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Paracentese, Toracocentese e drenagem pleural fechada PARACENTESE: Características: • Consiste na punção da cavidade abdominal para retirada de líquido ascético • Pode ser realizada a beira do leito • O diagnóstico se dá através da retirada de pequena quantidade para diagnóstico bioquímico e citológico • Tem caráter terapêutico também quando há retirada maior de líquido para aliviar o sintomas das grandes ascites (principalmente dor abdominal e dispneia pela compressão do líquido ascético) Indicações: • Avaliação do conteúdo ascético • Ascite de repetição ou grande volume • Avaliação do paciente com ascite e sinais de deterioração hemodinâmica (febre, dor abdominal, encefalopatia hepática • Suspeita de peritonite bacteriana espontânea Contraindicações: • Pacientes com coagulação intravascular disseminada • Distúrbios graves de coagulação • Hematomas ou infecções no sítio da punção • Cicatriz previa no local da punção/aderências intestinais • Gestação Técnica operatória: • Paciente em decúbito lateral • Antissepsia e materiais estéreis • Punção com agulha de grosso calibre no quadrante esquerdo do abdomen em uma linha imaginaria traçada da espinha ilíaca antero superior até a cicatriz umbilical • Anestesia com lidocaína • Inserção da agulha fazendo aspiração até saída do líquido Complicações: • Vazamento de líquido ascitico • Perfuração intestinal e de outros órgãos • Infecção • Sangramento TORACOCENTESE: Características: Procedimento para drenagem de líquido pleural Consiste no acesso a cavidade pleural para se realizar punção de agulha com objetivo de drenar líquido da cavidade pleural (derrame pleural) O RX deve ser realizado antes e após procedimento (antes para analisar a extensão e após para descartar ocorrência de complicações e avaliação da drenagem, se foi retirado líquido suficiente Sob anestesia local (lidocaína) Realizado a beira do leito Indicações: Pode servir para 1) Diagnostico: pesquisa de etiologia Clínica Cirúrgica I – Aula 9 2) Terapêutico: alívio dos sintomas (diminuição do comprometimento ventilatório) OBS: nas toracocenteses de alívio não pode se drenar mais de 1.500ml por vez devido ao risco de colapso pulmonar (edema pulmonar de expansão) e hipotensão. Contraindicações: • Coagulopatias • Ventilação mecânica com pressão ventilatória final positiva (PEEP) elevada • Pequenos derrames Técnica operatória: • Paciente sentado com braços cruzados em frente ao corpo apoiado em suporte firme • Pacientes que não podem ficar sentados ficam em decúbito lateral • Determinar o nível do derrame pela percussão (macicez) • Antissepsia do local a ser puncionado e anestesia local • Puncionar com agulha um espaço intercostal abaixo do nível do derrame, na porção superior da costela inferior e ao puncionar o líquido retirar a agulha e manter o cateter que poderá ser aspirado ou conectado ao tubo de drenagem • Após o término remover cateter e fazer curativo Complicações: • Pneumotórax • Infecção • Sangramento local • Tosse • Dor torácica • Hemotórax DRENAGEM PLEURAL FECHADA: Características: • Consiste em procedimento cirúrgico para restaurar ou manter a negatividade do espaço pleural, por meio da eliminação de qualquer conteúdo anômalo • O dreno é colocado através da parece torácica, resultando em drenagem do espaço pleural • Procedimento para drenagem contínua de líquido pleural através de um tubo inserido na cavidade pleural, conectado a um sistema de vácuo • O conteúdo anômalo a ser drenado pode ser pus, sangue, ar; qualquer um que comprometa a pleura comprimindo-a Indicações: Quando há necessidade de drenagem prolongada de um derrame pleural como em casos de: • Derrame pleural infectado • Empiema (pus na cavidade pleural) • linfa na cavidade pleural • pneumotórax • hemotórax • quilotórax • derrame pleural recidivante e sintomático • pós-operatório Técnica operatória: • Paciente em decúbito dorsal com braço ipsilateral estendido acima e flexionado no cotovelo • Antissepsia e campos estéreis • Identificar o local de inserção do dreno (5º espaço IC entre as linhas axilar anterior e média • Anestesia local incluindo periósteo da costela: bordo superior da costela inferior • Incisão com bisturi 2 a 3cm, paralela às costelas no local pré-determinado; • Divulsão dos tecidos até chegar a pleura parietal • Perfurar a pleura parietal com a ponta da pinça hemostática e fazer a digitalização do orifício • Avançar a colocação do dreno, direcionando- o posterior e ao ápice pulmonar; • Fixação do dreno à parede torácica • Conectar o dreno a um conector em “selo dágua” • Curativo estéril • Raio x tórax Complicações: • Pneumotórax • Infecção • Deslocamento do tubo • Hemorragia