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2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Diogo dos Santos Oliveira Neto1 Lisleide Mota Lins2 Ricardo Santana de Oliveira Maia3 Rodrigo Souza Gomes 4 Landson Soares Marques5 RESUMO No mercado de construção atual há uma grande demanda por sustentabilidade. Além disso, o governo brasileiro está promulgando uma legislação cada vez mais rígida sobre a disposição de resíduos sólidos de construção. Essas demandas tornam cada vez mais a construtora responsável por todo o ciclo de vida de seus resíduos, bem como pelo custo e impacto ambiental dos resíduos sólidos. O objetivo geral, com os objetivos específicos em. Esta pesquisa trata-se de uma pesquisa qualitativa com método bibliográfico, os artigos foram selecionados através bases de dados eletrônicas, tendo como base 1 a SciElo e a base 2 o Google Acadêmico, buscando assim artigos científicos pertinentes e alinhados ao objetivo proposto. Os principais resultados destacaram que a construção civil é um importante setor industrial, uma vez que está diretamente ligado ao desenvolvimento social e econômico do país, mas as questões ambientais e sanitárias sofrem impactos decorrentes do descarte irregular de resíduos, principalmente em áreas periféricas e distribuídas de forma desigual, por isso, a gestão correta dos resíduos sólidos pode contribuir na preservação do meio ambiente, para isso, adoção de políticas públicas destinadas à reciclagem de resíduos de construção pode ajudar reduzindo o volume de entulho depositado em locais impróprios e permitir a reutilização deste material. Palavras chaves: Construção civil. Meio ambiente. Resíduos sólidos. ABSTRACT 1 Graduando em engenharia Civil pela Universidade Estácio de Sá. 2022.1.E-mail: diogoneto93@gmail.com 2 Graduanda em engenharia Civil pela Universidade Estácio de Sá. 2022.1. E-mail: lisleidel@hotmail.com. 3 Graduando em engenharia Civil pela Universidade Estácio de Sá. 2022.1. E-mail: maia_ricardo@msn.com. 4 Graduando em engenharia Civil pela Universidade Estácio de Sá. 2022.1. E-mail: tst.rodrigo@hotmail.com. 5 Orientador, professor da Universidade Estácio de Sá. 3 In today's construction market there is a great demand for sustainability. In addition, the Brazilian government is enacting increasingly strict legislation on the disposal of solid construction waste. These demands increasingly make the construction company responsible for the entire life cycle of its waste, as well as for the cost and environmental impact of solid waste. The general objective, with the specific objectives in. This research is a qualitative research with a bibliographic method, the articles were selected through electronic databases, with SciElo as base 1 and Google Scholar base 2, thus seeking relevant scientific articles aligned with the proposed objective. The main results highlighted that civil construction is an important industrial sector, since it is directly linked to the social and economic development of the country, but environmental and health issues are impacted by irregular waste disposal, especially in peripheral and distributed areas of unequally, therefore, the correct management of solid waste can contribute to the preservation of the environment, for this, the adoption of public policies aimed at recycling construction waste can help by reducing the volume of rubble deposited in inappropriate places and allowing the reuse of this material. Keywords: Civil construction. Environment. Solid waste. 1. INTRODUÇÃO O aumento do processo de urbanização, associado ao crescimento populacional em diferentes cidades, tem levado ao aumento do número de obras tanto para habitação quanto para infraestrutura urbana. Tal expansão tem influência direta no zoneamento urbano devido à exploração de novas áreas, o que tem impacto direto nos ecossistemas locais (SILVA; RANIERI, 2014). Além disso, a expansão dos loteamentos é um fator preocupante para o poder público em cidades que não possuem recursos para prover regularmente o saneamento básico necessário para as inúmeras residências a serem implantadas (QUAGLIO; ARANA, 2020). Abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e sistema de gerenciamento de resíduos sólidos são os principais serviços básicos suscetíveis a apresentar deficiências por falta de planejamento e gestão. Dentre os aspectos citados, destacam-se as questões de gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) devido à diversidade e volume de materiais que compõem esses resíduos, o que afeta instantaneamente os locais de disposição; assim, deve ser descartado de forma a evitar o mínimo impacto social e ambiental. No entanto, o Brasil não possui um cenário favorável de destinação ambientalmente correta do 4 mesmo (QUAGLIO; ARANA, 2020). Segundo dados do IBGE (2012), aproximadamente 50% dos municípios brasileiros administram mal seus resíduos e desencadeiam uma série de consequências para a saúde pública e ambiental. Os resíduos de construção e demolição, também chamados de resíduos de construção civil, destacam-se entre uma variedade de resíduos sólidos urbanos (QUAGLIO; ARANA, 2020). De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos da construção civil são gerados na construção, reforma, reparo e demolição de obras de construção civil, inclusive os resultantes do preparo do terreno e escavação para essas obras. (BRASIL, 2010). Diante do exposto, esta pesquisa tem como pergunta norteadora como a gestão dos resíduos sólidos na construção civil pode colaborar na preservação ambiental? Com a finalidade de responder esta perguntar, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos da construção civil na preservação ambiental e com os objetivos específicos em discutir os impactos da urbanização e da construção civil no meio ambiente, verificar os impactos ao meio ambiente provenientes de resíduos sólidos da construção civil e destacar a importância da preservação ambiental. Trabalhar esse tema se justifica pela importância de preservar o meio ambiente, pois o destino incorreto desses resíduos podem apresentar prejuízos irreversíveis a natureza, a economia e as questões sociais, visto que, um descarte irregular pode provocar enchentes, danos na infraestrutura de drenagem, proliferação de vetores, poluição, aumento de gastos públicos, devastação ambiental, entre outros. Por isso, ao estudar este tema, esta pesquisa apresenta uma material teórico com informações importantes para os trabalhadores da construção civil, para futuros pesquisadores interessados neste tema e para a sociedade. No primeiro momento, encontram-se os matérias e métodos utilizados para os achados importantes desta pesquisa. No segundo momento, apresenta uma discussão da urbanização e construção civil no Brasil. No terceiro momento, levantam-se as questões da preservação ambiental e sua importância para o meio ambiente. No quarto momento, a pesquisa apresenta o que são resíduos sólidos na construção civil e como deve ser o gerenciamento, de forma a diminuir os impactos ambientais. No ultimo momento, apresenta as considerações finais. 5 2. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa qualitativa com método bibliográfico. Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, existente. Os artigos foram selecionados através bases de dados eletrônicas, tendo como base 1 a SciElo e a base 2 o Google Acadêmico, buscando assim artigos científicos pertinentes e alinhados ao objetivo proposto. Foram utilizados os descritores: Construção civil; Meio ambiente e Resíduos sólidos para as buscam do referencial teórico.O processo de inclusão ocorreu com artigos publicados entre os anos de 2011 a 2021, publicados na integra, em língua portuguesa e que tiverem os objetivos e resultados que estão dentro da proposta desta pesquisa. Entretanto, foram consideradas publicações clássicas que colaboram para discussão teórica do tema. A construção deste artigo fez-se pelas seguintes etapas de desenvolvimento: identificação da grande área de abordagem e identificação da questão norteadora, busca da literatura correspondente e interpretação dos resultados. No primeiro momento, foram catalogados os trabalhos que inicialmente tenham título e resumos pertinentes à temática abordada, razão pela qual aqueles que não estavam adequados foram dispensados, depois analisados os artigos que estavam em língua portuguesa e na integra nas bases de dados. Foram excluídos os artigos em língua estrangeiras e artigos anteriores ao recorte temporal e que não tiveram seus resultados dentro do objetivo esperado desta pesquisa. 3. REFERENCIAL TEÓRICO Os países em desenvolvimento estão experimentando um rápido crescimento na urbanização (SILVA; FERNANDES, 2012). A construção civil se enquadra na categoria de engenharia civil que trata de projetar, construir e manter o ambiente físico e naturalmente construído (JR ZANGALLI, 2013). A construção civil é a arte de construir pontes, barragens, estradas, aeroportos, canais e edifícios. A engenharia civil é a mais antiga disciplina da engenharia. Desde o início da existência humana, tem sido o aspecto da vida. Um dos principais aspectos da 6 construção civil é a engenharia estrutural. Ele ajuda a projetar a estrutura de forma que seja capaz de se sustentar com sucesso junto com cargas resistentes. A estabilidade do projeto servirá de base para a construção civil (SILVA; FERNANDES, 2012). Na sociedade atual, de acordo Jr Zangalli (2013), existem grandes projetos voltados para a construção civil e engenharia. A infraestrutura utilizada no nosso dia a dia foi criada por causa da construção civil e da engenharia. As estradas, ferrovias, estádios, portos, escolas e outros edifícios construídos são uma contribuição da engenharia civil. Os problemas associados à urbanização são: alta densidade populacional, infraestrutura inadequada, falta de moradias populares, enchentes, poluição, criação de favelas, crime, congestionamento e pobreza (MARICATO; COLOSSO; COMARÚ, 2018). Este problema de alta densidade populacional é causado devido à forte taxa de migração das áreas rurais. O rápido crescimento populacional levou a uma escassez aguda de unidades habitacionais que resultou em superlotação, congestionamento de tráfego, poluição, escassez de moradias (favelas e favelas), aluguéis altos, má condições de vida urbana, serviços de infraestrutura baixos, pobreza, desemprego e saneamento precário que se tornou generalizado e, de fato, alto índice de criminalidade (JR ZANGALLI, 2013). Tudo isso tem um efeito sobre a alta densidade populacional nos países em desenvolvimento. Um aspecto grave do problema urbano é o mau estado das infraestruturas (QUAGLIO, 2017). Alguns países em desenvolvimento ainda se deparam com uma rede rodoviária ruim, falta de fornecimento de energia, abastecimento inadequado de água e algumas comodidades básicas (QUAGLIO, 2017). Para Maricato; Colosso; Comarú (2018), a falta de moradias populares levou a confrontos com posseiros bem organizados, que ocupam prédios desocupados para viver sem aluguel ou evitar demolições. Enfrentam-se problemas como a insuficiência de habitação, especialmente para as famílias de baixa renda, que resultou na superlotação de áreas já congestionadas, na contínua deterioração de bairros degradados, alto custo social e miséria pessoal incalculável (MARICATO; COLOSSO; COMARÚ, 2018). As medidas propostas para compensar o aumento dos custos da habitação pública incluem regulamentações de zoneamento menos excludentes, cargas tributárias reduzidas, 7 cooperação com os construtores privados, incentivo à organização cooperativa de habitação, promoção de técnicas de construção industrializadas, uso de materiais de construção de baixo custo e crédito hipotecário mais barato (QUAGLIO, 2017). As inundações são um problema muito sério enfrentado em áreas urbanas, especialmente em países em desenvolvimento, durante as estações chuvosas (QUAGLIO, 2017). A drenagem é mal construída levando à dificuldade de acesso às estradas devido à inundação que levou ao desastre de inundação em alguns países em desenvolvimento. 3.1 Preservação Ambiental As palavras “preservação” e “conservação” são frequentemente usadas de forma intercambiável, mas os dois conceitos são bem diferentes. A conservação protege o meio ambiente através do uso responsável dos recursos naturais. A preservação protege o meio ambiente de atividades humanas nocivas (SILVA; SPOSITO, 2017). Por exemplo, a conservação de uma floresta normalmente envolve práticas sustentáveis de extração de madeira para minimizar o desmatamento. A preservação envolveria separar parte ou mesmo toda a floresta do desenvolvimento humano. A conservação ou preservação ambiental é a prática de nós humanos salvarmos o meio ambiente da perda de espécies e da destruição do ecossistema, principalmente devido à poluição e atividades humanas (ZANNA; FERNANDES; GASPARINE, 2017). A conservação é vital para salvar e ajudar animais e árvores, pois todos dependeram uns dos outros para sobreviver. Há muito que fazer quando se trata de reconstruir e proteger o que resta dos recursos naturais e da biodiversidade em nossos ecossistemas. A conservação ambiental é um termo abrangente que define tudo o que fazemos para proteger nosso planeta e conservar seus recursos naturais para que todos os seres vivos possam ter uma melhor qualidade de vida (QUAGLIO, 2017). Conservação e preservação ambiental são dois termos que muitas vezes são usados de forma intercambiável, embora sejam bastante diferentes. A conservação refere-se à gestão responsável do meio ambiente e de seus recursos para uso presente e futuro (SILVA; FERNANDES, 2012). A preservação, por outro lado, é 8 uma abordagem muito mais rigorosa, onde o meio ambiente, as terras e os recursos naturais são colocados de lado, para não serem consumidos pelos seres humanos, mas são mantidos em sua forma primitiva. Se a terra deve ser usada por humanos, ela deve ser utilizada apenas por sua beleza natural e inspiração (QUAGLIO, 2017). A conservação ambiental protege a vida selvagem e promove a biodiversidade. Manter um ecossistema saudável e funcional ajuda a prevenir a extinção de certas espécies animais. Se o ambiente for destruído, alguns animais são forçados a sair de seu habitat, dificultando a sobrevivência em outros lugares (QUAGLIO, 2017). A conservação ambiental definitivamente protege o meio ambiente de certos fatores que estão destruindo o planeta, como as mudanças climáticas. Precisamos reduzir a quantidade de danos que estamos infligindo ao planeta, pois está contribuindo para sua destruição (SILVA; FERNANDES, 2012). Se não conservarmos o meio ambiente, a natureza tem uma forma feroz de contra-atacar, como clima extremo, secas e chuvas fortes que estão afetando negativamente nossas vidas, nossa alimentação e nossos lares. Temos que fazer tudo humanamente possível para conservar o meio ambiente, para o planeta. Sabemos que as plantas e as árvores são as fontes essenciais de ar, alimentos e outros produtos do dia-a-dia que usamos (SILVA; FERNANDES, 2012). As florestas são a morada de diferentes seres vivos e uma única perturbação no ecossistema pode causar perturbações no ciclo da água, bem como na cadeia alimentar. Assim, a arborização está entre os eixos da conservação ambiental e visa plantares mais árvores, bem como evitar que as existentes sejam cortadas, poisas árvores desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico (SILVA; FERNANDES, 2012). A urbanização também afeta os ambientes regionais mais amplos. Regiões a favor do vento de grandes complexos industriais também observam aumentos na quantidade de precipitação, poluição do ar e número de dias com trovoadas. As áreas urbanas afetam não apenas os padrões climáticos, mas também os padrões de escoamento da água (ZANNA; FERNANDES; GASPARINE, 2017). As populações urbanas interagem com o seu ambiente. As pessoas urbanas mudam seu ambiente através do consumo de alimentos, energia, água e terra. E, por sua vez, o ambiente urbano poluído afeta a saúde e a qualidade de vida da população urbana (SILVA; SPOSITO, 2017). O ambiente urbano é um fator 9 importante na determinação da qualidade de vida nas áreas urbanas e no impacto da área urbana no meio ambiente mais amplo (ZANNA; FERNANDES; GASPARINE, 2017). Alguns problemas ambientais urbanos incluem água e saneamento inadequados, falta de descarte de lixo e poluição industrial. Infelizmente, reduzir os problemas e melhorar seus efeitos sobre a população urbana é caro. Práticas de negócios ecologicamente corretas são um tema quente e o forte foco de negócios em quase todos os setores, incluindo construção. A boa notícia é que muitas vezes essas soluções não são apenas melhores para o meio ambiente, mas também para resultados na própria construção civil (SILVA; SPOSITO, 2017). Segundo Silva e Sposito (2017), a construção produz uma grande quantidade de resíduos, ponto final. Não há como contornar isso, mas ela pode e deve procurar maneiras de minimizar o desperdício que está produzindo. Aumentar a eficiência de suas operações, aperfeiçoar o uso de suprimentos e materiais e escolher produtos e métodos que reduzam o desperdício são ótimas maneiras de reduzir a produção de materiais residuais para todos os seus projetos. 3.2 Gestão Resíduos Sólidos na Construção Civil Os Resíduos de Construção e Demolição, também chamados de resíduos de construção civil ou simplesmente “escombros”, são oriundos de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, bem como de processos de preparo de terrenos e escavações: entre eles, encontram-se tijolos, blocos cerâmicos, concreto geral, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeira e compensados, forros, argamassa, gesso, azulejos, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubos e fiação elétrica, entre outros (CONAMA, 2002). Segundo dados do IBGE (2012a), aproximadamente 50% dos municípios brasileiros gerem mal os seus resíduos e desencadeiam uma série de consequências para a saúde pública e para o meio ambiente. Resíduos de construção e demolição, também chamados de resíduos de construção, destacam- se entre uma variedade de resíduos sólidos urbanos (CONAMA, 2002). De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos da construção civil são gerados na construção, renovação, reparação e demolição de obras de construção civil, incluindo os resultantes da preparação da terra e escavação para essas obras (BRASIL, 2010). Assim, o presente estudo surgiu a 10 partir de o desejo de entender como impactante Resíduos de Construção e Demolição descarte tem sido no meio ambiente, desde sua geração em áreas urbanas até sua logística e destino. De acordo com Silva e Fernandes (2012), esses resíduos são gerados globalmente em três diferentes formas, nomeadamente: novas construções, reformas e demolições. Perdas em grande escala na construção civil, principalmente devido desperdício de materiais de construção. Com base em experiências vividas na vida civil obras de construção, a quantidade de resíduos gerados por diferentes tipos de materiais (plástico, papelão, resinas, tintas, madeira e gesso) é disposta em lugares diferentes sem a menor preocupação com as consequências ambientais decorrentes de tal descarte. A Construção Civil não é destaque somente como indústria de grande impacto na economia, também é a responsável por produzir 50% dos resíduos do país. A classificação do lixo da construção civil é dividida pelos tipos de materiais utilizados na execução dos serviços de uma obra. Os tipos de resíduos são classificados de acordo com a resolução no 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2002). Podem ser de classe A, classe B, classe C ou classe D. Silva e Fernandes (2012) estimam que a quantidade de resíduos da construção civil gerados nos Municípios é igual ou maior que a massa dos resíduos domiciliares. A quantidade de resíduos a ser removida durante as construções foi apoiada pela metodologia apresentada por Pinto em 1999, onde pode ser estimada em 150 quilos por metro quadrado construído. Problemas de gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) destacam-se entre os aspectos citados devido à diversidade e volume de materiais compor esse lixo, que afeta instantaneamente locais de descarte; portanto, deve ser descartado de forma evitar o mínimo social e ambiental impacto (CONAMA, 2002). No entanto, o Brasil não tem um cenário favorável cenário de destinação ambientalmente correta do mesmo. De acordo com a Política Nacional de Resíduos - PNRS, Lei nº 12.305/2010, resíduos sólidos integrados a gestão é definida como um conjunto de medidas com o objetivo de encontrar soluções para os resíduos levando em consideração à economia, político, ambiental, cultural e social (BRASIL, 2010). As dimensões, com base no desenvolvimento sustentável, compreende a gestão de resíduos sólidos como um conjunto de ações tomadas, direta ou 11 indiretamente, em coleta de lixo, transporte, transborda etapas de tratamento e disposição final, bem como na a disposição final dos rejeitos, tendo em mente que a destinação e disposição dos resíduos devem ser ecologicamente correto, de acordo com planos municipais de resíduos sólidos integrados gestão (MARTINS, 2012). Discussões sobre questões ambientais envolvendo os resíduos sólidos da construção civil estão intimamente ligados ao desperdício de recursos naturais e à escassez de resíduos locais de descarte. Além de causar problemas à população, o descarte inadequado de resíduos exige grandes investimentos financeiros, o que coloca a indústria da construção no centro das discussões com o objetivo de possibilitar o desenvolvimento sustentável em suas diferentes dimensões (QUAGLIO; ARANA, 2020). Segundo Gomes, Zhou e Long, (2019), os resíduos sólidos gerado nas grandes e médias cidades brasileiras representa aproximadamente 41-71% do total resíduos sólidos urbanos. De acordo Quaglio e Ariana (2020), a quantidade de resíduos gerada no Brasil é aproximadamente 400-500 kg/hab./ano; e a produção está diretamente ligada à construção civil. Apesar dos instrumentos legais que regulam Gestão de resíduos, vários irregulares ou áreas de disposição clandestina continuam a surgir; consequentemente, a maioria dos matérias de resíduos sólidos produzidos em centros urbanos é descartado em áreas públicas ou privadas, áreas nomeadas por alguns autores como “lixões clandestinos" (TANG et al., 2020). Segundo Pinto, Santos e Catunda (2015), várias consequências negativas surgem da fluxo irracional e descontrolado de grandes volumes de resíduos da construção civil gerados em diferentes municípios. Essas consequências são identificadas quando não são gerenciados e descartados incorretamente, já que sua vida acabou quando eles são despejados em aterros a céu aberto, fato que leva a danos como a degradação e a poluição solos, corpos d'água e nascentes; bloqueio urbano sistemas de drenagem; aumento do número de inundações, proliferação de doenças, paisagem urbana degradação e outros vetores de degradação urbana (TANG et al., 2020). Segundo Gomes, Zhou e Long, (2019), os impactos ambientais causados pormá gestão dos resíduos sólidos da construção civil não são pequenos nem simples; pois ainda existe a falta de políticas públicas para regular o descarte de resíduos, como apoiar associação protege o meio ambiente. 12 De acordo Albuquerque (2015), outro fator agravante do descarte inadequado reside no fato de serem lançados principalmente em áreas de preservação permanente (APP), ou seja, em áreas de suma importância devido à sua função ambiental. Reduzir a geração de resíduos na fonte é a principal ação a ser implementada pelas autoridades públicas (QUAGLIO; ARANA, 2020). Assim, o descarte correto deve basear-se no tripé “redução, reutilização e reciclagem”, que são fatores fundamentais para ajudar reduzindo a grande quantidade de resíduos sólidos da construção civil que são gerados todos os dias (TANG et al., 2020). A parte que não pode ser reutilizada deve ir para Aterros de Resíduos da Construção Civil devidamente licenciados pelos órgãos ambientais, conforme indicado no Resolução CONAMA nº 307 e normalizada por ABNT na NBR 15.113/2004. Sendo assim, as tecnologias para tratamento de resíduos sólidos mais utilizados são: o tratamento mecânico, bioquímico e térmico. Dentre eles a reciclagem, compostagem e incineração (CONAMA, 2002). Para atender ao gerenciamento de tais resíduos, as obras devem ser direcionadas através de um plano, conhecido como Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC. Este plano deve atender as diretrizes para obtenção de resultados eficientes e eficazes no processo de gestão de resíduos sólidos (CONAMA, 2004). O destino incorreto desses resíduos traz prejuízos econômicos, sociais e ambientais. A disposição irregular pode causar enchentes, danos na infraestrutura de drenagem por entupimentos, proliferação de vetores, poluição e aumento de gastos com obras públicas (TANG et al., 2020). As consequências são impactos ambientais tais como o assoreamento e entupimento de cursos d'água, associados às constantes enchentes, além de promover o desenvolvimento de vetores nocivos à saúde pública (TANG et al., 2020). Desta forma, segundo TANG et al., (2020), o Gerenciamento de Resíduos Sólidos tem como objetivo reduzir o volume, dar tratamento adequado aos resíduos gerados, bem como conscientizar os responsáveis acerca das boas práticas ambientais para a correta gestão dos resíduos sólidos, considerando a não geração, evitando perdas, a redução, reutilização, reciclagem. Em vista das leis e normas vigentes relativas aos resíduos sólidos, conclui-se que todos os responsáveis pelos planos de gerenciamento de resíduos sólidos que não cumprirem suas obrigações conforme as leis citadas pagarão multa e poderão 13 pegar de 1 a 3 anos de prisão. Além disso, é dever dos responsáveis da obra e dos funcionários, o descarte correto seguindo as leis vigentes no pais, além disso, o compromisso com o meio ambiente deve está literalmente ligado ao trabalho. 4 CONCLUSÃO A construção civil é um importante setor industrial, uma vez que está diretamente ligado ao desenvolvimento social e econômico do país. Sua importância resulta do valor acrescentado atribuído às suas atividades, desde o multiplicador a efeito de renda e de sua estrutura interdependência. Os objetivos desta pesquisa foram alcançados e evidenciaram na caracterização de diferentes resíduos cenários de descarte e na interpretação de características urbanas em cada ponto de disposição irregular. Isto foi possível observando os artigos que apresentaram diferentes locais de descarte tipos, volumes depositados e recursos naturais danificados pela presença dos resíduos sólidos. Esta pesquisa enfatizou a necessidade de realizar o descarte adequado de dos resíduos sólidos gerados na construção civil; isso foi possível, visto que, a falha de gestão do descarte deste material pode ter um impacto negativo na meio Ambiente. A adoção de políticas públicas destinadas à reciclagem de resíduos de construção pode ajudar reduzindo o volume de entulho depositado em locais impróprios e permitir a reutilização deste material. Além disso, as questões ambientais e sanitárias sofrem impactos decorrentes do descarte irregular de resíduos concentravam-se principalmente em áreas periféricas e distribuídos de forma desigual; esta distribuição condição foi abordada por alguns autores em associação com informações sobre faixas de renda per capita. É importante destacar que grupos específicos são afetados pelo resultado de degradação ambiental de forma desproporcional maneira. A maioria dos problemas identificados resulta da falta de áreas devidamente licenciado para descarte ou para alienação temporária do mesmo. Além disso, a criação de ecopontos para a deposição de pequenos volumes, em associação com o desenvolvimento de uma política de inspeção regular, poderia ajudar a reduzir o 14 número de áreas de disposição irregular. A reciclagem desses resíduos deve ser levada em consideração como uma solução para as acima mencionadas questões, embora seja uma das inúmeras possibilidades que podem ser avaliadas em Resídua Aplicabilidade da gestão. Com base no diagnóstico desta situação, é possível criar e planejar ações e projetos voltados para formalizando um sistema de gestão diferenciado baseado na redução, reutilização, reciclagem, eficiência inspeção e descarte ecologicamente correto dos resíduos sólidos. 5 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, D. M. S. Impacto socioambiental da deposição irregular dos resíduos da construção e demolição na cidade do Recife-PE. Revista Poli Br, v.3, p.1-25,2015. Disponível em:http://revistas.poli.br/index.php/anais/article/view/422. Acesso em 28 de abr. 2022. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 15113:2004 - Licenciador ambiental. Disponível em: http://licenciadorambiental.com.br/wp- content/uploads/2015/01/NBR-15.113-RCC-e-Res%C3%ADduos-Inertes.pdf. Acesso em 28 de abr. 2022. BARROS, M. V., SOUZA, J. T. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil: um panorama de análise a partir da Resolução 307 do CONAMA. 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