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AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO E NEGATÓRIA DE PATERNIDADE CC ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA 
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DO TATUAPÉ DA COMARCA 
DE SÃO PAULO (SP) 
 
JAIRO, brasileiro, estado civil, profissão, portador do RG nº ____ e inscrita no CPF nº 
___________, residente e domiciliado em São Paulo (SP), na Rua ___________, nº 
__________, CEP: ________, Tatuapé, e-mail registrado como ____________, por 
intermédio do seu procurador constituído (procuração anexa), vem, respeitosamente, 
ajuizar a presente: 
 
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO E NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE 
REGISTRO CIVIL 
 
Em face de MARIANA, brasileira, menor, nascido em XX/XX/XXXX, portador do RG nº 
____ e inscrito no CPF nº ___________, neste ato representado por sua genitora 
ROSALVA, brasileira, estado civil, profissão, portadora do RG nº ____ e inscrita no CPF 
nº ___________, residente e domiciliada em São Paulo (SP), na Rua ___________, nº 
__________, Pinheiros, e-mail registrado como ____________, pelos motivos de fato e 
de direito que passa a expor a seguir. 
 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
Inicialmente pleiteia o requerente a concessão dos benefícios da justiça gratuita, na 
forma da Lei n. 1060/1950, por atualmente encontrar-se desempregado e ser pessoa 
economicamente pobre, na acepção jurídica do termo. 
 
DOS FATOS 
O autor e Rosalva conheceram-se na passagem do ano de 2020 para 2021 numa festa 
de Réveillon no Guarujá e iniciaram um namoro. Algum tempo depois, foram 
surpreendidos com a gravidez de Rosalva. Jairo, um rapaz muito correto, casou-se com 
Rosalva em dezembro de 2021. 
Mariana nasceu no dia 2 de julho de 2022 e Jairo registrou a criança em seu nome. 
Ocorre que quando a criança tinha apenas quatro meses de idade, Jairo descobriu que 
Rosalva o traia com outro homem, o que levou ao divórcio do casal, em novembro de 
2022, ficando estabelecida uma pensão alimentícia no valor de R$ 2.000,00 para a 
menor Mariana, conforme sentença, Processo n. 123451234-221.2021.2.23.1234. 
Jairo, muito abalado, tinha pouco contato com a filha Mariana, pois com o passar do 
tempo, ficava evidente que a menina não possuía nenhum traço dele e de sua família. 
Confrontada com esta informação, Rosalva confessou que realmente teve um outro 
relacionamento pouco antes de ficar grávida de Mariana, contudo declarou não ter 
dúvidas que Jairo é o pai de Mariana. 
Jairo não tem mais dúvidas que Mariana não é sua filha e deseja resolver tal situação e 
se desincumbir do pagamento da pensão alimentícia. 
Posto isso, esta é a razão pela qual vem amparar-se no Judiciário para que todas as 
providências legais sejam tomadas a fim de que se resolva a questão que ora se 
apresenta. 
 
DO DIREITO 
O artigo 1.601 do Código Civil embasa o fundamento da presente, onde estabelece que: 
Art. 1.601. “Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade 
dos filhos nascidos de sua mulher sendo tal ação 
imprescritível.” 
No mesmo sentido decidiu o STJ: 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. 
EXAME DE DNA. 
Tem-se como perfeitamente demonstrado o vício de consentimento 
a que foi levado a incorrer o suposto pai, quando induzido a erro ao 
proceder ao registro da criança, acreditando se tratar de filho 
biológico. A realização do exame pelo método DNA a comprovar 
cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido 
a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de 
paternidade, a anulação do registro ocorrido com 
vício de consentimento. 
Não pode prevalecer a verdade fictícia quando maculada pela 
verdade real e incontestável, calcada em prova de robusta certeza, 
como o é o exame genético pelo método DNA. E mesmo 
considerando a prevalência dos interesses da criança que deve 
nortear a condução do processo em que se discute de um lado o 
direito do pai de negar a paternidade em razão do estabelecimento 
da verdade biológica e,de outro, o direito da criança de ter 
preservado seu estado de filiação, verifica-se que não há prejuízo 
para esta, porquanto à menor socorre o direito de perseguir a 
verdade real em ação investigatória de paternidade, para valer-se, aí 
sim, do direito indisponível de reconhecimento do estado de filiação 
e das conseqüências, inclusive materiais, daí advindas. Recurso 
especial conhecido e provido.( REsp 878954 / RS RECURSO 
ESPECIAL 2006/0182349-0, Terceira Turma, RELATORA Ministra 
NANCY ANDRIGHI.) 
Dispõe o art. 3°, VI da Lei 1.060/50: 
 Art. 3º. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções: 
[..] VI – das despesas com a realização do exame de código genético 
– DNA que for requisitado pela autoridade judiciária nas ações de 
investigação de paternidade ou maternidade. 
Consoante o artigo retro citado, resta claro o permissivo legal para a realização do 
exame pretendido, uma vez que é prova imprescindível para o julgamento do feito. 
Importante salientar que a prova material que exclui a paternidade do Requerente sobre 
o Requerido (exame de DNA), só vem concretizar o que já é um fato para os mesmos: 
A completa ausência de relação afetiva entre, o até então pai, e seu filho. 
Motivo pelo qual requer a liberação de todas as obrigações a que vem se 
submetendo até o presente e que são inerentes da paternidade; qual seja a de 
continuar prestando alimentos ao Requerido, que, como será comprovado de 
forma inquestionável que não é seu descendente. Sendo assim não existe 
nenhum vínculo que justifique a manutenção das obrigações alimentares. 
Neste sentido, a jurisprudência tem seguido pelo caminho da desconstituição da 
paternidade, vejamos: 
APELAÇÃO CÍVEL. 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA. 
AUSÊNCIA DE AFETIVIDADE ENTRE PAI REGISTRAL E FILHO. 
ANULAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. POSSIBILIDADE, 
NA HIPÓTESE. No caso, não há razão para se prestigiar 
uma paternidade registrada em estado de erro, principalmente 
quando inexistente paternidade socioafetiva e ausente 
a paternidadebiológica, confirmada por exame de DNA. Recurso 
desprovido. (Apelação Cível Nº 70026016311, Sétima Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RS.) 
É válido também, ressaltar a necessidade da presente demanda para que o direito do 
Requerido de obter a verdade de sua real filiação seja respeitado por todas as partes 
envolvidas no caso. O Estado já se posiciona no sentido de que não há qualquer 
benefício para a criança, a manutenção de uma paternidade apenas jurídica, in verbis: 
AÇÃO NEGATORIA DE PATERNIDADE. ANULACAO DE 
REGISTRO DE NASCIMENTO. PRESUNCAO PATER EST. 
PRINCIPIO DA VERDADE REAL. PREVALENCIA DA 
PATERNIDADE BIOLOGICA. Apelação Cível. Direito de Família. 
Ação negatória de paternidade c/c anulação de registro de 
nascimento. Dois exames de DNA que afastam, em definitivo, a 
paternidade. Autor que registrou a menor em seu nome, sob o manto 
da presunção “pater est”. Inexiste qualquer benefício para a criança 
a manutenção de uma paternidade exclusivamente jurídica, 
permeada por sentimentos de rejeição, traição e mágoa. O autor, 
embora tenha criado a menor como se fosse sua filha, desde que 
descobriu a traição, a vê como a materialização do adultério, com 
todos os sentimentos negativos que a situação envolve. Direito da 
criança de perseguir a verdade real acerca de sua filiação, através de 
ação investigatória de paternidade. Prevalência da paternidade 
biológica sobre a afetiva. Sentença que se mantém, desprovendo-se 
o recurso. (TJRJ. APELAÇÃO CÍVEL – 2007.001.15172. JULGADO 
EM 21/08/2007. DECIMA SEGUNDA CÂMARA CIVEL – Unanime. 
RELATORA: DESEMBARGADORADENISE LEVY TREDLER). 
Quanto à desconstituição do Registro Público, além de jurídico, o pedido é justo em que 
pese à necessidade de que os registros públicos reflitam a verdade real, como é a do 
presente caso. 
Nessa vertente, após as diligências e provas, requer ainda a retificação do Registro 
Público para que este seja compatível com a realidade atual, com a declaraçãode 
nulidade do assento de nascimento do Requerido, bem como a exclusão do nome do 
Requerente e dos avós paternos. 
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, o autor pede e requer: 
Que seja, ao final, julgada procedente a presente ação com a devida: 
a) desconstituição da relação de filiação entre as partes em função do reconhecimento 
de paternidade viciado – erro substancial – retornando as partes ao status quo ante; 
b) desconstituição da relação jurídica alimentar estabelecida entre autor e ré, que é 
corolário do estado de filiação que se busca desconstituir; 
c) emissão de mandado ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais 
(identificação do cartório), para que proceda junto à certidão de matrícula (número da 
matrícula) a exclusão do nome do autor como pai da ré, bem como a retirada do nome 
dos avós paternos, sendo retirado do nome da ré o sobrenome do autor, com a 
consequente exoneração da obrigação alimentar; 
Requer ainda, 
d) citação da ré, por oficial de justiça, na pessoa de sua representante legal, para 
comparecer à audiência de conciliação, nos termos do art. 319, VII do CPC/2015; 
e) determinação de prova pericial por exame hematológico, exame de DNA, oficiando-
se o IMESC e intimando-se as partes para o comparecimento em local e data para a 
realização do exame, sob pena de desobediência à ordem judicial. 
f) a intimação do representante do Ministério Público para acompanhar o feito (art. 178 
CPC); 
g) a condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários 
sucumbenciais, na forma da lei. 
Provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, incluindo exame 
genético (DNA), depoimento pessoal da genitora da ré, oitiva de testemunhas, juntada 
de documentos e outras perícias. 
Atribui-se à causa, conforme art. 292, III, CPC, o valor de R$ 24.000,00 (doze vezes o 
valor do montante da pensão alimentícia de que o autor pretende se exonerar). 
Nestes termos, 
pede e espera deferimento. 
… (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano). 
ADVOGADO 
OAB n° …. – UF

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