Prévia do material em texto
VALDILENE OLIVEIRA SOUSA| TURMA EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE I DIVERSIDADE E CIDADANIA Na Unidade I, teremos o tema da DIVERSIDADE como significado de um ambiente necessário à construção da cidadania ampla. https://ideafix.com.br/falando-em-diversidade-que-tal-incluir-os-terceiros/ EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE I DIVERSIDADE E CIDADANIA Aprenderemos muitas coisas nesta Unidade, entre elas, que: A conquista dos direitos humanos é resultado da luta de movimentos sociais que buscaram garantir o acesso de todos à cidadania. A garantia dos direitos humanos requer o respeito às diversidades. https://ideafix.com.br/falando-em-diversidade-que-tal-incluir-os-terceiros/ UNIDADE I: DIVERSIDADE E CIDADANIA TÓPICO 1: DIVERSIDADE COMO DIREITO: INCLUSÃO COMO GARANTIA DA IGUALDADE E DIGNIDADE DO INDIVÍDUO TÓPICO 1: DIVERSIDADE COMO DIREITO: INCLUSÃO COMO GARANTIA DA IGUALDADE E DIGNIDADE DO INDIVÍDUO TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA OBJETIVOS DA UNIDADE: Compreender o conceito de diversidade e desigualdade social; Pensar como as ações podem contribuir para contemplar a diversidade cultural na sociedade e na educação; Reconhecer a representação de identidade e alteridade. UNIDADE 1 TÓPICO 1: DIVERSIDADE COMO DIREITO: INCLUSÃO COMO GARANTIA DA IGUALDADE E DIGNIDADE DO INDIVÍDUO 1 INTRODUÇÃO Os direitos humanos foram criados para garantir aos cidadãos uma vida plena, ou seja, que os direitos humanos fossem garantidos por lei. 2 DIVERSIDADE E CIDADANIA A garantia dos direitos humanos requer um movimento de transformação social no sentido da construção de uma postura ética e da promoção da igualdade e respeito às diversidades. A igualdade e a postura ética, tão almejadas quando falamos em respeito aos direitos humanos, passam por diferentes níveis que demandam nossa atenção e reconhecimento. Os professores vivenciam diariamente em sala de aula experiências com sujeitos diversos – pela cultura, etnia, gênero, religião, classe social. Por essa razão, garantir a igualdade diante de tamanha diversidade é um desafio contínuo. A igualdade pode ser concebida em três níveis: A igualdade formal; Igualdade material em relação à justiça social e; A igualdade material em relação ao reconhecimento das identidades. Para alcançarmos tais ideais é essencial reconhecer a justiça em seu caráter bidimensional, que representa a redistribuição e o reconhecimento. UNIDADE 1 TÓPICO 1: DIVERSIDADE COMO DIREITO: INCLUSÃO COMO GARANTIA DA IGUALDADE E DIGNIDADE DO INDIVÍDUO 3 DIREITOS E CIDADANIA A garantia dos direitos civis, políticos e sociais na legislação, infelizmente, não reflete a realidade da grande maioria da população. Direitos são, na verdade, privilégios em uma sociedade em que a diversidade se converte em desigualdade e exclusão. Portanto, atualmente é possível afirmar que cidadania formal está distante da real. Os direitos políticos foram consolidados ao longo do processo de formação do Estado moderno e a expansão da democracia. Apenas no século XX os direitos sociais passam a integrar o universo da cidadania através da garantia do acesso à saúde, educação, habitação, previdência, transporte coletivo, acesso ao Judiciário, lazer, entre outros (MARSHALL, 1967). UNIDADE 1 TÓPICO 1: DIVERSIDADE COMO DIREITO: INCLUSÃO COMO GARANTIA DA IGUALDADE E DIGNIDADE DO INDIVÍDUO 4 A INCLUSÃO COMO PROMOÇÃO DA CIDADANIA E RESPEITO À DIVERSIDADE A diversidade representa muito mais que as múltiplas culturas, diferentes classes sociais e orientações sexuais. O debate sobre diversidade trouxe para as escolas de ensino regular novos sujeitos, até então restritos a outros espaços escolares. A política de inclusão tornou mais desafiador para educadores e gestores levar o discurso do respeito à diversidade para a prática. Dessa forma, a inclusão é fundamental para compreender a questão da diversidade na educação. Afinal, compreender a diversidade exige reconhecê-la em suas mais variadas expressões e incorporá-la ao cotidiano escolar numa prática pedagógica voltada para a construção da cidadania. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE 1 INTRODUÇÃO O termo diversidade ganha espaço em diferentes abordagens e contextos sociais. A multiplicidade das relações sociais se constituiu ao longo do tempo como um campo fértil para debates teóricos e lutas dos movimentos sociais em busca de direitos e reconhecimento de suas identidades. 2 DIVERSIDADE: CONCEITOS E ABORDAGENS Podemos identificar no campo conceitual abordagens que remetem à diversidade a partir das noções de cultura, gênero, etnia, religião, deficiências, questões econômicas, entre outras. Considerando o significado do termo é fundamental reconhecer que a sociedade é formada por indivíduos diversos e cabe à educação reconhecer e respeitar a diversidade, além de formar a cidadania baseada nesse princípio. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE Cultura: As formas de vida dos membros de uma sociedade ou de grupos dentro da sociedade [...] aqueles aspectos da cultura que são antes aprendidos do que herdados. Identidade social: refere-se às características que são atribuídas a um indivíduo pelos outros. Elas podem ser vistas como marcadores que indicam quem, em um sentido básico, essa pessoa é. Ao mesmo tempo, esses marcadores posicionam essa pessoa em relação a outros indivíduos que compartilham dos mesmos atributos 3 OS DESAFIOS DA DIVERSIDADE NA ATUALIDADE As características que compõem as identidades sociais refletem as multiplicidades e as pluralidades sociais. Diante dessa pluralidade, grupos com identidades próximas se organizam pelas características comuns. Os movimentos sociais configuram uma poderosa forma de organização capaz de formar significados. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE O QUE É ETNOCENTRISMO? Etnocentrismo é uma visão do mundo em que o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE A exclusão social pode ser consequência de diferentes relações sociais. As relações de exclusão e inclusão podem ser compreendidas como econômicas, políticas ou sociais. Exclusão econômica: Indivíduos e comunidades podem ser excluídos da economia no que diz respeito à produção e ao consumo. Quanto ao aspecto da produção, o emprego e a participação no mercado de trabalho são centrais para a inclusão. [...] A exclusão da economia também pode se dar em termos de padrões de consumo, ou seja, com relação ao que as pessoas adquirem, consomem e utilizam na sua vida diária. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE A exclusão socialpode ser consequência de diferentes relações sociais. As relações de exclusão e inclusão podem ser compreendidas como econômicas, políticas ou sociais. Exclusão política: A participação popular e contínua na política é o alicerce dos estados democráticos liberais. Os cidadãos são estimulados a manterem uma atitude consciente quanto às questões políticas, a levantarem sua voz em apoio ou em protesto, a contarem com seus representantes eleitos para assuntos importantes, e a participarem do processo político em todos os níveis. Porém, uma participação política ativa pode estar fora do alcance dos indivíduos socialmente excluídos, a quem podem faltar informações, as oportunidades e os recursos necessários para o envolvimento no processo político. UNIDADE 1 TÓPICO 2: DIVERSIDADE COMO CONCEITO: CONCEPÇÕES E INTERPRETAÇÕES DE DIVERSIDADE E DE DESIGUALDADE A exclusão social pode ser consequência de diferentes relações sociais. As relações de exclusão e inclusão podem ser compreendidas como econômicas, políticas ou sociais. Exclusão social: A exclusão também pode ser sentida no domínio da vida social e comunitária. Áreas que sofram de um alto grau de exclusão social podem contar com instalações comunitárias limitadas, como parques, quadras de esportes, centros culturais e teatros. Os níveis de participação cívica são muitas vezes baixos. Além disso, famílias e indivíduos excluídos podem ter menos oportunidades de lazer, viagens e atividades fora de casa. A exclusão social também pode significar uma rede social limitada ou frágil, que leva ao isolamento e ao contato mínimo com os outros. UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA 1 INTRODUÇÃO A compreensão da diversidade visando transformar nossa prática na educação é um grande desafio. 2 ALTERIDADE E O RECONHECIMENTO DO OUTRO O conceito de alteridade pode ser compreendido em diversos contextos, usualmente, no universo de estudo da antropologia e filosofia, e remete à construção da identidade individual em relação ao outro. O conceito de alteridade levanta as discussões acerca das relações de construção de identidade diante do reconhecimento da identidade do outro. UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA O QUE É ALTERIDADE Alteridade é um substantivo feminino que expressa a qualidade ou estado do que é outro ou do que é diferente. É um termo abordado pela Filosofia e pela Antropologia. Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o homem, na sua vertente social, tem uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o "eu" na sua forma individual só pode existir através de um contato com o "outro". Quando é possível verificar a alteridade, uma cultura não tem como objetivo a extinção de uma outra. Isto porque a alteridade implica que um indivíduo seja capaz de se colocar no lugar do outro, em uma relação baseada no diálogo e valorização das diferenças existentes. UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA 3 O MULTICULTURALISMO COMO DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO As formas pelas quais a cultura é incorporada ao universo do ensino e da construção do conhecimento são constantemente questionadas. Para compreender esses questionamentos, partimos da afirmação de Werneck (2008, p. 414): “É certo que cada povo, cada grupo humano, interfere na natureza a seu modo, resolve os problemas, ultrapassa os obstáculos e desafios que ela lhe propõe de maneira própria e diferente. É certo, também, que a educação tem como fim a humanização do homem, o seu contínuo aprimoramento”. UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA O termo multiculturalismo foi utilizado, inicialmente, por grupos dominados culturalmente e hoje é apropriado por grupos de características variadas. Além disso, o termo faz parte do universo teórico da educação. Ao analisar a obra “O jogo das diferenças”, o termo multiculturalismo é um grande desafio para a educação. O professor deve respeitar as noções de dignidade humana e a justiça, pois não há homogeneidade cultural, cada sujeito atribui diferentes sentidos e significados sociais. No caso brasileiro, o multiculturalismo precisa ser concebido considerando o mito da democracia racial. Foi através da crítica a esse mito que o debate sobre multiculturalismo surgiu no Brasil, que questionava o processo de modernização brasileiro que negava nossa herança cultural africana (GONÇALVES; SILVA, 2001). UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA 4 GESTÃO DEMOCRÁTICA E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO As reflexões acerca da inclusão e da gestão democrática compõem o cenário mais amplo da reforma educacional brasileira ao longo dos anos 1990 que atribui outros significados à organização escolar. A gestão escolar recebe influências da concepção vigente sobre administração nos padrões capitalistas e acaba por manifestar a relação dominante de exclusão social, reforçando os paradigmas sociais vigentes. É importante destacar que a escola é um espaço de reprodução das relações sociais, ou seja, as dinâmicas de dominação e exclusão social presentes na sociedade também determinam a dinâmica escolar. Nesse modelo de gestão o diretor ocupa posição de centralidade no ambiente escolar. UNIDADE 1 TÓPICO 3: DIVERSIDADE COMO PRÁTICA: MULTICULTURALISMO, ALTERIDADE E GESTÃO DEMOCRÁTICA A gestão democrática representa uma forma de administrar contando com a participação coletiva. Todos os sujeitos envolvidos na escola devem contribuir no processo de tomada de decisão. Gerir a escola democraticamente é uma forma de respeitar a diversidade e promover a inclusão, pois quando o coletivo participa das decisões, as demandas dos diferentes grupos recebem atenção. Através da gestão democrática a escola pode assumir uma postura transformadora em relação à sociedade, pois recebe a todos sem exclusão e permite a todos as mesmas oportunidades de apropriação do conhecimento e desenvolvimento da postura crítica e da cidadania (MATTOS, 2010). A inclusão é fundamental para a gestão democrática, pois pensar em democracia passa pelo reconhecimento e valorização de diversidades, porém, esse movimento requer mudanças de caráter cultural e na organização da escola. EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE - UNIDADE I O direito à educação é reconhecido internacionalmente através do artigo 26º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O direito à educação no Brasil é previsto na Constituição Federal de 1988 como direito do cidadão e dever do Estado. As políticas educacionais brasileiras preveem o direito à diversidade e à inclusão de todos os cidadãos. A inclusão social é fundamental para o exercício da cidadania e a educação inclusiva deve atender a todos através de uma pedagogia. https://www.revide.com.br/blog/samira-fonseca/direito-educacao-eu-tenho/ O termo diversidade envolve um universo múltiplo de indivíduos e suas relações sociais. O desafio em relação à diversidade remete à compreensão das relações sociais com uma visão que reconheça a multiplicidade e a inclusão. A diversidade cultural compreende variações das práticas e comportamentos que compõem a cultura de um determinado grupo social. Assim, as variações culturais formam as identidades sociais que refletem multiplicidades e pluralidade. “ EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE UNIDADE I As desigualdades raciais no Brasil são sobrepostas pelo mito da democracia racial e à formação social brasileira. A noção de gênero, por sua vez, é socialmente construída e representa papéis e identidades de homens e mulheres. Mas tais concepções não são neutras e representam formas de estratificação social. A estratificação social pode ser delimitada por critérios econômicos. https://elahp.com.br/loja/desigualdades-classe-raca-genero-sexualidade-e-geracao/ EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE – UNIDADE I Também compreendemosque o conceito de alteridade é muito importante nas discussões sobre a Diversidade. Assim, ele pode ser compreendido em diversos contextos, como na Antropologia, na Filosofia e na Educação. https://www.cultseraridades.com.br/alteridade/ A alteridade permite a discussão das relações sociais pela perspectiva da construção da nossa identidade e a partir do reconhecimento da identidade do outro. O reconhecimento da diversidade faz parte da educação, pois aprendemos em contato e na relação com o outro. Edgar Morin é um dos autores que elaboram o conceito de alteridade para a compreensão das relações sociais. O multiculturalismo diz respeito à compreensão do valor intrínseco de cada cultura. Por sua vez, o paradoxo do multiculturalismo na Educação reside no respeito das particularidades culturais e na manutenção do caráter transformador da Educação. A gestão democrática deve promover a transformação da educação e da sociedade através da inclusão social e respeito às diferenças. http://unisinos.br/blogs/ndh/2013/05/02/o-realitivismo-e-o-dialogo-entre-culturas-na-atualidade/ REFERÊNCIAS MOSER, Ana Cláudia. Educação e diversidade. UNIASSELVI, 2017, p. 173.