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Trabalho escrito - Grupo 4 - Fórum 1

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Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)
Faculdade de Ciências da Educação e Saúde (FACES)
Disciplina: Fórum de Debates I 
Professora: Fádua Helou
Grupos terapêuticos para homens: a busca por uma masculinidade mais saudável
Anibal Bruno Langkamer Londe - RA:21708414 
Iane Andrade Neves - RA: 21952431 
Laila Guimarães Cardoso - RA: 21907558
Lara Monteiro Galvão - RA: 21805262 
Lilia da Costa Silva - RA: 21905306 
Maria Francisca de Freitas - RA: 21954661
 
Sumário
 
1. Introdução
Este trabalho faz parte do cumprimento da disciplina de Fórum de Debates 1 do curso de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (Uniceub), com o foco em desenvolver estudos sobre o tema: Grupos terapêuticos para homens: a busca por uma masculinidade mais saudável.
É possível observar os modelos imperativos de masculinidades, onde o incentivo é para que não sejam demonstrados sentimentos, fragilidades e bloqueios, e que o homem seja sempre aquele que demonstra força, eficiência, responsável por gerir e prover, e em decorrência desse modelo, muitos homens não conseguem construir um modelo saudável de vivenciar a masculinidade.
O objetivo geral do trabalho é o de compreender os trabalhos de grupos terapêuticos para homens, observando a relevância e os impactos positivos dos referidos grupos na construção de masculinidades mais adequadas não somente para os homens em si, mas também para a sociedade como um todo. 
Como objetivos específicos, compreendidos como os subtemas que ancoram o desenvolvimento do trabalho, há os seguintes pontos: 1. Compreender a construção social da masculinidade na sociedade e como estas construções interferem diretamente nas vivências dos homens, além de 2. Compreender o que pode ser entendido como masculinidade tóxica e, ainda, 3. A relevância dos grupos terapêuticos com foco em homens, buscando possibilitar espaços de diálogo e de autoconhecimento para homens. 
Neste contexto, entende-se a relevância do tema, tendo em vista a necessidade, muito atual, de se repensar o lugar do homem e da masculinidade na sociedade, além de compreender a importância de haver espaços em que os homens possam ser acolhidos em suas limitações e dificuldades, possibilitando processos de autoconhecimento compartilhados entre eles próprios, e trazer também reflexões individuais e coletivas, para a vivência de processos para desconstrução das masculinidades hegemônicas e tóxicas.
No que concerne à contribuição para a formação como psicólogos, pode-se considerar a necessidade de se compreender as necessidades terapêuticas das realidades de cada um dos gêneros. Assim, torna-se possível que os psicólogos se sensibilizem para as diversas questões, limitações, emoções, sentimentos vivenciados no âmbito masculino, possibilitando o amadurecimento e esclarecimento de estratégias terapêuticas.
2. Desenvolvimento
2.1 Método
O tema do referido estudo será realizado por meio da pesquisa de tipo qualitativa, tendo como estratégia de pesquisa o estudo dos casos de alguns grupos terapêuticos para homens, a partir da entrevista com o apoio de um roteiro que facilite a conversa entre a aluna e o participante.
O grupo realizou uma identificação de grupos com enfoque em masculinidades que existam não somente em Brasília, como no Brasil. Foram enviadas mensagens por e-mail, pelo instagram e também pelo aplicativo Whatsapp. 
As respostas coletadas fazem parte da Discussão deste relatório e irão compor a apresentação da 1ª Fase do Debate que acontecerá no dia 10/10/2020.
2.2 Procedimentos 
O tema a ser desenvolvido, Grupos terapêuticos para homens: a busca por uma masculinidade mais saudável, compondo as atividades da disciplina, terá duas apresentações e uma avaliação. Dessa forma, são 3 fases distintas.
· Fase 1 do Debate: Apresentação do grupo - 10/10/2020;
· Fase 2 do Debate: Participação do profissional da área estudada - 17/10/2020;
· Fase 3 do Debate: Avaliação do trabalho desenvolvido - 24/10/2020.
A primeira fase, denominada de Apresentação do Grupo, tratará do desenvolvimento da pesquisa teórica para embasamento do trabalho escrito, que oferecerá os fundamentos teóricos necessários, tanto ao debate, quanto ao relatório a ser apresentado ao final da disciplina.
A pesquisa bibliográfica terá como referências os artigos científicos, periódicos e revistas relativos ao tema, como também leis ou outros dispositivos que regulamentam a atuação do psicólogo que atua nesta área. 
Na apresentação do conteúdo, possibilitando o debate, cada membro do grupo abordará a parte teórica, pertinente ao conteúdo, trazendo as informações importantes, além de trechos de documentários sobre o tema explorado, a fim de que os demais alunos da disciplina possam inteirar-se do assunto apresentado pelo grupo. 
O grupo apresentará o trabalho no dia 10/10/2020 , o qual será dividido em seis partes. A introdução ficará a cargo de Lara. No desenvolvimento, os subtemas serão expostos da seguinte forma:1.Construção da masculinidade (construção social) por Maria Francisca. Masculinidade tóxica por Lília. e 3. Grupos terapêuticos por Iane. A discussão será apresentada por Bruno e Laila. A conclusão será apresentada por Lara. 
Ainda comporão o relatório e também a apresentação, do dia 10 de outubro, alguns trechos de documentários pertinentes ao tema. Os quais são descritos a seguir:
· Silêncio dos homens
· Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE 
· Papo de homem | Sérgio Barbosa | TEDxSaoPaulo: 
· Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=LTOojnUA270
· Quebrando o silêncio: como os homens se transformam | Guilherme Valadares | TEDxRuaPortugal
· Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=gw09QlQE7J4
· Precisamos falar com os homens? / Do we need to talk to men? (Filme)
· Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=jyKxmACaS5Q
A segunda fase do trabalho, denominada de Participação do Profissional, contará com a participação do convidado, o qual é um profissional da área/temática escolhida, que falará da parte prática do desenvolvimento de seu trabalho, facilitando ainda mais a ampliação do conhecimento dos estudantes acerca dos temas discutidos neste grupo. 
O convidado será o Pedro Maia no dia 17/10/2020, o qual relatará sua experiência como facilitador de um grupo terapêutico direcionado por homens para homens, o chamado Homens Essenciais. Para facilitar a compreensão do convidado sobre o objetivo do encontro, foi enviado, por e-mail, o roteiro com as perguntas pertinentes que os estudantes e participantes do grupo consideraram relevantes de serem abordados no dia.
Roteiro de informações para serem perguntadas aos facilitadores:
Enviar perguntas para vários grupos terapêuticos e apresentar os relatos.
· Qual o nome do grupo?
· Qual a proposta do grupo (qual o principal tema, como funciona, como acontecem as atividades)
· Quais as motivações e interesses dos homens que procuram participar dos grupos?
· Quais as habilidades e capacitações foram necessárias e relevantes para tornar o facilitador apto para direcionar o grupo?
· Qual a trajetória e como/pq o facilitador chegou a trabalhar esse tema e criar o grupo?
· O que o facilitador enxergou de transformação nos homens que participaram?
· Qual o maior desafio desses trabalhos?
· Mais informações que o facilitador considerar relevante de ser relatado.
2.3 Avaliação
	A terceira fase deste trabalho será a avaliação dos trabalhos desenvolvidos. A avaliação ocorrerá no dia 24/10/2020 e será direcionada pela Professora Fádua com comentários sobre o trabalho, além da leitura do relatório extraído dos formulários preenchidos tanto pelos estudantes que fazem parte do grupo, quanto pelos estudantes que assistiram à apresentação e participaram de forma direta ou indireta das discussões.
3. Revisão da Literatura
3.1 Construção da Masculinidade 
 	A masculinidade, segundo Silva ( 2000) é uma construção sócio-histórico. Para Foucault (2001) o termo sexualidade surgiu no Século XIX e pertencentes às sociedades modernas e pós-modernas e o que se estabelecesão as normas de diferenças sexuais entre homem e mulher. E o culto à masculinidade surge, depois em decorrência direta da mudança da concepção biológica para a política, econômica e social. 
Connell (1995) defende que o conceito de masculinidade é uma configuração da prática, que é estruturada na ênfase das experiências concretas presentes no cotidiano de muitos homens e não estão unicamente voltados aos comportamentos que as sociedades esperam dos homens nos diferentes contextos socioculturais.
Nader & Caninoti (2014) esclarecem que tanto o conceito de masculinidade, quanto de feminilidade foram construídos socialmente. Desta forma, a masculinidade pode ser compreendida como uma metáfora de poder, acessada pelos homens quando exigida essa necessidade. Assim, pode-se entender que: 
“O processo de construção do gênero varia tanto dependendo do tempo histórico quanto do lugar onde o indivíduo está inserido” (HARDY e JIMENEZ, 2001 apud NADER e CAMINOTI, 2014). 
Como aponta Souza, Altomar & Manfrine (2017) “A masculinidade pode ser compreendida como um desdobramento da categoria gênero, enquanto espaço simbólico que aponta atitudes, comportamentos, sentimentos, ações a serem seguidas como modelo hegemônico imposto socialmente e culturalmente para referência e afirmação da condição de homem na sociedade burguesa.” (SOUZA, ALTOMAR, MANFRINE, 2017)
Silva (2000), aborda os conceitos de masculinidade como uma prisão identitária. 
	Ao retomar a trajetória da masculinidade na história, Silva (2000) compreende que esta pode ser uma forma de não se repetir os padrões dos erros no futuro e, ainda, respeitar as singularidades dos sujeitos mesmo tendo como força contrária as visões hegemônicas de masculinidade.
“Há de se pensar para que serve o recurso histórico, quando a ele recorremos no estudo da nossa sexualidade, das relações sexuais e de gênero? Serve para mostrar a diversidade/pluralidade de identidades, por exemplo, masculinas, ao longo da própria história, e aprender com estas experiências anteriores para que não se cometa os mesmos erros no futuro. Também há de se pensar que enquanto não nos libertarmos de conceitos tautológicos e reducionistas, como identidades de gênero (masculinidade e feminilidade) ou identidades sexuais (heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade), ou seja, enquanto não aprendermos a respeitar as nossas singularidades, construídas através da diversidade histórica, social e cultural em que vivemos, enquanto não nos respeitarmos enquanto sujeitos, não conseguiremos respeitar também nossas construções singulares e identitárias, indiferente se sejamos homens ou mulheres, independente das nossas particularidades anatômicas, independente dos nossos desejos afetivos e sexuais, independente, até mesmo, do papel social que exercemos no nosso dia a dia.” (SILVA, 2000)
	Um exemplo expressivo da construção da masculinidade versa sobre a ausência de atenção à saúde seja ela emocional, psicológica ou física. 
De acordo com Lyra, na formação do homem foram construídos mitos e paradigmas em torno da masculinidade (2011, p.79): “acreditou-se que os homens não precisavam dar atenção à saúde, já que, sendo símbolos de virilidade, força e racionalidade, não constituiriam alvo fácil de fraquezas, como as doenças” e ainda “os homens eram agressivos, pouco cooperativos e irresponsáveis, o que contribuía para um menor cuidado, seja com a sua própria saúde, seja com a de terceiros” (LYRA, 2010 apud SOUZA, ALTOMAR, MANFRINE, 2017) 
3.2 Masculinidade Tóxica
De acordo com Rosostolato, B. (2019) o movimento de pensar a toxicidade das masculinidades é imprescindível, e precisa ser abordado com muito cuidado, trazendo clareza sobre o que é e o que não é, em vista disso o autor traz uma definição sobre a temática:
“Masculinidade tóxica é uma descrição estreita e repressiva da masculinidade que a designa como definida por violência, sexo, status e agressão, é o ideal cultural da masculinidade, onde a força é tudo, enquanto as emoções são uma fraqueza; sexo e brutalidade são padrões pelos quais os homens são avaliados, enquanto traços supostamente ‘femininos’ – que podem variar de vulnerabilidade emocional a simplesmente não serem hipersexuais – são os meios pelos quais seu status como ‘homem’ pode ser removido. Alguns dos efeitos da masculinidade tóxica estão à supressão de sentimentos, encorajamento da violência, falta de incentivo em procurar ajuda, até coisas ainda mais graves, como perpetuação e encorajamento de estupro, homofobia, misoginia e racismo”
Esses modelos tóxicos de masculinidades podem ser evidenciados, por meio de comportamentos agressivos, dominadores, invasivos, desrespeitosos, e de ideias hegemônicas de como ser homem. E essas idéias distorcidas da masculinidade ao longo do tempo foram endurecendo os homens (Reid 2015). Guilherme Valadares enumera sete aspectos que compõem essa toxicidade: agressividade excessiva, medo de ser gay, medo de ser fraco, medo de ser feminino, busca por ser visto como altamente sexual, fechamento emocional , onde se evita a vulnerabilidade, obsessividade com poder e dinheiro que podem ser vistas em relações autodestrutivas com o trabalho. Reid (2015), apud Rosostolato (2019) 
3.3 Grupos Terapêuticos 
	Ceccarelli (1998) apresenta a construção da masculinidade a partir de rituais de aquisição, os quais podem ser entendidos como rituais de iniciação. O autor traz, por exemplo, o contexto da Grécia antiga que o ensinamentos, baseados em sexo, eram passados de corpo a corpo entre homens. Atualmente, o autor cita o exemplo da dureza e crueldade da disciplina militar nos recrutas, procurando
“[...]ter acesso ao grupo dos homens, dos "verdadeiros", é necessário despojar-se de toda contaminação feminina. A "filosofia" dos Marines é suficientemente clara: "Para se criar um grupo de homens, mate a mulher que está neles".(CECCARELLI, 1998)
Dessa forma, o Ceccarelli (1998), entende que: 
“O trajeto que leva o menino da posição masculina à masculinidade -resultado de um longo percurso que se constrói em um espaço político e social, através de diversos rituais e provas de iniciação[...] (CECCARELLI, 1998)
Por meio da análise de toda a problemática que envolve a questão da masculinidades, pode-se entender, como afirma Silva (2000) que:
“Com a diversidade de culturas, crenças e a pluralidade de identidades psicológicas, sociais, de gênero e sexuais na contemporaneidade, é simplesmente impossível conceber uma hegemonia frente às nossas identidades, porque elas não são fixas, imutáveis, pelo contrário, elas estão constantemente sofrendo mudanças, e a cada década, podemos perceber que cada vez mais a cultura, os modos de vida, de se comportar, de ser e de estar, vão se alterando, adequando-se às exigências do próprio tempo.” (SILVA, 2000)
“Talvez, essa seja uma saída mais justa, mais ética, mais humana, para não infringirmos no indivíduo, qualquer espécie de sofrimento psíquico ou àqueles que ousaram ir contra às regras impostas pela cultura e pelos processos de socialização, aprendidos ao longo do tempo. Para não infringir sofrimento psíquico aqueles que ousaram questionar os limites de suas prisões identitárias.” (SILVA, 2000)
	Assim, neste contexto de questionar os limites das prisões identitárias e todo o adoecimento psíquico resultantes destas prisões, surgem na contemporaneidade grupos/projetos focados no masculino e desenvolvidos também por homens para homens, a fim de propiciar espaços de acolhimento e de autoconhecimento, a partir de ferramentas terapêuticas. Os referidos grupos surgem também como alternativa às limitações dos homens em identificarem e expressarem emoções, como relata Santos (2015): 
“Uma vez apresentada a incorporação dos ditos e interditos relativos à expressão emocional e afetiva, em particular no que aos homens diz respeito, Homens por detrás da máscara apresenta, como dissemos, diferentes vivências protagonizadas pelos participantes, habitualmente silenciadas nos palcos offline(por exemplo, família, amigos, colegas, local de trabalho, intimidade) e relacionadas com momentos sentidos como de especial vulnerabilidade. Os discursos que seguidamente se apresentam traduzem estratégias de orientação da expressão emocional e afetiva alimentadas por esquemas socialmente construídos que, em geral, desautorizam os homens a expressar emoções que impliquem vulnerabilidade.” (SANTOS, 2015, p. 15)
4. Discussão 
	 De acordo com Cristo (2012), foi feito um trabalho avaliando o progresso do comportamento violento e de saúde mental de 10 participantes homens durante 6 anos. Em vista a ressignificação de comportamentos disfuncionais gerados pela masculinidade tóxica o experimento obteve êxito em demonstrar a importância do grupo terapêutico na mudança de comportamentos violentos e dá abertura para novas possibilidades de pensar o existir no mundo, de uma forma mais saudável.
 Em vista desse experimento, que demonstra positivamente uma relação de grupos terapêuticos para homens e vivências mais saudáveis, ainda é necessário mais pesquisas nesta área para ter uma boa discussão sobre a influência de grupos de homens na construção de uma masculinidade melhor. Uma vez que os grupos visados para participar deste trabalho, contribuindo para um melhor entendimento deste processo, faltaram. O que não nega o fato da importância destes grupos e a necessidade de suas funções no contemporâneo.
4.1 Resultados
4.1.1 Grupos/Projetos para Homens
	Logo abaixo há a lista de grupos terapêuticos para homens, os quais foram identificados pelos alunos no decorrer do desenvolvimento do Trabalho. 
	Grupos Terapêuticos para Homens em Brasília
	Nome do Grupo
	Mais informações
	
Caminhos do Masculino
	Vivências sistêmicas para homens, utilizando ferramentas das constelações familiares. Temas variados e partilhas sobre todas as áreas da vida do homem. - Encontros abertos, uma vez ao mês (normalmente na terça-feira). - Facilitador: Franco Bernardes - Telefone: 61 98333 2525
	
Casa dos Homens
	Grupo de psicoterapia corporal em Core Energetics para homens. - Encontros todas as quartas-feiras das 19 às 21h no Clube Amygo (Setor de Clubes Sul). Facilitadores: Paolo Chirola e Lucas Nóbrega. - Telefones: 61 99635 5566 (Paolo) e 61 98176 3732 (Lucas)
	Círculo do Fogo Sagrado Masculino
	Encontros abertos ao redor do fogo sagrado, uma vez ao mês, em dia próximo à Lua cheia, realizados na Casa Ponte do Lago Norte.
	Clã Lobos do Cerrado
	Um dos primeiros grupos do DF, na tradição neoxamânica. Encontros mensais na Unipaz-DF.
	
 Dias de Sol
	Trabalhamos numa linha universalista com uso da medicina Ayahuasca. O intuito é o resgate do sagrado masculino, aliando a espiritualidade e sabedoria de inúmeras egrégoras com estudos recentes acerca do masculino. Nosso trabalho de cura se baseia em quatro pilares: Nossos trabalhos acontecem de 2 em 2 meses na Ponte Alta Sul, Gama. - Responsáveis: José Carlos Daksha, Sonam Henry Vale e Guilherme Vieira. - Telefone: 61 99852 1315
	
Fraternidade Seicho-No-Ie
	Grupo de autoconhecimento, espiritualidade e meditação para homens.Encontros abertos em:Asa Norte: duas vezes por mês, na segunda e na quarta quintas-feiras de cada mês, 19h30, na Seicho No-Ie da 713 Norte. Taguatinga: quinzenal, às terças -feiras, 19h00, na Seicho No-Ie da CNB 13, Lote 4. Coordenadores: Asa Norte: Érlon Cardoso (61 99150 5578) Taguatinga: Emerson Werneck (61 98118 6261)
	
Guerreiros do Coração
	Grupo de homens de várias idades. Um ciclo anual de encontros com temáticas masculinas que culmina em um rito de passagem. Completou 25 anos de atividades em 2019. Encontros mensais no Clube Amygo e rito de passagem na Unipaz-DF. - Facilitador: Danilo Acosta - Telefone: 61 98178 9917
	Homens em Conexão
	https://www.homensemconexao.com.br/ 
	
Homens Essenciais
	Grupo de homens que promove vivências que se utilizam de ferramentas da comunicação não-violenta, de práticas terapêuticas de sexualidade masculina e de ferramentas clássicas das artes marciais. Encontros quinzenais das 19:30 às 21:30 no Soma – Cultura de Saúde, 708/9 norte, Bloco A, apto 301. - Facilitadores: Lucas Amit, Pedro Maia e Felipe Bonny. - Telefone: 61 99938 0785 (Lucas)
	
Homens Reais
	O Homens Reais é um espaço terapêutico e vivencial exclusivo para todos aqueles que se identificam como homens. É um convite para se conectar com sua integridade e autoridade, e oferecer mais da sua verdade para si mesmo e para o mundo. As oficinas oferecem momentos de fala e partilha, conexão honesta com outros homens e vivências corporais baseadas na Core Energetics e no Taoísmo. É um espaço seguro, confidencial e acolhedor. O grupo abre vagas no início do ano e depois fecha até o final do ano. - Terças-feiras, de 19h às 21h, na 601 sul. - Facilitador: Fernando Aguiar – Mestre em Psicologia Clínica e Psicoterapeuta Corporal - Telefone: 61.98196-9801 ou psicologiaessencial.com.br/homens-reais
	
Os Argonautas
	Grupo psicoterapêutico aberto, semanal, regular, para homens adultos identificados com a homoafetividade. Tem fundamento na Análise Bioenergética e na Psicologia.Facilitador: Ismaldo Negreiros – Psicólogo Clínico - Telefone: 61 98151 7975
	
Roda de Conversa de Homens Negros
	Roda reflexiva sobre temas que afetam os homens negros através da participação de sujeitos que estejam localizados (socialmente e fenotipicamente) na categoria masculina e de raça negra.Encontros quinzenais, na segunda e na última quartas-feiras de cada mês, no Restaurante Simbaz, CLS 412, Asa Sul. - Facilitadores: Vinicius Dias, Jamir Garcez e Murilo Mangabeira (entre outros). - Telefone: 61 98243 9836
	
Vibrantes
	Oferece aos homens um trabalho profundo e intensivo de autoconhecimento em grupo, com duração de 3 meses, com vistas à ampliação da expressão e consciência corporal, verbal e emocional.Todas as quartas-feiras, 20h às 22h30, no Altiplano Leste. - Facilitador: Rafael Gonçalves - Telefone: 61 98333 6226
Outros grupos/projetos pelo Brasil:
· 4Daddy - São Paulo; 
· Brotherhood Brasil - São Paulo;
· Coletivo Sistema Negro - São Paulo;
· E agora, José? Santo André;
· Fórum de Gênero e Masculinidades do Grande ABC - Santo Andre;
· Homem Inteiro - Florianópolis;
· Homem na Agulha - São Paulo;
· Homem Paterno - Ubatuba;
· Macho do Século XXI Papo de Segunda - Rio de Janeiro;
· Masculinidade Saudável; 
· Masculino da Alma - Florianópolis; 
· MEMOH - Rio de Janeiro;
· Nerd Pai - São Paulo; 
· O Macho da Relação;
· Pai de Verdade - Recife;
· Pai Todo Dia - Recife; 
· Paizinho Vírgula - Rio de Janeiro; 
· Paternidade Sem Frescuras - São Paulo;
· Podcast AfroPai - São Paulo;
· Podcast Balaio de Pais - São Paulo; 
· Portal Papo de Pai - Mogi das Cruzes;
· PrazerEle - São Paulo
· Refletindo Masculinidades - Florianópolis;
· Ressiginificando Masculinidades - São Paulo; 
· Grupos Reflexivos para homens - Brasília 
4.1.2 Instruções de Criação de um grupo para Homens
	As instruções listadas a seguir foram retiradas do site Papo de Homem, em Como criar um grupo de homens, um guia básico, por Guilherme Nascimento Valadares/Homens Possíveis Masculinidades, Melhor do PdH.
	Como criar um Grupo
	Um grupo de homens para refletir em grupo sobre como se relacionam consigo mesmos, com as pessoas à sua volta e com o mundo. Um espaço para reflexão, acolhimento e parceria.
Pode-se usar diversas práticas — diálogos, meditações, danças, caminhadas e esportes na natureza, fogueiras, etc.
O grupo deve ser de homens inclusivos, não grupo de homem heterossexual fechado para o mundo (um exemplo para conversa é a sexualidade masculina - uma caixa-preta, com vivências que eles evitam contar, por medo de julgamento).
Existe o Anfitrião - a pessoa que abre a casa ou oferece um espaço para o encontro acontecer. Também pode ser a pessoa responsável pela condução específica. E o Caseiro/Facilitador - o articulador do grupo. É quem puxa, convida e reúne as pessoas. É comum que anfitrião e caseiro sejam a mesma pessoa no começo.
Com o passar do tempo, é necessário que haja vários caseiros (ou que todos assumamessa postura) e que a posição de anfitrião de cada encontro possa ser revezada, para que todos possam ter a experiência de planejar e conduzir uma atividade.
	O caseiro vai cuidar dos seguintes pontos:
	· qual o propósito do encontro e do grupo? Consegue articular isso com clareza para si mesmo e para outro?
· como convidar os participantes? Convites simples, diretos, bem humorados e de coração aberto funcionam bem.
· checar quem realmente vem, para garantir presença. Não checar apenas um dia antes, em uma mensagem fria e distante. Manter a energia do convite e do encontro vivas nos dias anteriores ao encontro.
· o local escolhido permite ao grupo sentar em roda, é acolhedor, tem a estrutura necessária (cabos, tomadas, iluminação...)?
· o local é acessível, fácil de chegar?
· o que as pessoas vão comer? Optar por alimentação leve. Também vale pedir pra que cada um traga algo.
· as pessoas vão passar frio ou calor? Se antecipe.
· qual a proposta, a atividade central a ser realizada? Um encontro sem eixo pode ser frustrante para todos, assim como um encontro engessado e rígido, também. Sugestão: uma atividade central e que haja espaço e flexibilidade para improvisos e conversas.
· quanto tempo dura o encontro ou cada uma de suas etapas? Quem vai conduzir cada parte?
· o anfitrião está ciente do que vai acontecer? Ele(a) apoia a ideia do encontro? Possui restrições, ressalvas, sugestões? Escute atentamente à pessoa anfitriã e agradeça por sua imensa generosidade.
· se não houver verba para remunerar o anfitrião por abrir o espaço, quem vai ficar responsável por ser o primeiro a chegar? Quem será o último a sair e trancar tudo? Quem vai limpar e organizar, para que o espaço seja entregue como foi recebido?
· ao final do encontro, articular as ações necessárias pra os próximos. Mesmo local ou não? Qual a atividade seguinte, quem conduz? Quando e que horas? Haverá um calendário de atividades para os próximos meses?
· articular qual peridiocidade de encontro, com o grupo. Semanal ou quinzenal.
	Espaço
	Um espaço acolhedor costuma ser amplo, bem iluminado, com janelas e plantas, uma mesa de lanches leves e naturais, com sucos e chás também naturais. Se houver um jardim ou natureza perto, melhor.
	Acordo de convivência
	Sugestão de um acordo de convivência no começo dos encontros. Um bom acordo é co-criado por todo o grupo, com facilitação do caseiro.
É importante contemplar quais serão os valores do grupo e deliberar sobre questões práticas como:
· sigilo das informações — confiança é base
· relação com atrasos, ausências. O grupo preza por pontualidade ou tem mais flexibilidade? Ausências devem ser avisadas com um mínimo de antecedência ou vale dizer isso poucas horas antes do encontro?
· dinâmica de fala. Basta interromper alguém para pedir a fala? Levantar o dedo? Quando um fala, todos escutam? Temas sensíveis ou polêmicos podem se transformar em brigas se isso não for alinhado. Participantes mais tímidos podem ser engolidos pelos mais dominantes. 
Quais serão os valores adotados pelo grupo? Acolhimento, empatia, compaixão, abertura, não-violência, flexibilidade, altruísmo, respeito? Cabe aos participantes decidir. Pensando em grupos com intenção de encontros a longo prazo, recomenda-se construir isso em conjunto. Refletir conjuntamente é mais poderoso do que parece.
Registre o acordo de convivência por escrito e deixe em local visível e compartilhe com todos digitalmente. O acordo pode ser revisado e ajustado futuramente sempre que necessário. Montar um calendário coletivamente, com participação e benção de todos, gera maior comprometimento de todos. De novo, resista à tentação de já chegar com algo feito. 
	Atividades sugeridas:
	1. Cine-debates com documentários
2. Cine-debates com ficções
3. Debates de livros (bom dar um mês para leitura do livro).
4. Trilhas e demais atividades na natureza
5. Práticas de dança, cirandas, música
6. Práticas espirituais específicas, conduzidas por professores de confiança
7. Exposição de tema seguida de diálogo em roda, tendo participante do grupo como anfitrião
8. Exposição de tema seguida de diálogo em toda, trazendo convidado especial que seja referência no assunto (inclusive, mulheres)
9. Realizar trabalhos voluntários conjuntamente
4. Sustentando a energia do grupo: logística, entusiasmo e colaboração
5. Considerações finais
Este trabalho teve como objetivo central desenvolver estudos sobre Grupos Terapêuticos: a busca por uma masculinidade mais saudável. Buscamos entender o papel desses grupos terapêuticos na construção de masculinidades mais saudáveis e adequadas que refletem não só no indivíduo, mas em todo seu contexto social.Observamos que no processo dessa construção de gênero o contexto/tempo histórico e o lugar onde o indivíduo está inserido influenciam diretamente sobre este. Os conceitos de masculinidade podem ser abordados, de acordo com Silva (2006), dentro de uma prisão identitária onde o homem seria, entre outras coisas, símbolo de virilidade, força e racionalidade.
Falamos ainda sobre a masculinidade tóxica, tema que exige muito cuidado ao ser definido, temos por entendimento que esse é o “ideal cultural” construído onde, para os homens, a força é o que se é necessário e as emoções demonstram toda a fraqueza que deve ser evitada. Em suma, essa masculinidade tóxica traz alguns efeitos muito graves a todos em uma sociedade.
Tendo em vista esse cenário que questiona os limites dessas prisões identitárias e todo o adoecimento psíquico que resulta dessas prisões o trabalho focou na assistência que esses Grupos Terapêuticos dão aos homens, no objetivo de proporcionar espaço de acolhimento e de autoconhecimento, assim como, identificar e expressar suas emoções.
Portanto, o trabalho foi construído em cima das temáticas do machismo, como este constrói significados sobre as masculinidades e tem como resultado a relação de violência com a identidade masculina. É diante deste cenário então que surgem os Grupos Terapêuticos com a finalidade de ressignificar o modelo hegemônico de masculinidade e então ser capaz de construir masculinidades mais saudáveis.
Para mim, trabalhar esse tema foi de suma importância, uma vez que me deparei com a responsabilidade dos grupos terapêuticos de gerenciar encontros de homens para compreender um modelo de masculinidade hegemônica que vem ditando comportamentos e visão de mundo de maneira tóxica para as nossas relações atuais. A sociedade vem discutindo está questão da masculinidade tóxica e de uma busca para uma nova transformação de relacionamentos entres as pessoas de modo mais condizente aos valores sociais e às condutas éticas em relação a esse tema. No desenvolvimento deste trabalho pude refletir que estamos saindo de uma fase inicial de conscientização, com o auxílio significativo dos grupos terapêuticos, que têm o intuito efetivo de proceder mudanças positivas dentro deste contexto. Com relação à disciplina, destaco a sua relevância para ao nosso futuro profissional, pois nos possibilita o exercício da fala, da reflexão e da interação do trabalho em grupo. (Maria Francisca).
Considerei a experiência muito valiosa e que acrescentou no meu crescimento como estudante de psicologia. Gostei do formato da disciplina, a qual proporcionou uma dinâmica de discussões e trocas valiosas. O tema é muito interessante e possibilita muito aprofundamento. Eu, particularmente, tenho muito interesse em compreender como as questões de gêneros afetam nossas vivências como seres humanos, nossa saúde mental e como pode ser um fator de atenção na atuação dos psicólogos. Agradeço a experiência. (Laila Guimarães).
A construção do trabalho e a dinâmica da disciplina nos permitiu articular teoria e prática, pensando nas questões éticas, o que fez com que o tema fosse melhor explorado, tema esse que considero muito importante, para que novos diálogos sejam formados e a masculinidade seja vivida de forma saudável e leve. Foi bastante importante pra mim participar desse trabalho, percebo que me guiou a olhar com mais profundidadee empatia como é para o homem estar nesse lugar. (Lília Costa)
	O trabalho da disciplina foi muito interessante, pois não havia estudado ou lido sobre o assunto, e ele fez pensar sobre a ética e sobre a própria masculinidade, que faz um contraponto com a feminilidade. A dinâmica da matéria, com a apresentação de convidados para os diferentes temas e grupos, com a interação do profissional e os colegas fazem das aulas espaço para reflexões e discussões no âmbito da psicologia. Aulas instrutivas e que ajudam na nossa formação de psicólogos. (Iane Neves) 
	O trabalho sobre o tema foi muito enriquecedor. Entre vários aspectos, me trouxe questionamentos valiosos sobre o tema das masculinidades e os trabalhos possíveis com esse tema. A dinâmica da matéria me acrescentou bastante. A participação do nosso convidado me trouxe importantes reflexões com o tema e me fez querer entender mais sobre as temáticas relacionadas ao trabalho com homens dentro desses grupos terapêuticos. (Lara Monteiro)
	O contato com este tema, relativamente pouco visto, foi bastante enriquecedor. Desde o começo pensando nas possibilidades de trabalhar o assunto e voltar para o entendimento de como formar uma masculinidade mais saudável através de grupos terapêuticos, me ajudou a desmistificar alguns tabus e preconceitos a respeito da visão do homem em nossa sociedade, adicionando o fato de repensar minhas próprias vivências. Cada dinâmica da disciplina contribuiu pro melhor aproveitamento desse estudo, fico muito feliz e grato. (Aníbal Londe). 
6. Referências
CONNELL, Robert W. MESSERSCHIMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Rev. Estud. Fem. vol.21 no.1 Florianópolis Jan./Apr. 2013 https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2013000100014"& HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2013000100014"pid=S0104-026X2013000100014
 FOUCAUT, Michell (2001). História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal.
NADER, Maria Beatriz. CAMINOTI, Jacqueline Medeiros, Gênero e poder: a construção da masculinidade e o exercício do poder masculino na esfera doméstica. Anais do XVI Encontro Regional de História Anpuh-Rio: Saberes e Práticas científicas. 2014. Disponível em:http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400262820_ARQUIVO_Generoepoderaconstrucaodamasculinidadeeoexerciciodopodermasculinonaesferadomestica.pdf
SILVA, Sérgio Gomes da. A crise da masculinidade: uma crítica à identidade de gênero e à literatura masculinista. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2006, vol.26, n.1, pp.118-131. ISSN 1414-9893. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000100011. Disponível:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932006000100011 HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932006000100011&script=sci_abstract&tlng=pt"& HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932006000100011&script=sci_abstract&tlng=pt"script=sci_abstract HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932006000100011&script=sci_abstract&tlng=pt"& HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932006000100011&script=sci_abstract&tlng=pt"tlng=pt
SOUZA, Maria Danielly Franchini de. ALTOMAR, Giovana. MANFRINE, Silvia Helena. A Construção da Masculinidade. ETIC, Encontro de Iniciação Científica. Centro Universitário Toledo Prudente. 2017. Disponível em: http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/viewFile/6227/5930
SILVA, Sergio Gomes da. Masculinidade na história: a construção cultural da diferença entre os sexos. Psicologia: Ciência e Profissão. Print version ISSN 1414-9893. Psicol. cienc. prof. vol.20 no.3 Brasília Sept. 2000. https://doi.org/10.1590/S1414-98932000000300003. Disponível:https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932000000300003"& HYPERLINK "https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932000000300003"pid=S1414-98932000000300003
CECCARELLI, Paulo Roberto. A Construção da Masculinidade in Percurso, São Paulo, Vol. 19, p.49-56, 1998. Disponível em http://www.ceccarelli.psc.br/texts/a-construcao-masculinidade.pdf
SANTOS, Luís. Homens e expressão emocional e afetiva: vozes de desconforto associadas a uma herança instituída. Configurações, Revista de Sociologia. [Online]. 2015. Disponível em: http://journals.openedition.org/configuracoes/2593. 
Rosostolato, B. (2019). ALEXTIMIA E MASCULINIDADES. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 30(2), 55-64.
 
APÊNDICE 1: Transcrição de trechos de documentários.
O silêncio do homens
10:30 – Ana Heloisa “ Insistimos tanto para que os meninos tivessem uma roda de conversa
Juan Alberto “ E eu vejo hoje, principalmente com o Plano de Menino, que ser homem é muito além de, tipo, gostar de mulheres ou ter um órgão masculino. É muito além disso.”
11:11 – Viviane Duarte, fundadora do instituto plano de menino e plano de menina .
“Eu lembro que na nossa primeira oficina tinha um menino que hoje é um dos nosso principais multiplicadores na escola. Com as oficinas ele vinha pra acompanhar os amigos e ficar tirando sarro, né? E esse menino quando eu olhei ele tava chorando, ele tava super emocionado, ele foi o menino que mais se emocionou na roda e o tempo todo ele falava que tinha que ser o espelho do pai. E o pai era um homem super abusivo, batia na mãe e no meio da oficina ele descobriu que ele não queria ser. Que ele não queria ser aquela pessoa.”
Resultado:
“A gente tem esse feedback da diretoria, das próprias meninas, que os meninos mudaram bastante em relação comportamental” “aquele assédio, aquela brincadeira boba, eles pararam com isso, começaram a respeitar mais, começaram a defendê-las. Então, eles têm sido esses agentes de transformação, viraram nossos aliados, né?”
Workshop “Sexo e sexualidade para homens: tudo que seu pai não te ensinou” Casa Prazelera – São Paulo
 17:00 - Guilherme N. Valadares “Existe ou não existe um movimento de transformação dos homens acontecendo hoje?”
Túlio Custódio “ Nos últimos 3, 4, 5 anos pra cá, talvez uma roda como essa não seria possível.”
Primeiro Encontro Nacional “Homens em Conexão” Brasília – DF
 (18:08-18:57) - Fernando Henrique Rezende (Mestre em psicologia clínica) “Homens em Conexão é um trabalho de reunir os grupos de homens, os movimentos de homens que a gente tem no Brasil. A minha história é como a história de muitos homens assim. De um modelo de masculino bem machista, com o qual eu não me identificava de maneira alguma. Com a falta de referência de outras possibilidades de ser homem e esse conflito interno de como pertencer a esse mundo masculino, sendo que eu não me identifico com ele, então estar nesses espaços, com esses outros homens, com essa pluralidade de homens, de masculino, essa sensação de pertencimento de *uhhh*, quem eu sou também é bom.
(18:58- 19:07) - José Bueno “Como estamos sendo homem na nossa comunidade, né? Entre nós e com as mulheres e na nossa sociedade, enfim.”
(19:19-19:33) - Fernando Henrique Rezende “Então pra mim, esse encontro e esse trabalho com os homens é algo que quase que eu não tenho escolha de não fazer, ele acontece, ele me chama, ele me nutre nesse nível. Não consigo explicar mas é muito nítido toda vez que eu participo.”
(19:49- 20:31) Antonia Pellegrino “ Eu acho que os homens tem que se entender no seu lugar de privilégio e saber se pensar a partir disso e saber se recolocar. E como ás vezes é hora de recuar, ás vezes é hora de ouvir, ás vezes é hora de abrir espaço para outras pessoas. Então assim, isso significa o que no ambiente de trabalho? Isso significa o que dentro de casa? Os homens não estão sendo convidados ou se sentindo instigados a refletirem porque caiu uma mação na cabeça deles e eles entenderam que é hora de mudar. Não, houve uma mudança na sociedade e isso gerou dificuldades pros homens. Entãoessas novas masculinidades, elas estão se produzindo e sendo empurradas pelos movimentos das mulheres.”
(20:41-22:41) Sandro Cipriano “Esqueçam o papel, circulem à vontade pela sala, contemplando o outro com o olhar. Não precisa pegar em ninguém, nem agarrar ninguém agora, tá? Contempla o outro com o olhar, circulem livremente. Olha a dinâmica mais forte que eu tenho trabalhado na dimensão, nas aulas, é a dinâmica do beijo. Eu faço um momento de caminhar na sala e depois eu fecho um círculo e dou o seguinte comando. Eu vou fazer um gesto e eu quero que esse gesto circule e ele volte pra mim. Voltando à roda normal, um círculo, vamos tentar ficar próximo um do outro, como a gente tá aqui. Eu vou fazer um gesto agora e esse gesto ele vai circular no grupo e ele vai voltar pra mim, tá? Quando chega nas meninas é tranquilo, mas quando chega na parte que tem lá, um grupo de homens juntos. Aí começa a resistência. Alguns colocam a mão no rosto pra dar o cheiro na mão, outro dá o cheiro na cabeça, outros não conseguem dar o cheiro. Em uma dessas turmas passadas, no meio da dinâmica, um rapaz começou a chorar. Ele foi tomar água e depois que a gente terminou a dinâmica ele voltou pra reflexão da dinâmica. E eu perguntei pra ele o porquê que, durante a dinâmica, ele tinha se emocionado tanto e ele olhou pra roda, olho pra mim e disse “professor, eu nunca tive coragem de dar um abraço e um cheiro no meu pai. Porque lá em casa sempre quem foi ensinado a abraçar e beijar era minha irmã com mainha. E com meu pai eu não podia fazer isso”. Trabalhar essa equidade aqui dentro do curso e dentro do SERTA é a gente possibilitar esse espaço pra que esses atores, eles percebam algumas dimensões que lá fora muitas vezes eles não conseguem perceber ou não tem oportunidade de perceber.”
[A importância da conversa de homens com outros homens]
(52:34) “Eu acho extremamente importante o homens conversarem entre si por uma razão muito óbvia, nós não aprendemos a conversar. Falar com um outro homem pode ser o início dele se soltar e poder falar com o mundo, interagir melhor com o mundo, de uma outra forma. É pelo desconforto e pelo acolhimento desse desconforto é que pode se gerar essa transformação. Como fazer isso? Estar sujeito, estar disponível a esse desconforto. Muitas vezes diz que se quer transformar, diz que se quer fazer parte desses grupos, mas nunca passa da página um. Que é o se ver, o se reconhecer, se responsabilizar em relação às coisas que você faz você pensa, você decide. Então, acho que pra criar um grupo desse as pessoas tem que estar dispostas a lidar com o desconforto. E claro, com a possibilidade de escutar. Então a gente tem o papel fundamental nesse debate, já que somos nós os protagonistas da violência, somos nós que nos matamos mais, somos nós que violentamos de uma maneira geral, muito mais que do que qualquer outra pessoa. Olha eu acho que os grupos de homens se reunindo atualmente é necessário assim, principalmente por ser esse espaço de broderagem saudável. 
Papo de homem, Sérgio Barbosa
[introdução a necessidade de pesquisas sobre homens]
(4:15- 4:53) - “Saber por que o homem entra numa situação de risco, por que o homem força a situação de violência, por que o homem paga ou não paga. Então lá vai eu com a prancheta na mão e, olha, descobri muitas coisas. Descobri principalmente, que ser homem nessa sociedade é um castelo de fantasias e a gente vive se apoiando nesse castelo de fantasias. Que essa questão das masculinidades precisa ser mais investigada. Ela precisa ser mais discutida.”
[Escuta do homem agressor e seu caminho no grupo de apoio]
(9:11 - 17:43) - “E esse projeto começou a ganhar um corpo. Ele começou a ganhar mais visibilidade e ele se estendeu. Ele começou a transformar uma metodologia que até então não se tinha de escutar o homem agressor. Sim. Escutar o homem agressor. Pois, quando este homem é indiciado e ele começa a participar dos grupos ele é convidado semanalmente a fazer parte de um grupo com outros homens que também agrediram suas companheiras. E nesse processo de escuta, durante 16 encontros, ele não chega mansinho no primeiro encontro, não. Ele chega como se tivesse uma focinheira, sabe? Ele chega com sangue nos olhos. Acreditando que tudo aquilo é invenção da companheira. Acreditando que está sendo injustiçado porque teve que comparecer à delegacia, teve que se explicar, teve que dar um depoimento, teve que falar. Então nosso grupo é uma proposta de erradicar a violência com esses homens agressores. No primeiro encontro, eles chegam negando. Ninguém vai falar: “Ah! Eu agredi”. Uma mulher começou a estudar, depois que criou os filhos, e ela estava indo muito bem na faculdade.Progredindo, fazendo novas amizades, clareando a sua consciência. O que aconteceu? o cara, com muito ciúme, com muita insegurança, queimou todos os livros dela. Quando ele fala isso com um outro homem que cometeu um outro crime, esse homem também reage a ele: “Mas você poderia ter queimado a vida dela”. A mágica é essa. Fazer com que o outro homem, que cometeu um outro crime, também perceba que aquele crime ele poderia ter cometido. E assim, numa roda de conversa, não pra passar a mão na cabeça de ninguém, pois nós tivemos um homem lá que falou: “Por favor, me levem pra delegacia, não quero ficar aqui. Vocês são torturadores de mentes”. Pois a gente faz um processo onde ele vai revendo a sua estrutura. Ele vai aprendendo a se ouvir. Aprendendo a ouvir de uma maneira transformadora. Aprender que aquele ato, aquele puxão de cabelo, aquele grito, aquela ameaça: “Você não vai sair de casa”. Até mesmo uma mulher que conseguiu um emprego bom e ela precisava ter uma aparência melhor, ela comprou alguns vestidos, pois o trabalho exigia, sabe o que ele fez com os vestidos dela? Picotou todos os vestidos. Picotou. Cortou. Ele está cortando o quê? Ele está cortando os sonhos, a dignidade, ele está cortando a cidadania dessa mulher. Então esse homem, quando relatou, e o outro começou a escutar, os dois começaram a perceber que isso poderia crescer. E é esse momento, de identificar esse ato de violência, foi o ato de transformação. Eu e um colega, também, quando estávamos escutando um homem, isso em São Caetano, de repente ele levanta e fala: “É, vocês fizeram com que eu desistisse de matar a minha mulher”. Eu olhei assim pra o meu colega, nós nos entreolhamos, assim, e falamos: “Isso dá certo”. “Uau”. Meu… E aí o que acontece? Os índices mostram. Antes de participar desses grupos, o número de reincidência batia quase em 90%, pois não existia uma forma educativa, pedagógica, sócio-cultural de desconstruir esse machismo. O que a gente criou reduziu pra cerca de 11% ou 7% em alguns lugares 2%, o índice de reincidência. O homem quando participa desse processo, de todas as sessões, de todo o ciclo, ele abre mão dessa violência. Ele abre mão porque ele se vê numa fantasia, numa lógica do medo, numa lógica machista, patriarcal; Que ele não compreende que a principal vítima é ele mesmo. Por isso é necessário despertar. E hoje nós temos um processo chamado tempo de despertar para si mesmo, pra essa sociedade, pra esse modelo de sociedade onde as mulheres estão aí, participando, pleiteando, conquistando, mudando o jeito de ser na sociedade. Esse projeto de tempo de despertar, na cidade de Taboão da Serra, ele foi institucionalizado. Nós conseguimos uma lei municipal, tornando obrigatório que haja pelo menos dois grupos por ano de homens que cometeram violências contra suas companheiras, namoradas, noivas. E eu acredito que isso só é o começo. Só é o começo de uma mudança muito significativa para que possamos, nós, homens, entender que o feminismo faz bem. O feminismo não é uma luta contra o homem. O feminismo é uma possibilidade de uma sociedade igualitária, onde todas essas construções de ser homem forte, viril, sejam jogadas por terra. E nós homens possamos andar numa rua e quando uma mulher vem na sua frente, ela não precisa mudar de calçada. Com certeza essa mulher já foi assediada. Como é que um homem pensaque uma buzinada, “bi-bi fom-fom”, vai ser entendida pela mulher como um elogio? Como é que uma cantada, um assédio sexual pode fazer com que a mulher se encante por esse príncipe? Então de fato, tudo isso me impactou. O projeto “Tempo de Despertar” prima pela capacidade de escutar, mas é uma escuta transformadora, pois a sociedade precisa mudar em todos os ambientes. E hoje vários grupos estão abertos aqui na cidade de São Paulo, em outras cidades, atuando com essa metodologia, com essa prática, com esse momento de perguntar a nós mesmos, homens e mulheres, o que é ser homem na sociedade. Muito Obrigado.”

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