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Sistema imune Inflamações - P5

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Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz 
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Inflamação 
As reações inflamatórias podem ser 
desencadeadas por vários tipos de 
estímulos: 
➢ Infecções (bacteriana, viriais, 
fúngicas, parasitárias): diferentes 
agentes patogênicos infecciosos 
provocam respostas inflamatórias 
distintas, desde uma inflamação aguda 
leve, que causa pouco ou nenhum dano 
duradouro e erradica com sucesso a 
infecção, até reações sistêmicas graves 
que podem ser fatais, ou reações 
crônicas prolongadas que causam lesão 
tecidual extens. O padrão morfológico 
pode ser útil na identificação da sua 
etiologia. 
➢ A necrose tecidual: provoca 
inflamação independente da causa da 
morte celular, que pode ser por 
isquemia (fluxo sanguíneo reduzido, a 
causa do infarto do miocárdio), trauma e 
lesão física e química, por exemplo, 
lesão térmica, como em queimaduras 
ou congelamento, irradiação, exposição 
a alguma substância química do meio 
ambiente. Várias moléculas liberadas a 
partir das células necróticas são 
conhecidas por desencadear 
inflamação. 
➢ Corpo estranho (estilhaço, sujeira, 
sutura): podem induzir a inflamação ou 
porque causam lesões traumáticas nos 
tecidos ou por carregarem 
microrganismo. Até mesmo algumas 
substâncias endógenas estimulam 
inflamações potencialmente prejudiciais 
se grandes quantidades forem 
depositadas nos tecidos, tais substância 
incluem os cristais de urato (doença na 
gota) e os cristais de colesterol (na 
aterosclerose). 
➢ Reações imunes (também chamadas 
de hipersensibilidade): são reações 
nas quais o sistema imune, 
normalmente protetor, danifica os 
próprios tecidos do indivíduo. As 
respostas imunes prejudiciais podem 
ser dirigidas contra autoantígenos, 
causando doenças autoimunes, ou 
podem ser reações inadequadas contra 
substância ambientais, como ocorre nas 
alergias ou contra microrganismo. 
Como os estímulos para as respostas 
inflamatórias nas doenças autoimunes e 
alérgicas (autoantígeno e antígenos 
ambientais) não podem ser eliminados, 
essas reações tendem a ser 
persistentes associadas a inflamação 
crônica e são causas importantes de 
morbidade e mortalidade. 
Reconhecimento de microrganismo e 
células lesadas 
O primeiro passo nas respostas 
inflamatórias é o reconhecimento de 
microrganismos e células necróticas por 
meio de receptores celulares e proteínas 
circulantes. As células e os receptores que 
reconhecem agentes invasores evoluíram 
como adaptações de organismos 
multicelulares à presença de 
microrganismos no meio ambiente, e as 
respostas que desencadeiam são críticas 
para a sobrevivência. 
➢ Receptores celulares para 
microrganismo: Fagócitos, células 
dendríticas e muitas outras células 
Descrever os mecanismos de inflamação e 
relacionar com sistema imune inato e 
adaptativo. (inflamação aguda e crônica) 
 
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expressam receptores que detectam a 
presença de patógenos infecciosos. A 
melhor definição desses receptores 
pertence a família dos receptores Toll-
like (TLRs). Os TLRs estão localizados 
nas membranas plasmáticas e 
endossomos, por isso são capazes de 
detectar microrganismos extracelulares 
e ingeridos. Outros sensores 
microbianos estão presentes no 
citoplasma das células. Os TLRs 
reconhecem “motivos” comuns a muitos 
microrganismos, muitas vezes 
chamados padrões moleculares 
associados a patógenos (PAMPs). O 
reconhecimento dos microrganismos 
por meio desses receptores estimula a 
produção e a expressão de uma série 
de proteínas secretadas e de 
membrana, que incluem citocinas 
antivirais (interferon) e citocinas e 
proteínas de membrana que promovem 
a ativação de linfócitos e respostas 
imunes ainda mais potentes. 
➢ Sensores de lesões celulares: Todas 
as células apresentam receptores 
citosólicos que reconhecem moléculas 
que são liberadas ou alteradas em 
consequência do dano celular e, 
portanto, são adequadamente 
denominados padrões moleculares 
associados aos danos (DAMPs). Os 
receptores ativam um complexo 
citosólico multiproteico 
denominado inflamassomo, que induz a 
produção da citocina interleucina-1 (IL-
1). A IL-1 recruta leucócitos e, portanto, 
induz inflamação. As mutações de 
ganho de função nos receptores 
citosólicos são a causa de doenças 
raras conhecidas como síndromes 
autoinflamatórias caracterizadas por 
inflamação espontânea; os antagonistas 
de IL-1 são tratamentos eficazes para 
esses distúrbios. O inflamassomo 
também está envolvido nas reações 
inflamatórias aos cristais de urato (a 
causa da gota), cristais de colesterol 
(na aterosclerose), lipídeos (síndrome 
metabólica e diabetes associado à 
obesidade) e depósitos amiloides no 
cérebro (na doença de Alzheimer). 
➢ Proteínas circulantes: Várias 
proteínas plasmáticas reconhecem 
microrganismos e apresentam a função 
de destruir microrganismos transmitidos 
pelo sangue e estimular a inflamação 
em locais de infecção no tecido. 
O sistema complemento reage contra 
microrganismos e produz mediadores 
de inflamação. Uma proteína circulante 
chamada lectina ligante de 
manose reconhece os açúcares 
microbianos e promove a ingestão deles 
e a ativação do sistema complemento. 
Outras proteínas chamadas colectinas 
também se ligam aos microrganismos e 
promovem sua fagocitose. 
Inflamação aguda 
A inflamação aguda apresenta três 
componentes principais: (1) dilatação de 
vasos pequenos, o que desencadeia 
aumento no fluxo sanguíneo; (2) aumento 
da permeabilidade da microvasculatura, 
permitindo que proteínas plasmáticas e 
leucócitos deixem a circulação; e (3) 
emigração dos leucócitos da 
microcirculação, que se acumulam no foco 
da lesão e são ativados a fim de eliminar o 
agente agressor. Quando um agente 
prejudicial, como um microrganismo 
infeccioso ou células mortas, é encontrado, 
os fagócitos que residem em todos os 
tecidos tentam eliminar esses agentes. Ao 
mesmo tempo, os fagócitos e outras células 
 
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sentinelas teciduais reconhecem a presença 
da substância externa ou anormal e reagem 
por meio da liberação de moléculas solúveis 
que medeiam a inflamação. Alguns desses 
mediadores atuam sobre os pequenos 
vasos sanguíneos nas proximidades e 
promovem o efluxo de plasma e o 
recrutamento de leucócitos circulantes para 
o local em que o agente lesivo está 
localizado. 
Reações dos vasos sanguíneos na 
inflamação aguda. 
➢ As reações vasculares da inflamação 
agudam consistem em alterações no 
fluxo sanguíneo e na permeabilidade 
dos vasos, ambos destinados a 
maximizar o movimento das 
proteínas plasmáticas e dos 
leucócitos para fora da circulação em 
direção ao local da infecção ou lesão. 
o extravasamento de líquidos, proteínas 
e células sanguíneas do sistema 
vascular para tecidos intersticiais ou 
cavidades corporais é conhecido como 
exsudação. Exsudato é um líquido 
extravascular que contém alta 
concentração de proteína e detritos 
celulares. Sua presença indica que há 
aumento na permeabilidade de 
pequenos vasos sanguíneos, 
geralmente durante a reação 
inflamatória. 
• Mecanismo: o exsudato é 
produzido a partir do plasma 
sanguíneo que extravasa dos 
vasos sanguíneos para o tecido 
danificado. Ele contém 
proteínas plasmáticas, como 
fibrinogênio, complemento, 
imunoglobulinas e proteínas de 
fase aguda, que são importantes 
para a respostas imunológicas 
do corpo. As células 
inflamatórias, como neutrófilos, 
macrófagos e linfócitos, também 
são atraídos para a área afetada 
e acumulam-se no exsudato. 
• Temos como exemplo de 
patologia exsudato: Artrite 
reumatoide (uma doença 
autoimune que pode causar 
inflamaçãodas articulações, 
levando acúmulo de exsudato); 
feridas infectadas (podem 
produzir feridas exsudato devido 
a inflamação e a presença de 
células e bactérias mortas) e 
Edema Pulmonar (que é o 
acúmulo de líquidos nos 
pulmões, muitas das vezes 
devido a uma doença cardíaca 
subjacente, que pode conter 
exsudato). 
➢ Em contrapartida, o transudato é um 
líquido com baixo teor de proteínas, 
pouco ou nenhum material celular e 
baixa gravidade específica. É 
essencialmente um ultrafiltrado de 
plasma sanguíneo que é produzido 
como resultado do desequilíbrio 
osmótico ou hidrostático em vasos com 
permeabilidade vascular normal. 
• Mecanismo: a formação do 
transudato ocorre devido a alteração 
nas forças que regulam a 
distribuição dos fluidos entre os 
vasos sanguíneos e os tecidos 
circulantes. Normalmente, o líquido 
flui dos vasos sanguíneos para os 
tecidos circulantes e é reabsorvido 
pelos vasos sanguíneos através de 
um processo de equilíbrio 
hidrostático e oncótico. 
• O equilíbrio hidrostático: é 
mantido pela pressão hidrostática 
 
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dentro dos vasos sanguíneos e nos 
tecidos. A pressão dentro dos vasos 
sanguíneos é gerada pelo 
bombeamento do coração que ajuda 
a empurra o líquido para fora dos 
vasos sanguíneos. Já nos tecidos é 
gerada pela pressão exercida pelo 
tecido circulante e ajuda a empurrar 
o líquido de volta para os vasos 
sanguíneos. 
• Equilibro oncótico: é mantido pela 
concentração de proteínas no 
sangue e nos tecidos circundantes. 
A pressão oncótica é gerada pela 
concentração de proteínas 
plasmáticas no sangue e ajuda a 
puxar o líquido de volta para os 
vasos sanguíneos. À medida que o 
sangue flui pelos capilares. Algumas 
proteínas plasmáticas escapam dos 
vasos sanguíneos e se difundem 
pelos tecidos circundantes. 
• Em algumas condições 
patológicas: as forças que regulam 
o fluxo de fluidos são alteradas, 
levando ao desenvolvimento de 
transudado. Por exemplo, a 
insuficiência cardíaca congestiva 
pode causar um aumento na 
pressão hidrostática nos vasos 
sanguíneos dos pulmões, resultando 
em transudado nos alvéolos 
pulmonares. A cirrose hepática 
pode causar uma diminuição na 
pressão oncótica devido à 
diminuição na produção de 
proteínas pelo fígado, levando ao 
acúmulo de transudado na cavidade 
abdominal. 
➢ Edema: o excesso de líquido no tecido 
intersticial ou cavidades serosas; pode 
ser um exsudato ou um transudato. 
• Mecanismo: em condições normais, 
o equilíbrio entre as forças 
hidrostáticas e oncóticas que atuam 
dentro dos vasos sanguíneos e nos 
tecidos circundantes é mantido. A 
pressão hidrostática dentro dos 
vasos sanguíneos é gerada pelo 
bombeamento do coração e ajuda 
empurra o líquido para fora do vaso 
sanguíneo. Já a pressão oncótica é 
gerada pela concentração de 
proteínas plasmáticas no sangue e 
ajuda a puxar o líquido de volta para 
os vasos sanguíneos. No entanto, 
em algumas condições patológicas, 
o equilíbrio entre essas forças é 
perturbado, levando a formação de 
edema. Por exemplo, a 
insuficiência cardíaca congestiva 
pode causar um aumento na 
pressão hidrostática dentro dos 
vasos sanguíneos, levando ao 
acúmulo de líquido nos tecidos 
circundantes. A diminuição na 
concentração de proteínas 
plasmáticas, como na síndrome 
nefrótica, pode diminuir a pressão 
oncótica, também levando ao 
edema. 
• O edema também pode ser 
causado pela inflamação. Quando 
os tecidos são danificados, os vasos 
sanguíneos se dilatam e aumentam 
a permeabilidade, permitindo que as 
células inflamatórias, como os 
leucócitos, saiam dos vasos 
sanguíneos e entrem nos tecidos 
circundantes. Essas células 
inflamatórias liberam substâncias 
químicas, como histamina e 
prostaglandinas, que aumentam a 
permeabilidade dos vasos 
sanguíneos e permitem que mais 
 
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líquido e proteínas saiam dos vasos 
sanguíneos e entrem nos tecidos 
circundantes, levando ao edema. 
 
Aumento da permeabilidade 
vascular 
Vários mecanismos são responsáveis pelo 
aumento da permeabilidade vascular na 
inflamação aguda, e entre eles estão: 
➢ A retração das células endoteliais 
que resulta na abertura de lacunas 
interendoteliais é o mecanismo mais 
comum de extravasamento vascular. É 
desencadeada por histamina, 
bradicinina, leucotrienos e outros 
mediadores químicos. Ocorre 
rapidamente após a exposição ao 
mediador (em 15 a 30 minutos) e 
geralmente é de curta duração; 
portanto, é denominada como uma 
resposta transitória imediata, para 
distingui-la da resposta prolongada 
tardia após a lesão endotelial. 
➢ Lesão endotelial, resultando em 
necrose e destacamento de células 
endoteliais. O dano direto ao endotélio é 
encontrado em lesões graves (p. ex., 
nas queimaduras) ou é induzido pela 
ação de microrganismos e toxinas 
microbianas que apresentam como alvo 
as células endoteliais. Na maioria dos 
casos, o extravasamento inicia-se 
imediatamente após a lesão e é 
mantido por várias horas até que os 
vasos danificados sejam trombosados 
ou reparados. 
Recrutamento de leucócitos para locais 
de inflamação 
Os leucócitos que são recrutados para 
locais de inflamação desempenham a 
função-chave de eliminar os agentes 
ofensivos. Os leucócitos mais importantes 
nas reações inflamatórias típicas são 
aqueles capazes de fagocitose, ou seja, 
neutrófilos e macrófagos. As principais 
funções desses tipos de células diferem de 
maneira sutil, mas importantes – os 
neutrófilos usam rearranjos do citoesqueleto 
e montagem de enzimas para construir 
respostas rápidas e transitórias, enquanto 
os macrófagos, de vida longa, montam 
respostas mais lentas, mas mais 
prolongadas, que frequentemente 
dependem de uma nova transcrição gênica. 
Os macrófagos também produzem fatores 
de crescimento que ajudam no reparo. Um 
preço a se pagar pela potência defensiva 
 
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dos leucócitos é que, quando fortemente 
ativados, podem induzir danos teciduais e 
prolongar a inflamação, porque os produtos 
leucocitários que destroem os 
microrganismos e ajudam a “limpar” os 
tecidos necróticos também podem produzir 
“danos colaterais” aos tecidos normais do 
hospedeiro. 
 
Quimiotaxia dos leucócitos 
Após o extravasamento da circulação, os 
leucócitos migram pelos tecidos em direção 
ao local da lesão por um processo 
chamado quimiotaxia, que é definido como 
a locomoção a favor de um gradiente 
químico. Tanto substâncias exógenas 
como substâncias endógenas podem atuar 
como fatores quimiotáticos para os 
leucócitos, incluindo: 
➢ Produtos bacterianos, particularmente 
os peptídeos com N-formil-metionil 
terminal. 
➢ Citocinas, especialmente as 
pertencentes à família das quimiocinas. 
➢ Componentes do sistema complemento, 
particularmente o C5a. 
➢ Produtos da via da lipoxigenase do 
metabolismo do ácido araquidônico (AA), 
particularmente o leucotrieno B4 (LTB4). 
Esses quimioatratores são produzidos por 
microrganismos e por células hospedeiras 
em resposta a infecções e danos teciduais, 
bem como durante reações imunes. Todos 
atuam por meio de ligação aos receptores 
acoplados à proteína G transmembrana-7 
na superfície dos leucócitos. Os sinais 
iniciados a partir desses receptores ativam 
os segundos mensageiros que induzem a 
polimerização da actina, o que resulta em 
quantidades aumentadas em direção a 
borda da célula e na localização dos 
filamentos de miosinas na parte oposta. Os 
leucócitos se movem, estendendo 
pseudópodes que puxam a parte posterior 
da célula em direção a projeção. Como 
resultado, os leucócitosmigram em direção 
ao estímulo inflamatório devido aos fatores 
quimiotáticos produzidos localmente. 
Inflamação Crônica 
A inflamação crônica é uma resposta de 
duração prolongada (semanas ou meses), 
na qual inflamação, lesão tecidual e 
tentativas de reparo coexistem em 
diferentes combinações. 
Causas da inflamação crônica 
➢ Infecções persistentes: por 
microrganismos que são difíceis de 
erradicar, tais como micobactérias e 
certos vírus, fungos e parasitas. Esses 
organismos geralmente provocam uma 
reação imune 
chamada hipersensibilidade do tipo 
tardio. A resposta inflamatória às vezes 
apresenta um padrão específico 
chamada inflamação granulomatosa. 
Em outros casos, a inflamação aguda 
não resolvida evolui para a inflamação 
crônica, como quando uma infecção 
bacteriana aguda pulmonar avança para 
um abscesso pulmonar crônico. 
 
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➢ Doenças de hipersensibilidades: A 
inflamação crônica desempenha um 
papel importante em um grupo de 
doenças causadas por ativação 
excessiva e inadequada do sistema 
imune. Nas doenças autoimunes, os 
autoantígenos evocam uma reação 
imune autoperpetuante que resulta em 
inflamação crônica e danos teciduais; 
exemplos dessas doenças são a artrite 
reumatoide e a esclerose múltipla. Tais 
doenças podem apresentar padrões 
morfológicos de inflamação aguda e 
crônica mista porque são caracterizadas 
por episódios repetidos de inflamação. 
A fibrose pode predominar nos estágios 
avançados. 
Papel dos macrófagos 
As células predominantes na maioria das 
reações inflamatórias crônicas são os 
macrófagos, que contribuem para a 
reação através da secreção de citocinas 
e fatores de crescimento que atuam 
sobre várias células, destruindo 
invasores e tecidos estranhos e ativando 
outras células, principalmente os 
linfócitos T. 
Nas reações inflamatórias, as células 
progenitoras na medula óssea dão origem 
aos monócitos, que entram no sangue, 
migram para vários tecidos e se diferenciam 
em macrófagos. A meia-vida dos monócitos 
sanguíneos é de cerca de 1 dia, enquanto a 
vida útil dos macrófagos teciduais é de 
vários meses ou anos. Assim, os 
macrófagos, em geral, tornam-se a 
população de células predominante nas 
reações inflamatórias dentro de 48 horas 
após o seu início. 
 
 
 
Existem duas vias principais de ativação 
de macrófagos, chamadas 
via clássica e alternativa. A via escolhida 
por um determinado macrófago depende da 
natureza dos sinais de ativação. 
➢ A ativação clássica: pode ser induzida 
por produtos microbianos, como uma 
endotoxina, que envolvem os TLRs – 
receptores do tipo Toll - e outros 
sensores, e por sinais provenientes das 
células T, como a importante citocina 
IFN-γ nas respostas imunes. Os 
macrófagos classicamente ativados 
(também chamados M1) produzem NO 
(óxido nítrico) e ROS (espécies reativas 
de oxigênios) e suprarregulam as 
enzimas lisossômicas, o que aumenta 
sua capacidade de eliminar organismos 
ingeridos e secretar citocinas que 
estimulam a inflamação. Esses 
macrófagos são importantes na defesa 
do hospedeiro contra microrganismo e 
em muitas reações inflamatórias. 
➢ A ativação dos macrófagos pela via 
alternativa é induzida por citocinas 
diferentes do IFN-γ, como a IL-4 e a IL-
13, produzidas por linfócitos T e outras 
células. Esses macrófagos não são 
ativamente microbicidas; em vez disso, 
a função principal dos macrófagos 
 
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ativados alternativamente (M2) está no 
reparo tecidual. 
 
Os produtos dos macrófagos ativados 
matam agentes nocivos, como 
microrganismos, e iniciam o processo de 
reparo, mas também são responsáveis 
por grande parte da lesão tecidual na 
inflamação crônica. Várias funções dos 
macrófagos são fundamentais para o 
desenvolvimento e a persistência da 
inflamação crônica e a lesão tecidual que a 
acompanha. 
➢ Os macrófagos secretam mediadores 
da inflamação, como citocinas (TNF, 
IL-1, quimiocinas e outros) e 
eicosanoides. Assim, os macrófagos 
são fundamentais para a iniciação e a 
propagação das reações inflamatórias. 
➢ Os macrófagos exibem antígenos para os 
linfócitos T e respondem aos sinais das 
células T, criando assim um ciclo 
de feedback (retroalimentação) que é 
essencial para a defesa contra muitos 
microrganismos nas respostas imunes 
mediadas por células. Essas interações 
são descritas na discussão do papel 
dos linfócitos na inflamação crônica. 
Outras células na inflamação crônica. 
➢ Os eosinófilos são abundantes nas 
reações imunomediadas por IgE e nas 
infecções parasitárias. O seu 
recrutamento é desencadeado por 
moléculas de adesão semelhantes às 
utilizadas pelos neutrófilos e por 
quimiocinas específicas (p. ex., 
eotaxina) derivadas de leucócitos e 
células epiteliais. 
➢ Os mastócitos estão amplamente 
distribuídos no tecido conjuntivo e 
participam das reações inflamatórias 
agudas e crônicas. Os mastócitos (e os 
basófilos) expressam na sua superfície 
o receptor FcɛRI, que se liga à porção 
Fc – fragmento cristalizável - do 
anticorpo IgE. Nas reações de 
hipersensibilidade imediata, a IgE ligada 
aos receptores Fc dos mastócitos 
reconhece especificamente o antígeno 
e, em resposta, as células degranulam 
e liberam mediadores, como histamina 
e prostaglandinas. Os mastócitos 
também estão presentes nas reações 
inflamatórias crônicas, e como secretam 
uma infinidade de citocinas, elas podem 
promover reações inflamatórias. 
Inflamação Granulomatosa 
A inflamação granulomatosa é uma 
forma de inflamação crônica 
caracterizada por coleções de 
macrófagos ativados, muitas vezes com 
linfócitos T, e às vezes associadas à 
necrose central. Os macrófagos ativados 
desenvolvem um citoplasma abundante e 
passam a se assemelhar a células epiteliais, 
sendo chamados células epitelioides. A 
formação de granulomas é uma tentativa 
celular de conter um agente agressor difícil 
de erradicar. Nesta tentativa, 
frequentemente há uma forte ativação de 
linfócitos T que desencadeia ativação dos 
 
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macrófagos, o que pode causar lesões nos 
tecidos normais. 
Existem dois tipos de granulomas, que 
apresentam diferentes patogenia: 
➢ Os granulomas imunes: que são 
causados por vários agentes capazes 
de induzir resposta imune mediada por 
células T persistentes. Este tipo de 
resposta imune provoca a formação de 
granulomas geralmente quando o 
agente incitador não pode ser 
facilmente eliminado, como um 
microrganismo persistente ou um 
antígeno próprio. Como respostas, os 
macrófagos ativam as células T a 
produzir citocinas, como a IL-2, que 
ativa outras células T perpetuando a 
resposta, e IFN-γ, que ativa os 
macrófagos. 
➢ Os granulomas de corpo estranho: 
são encontrados na resposta a corpos 
estranhos relativamente inertes, na 
ausência de resposta imunomediada 
por células T. os granulomas de corpo 
estranho formam-se em torno de 
materiais como o talco (associado ao 
uso abusivo de drogas intravenosas), 
suturas ou outras fibras que são 
grandes o suficiente para impossibilitar 
a fagocitose por um macrófago, mas 
não são imunogênicos. 
➢ No quadro de resposta persistente por 
células T a certos microrganismos 
(p. ex., M. tuberculosis, Treponema 
pallidum ou fungos), as citocinas 
derivadas das células T são 
responsáveis pela ativação crônica dos 
macrófagos e pela formação dos 
granulomas. Os granulomas também 
podem se desenvolver em algumas 
doenças inflamatórias imunomediadas, 
como a doença de Crohn, que é um 
tipo de doença inflamatória intestinal e 
causa importante de inflamação 
granulomatosa nosEstados Unidos, 
bem como em uma doença de etiologia 
desconhecida chamada sarcoidose. A 
tuberculose é o protótipo da doença 
granulomatosa de etiologia infecciosa e 
deve ser sempre excluída como uma 
possível causa quando os granulomas 
são identificados. 
 
 
 
Etapas na formação de cicatrizes 
O reparo por deposição de tecido conjuntivo 
consiste em uma série de etapas 
sequenciais que ocorrem a pós a lesão do 
tecido 
➢ Alguns minutos após uma lesão, um 
tampão hemostático composto por 
plaquetas é formado, o que interrompe 
o sangramento e proporciona uma 
estrutura para as células inflamatórias 
infiltrativas. 
➢ Inflamação: esta etapa é composta 
pelas típicas respostas inflamatórias 
aguda e crônica. Os produtos da 
degradação da ativação do 
complemento, quimiocinas liberadas a 
partir das plaquetas ativadas e outros 
mediadores produzidos no local da 
lesão agem como agentes quimiotáticos 
para recrutar neutrófilos e monócitos 
durante as 6 a 48 horas seguintes. 
 
Os macrófagos são os principais 
agentes no processo de reparo 
celular – macrófago M1 removem 
microrganismos e tecidos necróticos e 
promovem a inflamação e uma 
Caracterizar o processo de reparo teciduais 
(cicatrização – queloide, hipertrófica, 1, 2 e 3 
intenções – regeneração. 
 
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retroalimentação positiva, e os 
macrófagos M2 produzem fatores de 
crescimento que estimulam a 
proliferação de muitos tipos celulares na 
etapa de reparo. 
➢ Proliferação celular: o que leva até 10 
dias, vários tipos de células, incluindo 
células epiteliais, endoteliais e outras 
células vasculares e fibroblastos, 
proliferam e migram para fechar a 
ferida, agora limpa. Cada tipo de célula 
apresenta funções únicas. 
• As células epiteliais respondem a 
fatores de crescimento produzidos 
localmente e migram sobre a ferida 
para cobri-la. 
• As células endoteliais e outras 
células vasculares proliferam para 
formar novos vasos sanguíneos, um 
processo conhecido 
como angiogênese. Devido à 
importância desse processo 
fisiológico nas respostas do 
hospedeiro e em muitas condições 
patológicas. 
• Os fibroblastos proliferam e migram 
para o local da lesão e repousam 
sobre as fibras colágenas que 
formam a cicatriz. 
• A combinação de fibroblastos em 
proliferação, tecido conjuntivo 
frouxo, novos vasos sanguíneos e 
células inflamatórias crônicas 
espalhadas formas um tipo de 
tecido ímpar para cicatrização das 
feridas, chamado tecido de 
granulação. Este termo deriva da 
sua coloração rosada, aparência 
macroscópica granular e macia, tal 
como se pode observar abaixo da 
crosta da pele de uma ferida. 
A cicatrização das feridas da pele pode ser 
classificada como cicatrização por 
primeira intenção (união primária), que se 
refere à regeneração epitelial com formação 
mínima de cicatrizes, como a que ocorre 
nas incisões cirúrgicas com bordas bem 
aproximadas, e cicatrização por segunda 
intenção (união secundária), que se refere 
às feridas maiores que cicatrizam por meio 
da combinação de regeneração e 
cicatrização. Como os processos básicos 
envolvidos nos dois tipos de cicatrização de 
feridas representam um continuum da 
regeneração à cicatrização, não fazemos 
essa distinção em nossa discussão sobre os 
eventos-chave no reparo de tecidos. 
Cura por primeira intenção 
➢ No prazo de 24 horas, os neutrófilos 
podem ser vistos na margem da incisão, 
migrando rumo ao coágulo de fibrina. 
Eles liberam enzimas proteolíticas que 
começam a limpar os resíduos. As 
células basais na borda do corte da 
epiderme começam a mostrar atividade 
mitótica acelerada. Dentro de 24 a 48 
horas, as células epiteliais de ambos os 
lados já começaram a migrar e proliferar 
ao longo da derme, depositando 
componentes basais de membrana à 
medida que avançam. Então, juntam-se 
na linha média, abaixo da superfície da 
crosta, produzindo uma fina e contínua 
camada epitelial que fecha a ferida. 
➢ No terceiro dia, os neutrófilos já foram 
amplamente substituídos pelos 
macrófagos e, progressivamente, o 
tecido de granulação invade o espaço 
da incisão. Conforme já discutido, os 
macrófagos são células-chave 
constituintes do reparo tecidual, 
removendo os resíduos extracelulares, 
a fibrina e outros materiais estranhos, 
além de promover angiogênese e 
deposição de MEC. Agora, as fibras de 
 
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colágeno são evidentes nas margens da 
incisão. A proliferação de células 
epiteliais continua formando uma 
cobertura que se aproxima da 
espessura normal da epiderme. 
➢ Por volta do quinto dia, a 
neovascularização alcança seu pico, à 
medida que o tecido de granulação vai 
preenchendo o espaço incisional. Esses 
vasos neoformados são permeáveis, 
permitindo a passagem de líquido e 
proteínas plasmáticas para o espaço 
extravascular. Portanto, o novo tecido 
de granulação está constantemente 
edemaciado. A migração de fibroblastos 
para o local da lesão é orientada por 
quimiocinas, TNF, PDGF, TGF-β e FGF. 
Sua subsequente proliferação é 
desencadeada por múltiplos fatores de 
crescimento, incluindo PDGF, EGF, 
TGF-β e FGF, e pelas citocinas IL-1 e 
TNF. Os macrófagos são as principais 
fontes desses fatores, embora outras 
células inflamatórias e as plaquetas 
também os produzam. Os fibroblastos 
produzem proteínas da MEC, e as 
fibrilas de colágeno tornam-se mais 
abundantes e começam a formar pontes 
na incisão. A epiderme recupera sua 
espessura natural à medida que a 
diferenciação de células de superfície 
vai produzindo uma arquitetura de 
epiderme madura, com a ceratinização 
da superfície. 
➢ Durante a segunda semana, há 
acúmulo contínuo de colágeno e de 
proliferação de fibroblastos. O infiltrado 
de leucócitos, o edema e o aumento de 
vascularidade estão substancialmente 
diminuídos. O processo de 
“empalidecimento” tem início, alcançado 
pelo aumento de deposição de 
colágeno dentro da cicatriz da incisão e 
da regressão dos canais vasculares. 
➢ Pelo fim do primeiro mês, a cicatriz 
compreende um tecido conjuntivo 
celular em grande parte desprovido de 
células inflamatórias, coberto por uma 
epiderme essencialmente normal. 
Entretanto, os apêndices cutâneos 
destruídos na linha da incisão 
desaparecem de forma permanente. A 
força de tensão da ferida aumenta com 
o tempo, conforme descrito adiante. 
A cura por segunda intenção 
➢ Em feridas que causam grandes perdas 
de tecido, o coágulo de fibrina é maior e 
há mais exsudato e restos necróticos no 
local. A inflamação é mais intensa 
porque os grandes defeitos no tecido 
têm um volume maior de resíduos 
necróticos, exsudato e fibrina, os quais 
devem ser removidos. Em 
consequência, grandes defeitos têm 
maior potencial para a lesão secundária 
mediada por inflamação. 
➢ Inicialmente, é formada uma matriz 
provisória contendo fibrina, fibronectina 
plasmática e colágeno tipo III que, em 
aproximadamente 2 semanas, é 
substituída por uma matriz composta 
principalmente de colágeno tipo I. 
Finalmente, o arcabouço do tecido de 
granulação original é convertido em 
uma cicatriz avascular e pálida, 
composta de fibroblastos fusiformes, 
colágeno denso, fragmentos de tecido 
elástico e outros componentes da MEC. 
Os apêndices cutâneos destruídos na 
linha da incisão desaparecem de forma 
permanente. A epiderme recupera sua 
espessura e arquitetura normais. No fim 
do primeiro mês, a cicatriz consiste em 
tecido conjuntivo acelular destituído de 
 
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infiltrado inflamatório e está recoberta 
por epiderme intacta. 
Fatores que impedem o reparo do TecidoO reparo tecidual pode ser influenciado por 
vários fatores que reduzem a qualidade ou 
adequação do processo de reparação. Os 
fatores que interferem na cicatrização 
podem ser extrínsecos (p. ex., infecção) ou 
intrínsecos ao tecido lesado, sistêmicos ou 
locais: 
➢ A infecção é uma das causas mais 
importantes de retardo da cicatrização; 
ela prolonga a inflamação e aumenta 
potencialmente a lesão tecidual local. 
➢ O diabetes é uma doença metabólica 
que compromete o reparo dos tecidos 
por muitas razões, e é uma causa 
sistêmica importante da cicatrização 
anormal das feridas. 
➢ O estado nutricional exerce profundos 
efeitos sobre o reparo; desnutrição 
proteica e deficiência vitamina C, por 
exemplo, inibem a síntese de colágeno 
e retardam a cura. 
➢ Os glicocorticoides(esteroides) apres
entam efeitos anti-inflamatórios já bem 
documentados, e a sua administração 
pode resultar em cicatrização deficiente 
porque inibem a produção de TGF-β e 
diminuem a fibrose. Em alguns casos, 
no entanto, os efeitos anti-inflamatórios 
dos glicocorticoides são desejáveis. Por 
exemplo, nas infecções da córnea, os 
glicocorticoides podem ser prescritos 
(juntamente com antibióticos) para 
reduzir a probabilidade de opacidade 
devido à deposição de colágeno. 
➢ Má perfusão, devido à aterosclerose e 
ao diabetes, ou obstrução da drenagem 
venosa (p. ex., em veias varicosas), 
também prejudicam a cicatrização. 
 
 
Existem cinco sinais clínicos clássicos de 
inflamação: 
➢ Rubor (vermelhidão): Devido ao 
aumento do fluxo sanguíneo para a 
área inflamada, há um aumento da 
quantidade de sangue e nutrientes que 
chegam à área, deixando-a mais 
avermelhada. O processo começa 
quando as células inflamatórias, 
como os mastócitos, são ativadas 
pela presença de uma lesão ou um 
agente infeccioso. Essas células 
liberam uma substância química 
chamada histamina, que é um 
vasodilatador potente. A histamina 
causa a dilatação dos vasos 
sanguíneos na área afetada, 
aumentando o diâmetro dos vasos e 
permitindo que mais sangue flua para a 
área inflamada. Além disso, outras 
substâncias químicas, como as 
prostaglandinas, também podem 
aumentar a vasodilatação e o fluxo 
sanguíneo. As células brancas do 
sangue, como os leucócitos, também 
são atraídas para a área inflamada pelo 
processo de quimiotaxia. Essas células 
desempenham um papel importante no 
combate à infecção e na reparação do 
tecido danificado. 
➢ Calor: A mesma resposta inflamatória 
que causa a rubor também aumenta a 
temperatura da área inflamada, 
deixando-a mais quente ao toque. 
➢ Tumor (inchaço): A inflamação leva a 
um acúmulo de fluidos e células 
inflamatórias na área afetada, o que 
pode levar ao inchaço ou aumento de 
volume. O processo começa quando as 
células inflamatórias, como os 
Descrever os sinais clínicos de 
inflamação. 
 
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mastócitos, são ativadas pela presença 
de uma lesão ou um agente infeccioso. 
Essas células liberam substâncias 
químicas, como histamina e 
prostaglandinas, que aumentam a 
permeabilidade dos vasos sanguíneos 
na área afetada. Isso permite que o 
líquido, proteínas e células sanguíneas 
saiam dos vasos sanguíneos e entrem 
no tecido circundante. Esse acúmulo de 
líquido e células inflamatórias pode 
levar a um inchaço visível na área 
afetada. A quantidade de inchaço 
depende da extensão e gravidade da 
inflamação. O inchaço pode ser 
doloroso e pode afetar a função normal 
da área afetada, como a perda de 
mobilidade em uma articulação 
inflamada ou dificuldade de 
movimentação de um músculo 
inflamado. 
➢ Dolor (dor): A inflamação também pode 
causar dor na área afetada, devido à 
presença de substâncias químicas 
inflamatórias que estimulam os nervos. 
A inflamação, mesmo localizada, está 
associada a reações sistêmicas induzidas 
por citocinas que são coletivamente 
chamadas resposta de fase aguda. 
Qualquer pessoa que tenha sofrido uma 
grave doença bacteriana ou viral, 
experimentou manifestações sistêmicas da 
inflamação aguda. Essas alterações são 
reações a citocinas cuja produção é 
estimulada por produtos bacterianos como o 
LPS, o RNA viral de fita dupla e por outros 
estímulos inflamatórios. As citocinas TNF, 
IL-1 e IL-6 são mediadores importantes da 
reação da fase aguda; outras citocinas, 
denominadas interferons do tipo I, também 
contribuem para a reação. 
➢ A febre, caracterizada pela elevação da 
temperatura corporal, geralmente de 
1°C a 4°C, é uma das manifestações 
mais proeminente da resposta da fase 
aguda, especialmente quando a 
inflamação está associada a infecção. 
As substâncias que induzem febre são 
chamadas pirogênicos. O aumento da 
temperatura corporal é causado por 
prostaglandinas que são produzidas nas 
células vasculares e perivasculares do 
hipotálamo. Os produtos bacterianos, 
como os LPS (chamado pirogênio 
exógeno), estimulam os leucócitos a 
liberar citocinas, como IL-1 e TNF 
(denominados pirogênios endógenos) 
que aumentam os níveis de enzimas 
(cicloxigenases) que convertem o ácido 
araquidônico em prostaglandinas. No 
hipotálamo, as prostaglandinas, 
especialmente a PGE2, estimulam a 
produção de neurotransmissores que 
ajustam a temperatura a um nível mais 
alto. Os AINEs, incluindo o ácido 
acetilsalicílico, reduzem a febre inibindo 
a síntese de prostaglandinas. 
➢ A leucocitose é uma característica 
comum das reações inflamatórias, 
especialmente aquelas induzidas pelas 
infecções bacterianas. A leucocitose 
ocorre inicialmente devido à liberação 
acelerada de células do pool (conjunto) 
de reserva pós-mitótico da medula 
óssea (causada por citocinas, incluindo 
TNF e IL-1) e está, portanto, associada 
ao aumento no número de neutrófilos 
mais imaturos no sangue, o que é 
denominado desvio à esquerda. A 
maioria das infecções bacterianas induz 
aumento na contagem de neutrófilos no 
sangue, denominado neutrofilia. As 
infecções virais, como a 
mononucleose infecciosa, caxumba e 
 
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rubéola, causam aumento absoluto no 
número de linfócitos (linfocitose). Em 
algumas alergias e infestações 
parasitárias há aumento no número de 
eosinófilos no sangue, 
gerando eosinofilia. Certas infecções 
(febre tifoide e infecções causadas 
por alguns vírus, Rickettsiae e certos 
protozoários) estão associadas a uma 
diminuição do número de leucócitos 
circulantes (leucopenia). 
➢ Nas infecções bacterianas graves 
(sepse), as numerosas bactérias e seus 
produtos no sangue estimulam a 
produção de enormes quantidades de 
várias citocinas, principalmente TNF e 
IL-1. Os altos níveis sanguíneos de 
citocinas causam anormalidades 
clínicas e patológicas generalizadas, 
como coagulação intravascular 
disseminada, choque hipotensivo e 
distúrbios metabólicos, incluindo 
resistência à insulina e hiperglicemia