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Instalações Industriais Prof. Dr. Iury Sousa e Silva WebAula 1 TUBOS E TUBULAÇÕES Um sistema de tubulação é um conjunto de tubos, normalmente fechados, unidos por acessórios e com o propósito de transportar fluidos. Tubo x Tubulação Tubo: É usado quando é necessário transferir um fluido de um local para outro. Tubulação: É um conjunto de acessórios que incluem tubos, válvulas, instrumentos e componentes especiais. Na indústria, são utilizadas no transporte de fluidos (líquidos e gases) de um local para outro. Características importantes para tubulações • Toda a tubulação deve ser pensada de modo a fornecer um layout simples, limpo e econômico, permitindo suporte fácil e flexibilidade adequada. • A tubulação deve ser organizada em racks horizontais e em elevações específicas • Nenhuma tubulação deve estar localizada dentro das salas de instrumentos, de controle elétrico ou de telecomunicações, exceto as tubulações de combate a incêndio. • A tubulação fria e quente deve ser agrupada separadamente com linhas quentes, não isoladas, em uma elevação mais alta que as linhas frias. Classificação das tubulações Tubulações Tubulações de uma instalação industrial incluem, além dos tubos em si, flanges, conexões, parafusos, gaxetas, válvulas e os dispositivos que controlam a pressão de outros componentes da tubulação, bem como os suportes e apoios para tubos e outros itens necessários para evitar a sobrepressurização e a sobrecarga dos componentes pressurizados. A tubulação é a união dos tubos, os elementos primordiais do conjunto, suas seções, conexões, válvulas e outros equipamentos mecânicos, tudo adequadamente apoiado por ganchos e suportes Tubulação é a união dos tubos, os elementos primordiais do conjunto, suas seções, conexões, válvulas e outros equipamentos mecânicos, tudo adequadamente apoiado por ganchos e suportes Tubos O tubo, de modo geral, pode ser entendido como a artéria principal que conecta as várias peças dos processos e utilidades industriais, dentro de uma planta produtiva. O tubo usado em uma planta de processo é projetado seguindo padrões estabelecidos pela norma americana ASME (American Society of Mechanical Engineers), que é aceita pela norma brasileira ABNT, usada e respeitada pela maioria das empresas. Esses tubos de instalações industriais são, geralmente, de construção metálica, como aço carbono, aço inoxidável duplex e cobre. Alguns dos materiais mais “caros” usados na construção de tubos são inconel, titânio, cromo-molibdênio e várias outras ligas de aço. Material de tubo: Inconel Inconel é uma marca registrada da Special Metals Corporation que designa uma família de superligas austeníticas à base de níquel-cromo. Tratam-se de materiais resistentes à corrosão por oxidação, adequados para serviços em ambientes extremos sujeitos a pressão e calor. Quando aquecidos, formam uma camada espessa, estável e passiva de óxido, protegendo a superfície de novos ataques, elevando sua resistência a altas temperaturas. As ligas de inconel são normalmente usadas em aplicações de alta temperatura. Materiais e processos de fabricação de tubos A norma ASME B31.3 (Process Piping Guide) é amplamente utilizada e consolidada nas organizações produtivas como a referência na tomada de decisões relativas aos projetos, definição de materiais e dimensionamento de tubulações industriais. Nela estão previstos e indicados métodos e práticas para cada tipo de aplicação. Identifica os padrões de componentes de uma tubulação industrial, além dos materiais indicados para cada aplicação. Os materiais de tubulação metálicos mais usados estão listados Os metais usados nos sistemas de tubulação de processo podem ser divididos em dois grupos: ferroso, feitos de ferro e ligas à base de ferro, e não ferroso, que inclui todos os outros metais e ligas. A maioria dos materiais de tubulação é feita de metais ferrosos Materiais e processos de fabricação de tubos O aço carbono é o material de construção mais comumente usado nos sistemas de tubulação de processo, seguido pelo aço inoxidável e várias ligas Processos de fabricação de tubos • Fabricado a partir de uma chapa de aço • As extremidades da chapa de aço são submetidas à esforços de tensão e temperatura, resultando na sua junção, formando o tubo • A costura refere-se à solda que é realizada para unir as extremidades da chapa e pode ser feita com ou sem metal de adição • Com metal: Costura contínua (buttweld) / Soldagem por resistência elétrica (ERW) • Sem metal: Arco submerso (SAW) / Processo MIG/MAG • A costura pode ser helicoidal ou longitudinal Tubo sem costura • Fabricado a partir de um tarugo • Não há processo de soldagem • Pode ser utilizado em processos que tem pressões elevadas, devido à não apresentar pontos de fragilidade na sua estrutura LONGITUDINAL HELICOIDAL Tubo com costura Ultrassom da chapa Corte, chanfro e pré- dobramento Inspeção - chanfro e pré- dobramento Formação U Formação O Inspeção visual externaLavagem interna e externa Ponteamento Faceamento Solda de chapinha Aquecedor Solda interna Inspeção da solda interna Solda externa Limpeza do fluxo, retirada da chapinha, esmerilhamento e resfriamento Inspeção ultrassom Lavagem interna Expansão à frio Teste hidrostático Inspeção ultrassom Inspeção de extremidades por ultrassom (opcional) Inspeção por raio-XFaceamento e Biselamento Inspeção, pesagem, medição e marcação Processo de fabricação de tubos com costura Processos de fabricação de tubos É comum a aplicação de laminação para tubos com diâmetros que variam entre 80 mm a 650 mm. Com os diâmetros externos e internos muito próximos da medida final desejada, e com os tubos alinhados no passo anterior, segue- se para a etapa final. Aqui são realizados uma série de processos para calibração dos diâmetros, que alisam as superfícies externa e interna pela passagem desses tubos por laminadores de mandris e calibradores. Lingote de aço, que tenha a dimensão externa muito próxima ao diâmetro externo do tubo que se deseja fabricar, é aquecido até 1200 °C e encaminhado a um laminador oblíquo 1° etapa 2° etapa A barra metálica é inserida entre os dois rolos de cone duplo com eixos concorrentes do laminador oblíquo. Assim, esse lingote é prensado de forma helicoidal por entre os roletes de eixos levemente angulados, gerando uma deformação que define seu diâmetro externo, ao mesmo tempo que uma ponteira, também cônica, força a abertura do diâmetro interno. Essa ponteira é fixa em uma haste, que deve ter o comprimento maior do que o tubo final O tubo ainda apresenta espessuras de paredes muito grossas. Então, com o aço do tubo ainda quente, a ponteira original é retirada e o tubo pré-formado é enviado para um novo laminador oblíquo, que possui uma ponteira com diâmetro maior que a do primeiro. Isso possibilita o afinamento das paredes e o alongamento do tubo, o que demanda uma haste ainda mais longa para fixar essa segunda ponteira. Após a formação forçada dos diâmetros internos e externos, devido à angulação dos rolos, o tubo apresenta, normalmente, grande empenamento. Isso demanda a passagem dele por desempenadeiras de rolos, que alinham esses elementos. 3° etapa 4° etapa 5° etapa O processo de fabricação sem costura por laminação clássico é chamado de Mannesmann e tem 5 etapas Processos de fabricação de tubos Para fabricar tubos pelo princípio da extrusão, deve-se empurrar um tarugo cilíndrico de aço contra uma matriz conformadora, que reduz sua seção transversal Após extrudado, o tubo se encontra, normalmente, curto e grosso. Para alcançar suas dimensões finais, ainda quente, esse tubo pré-formado é encaminhado a um laminador de rolos, que ajustará as medidas de diâmetro e espessura de parede. Esses processos são indicados para tubos com diâmetros até 80 mm e, principalmente, para materiais mais dúcteis, como cobre e alumínio, além de tubos plásticos. Processo de fabricação de tubos sem costura por Extrusão Processosde fabricação de tubos • Neste processo o material do tubo, em estado líquido, é despejado em moldes especiais, onde se solidifica e adquire forma tubular. • Normalmente fabricam-se por esse processo tubos de ferro fundido, aços especiais não-forjáveis e materiais não-metálicos como concreto, cimento amianto, entre outros. • O processo de fundição mais utilizado é o de fundição centrifugada, onde o molde, em posição quase horizontal, é rotacionado rapidamente, centrifugando o material e continuando o movimento até a solidificação. Processo de fabricação de tubos sem costura por Fundição Diâmetro nominal de tubos (NPS – Nominal Pipe Size) é um conjunto de tamanhos de tubulações padrão. Para cada NPS fabricam-se diversas espessuras de parede, denominadas séries (schedule) É o diâmetro da face externa da tubulação. Esse diâmetro não varia para todos os tubos do mesmo tamanho, independente da espessura de parede É influenciado pela espessura de parede da tubulação. A espessura de parede varia de acordo com pressão que a linha está submetida e cresce unicamente para dentro da tubulação, alterando o diâmetro interno. • Diâmetro nominal • Diâmetro externo • Diâmetro interno Diâmetro Nominal x Interno x Externo Equivalência do SCH com a espessura de parede Diâmetro nominal em polegadas (in) Espessura de parede em polegadas (in) Diâmetro nominal em milimetros (mm) Espessura de parede em milimetros (mm) Schedule Number Peso da tubulação (kg/m) Dimensionamento de tubulação Exemplo: independentemente da série, o diâmetro externo é sempre o mesmo, isto é, 33,46 mm. O que muda de uma série para a outra é a espessura das paredes e, com isso, o diâmetro interno de cada tubo. CONFORJA O CONFORJA é um documento em português que contempla vários dimensionais de tubos e conexões Diâmetros comerciais Os diâmetros comerciais de acordo com a ANSI B36.10 são: 1/8”, ¼”, 3/8”, ½”, ¾”, 1”, 1 ¼”, 1 ½”, 2”, 2 ½”, 3”, 3 ½”, 4”, 5”, 6”, 8”, 10”, 12”, 14”, 16”, 18”, 20”, 24”, 30”, 36”, 42”, 48” Os diâmetros comerciais de acordo com a ANSI B36.19 são: 1/8”, ¼”, 3/8”, ½”, ¾”, 1”, 1 ¼”, 1 ½”, 2”, 2 ½”, 3”, 3 ½”, 4”, 5”, 6”, 8”, 10”, 12” ANSI B36.19 ANSI B36.10 Diâmetros comerciais ANSI: AMERICAN NATIONAL STANDARDS INSTITUTE ANSI é uma organização privada sem fins lucrativos. Sua principal função é administrar e coordenar o sistema de avaliação de conformidade e padronização voluntária dos EUA. Eles fornecem um fórum para o desenvolvimento de padrões americanos. O sistema ANSI atribui “classificação schedule” e esses números determinam as espessuras de parede para diferentes usos de pressão. ASME: AMERICAN SOCIETY FOR MECHANICAL ENGINEERS Esta é uma das organizações de renome no mundo em desenvolvimento de códigos e padrões. A classificação schedule para conexões tubulares começa em ASME/ANSI B16. Existem várias classificações dos padrões ASME/ANSI B16 para diferentes acessórios de tubos. Normas ASME • ASME B16.5 Pipe Flanges and Flanged Fittings: NPS 1/2 through NPS 24 Metric/Inch Standard • ASME B16.9 Factory–Made Wrought Buttwelding Fittings • ASME B16.10 Face–to–Face and End–to–End Dimensions of Valves • ASME B16.11 Forged Fittings, Socket–Welding and Threaded • ASME B16.34 Valves – Flanged, Threaded, and Welding End • ASME B16.20 Metallic Gaskets for Pipe Flanges • ASME B16.21 Nonmetallic Flat Gaskets for Pipe Flanges • ASME B16.47 Large Diameter Steel Flanges: NPS 26 through NPS 60, Metric/Inch Standard • ASME B18.31.2 Continuous Thread Stud, Double-End Stud, and Flange Bolting Stud (Stud Bolt) (Inch Series) • ASME B31.3 Process Piping • ASME B36.10 Welded and Seamless Wrought Steel Pipe • ASME B36.19 Stainless Steel Pipe Normas ASME As principais normas sobre dimensionais de tubulações são referenciadas pela ASME (American Society of Mechanical Engineers) Materiais e processos de fabricação de tubos • Tubos de aço padrão são os tipos de tubo mais usados devido ao seu baixo custo e qualidades mecânicas, o que os tornam adequados para uma ampla gama de aplicações. • Tubos de aço são resistentes, duradouros e deformáveis. Isso significa que eles podem ser usados para aplicações com variações significativas de temperatura ou pressão. • Tubos de aço são bastante fáceis de fabricar, dobrar e cortar. • No entanto, os tubos de aço são muito propensos à corrosão se nenhum tratamento preventivo for aplicado. • A galvanização é um tratamento comum de controle de corrosão. Ela consiste em aplicar uma camada de zinco ao tubo de aço. Este revestimento se oxida no lugar do aço que protege, com a importante diferença de que o zinco se oxida muito lentamente Tubos de aço galvanizado Conceito de velocidade econômica e dimensionamento de tubulações para líquidos Para definição e dimensionamento dos tubos que compõem uma tubulação industrial, deve-se levar em conta, ao menos, as três seguintes variáveis: Dimensionamento do diâmetro que será usado na tubulação: De modo geral, esses diâmetros têm relação direta com as perdas de carga. Essas perdas dependem da medida linear dos tubos, layout, tipos de acessórios, desníveis do trajeto, velocidade, vazão, viscosidade do fluido e rugosidade da superfície interna da tubulação. Dimensionamento da deflexão e da flexibilidade de cada trecho da tubulação: Essas variáveis são dependentes do comprimento da tubulação e do layout, assim como da temperatura de trabalho e do material usado nos tubos. Dimensionamento dos pesos : Essa variável é fundamental para possibilitar a definição segura da estrutura e espaçamento dos pontos de suporte. A quantidade, posição e estrutura dos suportes têm relação direta com as cargas exercidas pelos tubos e pelos demais acessórios presentes em uma tubulação. Velocidade Econômica A velocidade nos dutos de uma tubulação industrial é um dos componentes mais importantes no estudo do projeto de abastecimento de fluidos. Velocidades altas podem causar danos à tubulação, enquanto velocidades baixas podem causar sedimentação. Portanto, a velocidade econômica é a chave do sucesso de um projeto de abastecimento de fluidos mais econômico e eficiente. A velocidade econômica é uma função das propriedades físicas do fluido que está sendo transportado, dos materiais do tubo, dos vários custos de capital e instalação, das horas de operação por ano, entre outros fatores. Esse valor é calculado usando os valores e constantes armazenados no dimensionamento do tubo, em base de dados. A velocidade econômica está mudando (geralmente diminuindo) com o tempo, principalmente porque os custos de energia aumentaram rapidamente nos últimos anos. Esses valores devem ser atualizados regularmente. Perda de Carga Quando o fluido segue através de um tubo, ocorre uma queda de pressão resultante da resistência ao fluxo. Para calcular a perda de carga em um tubo, é necessário calcular a queda de pressão, geralmente na superfície do fluido, para cada um dos itens que causam uma alteração na pressão. No entanto, para calcular a perda de atrito em um tubo, por exemplo, é necessário calcular o fator de atrito a ser usado na equação de Darcy-Weisbach, que determina a perda geral de atrito: Perda de Carga Equação de Colebrook-White para fator de atrito: Da equação da perda de carga: Perda de Carga A equação geral para essas iterações se dá pela relação das equações já citadas de Darcy-Weisbach, do número de Reynolds e de Colebrook-White, da seguinte forma: Espessura de tubulação Após o cálculo do diâmetro interno é a definição das espessuras de paredes desses tubos. Pode seguir as recomendações da norma ASME, que traz espessuras para cada diâmetro comercial de tubo, ou calcular a espessura mínima pela relação: Se t a espessura ficar abaixo da chamada espessura mínima estrutural, deve-se utilizar as seguintes séries de chapas para confecção dos tubos: Série 80 : Para diâmetros nominais menores do que uma polegada e meia (1 ½ “). Série 40: Para diâmetros nominais de 2“ até 12”.Espessura de 9 mm (ou 1/8”): Para diâmetros nominais maiores que 14”. OBRIGADO Prof. Dr. Iury Sousa e Silva Professor Executor EAD E-mail: iury.silva@sereducacional.com Instagram: @prof.iurysousa Linkedin: Iury Sousa e Silva Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31
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