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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional 2022.2 Professor (es): Período: 202202 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_2022.2_MEDICINA RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 05308 - CADERNO 001 1ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Microbiologia Tema: Diagnóstico laboratorial das doenças causadas por vírus RT-PCR para SARS-CoV-2 em swab combinado de nasofaringe: é um teste molecular, ou seja, baseado na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras coletadas por swab da nasofaringe. É considerado o exame laboratorial padrão-ouro para diagnóstico da infecção. Não é aconselhado realizar a procura de anticorpos com menos de 5 dias do início da sintomatologia. Além disso, os níveis de IgM são os que se elevam mais rapidamente e em maiores titulações. Não é aconselhado realizar a procura de anticorpos com menos de 5 dias do início da sintomatologia. Além disso, os níveis de IgM são os que se elevam mais rapidamente e em maiores titulações. Não é aconselhado realizar a procura de anticorpos com menos de 5 dias do início da sintomatologia. Além disso, ainda tem a busca do vírus Influenza de forma isolada, sem a procura para o vírus SARS- CoV-2. REFERÊNCIA: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/diagnostico 2ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 1 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Tuberculose Trata-se de paciente em tratamento de tuberculose pulmonar evoluindo com efeito adverso menor de intolerância gástrica (náusea e vômito) encontrado em 40% dos pacientes. A conduta adequada é reformular o horário da administração dos medicamentos (duas horas após o café da manhã) e considerar o uso de medicação sintomática (antieméticos). A suspensão temporária dos medicamentos está indicada para efeitos adversos maiores. Não há necessidade de alteração da composição do esquema nas reações adversas menores. REFERÊNCIA: Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. 2ª edição atualizada. Brasília, DF, 2019. 3ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Endocrinologia Tema: Doenças Tireoidianas A medida de anticorpos anti-TPO é o exame mais comum das DAITs; esses anticorpos podem ser detectados na doença de Graves ou na tireoidite de Hashimoto. Os pacientes que sofrem de DAITs só podem ter um resultado positivo de exame de anticorpos. Por exemplo, 6% dos pacientes com tireoidite de Hashimoto têm positividade anti-TG isolada, portanto, a medição de todos os 3 autoanticorpos é recomendada. O anti-TSH-R é o que apresenta maior prevalência na doença de Graves não tratada. REFERÊNCIAS: SGARBI, José Augusto; MACIEL, Rui. Patogênese das doenças tiroidianas autoimunes. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 53, n. 1, p. 5-14, 2009. P Bliddal S, Nielsen CH, Feldt-Rasmussen U. Recent advances in understanding autoimmune thyroid disease: the tallest tree in the forest of polyautoimmunity. F1000Res. 2017; 6:1776 4ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 2 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Gestão em Saúde Tema: Previne Brasil - Regulação do SUS Na Portaria nº 2.979 de 12 de novembro de 2019 (Previne Brasil), o Art. 10 define como critérios para o cálculo para a captação ponderada: I. A população cadastrada na equipe de Saúde da Família (eSF) e equipe de Atenção Primária (eAP) no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB); II. A vulnerabilidade socioeconômica da população cadastrada na eSF e na eAP; III. O perfil demográfico por faixa etária da população cadastrada na eSF e na eAP; e IV. Classificação geográfica definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2979 de 12 de novembro de 2019. Disponível em:http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/financiamento/portarias/prt_2979_12_11_2019.pdf. Acesso em: 26 ago. 2022. 5ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia Pediátrica Tema: Malformações no RN O tratamento cirúrgico imediato dos testículos que não desceram é recomendado a partir da idade corrigida de 6 meses, porque é improvável que a descida espontânea ocorra após esse período. A cirurgia precoce promove o crescimento testicular normal e melhora as chances de fertilidade. Como o lactente apresenta testículo palpável no canal inguinal, a orquidopexia é o procedimento cirúrgico de escolha. A orquidopexia deve ser idealmente realizada entre 6 e 12 meses, mas não depois de 24 meses de idade corrigida. A taxa de criptorquidia é maior em prematuros, como esta paciente, e em pacientes que são pequenos para a idade gestacional ou têm baixo peso ao nascer. As complicações do criptorquidismo incluem subfertilidade e câncer testicular (mesmo em pacientes que foram submetidos a intervenção oportuna), hérnia inguinal (devido à patente concomitante do processo vaginal) e torção testicular. Distratores: A orquiectomia para criptorquidia pode ser indicada se o testículo não descido for hipoplásico, atrófico ou inviável. A orquiectomia também pode ser indicada para um testículo abdominal (especialmente em meninos pós-púberes) para minimizar o risco de câncer testicular ou se os vasos testiculares e o ducto deferente forem muito curtos para realizar uma orquidopexia escrotal, desde que a criança tenha um testículo contralateral normal . Este paciente tem um testículo criptorquidiano inguinal e não há razão para suspeitar de viabilidade prejudicada do testículo. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 3 de 98 A determinação do nível sérico de testosterona é indicada em adição ao ensaio de gonadotrofina e substância inibidora de Müller para avaliar bebês do sexo masculino com testículos bilaterais não palpáveis. A testosterona geralmente é normal na criptorquidia unilateral e significativamente diminuída na criptorquidia bilateral. A avaliação da testosterona não está indicada neste menino com criptorquidia unilateral. A ultrassonografia do abdome e da pelve pode ser considerada na avaliação de uma criança fenotipicamente do sexo masculino com testículos bilaterais não palpáveis para avaliar a presença de útero (por exemplo, devido a hiperplasia adrenal congênita). No entanto, é improvável que uma ultrassonografia do abdome e da pelve em um paciente com testículo não descido palpável contribua para o diagnóstico ou afete o curso do tratamento. Portanto, não é indicado neste paciente. A descida espontânea de um testículo de criptorquidia raramente ocorre após os 6 meses de idade. Reavaliar esse paciente aos 3 anos de idade aumentaria o risco de complicações (por exemplo, infertilidade, torção testicular). Portanto, mais uma etapa na gestão é necessária. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Criptorquidia. Última atualização em 03 de julho de 2022. 6ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Parasitologia Tema: Toxoplasmose Animais ectotérmicos são aqueles que têm sua temperatura corporal controlada de acordo com a temperatura ambiental, diferente dos endotérmicos que apresentam autorregulação térmica, como as aves e mamíferos. Neste contexto, o protozoário Toxoplasma gondii é adaptado para infectar animais endotérmicos, e, durante seu ciclo de vida, pode apresentar as formas gamética, taquizoíta, bradizoíta e merozoíta, sendo a última encontrada dentro dos vacúolos parasitóforos no tecido do animal e liberadas durante a digestão, infectando o indivíduo. REFERÊNCIA: REY, Luís. Parasitologia, 4ª edição. Grupo GEN, 2008. E-book. 978-85- 277-2027-4. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: CAD Tema: Abdome Agudo Cirúrgico 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 4 de 98 Ultrassonografia do abdome Todos os pacientes com desconforto abdominaldevem ter um hemograma completo realizado. Geralmente, ocorre uma leucocitose leve (10 a 18 x 10⁹/L ou 10,000 a 18,000/microlitro) com aumento de neutrófilos. Nas crianças, um nível de proteína C-reativa à admissão ≥10 mg/L e uma leucocitose ≥16.000/microlitro são fortes fatores preditivos para apendicite.[11] Geralmente, é necessário algum tipo de exame de imagem. A maioria dos pacientes (excluindo gestantes) que comparecem ao pronto- socorro com dor abdominal sugerindo apendicite são submetidos a TC de abdome e pelve.[31][11] Um exame de imagem pré-operatório com TC do abdome (ultrassonografia ou RNM para gestantes) agora faz parte do padrão de cuidados. Em particular, as mulheres e crianças podem se beneficiar de exames de imagem pré-operatórios. [27][42][39] Escolha do exame de imagem Embora a TC tenha sensibilidade e especificidade superiores à ultrassonografia no diagnóstico de apendicite, a ultrassonografia está mais disponível, é mais rápida e pode ser realizada à beira do leito.[43][44][45] Em crianças, a ultrassonografia pode ser preferível à TC para limitar a exposição à radiação. Há evidências que sugerem maior sensibilidade e especificidade da ultrassonografia em crianças, comparadas a adultos.[42][46][47] Se, na ultrassonografia, um apêndice normal for visualizado no seu tamanho total, será possível excluir a apendicite aguda. No entanto, esse é raramente o caso, e a maior utilidade da ultrassonografia é detectar uma causa alternativa da dor abdominal que descarta apendicite.[48] A TC do apêndice é cada vez mais usada como teste diagnóstico inicial para apendicite aguda, e é prática rotineira nos EUA solicitar uma TC para pacientes que comparecem ao pronto-socorro com sintomas de apendicite aguda.[27] A TC também é indicada em quadros atípicos. [31][49] No entanto, a cirurgia tardia após a TC para apendicite presumida está associada a uma taxa mais alta de perfuração do apêndice.[50] A TC com contraste intravenoso, com ou sem contraste oral, tem uma sensibilidade de até 100% em comparação com 92% de sensibilidade da TC com contraste não intravenoso.[51] [52] A ultrassonografia do abdome é a modalidade de imagem inicial preferida para o diagnóstico de apendicite em crianças e mulheres grávidas. Um ultrassom abdominal está prontamente disponível, tem boa relação custo-benefício e não expõe o paciente à radiação. Os achados típicos de apendicite incluem um apêndice não compressível e distendido (> 6-8 mm), líquido ao redor do apêndice e um sinal de alvo. A apendicite aguda geralmente é um diagnóstico clínico, e a imagem nem sempre é necessária se o paciente apresentar características clínicas típicas (por exemplo, dor abdominal migratória, sensibilidade ao RLQ, dor rebote, febre, leucocitose). Dada a apresentação não clássica desse paciente, exame clínico inconclusivo e história familiar de doença de Crohn (o que torna a doença inflamatória intestinal um possível diagnóstico diferencial), a ultrassonografia abdominal é indicada para diagnóstico adicional. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 5 de 98 Uma colonoscopia seria indicada para confirmar um diagnóstico suspeito de doença inflamatória intestinal (DII). A sensibilidade do RLQ e o histórico de diarreia dessa paciente são consistentes com DII, e seu histórico familiar de doença de Crohn a coloca em risco aumentado para essa condição. No entanto, a ausência de cólicas abdominais ou diarreia sanguinolenta torna esse diagnóstico menos provável. Medidas menos invasivas são indicadas antes da realização de uma colonoscopia. A tomografia computadorizada tem alta sensibilidade para o diagnóstico de apendicite e é a modalidade de imagem de escolha em adultos. No entanto, quando a exposição à radiação deve ser evitada (por exemplo, em crianças ou durante a gravidez), é preferível uma modalidade de imagem diferente. Uma tomografia computadorizada do abdome seria indicada para confirmar ou excluir apendicite se os estudos diagnósticos iniciais forem inconclusivos. A radiografia abdominal fornece informações úteis para o diagnóstico de várias condições, como obstrução intestinal, intussuscepção e doença inflamatória intestinal, mas não é o próximo passo mais adequado nesse paciente porque tem sensibilidade muito baixa para diagnosticar apendicite aguda. Além disso, exporia a criança a radiação desnecessária. Embora a laparoscopia tenha valor diagnóstico e terapêutico em casos de dor abdominal intensa e inexplicável, a laparoscopia de emergência é reservada para casos de abdome agudo potencialmente fatais. Esse paciente não apresenta defesa abdominal e apresenta apenas febre leve e leucocitose, indicando uma condição estável que justifica um procedimento eletivo. Pacientes com apendicite diagnosticada clinicamente devem proceder à apendicectomia laparoscópica; a apresentação deste paciente é atípica e outros diagnósticos são indicados. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Apendicite aguda. 11 Jun 2021. 8ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 6 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Saúde Mental Tema: Violência e Agressão Quando pacientes apresentam mudanças de comportamento relacionados ao ambiente escolar, deve ser investigada a possibilidade de bullying. As instituições de saúde e educação, assim como seus profissionais, devem reconhecer a extensão e o impacto gerado pela prática de bullying entre estudantes e desenvolver medidas para reduzi-la rapidamente. Aos profissionais de saúde, particularmente aos pediatras, é recomendável que sejam competentes para prevenir, investigar, diagnosticar e adotar as condutas adequadas diante de situações de violências que envolvam crianças e adolescentes, tanto na figura de autor, como na de alvo ou testemunha. REFERÊNCIAS: Bullying comportamento agressivo entre estudantes J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):S164-S172: Violência escolar, violência juvenil. Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017. 9ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Cardiologia Tema: Arritmias Cardíacas Na FA, o ritmo encontrado é sinusal apesar da irregularidade entre as ondas P e o complexos QRS. INCORRETA, pois o ritmo não é sinusal. FA no eletrocardiograma se apresenta de maneira que os complexos QRS estão irregulares, com ausência de ondas P e presença de pequenas ondas F, deixando a linha de base irregular. CORRETA. Pacientes que possuem FA tem menor propensão a doenças tromboembólicas, como AVC isquêmico. INCORRETA, pois o risco de doenças tromboembólicas aumenta em aproximadamente cinco vezes em paciente com FA. Na FA, todos os pacientes deverão ser anticoagulados. INCORRETA, pois pacientes com alto risco de sangramento do sistema nervoso central visto pelo score HAS-BLED poderão não ser anticoagulados. A FA é uma arritmia que tem baixa letalidade quando está com alta resposta ventricular (taquicardia). INCORRETA, pois quando há FA com alta resposta ventricular o risco de tromboembolicas aumenta, logo possuem alta taxa de letalidade. REFERÊNCIA: MASTROCOLA, Fabio. et al. Cardiologia: CardioPapers. 2ºed. Atheneu. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 7 de 98 10ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Rotura Prematura das Membranas O quadro clínico é compatível com Rotura Prematura das Membranas Ovulares (RPMO), com sintomatologia típica e confirmação pelo exame especular. A anamnese e o exme especular são suficientes para diagnosticar 75% dos casos de RPMO. Neste caso, a gestante apresenta febre, taquicardia fetal e leucograma com sinais de infecção. Estes achados confirmam quadro de Corioamnionite. A conduta mais adequada é iniciar esquema de antibióticos que possam fazer cobertura contra os principais microrganismos da flora vaginal e induzir o parto imediatamente. A conduta não leva em consideração a idade gestacional (prematuridade), pois a manutenção da gravidez compromete o resultado gestacional(morbidade e mortalidade). REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.;JL. Williams Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 11ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Hemolinfopoiético Tema: Análise do Hemograma HB: 8,0 g/dl (11,7 - 14,9 g/dL); VCM: 84 fl (83,1 - 96,8 fL); HCM: 28 pg (27,7 - 32,7 pg); CHMC: 32 g/dl (32 à 36 g/dl); RDW: 15% (11,8 - 14,2%); Leucócitos: 3.000/mm3 (3.470 - 8.290/mm3) (00/30/05/00/57/00/08) e Plaquetas: 20.000 / mm3(163 - 343/mm3). A paciente apresenta plaquetopenia importante, por deficit de produção, secundária à quimioterapia, que leva a uma deficiência de progenitores megacariocitários da medula óssea. O hemograma completo e diferencial é usado na avaliação inicial e no monitoramento do acompanhamento. Mais de 90% dos pacientes com leucemia linfocítica aguda (LLA) apresentam anormalidades hematológicas clinicamente evidentes no momento do diagnóstico inicial. Anemia normocítica normocrômica com baixa contagem de reticulócitos está presente em 80% dos pacientes. 50% dos pacientes têm leucocitose. Em um quarto dos pacientes, a contagem leucocitária é maior que 50 x 10⁹/L (50,000/microlitro), indicando, portanto, um prognóstico desfavorável. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Leucemia linfocítica aguda. Última atualização em 05 de março de 2021. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 8 de 98 12ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva Subárea: Políticas de Saúde Tema: SUS O princípio da Integralidade considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. No caso da Odete foi possível ver a integração dessas ações, com a prevenção (exame de câncer do colo uterino), diagnóstico, tratamento e o acompanhamento dela pela ESF. REFERÊNCIAS: Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. BRASIL, Lei n. 8080 de 19 de setembro de 1990. BRASIL, Lei n. 8142 de 28 de dezembro de 1990. BRASIL, Presidência da República Casa Civil. ANDRADE L. O. M. et al.Política de saúde no Brasil. In: ROUQUAYROL, Maria Zélia; GURGEL, Marcelo. Epidemiologia e saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2018. p. 449-460. ANDRADE, Selma Maffei de; SOARES, Darli Antonio; CORDONI JUNIOR, Luiz (Org.). Bases da saúde coletiva. Londrina: Ed. UEL, 2001. Cap.3, p. 46 a 53. MOREIRA, Taís de, C. et al. Legislação do Sistema Único de Saúde. In: MOREIRA, Taís de, C. et al. Saúde coletiva. Grupo A, 2018. p. 91-100. Disponível em: Minha Biblioteca. SOLHA, Raphaela Karla de Toledo. Saúde coletiva para iniciantes. Políticas e práticas profissionais. 2 ed. Erica/Saraiva. Cap.2 e 3. E-book disponível em Minha biblioteca. 13ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 9 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia do Trauma Tema: Queimaduras Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10a edição. 14ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Nefrologia Tema: Complicações renais por fármacos A ocorrência de nefrite intersticial aguda está frequentemente associada a medicações, dentre elas os antibióticos, como as cefalosporinas (ceftriaxona). O diagnóstico é sugerido pela presença de IRA não oligúrica, especialmente em associação a sinais de hipersensibilidade sistêmica, tais como febre, rash cutâneo e eosinofilia. A piúria estéril e a hematúria microscópica são achados comuns, e a proteinúria não nefrótica pode estar presente. A terapia envolve a interrupção do agente causal, podendo, em alguns casos, ser necessário o uso de glicocorticoides. REFERÊNCIAS: Nefrologia Clinica. Abordagem abrangente 5a edição.2016. Johnson, Richard. Príncipios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos, Riella, M.C 6a edição, 2018. 15ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 10 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia. Assistência Pré-Natal Tema: Diabetes Gestacional A dosagem da glicose de jejum é o método utilizado atualmente para o diagnóstico do Diabetes Gestacional. Dosagem acima de 92 mg/dl e inferior a 126 mg/dl, na primeira consulta, permite fazer o diagnóstico de Diabetes Gestacional. Esta definição inclui o diagnóstico realizado pela primeira vez na gravidez. Basta dosar uma única vez no início da gravidez. Quando o resultado é inferior a 92 mg/dl, é necessário realizar o Teste de Tolerância à Glicose com 75 g, entre 24-28 semanas de gestação. A hemoglobina glicada não serve para o diagnóstico do Diabetes Gestacional. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.;JL. Williams Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 16ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva Subárea: Epidemiologia Tema: Vigilância em Saúde Embora o controle de vetores (através da borrifação residual e da eliminação de focos) seja a estratégia recomendada para a redução de casos de dengue, isto não diminuiria a letalidade, mas a incidência e a mortalidade. Não existe vacinação eficaz para a dengue. Já o diagnóstico e o tratamento de casos graves de dengue é fundamental para que estas complicações sejam identificadas e tratadas para que não ocorra o óbito. Por isso, o número de óbitos por dengue irá ser menor em relação ao total de casos de dengue, fazendo a letalidade cair. Atualmente, a dengue é um agravo de notificação compulsória, mesmo antes da confirmação laboratorial (ou seja, na suspeita clínico- epidemiológica). Caso houvesse exigência de confirmação laboratorial, isto iria criar um obstáculo para a notificação, aumentando a subnotificação e, assim, reduzindo o número de casos da doença, o que iria aumentar a letalidade. REFERÊNCIAS: Rouquayrol, Maria, Z. e Marcelo Gurgel. Rouquayrol - Epidemiologia e saúde. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). MedBook Editora, 2017. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. 5. ed. Brasília; 2016. 17ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 11 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Bioquímica Tema: Metabolismo das proteínas e regulação do edema A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 18ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Nódulos Benignos da Mama A queixa mais comum nos consultórios de mastologia é a descoberta de um nódulo mamário, chegando a ser responsável por 60% das consultas. Felizmente a maioria dessas pacientes (75%) apresenta uma doença benigna. O nódulo mamário é definido como qualquer tumoração presente na glândula mamária. Os nódulos de mama benignos mais comuns são os fibroadenomas, que podem ocorrer em qualquer faixa etária, porémsendo mais prevalentes em mulheres com idade entre 15 e 35 anos. Os fibroadenomas têm crescimento limitado, em geral não superando 2 cm. A localização mais comum é no quadrante superior lateral, mas podem ocorrer em qualquer quadrante. Em 20% dos casos há lesões múltiplas uni ou bilateramente. REFERÊNCIAS: Hoffman, Barbara, L. et al. Ginecologia de Williams. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2014. Nódulos mamários benignos da mama Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(4):211-9 19ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 12 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Neurologia Tema: TCE Embora os pacientes assintomáticos com fraturas cranianas lineares relativamente pequenas (< 3 mm) não deprimidas possam ser enviados para casa sem tratamento adicional, aqueles com sinais de PIC potencialmente elevada requerem observação adicional do paciente. Outras indicações para observação de pacientes internados incluem evidências de lesão cerebral traumática em exames de imagem (por exemplo, hemorragia intracraniana), sinais de abuso físico ou cuidadores que não são confiáveis ou incapazes de retornar se deficits neurológicos se desenvolverem dentro de 24 horas após a alta. O tratamento das fraturas sem afundamento fechadas é principalmente conservador. O tratamento conservador consiste em observação para descartar qualquer complicação em curso, como o vazamento do líquido cefalorraquidiano (LCR), convulsão ou infecção. As intervenções médicas como a profilaxia com um anticonvulsivante ou antibiótico não são administradas rotineiramente para os pacientes com fraturas cranianas isoladas. Existem poucas evidências definitivas de um benefício na utilização de antibióticos na redução do risco de meningite subsequente ou de outras infecções com ou sem vazamento do LCR.[51][52][53][54] A vacina pneumocócica é recomendada para pacientes com fratura da base do crânio e vazamento do LCR.[55][56][57] Existem recomendações específicas para pacientes pediátricos e adultos com vazamento do LCR. Elevação e reparo cirúrgico da dura-máter e cranioplastia devem ser considerados para qualquer paciente com uma fratura com afundamento >1 cm, deformidade cosmética macroscópica, evidência de laceração dural ou lesão intracraniana operável associada. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Fraturas cranianas. Última atualização em 16 de agosto de 2022. 20ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 13 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Urgência e Emergência Tema: Hemorragia Digestiva Baixa A melena (fezes pretas semelhantes a alcatrão) geralmente é causada por sangramento gastrointestinal superior (HDA), embora também possa resultar de lesões no intestino delgado ou no cólon. Como a esofagogastroduodenoscopia não encontrou hemorragia no trato GI superior, o próximo passo no manejo desse paciente é uma colonoscopia para avaliar o trato GI inferior. Se a colonoscopia também for normal, o intestino delgado precisa ser examinado (por exemplo, por enteroscopia push, enteroscopia push and pull, cápsula endoscópica). DISTRATORES: A enteroscopia com balão duplo pode ser usada para avaliar o sangramento do intestino delgado. Embora o intestino delgado seja um local de sangramento potencial neste paciente, especialmente desde que a HDA foi descartada, o intestino delgado não é o próximo local de sangramento mais comum. A enterografia por TC pode ser usada para avaliar o sangramento do intestino delgado. Embora o intestino delgado seja um local de sangramento potencial neste paciente, especialmente desde que a HDA foi descartada, o intestino delgado não é o próximo local de sangramento mais comum. A cápsula endoscópica é usada principalmente para visualizar o intestino delgado, pois o trato gastrointestinal superior e inferior é melhor examinado por endoscopia ou colonoscopia. Embora o intestino delgado seja um local de sangramento potencial neste paciente, especialmente desde que a HDA foi descartada, o intestino delgado não é o próximo local de sangramento mais comum. A angiografia é usada para identificar a origem do sangramento gastrointestinal e simultaneamente controlar o sangramento. No entanto, geralmente é realizada em pacientes com sangramento gastrointestinal maciço e com risco de vida que não podem ser estabilizados para diagnósticos adicionais. Este paciente está sendo tratado com fluido intravenoso e requer outra intervenção para avaliar o trato GI remanescente para um local de sangramento. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. https://bestpractice.bmj.com/topics/pt- br/457/diagnosis-approach 21ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 14 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Doenças Infectocontagiosas Tema: Sífilis Congênita Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais do Mistério da Saúde, Brasília – DF 2022 2ª edição revisada, sendo a mãe adequadamente tratada na gestação, realizar teste não treponêmico sérico da mãe e do recém-nascido, ao mesmo tempo. Caso o teste não treponêmico da criança seja pelo menos duas diluições MAIOR que o materno, seguir no fluxograma como criança nascida de mãe não adequadamente tratada, isto é, realizar no recém-nascido hemograma completo e glicemia, RX de ossos longos e coletar o líquor (solicitar celularidade, proteinorraquia e VDRL). Sendo o exame físico do RN normal e liquor reagente, tratar com penicilina cristalina; sendo liquor normal, opção de tratar com penicilina procaína. REFERÊNCIA: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais do Mistério da Saúde, Brasília – DF 2022; 2ª edição revisada 22ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Embriologia Tema: Cardiopatias Congênitas A dextrocardia é o defeito de posicionamento do coração mais frequente. Na dextrocardia com situs inversus (transposição das vísceras abdominais), a incidência de defeitos cardíacos associados é baixa. Se não houver nenhuma outra anomalia vascular associada, o coração funciona normalmente. Na dextrocardia isolada, a posição anormal do coração não está acompanhada pelo deslocamento de outras vísceras. Esse defeito geralmente é complicado por defeitos cardíacos severos (por exemplo, um único ventrículo e a transposição de grandes vasos). REFERÊNCIA: Moore, Keith L. Embriologia clínica. 10. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 23ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 15 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Farmacologia Tema: Diuréticos I. Os diuréticos tiazídicos causam diurese com aumento da excreção de Na+ e Cl–, que pode resultar na excreção de urina hiperosmolar. II. A espironolactona (furosemida) é um diurético de alça que inibe o contransporte de Na+/K+/2Cl– na membrana luminal, no ramo ascendente da alça de Henle. III. A furosemida (espironolactona e eplerenona) é um esteroide sintético que antagoniza a aldosterona no receptor intracelular citoplasmático, inativando o complexo furosemida-receptor (espironolactona-receptor). Ele impede a translocação do complexo receptor para o núcleo da célula-alvo, bloqueando a produção de proteínas mediadoras que normalmente estimulam os locais de troca Na+/K+ do túbulo coletor. IV. A acetazolamida inibe a anidrase carbônica localizada intracelular (citoplasma) e na membrana apical do epitélio tubular proximal. REFERÊNCIA: WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada-6ª Edição. Artmed Editora, 2016. 24ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 16 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia Urológica Tema: Câncer de próstata Este paciente apresenta achados suspeitos de câncer de próstata, incluindo sintomas do trato urinário inferior (noctúria e fluxo urinário fraco),um nódulo firme no exame retal digital e um nível elevado de antígeno prostático específico. A biópsia de próstata guiada por ultrassom transretal é indicada para confirmar ou descartar câncer de próstata em pacientes com achados suspeitos no exame retal digital, níveis elevados de PSA ou suspeita clínica de câncer de próstata. Este procedimento envolve 12 amostras de próstata de diferentes áreas da próstata, guiadas por ultrassonografia transretal (TRUS) sob anestesia local e antibióticos profiláticos. Na maioria dos estados, o exame retal anual e o teste de antígeno específico da próstata (PSA) são oferecidos a homens > 50 anos de idade e àqueles > 40 anos com fatores de risco adicionais (ou seja, homens afro-americanos e/ou homens com positividade em história familiar) para o rastreio do cancro da próstata. Se o nível de PSA desse paciente fosse normal (<4 ng / mL) e não houvesse suspeita clínica de câncer de próstata, repetir o teste em um ano seria apropriado. A TC do abdome e da pelve pode ser usada para avaliar a extensão extraprostática, metástase hepática e obstrução urinária em pacientes com câncer de próstata. Embora a apresentação clínica, os achados do exame e o nível de PSA deste paciente sejam altamente suspeitos para malignidade da próstata, o diagnóstico ainda não foi confirmado. A prostatectomia simples é realizada principalmente em pacientes com próstatas muito grandes (> 75 g) devido à hiperplasia prostática benigna (BPH). Embora o exame de toque retal em pacientes com HPB geralmente mostre uma próstata difusamente aumentada, a presença de um nódulo firme seria incomum. Como o câncer de próstata metastatiza com mais frequência para o osso, a radiografia da coluna e a cintilografia com tecnécio-99m são indicadas para fins de estadiamento. Embora este paciente tenha características de malignidade da próstata, o diagnóstico deve primeiro ser confirmado. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Câncer de próstata. Última atualização: 29 Abr 2021. 25ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 17 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Educação em Saúde/Atenção à Saúde Tema: Fatores associados à redução de morbimortalidade por causas externas Dentre os fatores associados à redução de morbimortalidade por causas externas, o único que apresenta alto nível de evidência e grau de recomendação é o rastreamento de alcoolismo, dentre os rastreamentos de dislipidemias e câncer. Em outras palavras, existem evidências fortes de que o rastreamento de alcoolismo em todos os adultos está associado à redução da morbimortalidade, ou seja, da manutenção da saúde. Isto se deve ao fato de que o alcoolismo aumenta a incidência de morte e doença por causas externas (acidentes e violência), que são a maior causa de morte em pessoas de 20 a 59 anos no Brasil, especialmente homens. Além disso, este homem apresenta um fator de risco adicional: ele anda de motocicleta e se envolveu em acidente há uma semana, o que indica risco de novos episódios no futuro. REFERÊNCIA: Stein A, Simões DC, Zelmanowicz AM, Falavigna M. RASTREAMENTO DE ADULTOS PARA TRATAMENTO PREVENTIVO. IN: Duncan, Bruce, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. 26ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 18 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: Cirurgia Tema: Transplantes de órgãos A rejeição do enxerto hiperagudo é mediada por anticorpos citotóxicos pré-formados contra moléculas HLA de classe I de doadores ou antígenos do grupo sanguíneo doador (reações de hipersensibilidade tipo 2). A ligação antígeno-anticorpo ativa o sistema do complemento, levando à formação de trombos e isquemia do enxerto. Os pacientes apresentam inchaço do enxerto e deterioração da função do órgão dentro de 48 horas após o transplante. As rejeições hiperagudas podem ser evitadas por correspondência cruzada e correspondência de grupos ABO antes do transplante de órgãos. DISTRATORES: A proliferação de linfócitos T doador pode ser vista na doença do enxerto vs. hospedeiro (GVHD), na qual as células T do doador percebem o tecido hospedeiro como um antígeno estranho e montam uma resposta imune. A DHJ ocorre principalmente no transplante alogênico de células-tronco, não no transplante renal. Além disso, os pacientes geralmente apresentam erupção maculopapular, diarreia, icterícia e hepatoesplenomegalia, não inchaço do enxerto dentro de horas após o transplante. Fibrose íntima irreversível e obstrução dos vasos do enxerto são observadas na rejeição crônica do enxerto, que é caracterizada por perda lenta e progressiva da função do órgão, que normalmente ocorre vários meses a anos após o transplante de órgãos. A falha de enxerto hiperaguse tem uma causa diferente. Nas reações de hipersensibilidade tipo 3, a deposição de complexos imunológicoscirculantes ativa o sistema do complemento e recruta células inflamatórias, o que leva a danos teciduais. Este é o mecanismo subjacente na doença sérica, púrpura Henoch-Schönlein e glomerulonefrite pós-estreptocócica. No entanto, a hipersensibilidade tipo 3 não desempenha um papel na rejeição do enxerto. A ativação dos linfócitos T do hospedeiro pelos peptídeos HLA doador media uma reação de hipersensibilidade tipo 4 (resposta imune mediada por células), levando à rejeição aguda do enxerto. Os pacientes apresentam febre, inchaço do tecido do enxerto, deterioração generalizada e infiltração linfocítica dos vasos do enxerto. No entanto, a rejeição aguda geralmente ocorre semanas a meses após o transplante, não dentro de horas. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Doença do enxerto contra o hospedeiro. Última atualização em 08 de fevereiro de 2022. 27ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 19 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Aparelho Disgestório Tema: Parasitoses Intestinais O quadro clínico apresentado pela criança é muito sugestivo de amebíase, pois a criança se apresenta com dor abdominal intensa, associada a fezes mucossanguinolentas e tenesmo. Em alguns casos pode ocorrer a invasão da mucosa intestinal por trofozoítos, atingindo sítios extraintestinais por via hematogênica, o que torna a evolução clínica mais grave. O tratamento realizado para protozoários deve ser com metronidazol ou, mais recentemente, secnidazol ou tinidazol, esses últimos com menos eventos adversos. Podemos ainda lançar mão de nitazoxanida ou paramomicina como alternativas terapêuticas, não encontrando nenhuma dessas opções nas outras alternativas. Os diagnósticos apresentados nas outras alternativas também são incorretos para o quadro clínico apresentado: as manifestações clínicas mais exuberantes de Taenia solium são as crises epilépticas, hipertensão intracraniana, meningite e distúrbios psíquicos, e o tratamento é realizado com praziquantel, nitazoxanida, albendazol ou mebendazol, não estando o pamoato de pirvínio entre as opções terapêuticas; já no caso da Giardia lamblia as manifestações clínicas mais exuberantes de são esteatorreia, perda ponderal, prejuízo na absorção de nutrientes, deficit de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), vitamina B12, ferro e lactase, e o seu tratamento é realizado com nitazoxanida, albendazol, metronidazol, secnidazol, tinidazol ou paromomicina, não estando a ivermectina entre as opções terapêuticas. No caso do Schistosoma mansoni, o quadro clínico mais exuberante é o comprometimento hepatointestinal, hepatoesplênico e a formação das varizes esofágicas, sendo o tratamento com oxamniquina ou praziquantel, não sendo efetivo o uso de tiabendazol. E, por fim, o Strongyloides stercoralis tem como clínica exuberante a presença de hiperinfestação em imunodeficientes e pessoas HIV+, além do risco de infecções secundárias por enterobactérias e fungos, e deve ser tratado com tiabendazol, albendazol, cambendazol, ivermectina ou nitazoxanida,não sendo indicado o uso de azitromicina. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição, Barueri, SP: Manole, 2022. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Hipertensão Pulmonar Resposta Correta: Aumento da pressão atrial esquerda Este paciente tem características de estenose mitral (estalo de abertura e sopro diastólico junto com fibrilação atrial) que progrediu e causou novas alterações hemodinâmicas. A estenose mitral 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 20 de 98 comumente ocorre como uma complicação tardia da febre reumática, que é mais comum em países em desenvolvimento, onde os pacientes podem não ter sido adequadamente tratados. A estenose mitral leva ao aumento da pressão atrial esquerda, causando tanto dilatação atrial esquerda, que pode resultar em fibrilação atrial, quanto aumento da pressão arterial pulmonar para superar o aumento da pressão do coração esquerdo (hipertensão pulmonar). Com o tempo, isso levará a remodelação vascular pulmonar, aumento da resistência vascular pulmonar, divisão de S2 e hipertrofia ventricular direita (conforme indicado pelo desvio do eixo direito) para compensar. A insuficiência ventricular direita eventualmente se manifesta com características como distensão venosa jugular e edema depressível. DISTRATORES: O aumento da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) é observado na insuficiência cardíaca esquerda, mas este paciente demonstra sinais de estenose mitral (EM). A EM causa diminuição da PDFVE devido à capacidade prejudicada de encher o ventrículo esquerdo na diástole através da válvula estenótica. O shunt da esquerda para a direita pode estar presente em pacientes com comunicação interventricular (CIV) ou comunicação interatrial (CIA). No entanto, o exame cardiovascular deste paciente é compatível com estenose mitral (estalo de abertura com sopro diastólico de baixa frequência no ápice). Ela não tem um sopro que sugira CIV ou CIA (sopro holossistólico). A contratilidade ventricular esquerda diminuída pode ser decorrente de cardiomiopatia isquêmica ou não isquêmica. Uma diminuição na contratilidade pode levar a insuficiência cardíaca esquerda, aumento da pressão do coração esquerdo e subsequente insuficiência cardíaca direita. No entanto, o paciente apresenta sinais de estenose mitral (EM), dilatação do átrio esquerdo e hipertrofia ventricular direita, sugerindo que a EM é o mecanismo subjacente e não a insuficiência ventricular esquerda. O aumento da resistência arterial sistêmica pode ser observado em pacientes com hipertensão essencial ou causas secundárias de hipertensão. Isso pode eventualmente levar à hipertrofia ventricular esquerda que pode evoluir para insuficiência cardíaca diastólica. Como esta paciente apresenta desvio do eixo para a direita no ECG, é improvável que ela tenha hipertrofia ventricular esquerda. Além disso, o paciente apresenta pressão arterial normal ao exame, o que sugere um diagnóstico diferente. REFERÊNCIA: JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison - 2 volumes. [Pag.1936]: Grupo A, 2019. 9788580556346. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/. Acesso em: 09 ago 2022. 29ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 21 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção Primária à Saúde (APS) Tema: Ferramentas da APS Interpretando o ecomapa, podemos afirmar que a paciente do caso: Relação fraca, que requer esforço e energia, não compensadora e não estressante com a igreja. Relação forte, recebe apoio, compensadora e não estressante com a filha, genro, neta 1 e ESF. Relação fraca, sem impacto na energia/recursos, e estressante com a neta 2. REFERÊNCIA: GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática Porto Alegre: Grupo A, 2019. E-book. 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 25 ago. 2022. 30ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 22 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Neonatologia Tema: Cardiopatia congênita O Teste do Coraçãozinho deve ser feito entre 24 a 48 horas de vida, antes da alta da maternidade. Devem ser utilizados o membro superior direito e um dos dois membros inferiores. Valores de saturação periférica abaixo de 94% são considerados alterados. O resultado pode ser falso negativo em pacientes com coarctação de aorta. REFERÊNCIA: DEPARTAMENTOS DE CARDIOLOGIA E NEONATOLOGIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de triagem neonatal. [S. l.: s. n.], 07/11/2011. Disponível em: www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/diagnostico-precoce- oximetria.pdf. Acesso em: 11 de agosto de 2022. 31ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Gastroenterologia Tema: Doença do refluxo gastroesofágico A terapia empírica com inibidores da bomba de prótons (IBPs) é o passo inicial mais apropriado no manejo da DRGE de início recente sem sintomas de alarme (por exemplo, disfagia, odinofagia, anemia, sangramento GI, perda de peso não intencional, vômitos persistentes, pneumonia aspirativa) e pouco ou nenhum fator de risco para o esôfago de Barrett. De todos os medicamentos usados para tratar a DRGE, os IBPs estão associados à maior redução nos sintomas e nas taxas de recaída. Além de um teste de IBPs por 8 semanas, certas modificações no estilo de vida (por exemplo, parar de fumar, perder peso, elevar a cabeceira da cama durante o sono, evitar refeições noturnas) devem ser recomendadas. Os antagonistas dos receptores H2 (H2RAs) são o tratamento de segunda linha para pacientes com DRGE porque são menos eficazes do que os medicamentos de primeira linha no alívio sintomático, reduzindo as taxas de recidiva e promovendo a cicatrização de lesões erosivas do esôfago. Os H2RAs também têm uma duração de ação mais curta (cerca de 12 horas) do que os medicamentos de primeira linha. A administração de H2RAs na hora de dormir pode ser considerada como terapia adjuvante para pacientes com sintomas refratários à terapia de primeira linha. No entanto, este paciente ainda não recebeu a terapia de primeira linha e, portanto, não deve receber um H2RA. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 23 de 98 A deglutição de bário é o teste confirmatório para divertículos esofágicos (por exemplo, divertículo de Zenker), que pode se manifestar com halitose e desconforto retroesternal, mimetizando DRGE. Entretanto, o divertículo de Zenker é mais comum em homens > 60 anos; além disso, sintomas adicionais, como disfagia e regurgitação de alimentos não digeridos, também são esperados em pacientes com divertículo esofágico. Estudos têm demonstrado que a deglutição de bário tem sensibilidade muito baixa (aprox. 25%) para o diagnóstico de refluxo gastroesofágico e, portanto, não deve ser utilizada para o diagnóstico de DRGE quando o paciente apresenta sintomas típicos de DRGE não complicada na ausência de disfagia. A triagem para infecção por H. pylori por meio do teste respiratório com ureia não é indicada em pacientes com DRGE isolada porque a prevalência de infecção por H. pylori entre pacientes com DRGE não é maior do que na população geral. De fato, a prevalência de H. pylori é realmente menor em pacientes com DRGE complicada ou grave. A triagem para infecção por H. pylori é indicada apenas em pacientes com úlcera péptica ativa (PUD), história pregressa de PUD, gastrite atrófica e/ou linfomas MALT gástricos. O exame endoscópico do esôfago para triagem de adenocarcinoma é reservado para pacientes com DRGE e sintomas de alarme (por exemplo, disfagia, odinofagia, anemia, sangramento GI, perda de peso não intencional).Também é indicado para triagem de esôfago de Barrett em homens com sintomas de DRGE crônicos (> 5 anos) e/ou frequentes (ocorrendo pelo menos semanalmente) e ≥ 2 dos seguintes fatores de risco: idade > 50 anos, etnia branca, obesidade, ou história pregressa de tabagismo, história familiar de esôfago de Barrett ou adenocarcinoma de esôfago. Este paciente não atende aos critérios para endoscopia neste momento. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Doença do refluxo gastroesofágico. Última atualização: 20 Abr 2021. 32ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Cirúrgica Subárea: CAD Tema: Doenças do reto e do ânus Dieta rica em fibras É necessário orientar os pacientes para que sigam medidas conservadoras que consistem em dieta rica em fibras, maior ingestão de líquidos, banhos de assento e, em casos mais graves, laxativos e analgésicos. Uma tentativa inicial desse tratamento conservador isoladamente é apropriada na maioria dos casos, especialmente para as fissuras anais agudas. Tratamento adicional com nitratos tópicos ou com bloqueadores dos canais de cálcio é apropriado na maioria dos casos. As duas alternativas se mostraram eficazes no tratamento de fissura anal, e a escolha deve depender de licenciamento, disponibilidade e custos locais e das contraindicações. O tratamento 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 24 de 98 com diltiazem tornou-se uma primeira escolha comum para a maioria dos pacientes devido à alta incidência de cefaleias que limitam a dose após o uso de nitratos tópicos. Uma formulação tópica de diltiazem precisará ser manipulada por um farmacêutico se um produto comercializado não estiver disponível. É essencial que o tratamento tópico continue por 6 a 8 semanas para permitir a reepitelização da fissura. É comum que os pacientes interrompam o tratamento após a melhora inicial dos sintomas, mas geralmente ocorre recidiva. Na revisão entre a 6ª e a 8ª semana, repete-se a anamnese e o exame físico. Os pacientes curados podem receber alta com orientação para manter uma dieta rica em fibras, o que diminui o risco de recorrência. Se não ocorrer a cura da fissura, mas o paciente estiver relatando uma melhora sintomática importante, será possível oferecer uma terapia tópica adicional de 6 a 8 semanas. Se, depois disso, não ocorrer a cura, será necessário fazer o encaminhamento para tratamento secundário. Pacientes sintomáticos com lesão não cicatrizada devem ser encaminhados para um tratamento secundário após as 6 a 8 semanas iniciais. A incisão e a drenagem são o tratamento de primeira linha dos abscessos perianais. A maioria dos abscessos perianais resulta da obstrução das glândulas da cripta anal (por exemplo, devido a bactérias, restos fecais ou matéria estranha) com infecção subsequente e formação de abscesso. O manejo imediato é essencial para a prevenção de possíveis complicações, como formação de fístula secundária, necrose tecidual e envolvimento do esfíncter anal com consequente incontinência fecal. Embora os exames de imagem (por exemplo, ultrassonografia anal, tomografia computadorizada, ressonância magnética) possam confirmar o diagnóstico e mostrar a extensão do envolvimento tecidual, o tratamento geralmente é iniciado com base na alta suspeita clínica. Antibióticos pós-operatórios não são usados rotineiramente, mas podem ser considerados em certos pacientes (por exemplo, indivíduos imunocomprometidos). A antibioticoterapia pode ser considerada em pacientes com abscesso perianal após terem recebido o tratamento de primeira linha. Este indivíduo ainda não recebeu nenhum tratamento, portanto, a antibioticoterapia não seria apropriada neste momento. A ligadura elástica é indicada para o tratamento de hemorroidas internas sintomáticas, que podem se manifestar com dor nas nádegas exacerbada à defecação e uma massa perianal sensível. Além disso, hemorroidas internas devido à constipação crônica são comuns em pacientes com hipotireoidismo. No entanto, o exame geralmente mostra uma massa perianal firme, em vez de flutuante, e as hemorroidas também geralmente se manifestam com sangramento retal e prurido perianal. A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha para cistos pilonidais sintomáticos, que podem se manifestar com dor nas nádegas ao sentar e podem se desenvolver na região perianal. No entanto, a maioria dos cistos pilonidais se desenvolve no topo da prega interglútea, na região sacrococcígea. Além disso, os cistos pilonidais mais comumente têm uma abertura do trato sinusal com drenagem de secreção purulenta. REFERÊNCIA: 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 25 de 98 BMJ Best Practice. Fissura anal. 02 Jul 2020. 33ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Morfofuncional Tema: Correlação entre a fisiopatologia das doenças e agravos com os mecanismos compensatórios para manter a homeostase Os cardiomiócitos atriais são estimulados pelo aumento do estiramento atrial para produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP). A diminuição da reabsorção de sódio do túbulo contorcido distal e do ducto coletor cortical é um dos efeitos do ANP, que responde ao aumento do estiramento atrial (por exemplo, na hipertensão ou sobrecarga de volume), aumentando a natriurese e a diurese no corpo. Além de diminuir a reabsorção de sódio, o ANP aumenta a excreção de sódio e água por meio do aumento da TFG via dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente. Por fim, o ANP inibe a secreção de renina e, portanto, o RAAS. Juntas, essas mudanças trabalham para reduzir o volume sanguíneo, a pressão arterial e o débito cardíaco. DISTRATORES: O aumento da excreção de íons potássio e hidrogênio nos túbulos distais e ductos coletores do rim, bem como a reabsorção de sódio, são efeitos da aldosterona, e não do ANP. A aldosterona é estimulada pelo SRAA, aumento do potássio sérico, ACTH, sistema nervoso simpático e diminuição da pressão arterial média. O óxido nítrico (NO) resulta em vasodilatação e diminuição da agregação plaquetária. O NO é produzido por células endoteliais vasculares em resposta a uma variedade de gatilhos, incluindo lesão vascular e hipóxia. Embora o ANP cause vasodilatação, não tem efeito sobre a agregação plaquetária. O aumento da reabsorção de água livre de soluto é um efeito da vasopressina (ADH), e não do ANP. O ADH atua aumentando a transcrição e inserção de aquaporinas nos ductos coletores renais. O ADH é secretado se o corpo detectar aumento da osmolalidade plasmática ou diminuição do volume sanguíneo arterial. A vasoconstrição sistêmica e a estimulação da sede, assim como a retenção de sódio e o aumento da reabsorção de água, são estimulados pelo SRAA, e não pelo ANP. O SRAA é ativado em resposta à diminuição da perfusão glomerular e pelo sistema nervoso simpático renal e, na verdade, é inibido pelo ANP. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia.Pag.194: Grupo GEN, 2017. 9788595151550. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 08 ago. 2022. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 26 de 98 34ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Endocrinologia Tema: Diabetes Existem testes que avaliam o controle glicêmico a longo prazo, como a hemoglobina glicada (HbA1c), um exame simples que pode estabelecer uma média da glicemia do paciente nos últimos 3 meses. A elevação da hemoglobina glicada está diretamente relacionada ao aumento de glicose na corrente sanguínea, pois a glicação ocorre mais frequentemente quando há uma concentração maior de açúcar no sangue. Sendo assim, qualquer alteração na glicemia pode ser refletida no exame de hemoglobina glicada. REFERÊNCIA: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020 / Organização José Egídio Paulo de Oliveira, Renan Magalhães Montenegro Junior, Sérgio Vencio. -- São Paulo : Editora Clannad, 2019. 35ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: MicrobiologiaTema: Agentes etiológicos - infecções bacterianas A rinossinusite aguda bacteriana (RSA) é uma infecção bacteriana das vias aéreas superiores, comumente ocorrendo após uma IVAS viral (como o resfriado comum). Caracteriza-se por piora dos sintomas de tosse e rinorreia no 5º dia após o início da IVAS viral. Pode estar associada aos sintomas de cefaleia ou sensação de peso frontal e hiposmia ou anosmia. Deve-se esperar 7 dias para fechar o diagnóstico, pois, antes disso, não é possível diferenciar a RSA das IVAS virais. As bactérias isoladas com mais frequência são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Streptococcus viridans, Moraxella catarrhalis e Staphylococcus aureus, sendo que cerca de 70% das RSAs bacterianas são causadas pelos dois primeiros agentes. REFERÊNCIA: Myake e Araujo. RINOSSINUSITE. IN: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. (5th edição). [Digite o Local da Editora]: Grupo A; 2022. 36ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 27 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Pneumologia Tema: Pneumonias Hospitalares Cirurgias de emergência, particularmente o trauma, têm risco de aspiração significativamente mais elevado quando comparadas a cirurgias eletivas (em adultos, 1:800). Os padrões tomográficos não são necessariamente específicos para cada agente infeccioso. Além disso, um organismo pode causar diferentes padrões. No entanto, a broncopneumonia apresenta como principais etiologias bacterianas (S. aureus, H. influenzae, E. coli, P. aeruginosa, anaeróbios). Pode estar associada à aspiração de secreção de traqueia colonizada. Tem como características: progressão mais lenta, microrganismos mais virulentos, causando maior dano tecidual se comparado à pneumonia lobar. O processo infeccioso se inicia na mucosa das pequenas vias aéreas, evolui com formação de exsudato fibrinopurulento peribronquiolar com extensão aos alvéolos adjacentes, podendo formar abscessos e pneumatoceles. Pode resultar em maior destruição tecidual e menor proporção de edema quando comparado à pneumonia lobar. Achados mais comuns: espessamento das paredes brônquicas, micronódulos centrolobulares e imagens em “árvore em brotamento”, associados a opacidades nodulares centrolobulares e peribronquiolares mal definidas, que podem confluir em focos de consolidação multifocais, multilobares ou difusos. A imagem apresenta broncopneumonia. A: opacidades em “vidro fosco” e centrolobulares por vezes confluentes (setas brancas). B: acometimento peribronquiolar (pontas de setas brancas) e áreas confluentes de consolidação. REFERÊNCIA: ZATTAR, Luciana; VIANA, Públio Cesar Cavalcante; CERRI, Giovanni Guido. Radiologia diagnóstica prática. 2ª ed. Barueri: Manole, 2022, pp. 166-169 37ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 28 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Síndrome do Climatério A terapia hormonal beneficia a mulher quando iniciada na janela de oportunidade, ou seja, com menos de 60 anos e com menos de 10 anos pós-menopausa sem doença cardiovascular. A paciente em questão está neste período, não apresenta história de câncer de mama, apenas história familiar, portanto pode fazer uso de terapia hormonal incluindo estrogênio. A progesterona deve ser incluída na terapia para a proteção do endométrio. REFERÊNCIA: HORMONAL, BENEFÍCIOS DA TERAPÊUTICA. "Terapêutica hormonal: benefícios, riscos e regimes terapêuticos." Femina 47.7 (2019): 443- 8. 38ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 29 de 98 Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Fisiologia Tema: Homeostasia, sua regulação em grandes altitudes O quadro clínico da paciente é Acidose mista com hipoxemia; Edema Agudo Pulmonar não Cardiogênico. A acidose mista caracteriza-se pela diminuição da concentração de HCO3 (mEq/l) – cujos valores normais são de 22 a 26 – e aumento da PaCO2. A diminuição da concentração de HCO3 é responsável pela redução do pH para valores inferiores a 7,35. A paciente apresenta HCO3 inferior à normalidade (HCO3 = -14 mEq/l), PaCO2 superior ao considerado normal (PaCO2: 56 mmHg) e, consequentemente, pH ácido (7,28). A hipoxemia caracteriza-se como a redução do oxigênio no sangue arterial, caracterizado pela PaO2 (valores de normalidade entre 80 a 100 mmHg). A paciente do caso apresenta PaO2 de 54 mmHg. Como já disposto acima, a paciente apresenta hipoxemia. No entanto, para apresentar acidose respiratória, a PaCO2 tem que estar elevada, reduzindo o pH. Apesar de apresentar essas alterações, o HCO3 também se encontra fora da normalidade, indicando acidose mista. Já na acidose respiratória compensada, o pH encontra-se normal ou próximo, a PaCO2 e o HCO3 se elevam até a total resolução. A paciente apresenta hipoxemia, mas não possui alcalose, que se caracteriza por redução da PaCO2 acompanhada de aumento do pH. A hipoxemia está confirmada. Na acidose metabólica, a PaCO2 encontra-se diminuída. Na acidose metabólica compensada, o pH encontra-se normal ou próximo à normalidade, com uma possível descompensação de BE e manutenção do valor da PaCO2. O edema pulmonar de grandes altitudes (EPGA) é causado pela elevação da pressão arterial pulmonar induzida pela hipóxia, que provoca edemas pulmonares intersticiais e alveolares, resultando em oxigenação prejudicada. A vasoconstrição de pequenos vasos com hipoxia é variada, causando pressão elevada, lesão da parede dos vasos e extravasamento capilar em áreas menos constritas. Outros fatores, como a hiperatividade simpática, também podem estar presentes. REFERÊNCIAS: GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. -MENAKER, L. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doençasdaaltitude 39ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 30 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção à Saúde Tema: Saúde do Idoso A Lei 12.461 de 26 de julho de 2011, que reformula o artigo 19 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 01 de outubro de 2003), ressaltou a obrigatoriedade da notificação dos profissionais de saúde, de instituições públicas ou privadas, às autoridades sanitárias quando constatarem casos de suspeita ou confirmação de violência contra pessoas idosas, bem como a sua comunicação aos seguintes órgãos: Autoridade Policial; Ministério Público; Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso; Conselho Nacional do Idoso. REFERÊNCIAS: Brasil: manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. — Brasília, DF: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, 2014. Disponível em < https://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-idosa/manual-de- enfrentamento-a-violencia-contra-a-pessoa-idosa>. MS.Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde - 3. ed., 2. reimpr. - Brasília : Ministério da Saúde, 2013. GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019, 2388 p 40ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 31 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Epidemiologia Tema: Medidas de controle de epidemias/pandemias O planejamento e o desenvolvimento de algumas atividades estratégicas que incluíam ações voltadas para: (1) a busca ativa e diagnóstico da hanseníase: resultará em um aumento na detecção de novos casos da doença. (2) a busca ativa de sintomáticos respiratórios: resultará em um aumento da incidência de tuberculose. (3) a condução de grupo de orientação alimentar para pessoas com diabetes melito e hipertensão arterial sistêmica: resultará no aumento do controle glicêmico e pressórico destes pacientes, o que levará à diminuiçãoda taxa de internação por infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. (4) a implementação de campanha de incentivo à realização de testes rápidos para a detecção de hepatites virais B e C: resultará no aumento da prevalência destas doeças, já que estas são incuráveis. REFERÊNCIA: Rouquayrol, Epidemiologia. 41ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 32 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia Tema: Mastite A estase do leite é o evento inicial da mastite, e o aumento da pressão intraductal causado por ela leva ao achatamento das células alveolares e à formação de espaços entre as células. Por esse espaço, passam alguns componentes do plasma para o leite e deste para o tecido intersticial da mama, causando uma resposta inflamatória. O tratamento da mastite deve ser instituído o mais precocemente possível, pois, sem o tratamento adequado e em tempo oportuno, a mastite pode evoluir para abscesso mamário, uma complicação grave. O tratamento inclui os seguintes componentes: Esvaziamento adequado da mama: este é o componente mais importante do tratamento da estase inicial. Preferencialmente, a mama deve ser esvaziada pelo próprio lactente, pois, apesar da presença de bactérias no leite materno, quando há mastite, a manutenção da amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-nascido a termo sadio. A retirada manual do leite após as mamadas pode ser necessária se não houver esvaziamento adequado. Antibioticoterapia: indicada quando houver sintomas graves desde o início do quadro, fissura mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12–24 horas da remoção efetiva do leite acumulado. Se não houver regressão dos sintomas após 48 horas do início da antiobioticoterapia, deve ser considerada a possibilidade de abscesso mamário e de encaminhamento para unidade de referência, para eventual avaliação diagnóstica especializada e revisão da antibioticoterapia. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.;JL. Williams Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 42ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 33 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Infertilidade O espermograma é sempre necessário, independente do histórico, para investigar a infertilidade masculina adquirida. A paciente acima não tem suspeita de síndrome dos ovários policísticos, além de não ser um critério único para o referido diagnóstico. Por isso, não está indicada na propedêutica deste caso. Histerossalpingografia deve ser indicada para confirmar a permeabilidade e motilidade tubária neste caso, para investigação de infertilidade. REFERÊNCIA: Manual SOGIMIG de Ginecologia e Obstetricia, 6º edição. 43ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 34 de 98 Resposta comentada: Área: Clínica Médica Subárea: Reumatologia Tema: Artrites autoimunes Pacientes com doença psoriásica apresentam maiores taxas de obesidade, resistência à insulina e diabetes. Fatores preditivos para o surgimento das manifestações articulares podem advir de fatores ambientais como traumas físicos. O acometimento da pele precede o comprometimento articular na maioria dos casos, portanto o médico, ao atender pacientes com psoríase, deve perguntar sobre a presença de artralgia, rigidez matinal e lombalgia inflamatória. Dactilite, também chamada de “dedo em salsicha”, pode ocorrer em mãos e pés e se caracteriza pelo edema difuso de toda a extensão do dedo. Acomete 30 a 40% dos pacientes durante o curso da doença. O papel dos testes laboratoriais é o de excluir outras causas de artrite, já que não existe nenhum exame que leve ao diagnóstico. A velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C-reativa (PCR) apresentam- se elevadas em 50% dos pacientes. Nos exames de imagem, podemos encontrar desde alterações inespecíficas, como aumento de partes moles, até lesões muito características, em que a reabsorção óssea e a osteoproliferação determinam a lesão descrita como pencil in cup em casos de artrite mutilante. Erosões e osteoproliferação podem ser observados mesmo em pacientes oligo ou assintomáticos. O critério de classificação CASPAR (Classification Criteria for Psoriatic Arthritis) (Quadro 2) é o mais utilizado em todo o mundo, com elevadas sensibilidade e especificidade (91% e 99%, respectivamente). QUADRO 2: Critérios de classificação para artrite psoriásica (CASPAR). Se doença inflamatória – articulação, êntese ou coluna e pelo menos 3 pontos. Psoríase cutânea atual (2 pontos) ou história pessoal de psoríase (1 ponto) ou história familiar de psoríase (1 ponto). Distrofia ungueal (1 ponto). Dactilite atual ou episódio anterior visto por médico (1 ponto). Fator reumatoide negativo (1 ponto). Neoformação óssea justarticular na radiografia de mãos ou pés (1 ponto). 3 ou mais pontos: sensibilidade de 98,7% e especificidade de 91,4%. REFERÊNCIAS: Taylor W, Gladman D, Helliwell P, Marchesoni A, Mease P, Mielants H; CASPAR Study Group. Classification criteria for psoriatic arthritis: development of new criteria from a large international study. Arthritis Rheum. 2006;54:2665-73. SHINJO, Samuel Katsuyuki; MOREIRA, Caio. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 2ª ed. Barueri: Manole, 2021, pp. 183- 189. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 35 de 98 44ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ciências Básicas Subárea: Embriologia Tema: Infertilidade A fertilização in vitro – FIV é uma das técnicas mais recomendadas e indicadas para mulheres com problemas morfológicos, como o citado, a hipoplasia tubária bilateral. Os gametas feminino e masculino são retirados e colocados em placa para fertilização, início do desenvolvimento embrionário (até blastocisto). As tentativas de implantação feitas a fresco são as de maior sucesso. REFERÊNCIAS: CHUA, S. J. et al. Age-related natural fertility outcomes in women over 35 years: A systematic review and individual participant data meta- analysis. Human Reproduction, v. 35, n. 8, p. 1808–1820, 20 ago. 2020. DOI 10.1093/humrep/deaa129. VAN EEKELEN, R. et al. IVF for unexplained subfertility; whom should we treat? Human Reproduction (Oxford, England), v. 34, n. 7, p. 1249–1259, 8 jul. 2019. 45ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 36 de 98 Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Urologia Tema: Torção Testicular Exploração cirúrgica da bolsa escrotal. Este menino adolescente apresenta dor testicular aguda, sinal de Prehn negativo (persistência da dor na elevação do testículo) e reflexo cremastérico ausente, indicando torção testicular. A exploração cirúrgica imediata do escroto, incluindo a distorção do testículo afetado e a orquidopexia de ambos os testículos é o tratamento de escolha para a torção testicular. A torção testicular é uma emergência médica e é mais provável de ocorrer durante o período neonatal e puberdade. A torção do cordão espermático leva ao ingurgitamento venoso, que pode resultar em comprometimento arterial e danos irreversíveis se a torção não for resolvida dentro de 6 a 12 horas. A destorção testicular manual pode ser tentada se a cirurgia não estiver disponível ou para alívio imediato da dor antes da cirurgia. DISTRATORES: A observação cuidadosa seria indicada para edema escrotal traumático ou idiopático. No entanto, a torção testicular é uma emergência médica que requer intervenção urgente para evitar danos irreversíveis aos testículos. Uma tomografia computadorizada do abdome e da pelve é usada para o diagnóstico de várias condições, incluindo hérnias inguinais. Uma hérnia inguinal pode causar vômitos, um sintoma que esse paciente apresenta. No entanto, uma hérnia inguinal causa dor na virilha em vez de dor testicular. Além disso, não causa inchaço do escroto ou reflexo cremastérico ausente. A ultrassonografia Doppler do escroto pode confirmar a torção testicular em pacientes com achados clínicosambíguos. Em pacientes com torção testicular, o ultrassom Doppler geralmente mostra torção do cordão espermático e perfusão reduzida no lado afetado. No entanto, o diagnóstico pode ser feito clinicamente em pacientes com achados inequívocos (por exemplo, reflexo cremastérico ausente). Devido ao risco de dano testicular irreversível, o tratamento definitivo não deve ser adiado por mais investigação diagnóstica. A ceftriaxona é usada em combinação com a doxiciclina para tratar a epididimite. A epididimite se manifesta com dor escrotal unilateral e edema, características também exibidas por esse paciente. No entanto, em casos de epididimite, a elevação do hemiscroto afetado reduz a dor, o que é chamado de sinal de Prehn positivo. Este paciente tem um sinal de Prehn negativo. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Torção testicular. Última atualização em 07 de dezembro de 2021. 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 37 de 98 46ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Pediatria Subárea: Pneumologia Pediátrica Tema: Bronquiolite Viral Aguda A bronquiolite viral aguda (BVA) é a infeccã̧o do trato respiratório inferior mais comum em crianca̧s pequenas. A doenca̧ resulta da obstrucã̧o inflamatória das pequenas vias aéreas, possui gravidade variável, manifestando-se mais frequentemente por formas leves, que podem evoluir para apresentacõ̧es graves, em casos mais incomuns. O conhecimento da história natural da infeccã̧o viral, especialmente sobre o vıŕus sincicial respiratório (VSR), principal agente etiológico, é útil para as estratégias de prevencã̧o e no auxıĺio das necessidades de recursos que devem ser disponibilizados para o adequado tratamento. A radiografia de tórax pode ser útil nos casos graves, quando ocorre piora súbita do quadro respiratório ou quando existem doenca̧s cardıácas ou pulmonares prévias. Os principais achados são: hiperinsuflacã̧o torácica difusa, hipertransparência, retificacã̧o do diafragma e até broncograma aéreo com um infiltrado de padrão intersticial. REFERÊNCIA: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de pediatria. Orgs.: BURNS, Dennis Alexander Rabelo et al. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2017. 47ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 38 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção Primária em Saúde Tema: PTS Internar a paciente em clínica de recuperação de usuários de drogas. – A internação constitui o último recurso na reabilitação de pessoas com problemas relacionados às drogas. Além disso, a Estratégia Saúde da Família pode contar com retaguarda de outros dispositivos, a exemplo dos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS ad), para resolver problemas como os apresentados pela paciente em questão. Discutir o plano de cuidados em equipe, sem incluir a paciente, para evitar conflitos. – Na elaboração do PTS, a equipe procura compreender como o sujeito singular se coproduz diante da vida e da situação de adoecimento, como opera os desejos e os interesses, assim como o trabalho, a cultura, a família e a rede social. Atenção especial deve estar voltada para as potencialidades, as vitalidades do sujeito. Uma função também importante nesse momento é produzir algum consenso operativo sobre; afinal, quais os problemas relevantes, tanto do ponto de vista dos vários membros da equipe quanto do ponto de vista do(s) usuário(s) em questão. Referenciar a paciente para unidade de pronto atendimento mais próxima. – Considerando que faz parte do escopo das atribuições da atenção básica o acompanhamento de pacientes com doenças como a tuberculose e demais condições de vulnerabilidade apresentadas pela paciente e que esta não manifesta nenhuma situação que necessite de atendimento de urgência, não se justifica a referência para uma UPA. Corresponsabilizar-se pelas intervenções definidas no cuidado centrado na pessoa. – A utilização do PTS como dispositivo de intervenção desafia a organização tradicional do processo de trabalho em saúde, pois pressupõe a necessidade de maior articulação interprofissional e a utilização das reuniões de equipe como um espaço coletivo sistemático de encontro, reflexão, discussão, compartilhamento e corresponsabilização das ações com a horizontalização dos poderes e conhecimentos. Assumir a responsabilidade pelo cuidado, dispensando o apoio de outros profissionais. – Na execução do PTS há a necessidade de maior articulação interprofissional e corresponsabilização das ações com a horizontalização dos poderes e conhecimentos. REFERÊNCIA: BRASIL. Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular. 2a ed. Ministério da Saúde: Brasília, 2008. 48ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 39 de 98 Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Ginecologia Tema: Miomatose Uterina Em pacientes sintomáticas com leiomiomas submucosos, a ressecção histeroscópica produz alívio dos sintomas na maioria dos casos. As indicações incluem sangramento uterino anormal, dismenorreia ou infertilidade quando houver suspeita de contribuição dos leiomiomas. REFERÊNCIA: Ginecologia de Williams. Schorge, J O, et alii. Editora Mc Graw Hill Medical. New York-USA –2011. 49ª QUESTÃO 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 40 de 98 Resposta comentada: Área: Saúde Coletiva/Medicina de Família e Comunidade Subárea: Atenção à Saúde Tema: Saúde do Adulto/Idoso A paciente tem hipertensão arterial sistêmica, em tratamento com IECA, mantendo no momento do exame físico uma pressão sistólica aumentada e uma pressão diastólica normal. Entre as associações medicamentosas anti-hipertensivas, a combinação de β-bloqueador + IECA é inadequada para tratamento de hipertensão, porque, nesse caso, os β-bloqueadores causam diminuição da secreção de renina, o que provoca redução dos níveis de angiotensina II, reduzindo o efeito hipotensor dos IECA. Os diuréticos tiazídicos continuam sendo a primeira escolha para início de tratamento, por reduzir incidência de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares. A combinação de um IECA com um diurético tiazídico (hidroclorotiazida) em baixas doses resulta em um efeito adicional significativo na redução da PA e dos desfechos cardiovasculares. A associação atenua ainda a ativação reflexa do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona pelos diuréticos e a hipocalemia em pacientes suscetíveis. Baseadas na eficácia, segurança e desempenho favorável desses agentes, as combinações fixas de IECA ou BRA com diurético são as preferenciais. O uso de metildopa é contraindicado para idosos por causar bradicardia e exacerbar crises depressivas, e a clonidina é contraindicada por causar sedação, depressão e hipotensão ortostática. Os medicamentos anti-hipertensivos devem ser iniciados com cautela em pacientes idosos, sempre com doses baixas e com aumento gradual, minimizando a incidência de eventos adversos. O uso de IECA deve ser cauteloso em pacientes com insuficiência renal crônica e contraindicado em pacientes com estenose bilateral da artéria renal, insuficiência renal aguda, prévia ou que venha a se desenvolver após o início do uso da IECA. No caso da questão, a paciente usa IECA há 15 anos, não faz menção de doença renal, e não existe contraindicação ao uso de IECA em pacientes idosos apenas por serem idosos e tenderem à redução da taxa de filtração glomerular. Portanto, não existe indicação de suspender o captopril. REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19) 50ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Cirurgia 000053.08001c.0cdc19.246465.f73e06.ff71cd.f2405a.f8ccb Pgina 41 de 98 Subárea: Sistema Digestório
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