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LIVROS INFANTIS: E Sua Importância na Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 Tirei meu nome Resenha crítica do texto: TRAVASSOS, Sônia. Experiências com o texto literário: na educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental. Texto apresentado na IV Jornada de Alfabetização do Município de Niterói. RJ: alfabetização e currículo: a perspectiva discursiva em debate. 2019. A autora Sônia Travassos é carioca. Doutora em Educação (UFRJ), Especialista em Literatura Infantojuvenil (UFRJ), Escritora… Este artigo tem como objetivo discutir o trabalho com a leitura literária na Educação Infantil e no Ensino Fundamental 1 e suas contribuições para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita das crianças. Nas práticas envolvendo a literatura na escola, essa interação verbal, que está ligada à situação social que a provocou, envolve quase sempre a relação entre adultos e crianças. A infância como categoria social é uma construção da Modernidade e o que hoje entendemos como tal foi elaborado historicamente. As crianças e as infâncias são plurais e podem ser vistas a partir de diferentes paradigmas, como apontam diversos estudos. Neste novo paradigma, apostar na competência da criança, na sua capacidade de agir e dar sentido àquilo que vive, significa romper com uma visão linear do desenvolvimento. Significa também considerar que as crianças, com suas produções únicas, criativas e imprevisíveis, podem apresentar diferentes processos, tanto individuais quanto culturais. (CORSINO, 2016). Para Benjamin (1994), é por meio da narrativa que as pessoas trocam experiências. Para o filósofo, a narrativa, típica do trabalho artesanal, foi, ao longo do tempo, substituída pela informação. Quando a linguagem expressiva dá lugar à linguagem informativa e instrumental, há menos possibilidades de nos conhecermos, nos reconhecermos ou nos estranharmos na experiência do outro. Ao refletirmos sobre a relação literatura/escola, vale ressaltar que a literatura é parte inseparável da cultura, da história e do contexto social de cada época e, ao estar presente na escola, pode contribuir para a compreensão do universo sócio-histórico em que vivemos, além de permitir que os leitores entendam sua interioridade. Caberá ao leitor, a partir de suas experiências e de seu acervo de leituras já construídas, indagar o que lê, criticar, interpretar e, ao se apropriar da linguagem do outro, elaborar sentidos e expressar as próprias intenções, convertendo-se em autor e ator de seu lugar no mundo(CASTRILLON, 2010). Vale ressaltar que uma prática pedagógica é uma prática social realizada entre sujeitos e que se constitui na e com a linguagem, por meio tanto das palavras, como dos gestos, das 1 intenções e expressões, dos ditos e não ditos e das contrapalavras dos sujeitos, ou seja, de suas respostas (Bakthin, 2011). “Em que medida ocorrências institucionais aguçam curiosidades, procura de respostas, desejos de ler?” (Perroti, 1990) Tais questões nos levam à Chartier (2009), quando o autor se remete à ideia de apropriação da leitura como invenção – com o leitor fazendo algo novo com aquilo que recebe, interpretando, refletindo, dialogando com o texto e, assim, elaborando sentidos. Nos estudos de Chartier (2009), compreendemos que, ao longo do tempo e dos lugares, os gestos de leitura mudaram, assim como os objetos lidos e as razões de ler: “Do rolo antigo ao códex medieval, do livro impresso ao eletrônico, várias rupturas maiores dividem a longa história das maneiras de ler” (p.77). Corsino (2016) consideram que “o leitor vai sendo formado nessa diversidade de formas de ler, intenções e usos dos textos e seus suportes.” Para Corsino (2010), contar e ler histórias são duas práticas fundamentais, porém distintas: “contam-se histórias de muitas formas, usando diferentes recursos e leem-se histórias que estão nos livros” (p.192). Afirma ainda que a leitura oral de um texto literário seria como uma porta que se abriria ao texto escrito, ideia que é compartilhada por Amarilha (1997): a leitura oral contribui para o acesso à língua em expressões próprias da linguagem escrita, já que a linguagem literária se propõe a organizar os fatos em forma diferente da linguagem oral do cotidiano: “como essa roupagem tem bossa, ritmo, humor, o leitor mirim percebe estar diante de uma maneira diferente de ser da língua” (AMARILHA, p.49). Muitas propostas podem ser desenvolvidas com a literatura infantil na escola no intuito de ampliar as experiências das crianças com as linguagens oral e escrita, o qual não se esgote num único momento. Os projetos literários podem partir do interesse das crianças por algum tema, mas também ser provocados pelo professor, entre seus objetivos para ampliar a experiência das crianças com a literatura: podem partir da obra de um determinado autor (clássicos ou contemporâneos), de algum gênero literário (conto, poesia, narrativa visual, etc), da tradição oral (contos e poemas de diferentes culturas), de um determinado tema (medos, família, brinquedos, etc.), de tipos de personagem (criança, monstros, bichos, etc.), da linguagem visual e gráfica das obras, etc. Texto completo em: https://drive.google.com/file/d/1hUoHkB8CDD9Sm9ZcAHUJvgT3HfWLLQ4T/view?usp=share_link A literatura proporciona à criança, um mundo de sentimentos e emoções, a partir de sua interação com o meio, estimulando de forma divertida o desenvolvimento do pensamento, da imaginação, dos valores morais e éticos. Os livros infantis, são muito úteis para fins escolares, porque os livros são um recurso fundamental e importante no processo de ensino e 2 https://drive.google.com/file/d/1hUoHkB8CDD9Sm9ZcAHUJvgT3HfWLLQ4T/view?usp=share_link aprendizagem, bem como no desenvolvimento das crianças e, portanto, a escola deve procurar no literário o ensinamento, trabalhando junto a literatura e contribuindo na formação integral da criança e na sua inclusão no conhecimento dos outros e das diferenças entre pessoas. As histórias nos livros infantis são excelentes ferramentas nas tarefas educativas, pois despertam os sentidos das crianças para a compreensão do mundo em diferentes contextos sociais. Para muitos, a literatura infantil pode parecer uma brincadeira, mas na realidade a literatura infantil é o ponto de partida de uma cultura e, portanto, essencial para fazer parte da prática pedagógica de um professor nas classes primárias. Além da literatura ser uma forma de fazer com que a criança goste de ler, além de favorecer a aquisição da linguagem escrita, principalmente por sua capacidade de assimilação entre formas sonoras e textuais. Portanto, desde que respeitadas as peculiaridades de cada criança a literatura é uma forma de ensinar formas mais complexas da linguagem, para que isso de fato aconteça, o professor pode escolher diversas obras literárias que visam provocar as mais diversas reflexões e abrir a porta da sala de aula para a discussão e mediar os conflitos que possam surgir a partir da interpretação de cada aluno. Quando tudo isso é destacado em uma análise mais profunda como um importante mecanismo que possibilita a assimilação de informações e o aprendizado da criança por meio da leitura perceptiva e da discussão que ela estimula. É, por isso, que é importante compreender a literatura como veículo de transmissão de conhecimentos e ideias sobre o mundo que nos rodeia, e também como algo que pode ser especialmente significativo para as crianças em aula ou mesmo para a leitura em casa com a família. A literatura põe os alunos num lugar “favorecido” no exercício da cidadania, na leitura crítica da sociedade e na construção de projetos de vida. É essencial para a educação das crianças porque as acompanha na escola e ao longo da vida. O hábito da leitura amplia os horizontes, expande a forma como eles veem e sentem o mundo e lhes dá a oportunidade de acessar universos desconhecidos sem sair do lugar. Todas as grandesobras envolvem uma cultura, um lugar, uma época e uma história. Além disso, as palavras podem dar às crianças uma sensação de pertencer a um grupo. Isso é essencial para o desenvolvimento, segurança e autoconfiança da criança, elevando a autoestima e estimulando a formação de uma cidadania mais positiva, promovendo assim uma sociedade mais consciente e crítica. Por outro lado, também existem desafios que são as questões de direitos autorais, relutância dos autores em criar obras para formatos online, iniciativa de conquistar leitores com textos e ilustrações e exploração da possibilidade de recursos digitais e eletrônicos para livros infantis… 3
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