173, voltada à escuta protegida de crianças e de adolescentes vítimas e testemunhas de violência. Para realizar a denúncia de casos suspeitos de agressão à criança ou ao adolescente, é preciso que você os reporte diretamente ao Conselho Tutelar da localidade de moradia da criança. Esse órgão é responsável por verificar a situação da criança ou adolescente e, caso seja necessário, realizar ações rápidas para cessar a violação de direitos. O Conselho Tutelar é responsável por notificar a Justiça da Infância e da Juventude e o Ministério Público para que sejam tomadas as medidas legais necessárias. Como cuidador/cuidadora é preciso ficar atento/atenta à matrícula e à frequência da criança na escola, que são direitos assegurados pelo Art. 53. Por isso, ao verificar que uma criança que esteja sob os seus cuidados não frequenta a escola, é importante 3. Essa Lei está disponível no site. 29 Unidade 2 – Ética e a Garantia dos Direitos da Criança que, em primeiro lugar, converse com os seus responsáveis e, em caso de o problema permanecer, você denuncie junto ao Conselho Tutelar. Colocar esse parágrafo em um balão chamando atenção Além do Conselho Tutelar, existem alguns outros canais de denúncias aos quais você também pode recorrer. São eles: Disque 100 A Secretaria de Direitos Humanos recebe denúncias de forma rápida e anônima e encaminha o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente. Disque 100 de qualquer parte do Brasil. A ligação é gratuita, anônima e com atendimento 24 horas, todos os dias da semana. Ministério Público Todo Estado conta com um Centro de Apoio Operacional (CAO), que pode e deve ser acessado na defesa e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, no qual os promotores de Justiça podem auxiliar. Acessando o site, você consegue o contato do CAO em qualquer estado: https://www.childhood.org.br/ informe-se-e-saiba-como-agir#denuncie Polícia Militar – Disque 190 A Polícia Militar é quem deve ser acionada em casos de necessidade imediata ou socorro rápido. O 190 recebe ligações de forma gratuita em todo o territó- rio nacional. Fonte: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/02/07/saiba-como-denunciar-abusos- e-maus-tratos-contra-criancas-e-adolescentes.ghtml Por fim, como forma de sistematização, elencamos abaixo alguns temas envolvendo a criança e o adolescente e os referidos artigos do ECA a eles atrelados para que vocêpossa conhecer um pouco mais e acessar de maneira rápida em uma consulta mais pontual. Situação Artigos do ECA Criança: definição, proibição de trabalho, medidas de proteção e crimes contra criança e adolescente. 2, 60, 98, 225 e 244 Dever da Comunidade, da Sociedade, de Todos 4, 18, 54, 79 Direito à amamentação 8 e 9 Abuso Sexual 130 Conselho Tutelar – atribuições e regras 135 e 136 Conselho Tutelar – comunicação de casos de maus tra- tos, evasão escolar e repetência 56 continua... 30 Cuidador infantil Situação Artigos do ECA Creche e Pré-escola: oferecimento, multas e punições para quem não comunicar maus tratos 54, 56, 208, 232, 233 e 245 Crimes contra a criança e adolescente 225 a 244 Portadores de deficiência: garantia de atendimento espe- cializado, de educação especializada 11, 54 Educação 53, 54, 56, 57, 58, 59 Medidas aplicáveis aos pais e aos responsáveis 129 Adoção: exigência para adoção 39, 42, 43, 45 e 46 LEMBRETE em caso de dúvidas, é importante procurar pelo órgão adequado para ajudá- la(o). O quadro acima é um apoio para a sua aprendizagem, já a interpretação da situação e a aplicação da Lei cabem ao órgão e à instituição responsável. Cursista, Você chegou ao final de mais uma unidade de estudos. Esperamos que você tenha aprendido a importância de conhecer a respeito do ECA, assimilando a ética ao seu percurso profissional de cuidador de crianças. 31 Unidade 2 – Ética e a Garantia dos Direitos da Criança ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Como você explicaria a aplicação da ética em sua profissão de cuidador infantil? 2. Qual é a importância do Conselho Tutelar? Pesquise se em sua cidade há esse órgão e como ele faz o atendimento em caso de necessidade. 32 Cuidador infantil REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORTELLA, M. S. Ética é sempre coletiva. Disponível em https://bit.ly/3CwggCG BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Lei nº 8.069, 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União. ano 1990, Disponível em: https://bit.ly/3wwam0A BRASIL, Presidência da República, Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017. Disponível: https://bit.ly/3KjvaOJ BRASIL, FEDERAL, Senado. Constituição federal de 1988. Fonte: Planalto. gov. br: https:// bit.ly/3ok9Yy2. 33 Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil Unidade 3 Unidade 3 – Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil Seja bem-vindo a mais a esta unidade, cujo objetivo principal é lhe propiciar a compreensão básica de como os processos mentais infantis e a inteligência se formam no ser humano. Para isso, compreenderemos como alguns conceitos da Psicologia tratam o universo infantil. É importante que você conheça não só os caminhos básicos do desenvolvimento, mas mental da criança, pois no dia a dia, é você quem será responsável por cuidar dela. Por isso, vamos ampará-lo com alguns conceitos que lhe ajudarão a compreender o porquê de a criança agir como age, além de auxiliá-lo em seu processo de desenvolvimento e de crescimento intelectual. Esperamos que você aproveite bastante os itens a serem apontados aqui e que você possa aplicá-los no seu dia a dia como cuidador/cuidadora de crianças. Vamos começar então?! 1. A PSICOLOGIA E A INTELIGÊNCIA A primeira coisa que devemos entender é o que é Psicologia. Temos certeza de que você já deve ter escutado falar muito essa palavra, mas neste curso, vamos compreendê-la de uma maneira mais técnica. A Psicologia é a área do conhecimento científico que se constituiu muito recentemente, há pouco mais de cem anos. Ela tem como objeto de estudo o ser humano, e para analisá-lo estabeleceram-se métodos e técnicas específicas, divulgados numa linguagem científica. Lembre-se de que é a parte da ciência que estuda a nossa mente, o nosso comportamento e a maneira como interagimos no ambiente físico e em sociedade. A palavra psicologia deriva das palavras latinas psique (alma) e logos (razão). 34 Cuidador infantil Falamos, ainda, que a Psicologia estuda a nossa subjetividade, ou seja, aquilo que é particular de cada um, que é próprio do indivíduo. É o estudo do nosso comportamento observado e de nossos pensamentos, tentando compreender o que pensamos e o porquê o fazemos. Além disso, essa ciência leva em consideração as nossas cargas genéticas e biológicas para compreender o nosso local no mundo como seres humanos. Uma das particularidades que temos como ser humano é a produção de conhecimento. É a forma como desenvolvemos a nossa inteligência. Por isso, a Psicologia contribuiu e contribui para que possamos compreender como as crianças se desenvolvem, interagem e aprendem no mundo. E é com a ajuda dela, da Psicologia, que você, cuidador, poderá compreender como a inteligência se constitui e como poderá interagir com os pequenos, produzindo a eles estímulos para o seu desenvolvimento. SAIBA MAIS Há uma reportagem muito interessante na Revista Nova Escola sobre Howard Gardner. Acesse o link e conheça mais sobre esse importante psicólogo e cientista: https://bit.ly/3pJb3Qr Ao falarmos em inteligência, é importante que você saiba que não há uma definição única para esse termo. Há cientistas que defendem, inclusive que, nós, seres humanos, temos inteligências. Howard Gardner é um psicólogo americano, professor da Universidade de Harvard, conhecido principalmente pela sua teoria das inteligências múltiplas. Para esse cientista, os seres humanos têm habilidades múltiplas, o que faz com que tenhamos talentos diferenciados para atividades específicas. E o que leva as pessoas a desenvolverem as capacidades e habilidades são a educação que recebem e as oportunidades que encontram (vamos ver um pouco mais a frente que são os chamados estímulos). DICA Esse é um dos principais livros do professor Celso Antunes. Vale a pena a leitura! 35 Unidade 3 – Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil Em nosso país, um dos maiores estudiosos das inteligências múltiplas é o professor Celso Antunes4, um pesquisador que tem muitos de seus estudos baseados nas teorias de Howard Gardner e que escreveu vários livros sobre o assunto, auxiliando educadores a compreenderem e a criarem atividades e jogos estimulantes para desenvolver as inteligências infantis. Para o professor Celso Antunes (1998, p. 15), podemos desenvolver nossas capacidades e habilidades a partir de estímulos diferenciados, o que pode nos levar a aprender música, a gostar de artes, de matemática, de escrever poesias. Ele destaca que os cincos primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para desenvolver as inteligências e para que o desenvolvimento cerebral atinja toda sua potencialidade e multiplique o seu poder de criar conexões e continuar se desenvolvendo sempre até atingir a sua maturidade. É preciso que o seu cérebro faça “ginástica”, ou melhor, que receba estímulos, que podem ser recebidos tanto pelos adultos que a cercam quanto por outras crianças. (ao lado deste parágrafo, inserir imagem Meninos-Tocando) Ainda de acordo com o professor Celso (1998, p.16), além dos estímulos, é essencial que seja garantida à criança o aleitamento materno, um ambiente saudável e um sono de qualidade. Ele ressalta que há pesquisas que mostram que a criança, ao dormir entre os três e seis meses, tem formadas as proteínas fundamentais para memória e a capacidade de aprendizado e de crescimento das diversas inteligências. 2. ESTÍMULO E APRENDIZAGEM Segundo o professor Celso Antunes (1998, p.18), os estímulos são o alimento das inteligências. Ele ainda nos ressalta que, para verificar quais e como proporcionar estímulos às crianças, é preciso observá-las o tempo todo, inclusive, você pode até anotar algumas observações sobre elas e suas interações no dia a dia, para acompanhar o seu desenvolvimento. Lembrando-se, sempre, de que nunca devemos comparar uma criança a outra,pois todos temos particularidades e pertencemos a contextos diferentes, sociais ou familiares. A aprendizagem e o desenvolvimento dependem da interação do sujeito com o mundo, por isso as trocas, as relações entre as crianças e com os adultos são extremamente importantes. Tendo sempre como entendimento de que a criança é um sujeito ativo, não é um ser passivo, e tem desejo profundo de conhecer o mundo em que está inserida. Por isso, é bastante importante que como cuidador/ cuidadora infantil, você provoque a sua curiosidade e proponha interações que a deixem interessadas em outras descobertas. 4. Para conhecer mais sobre o professor Celso Antunes, você pode acessar o site http://www. celsoantunes.com.br/ 36 Cuidador infantil Antes mesmo de nascermos, já começamos a receber mensagens e estímulos, e o nosso desenvolvimento vai se formando a partir do que vivenciamos desde então e ao longo das situações que vivenciamos em nossa vida. O desenvolvimento é um processo que se espelha na evolução da inteligência do indivíduo, que se forma a partir da maneira como nos relacionamos afetivamente e socialmente com os demais. Por isso, o contexto em que estamos inseridos, como vivemos, qual é a nossa rotina, quem nos dá afeto, o papel da escola em nossas vidas, as nossas trocas sociais, têm responsabilidade para a produção da sua personalidade. A criança, como você já sabe, não é passiva, ela precisa de atividade, e foi um dos maiores cientistas sobre o tema “desenvolvimento cognitivo e infantil”, chamado Jean Piaget, quem afirmou isso e nos provou cientificamente a sua teoria. Jean Piaget foi um biólogo suíço que dedicou a sua vida a estudar como o processo de desenvolvimento se dá nas crianças. Vem de Piaget a ideia de que o aprendizado é construído pelo sujeito. SAIBA MAIS Para saber mais sobre Jean Piaget, você pode assistir a um vídeo bastante interessante, acessando ao link: https://youtu.be/MwKEO2pkLP8 Imagem Nova Escola https://youtu.be/MwKEO2pkLP8 37 Unidade 3 – Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil Ele foi responsável pela criação de uma teoria que inaugura a corrente construtivista5, esta que trata da aprendizagem que acontece a partir do processo de desenvolvimento do conhecimento a partir de uma atividade que realizamos. Por isso, para Piaget, cabe ao adulto favorecer a atividade mental da criança, já que o conhecimento se dá por descobertas que ela mesma faz. Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo, sendo definidos como (baseados em Ferrari, 2008): 1º Estágio) Sensório-motor ( de 0 a 2 anos): As crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta. É a fase na qual a criança é egocentrada. 2º Estágio) Pré-operacional (dos 2 aos 7 anos): Caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. 3º Estágio) Operações concretas (dos 7 aos 11 ou 12 anos): Caracteriza-se pela aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número. 4º Estágio) Operatório-Formal ou Formal (Próximo aos 12 anos): O sujeito começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. À medida que os seres humanos se afastam da primeira infância, ou seja, ultrapassam os seis anos de idade, as diferenças em cada um vão aumentando. As contribuições de Jean Piaget para a compreensão acerca da aprendizagem em cada faixa etária são essenciais, porém, é importante que você também se lembre de que, apesar de existirem algumas etapas que são padronizadas e que têm características gerais, cada indivíduo é único, pois cada um de nós é composto, além de nossas cargas biológicas, de nossas vivências em sociedade. 5. Se você se interessou sobre o que é a corrente construtivista pode acessar o link e ler um inte- ressante artigo sobre o tema: https://bit.ly/3TuHVu7 38 Cuidador infantil SAIBA MAIS Conheça mais sobre outros estímulos. Acesse essa cartilha do Governo do Rio Grande do Sul e tenha uma boa leitura: https://bit.ly/3R99zL1 O mais importante, como adultos, e você, como cuidador de crianças, especificamente, é ficar atento a possíveis estímulos que podemos oferecer aos pequenos. Logo abaixo, você encontra alguns estímulos que podem ser oferecidos para as crianças até os 7 anos de idade. Faixa Etária Possíveis estímulos para a criança De 0 a 2 anos Estimule-a a pensar em respostas simples do tipo “sim” e “não”. Ensine-a a imitar sons de animais, de carros, aviões, motos etc. Conte histórias e incentive interações. Compare pequenas quantidades de objetos. Estimule brincadeiras que tenham que apertar, sacudir, arremessar. Ensine a dançar. Cante músicas e estimule-a a cantar. Brinque com jogos que estimulem o equilíbrio. Estimule-a a perceber o calor, o vento, a chuva. Estimule sensações “diferentes”, como pisar na grama, na areia. Brinque de esconde-esconde. Estimule emoções. Apresente as cores. Apresente pequenas quantidades e estimule a contar com os dedos de uma das mãos. Valorize a comunicação não-verbal. 3 a 4 anos Estimule-a a descobrir “perto”, “longe”. Discuta um trajeto ou caminho curto a seguir. Estimule-a a perceber o uso do tempo. Trabalhe a espacialidade. Estimule-a a desenhar. Elabore conversas que envolvam respostas mais longas do que “sim” e “não”. Estimule-a a cantar. Estimule-a a ordenar objetos maiores e menores. Trabalhe verbalmente grandezas do tipo: pequeno, grande, médio. continua... 39 Unidade 3 – Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil 3 a 4 anos Faça comparações entre objetos. Proponha brincadeiras coletivas. Proponha brincadeiras usando o corpo, como jogar bola, corrida. Estimule-a a realizar contagens de objetos que ultrapassem 10. Conte histórias e leia com ela. Brinque de mímicas. De 5 a 7 anos Pode iniciar a conhecer palavras em uma língua inglesa. Pode iniciar o aprendizado de um instrumento musical. Proponha jogos com regras predefinidas, como dominó. Estimule a fazer amigos. Estimule-a a escolher o que deve comer no lanche, por exemplo. Estimule-a a ler pequenas histórias e a contar depois para você. Brinque de descobrir pequenos enigmas. Ofereça a opção de escolher a roupa que vai usar. Peça que auxilie em pequenas tarefas domésticas. Adaptada de ANTUNES (1998). Chegamos ao final de mais uma unidade, cursista! Esperamos que você tenha internalizado o conceito de criança como um ser extremamente ativo e que precisa do nosso auxílio para que possa continuar se desenvolvendo integralmente. Por isso, foram apresentadas a você algumas ideias importantes sobre como podemos fazê-lo. Saber como a inteligência, ou melhor, “as inteligências” se formam e o nosso papel nesse processo é essencial, pois é a partir dele e com nossos estímulos que ocorrem a aprendizagem. 40 Cuidador infantil ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Se você fosse explicar para um colega o que são inteligências, o que diria? 2. Por que Jean Piaget afirmou que a criança precisa de atividade? O que você compreendeu sobre isso? 41 Unidade 3 – Noções de Psicologia e de Desenvolvimento Infantil REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das inteligências múltiplas. Petrópolis, R.J.: Vozes, 1998. FERRARI, Márcio. Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. 01/10/2008. Disponível em https://bit.ly/3TkN87F 43 Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação Unidade 4 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação Cursista, Seja bem-vindo amais a esta unidade. O principal objetivo é propiciar a você um repertório de atividades lúdicas a serem desenvolvidas com as crianças. Você relembrará algumas brincadeiras que já vivenciou pessoalmente, além de conhecer outros recursos que podem auxiliar o desenvolvimento motor e cognitivo dos pequenos. Esperamos também que esta unidade desperte a criança em você e que, assim, possa compreender ainda melhor o quanto é importante o ato de brincar e a descoberta para o pleno desenvolvimento infantil. Esperamos que você aproveite bastante os itens a serem apontados e que eles possam ser aplicados no seu dia a dia como cuidador de crianças. Vamos começar então?! 1. INICIANDO A NOSSA CONVERSA: POR QUE BRINCAR É IMPORTANTE? Quando estudamos Psicologia no Desenvolvimento Infantil, na Unidade 4, você conheceu Jean Piaget, um biólogo que dedicou a sua vida ao estudo do desenvolvimento cognitivo das crianças e dos adolescentes. Foi Piaget quem declarou que a criança precisa de ação, de atividade para se desenvolver, não só fisicamente, mas mentalmente. Nesse sentido, se pensarmos no ato de brincar, logo compreendemos que isso também pode ser considerado uma atividade, pois mobiliza, na criança, uma série de ações para realizar a brincadeira escolhida. Pense, por exemplo, num grupo de crianças brincando de esconde-esconde: cada um pensa onde se esconder, em como não ser visto e se beneficiar, tocando o ponto de partida. Há estratégias e interações que ocorrem ao brincar que, muitas vezes, passam despercebidas pelos adultos que cuidam das crianças. 44 Cuidador infantil Lev Vygotsky foi um psicólogo de origem russa, nascido em 1896 e falecido aos 36 anos. Ele desenvolveu seus estudos para compreender como se dá o processo de desenvolvimento intelectual, e um dos pilares de sua teoria é a defesa de que as relações sociais têm papel principal nisso. SAIBA MAIS Lev Vygotsky (1896-1934) Se você quiser conhecer um pouco mais sobre ele, assista ao breve vídeo disponível no link: https://youtu.be/BS8o_B5M9Zs Para esse cientista, a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente é o que cria uma experiência pessoalmente significativa. Assim, se pensarmos na criança, sabemos que uma das atividades mais prazerosas para ela é brincar. É brincando que ela se diverte, que ela interage, que inventa papéis sociais, que aprende novas habilidades. Nesse sentido, podemos compreender que brincar é, de acordo com Vygotsky, uma experiência pessoalmente significativa para a criança! Em um artigo, dois estudiosos da Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutores Mauro Luís Vieira e Scheila Cordazzo, destacam que Vygotsky defende que a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, possui regras que conduzem o comportamento das crianças e que o brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato. 45 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação SAIBA MAIS Texto: A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Autores: Mauro Luís Vieira e Scheila Cordazzo - UFSC Disponível em: https://bit.ly/3KkBbKW Vídeo: A importância do brincar | Renata Meirelles e Severino Antônio – Café Filosófico – CPFL Cultural: https://youtu.be/tc136kE-bQc Pensando nessa última afirmação em destaque, observe uma criança enquanto brinca, por exemplo, de mercadinho. Ela “assume” um papel social, ou seja, faz de conta que é um adulto, podendo ser a mãe, a avó, o pai… Usa alguns materiais ou brinquedos que representarão o dinheiro e a mercadoria. Por fim, age, “indo” ao mercado e fazendo as suas compras. Esse faz de conta é essencial para que a criança possa assimilar atividades que ela vivencia em seu exterior, mas que produzem um conjunto de saberes que serão úteis para o seu desenvolvimento em diferentes etapas de sua vida. Como estamos ressaltando até aqui, há inúmeras brincadeiras livres para estimular o desenvolvimento das crianças, por exemplo: • Contar e recontar histórias; • Fazer dramatizações, usar fantoches para teatrinho; • Propor vários tipos de desenho, usando, inclusive, o corpo para pintar; • Cantar cantigas infantis; • Brincar de trava-língua; • Pular corda; • Balanço na árvore (quando possível e com segurança); https://youtu.be/tc136kE-bQc 46 Cuidador infantil • Fazer Bambolê; • O que é, o que é? SAIBA MAIS Brincadeiras livres que usem as habilidades vocais, como cantar, o trava-língua, recontar histórias, por exemplo, são muito importantes para o desenvolvimento oral da criança. Aliás, você sabe o que é um trava-língua? É uma frase formada por palavras com sílabas difíceis de articular quando pronunciadas de forma rápida. Por exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma. Lembrou agora?! Fonte: https://www.normaculta.com.br/o-que-e-um-trava-lingua/ Há um manual produzido pelo Ministério da Cidadania que tem título de Jogos e brincadeiras das culturas populares na Primeira Infância (BRASIL, 2019) e é muito rico, pois traz inúmeras brincadeiras e jogos para estimulação das crianças na primeira infância, ou seja, até os seis anos, todos classificados por faixa etária e pelas principais estimulações que produzem no sujeito. É importante que você o acesse e amplie seus estudos. Garantimos que a leitura é lúdica, prazerosa e informativa. Você pode acessar esse material na íntegra, acessando o link: https://bit.ly/3Kmpeo4 Para você ir se inteirando, trazemos aqui, algumas das brincadeiras que estão nesse material e que podemos, tranquilamente, realizar com os/as pequenos/pequenas. 47 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação Nome da brincadeira: Frente a Frente com o Espelho (BRASIL, 2019, pág. 13) Faixa etária: até os 3 meses de idade O que estimula: Vínculos afetivos, desenvolvimento sensório-motor e visual do bebê Sobre essa brincadeira: O primeiro trimestre de vida do bebê pede que o adulto proponha atividades com foco na comunicação face a face, e em atividades que possibilitem interação, especialmente em função do seu sistema visual em desenvolvimento, e também por sua necessidade de estimulação permanente da comunicação não verbal, a linguagem dos bebês. A facilidade para sustentar a cabeça varia entre os bebês. É importante proporcionar apoio ao pescoço e à cabeça nas primeiras semanas, principalmente nos momentos de interação face a face, no colo, ou na cadeirinha. É importante possibilitar que o bebê fique em diferentes posturas e posições. Desenvolvimento: Coloque o bebê de frente para um espelho, primeiramente no colo, depois deitado ou sentado em um tapete ou colchonete. Essa atividade estimula o desenvolvimento motor, através de diferentes posições, o autorreconhecimento e o desenvolvimento visual. 48 Cuidador infantil Nome da brincadeira: Cesto dos Tesouros ((BRASIL, 2019, pág. 23) Faixa etária: a partir dos 6 meses O que estimula: Curiosidade, investigação, manipulação de diferentes objetos, coordenação motora ampla (movimentos em direção ao cesto) e fina (preensão dos objetos), comunicação e linguagem. Promove o espírito de exploração da criança. Sobre essa brincadeira: É interessante que essa atividade seja feita com o adulto/ cuidador sentado junto ao bebê, acompanhando e nomeando as suas descobertas, promovendo “conversas” sobre cada objeto, seus sons e função. Ao fazer isso, além de possibilitar a exploração de objetos, estimula a comunicação e vínculo positivo entre a criança e o cuidador. Material: Cestos, caixas ou bacias, e objetos macios, seguros e coloridos, de diferentes formas e texturas, para o bebê segurar. Escolha objetos diversos da casa, que sejam seguros, coloque num cesto ou caixa e deixe o bebê explorar. Modo de fazer: Coloque os diferentes objetos dentro do recipiente escolhido, e ofereça ao bebê para que os explore. 49 Unidade4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação Nome da brincadeira: A expedição – ((BRASIL, 2019, pág. 28) Faixa etária: a partir dos 9 meses O que estimula: Desenvolvimento motor; conhecimento sobre o ambiente ao redor; percepção visual e sensorial. Sobre essa brincadeira: O objetivo dessa atividade é começar a ensinar o respeito e o cuidado pela natureza, além de possibilitar a fruição do convívio com seus elementos. Esteja sempre junto e observando muito ao longo da brincadeira! Desenvolvimento: Sempre que possível, leve o bebê para que possa ter contato com a natureza e fazer pequenas descobertas. Deixe-o engatinhar durante um tempo, permanecendo ao seu lado, explicando o que ele for encontrando: flores, pedrinhas etc. Diga o nome das flores e cheire-as, observe e dê nome aos insetos, sopre folhas secas, todas essas ações estimulam a criança a conhecer e criar vínculos positivos com o meio ambiente e a natureza. 50 Cuidador infantil Nome da brincadeira: Brincando com areia (BRASIL, 2019, pág. 55) Faixa etária: a partir dos 12 meses O que estimula: Atividade de estimulação sensorial, imaginação, criatividade, habilidade motora fina, expressão gráfica e artística. Sobre essa brincadeira: Mais uma vez, elementos simples, que fazem parte do cotidiano de muitas crianças, como areia, galhinhos, pedrinhas e pequenos recipientes ou potes, possibilitam momentos de entretenimento, elaboração de cenários e muita expressão criativa Material: Pracinha ou espaços com areia ou, ainda, caixas grandes ou recipientes plásticos com areia limpa. Demais elementos, como pazinhas, galhos, pedrinhas e pequenos potes, peneiras e outras ferramentas. Modo de fazer: Deixe a criança explorar com pés, mãos e diferentes ferramentas, a textura e possibilidades de assumir formas que a areia oferece, de modo a estimular a criatividade, o desenvolvimento sensório-motor e a imaginação. Sente-se próximo à criança e mostre como é possível fazer diferentes desenhos e grafismos com os diferentes instrumentos e também com as mãos e dedos. Estimule a criança a fazer seus próprios desenhos. Variações: Trabalhar com areia seca e úmida, e de diferentes cores (usando corante alimentício ou anilina para colorir). 51 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação Nome da brincadeira: Bolhas de sabão (BRASIL, 2019, pág. 42) Faixa etária: a partir dos 3 anos O que estimula: Desenvolvimento do aparelho fonador, através do exercício do sopro, coordenação motora fina. Sobre essa brincadeira: É muito fácil fazer a alegria da criançada comprando kits prontos de bolha de sabão. Mas aqui está uma receita para fazer sua própria fórmula para excelentes bolhas de sabão, estruturadas e que podem ser feitas com sopradores maiores, ou com raquetes para bolhas gigantes. Uma vantagem do instrumento caseiro é que a criança não coloca o rosto nem a boca em contato com a mistura de bolhas. Dessa forma, crianças menores podem fazer suas bolhas gigantes. Desenvolvimento: Material para a fórmula para fazer bolha de sabão: Um litro de água, 250 ml de detergente líquido para louça, e quatro colheres de sopa de açúcar. Modo de fazer: Misture todos os ingredientes em um recipiente plástico com tampa, e deixe descansar por uma noite. O açúcar ajuda a estruturar as bolhas, que sairão em grande quantidade, maiores e durando mais tempo! 52 Cuidador infantil Nome da brincadeira: Arte com elementos da Natureza ((BRASIL, 2019, pág. 57) Faixa etária: a partir dos 4 anos O que estimula: Percepção visual, contato com a natureza, percepção ambiental, motricidade fina, fruição artística, criatividade. Sobre essa brincadeira: Muitas crianças gostam de recolher as pedrinhas, galhos, folhas ou flores caídas pelo chão. A proposta dessa atividade é aproveitar esses “materiais” para fazer arte. Material: Elementos coletados na natureza, como pedrinhas, flores, conchinhas folhas e galhos, papel e cola branca (opcionais). Como fazer: Utilizando estes elementos, montar objetos, paisagens e cenários com a criança, podendo, se quiser, colar todos os elementos em uma base de papel de qualquer tipo com cola branca, ou deixar montado no chão, sem colar. O importante é exercitar a criatividade e a imaginação, criando novas imagens a partir de elementos já conhecidos. 53 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação DICA Assistia este breve vídeo sobre a importância do brincar: https://youtu.be/jBsRvI3nX_M Até aqui esperamos que você tenha aprendido a importância que as brincadeiras e o espaço lúdico devem ter para a formação dos processos mentais e físicos da criança. SAIBA MAIS Conheça um pouco mais sobre o universo infantil acessando o site: https://www.tempojunto.com/. Esse site é um repositório muito enriquecedor, há vários vídeos do canal do TempoJunto.com também no Youtube. Assista “TOP 10 BRINCADEIRAS PARA CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS: https://youtu.be/nbiMov3Zo1k A partir daqui, compreenderemos um pouco sobre as contribuições que os jogos, a contação de histórias e o teatro têm para a constituição da identidade da criança e, como você, como cuidador, pode auxiliá-la. 2. DIFERENTES REPRESENTAÇÕES DO LÚDICO: JOGAR, CONTAR HISTÓRIAS E OS FANTOCHES Como cuidador, além das brincadeiras livres, aquelas sem regras definidas, você deve apresentar outras, apoiadas em regras, como os jogos, deve contar histórias e, até mesmo, apresentar e criar historinhas de teatro, podendo utilizar, por exemplo, fantoches. Tudo isso, sempre tendo como objetivo principal, estimular o desenvolvimento da criança, a partir do lúdico, presente no universo infantil. 2.1 Os Jogos Os jogos, além de possibilitar o desenvolvimento do pensamento lógico, permite que a criança elabore estratégias, conviva com seus pares, aprenda a se comunicar melhor, a respeitar regras e os limites dos outros. Como afirmam COTONHOTO, ROSSETTI e MISSAWA(2019), Em diversos espaços, os jogos e brincadeiras possibilitam às crianças a construção do seu próprio conhecimento, pois ofe- recem condições de vivenciar situações-problemas, a partir do desenvolvimento de jogos planejados e livres que permitam à criança uma vivência no tocante às experiências com a lógica e o raciocínio e permitindo atividades físicas e mentais que favore- çam a sociabilidade e estimulem as reações afetivas, cognitivas, sociais, morais, culturais e linguísticas. (p. 41) https://www.tempojunto.com/ 54 Cuidador infantil Os jogos podem ser de regras individuais ou cooperativos. Para ilustrar melhor para você alguns exemplos de jogos de regras individuais, é bastante que nos lembremos da amarelinha, ou ainda, do boliche. O objetivo nesse tipo de jogo é a criança chegar a um objetivo particular, por exemplo, no boliche, derrubar todos os pinos na sua vez de jogada. Já, exemplificando os jogos cooperativos, quem nunca brincou de cabo de guerra ou de escravos de Jó? O objetivo nesse tipo de jogo é coletivo, ou seja, o grupo de crianças precisa estar conectado entre si para chegar ao final com sucesso. 55 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação SAIBA MAIS Kit de Desenvolvimento da Primeira Infância: Uma Caixa de Tesouros de Atividades: https://maecoruja.pe.gov.br/wp-content/ uploads/2018/05/Kit-de-Desenvolvimento-da-Primeira-Inf%C3%A2ncia.pdf Há um material produzido pela UNICEF (UNICEF, 2014) “Kit de Desenvolvimento da Primeira Infância: Uma Caixa de Tesouros de Atividades” o qual traz além de atividades, brincadeiras e jogos que podem ser realizados com as crianças. É muito importante que você o acesse. Para tanto, o link está disponível no box ao lado. Enquanto você não acessa o material na íntegra, foram selecionados quatro jogos e suas respectivas faixas etárias e habilidades para que você se familiarize com a ação do jogar em um universo tão infantil. 1. Quebra-Cabeça de Tabuleiro (UNICEF, 2014,p.14) O que fazer • A retirada das peças do quebra-cabeça será a primeira habilidade que o bebê adquirirá com bastante facilidade. Bater as peças do quebra-cabeça umas contra as outras ou no chão também é muito divertido, pois faz muito barulho, que o bebê adora. • Deixe o bebê explorar formas de identificar e analisar a peça do quebra-cabeça e o formato do orifício onde se encaixa. • Observe como o bebê compara a imagem da peça do quebra-cabeça e o orifício onde se encaixa. • Incentive a criança conversando e mencionando as cores e formas do quebra-cabeça. O que observar • O bebê está aprendendo a usar seus olhos para ajudar-se a estender a mão e apanhar objetos. Assim, peças com formas, texturas e tamanhos diferentes são especialmente úteis para melhorar essa habilidade 56 Cuidador infantil 2. Bolas de Esponja (UNICEF, 2014, p.27) O que fazer • Role uma bola na direção do bebê. Deixe-a observar como a bola rola no chão. • Deixe o bebê tocar e segurar a bola. É por meio do tato que os bebês aprendem sobre o mundo. • Os bebês gostam de segurar e sentir coisas de texturas diferentes. Deixe-os sentir a maciez da bola. Isso os ajudará a querer movimentar e fortalecer seus músculos. O que observar • Os bebês aumentam seu controle ao manusear a bola. • Os bebês desenvolvem seu senso de curiosidade. • Os bebês interagem com os monitores. 3. Caixa de Formas (UNICEF, 2014, p.32) O que fazer • Deixe as crianças praticar e brincar com a caixa de formas sozinhas. • Organize duas equipes e peça às crianças que introduzam as formas na caixa uma de cadavez o mais depressa possível. • Coloque todas as formas no chão, diga os nomes das formas e peça às crianças que mostrem onde estão as estrelas, os retângulos, os triângulos, os círculos. Se não conseguirem encontrá-los, mostre quais são e peça novamente às crianças que os encontre. O que observar • As crianças verificam sua própria capacidade de encontrar as formas correspondentes aos orifícios da caixa. 57 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação 4. Empilhar e Agrupar (UNICEF, 2014, p.46) O que fazer • Coloque um objeto em frente ao bebê e empilhe outro em cima enquanto ele observa. Dê um objeto para o bebê empilhar. • Fale sobre o que ele está fazendo. • Dê-lhe tempo para explorar os materiais livremente. O que observar • Os bebês conseguem colocar uma coisa em cima da outra. • Os bebês demonstram interesse em algo novo. Agora que você já compreendeu mais sobre a importância dos jogos e conheceu algumas propostas para aplicar com as crianças, continuaremos nossos estudos, tratando da importância da contação de histórias e do teatro para o desenvolvimento da identidade infantil. 2.2 A contação de histórias e o faz de conta do teatro de fantoches Quem não gosta de uma boa história? Tenho certeza de que você, cursista, deve gostar. Então… da mesma forma, as crianças também gostam e podem, gostar ainda mais, quando os adultos que estão ao seu redor as estimulam. Para uma estudiosa da arte de contar histórias, a mestre Emanoela Silva (SILVA,2021)6, as histórias podem ser contadas em diversas ocasiões e a partir de contos de literatura infantil que já existem, ou de contos que são típicos de uma região, uma lenda, por exemplo. A contação de histórias não precisa ocorrer somente na escola, ela pode ser realizada por um familiar antes de dormir ou na hora de acordar, por um cuidador, em um teatro reproduzido por autores, ou seja, quando alguém escreve ou inventa uma história e a dramatiza. O autor escreve, lê e pode dramatizar. Por isso, como cuidador/cuidadora, “abuse” desse recurso! Conte muitas histórias e incentive as crianças a recontarem aquilo que ouviram, como também, faça com que elas mesmas 6. Você pode ler uma síntese do trabalho da Mestre Emanoela Silva acessando ao link: https://bit. ly/3PSc3wm 58 Cuidador infantil contem as suas, incentivando sua criatividade e seu processo linguístico, seja da língua falada, de sinais e por gestos. Trazendo ainda os estudos de Emanoela Silva, ela nos chama atenção, ao apontar que Devemos contar histórias para as crianças desde bebês, ou até mesmo antes do nascimento, contar histórias é um ato de amor e envolve vários outros sentimentos, porém a mãe pode transmitir esse amor para seu filho mesmo ele ainda estando no seu ventre. Muitas vezes, acredita-se que não se deve contar histórias para bebês pois ainda não falam, não entendem, não são totalmente desenvolvidos. Muito pelo contrário, os bebês ainda estão em desenvolvimento e as histórias são fundamentais para isso, é importante que durante a contação de histórias para essa faixa etária sejam utilizadas imagens, músicas, fantoches, palitoches etc. E o contador deve chamar a atenção de seu público através de gestos e tendo uma fala suave que acompanhe a história.[...] (SILVA, 2021, p. 2) Não se esqueça de cantar para e com as crianças. Cantar estimula não somente a oralidade, mas proporciona integração, ajuda a enfrentar a timidez e estimula a coordenação motora. 59 Unidade 4 – Educação infantil: atividades pedagógicas, lúdicas e de criação DICA Há vários vídeos no Youtube e canais com ótimas contações de história. Aproveite para acessar os vídeos abaixo e assistir. Tenho certeza de que você voltará a ser criança! DOIS PASSARINHOS - história pra contar usando as mãos | Fafá Conta Nesse vídeo, a contadora usa as mãos para contar uma pequena história. https://youtu.be/d36AOM9FqG4 A ÁRVORE GENEROSA - história infantil contada | Fafá Conta Nesse belo vídeo, Fafá conta a história de um livro de literatura infantil. É lindo! https://youtu.be/rw1Aa4kq5U4 SAIBA MAIS Se você ainda não ouviu nada sobre a dupla do “Palavra Cantada”, trabalhando como cuidador de crianças, tenho certeza de que ouvirá. No site da dupla, podemos encontrar uma descrição sobre como surgiu esse importante trabalho que já formou algumas gerações de pessoas. Segundo o site (http://palavracantada.com.br/), a Palavra Cantada foi fundada em 1984 pelos músicos Sandra Peres e Paulo Tatit. A ideia é criar melodias, letras e arranjos originais, em favor de uma poética que respeite a inteligência e a sensibilidade das crianças. Qualidade e sucesso seguem o mesmo compasso. Desde a sua criação, a Palavra Cantada é premiada e elogiada pela crítica, graças a esse trabalho cuidadoso. Aproveite e assista no Youtube duas das várias produções que existem do Palavra Cantada, selecionadas para você. www.vagalume.com.br Palavra Cantada | Imitando os Bichos: https://youtu.be/slShEL-N1mA Palavra Cantada | Lavar as Mãos: https://youtu.be/CaTXgmHyMSk https://youtu.be/d36AOM9FqG4 http://palavracantada.com.br/ http://www.vagalume.com.br https://youtu.be/slShEL-N1mA https://youtu.be/CaTXgmHyMSk 60 Cuidador infantil Além das histórias inventadas, cantadas, das lendas e daquelas que estão em livros de literatura infantil, podemos nos apoiar no uso do teatro de fantoche para incentivar a brincadeira, o ambiente lúdico de aprendizagem e o faz de conta para as crianças. DICA Há bons materiais e sugestões para a produção e uso do fantoche com as crianças. Veja aqui, algumas das propostas que foram publicadas pela Revista Nova Escola e acesse os links para conhecer mais. Produção de um teatro de bonecos, com materiais simples e baratos: https://bit.ly/3QPTcDd Prática de inclusão das crianças , a partir do teatro de fantoche: https://bit.ly/3KhkeAY Você já deve ter assistido, ou até mesmo, pode ter brincado com o teatro de fantoches7. Além do aspecto lúdico, os fantoches, por instigarem a imaginação, o raciocínio lógico e a criatividade, podem auxiliar no processo de aprendizagem das crianças. Como cuidador/cuidadora, você poderá se utilizar desse recurso para propor reflexões e situações. Ao apresentar os fantoches para o/a pequeno/pequena, despertamos a sua atenção, exercitamos a sua memória e inteligência, ajudando inclusive, a ampliar o seu
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