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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAÇAPAVA (SP) ELIZETE, brasileira, solteira, manicure, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, e no RG sob o nº X.XXX.XXX, residente e domiciliado na Caçapava – SP, CEP XX.XXX-XXX, telefone nº (DDD) 9 XXXX-XXXX, e endereço eletrônico ___________________________________, vem, respeitosamente, propor: AÇÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS em face à ALBERTO, brasileiro, solteiro, médico veterinário, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, e no RG sob o nº X.XXX.XXX, residente e domiciliado na São José dos Campos – SP, CEP XX.XXX-XXX, telefone nº (DDD) 9 XXXX-XXXX, e endereço eletrônico ___________________________________, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I - DOS FATOS Alberto e Elizete são pais de Bruna, uma menina de 8 anos que mora com a mãe desde o nascimento em Caçapava (SP). Alberto e Elizete foram namorados. Pouco tempo depois do término do namoro, Elizete descobriu que estava grávida de Alberto. Alberto ficou muito abalado, mas quando soube que Elizete tinha dado à luz uma menina, muito parecida com sua mãe, resolveu assumir a paternidade de Bruna. Embora o pai, que mora em São José dos Campos (SP), tenha reconhecido oficialmente a filha no nascimento, ele jamais colaborou de forma consistente para o seu sustento, ajudando esporadicamente depositando na conta da genitora da menina quantias entre R$ 600,00 e R$ 800,00 mensais. Elizete é manicure e passa por dificuldades para criar a filha, já que recebe apenas R$ 1.200,00 mensais. As despesas com moradia, alimentação, transporte, escola, saúde e lazer da criança somam atualmente R$ 2.000,00, sendo essencial que a contribuição do pai seja constante e proporcional às suas possibilidades; como a genitora está auferindo poucos recursos e se encontra endividada, pode pagar R$ 240,00 por mês, devendo o pai da criança pagar R$ 1.760,00. Nos últimos meses, o pai parou de efetuar os módicos depósitos para Bruna, não tendo explicado a razão para tal omissão. Elizete sabe que Alberto é veterinário, não tem filhos e, segundo afirmou em certa oportunidade aufere renda média de R$ 12 mil mensais. Contudo, sempre que tenta falar com ele sobre o pagamento da pensão a Bruna, é rechaçada e constrangida. II - DO DIREITO A obrigação alimentar perseguida é indispensável à subsistência da menor, a qual, como na hipótese, não pode esperar meses para serem satisfeitas suas necessidades básicas. O Promovido, pois, deve prover alimentos provisórios de sorte a assegurar à Autora o necessário à sua manutenção. Com isso, garantindo-a meios de subsistência. Como afirmado nas linhas iniciais, na data da propositura desta querela a filha da requerente e do requerido com a tenra idade de 08 (oito) anos, donde se presume necessidades especiais. De outra banda, é consabido que aos pais cabe o dever de sustentar os filhos menores, fornecendo-lhe, sobretudo, alimentação, vestuário, moradia, educação, medicamentos etc. E essa é a dicção contida na Legislação Substantiva Civil, ad litteram: Art. 1.568 - Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação; Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor. Do mesmo modo o Estatuto da Criança e do Adolescente, verbo ad verbum: Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Além disso, no plano da Constituição Federal: Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Impende realçar que, de fato, a genitora não tem condições de sozinha arcar com todas as despesas referentes aos alimentos da menor. A mãe, representando a infante nesta querela, trabalha de manicure. Percebe uma remuneração mensal bruta de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais). Não detém qualquer outra fonte de renda. A Lei 5.478/68 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando esta. O artigo 1.696 do diploma Civil diz que: “Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.” O requerente encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil, in verbis: “Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.” Ademais, o dever de prestação de alimentos está previsto expressamente na Constituição Federal, em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazer as necessidades vitais do autor, vez que este não pode provê-las por si. FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS É sábido que nas ações de alimentos é cabível a fixação de alimentos provisórios, conforme ensinamentos do art. 4º da Lei 5.478/68: “ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.” No caso em tela, em decorrência das dificuldades financeiras da genitora da menor, necessário se faz a fixação, como tutela de urgência, tendo em vista que o requerido possui situação econômica financeira estável. À vista disso, requer aV. Excelência a fixação de alimentos provisórios, em caráter de urgência, no valor mensal de 30% sobre o salário do Requerido, para satisfação das necessidades da filha. DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO Preenchido os requisitos da exordial, caso entenda conveniente ao procedimento, que seja designada audiência prévia de conciliação no termos do artigo 319 do Código de Processo Civil de 2015. DA JUSTIÇA GRATUITA Mister se faz salientar que a reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 98 do CPC, bem como na declaração de hipossuficiência em anexo. III – DO PEDIDO Ante o exposto, pede a autora à Vossa Excelência: a) a fixação de alimentos provisórios em R$ 1.760,00 (mil setecentos e sessenta reais), nos termos do art. 4º da Lei n. 5.478/68; b) posteriormente, a condenação do réu, em definitivo, ao pagamento de pensãomensal, no mesmo valor, sendo ainda condenado a arcar com o ônus da sucumbência atinente às custas, despesas e honorários advocatícios. Requer, ainda, a autora: a) o reconhecimento, nos termos do art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei de Alimentos, da incidência dos benefícios da justiça gratuita, pois a autora e sua representante são pobres na acepção jurídica do termo; b) seja o réu citado, nos termos do art. 5º da Lei n. 5.478/68 para, querendo, compareça à audiência de conciliação, instrução e julgamento, ocasião em que deverá apresentar sua defesa, sob pena de revelia, bem como produzir as provas que tiver interesse. c) a intimação do representante do Ministério Público para acompanhamento do feito, nos termos dos arts. 698, CPC,9º e 11 da Lei n. 5.478/1968. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos, oitiva de testemunhas, rol anexo e depoimento pessoal do réu, pugnando-se, desde já, pela distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, § 1º, CPC) em relação aos fatos de prova inviável pele alimentanda. Dá-se à causa o valor de R$ 21.120,00 Nestes termos, aguarda-se deferimento. Cidade, data. Assinatura, OAB
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