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MANEJO DO SOLO E PLANTAS MANEJO DO SOLO E PLANTASORGANIZADORES DANIELE CANDIDO DA COSTA; MONICA DOS SANTOS ORGANIZADORES DANIELE CANDIDO DA COSTA; MONICA DOS SANTOS M anejo do solo e plantas GRUPO SER EDUCACIONAL O livro Manejo do solo e plantas é direcionado para estudantes de cursos da área de agricultura e manejo do solo. Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo especí�co dos seguintes assuntos: agricultura, suste- ntabilidade e meio ambiente, pesquisa em erosão, manejo e conservação do solo e da água. Após a leitura da obra, o leitor vai saber os aspectos importantes para uma boa gestão ambiental; aprender sobre deterioração química, deterioração física, matéria orgânica e ciclagem de nutrientes; entender do que é com- posto o sistema solo-planta-atmosfera; aprender sobre a translocação de água e solutos na planta; identi�car uma área degradada e quais os sinais de alerta; compreender os efeitos da poluição do solo e da água. E não é só isso. Tem muito mais. O livro tem muito conteúdo relevante. Aproveite. Agora é com você! Bons estudos! gente criando futuro I SBN 9786555580280 9 786555 580280 > C M Y CM MY CY CMY K MANEJO DE SOLO E PLANTAS Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos, Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi da Costa, Daniele Candido. Manejo do solo e plantas / Daniele Candido da Costa; Monica dos Santos: Cengage – 2020. Bibliografia. ISBN 9786555580280 1. Agricultura 2. Manejo do solo Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Daniele Candido da Costa Graduada em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestra em gricultura Tropical e Subtropical na subárea de Tecnologia da Produção Agrícola pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), cursando MBA em Gestão do Agronegócio pela Universidade ederal do Paraná (UFPR). Atualmente é consultora acadêmica de exatas e agrárias. Monica dos Santos Graduada em Ciências Econômicas e Especialista em Gestão Ambiental pela COPPE/UFRJ. Atualmente Instrutora no SENAC Rio, leciona para os cursos de Aprendizagem e Técnico em Administração, entre as matérias abordadas estão matemática financeira, contabilidade básica, custos, rotina de compras e empreendedorismo. Também atua como palestrante em Economia Doméstica e treinamento para microempreendedores. SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - Agricultura, sustentabilidade e meio ambiente .........................................................9 Introdução.............................................................................................................................................10 1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 11 2 Agricultura, sustentabilidade e meio ambiente ................................................................................. 13 3 Erosão do Solo ................................................................................................................................... 20 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................26 UNIDADE 2 - Pesquisa em erosão ..................................................................................................27 Introdução.............................................................................................................................................28 1 Pesquisa em erosão ........................................................................................................................... 29 2 Matéria orgânica e ciclagem de nutrientes ....................................................................................... 33 3 Dinâmica físico-estrutural do solo ..................................................................................................... 36 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................41 UNIDADE 3 - Manejo e conservação do solo e da água ..................................................................43 Introdução.............................................................................................................................................44 1 Manejo de áreas irrigadas .................................................................................................................. 45 2 Práticas conservacionistas ................................................................................................................. 47 3 Como recuperar uma área degradada ............................................................................................... 54 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................59 UNIDADE 4 - Solo, planta, atmosfera .............................................................................................61 Introdução.............................................................................................................................................62 1 Sistema solo-planta-atmosfera .......................................................................................................... 63 2 Translocação de água e solutos .......................................................................................................... 63 3 Efeito de água e sais minerais na fisiologia da planta ........................................................................69PARA RESUMIR ..............................................................................................................................72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................73 Este livro, Manejo do solo e plantas, tem como objetivo informar o leitor para que ele possa manejar o solo de forma adequada. Informa, além de conceitos básicos da área, conteúdo específico sobre agricultura, sustentabilidade e meio ambiente, pesquisa em erosão, manejo e conservação do solo e da água. Entre muitos assuntos, a primeira unidade, Agricultura, sustentabilidade e meio ambiente, aborda os princípios de sustentabilidade e os impactos causados pela agricultura ao meio ambiente quando não são usadas técnicas de manejo sustentável. A segunda, Pesquisa em erosão, aborda os trabalhos e pesquisas realizados por estudiosos e instituições que se preocupam com a forma como os solos estão sendo usados de forma degradante. A terceira unidade, Manejo e conservação do solo e da água, explica sobre as dinâmicas envolvidas no manejo de solos em áreas irrigadas, fatores que afetam a infiltração da água e as práticas conservacionistas que auxiliam no equilíbrio do solo. Agora, para finalizar o conteúdo da obra, a quarta unidade, Solo-planta-atmosfera, trata sobre como água e sais minerais, essenciais para o bom desenvolvimento das plantas, se movimentam do solo para as plantas. Esta é apenas uma pequena amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. Desejamos que o leitor tenha uma carreira de sucesso, com muito prestígio. Aos leitores, sorte em seus estudos! PREFÁCIO UNIDADE 1 Agricultura, sustentabilidade e meio ambiente Olá, Você está na unidade Agricultura, Sustentabilidade e Meio Ambiente. Aqui você conhecerá os princípios de sustentabilidade, e também, os impactos causados pela agricultura ao meio ambiente quando não são usadas técnicas de manejo sustentável. Será levado a buscar informações e interagir com a natureza de forma responsável, buscando métodos inovadores do setor agropecuário para a produção de alimentos. Aprenderá sobre as leis e programas que regulam e orientam os proprietários de terras a fazer o uso sustentável do solo, evitando dessa forma erosões e deslizamentos de terras causados pela falta de informação. Verá que em diversos lugares as técnicas inovadoras serviram para uma melhor gestão da água, trazendo inúmeros benefícios à sociedade. Bons estudos! Introdução 11 1 NOÇÕES PRELIMINARES A Unidade Agricultura, Sustentabilidade e Meio Ambiente apresentará, de forma clara e objetiva, métodos e técnicas utilizados no Brasil e no mundo que contribuem para uma melhor gestão dos recursos naturais. Como as Secretarias de Meio Ambiente contribuem com programas de incentivo, fomentando práticas de recomposição florestal e recuperação de mananciais? O estudante desenvolverá conhecimentos técnicos no que diz respeito às políticas públicas, adotadas por estados e municípios, a fim de mitigar os impactos causados pela ação humana. Para tanto, deverá desenvolver senso crítico, analisando e propondo ações que contribuam para o bem-estar da população no que diz respeito a produção sustentável da agricultura, perda de nutrientes do solo e gestão de recursos hídricos. Figura 1 - Manejo do Solo Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: Na imagem temos dois tratores preparando o solo de uma área rural, o que indica que em breve será usado pelo agricultor para plantio de alguma espécie agrícola. Será possível conhecer melhor alguns dos principais documentos que são usados nos estudos de impactos ambientais de determinados projetos, tais como, 1.1 Aspectos importantes para uma boa gestão ambiental A gestão ambiental é matéria interdisciplinar, ou seja, o trabalho para reparar um ambiente degradado depende da união de vários profissionais, de diferentes áreas do conhecimento, todos trabalhando juntos com suas técnicas e mecanismos, em prol de uma melhor qualidade ambiental. 12 Diante das mudanças climáticas percebidas a olhos nus em nosso planeta, cada vez mais se exige do profissional que atua na área ambiental conhecimentos técnicos para tomadas de decisões no caso de acidentes ou imprevistos envolvendo o clima e o tempo. É necessário conhecimento para que se previnam acidentes e reduzam os impactos. Portanto, é importante o desenvolvimento de atividades e técnicas que visam a redução do uso degradante do solo. Nesta unidade será incentivada a capacidade de o aluno analisar de forma crítica e propor medidas preventivas, objetivando a redução de impactos ambientais no uso do solo. Em razão da complexidade da questão ambiental, há a necessidade de os processos educativos proporcionarem condições para as pessoas adquirirem conhecimentos, habilidades e desenvolverem atitudes a fim de intervir de forma participativa em processos decisórios que implicam a alteração, para melhor ou pior, na qualidade ambiental. Nesse sentido, a realidade de atividades educativas, programadas para gestores ambientais, deve oferecer instrumentos que facilitem caracterizar um problema ambiental e envolve outras pessoas na sua discussão, pois, a partir de um problema ambiental observado é possível: • Verificar e reconhecer os principais atores sociais envolvidos e suas formas de organização; • Relacionar os efeitos sobre o meio físico-natural com ameaças à qualidade de vida dos grupos sociais afetados; • Conhecer o posicionamento da comunidade envolvida ou afetada; • Distinguir os aspectos da legislação ambiental federal relacionados (ao problema) e as possibilidades de sua utilização pelo órgão ambiental e por organização da sociedade civil; • Aplicar procedimentos que facilitem a participação dos diferentes segmentos sociais no seu estudo (do problema), bem como na difusão dos resultados encontrados. (BERTÉ, 2009, p. 75-76) É importante que se tenha um olhar atencioso e crítico para todas as formas de impactos ambientais. Como vimos nos tópicos acima levantados por Berté (2009), é preciso conhecer as legislações que regulam as atividades produtivas causadoras de impactos na natureza. A legislação pode ser na esfera federal, estadual e municipal. Muitos gestores públicos, ocupando cargos em secretarias e ministérios, ignoram ou desconhecem as leis que foram criadas para mitigar os estragos ao meio ambiente que algumas atividades podem causar. A gestão participativa se faz cada mais necessária. Envolvendo sociedade civil, governo e empreendedores, todos saem ganhando, pois, o retorno se dá através do aumento da capacidade produtiva de forma sustentável e do aumento da qualidade ambiental dos ecossistemas. 13 Figura 2 - Interação Homem e a Natureza Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra uma criança cheirando uma muda prestes a ser plantada. É nítida a interação do homem com a natureza. Temos que trabalhar para fortalecer esse vínculo. 2 AGRICULTURA, SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE O termo Agricultura Sustentável já é conhecido por muitos que se dedicam à prática de proteção ambiental, que tem como princípios o manejo adequado do uso do solo, mantendo seu potencial produtivo. Para tanto, é necessário preservar algumas propriedades do solo: • Físicas: Aeração, retenção de água, compactação, estruturação; • Químicas: Reação do solo, disponibilidade de nutrientes e interações entre eles; • Biológicas: Teor de matéria orgânica, respiração, biomassa de carbono, biomassa de nitrogênio, taxa de colonização e espécies de microrganismos. A preservação das propriedades físicas, químicas e biológicas garante a produtividade não só no presente, mas também no futuro, pois dessa forma é mantida a fertilidade do solo. O armazenamento de nutrientes para as plantas vai contar consideravelmente com a quantidade de matéria orgânica mantida nesse solo, e para isso, é preciso que a terra seja adubada e tratada. 14 Assima estabilidade do solo é mantida, reduzindo a velocidade de percolação das águas da chuva, e consequentemente, não deixando que escorra com a água. Como estamos falando de agricultura sustentável, o melhor método é a utilização de compostos orgânicos e biofertilizantes para adubação. O solo é fonte de alimentos, nutrientes, água, e diferentes formas de vida. Mas estudos comprovam que o manuseio inadequado tem trazidos problemas muitas vezes irreparáveis, tornando-o inapropriado para o cultivo, as chamadas terras inférteis. O manejo correto evita sua destruição. A degradação ambiental é matéria de preocupação no Brasil desde a década de 1960.O presidente militar Humberto de Alencar Castelo Branco já se mostrava preocupado com a migração da região sul para o centro-oeste, e em seguida para o norte. A preocupação maior era com a degradação ambiental e suas consequências futuras, principalmente em relação à devastação das florestas tropicais. Com o propósito de reduzir os impactos ambientais das migrações, em 1965 foi criada a Lei Federal 4.771, que institui o código Florestal Brasileiro. De acordo com Berté (2009), os impactos ambientais são ocasionados por choque de interesses diretos ou indiretos envolvendo o homem e a natureza. Esses confrontos são considerados como positivos ou negativos, ocasionais ou permanentes, locais ou globais. Desmatamento, queimadas, erosão, aumento da camada de ozônio, efeito estufa, inversão térmica e poluição são as consequências mais graves. Diante desse quadro, surge a necessidade de estudar, conhecer e aplicar determinados princípios e técnicas. Também é preciso recorrer aos dispositivos legais para efetividade da gestão ambiental (como EIA, AIA, RIMA e outros). A AIA - Avaliação de Impacto Ambiental é considerada um instrumento preventivo usado nas políticas de gestão ambiental. Essa avaliação permite que os projetos que possam vir causar danos ao meio ambiente sejam analisados antes dos impactos, e consequentemente antes da sua aprovação. Essa avaliação é geralmente desenvolvida por equipes multidisciplinares, que apresentam em seus relatórios diagnósticos, descrições, analise e avaliações sobre os possíveis impactos ambientais que possam acontecer no projeto. A EIA – Estudo de Impacto Ambiental é um dos principais instrumentos utilizados para o planejamento ambiental, avaliação de impactos, delimitação de área de influência. O estudo define também os mecanismos de compensação e mitigação dos danos previstos em decorrência da implantação de atividades/empreendimentos de grande potencial poluidor e degradação do meio ambiente, conforme preconiza a legislação vigente. Trata-se da exigência dos órgãos competentes em atendimento as normas estabelecidas, conforme o Art. 2º, da Resolução Conama nº 01/ 86. 15 Por sua vez, o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental contém as principais informações do EIA, bem como sua conclusão, que são apresentadas no Relatório em linguagem clara e objetiva. Deve ser ilustrado por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que todos entendam as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: FIQUE DE OLHO A obra Cultura é natureza – tribos urbanas e povos tradicionais, da autora Lara Moutinho da Costa, apresenta informações importantes sobre a perda da biodiversidade. De acordo com a estudiosa, algumas das principais causas da perda de biodiversidade são: exploração excessiva de espécies animais e vegetais pelo mercado; destruição e diminuição dos habitats naturais; poluição do solo, água e atmosfera; ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas; mudanças climáticas e aquecimento global. (DA COSTA, 2009) Ainda, de acordo com a autora, dentre as consequências dessa perda estão: diminuição da variedade na produção de alimentos; aumento da vulnerabilidade de ecossistemas aos desastres naturais; restrições do uso de energia; menor oferta e distribuição irregular de água potável; crescimento de doenças e epidemias; instabilidades sociais, políticas e econômicas (DA COSTA, 2009) 16 2.1 Técnicas eficientes no manejo do solo São diversas as técnicas utilizadas atualmente para manutenção de um solo sadio para o plantio. Com isso, é possível garantir a preservação dos nutrientes, evitando sua erosão e desertificação. A desertificação é um fenômeno que ocorre nas regiões de clima árido, semiárido e subúmido secos, onde grandes porções de terras se tornam desertos. Ela pode ter várias causas, mas em geral está relacionada a mudanças no clima e alterações no uso que o homem faz do solo. (CASARIN, 2011, p. 64) Dentre as técnicas podemos destacar: • Técnicas de Reflorestamento Plantio de espécies de madeiras nobres; • Produção Sustentada em Florestas Silvicultura: Consiste em colher a floresta por meio de cortes parciais, pois, evitando o corte total, aumenta-se a produtividade e a erosão é reduzida. Essa técnica se dá pelo gradual crescimento de árvores novas que ocupam o lugar das que foram cortadas; • Agricultura Sintrópica O Sistema de Cultivo Agroflorestal (SAF) se caracteriza pela interação, organização, equilíbrio e preservação da energia do ambiente. O objetivo é acelerar o processo de sucessão natural, e para isso são usadas duas técnicas: a capina seletiva e a poda de arvores e arbustos. Na primeira, as plantas pioneiras nativas (como gramíneas herbáceas e trepadeiras) são removidas. Em seguida, faz-se a mistura com o material da poda e esses compostos são distribuídos no solo, tornando-o mais nutritivo. Trata-se de um método eficaz para a recuperação de pastos abandonados e degradados. • Integração Lavoura e Pecuária A Embrapa já faz parceria com fazendeiros desenvolvendo o processo de Integração Lavoura, Floresta e Pecuária (ILFP). Nessa prática, os produtores rurais fazem rodízio de diferentes culturas e intercalam os locais de pastagem com capim braquiária. Essa técnica permite a regeneração do solo. Segundo matéria publicada na página do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) demonstra que mais da metade do solo da América Latina sofre algum tipo de degradação. Em comparação, no mundo o percentual de degradação é de 33%. Os prejuízos mais evidentes são: a compactação 17 da terra, que piora os impactos de enchentes; a perda de fertilidade do solo; a menor captação de carbono da atmosfera. Figura 3 - Utilização do Solo para Agricultura e Pecuária Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: A imagem mostra a ocupação do solo por gado e, ao fundo, uma plantação de milho. A imagem apresenta o uso da terra para mais de uma cultura. 2.2 Legislações ambientais Podemos considerar que o marco essencial na progressão dos fatos rumo a uma política ambiental foi, em 1981 no governo do presidente João Figueiredo, quando foi implantada a lei 6.938/81. Tal lei estabeleceu a política nacional de meio ambiente, cujo objetivo era a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, e visava assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade humana. No mesmo período de criação da lei 6.938/81, também foi criado o SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente) e o Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente). O primeiro com o propósito de integrar e coordenar a política ambiental nacional, e compatibilizar a atuação municipal, estadual e federal. O segundo, é um órgão consultivo e deliberativo. Trata-se de um colegiado representativo de cinco setores, sendo eles os órgãos federais, estaduais e municipais, o setor empresarial e a sociedade civil. Lei Federal nº 6.938, de 1981 Nessa lei, o termo meio ambiente é definido como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). 18 Em seu art. 2º fica definido que A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente (BRASIL, 1981). Lei nº 7.876, de 13 de dezembro de 1989 O Governo Federal através da Lei 7.876/89 institui o dia nacional de conservação do solo, a ser comemorado todo dia 15 de abril. Esta data visa motivar a importância e a necessidade de sua preservação, conscientização dos produtores e toda a sociedade para um uso sustentável. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 A Lei 12.651/12 que atualiza e estabelece o novo Código Florestal, dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Em seu Art. 1°, estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Resolução CONAMA nº 420, de 28 de dezembro de 2009 A resolução CONAMA nº420 dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias 19 químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Em seu Art. 3º define que a proteção do solo deve ser realizada de maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou recuperá-la de forma compatível com os usos previstos. Parágrafo único. São funções principais do solo: I - Servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat para pessoas, animais, plantas e outros organismos vivos; II - Manter o ciclo da água e dos nutrientes; III - Servir como meio para a produção de alimentos e outros bens primários de consumo; IV - Agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação e transformação de substâncias químicas e organismos; V - Proteger as águas superficiais e subterrâneas; VI - Servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, histórico e cultural; VII - Constituir fonte de recursos minerais; VIII - Servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais e propiciar outros usos públicos e econômicos. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 20 3 EROSÃO DO SOLO Agora que os conceitos básicos sobre agricultura e uso do solo foram apresentados, conheceremos com mais detalhes as causas e consequências da erosão do solo. Percebe-se que o mau uso da terra traz como consequência a perda de nutrientes, desertificação e abandono de áreas que poderiam ser cultivadas, caso fossem usadas as técnicas adequadas. A ação do fluxo de água, e a ação dos ventos, são processos superficiais e naturais que levam a erosão do solo. Porém, além dos processos naturais, existem os processos que derivam da intervenção humana, como a agricultura intensiva, construções de estradas, desmatamentos, atividades comerciais que interferem nas mudanças climáticas, construções irregulares em encostas, entre outros. A ação da chuva e intempéries podem causar a chamadas “voçorocas”, que são grandes buracos de erosão. Esse fenômeno geológico acontece onde há indícios da falta de cobertura vegetal, deixando o solo desprotegido. Um exemplo são as constantes chuvas fortes em regiões determinadas, que, caso fosse coberta por vegetação, a água iria percolar o solo de forma lenta, uma vez que as árvores fazem o papel de filtro. Sem as árvores, a água da chuva arrasta os sedimentos, causando erosão, degradação e formação de crateras sobre o solo. São muitos e variados os processos que levam a degradação dos sistemas de produção. Em geral, ocorre em duas fases: A primeira denominada degradação agrícola e, a segunda, degradação biológica. A degradação agrícola é o processo inicial no qual o sistema perda da produtividade econômica, com desequilíbrio pela ausência no sentido de mantê-lo no ponto ideal de controle de ervas daninhas e de agentes bióticos adversos (fitopatógenos, pragas), resultando em menor produção da cultura principal. Nessa situação, não há necessariamente uma perda da capacidade do solo em sustentar o acumulo de biomassa, porém, haverá perdas devido a redução do potencial de produção das plantas cultivadas. Nos sistemas de pastagens do Estado do Acre, principalmente naquelas formadas em sucessão à floresta primaria, a degradação agrícola é a forma mais comum e a porcentagem de ervas daninhas é um indicativo do grau de degradação da pastagem. (WADT et. al, 2003, p.12) No meio ambiente existem necessidades básicas para se ter uma vegetação bem-sucedida, começando por uma análise do local, exigindo uma avaliação de todas as variáveis que possam vir a afetar o desenvolvimento e o crescimento de uma vegetação. FIQUE DE OLHO O CAR – Cadastro Ambiental Rural, criado pela Lei 12.651/12 consiste em um registro eletrônico público, de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais. O registro tem a finalidade de integrar informações ambientais das propriedades rurais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas. Com isso, compõe-se uma base de dados para controle, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. 21 Incluímos nessa análise fatores como o clima, a vegetação nativa e os parâmetros microlocais, como por exemplo, solo, possíveis condições tóxicas e topografia. Quando estamos revegetando, a atividade pode se dar por meio de variedade de plantas e diferentes métodos de plantio. As árvores, arbustos e gramíneas (plantas rasteiras), podem ser utilizadas na recuperação de áreas degradadas. A escolha dependerá simplesmente da adaptação de cada uma na região onde será usada. Outro fator fundamental é a preparação do local onde as plantas serão inseridas. O nivelamento e a drenagem também estão incluídos nessa preparação. Figura 4 - Pouca Cobertura Vegetal Fonte:Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: A imagem mostra uma área com pouca cobertura vegetal, e logo abaixo passa um rio. Uma chuva forte nessa região, com ação dos ventos deslocaria sedimentos para o rio, causando assoreamento 3.1 Estimativas do escoamento superficial e perda de solo Com o conhecimento das causas da erosão, podemos agora aprofundar os conceitossobre como evitar, ou mitigar a perda do solo. O ciclo hidrológico interfere diretamente no escoamento superficial. A chamada Erosão Pluvial acontece através do movimento das chuvas, causando o desgaste do solo. Quando chegam as chuvas, quanto menos cobertura vegetal tem o solo, mais sedimentos são arrastados pela água. Vejamos agora os quatro tipos principais de erosão do solo: Erosão de respingos Acontece quando o impacto de uma gota de chuva caindo cria uma pequena cratera levantando partículas do solo. Dependendo da saturação do solo, os sedimentos arrastados podem ocorrer em maior quantidade, pois o processo de infiltração é reduzido; 22 Erosão laminar Ocorre com o transporte de partículas de solo solto pelo fluxo terrestre; Erosão em sulcos É o desenvolvimento de caminhos de fluxo pequenos, esse tipo de erosão é muito comum em colinas e montanhas Erosão de desembarque ou voçorocas Acontece quando o escoamento da água se acumula e precipita de forma rápida em canais estreitos durante ou logo após chuvas intensas. Esse tipo de erosão causa buracos no solo. A impermeabilização do solo nas grandes metrópoles e a canalização de rios são fatores que acarretam as enchentes. A precipitação das chuvas em grande quantidade não tem por onde escoar ou infiltrar. As enchentes geralmente, são calamidades naturais que ocorrem quando um curso d’agua recebe um volume de água superior ao que pode comportar, resultando em transbordamentos. Podem ocorrer em lagos, rios, córregos e mares, devido a chuvas fortes contínuas. Mas nas cidades, as enchentes, na maioria das vezes, ocorrem como consequência da ação humana. As principais causas são: desmatamentos; assoreamento dos rios; alto grau de impermeabilização do solo, devido ao calçamento de ruas e calçados com asfalto e concreto; lixo que entope os bueiros e galerias de águas pluviais, impedindo a dispersão das águas; e a retificação dos rios: na natureza, os rios são curvilíneos, ou seja, caminham como uma serpente. Esse trajeto diminui muito a velocidade da água. Retificá-lo significa aumentar sua velocidade, podendo ocasionar transbordamentos. (DA COSTA, 2009, p. 64-65) Alternativas como substituição de concretos ou pisos cimentados, em áreas externas de residências, por lajotas e gramíneas, a preservação da mata ciliar, emprego de parques pluviais e ruas de paralelepípedos nas cidades, mitigam os efeitos causados por grandes tempestades. As consequências das enchentes, em decorrência principalmente das ações humanas, são FIQUE DE OLHO Mata Ciliar é a vegetação que acompanha os rios. Sua função é proteger os leitos contra detritos e sedimentos. Assim como os cílios protegem os olhos, a mata ciliar protege os rios, evitando que os mesmos fiquem assoreados. 23 incontáveis, tanto para os cidadãos, como para os gestores públicos. Podemos dar como exemplo vários tipos de , como veremos abaixo: Perdas financeiras Cidadãos e gestores públicos terão gastos não esperados. Os cidadãos terão dispêndios para reconstruírem suas casas, na compra de novos móveis, veículos, entre outros bens. Já os prefeitos e governadores são os responsáveis por reerguer as cidades, com novas pavimentações de ruas, desassoreamento dos rios e reconstruções de praças e espaços públicos. Perdas comerciais Com a água invadindo lojas e estabelecimentos comerciais, na maioria das vezes mercadorias que seriam vendidas são perdidas, deixando os comerciantes com enormes prejuízos, muitas vezes tendo que recomeçar suas atividades do zero. Perdas de vidas: Dentre as perdas, podemos considerar essa a principal, pois não são recuperadas. As perdas de vidas humanas e animais podem se dar de diversas formas. As mortes podem ser causadas por soterramento, afogamento ou doenças contraídas em contato com a água contaminada, como por exemplo a leptospirose, entre outras. Cada vez mais é preciso pensar no planejamento das cidades e na gestão ambiental como um todo, pois uma população consciente e educada é fundamental para termos mais qualidade de vida. A crise ecológica atual, em suas diferentes manifestações, seja no nível global ou local, tem suas origens no processo de desenvolvimento da sociedade moderna. Ou seja, ela está diretamente relacionada ao modo como a sociedade, a economia e a política se organizam, e tem sido agravada pelo crescimento explosivo da população e pela distribuição desigual e injusta da riqueza. Os problemas ambientais que nos afligem hoje são os resultados do consumo excessivo dos recursos naturais, para atender o crescimento das populações, das cidades e das economias dos países ao redor do globo. Nesse consumo, predomina o mito da natureza infinita, que existe até hoje na mentalidade das pessoas. Trata-se de uma ideia errônea, que nos faz achar que os recursos que a natureza nos oferece são infinitos e inesgotáveis, levando-nos a usar esses recursos de maneira irresponsável e inconsequente. (FILHO, S. R., 2009, p.10) 3.2 Perda de solo e água A recomposição florestal de áreas desmatadas tem papel fundamental para a proteção de nascentes e a produção de água. Não é de conhecimento de muitos, mas as árvores são consideradas produtoras de água. 24 No estado do Rio de Janeiro foi criado o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), um instrumento econômico que segue o princípio “protetor-recebedor”. O programa visa recompensar e incentivar cidadãos que provêm serviços ambientais, melhorando a rentabilidade das atividades de proteção e uso sustentável de recursos naturais. Conforme informações publicadas pelo Inea (Instituto Ambiental do Ambiente), o órgão do estado do Rio de Janeiro é responsável por essa estratégia, e tem apoiado os proprietários de terras que contribuem para a proteção de nascentes. O PSA foi criado pelo decreto estadual nº 42.029/11 e representa um avanço para a proteção dos recursos hídricos, das florestas e da biodiversidade no estado. As modalidades de Serviço Ambiental são: • Conservação e recuperação da qualidade e da disponibilidade das águas; • Conservação e recuperação da biodiversidade; • Conservação e recuperação das FMPs (Faixa Marginal de Proteção); • Sequestro de carbono originado de reflorestamento das matas ciliares, nascentes e olhos d´água para fins de minimização dos efeitos das mudanças climáticas globais. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 25 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • Aspectos importantes para uma boa gestão ambiental; • Agricultura, sustentabilidade e meio ambiente; • Técnicas eficientes no manejo do solo; • Legislações ambientais; • Erosão do solo. PARA RESUMIR BERTÉ, R. Gestão Socioambiental no Brasil. Curitiba: IBPEX; São Paulo: Saraiva, 2009. BRASIL. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. CAMPOS, J. D. Transferências hídricas: estudos e experiências brasileiras e internacionais. Rio de Janeiro: 2009. CASARIN, F.; DOS SANTOS, M. Água: o ouro azul – usos e abusos dos recursos hídricos. Ed. Garamond, 2009. DA COSTA, L. M. Cultura é Natureza - Tribos Urbanas e Povos Tradicionais. Ed. Garamond 2009. FILHO, S. R.; SANTOS, A. S. Um futuro incerto – mudanças climáticas e a vida no planeta. Ed. Garamond, 2009. THIBAU, C. E. Produção sustentada em florestas: conceitos e tecnologias, biomassa ener- gética, pesquisas e constatações: compêndio (1970-1999). Belo Horizonte, 2000. WADT, P. G. et. al. Práticas de conservação do solo e recuperação de áreas degradadas. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2003. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Pesquisa em erosão Você está na unidade Pesquisa em erosão. Agora, o objetivo é levá-los a buscar informações sobre os trabalhos e pesquisas realizados por estudiosos e instituições que se preocupam com a forma em que os solos estão sendo usados. Estudos estão sendo realizados com a intenção de reduzir impactos, uma vez que pesquisas comprovam que atividades como mineração, a agricultura intensiva e o desmatamento são os principais vilões nas causas da erosãodo solo. Nesta unidade vocês serão convidados a conhecer melhor as causas da erosão, como a fauna contribui para a reciclagem de nutrientes do solo, e a importância dos aspectos físico-estrutural do solo. Bons estudos! Introdução 29 1 PESQUISA EM EROSÃO A preocupação quanto ao uso degradante do solo vem mobilizando profissionais e instituições de todo o mundo. Dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas) comprovam que a cada 5 segundos o solo equivalente a um campo de futebol desaparece no mundo. Além dos fatores naturais, a intervenção do homem com suas atividades econômicas intensifica ainda mais esse desgaste. No contexto do combate a erosão do solo, a participação de representantes da sociedade, de produtores, organizações e órgãos governamentais é de grande importância, pois trabalhando juntos ganham força para o desenvolvimento de projetos e pesquisas. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) organizou em 2019 o Simpósio Global sobre Erosão do Solo, o evento contou com participantes de 100 países, e o Brasil foi representado por profissionais da Embrapa Solos (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A Embrapa liderou o Plano de manejo e conservação da água e do solo, e os representantes brasileiros apresentaram trabalhos sobre a construção participativa do plano nacional contra a erosão do solo no Brasil, e também sobre o impacto dos planos, políticas, práticas e tecnologias baseados nos princípios da agricultura conservacionista para o controle da erosão do solo no Brasil. O “Dia Mundial do Solo” é comemorado dia 05 de dezembro. Essa data foi criada com a intenção de conscientizar sobre a importância da conservação do solo e sua relação quanto à sobrevivência da humanidade. Podemos perceber que o manejo do solo de forma responsável e consciente é uma preocupação mundial, e, que o combate ao processo de erosão é de responsabilidade de todos. FIQUE DE OLHO A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura trabalha no combate à fome e à pobreza, promove o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida saudável. Reforça a agricultura e o desenvolvimento sustentável, como estratégia a longo prazo, para aumentar a produção e o acesso de todos aos alimentos, ao mesmo tempo em que preserva os recursos naturais. Saiba mais acessando a página da FAO: http://www.fao.org/brasil/programas-e-projetos/pt/ 30 Figura 1 - Gestão Ambiental Participativa Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: A imagem mostra oito pessoas reunidas em torno de uma mesa de trabalho. Atrás delas, é apresentado um quadro-negro com um esquema de termos inter-relacionados através de setas e ícones ilustrativos. Na parte superior do quadro está escrita a palavra “organização”. Abaixo dela e ligadas por setas, estão escritas as palavras “direção (ou equipe gestora)” e “administrativo”. Abaixo da palavra “direção”, estão escritas as palavras “visão e políticas” e “relacionamentos”. Abaixo da palavra “administrativo” está escrito “missão. A imagem representa diferentes atores Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: A imagem mostra oito pessoas reunidas em torno de uma mesa de trabalho. Atrás delas, é apresentado um quadro-negro com um esquema de termos inter-relacionados através de setas e ícones ilustrativos. Na parte superior do quadro está escrita a palavra “organização”. Abaixo dela e ligadas por setas, estão escritas as palavras “direção (ou equipe gestora)” e “administrativo”. 31 Abaixo da palavra “direção”, estão escritas as palavras “visão e políticas” e “relacionamentos”. Abaixo da palavra “administrativo” está escrito “missão. A imagem representa diferentes atores. No final do ano de 2019, o Centro de pesquisa carioca da Embrapa lançou um concurso que selecionou vídeos de boas práticas de controle e prevenção da erosão. O concurso visou conhecer as práticas utilizadas nos biomas Mata Atlântica, Cerrados, Amazônia, Caatinga, Pampas e Pantanal. Ações como essa estimulam estudantes e professores a conhecerem e disseminarem práticas sustentáveis, levando em consideração as características peculiares de cada bioma. Figura 2 - Semear Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra uma mão semeando em solo fértil. O cuidado com a terra nos permite colher bons frutos. 1.1 Formas de erosão A forma mais comum de erosão se dá quando o solo perde sua camada superficial. Isso acontece em decorrência da ação dos ventos e da água. A ação dos ventos tem mais efeito em climas árido e semiárido, por serem mais secos. Já em regiões onde o índice pluviométrico é mais intenso, se tem a perda pelo escoamento superficial da água. O solo tem uma redução da sua fertilidade quando: 1. Se torna mais fino e denso e as plantas não têm como firmar suas raízes; 2. O solo perde a capacidade de retenção da água, tornando-o mais seco e com menos disponibilidade hídrica para as plantas; 3. Junto com as partículas do solo que são levadas pela água, também se vão os nutrientes que ficam na parte superficial. A forma mais extrema de erosão, causada pela ação água, pode ser verificada em situações como deslizamentos de terras, queda de barreiras, voçorocas, entre outras. A ação dos ventos 32 também pode causar destruição, derrubando árvores, formando grandes buracos e contribuindo para o processo erosivo do solo. 1.2 Influência dos riscos de erosão • Condições Naturais – O clima, como a intensidade das chuvas, que nos últimos anos tem causado muita destruição, o tipo de solo, e a cobertura vegetal do solo; • Intervenção Humana – Desmatamento, monocultura (contribui para a perda de nutrien- tes da terra), construções irregulares em encostas, etc. A expansão da Agricultura moderna se encontra na base das mudanças que ocorreram na cobertura vegetal do solo ao longo do século XX. Ela representou uma maior capacidade de manejo do solo para se apropriar dos seus serviços e bens com a utilização de técnicas de irrigação e, principalmente, de fertilizantes e venenos artificiais. No início do século XX, as atividades agrícolas no planeta dependiam basicamente da exploração da energia de animais e seres humanos – Escravizados ou não. Entre 70% e 90% da população se encontravam nas áreas rurais, trabalhando em um campo que usava pouca tecnologia e muita mão de obra. Os fertilizantes eram compostos de materiais orgânicos como resíduos de folhas e grãos e esterco de animais. O controle de insetos e outros predadores da lavoura se davam pelo sistema de rotação das áreas plantadas. Raramente agricultores eram especializados na plantação de um único grão, e a maior produtividade era em torno de 1 a 2 toneladas por hectare (área equivalente a um campo de futebol de 90 metros de largura por 120 de comprimento). (ARAUJO, G. H. et al., 2009) 1.3 Tipos de deterioração do solo Deterioração química: • Perda de nutrientes do solo - Fosforo, potássio, e nitrogênio, estão entre os principais, e matéria orgânica; • Salinização (concentração de sais na camada superior do solo) – Esse tipo de deteriora- ção pode ser causado por diversos fatores, como por exemplo, a invasão da água do mar nos rios ou em reservas com boa qualidade da água; • Acidificação – Excesso de aplicação de fertilizantes ácidos. Deterioração Física: • Compactação do solo – Causado por diversos fatores como o pisoteio de gado, tráfego de veículos, animais e pessoas; • Elevação do lençol freático – Fatores como irrigação inapropriada e enchentes ocasiona uma entrada excessiva de água no solo, não condizente com a capacidade natural de drenagem; • Subsidência (Rebaixamento da superfície da terra) – Os solos orgânicos perdem seus ho- 33 rizontes pelo processo de escoamento superficial ou pela oxidação do próprio solo. Um exemplo desse tipode deterioração é o desbarrancamento em estradas de terra. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2 MATÉRIA ORGÂNICA E CICLAGEM DE NUTRIENTES Até aqui vocês foram levados a conhecer os processos erosivos do solo, quais as formas de deterioração e como ocorrem. Além disso, puderam perceber que existe uma preocupação mundial para minimizar os impactos da erosão do solo e que diversos projetos de pesquisa estão sendo colocados em prática, mobilizando vários agentes da sociedade. A partir deste momento, vocês descobrirão a importância da matéria orgânica e da reciclagem de nutrientes para a recomposição do solo, como isso acontece e de que forma podemos contribuir para que microrganismos trabalhem em prol da saúde da terra. 2.1 Matéria orgânica e seus benefícios A matéria orgânica do solo é proveniente da decomposição de organismos, animais e vegetais. O material orgânico é originário principalmente da vegetação, folhas, frutos e galhos que formam a serapilheira no solo. Esse amontoado de restos de plantas juntamente com organismos e micro- organismos vivos, fezes de animais e animais em decomposição formam um composto natural que devolve ao solo seus nutrientes. 34 No que se refere à evolução, o ciclo da decomposição da matéria orgânica pode ser rápido, como é o caso dos solos bem drenados, arejados e pouco ácidos ou, muito lento, nos solos com excesso de água ou ácido. No primeiro caso, a atividade biológica se desenvolve fortemente por um grande número de micro-organismos aeróbios, que promovem a biodegradação rápida das matérias vegetais, e como produtos resultantes estão o CO2 e o NH3, que são liberados durante as transformações; e as substâncias solúveis ou insolúveis que, posteriormente, vão formar compostos húmicos mais ou menos polimerizados a depender do PH do meio (CUNHA, MENDES, e GIONGO, p. 275, 2015). Figura 3 - Serrapilheira Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra uma camada de material orgânico no solo de uma floresta, formando uma grande serapilheira. 2.2 Ciclagem de Nutrientes e Benefícios para o Solo Agora que já sabem a importância da matéria orgânica para a saúde do solo, estão convidados a conhecer o processo de ciclagem, seu funcionamento e quais os benefícios que pode trazer ao solo. FIQUE DE OLHO SERRAPILHEIRA – Chamada também de Manta Morta ou Liteira é constituída por camada de materiais como restos de plantas, folhas ramos, entre outros e material orgânico vivo, todos eles em diferentes estágios de decomposição. A serapilheira reveste o solo ou o sedimento aquático de forma superficial e sua principal função é devolver a estes seus nutrientes. 35 A ciclagem de nutrientes ou reciclagem ecológica acontece dentro dos ecossistemas. Esse processo ocorre com a decomposição da matéria orgânica se transformando em nutrientes. O ciclo é contínuo, ou seja, a troca de substâncias passa do solo para as plantas e das plantas para o solo. Como vimos no tópico anterior, a queda de folhas, galhos, decomposição e excretos de animais, formando o que chamamos de serapilheira, é responsável por essa troca de nutrientes. Existe uma diferença entre a ciclagem de nutrientes nos ecossistemas naturais e nos agrossistemas. Veremos a seguir: • Ciclagem de nutrientes no ecossistema natural – A entrada de nutrientes no solo através da queda das folhas, galhos e decomposição de resíduos orgânicos equivale à perda de nutrientes que as plantas assimilam, e pela mineralização da matéria orgânica. Nesse caso, podemos dizer que há um equilíbrio. • Ciclagem de nutrientes nos agrossistemas – Nesse caso existe uma perda de nutrientes atra- vés da erosão do solo, extração das plantas e mineralização, causando uma saída de nutrien- tes maior que sua entrada, e a consequência é um desequilíbrio na reciclagem de nutrientes. Os sistemas biológicos dependem de elementos químicos para sobreviverem. E dos 92 elementos que existem, apenas 18 são fundamentais para as plantas crescerem e completarem seus ciclos de vida. São eles: Carbono (CO2) • Hidrogênio (H2O) • Oxigênio (O2, H2O) • Nitrogênio (NO3-, NH4+) • Fósforo (H2PO4-, HPO42-) • Potássio (K+) • Cálcio (Ca2+) • Magnésio (Mg2+) • Enxofre (SO42-) • Ferro (Fe2+) • Manganês (Mn2+) • Boro (HBO3) • Zinco (Zn2+) • Cobre (Cu2+) • Cloro (Cl-) • Cobalto (Co2+) • Molibdênio (MoO42-) • Níquel (Ni2+) Figura 4 - Tabela Periódica Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra a tabela periódica com seus elementos químicos. 36 De acordo com artigo publicado pela Universidade Federal da Paraíba sobre produção da serrapilheira e ciclagem de nutrientes em uma área de Caatinga, pesquisas comprovam que Estudos sobre ciclagem de nutrientes abordando a vegetação nativa da caatinga, são praticamente inexistentes, apesar da importância biológica do processo de movimentação de nutrientes entre o solo e a planta, principalmente quando se leva em consideração as severas condições endafoclimáticas predominante no bioma, retratando assim o elevado nível de desconhecimento científico da sua vegetação e em consequência, da sua utilização. As restritivas condições ambientais do semiárido, a falta de políticas adequadas, a fiscalização ineficiente e os altos níveis de pobreza propiciam o desmatamento desordenado da caatinga, acelerando o ritmo de degradação do solo, dos recursos hídricos e da qualidade de vida da população, contribuindo assim para o processo de desertificação. (SANTANA, 2005, p. 95) As condições endafoclimáticas referem-se às características de cada bioma, como por exemplo o clima, o relevo, a temperatura, a umidade do ar, o tipo de solo, o vento, entre outros. O processo de ciclagem da matéria orgânica depende de cada uma dessas características. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 3 DINÂMICA FÍSICO-ESTRUTURAL DO SOLO Agora, para finalizar essa unidade, vamos conhecer um pouco sobre a dinâmica físico- estrutural do solo. Como podemos usar técnicas para um melhor aproveitamento dos diversos tipos de solo existentes, evitando sua degradação? 3.1 Qualidade física do solo A qualidade física do solo (QFS) é medida por indicadores físicos como a porosidade, pois um solo saudável e produtivo deve ser capaz de permitir a percolação da água de forma gradual, garantindo a manutenção de nutrientes. O uso de indicadores de qualidade física do solo nos permite adotar 37 práticas adequadas de manejo, desenvolvendo pesquisas com o objetivo de avaliar o estado de sua conservação e possibilitando uma gestão adequada e segura dos recursos naturais. Figura 5 - Solo fértil Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra a limpeza de um solo saudável, sendo preparado para o plantio. Os indicadores existentes possuem inconvenientes como o alto custo para aplicá-los, e, na maioria das vezes, sua implementação é complexa. Dessa forma, faz-se necessário que sejam desenvolvidos novos indicadores mais simples e eficientes. Segundo publicação da Revista Safra em 16 de dezembro de 2019, A compressão acerca da complexidade e heterogeneidade do sistema solo possibilita a inserção de manejos que resultem em construção do ambiente produtivo. Neste sentido, são importantes as questões relacionadas à aptidão agrícola de determinado solo, as necessidades de inserção de técnicas voltadas à conservação de solos (terraços, culturas de cobertura), visando conter a erosão, consequentes perdas de solo e degradação da qualidade. As exigências ambientais e nutricionais da cultura que será implantada também devem ser levadas em consideração. Por exemplo, “em ambientes restritivos, do ponto de vista de manutenção de umidade no solo, pode-se pensar na irrigação quando a declividade e o local de captação de água são favoráveis. Além de ser importante a implementação de um manejo de culturas que mantenha os resíduos de plantas na superfície, intercalando as culturas com relação ao equilíbrio da relação C/N, o que possibilitará menores perdas por evaporação, impacto da gota dechuva, erosão laminar, e aumento da atividade biológica do solo. Nestes ambientes o mais indicado em um primeiro momento, seria a implantação de plantas com sistema radicular profundo e com massa de raízes considerável, como as gramíneas” (FERREIRA, 2019). 38 3.2 Estrutura do solo Podemos dizer que a estrutura do solo é um indicador de qualidade quando apresenta as seguintes características físicas: • Estrutura com estabilidade de agregados; • Permeabilidade; • Densidade; • Porosidade do solo adequadas, favorece o desenvolvimento das plantas. Quando o solo é mantido em estado natural, com as estruturas acima mencionadas, podemos afirmar que este solo é fértil. Ao avaliarmos a estrutura do solo, devemos levar em consideração fatores como sua densidade, a macro e a micro-porosidade (que influenciam na infiltração e retenção da água), a estabilidade de agregados, a resistência à penetração e infiltração da água no solo. 3.3 Solo Compactado Podemos definir a compactação como uma ação mecânica por meio da qual se impõe ao solo uma redução de seu índice de espaços vazios, ou seja, os grãos que compõem o solo são aproximados ao máximo uns dos outros reduzindo a porosidade, ou seja, os espaços entre eles. Essa redução de espaços se dá pela expulsão do ar dos poros, um processo artificial que acontece no curto prazo. FIQUE DE OLHO Relação C/N – A relação C/N é um índice que permite avaliar o grau de evolução da matéria orgânica do solo ou a importância de sua mineralização. Permite, também, avaliar a atividade biológica do solo e a capacidade de produzir formas nitrogenadas assimiláveis. A C/N do solo perto de 10 e acima de 12 é uma indicação de carbono em excesso. As aplicações de resíduos com relações C/N muito altas levam mais tempo para decompor os resíduos e um maior consumo de nitrogênio para buscar o equilíbrio da C/N do solo. 39 Figura 6 - Solo Compactado Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: a imagem mostra uma estrada cortando um campo verde. O solo da estrada está compactado pelo uso de máquinas e passagens de veículos. Dentre os principais fatores de compactação do solo estão o tráfego de máquinas, atividades agropecuárias através de implementos agrícolas, criação de estradas e o pisoteio de animais na pecuária. Esses fatores reduzem a capacidade de infiltração da água, permitindo o escoamento superficial, e com isso causando a degradação do solo. Dependendo do estado físico em que o solo se encontra, a degradação pode se dar de forma mais rápida ou menos intensa. Portanto, medidas como o aporte de matérias orgânicas e nutrientes e garantir que as culturas sejam intercaladas, são importantes para não ocasionar o estresse do solo, e, consequentemente, para a sua conservação. 40 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • Conhecer a pesquisa em erosão, estudando sobre o combate a erosão do solo, bem como as formas de erosão, as influências dos riscos de erosão, e os tipos de deterio- ração do solo. • Saber mais sobre a matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, assim como entender os benefícios para o solo. • Entender a dinâmica físico-estrutural do solo. PARA RESUMIR ARAUJO, G. H. et al. Um Equilíbrio Delicado – Crise Ambiental e a Saúde do Planeta, Ed. Garamond, 2009. CASARIN, F.; DOS SANTOS, M. Água: O Ouro Azul – Usos e Abusos dos Recursos Hídricos, Ed. Garamond, 2009. CUNHA, T.; MENDES, A.; GIONGO, V. Matéria Orgânica do Solo; Embrapa, 2015. FERREIRA, D. A. Construção de solos produtivos. Revista Safra, 2019. THIBAU, C. E. Produção Sustentada em Compêndio 1970-1999, Belo Horizonte, IEF - MG. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 3 Manejo e conservação do solo e da água Introdução Você está na unidade Manejo e conservação do solo e da água. Conheça aqui as dinâmicas envolvidas no manejo de solos em áreas irrigadas, fatores que afetam a infiltração da água e as práticas conservacionistas que auxiliam no equilíbrio do solo. Entenda os conceitos importantes quando tratamos da recuperação de áreas degradadas. Ainda, aprenda sobre os efeitos negativos da poluição do solo e da água e dos principais causadores desses efeitos. Bons estudos! 45 1 MANEJO DE ÁREAS IRRIGADAS Aluno, para entender como manejar as áreas irrigadas é importante compreender quais itens afetam essas áreas e entender as dinâmicas do solo e os conceitos envolvidos no tema. O termo manejo é muito utilizado para designar o conjunto de ações e passos que o profissional, produtor, realiza no dia a dia da produção, e nesse caso nos referimos àquelas práticas ligadas a irrigação. É cada vez maior a preocupação com o manejo da água, e quando falamos de irrigação algumas ações acabam contribuindo para a degradação do solo, tais como: não executar uma drenagem adequada, irrigação de terras marginais, e uso excessivo de água (RIBEIRO, 2010). Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 1.1 Infiltração da água no solo Você já pensou que a forma como o solo absorve a água impacta diretamente no seu manejo? E que os diferentes tipos de solo têm efeito direto sob a absorção da água? Assim, para entendermos melhor sobre o manejo de área irrigadas precisamos rever alguns conceitos sobre a infiltração da água no solo. A forma como a água entra no solo é chamada de infiltração, sendo que inicialmente o seu valor é elevado e vai diminuindo com o tempo, e quando o solo se encontra saturado essa taxa é constante (SOBRINHO, 2003). Um outro item importante e que deve ser considerado é a velocidade de infiltração, ou taxa de infiltração i, ela depende da textura e da estrutura dos solos. Os solos mais argilosos ou arenosos com partículas agregadas, possuem poros maiores e, portanto, maior velocidade de infiltração. Reichardt e Timm (2004) reforçam que a infiltração determina o balanço de água na zona das raízes e assim, o seu conhecimento é essencial para um bom manejo do solo e da água. Ainda, segundo os autores, algumas implicações práticas decorrem da infiltração. O comportamento 46 do solo quando seco durante uma chuva ou irrigação, será de permitir a infiltração da água. Porém, com a diminuição da taxa de infiltração ao longo do tempo, e em caso de intensificação das chuvas, parte da água escoa pela superfície do solo. Desse processo pode ocorrer a erosão. Nesse caso, não há o controle da condição meteorológica, e cabe ao produtor o correto manejo da irrigação para evitar esse efeito. 1.2 Fatores que afetam a infiltração Ainda nesse contexto, no manejo das áreas irrigadas é importante conhecer os fatores que afetam a infiltração. O escoamento superficial, fator importante quando falamos em erosão, depende da infiltração, e esta depende de fatores como a precipitação, relevo, vegetação e características do perfil do solo (MINELLA, 2010). Segundo Brandão (2003), a textura e a estrutura do solo são características que influenciam a movimentação da água pois determinam a sua quantidade de macroporos. Por exemplo, os solos de textura grossa, os arenosos, possuem uma maior quantidade de macroporos do que os argilosos que possuem textura fina, assim, quando saturados possuem uma maior taxa de infiltração. Entretanto, um ponto de atenção levantado por Brandão (2003) é de que solos argilosos bem estruturados também podem apresentar taxas de infiltração altas, e tão altas quanto dos solos arenosos. Isso se deve a estabilidade dos agregados, assim, quanto maior a resistência dos agregados, maior a taxa de infiltração. Conforme descrito por Santos e Pereira (2013), uma maior agregação e coesão das partículas faz com que o solo se torne mais poroso e isso favorece a infiltração, e a matéria orgânica permite essa maior agregação. A cobertura do solo também afeta a infiltração, se pensarmos nas áreas urbanas, por exemplo, o escoamento em uma rua asfaltada será diferente de um parque com grama. Nas cidades a água pode escoar rapidamente pelos telhados, pavimentos, até os cursos d’água próximos causando enchentes (MOTTA, 2007).O escoamento de uma área rural, sem tanta impermeabilização do solo, será maior. Há também o efeito causado pela cobertura vegetal que é de proteger os agregados do impacto direto da água, em matas densas, por exemplo, o escoamento acontece pelas laterais de tronco e folhas e de forma suave. Em regiões topográficas planas ou relativamente planas, há maior absorção das águas provenientes de precipitação, e assim um menor volume de escoamento superficial (SANTOS, 2013). Outros pontos importantes são: a umidade inicial do solo, quanto mais seco maior a infiltração; carga hidráulica, quanto maior a espessura da lâmina de água maior a infiltração; a temperatura afeta a viscosidade da água e assim a velocidade de infiltração pode aumentar (CARVALHO, 2006). As raízes decompostas, rachaduras, caminhos feitos pela fauna, auxiliam gerando caminhos por onde a água pode se movimentar. E da mesma forma a compactação do solo pelo tráfego intenso de máquinas ou animais, pode reduzir a infiltração no solo (CARVALHO, 2006). 47 1.3 Manejo das áreas irrigadas Conhecendo as práticas que afetam a infiltração podemos pensar em boas práticas. Uma boa prática nesse manejo é o monitoramento do teor de água do solo em toda a área irrigada e a instalação de uma rede de poços de observação do lençol freático com medições regulares (RIBEIRO, 2010). Práticas conservacionistas auxiliam no manejo de áreas irrigadas por favorecer o equilíbrio daquele ecossistema. O manejo ideal envolve compreender os fatores ligados ao solo e suas características, como a maneira com que ele se comporta ao absorver água. Quando pensamos em solo e irrigação devemos pensar em responder os seguintes questionamentos: quando, quanto e como irrigar? Para responder ao quando e quanto precisamos pensar no horário e quantidade de água ideais. A quantidade de água correta, além de favorecer a economia de água e energia ainda assegura a produtividade e qualidade dos produtos, e de certa forma auxilia na conservação do solo. Portanto, é primordial respeitar a fisiologia e as necessidades hídricas diárias da planta. A irrigação em excesso pode acarretar maior gasto com água e energia, e favorecer a incidência de doenças pelo excesso de umidade e lixiviação de nutrientes. Clima e solo são fatores determinantes na hora de definir o manejo a ser adotado. Sobre o solo você já viu um pouco sobre a infiltração e que as características do solo e ambiente afetam a capacidade de absorção. Sobre o clima, conhecer a temperatura, umidade relativa do ar, vento e radiação solar, permitem calcular a quantidade de água que a planta consumiria e assim adaptar à necessidade diária da planta. Mas, e como irrigar? Levando em consideração também a infiltração, e a intensidade de aplicação da água, lembrando que se muita água é aplicada pode haver o escoamento superficial e danos por erosão. O método em si, deve ser avaliado de acordo com as características de cada propriedade. Não há um sistema ideal, todos têm vantagens e desvantagens, por isso deve se avaliar caso a caso. Os sistemas de irrigação mais comuns são: localizada, por gotejamento e microaspersão; aspersão, convencional ou mecanizado; superfície, sulcos faixas e inundação. E atenção, para implantar um sistema de irrigação em uma propriedade é necessário possuir outorga para a atividade. No Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA) é a responsável pela emissão das outorgas de irrigação. 2 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS Bom, como discutimos um pouco, algumas práticas auxiliam na conservação do solo e afetam a capacidade de infiltração do solo e por consequência o manejo da área irrigada. Veremos a seguir algumas das práticas de caráter edáfico, vegetativo e mecânico que auxiliam no cuidado com o solo. As práticas de caráter edáfico são aquelas relativas às melhorias das características do solo. 48 Adubação verde: é a incorporação de plantas com o objetivo de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Pois essas espécies irão se decompor e seus nutrientes estarão disponíveis no solo. Segundo Borges (2018), podemos utilizar os adubos verdes nas seguintes situações: Situações de pré-cultivo, a espécie escolhida como adubo é conduzida de forma com que seja roçada e/ou podada em sua máxima acumulação de nutrientes e após alguns dias de sua decomposição é introduzida a cultura de interesse comercial. As espécies podem ser tanto incorporadas ao solo quanto deixadas na superfície do solo para decomposição. O autor cita que é muito comum nesse sistema a produção de hortaliças aliadas às espécies de rápido crescimento como feijão guandu (Cajanus cajan), mucuna preta (Mucuna pruriens) e crotalária (Crotalaria juncea). Figura 1 - Plantas de feijão guandu Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: Na imagem temos plantas de feijão guandu no campo. As plantas são arbustivas e possuem algumas vagens. Figura 2 - Plantação de crotalária Fonte: Shutterstock, 2020 49 #ParaCegoVer: A imagem é de uma plantação de crotalária. As plantas são altas e estão florescendo, apresentando flores de coloração amarela. Consórcio, é quando o plantio ocorre de maneira conjunta, nesse caso os nutrientes serão fornecidos para a cultura de interesse comercial ou quando o adubo verde se desenvolve mais para o fim do ciclo, para a cultura seguinte. Algumas culturas onde pode ser adotado são produção de mamão, maracujá, açaí e cupuaçu. O cultivo do adubo verde é realizado nas entrelinhas do cultivo comercial e manejada de tempo em tempo para deposição de biomassa sobre o solo. Adubação verde móvel, quando é plantada em uma área diferente daquela de interesse comercial e assim é necessário transportar partes da planta de um local para o outro. Esse sistema é interessante onde o acesso a adubos é dificultado e também onde há limitação por área de cultivo. Adubação química, orgânica e calagem: são essenciais para repor os nutrientes retirados pela cultura e no caso de a calagem permitir a disponibilidade de outros elementos para a planta. Um solo com baixa disponibilidade de nutrientes limita o crescimento das culturas e assim reduz a cobertura do solo. E quando se fala em conservação do solo, fala-se de evitar a perda da fertilidade e do controle ou redução da acidez nociva e, por essa razão, essas práticas são essenciais. Controle de queimadas: o principal prejuízo das queimadas para o solo é a destruição da matéria orgânica e volatilização do nitrogênio, reduzindo a fertilidade. Sendo assim as áreas vão se tornando degradadas. As queimadas, além dos efeitos diretos na perda da diversidade, influenciam e aceleram o processo de erosão. Segundo Wadt et al (2003), a mineralização da biomassa vegetal após a passagem do fogo para a limpeza das áreas e a sua exposição direta promovem a erosão. Como há a perda de solo, há também, a perda de nutrientes. Práticas de caráter vegetativo: são aquelas onde usa-se a vegetação para proteger o solo e assim minimizar a sua degradação. FIQUE DE OLHO A espécies de leguminosas são muito conhecidas por serem adubos verdes eficientes, tais como crotalária, mucuna preta, mucuna-cinza, feijão guandu, feijão de-porco, e amendoim. Algumas não leguminosas utilizadas são milho, sorgo, milheto, girassol, capim-elefante, braquiária. Como critérios para escolha das espécies é importante considerar que tenham capacidade de fixação de nitrogênio, elevada produção de biomassa vegetal e acúmulo de nutrientes, proporcionar rápida e elevada cobertura do solo, possuir sistema radicular vigoroso e profundo, ter elevada produção de sementes e ser adaptada às condições de solo e clima da região em questão. E você aluno, consegue pensar em mais alguma espécie que se encaixaria nesses critérios? 50 Florestamento, reflorestamento e pastagem: as florestas protegem o solo devido a sua vegetação densa e permanente, e elas ainda protegem mananciais e cursos d’água. E as pastagens quando bem manejadas e conduzidas são uma ótima proteção do solo,pelos mesmos motivos de cobertura vegetal. Entretanto, há um ponto atenção nesse item, as pastagens podem também ser vilãs quando há excessos na lotação dos animais, e assim, pisoteamento demasiado. Plantas de cobertura: são plantas que têm como objetivo cobrir o solo protegendo-o de processos erosivos e lixiviação de nutrientes. A diferença da adubação verde e das plantas cobertura é que a primeira busca liberar os nutrientes rapidamente, já a segunda demora mais tempo para disponibilizar os nutrientes. Essas plantas são utilizadas principalmente nas entrelinhas dos cultivos comerciais, e além das vantagens já mencionadas também protegem a matéria orgânica do solo contra a ação direta dos raios solares. Sugere-se que seja uma prática adotada nas entressafras, lembre-se que é importante manter o solo coberto pelo maior período possível. Cultivo em contorno ou em curvas de nível: é uma prática recomendada em terrenos com declividade de até 3% e quando o comprimento da rampa não for muito longo. O primeiro passo é a locação das curvas de nível, elas irão orientar a direção das linhas de plantio. Com esse tipo de prática há um aumento da rugosidade superficial causado pelos sulcos deixados pela semeadora, perpendicularmente ao declive, as linhas é que formam a barreira para o escoamento superficial. É um sistema que se adapta muito bem a fruticultura. Figura 3 - Plantio em curvas de nível Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: A imagem apresenta um campo de produção amplo, onde as plantas foram plantadas em curvas de nível. As plantas são pequenos arbustos. Rotação de culturas: é uma prática onde se alternam em uma mesma área, diferentes culturas. É feito um planejamento considerando os diferentes níveis de exploração do solo pela raiz e também o quanto cada cultura extrai de nutrientes do solo. A prática contribui para reduzir a incidência de pragas e doenças, por alternar o hospedeiro preferencial desses organismos, 51 reduzindo assim seu ciclo de vida e mantendo as culturas mais sadias. Sistema de plantio direto: resume-se ao menos revolvimento do solo possível. Além de ser uma prática conservacionista, auxilia na economia de combustível, implementos, tempo e mão-de-obra e fornece melhores condições de plantio e germinação das sementes. A semente é depositada em um solo não revolvido, as plantadeiras abrem um sulco onde a semente e depositada e pode se desenvolver tranquilamente. Conforme apresentado por Zonta et al. (2012) “o plantio direto consiste em três etapas: colheita e distribuição dos restos da cultura antecessora para formação da palhada; aplicação de herbicidas e plantio”. Assim como muitas das práticas apresentadas, é eficiente na proteção do solo pois o mantém coberto por resíduos vegetais. Algumas outras práticas que podem ser adotadas são: cordões de vegetação permanente, barreiras vivas ou faixas de retenção, alternância de capinas e cobertura morta. Práticas de Caráter Mecânico são aquelas que usam estruturas artificiais para a redução da velocidade de escoamento da água, a ideia é fazer a água perder força e não remover a superfície do solo. Terraceamento: consiste na locação e na construção de estruturas no sentido transversal à direção do declive do terreno. O objetivo é formar obstáculos físicos capazes de reduzir a velocidade da água. Não é uma prática recomendada para terrenos onde o solo é pedregoso, raso, com subsolo adensado ou com relevo muito íngreme (ZONTA, 2012). Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Não há como falar de irrigação e manejo de áreas irrigadas sem falar de drenagem. Drenagem é o processo de remoção do excesso de água dos solos. Ela permite dar aeração, estrutura e resistência ao solo. Todo solo é drenado naturalmente, porém, não significa que essa drenagem é capaz de tornar a exploração daquele solo viável, então, algumas medidas precisam ser adotadas. 52 Mas quem gera um excesso de água? Tanto a precipitação, como as irrigações e até mesmo o lençol freático que em certas localidades e épocas do ano pode se elevar. 2.2 Recuperação de áreas degradadas A Lei n° 9.985 Art. 2°, de 18 de julho de 2000, entende que “uma área recuperada é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente da condição original”. Para entender como recuperar uma área degradada precisamos inicialmente entender as causas, como identificar essa área, e assim pensarmos em soluções de recuperação. Geralmente quando se pensa em uma área degradada imagina-se uma área como àquela a seguir: Figura 4 - Área com alto grau de erosão. Fonte: Shutterstock, 2020 #ParaCegoVer: A imagem apresenta uma área com alto grau de erosão. O solo está exposto, sem cobertura, em alguns pontos e apresenta uma grande deformação formando uma grande fenda. Porém, um ponto importante e que pode passar despercebido é que essa é uma situação extrema, e certamente mais complexa a resolver, mas essa degradação não ocorre inesperadamente, salvo situações excepcionais. Assim, é importante ter atenção aos sinais iniciais de degradação. Lembrando que é importante recuperar as áreas não somente para recuperar a sua capacidade produtiva, mas também para recuperar a função ambiental e os ecossistemas que ali habitam. Para tal podem ser adotadas estratégias de curto prazo e de longo prazo. Falando nos termos utilizados há uma diferença entre área degradada e área alterada ou perturbada. Uma área degradada não retorna ao estado inicial naturalmente, porém, em uma área alterada ou perturbada, o ambiente pode se regenerar naturalmente. Ainda podemos falar em recuperar ou restaurar. Ao recuperar uma área estamos restituindo uma situação de degradação, podendo ser uma condição diferente da original. Quando falamos de restauração a área precisa ser o mais próximo possível daquela original. E a reabilitação, considera que não há possibilidade de se obter uma condição igual a original, assim, busca-se uma alternativa para aquele ambiente. 53 2.3 Causas da degradação Muitas das causas da degradação dos solos são antrópicas, o lado positivo é que então, o manejo adequado pode evitar esses fenômenos. Algumas das causas são desmatamento, queimadas, o uso intensivo do solo, mineração, irrigação incorreta ou água contaminada. Geralmente uma sucessão de ações geram essas degradações. Veremos a seguir alguns tipos de degradação. Acidificação: ocorre a diminuição do pH no solo, aumento do alumínio tóxico e diminuição da saturação por bases. O solo ácido afeta o crescimento de vegetação, pois muitos dos nutrientes ficam indisponíveis. Pode ser causada a partir da água da chuva que pode lixiviar cátions trocáveis, e água contaminada. Arenização: é a formação de bancos de areia, causadas pela remoção da vegetação, que protege e mantém o solo firme. As chuvas vão gradativamente lavando o terreno e removendo os seus nutrientes em um processo que pode ser ainda mais intensificado pela prática exaustiva da agricultura ou da pecuária. Assoreamento de rios: quando os cursos d’agua não são protegidos com vegetação, como matas ciliares, pode ocorrer a deposição de sedimentos em momentos de chuva forte. E os rios assoreados podem gerar inundações. Desertificação: É o processo de degradação e esgotamento dos solos que ocorre em regiões onde a pluviosidade não é maior do que 1400mm anuais. Nesses locais a evaporação é maior do que a infiltração. O clima do local influencia nesse fenômeno, mas o desmatamento, queimadas, uso intenso do solo, entre outras atividades estão entre as causas. Erosão: são processos que alteram o relevo e formam crateras. Os solos perdem os nutrientes e podem se tornar improdutivos. O desmatamento pode agravar a erosão, e gerar o deslizamento de terras já que a vegetação serve como camada protetora e diminui o impacto da água e dos efeitos dos ventos sobre a superfície do solo. Laterização: é o acúmulo de hidróxidos de ferro e alumínio na superfície
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