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Petição Inicial - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA E POR DANOS MORAIS

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AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE PRESIDENTE PRUDENTE/SP 
 
 
MARIANA, brasileira, solteira, farmacêutica, portadora da cédula de 
identidade RG 37.285.465-1 e inscrita no CPF 456.236.987-84, residente e 
domiciliada a Rua Ribeiro de Barros, 456, Centro, Presidente Prudente, SP, CEP 
19078-548, por intermédio do seu advogado constituído (procuração em anexo), 
OAB…, endereço eletrônico…, com endereço profissional na Rua…, número…, 
Bairro…, Cidade…, Estado…, CEP…, onde recebe intimações, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento 
comum com fundamento nos artigos 318, 319 e 321 do Código de Processo Civil, 
a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA 
E POR DANOS MORAIS em face de Gazin, CNPJ 7898445/456, localizada na 
Avenida Pedro II, nº 1888, Maringá, Paraná, CEP 19015-030, representada por 
seu sócio senhor Fernando da Silva, brasileiro, casado, empresário, residente e 
domiciliado na Rua, bairro, cidade, pelo procedimento comum com fundamento 
nos artigos 318, 319 e 321 do Código de Processo Civil e artigos 18, 35, 49 do 
Código de Defesa do Consumidor, pelas razões de fato e de direito expostas nos 
seguintes: 
 
 
I - DOS FATOS 
A requerente, Mariana, com intenção de adquirir um copo térmico, investiu 
o seu dinheiro na compra de um copo térmico da marca Stanley de 473ml através 
de um site de compras na internet pelo valor de R$ 200,00 (duzentos reais). 
Ocorre que no dia 03 de fevereiro de 2022, quando o produto foi entregue 
em sua residência, a requerente constatou que o produto não continha tampa e 
ficou extremamente insatisfeita, vez que no anúncio do produto constava que o 
copo era térmico e não apresentava a informação de que não possuía tampa no 
título de sua apresentação, o que se faz subentender que ele continha tampa 
para isolar a temperatura. 
Por essa razão, no dia 04 de fevereiro de 2022 a requerente 
amigavelmente entrou em contato com a empresa a fim de esclarecer a sua 
insatisfação, cancelar a compra e receber o seu dinheiro de volta. Para tanto, 
preencheu um formulário informando suas motivações para a realização do 
cancelamento. 
 
Ocorre que para a surpresa da requerente o pedido foi negado e, em 
resposta à solicitação, o requerido informou que o produto na realidade não 
possuía tampa e que não havia possibilidade de cancelamento, mesmo com a 
insatisfação da requerida, ficando esta submetida ao uso de um produto que não 
atende às suas necessidades, uma vez que para a compra de outro copo 
térmico, dessa vez com tampa, ela teria que dilapidar uma quantidade 
significativa do seu salário. 
Deste modo, ante o exposto, e não restando meios para solucionar a 
injustiça em face da requerente que comprou um produto que não era o que se 
pretendia e teve o seu direito de arrependimento violado, nessas determinadas 
características, busca-se a restituição dos valores gastos pela requerida, bem 
como indenização por danos morais, na presente demanda. 
 
 
II – DA JUSTIÇA GRATUITA 
A requerente é pessoa pobre na acepção jurídica no termo, não 
ostentando condições para arcar com as custas e demais despesas processuais 
sem prejuízo do próprio sustento, conforme declaração de hipossuficiência 
anexa. 
Requer, assim, a concessão dos benefícios da gratuidade judiciária, o que 
faz com supedâneo nos artigos 5º, LXXIV da Constituição da República e 1º e 
ss. das Leis nº 1.060/50 e 7.115/83. 
 
 
 
III - FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
No que tange a requerente estar sendo disposta pelo Código de Defesa 
do Consumidor, uma vez que se enquadra nos termos do artigo 2º do mesmo. 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Na qual se faz presente os seus direitos abrangidos pelo referido Código. 
 
De tal maneira que a requerida não pode deixar de ser observada pelos 
direitos desrespeitados na mesma, uma vez que se enquadra nos termos 
fundamentados do artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços. 
Pela forma na qual ambas as partes se dispõem pelo Código de Defesa 
do Consumidor, se dá por meio desta o encontro da requerida perante os fatos 
descritos, na qual ela deixou de prestar as suas responsabilidades com o que foi 
lhe pedido pela requerente, de forma amigável, somente com o objetivo de 
realizar a devolução de um produto que não queria, dessa forma vai de encontro 
ao artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo 
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de 
recebimento do produto ou serviço, sempre que a 
contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer 
fora do estabelecimento comercial, especialmente por 
telefone ou a domicílio. 
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de 
arrependimento previsto neste artigo, os valores 
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de 
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente 
atualizados. 
Estando a requerente dentro do prazo legal fixado pelo mesmo, uma vez 
que com 2 (dois) dias após a sua assinatura no ato do recebimento do produto, 
já procurou a mesma requerida para que houvesse a devolução, haja visto que 
não era aquilo que ela pretendia comprar. 
Além de que se faz pela justificativa, de se preservar a boa-fé por parte 
da requerente na busca por fazer a devolução do produto e ter o seu dinheiro 
recebido de volta, uma vez que ela realizou a compra por meio de um site de 
compras na internet, ocorrendo a contratação do produto fora do 
estabelecimento comercial. 
Leva-se em conta a apresentação do produto, perante a requerida, uma 
vez que não foi especificado em momento algum em sua descrição se continha 
tampa ou não, levando em consideração que por se tratar de um copo térmico, 
 
há uma presunção de que deva conter a tampa, se não, que seja expresso em 
sua descrição para justamente não ocasionar erros como o ocorrido. 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis 
ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de 
qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes 
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da 
disparidade, com a indicações constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, 
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das partes 
viciadas. 
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta 
dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua 
escolha: 
II - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; 
Advindo disto, pode-se ver que em meio às mensagens publicitárias do 
produto, decorre da descrição por completo, em grande maioria nos casos de 
lojas diferentes que fazem a venda do mesmo, ou seja, é necessária a 
observância perante os requisitos expressos, uma vez que a requerida empresa 
Gazin não se atentou aos detalhes descritivos do produto, sendo assim, 
revestida da previsão legal expressa no inciso II, do §1º do Art. 18º, onde por 
meio desta, deve ser restituída de forma imediata da quantia paga, uma vez que 
a requerida negou-se a sanar o vício da mensagem publicitária. 
Com base na recusa por parte da requerida em relação ao cumprimento 
à oferta dada pela parte requerente, deve-se diante do Art. 35º do Código do 
Consumidor realizar a restituição de quantia eventualmente antecipada, 
cumprimento o qual foi escolhido pela requerente, além do valor das perdas edanos, se valendo assim para que o direito desta seja respeitado. 
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar 
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o 
consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da 
oferta, apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de 
quantia e eventualmente antecipada, monetariamente 
atualizada, e a perdas e danos. 
 
Considerando a situação exposta, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
pacificou o entendimento de que no arrependimento da compra pelo autor no prazo 
previsto no art. 49 do CDC, e na recusa na devolução do valor pago, se determina a 
restituição do valor integral pago pelo requerente, e no pagamento de danos morais, 
conforme segue: 
*Ação indenizatória por danos materiais e morais – Aquisição 
de passagens aéreas pela internet – Arrependimento da 
compra pelo autor no prazo previsto no art. 49 do CDC – 
Recusa na devolução do valor pago - Julgamento de parcial 
procedência, determinando a restituição do valor integral 
pago pelo requerente – Recurso exclusivo do autor 
entendendo caso de danos morais – Danos morais 
evidenciados – Aplicação da teoria do desvio produtivo do 
consumidor – Recurso provido.* 
(TJSP; Apelação Cível 1007562-10.2018.8.26.0003; Relator 
(a): Francisco Giaquinto; Órgão Julgador: 13ª Câmara de 
Direito Privado; Foro Regional III - Jabaquara - 2ª Vara Cível; 
Data do Julgamento: 10/04/2019; Data de Registro: 
10/04/2019) 
APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. COMPRA PELA 
INTERNET. DIREITO DE ARREPENDIMENTO. Pretensão 
da autora de que seja estornado o valor de bem devolvido à 
empresa requerida, após ter exercido seu direito de 
arrependimento dentro do prazo legal, bem como receber 
indenização por danos morais. Sentença de parcial 
procedência, acolhendo apenas o pedido de estorno do valor 
do produto. Insurgência da autora visando ao 
reconhecimento do pedido de indenização. Cabimento. 
Direito de arrependimento previsto no art. 49 do CDC. 
Evidente o dano moral sofrido pela consumidora, em virtude 
do tempo despendido para a solução de problema causado 
pelo descaso do vendedor, que demorou mais de cinco 
meses para providenciar o estorno do valor. Aplicação da 
Teoria do Tempo Perdido. Precedentes desta C. Câmara. 
Sentença reformada para julgar inteiramente procedente a 
ação, arbitrando-se a indenização por dano moral em R$ 
2.000,00, quantia que atende aos critérios de 
proporcionalidade e razoabilidade. Correção monetária 
desde a data do arbitramento da indenização, de acordo com 
a Súmula 362 do STJ. Incidência dos juros de mora a partir 
da citação nos termos dos artigos 240 do CPC e 405 do CC. 
 
Majoração da verba honorária (art. 85, § 11, do CPC). 
Recurso provido. 
(TJSP; Apelação Cível 1001469-42.2021.8.26.0127; Relator 
(a): Djalma Lofrano Filho; Órgão Julgador: 34ª Câmara de 
Direito Privado; Foro de Carapicuíba - 3ª Vara Cível; Data do 
Julgamento: 15/10/2021; Data de Registro: 15/10/2021) 
Destarte o exposto, é possível vislumbrar que o pedido dos requerentes 
encontra respaldo nos entendimentos jurisprudenciais, de modo que a restituição 
do valor integral pago pelo requerente e o pagamento de danos morais é medida 
que se impõe, pois, não se pode aceitar que a má prestação dos serviços de 
forma contínua seja um mero aborrecimento do cotidiano; a ora requerente 
realizou contato para resolver a questão de forma amigável, visto que não 
conseguia obter êxito, o que gerou diversos transtornos; a requerida responde 
objetivamente pelo risco, devendo ressarcir os danos morais da autora, que teve 
o dissabor de suportar as falhas na prestação do serviço; além do caráter 
educativo e inibidor que a indenização trará à empresa. 
A verdade dos fatos chegou ao conhecimento de Vossa Excelência, a 
busca pela verdade material se sobrepõe ao que fora exposto pelo requerido à 
requerente impondo a impossibilidade de cancelamento da compra. 
 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer se digne Vossa Excelência: 
a) o recebimento da petição inicial; 
b) em atendimento ao artigo 319, VII, do CPC/15, a opção pela realização 
da audiência de conciliação ou mediação; 
c) designar o requerido, na pessoa de seu representante legal, no 
endereço fornecido, para que compareça a audiência de conciliação, conforme 
o artigo 238 e 334 do CPC/15, e/ou subsidiariamente caso não seja designada, 
que ele seja citado para contestar em 15 dias, conforme o artigo 335 do CPC/15, 
respondendo a presente ação no prazo legal; 
d) condenar o requerido ao pagamento de custas e honorários de 
sucumbência e custas processuais, conforme o artigo 85 CPC; 
e) julgar totalmente procedente a presente demanda, determinando ao 
requerido a restituição do valor gasto pela requerida de R$200,00 (duzentos 
reais), e a indenização por danos morais no valor de …; 
 
f) que seja concedido ao requerente, o benefício da justiça gratuita 
fundado na Lei nº 1.060/50, bem como no artigo 98 e seguintes do Código de 
processo civil, por não poder arcar com as custas e despesas processuais sem 
prejuízo de seu sustento próprio; 
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, nos limites do procedimento. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ …. 
Termos em que pede deferimento. 
 
Presidente Prudente, 07 de abril de 2022.

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