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IPEMIG - Metodologia Cientifica - Modulo 2

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IPEMIG Pós-graduação – Metodologia Científica – Módulo 2 .................................................... Página 2 de 19 
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Para Cervo, Bervian e Silva (2007) não se pode deixar de tratar dos conceitos, 
leis, teorias e doutrinas quando estamos falando em Metodologia Científica, mesmo 
porque o profissional do nível superior, principalmente das áreas de ciências 
humanas e sociais, utiliza em seu trabalho, ferramentas teóricas e não ferramentas 
manuais ou técnicas como é característico dos níveis de formação de ensino médio 
e técnico. 
“Ferramentas teóricas são um conjunto de ideias, códigos, símbolos e valores que 
indicam uma série de operações realizáveis, física e/ou mentalmente, a partir da 
manipulação de conceitos abstratos” (FERRARI, 1974, p. 98). 
 
5.2 Conceitos, leis, teorias e doutrinas 
Conceitos ou constructo pode ser entendido como ideia, sentença, opinião 
(FERREIRA, 2004). 
Para Lakatos (1983, p. 99) “conceito expressa uma abstração, formada 
mediante a generalização de observações particulares”. Para os que privilegiam a 
teoria em detrimento da prática, conceito seria uma técnica utilizada para obter ou 
medir alguma coisa para além do próprio fenômeno que descreve. Inversamente, 
para aqueles que privilegiam os fatos em detrimento da teoria, conceito significa 
uma série de operações realizáveis física e/ou mentalmente, empreendidas com a 
finalidade de justificar ou reproduzir os referentes do fenômeno que está definindo. 
Conceitos são construções lógicas, estabelecidas de acordo com um sistema de 
referência e formando parte dele. São considerados, por um lado, como 
instrumentos de trabalho do cientista e, por outro, como termos técnicos do 
vocabulário da ciência (FERRARI, 1974, p. 98). 
De todo modo, cada ciência ou área de conhecimento em particular possui 
um vocabulário técnico específico que precisa ser de domínio comum de seus 
praticantes. 
Poucas ciências, entretanto, conseguem ou podem construir vocábulo e 
conceitos originais, sendo necessário que elas invadam o campo semântico de outras 
ciências, ocorrendo a migração de conceitos ou a apropriação de conceitos de uma 
ciência para outras. 
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Conceito é a pedra angular para a construção das teorias, assim como a família é a 
pedra angular para a construção da sociedade e a célula, a pedra angular para a 
existência dos corpos vivos (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Nos processos de observação, descrição, análise, comparação e síntese das 
propriedades gerais e específicas dos objetos, fatos e fenômenos, a ciência encontra 
certas regularidades que, se uniformes, constantes e regulares, possibilitam a 
classificação e a generalização para objetos, fatos e fenômenos semelhantes por 
admitir-se que: 
“se um fato ou fenômeno se enquadra em uma lei, ele se comportará conforme o 
estabelecido na lei” (KNELLER, 1980, p. 94). 
São duas as principais funções da lei: 
1. Resumir grande quantidade de fatos e de fenômenos; 
2. Possibilitar a previsão de novos fatos e fenômenos. 
Desse modo, temos leis gerais para explicar o comportamento dos líquidos, 
dos gases, da matéria, dos grandes números, do movimento etc., bem como 
presumimos leis gerais para explicar a natalidade, a mortalidade, o movimento de 
populações ou o desenvolvimento pessoal e social. 
Quando a lei é abordada pela Metodologia Científica, trata-se de lei científica, 
sem qualquer conotação legislativa ou jurídica, conforme estamos acostumados a 
pensar. As leis científicas são, nas palavras de Montesquieu “as relações constantes 
e necessárias que derivam da natureza das coisas”. As leis exprimem quer relações 
de existência ou de coexistência (a água é um corpo incolor, inodoro, tendo tal 
densidade, suscetível de assumir o estado líquido, sólido e gasoso etc.), quer relações 
de causalidade ou de sucessão (a água ferve a cem graus centígrados, o calor dilata 
os metais, etc.), quer, enfim, relações de finalidade (o fígado tem por função regular 
a quantidade de açúcar no sangue) (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Nas ciências experimentais, as leis possuem maior rigor e exatidão do que 
nas ciências humanas e sociais, pois, enquanto estas estão condicionadas, mais ou 
menos, à liberdade humana, aquelas seguem o curso fatal do determinismo da 
natureza. Desse fato, entretanto, não se pode concluir que as ciências humanas e 
sociais se constituam em simples opiniões mais ou menos viáveis. 
As ciências humanas e sociais realizam todas as condições para se 
constituírem em ciência: 
• Os fenômenos que estudam são reais e distintos dos tratados nas 
ciências experimentais; 
• As causas e as leis descobertas nessa área exprimem relações 
necessárias entre os fatos e entre os atos; 
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• Suas conclusões têm um caráter incontestável de certeza, embora de 
ordem diferente da certeza das ciências experimentais. 
As ciências humanas e sociais ocupam, sem dúvida, lugar distinto na 
hierarquia das ciências quanto aos quesitos de precisão, certeza e rigor de seus 
resultados. 
Muitos dos fatos considerados nas ciências humanas e sociais não são atingidos 
diretamente, como os fenômenos psíquicos que apenas se manifestam no 
comportamento. Isso acarreta dificuldades tanto para a experimentação quanto 
para a generalização (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Os fatos humanos e sociais implicam maior complexidade do que os 
quantitativos ou físicos. A abordagem e a análise qualitativa comportam algo da 
subjetividade do próprio ser humano, que tende a abordar e analisar os fatos 
orientados por matrizes filosóficas e ideológicas exteriores a eles. Enfim, pode-se 
dizer que as incertezas e as angústias humanas em relação a sua origem, finalidade 
e destino são componentes importantes na determinação do grau de certeza e de 
precisão na pesquisa, uma vez que o rigor metodológico aplicado na condução da 
própria pesquisa é sempre relativo. Essa é a base da origem da diversidade de 
opiniões, por vezes desconcertantes, sobre várias questões das ciências humanas e 
sociais (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Os fenômenos físicos, por serem regidos por leis determinísticas, podem ser 
previstos e alguns até provocados para serem mais bem observados; enquanto isso, 
a liberdade, que interfere mais ou menos nos atos humanos, impede que sua 
previsão seja absolutamente exata, tornando apenas aproximativos os cálculos 
quando aplicados às ciências humanas e sociais. 
Finalmente, as ciências da natureza tratam de fatos e objetos materiais que 
podem ser pesados e medidos, ao menos indiretamente. Assim, essa possibilidade de 
quantificação das propriedades físicas atribui aos resultados da pesquisa um pouco 
de rigor matemático. Aos fatos humanos e sociais, por serem essencialmente 
qualitativos, não são aplicáveis os processos de quantificação (pesar e medir). 
Embora sejam generalizadas as relações descobertas em amostras particulares, 
deve-se sempre ter em mente que os homens, em tese, mesmo sendo iguais, agem, 
pensam e se organizam socialmente de formas diferenciadas (CERVO; BERVIAN; 
SILVA, 2007). 
Por esses motivos, os resultados, como também as leis das ciências humanas 
e sociais, são mais flexíveis e menos rigorosos, apesar de expressarem suficiente 
estabilidade e constância para se constituírem em verdadeiras ciências. 
O emprego usual do termo teoria opõe-se ao termo prática. Nesse sentido, a 
teoria refere-se ao conhecimento (saber, conhecer) em oposição à prática como ação 
(agir, fazer). Aqui, entretanto, o termo teoria é empregado parasignificar um 
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resultado a que tendem as ciências. Estas não se contentam apenas com a 
formulação das leis. 
Ao contrário, determinadas as leis, procuram interpretá-las ou explicá-las 
(CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Assim, surgem as chamadas teorias científicas, que reúnem determinado 
número de leis particulares sob a forma de uma lei superior e mais universal. 
A teoria distingue-se da hipótese, uma vez que a hipótese é verificável 
experimentalmente, e a teoria não. Todas as proposições da teoria se integram no 
mundo do discurso (conhecimento), enquanto a hipótese comprova sua validade, 
submetendo-se ao teste da experiência. 
A teoria é interpretativa, enquanto a hipótese resulta em explicação por meio 
de leis naturais. A teoria formula necessariamente hipóteses, ao passo que estas 
subsistem independentemente dos enunciados teóricos. 
É importante que o estudante saiba que a teoria cumpre as seguintes funções: 
• Coordenar e unificar os saberes científicos; 
• Ser instrumento precioso do pesquisador, sugerindo-lhe analogias até 
então ignoradas e possibilitando-lhe, assim, novas descobertas. 
Com o decorrer do tempo e a evolução da ciência, as opiniões dos próprios 
cientistas se modificaram. Até meados do século XIX, os cientistas, de modo geral, 
admitiam que as teorias não só explicavam os fatos, mas também eram uma 
apreensão da própria natureza ontológica (última) da realidade. A partir de meados 
do século XIX, os cientistas restringiram o valor explicativo da teoria (CERVO; 
BERVIAN; SILVA, 2007). 
Ainda que seja um sistema lógico e coerente, capaz de orientar tanto o 
pensamento como a ação, principalmente na investigação científica, a teoria não é e 
não pode ser entendida como a verdade. Ela reflete, sim, o estado da arte no 
conhecimento sobre determinado fato ou fenômeno em um espaço e um tempo 
também determinados e pode e deve ser modificada pelos avanços posteriores do 
conhecimento e da própria ciência. Assim sendo, o estudante deve conhecer a teoria 
e saber operacionalizar os conceitos nela implícitos, mas deve saber também que a 
teoria, mesmo se chamada de científica, tem seus limites (CERVO; BERVIAN; SILVA, 
2007). 
Se a teoria tiver a pretensão de explicar e solucionar todo e qualquer problema, ela se 
torna irrefutável; logo, passa a ser uma ideologia, e não mais uma teoria. 
A teoria é e precisa ser parcial, pois não pode abrigar hipóteses ou 
proposições antagônicas ou contraditórias nem estar contra as evidências 
observáveis e conhecidas. O que é possível e salutar é a tentativa de unificação de 
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teorias ou, pelo menos, a busca pela conciliação de aspectos de teorias divergentes, 
que podem significar importante indicativo para a investigação científica. Não 
admitimos tranquilamente sermos descendentes dos macacos. Um ponto de 
intersecção possível entre as duas teorias é a admissão de que Deus tenha criado o 
espírito do ser humano e a natureza seja a responsável pela evolução de sua parte 
física (o corpo), suficiente para estimular o surgimento de inúmeras correntes, 
teóricas e experimentais, que visam a buscar meios para conciliar o espírito e a 
matéria, a mente e o corpo, a vida física e a vida espiritual etc. (CERVO; BERVIAN; 
SILVA, 2007). 
A ciência visa a explicar os fenômenos. Para isso observa, analisa, levanta 
hipóteses e as verifica, em confronto com os fatos, pela experimentação, e induz a 
lei, colocando-a em um contexto mais amplo, por meio de teorias. São operações que 
se desenvolvem em um ambiente de objetividade, de indiferença e de neutralidade. 
A doutrina, porém, propõe diretrizes para a ação. Em uma doutrina, há ideias 
morais, posições filosóficas e políticas e atitudes psicológicas. Há, também, 
subjacentes, interesses individuais, interesses de classes ou de nações. A doutrina é, 
assim, um encadeamento de correntes, de pensamentos que não se limitam a 
constatar e a explicar os fenômenos, mas os apreciam em função de determinadas 
concepções éticas e, à luz desses juízos, preconizam certas medidas e proíbem outras 
(CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
A doutrina situa-se na linha divisória dos problemas do espírito e dos fatos 
(teoria = ciência versus ação) e, estando largamente assentada nesses dois domínios, 
permite proceder à síntese. 
É importante ficar claro que a postura científica é imparcial, não torce os fatos e 
respeita escrupulosamente a verdade. O cientista deve cultivar a honestidade, evitar 
o plágio, não colher como seu o que os outros plantaram, não ser acomodado e 
enfrentar os obstáculos e perigos que uma pesquisa possa oferecer (CERVO; 
BERVIAN; SILVA, 2007). 
A postura científica não reconhece fronteiras, não admite nenhuma 
intromissão de autoridades estranhas ou limitações em seu campo de investigação 
e defende o livre exame dos problemas. 
 
Para MARCONI; LAKATOS, (2003, p.155) trata-se de um: 
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“procedimento sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos 
ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de conhecimento” 
Dessa forma, a pesquisa se define em encontrar as relações entre os 
fenômenos, fatos, coisas. 
Mas para uma pesquisa científica faz-se necessário um procedimento 
sistemático, a fim de seguir um planejamento específico do pesquisador. 
 
6.1 TIPOS DE PESQUISA: 
Inicialmente, definimos a pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2002:21), 
“a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, ela se preocupa, nas 
ciências sociais, com o nível da realidade que não pode ser quantificado.” 
Todavia, esse tipo de pesquisa se preocupa em descrever crenças, aspirações, 
valores e atitudes correspondendo a um determinado espaço de relações. 
Delimitando nosso assunto, apontamos três tipos de pesquisa: pesquisa 
descritiva, experimental e pesquisa bibliográfica: 
• PESQUISA DESCRITIVA – Aborda fenômenos e os fatos, as suas 
relações e interações entre eles. O pesquisador somente observa os 
dados sem adulterar os resultados. A pesquisa descritiva busca 
caracterizar as múltiplas situações e relações que ocorrem na 
sociedade, econômica, política e no comportamento humano, tanto do 
indivíduo isolado ou nos grupos e comunidades. 
• PESQUISA EXPERIMENTAL – Utiliza o trabalho com as variáveis 
envolvidas no objeto pesquisado. Nessa pesquisa, empregam-se 
aparelhos e instrumentos disponíveis pela técnica, para identificar as 
relações que existem entre as variáveis do objeto de estudo. 
• PESQUISA BIBLIOGRÁFICA – Desenvolve um estudo a partir do 
problema, assim delimita-se a partir de um referencial teórico, 
inserido em publicações e material documental. O objetivo dessa 
pesquisa é recolher, desenvolver, desvendar e analisar as principais 
fontes teóricas sobre um determinado assunto, ou seja, determinado 
objeto de estudo. 
 
Através das pesquisas descritivas: 
• PESQUISA DOCUMENTAL – Realiza sua pesquisa através de 
documentos, procurando descrever e comparação dos costumes, usos 
e tendências. 
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• PESQUISA DE OPINIÃO- Trata-se uma pesquisa de cunho “subjetivo”. 
Procura desvendar as razões inconscientes que levam a determinar a 
inclinação por alguma atitude ou produto. 
• ESTUDOSEXPLORATÓRIOS - Identificado por alguns de pesquisa de 
cunho não científica. Não desenvolvem hipóteses, mas desenvolvem 
objetivos em busca formações mais aprofundadas sobre determinado 
assunto. Esses estudos são sugeridos para a construção de 
conhecimentos sobre o problema em estudo. 
• ESTUDOS DESCRITIVOS – Objetivam-se em estudar e descrever as 
características na realidade objeto da pesquisa. 
• ESTUDO DE CASO - Realiza uma pesquisa sobre algum indivíduo, 
grupo ou sociedade objetivando estudar variados aspectos da vida. 
 
Já a pesquisa quantitativa visa, segundo Minayo et al (2002:22): 
(...) o método quantitativo enquanto suficiente para explicarmos a realidade social 
está a questão da objetividade. Para os positivistas, a análise social seria objetiva se 
fosse realizada por instrumentos padronizados, pretensamente neutros. A 
linguagem das variáveis ofereceria a possibilidade de expressar generalizações com 
precisão e objetividade. 
Em suma, a pesquisa quantitativa requer o uso de coletas de dados, uso de 
medidas e estatísticas, questionário fechado com técnicas descritivas em termos de 
codificação numérica. 
 
 
Chegamos ao ponto que realmente nos interessa nessa apostila de 
Metodologia Científica e que nos levará ao objetivo proposto que é desmistificar que 
a pesquisa e seu processo são reservados a poucos iluminados, mostrar que cada 
sujeito pesquisa o tempo todo, mas compreender a importância do uso do método e 
suas normas para que a pesquisa tenha resultado confiável e se torne um novo 
conhecimento universal. 
Não refutamos a existência dos conhecimentos teológicos, filosóficos ou 
empíricos, mas para a academia, para a ciência, o que vale e acreditamos ter deixado 
bem claro até o momento, é o conhecimento baseado na observação dos fatos, no 
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teste das hipóteses, na verificação e comprovação e na possibilidade de sua 
contestação. 
Como dizem Lakatos e Marconi (2004) todas as ciências caracterizam-se pela 
utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo 
que empregam esses métodos são ciências. Dessas afirmações podemos concluir que 
a utilização de métodos científicos não é da alçada da ciência, mas não há ciência sem 
o emprego de métodos científicos. 
7.1 Métodos 
Método em sentido geral quer dizer: 
“Ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um 
certo fim ou um resultado desejado”. 
Nas ciências, entende-se como o conjunto de processos empregados na 
investigação e na demonstração da verdade (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
Lakatos e Marconi (2004) oferecem vários conceitos de método, dentre eles: 
“Caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse 
caminho tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado”. 
“Forma de proceder ao longo de um caminho”. 
“Procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se 
alguma coisa, seja material ou conceitual”. 
Segundo Cervo, Bervian e Silva (2007) o método não é inventado; ele depende 
do objeto da pesquisa. Os cientistas cujas investigações foram coroadas de êxito 
tiveram o cuidado de anotar os passos percorridos e os meios que os levaram aos 
resultados. Mesmo que no começo tenha sido usado de maneira empírica, 
gradativamente eles foram se transformando em métodos verdadeiramente 
científicos. 
O método científico quer descobrir a realidade dos fatos, e estes, ao serem 
descobertos, devem por sua vez, guiar o uso do método. Entretanto, ele é apenas um 
meio de acesso, pois é preciso inteligência e reflexão juntas para se descobrir o que 
os fatos e os fenômenos realmente são. 
O método científico segue o caminho da dúvida sistemática, metódica, que 
não se confunde com a dúvida universal dos céticos, cuja solução e impossível. O 
pesquisador que não tiver a evidência como arrimo precisa sempre questionar e 
interrogar a realidade. Mesmo no campo das ciências sociais, deve ser aplicado de 
modo positivo, e não de modo normativo, isto é, a pesquisa positiva deve preocupar-
se com o que é, e não com o que se pensa que deve ser (CERVO; BERVIAN; SILVA, 
2007). 
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O método científico aproveita a observação, a descrição, a comparação, a 
análise e a síntese, além dos processos mentais da dedução e da indução, comuns a 
todo tipo de investigação, quer experimental, quer racional. 
Quando falamos em método científico nos reportamos aos métodos 
indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo. Todos possuem alguma variante ou 
ramificação e evidentemente são criticados. 
Numa acepção bem simples, a diferença fundamental entre o método 
dedutivo e o método indutivo é que o primeiro aspira a demonstrar, mediante a 
lógica pura, a conclusão na sua totalidade a partir de umas premissas, de maneira 
que se garante a veracidade das conclusões, se não se invalida a lógica aplicada. 
Trata-se do modelo axiomático proposto por Aristóteles como método científico 
ideal (MOLINA, 2007). 
Pelo contrário, o método indutivo cria leis a partir da observação dos fatos, 
mediante a generalização do comportamento observado; na realidade, o que realiza 
é uma espécie de generalização, sem que através da lógica possa conseguir uma 
demonstração das citadas leis ou conjunto de conclusões (MOLINA, 2007). 
As referidas conclusões poderiam ser falsas e, ao mesmo tempo, a aplicação 
parcial efetuada da lógica poderia manter a sua validade; por isso, o método indutivo 
necessita de uma condição adicional, a sua aplicação considera-se válida enquanto 
não se encontrar nenhum caso que não cumpra o modelo proposto. 
O método hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses não coloca, em 
princípio, nenhum problema, visto que a sua validade depende dos resultados da 
própria verificação (MOLINA, 2007). 
Temos ainda o Método Dialético que foi proposto por Hegel, o qual postula 
que as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que passam 
a requerer solução. Nesse sentido, os fatos não podem ser considerados fora de um 
contexto social, político, econômico, etc. 
Outros métodos específicos das Ciências Sociais seriam o Método Histórico, 
o Comparativo, o Monográfico, o Estatístico, o Tipológico, o Funcionalista e o 
Estruturalista. 
Para maior clareza com relação a estes métodos citados acima, sugere-se a 
leitura do livro Metodologia Científica de Lakatos e Marconi, utilizado como 
referência nesta apostila, o qual traz de forma clara os detalhes e variantes de cada 
um deles. 
Como diz Lakatos e Marconi (2004) do mesmo modo que o conhecimento se 
desenvolveu, o método, sistematização das atividades, também sofreu 
transformações. 
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Para Galileu, por exemplo, o primeiro teórico do método experimental, as 
ciências não tinham como foco principal a preocupação com a qualidade, mas com 
as relações quantitativas. Seu método é descrito como indução experimental, 
chegando-se a uma lei geral por intermédio da observação de certo número de casos 
particulares. 
Para Francis Bacon são essenciais a observação e a experimentação dos 
fenômenos, pois somente esta última pode confirmar a verdade: uma autêntica 
demonstração sobre o que é verdadeiro ou falso, somente é proporcionada pela 
experimentação. 
O tipo de experimentação proposto por Bacon é denominado coincidências 
constantes. Ele postula que: aparecendo a causa, dá-se o fenômeno; retirando-se a 
causa, o efeitonão ocorre; variando-se a causa, o efeito altera-se. 
René Descartes afasta-se dos processos indutivos e utiliza o método 
dedutivo. 
Para ele chega-se à certeza, por intermédio da razão, princípio absoluto do 
conhecimento humano. O quadro comparativo abaixo nos mostra de forma sucinta 
o método segundo alguns cientistas famosos. 
GALILEU BACON DESCARTES MÉTODO ATUAL 
- Observa 
- Analisa 
- Induz 
- Verifica 
- Generaliza 
- Confirma 
- Experimenta 
- Formula hipóteses 
- Repete o experimento 
- Testa a hipótese 
- Formula generalizações 
e leis 
- Evidência 
- Analisa 
- Sintetiza 
- Enumera 
- Descobre o problema 
- Colocação precisa do problema 
- Procura conhecimentos ou 
instrumentos relevantes ao 
problema 
- Tenta solucionar o problema com 
auxílio dos meios identificados 
- Inventa novas ideias – produz 
novos dados empíricos 
- Obtém uma solução 
- Investiga as consequências da 
solução obtida 
- Prova a solução 
- Corrige as hipóteses, teorias, 
procedimentos ou dados 
De forma resumida devemos entender que método é o dispositivo ordenado, 
o procedimento sistemático em plano geral. 
O método racional também é científico, embora os assuntos a que se aplica 
não sejam realidades, fatos ou fenômenos suscetíveis de comprovação 
experimental. 
As disciplinas que o empregam (principalmente as diversas áreas da 
filosofia) nem por isso deixam de ser verdadeiras ciências. 
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Todo método depende do objetivo da investigação. A filosofia, por exemplo, 
não tem por objeto o estudo de coisas fantasiosas, irreais ou inexistentes. A filosofia 
questiona a própria realidade. Por isso, o ponto de partida do método racional é a 
observação dessa realidade ou a aceitação de certas proposições evidentes, 
princípios ou axiomas, para em seguida prosseguir por dedução ou por indução, em 
virtude das exigências unicamente lógicas e racionais. 
Mediante o método racional, que também se desdobra em diversas técnicas 
científicas (como a observação, a análise, a comparação e a síntese) e técnicas de 
pensamento (como a indução e a dedução, a hipótese e a teoria), procura-se 
interpretar a realidade quanto a sua origem, natureza profunda, destino e 
significado no contexto geral. 
Pelo método racional, procura-se uma compreensão e uma visão mais ampla 
sobre o homem, sobre a vida, sobre o mundo, sobre o ser. Essa cosmovisão, a qual 
leva a investigação racional, nada pode ser testada ou comprovada 
experimentalmente em laboratórios. E é exatamente a possibilidade comprovar ou 
não as hipóteses que distingue o método experimental (científico em sentido 
restrito) do racional (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
 
7.2 Técnicas 
O método concretiza-se como o conjunto das diversas etapas ou passos que 
devem ser seguidos para a realização da pesquisa e que configuram as técnicas. Os 
objetos de investigação determinam o tipo de método a ser empregado, a saber, o 
experimental ou o racional. Um e outro empregam técnicas específicas como 
também técnicas comuns a ambos. Pode-se dizer que a maioria das técnicas que 
compõe o método científico e racional é comum, embora devam ser adaptadas ao 
objetivo da investigação. Por isso, as técnicas ou processos que serão explicitadas a 
seguir dizem respeito ao método experimental e, indiretamente, com as adaptações 
que se impõem, ao método racional (LAKATOS; MARCONI, 2004). 
Podem ser chamados de técnicas aqueles procedimentos científicos 
utilizados por uma ciência determinada no quadro das pesquisas próprias dessa 
ciência. Assim, 
há técnicas associadas ao uso de certos testes em laboratório, ao levantamento de 
opiniões de massa, à coleta de dados estatísticos; há técnicas para conduzir uma 
entrevista, para determinar a idade por medições de carbono, para decifrar 
inscrições desconhecidas etc. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
As técnicas em uma ciência são os meios corretos de executar as operações 
de interesse de tal ciência. O treinamento científico reside, em grande parte, no 
domínio dessas técnicas. Ocorre, entretanto, que certas técnicas são utilizadas por 
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inúmeras ciências ou, ainda, por todas elas. O conjunto dessas técnicas gerais 
constitui o método. Portanto, métodos são técnicas suficientemente gerais para se 
tornarem procedimentos comuns a uma área das ciências ou a todas as ciências. 
Existe, pois, um método fundamentalmente idêntico para todas as ciências, 
que compreende um certo número de procedimentos, aplicações científicas ou 
operações levadas a efeito em qualquer tipo de pesquisa. São eles: a observação, a 
descrição, a comparação, a análise e a síntese. Esses procedimentos servem aos 
seguintes propósitos: 
• Formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 
• Efetuar observações e medidas; 
• Registrar tão cuidadosamente quanto possível os dados observados 
com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a 
hipótese levantada; 
• Elaborar explicações ou rever conclusões, ideias ou opiniões que 
estejam em desacordo com as observações ou com as respostas 
resultantes; 
• generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que 
envolvem condições similares; a generalização é tarefa do processo 
chamado indução, 
• Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de 
esperar que surjam certas relações. 
Mesmo assim, o método pode e deve ser adaptado às diversas ciências, à 
medida que a investigação de seu objeto impõe ao pesquisador lançar mão de 
técnicas especializadas. 
Parece faltar algo aqui não é mesmo? Como, por exemplo, os diversos tipos 
de pesquisa de acordo com os objetivos (exploratória, descritiva, explicativa), ou os 
delineamentos da pesquisa (bibliográfica, documental, experimental) ou ainda falar 
dos meios de coletar os dados, mas optamos por explanar sobre as técnicas mais 
amiúde, na apostila destinada a Orientações de Trabalho de Conclusão de Curso, 
acreditando que seria mais pertinente, sendo uma colaboração para com o estudante 
nessa etapa do trabalho. 
 
7.3 Formas de pensamento 
O pensamento alimenta-se da realidade externa e é produto direto da experiência. O ato de 
pensar caracteriza-se por ser dispersivo, natural e espontâneo. A reflexão, porém, requer 
esforço e concentração voluntária. É dirigida e planificada. A conclusão do raciocínio 
constitui o último elo de uma cadeia, o período final de um ciclo de operações que se 
condicionam necessariamente (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007). 
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Segundo Mattar (2008) vários são os movimentos que procuram discutir em 
sentido amplo, os métodos em ciências, alguns deles acreditamos ser importantes 
discorrer, pois mostram as formas de pensamento que reinaram ao longo da história 
da humanidade. 
O empirismo, a primeira dessas formas de pensamento, pode ser entendido 
como uma postura filosófica, assim como o racionalismo e o idealismo. 
O empirismo inglês afirma, de uma forma geral, que a única fonte de nossas 
ideias é a experiência sensível, valorizando assim os sentidos. O empirismo acabou 
funcionando, na história do pensamento, como um movimento que funda todas as 
correntes anti idealistas, que defendem que o pensamento humano deva ser 
compreendido pela experiência efetiva, e não pela abstração do real. 
Se é claro que o empirismo não determinou o desenvolvimento das ciências 
naturais ou empíricas contemporâneas, ajudou sem dúvidaa construir uma 
atmosfera intelectual que se coaduna perfeitamente com os métodos dessas ciências 
(MATTAR, 2008). 
Nesse sentido, os empiristas ingleses destacam a importância da sensação e 
da experiência, e discutem temas importantes como o uso das hipóteses, a estrutura 
do raciocínio indutivo, a importância da probabilidade, etc. 
Ao positivismo associa-se o ideal de neutralidade nas ciências. Seu principal 
nome é o de Auguste Comte (1798-1857). Para ele, a ciência seria o conhecimento 
por excelência. Os conceitos e as expressões possuem significado se, e apenas se ou 
seja, se forem operacionalizados (MATTAR, 2008). 
A extensão do positivismo é o neopositivismo (positivismo lógico ou 
empirismo lógico), que também destaca a importância da operacionalização. O 
neopositivismo caracteriza-se pela combinação de ideias empiristas com a lógica 
moderna. O movimento surgiu na Áustria, com o “Círculo de Viena” (fundado pelo 
filósofo Moritz Schlich em 1924, durou até 1936), na Alemanha e na Polônia. Muitos 
de seus principais filósofos emigraram para os Estados Unidos ou a Inglaterra, 
fugindo do nazismo. Alguns de seus nomes mais importantes são Rudolf Carnap 
(1891-1970), Herbert Feigl (1902-1988), Otto Neurath (1882-1945) e Friedrich 
Waisman (1896-1959) (MATTAR, 2008). 
Para o neopositivismo, a verificabilidade seria o critério de significação de 
um enunciado. O sentido das proposições científicas dependeria, portanto, de uma 
verificabilidade empírica. Assim, as ciências empíricas, guiadas pela lógica e pela 
matemática para manter o rigor e a correção de suas teorias, esgotariam o 
conhecimento possível do real. O neopositivismo destaca-se também, nesse sentido, 
pelas investigações centradas num critério de demarcação, que separaria as 
proposições científicas das não científicas (MATTAR, 2008). 
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O pragmatismo está associado ao filósofo, matemático, lógico e cientista 
norte americano Charles Sanders Peirce (1839-1914). Há outros nomes importantes 
de pragmatistas clássicos, além de Peirce, como Ralph Waldo Emerson, William 
James e John Dewey, assim como de pragmatistas contemporâneos, como Richard 
Rorty, Hilary Putnam, Stanley Fish, Nancy Fraser, Cornel West, Ian Hacking, 
Richard Poirier e Stanley Cavell. De origem filosófica, o pragmatismo apresentará 
ramificações na política, na educação e na crítica literária, para se constituir como 
um método científico (MATTAR, 2008). 
Para os pragmatistas, a clareza de nossas ideias implica concebermos seus 
efeitos práticos, ou seja, sensações e reações associadas com o objeto do pensamento. 
A máxima pragmatista diz que, para clarificar, para “desenvolver” o 
significado de uma concepção, é preciso determinar que hábitos ela produz, pois 
aquilo que uma coisa significa é simplesmente os hábitos que ela envolve. O 
pragmatismo busca os resultados, mais do que as origens, em nossa compreensão 
das ideias. Assim, equivale aos procedimentos experimentais básicos das ciências de 
laboratório, e poderia ser empregado em qualquer campo do conhecimento. É 
sinônimo, portanto, do método experimental das ciências para adquirir e 
desenvolver o conhecimento humano (MATTAR, 2008). 
A estrutura do método científico, segundo o pragmatismo, dividir-se-ia em: 
1) identificar o problema; 
2) oferecer uma hipótese explanatória usando meios abdutivos*1; e 
3) testar nossa hipótese contra o problema por meios dedutivos. 
*(1) - O raciocínio abdutivo é ampliativo, ele busca a validez assim como a indução e busca a 
melhor explicação possível assim como a dedução busca a verdade. O interessante é que a 
Abdução é o único raciocínio que produz a criatividade e a inovação, por ser a única lógica 
que introduz uma nova ideia. 
O que poderia ser resumido pela tríade problema-hipótese-teste. A estrutura 
básica do método do pragmatismo para a aquisição e o desenvolvimento do 
conhecimento humano, portanto, implica três passos: 
a) Identificar o problema que se tem em mãos, seja pela experiência 
comum, como se aprende, ou pelos fatos ou explicações especiais ou 
peculiares da disciplina acadêmica. 
b) Produzir, usando toda a criatividade possível, uma explicação ou, 
ainda melhor, uma hipótese explanatória (algo passível de teste) que 
se acredite que possa pelo menos parcialmente resolver o problema. 
c) Testar a sua explicação cuidadosa e repetidamente, principalmente a 
sua hipótese, contra aquilo a que ela está programada a explicar, 
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principalmente o problema, e com o mesmo cuidado (ou ainda mais 
cuidado) observar e anotar os resultados desse teste buscando erros 
(MATTAR, 2008). 
O pragmatismo seria, nesse sentido, o método dos métodos, ou o método dos 
outros métodos. Seriam seus métodos subsidiários: o raciocínio abdutivo, do qual 
derivam as hipóteses que são selecionadas para testar o raciocínio dedutivo, pelo 
qual, idealmente, a certeza do conhecimento é expressa e pelo qual, com a finalidade 
de certeza, hipóteses erradas são eliminadas de nosso conjunto de explicações; e o 
raciocínio indutivo, pelo qual, sobretudo, probabilidades são examinadas e, de 
acordo com elas, hipóteses que sobrevivem a nossos exercícios de eliminação 
dedutiva são consideradas, para investigações futuras (MATTAR, 2008). 
É importante distinguir o marxismo como metodologia, do marxismo como 
programa social. Como método, é necessário destacar pelo menos dois aspectos do 
marxismo: 
• Em primeiro lugar, o marxismo, ao descrever o movimento da 
realidade e do próprio pensamento por meio de uma dialética 
tese/antítese/síntese, defende a necessidade do trabalho com a 
negação e com a contradição: por meio da confrontação entre as ideias, 
seria possível gerar uma síntese, que por sua vez deveria ser submetida 
a uma nova contradição, e assim por diante. 
• Em segundo lugar, o marxismo é importante por defender que os 
níveis econômico, jurídico-político e ideológico devem ser estudados 
no processo de construção do conhecimento. Assim, o marxismo 
insiste que essas perspectivas devem ser levadas em conta, nas 
ciências humanas, para a análise e interpretação dos fenômenos 
relacionados ao ser humano, e, em relação às ciências empíricas, 
introduz uma perspectiva de estudar a verdade científica em sua 
exterioridade, ou seja, não apenas por meio do desenvolvimento 
interno das ciências, de seus métodos e sua lógica, mas também das 
influências socioeconômicas que determinam o seu progresso, a maior 
ou menor aceitação das teorias científicas, a transmissão do 
conhecimento científico, etc. (MATTAR, 2008). 
O estruturalismo desenvolveu-se na França, entre os anos 1950 e 1960, 
envolvendo os campos da psicanálise e da psicologia, da filosofia, da antropologia, 
da linguística, das ciências sociais, da crítica literária e da semiótica, incluindo a 
matemática e a lógica, a física e a biologia. 
Nomes de destaque no movimento são: os linguistas Ferdinand de Saussure 
(com seu clássico Curso de Linguística Geral), Roman Jakobson; o antropólogo 
Claude Lévi-Strauss; os filósofos Michel Foucault, Jacques Derrida; o estudioso da 
cultura grega Jean-Pierre Vernant; O psicólogo Jacques Lacan; além de Roland 
Barthes, Louis Althusser, Pierre Bourdieu e George Dúmezil (MATTAR, 2008). 
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O estruturalismo defende que a realidade é composta de estruturas. Assim, 
seria possível encontrar e estudar estruturas em arquitetura, nocorpo, nas línguas, 
na psicologia, na matemática, na geologia, na anatomia, e inclusive nas ciências 
humanas e sociais. O método das ciências, portanto, seria identificar essas 
estruturas e explicar como suas partes organizam-se numa totalidade, 
formalizando-as. 
A estrutura não deveria, entretanto, necessariamente ser entendida como 
algo estático, mas sim como uma totalidade que se transforma e se auto-regula. 
Por fim, temos Karl Popper, bastante conhecido como o introdutor do 
critério de falseabilidade para diferenciar as teorias científicas dos discursos não 
científicos. 
Um conceito científico deve ser refutável ou falseável, ou seja, deve ser 
possível admitir uma situação prática, como resultado de uma experiência, em que 
esse conceito possa ser desmentido. Uma teoria científica deve implicar a 
possibilidade de sua contradição: as teorias que não admitem sua possível negação 
pela experiência não seriam científicas (MATTAR, 2008). 
Em linhas gerais, Popper defende a substituição do método indutivo por um 
método hipotético-dedutivo. Ele se propõe a responder às seguintes questões, com o 
objetivo de distinguir entre ciência e pseudociência: 
“Quando uma teoria deve ser classificada como científica?” e “Há um critério para o 
caráter ou estatuto científico de uma teoria?” (MATTAR, 2008). 
Nessa direção, Popper realiza uma crítica à teoria da história de Marx, à 
psicanálise freudiana e à psicologia individual de Alfred Adler: há muitas 
verificações de suas verdades, e essas teorias acabam por ser sempre confirmadas. 
Para Popper, as confirmações devem ser classificadas como científicas apenas se 
forem o resultado de uma previsão que tiver assumido riscos. Uma teoria científica 
seria, então, uma proibição: quanto mais proíbe, melhor. Uma teoria que não é 
refutável por nenhum evento concebível não deve ser considerada científica; para 
assumir tal estatuto, ela deve ser incompatível com certos resultados possíveis da 
observação. 
 
 
 
 
 
 
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professor 
 
 
 
BELLO, José Luiz de Paiva. Metodologia Científica (2004). Disponível em: 
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm> Acesso em: 05 jun. 2010. 
 
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 
6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
 
FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Ciência. 2 ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 
1974. 
 
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua 
Portuguesa. 3 ed. Positivo. 2004 [CD-ROM]. 
 
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2004 
 
LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1983. 
 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4 ed. 
São Paulo: Atlas, 2004. 
 
MATTAR, João. Metodologia Científica na Era da informática. 3 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2008. 
 
MINAYO, Maria Cecília (org) et al, Pesquisa Social-Teoria, método e criatividade.21ª 
ed. Petrópolis: Vozes,2002. 
 
MOLINA, Maria José T. O método dialético global (2007). Disponível em: 
<http://www.molwick.com/pt/metodos-cientificos/524-metodoscientificos.html#texto> 
Acesso em: 06 jun. 2010. 
 
NEVES, Josélia Gomes. Metodologia Científica ou a dor e a delícia de aprender a ler e 
escrever na graduação. Revista Virtual Partes, 2005. Disponível em: 
<http://www.partes.com.br/educacao/metodologia.asp> Acesso em: 05 jun. 2010. 
 
NEVILLE, Robert. As contribuições de Charles S Pierce para a filosofia da religião 
contemporânea. Cognitio: revista de filosofia do Centro de Estudos do Pragmatismo 
da PUC-SP, São Paulo, ano 2, 2001. 
 
XAVIER, A.R. et al. Cultura e educação na idade média: aspectos histórico, filosófico 
e teológicos. Revista Dialectus, Ano 4, n.11, agosto/dezembro 2017, p.310-326. 
 
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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