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Missiologia - Estudo sobre Missões - 1 - Missiologia - Estudo sobre Missões - 2 - Índice 1. O que é Missiologia?...........................................................................................................................3 2. A Missiologia da Igreja Primitiva..............................................................................4 3. A Bíblia, o Manual das Missões .....................................................................................5 4. Jonas, o Missionário do Antigo Testamento.............................................7 5. Paulo, o Grande Missionário ...............................................................................................10 6. As Viagens Missionárias de Paulo ..........................................................................12 7. Jesus, o Excelente Missionário.........................................................................................15 8. A Igreja na Evangelização.....................................................................................................17 9. Atos, o livro das Missões...............................................................................................................19 10. O Espírito Santo Capacita Para a Obra Missionária............21 11. A Missão e os seus Desafios...................................................................................................22 12. As Estratégicas Missionárias............................................................................................24 13. O Missionário é Digno do seu Sustento........................................................25 14. Povos sem o Evangelho................................................................................................................28 15. Missões Mundiais.....................................................................................................................................32 16. Ganhando Almas Antes do Arrebatamento....................................33 Missiologia - Estudo sobre Missões - 3 - Lição 1 1. O Que é Missiologia? O que é Missiologia? Missiologia é a ciência que estuda a origem e os aspectos gerais das missões, tendo como principio como base de regra de fé a Bíblia, pois a Bíblia é o manual das origens de toda missão. O Missionário é aquele que leva as Boas Novas de Salvação para os perdidos, cumprindo a ordem do Mestre Jesus Cristo: “IDE por todo o mundo” “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19) “Quem crer e for batizado será salvo;mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16) Como fazer Missões? Existem três modos de fazer missões: Primeiro Indo ao campo missionário; segundo, Orando por aqueles que estão no campo missionário; terceiro, Contribuindo para o sustento dos missionários que estão no campo missionário. Missiologia - Estudo sobre Missões - 4 - 2. A MISSÃO DA IGREJA PRIMITIVA Como a Igreja primitiva se expandiu? Que estratégia missionária utilizou? Em que devemos copiá-la? O livro de Atos dos Apóstolos nos apresenta o enraizamento e a expansão do evangelho nos primórdios da cristandade: começa com a ascensão de Jesus aos céus e a divulgação do evangelho a partir de Jerusalém, chegando finalmente a Roma, onde o livro termina. Na história da Igreja Cristã Na Era Apostólica (até 100 D.C), todo mundo conhecido na época já havia sido alcançado pelo Evangelho (Cl 1.6,23). Na era pós-apostólica até Constantino (de 100 até 313), todo o Império Romano e regiões adjacentes eram visitadas por missionários e evangelistas. De Constantino a Lutero (de 313 D. C até 1516 d. C), embora bem menos vigoroso, o avivamento já estava prestes a varrer a Europa. De Lutero até o inicio do século 20 (de 1517 até 1900), surgiram grandes reformadores e missionários, que levaram o avivamento a diversos países, surgindo neste período às igrejas evangélicas. E de 1900 até nossos dias, ressurgiu, logo no inicio do século, o avivamento completo: milhões de almas foram alcançadas em todo o mundo. No Brasil, a 18 de junho de 1911, foi fundada a Assembléia de Deus que hoje conta com milhões de membros em todo o território nacional. O Resultado da Missão. O avivamento pentecostal do presente século surgiu na rua Azuza, na cidade norte-americana de Los Angeles. Com respeito a esse momento tão importante, escreve o pastor Stanley Horton: *“O avivamento da rua Azuza também atraiu gente de além-mar, e o avivamento alcançou a Índia; de Seattle, Washington, chegou ao Japão; da Escandinávia, à Inglaterra, Holanda e Alemanha; da Inglaterra, à Estônia; da Índia, ao Chile. Dois suecos que residiam nos Estados Unidos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, sentiram-se chamados, em 1910, para divulgar a mensagem pentecostal no Brasil. *“A maioria dos envolvidos no avivamento da rua Azuza saíram a estabelecer igrejas. E, devido às pressões que sofreram de suas antigas denominações, muitos deles passaram a olhar com desconfiança as organizações religiosas, preferindo ser “livres”. Na Missão Cenáculo, meu avô não permitia nenhum registro de membros, e evitava ao máximo os rituais. Não se recolhiam ofertas. No entanto, uma caixa de correio pendurada próximo da porta estava à disposição de quem desejasse contribuir. *“Agências missionárias logo começaram a aparecer, como em 1909 a União Missionária Pentecostal da Grã-Bretanha (que deu cobertura às Assembléias de Deus na Grã-Bretanha e na Irlanda em 1924-1925). *“Em 1914, era formado o Conselho Geral das Assembléias de Deus com o duplo propósito de promover missões e criar uma escola bíblica para treinamento de ministros e missionários. O resultado foi a Faculdade Bíblica Central e muitas outras escolas bíblicas estabelecidas no país, incluindo mais de duzentas espalhadas por todo o mundo. No mesmo ano, foi criada a União Missionária Pentecostal Nacional e Internacional e, em 1919, fundou-se no Zaire a Missão Evangelística Congo” O Senhor da seara continua chamado trabalhadores ainda na undécima hora (Mt 20.6). A vinda de Jesus se aproxima com rapidez, e estamos diante da última oportunidade missionária. O Espírito Santo continua incentivando: “Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas” (Is 54.2). Jesus vinculou a sua ordem missionária à operação do Espírito Santo (Lc 24.47,49; At 1.4,5, 8). A maior necessidade da obra missionária continua sendo pessoas cheias do Espírito Santo. Missiologia - Estudo sobre Missões - 5 - 3. A BÍBLIA, O MANUAL DAS MISSÕES Buscai no livro do Senhor, e lede... (Is 34.16) Por que a Bíblia é o Manual de Missões por Excelência? 1. Porque ela evidencia os propósitos universais de Deus para a Redenção do homem. A Bíblia é a única obra literáriado planeta que registra a nossa origem: o que somos, de onde viemos e para onde vamos. Deus quer que todos os seres humanos conheçam a verdade sobre Ele e de como Ele se revelou nas Santas Escrituras; e, também sobre a natureza humana. À vontade de Deus é que todos os homens se arrependam e venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4). Deus sempre se preocupou com o bem-estar do homem. Essa vontade só pode ser conhecida pela revelação e isso encontramos nos oráculos divinos, a Bíblia Sagrada. 2. Porque ela nos apresenta o fundamento, o norte, e as estratégias missionárias. É na Bíblia que encontramos os registros das primeiras missões. Além disso, mostra como plantar igrejas locais, as estratégicas de evangelização, as possíveis atividades de um missionário no campo, o papel da igreja missionária e os problemas enfrentados no campo missionário. Essas coisas nos inspiram e orientam como fazer missões. O registro das viagens missionárias na Bíblia serve também para mostrar os modus operandi, ou seja: como fazer. Deus nos manda fazer missões e, além disso, ordenou fosse registrada em sua Palavra as viagens missionárias, principalmente as do apóstolo Paulo, para que todos possam visualizar uma viagem missionária e todas as possíveis atividades de um obreiro no campo missionário. A Bíblia é o manual por excelência de missões porque é a revelação de Deus à humanidade. Além de ser a única fonte inspirada de teologia e ética, ela nos ensina como fazer missões. A Visão Missionária Prenunciada no Antigo Testamento 1. Exemplificada no co-missionamento dos Patriarcas A obra missionária está no coração de Deus. O patriarca Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra e partir para uma terra distante e desconhecida (At 7.2-4). Quando Deus apareceu a Abraão, em Harã, prometeu: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Essa promessa foi confirmada depois a Isaque (Gn 26.4) também a Jacó (Gn 28.14). Isso significa que o próprio Deus pregou o evangelho primeiramente a Abraão prevendo sua extensão por toda a terra (Gl 3.8). Nisso podemos ver missões tanto no exemplo, no co-missionamento de Abraão, como também de maneira direta: as famílias da terra sendo abençoadas no patriarca Abraão. 2. Cantada nos Salmos Os salmos também vislumbravam a obra missionária em toda a terra: “Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos, as suas maravilhas” (Sl 93.3). O Salmo 67 é essencialmente missionário. A chegada do evangelho entre os etíopes é cumprimento de uma profecia bíblica cantada nos Salmos (Sl 68.31). Assim, a conversão do eunuco da rainha Candace, da Etiópia (At 8.27,39), eram as primícias do Pentecostes representadas nas 17 nações que começavam a se espalhar entre as nações: Etiópia, casa de Cornélio, Antioquia da Síria e finalmente “os confins da terra”. Missiologia - Estudo sobre Missões - 6 - 3. Conscientizada nos profetas. Deus é apresentado nos profetas como Deus universal, de toda terra, e não meramente um Deus tribal restrito aos filhos de Israel (Is 40.28). Encontramos tanto de maneira implícita como explicita a natureza missionária do Cristianismo em termos proféticos (Is 42.4; 49.6). Veja o cumprimento dessas profecias no Novo Testamento (Mt 12.21; At 13.47). A Visão Missionária Confirmada no Novo Testamento 1. Os evangelhos – Jesus o maior exemplo O Senhor Jesus está presente em cada livro da Bíblia, mas somente os quatro Evangelhos revelam sua vida e ministério e o reconhecem como o cumprimento das promessas de Deus. Jesus é o enviado do Pai (Jo 3.16,17), sendo o maior exemplo para os missionários de todos os tempos. O objetivo da obra missionária é tornar o nome de Jesus conhecido em todas as nações da terra. De todos os 66 livros da bíblia os evangelhos se destacam na revelação da pessoa de Jesus e de sua história: nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão ao céu. 2. As epístolas Sabemos que a história da vida de Jesus está registrada nos quatro Evangelhos, mas a interpretação teológica está nas epístolas. Elas tratam dos mais variados assuntos fundamentais da fé cristã. No que tange a missiologia, servem também para estabelecer disciplinas e encorajar as igrejas as missões (Rm 10.13-15; Gl 2.9). O papel de Atos é decisivo em missões. No Apocalipse encontramos o fim glorioso da jornada da Igreja (Ap 21.3,4). O senhor Jesus é o centro das Escrituras e da mensagem dos missionários, Nenhum missionário pode fazer coisa alguma sem o Espírito Santo, sem o Senhor Jesus e sem a Bíblia. Visão Missionária Ultimada na grande Comissão 1. A Grande Comissão Registrada nos quatro Evangelhos e repetida em Atos (Mt 28.18-20, Mc 16.15-20; Lc 24.46- 49; Jo 20.20-2; At 1.8). Essas diferentes narrações se completam entre si apresentando um resumo dos elementos básicos para missões. No Evangelho de João, lemos que Jesus veio pela autoridade enviou seus discípulos ao mundo, e esse poder abrange todo o universo “o céu e a terra”, que na ação do Espírito Santo Jesus deu aos seus discípulos o poder sobrenatural para que a obra de Deus seja realizada (Mc 16.17,18; At 1.8). 2. Uma ordem e não uma recomendação Fazer missões é mandamento bíblico. Trata-se de uma ordem bíblica imperativa e não meramente um parecer ou uma recomendação. É algo que não depende mais de mandamento específico ou de receber uma visão especial da parte de Deus para iniciar a obra missionária. Essa ordem, como vimos já está na Bíblia (1 Co 9.16). Essa mensagem de salvação é para ser pregada a “todo o mundo” (Mc 16.15), até aos confins da terra, mediante a atuação do Espírito Santo (At 1.8). Essa incumbência foi dada à Igreja. O que é necessário é buscar a direção do Espírito para saber como realizar tal tarefa. Missão está em toda a Bíblia. Visto que o propósito fundamental da Palavra de Deus é a redenção humana e missão se insere nesse contexto, é correto afirmar que está presente desde o Gênesis ao Apocalipse. Essa presença pode ser direta ou indireta, nas ilustrações, figuras, profecias. O livro de Atos se sobressai em missões, registra os grandes trabalhos missionários. Missões, contudo, está em toda a Bíblia. O livro do Senhor é o manual de Missões. Missiologia - Estudo sobre Missões - 7 - 4. JONAS, O MISSIONÁRIO DO ANTIGO TESTAMENTO Tendo sido devolvido à terra por ordem de Jeová, Jonas foi novamente comissionado. Só que desta vez, o Senhor lhe fez a seguinte observação: “prega contra ela a pregação que eu te disse”. Isto mostra que o pregador não deve falar de si mesmo, mas, “de acordo com os oráculos de Deus” (1 Pe 4.11). “Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois não lhe dá Deus o Espírito por medida” (Jo 3.34) Jonas sabia desde o principio, que era seu dever pregar a mensagem que o Senhor lhe tinha ordenado; ele fora um profeta desobediente e não um profeta falso. Diante do exposto, divida a classe em três pequenos grupos. Cada grupo deverá fazer um comentário sobre os textos abaixo, que tratam de situação semelhante á qual estamos estudando. 1. Moisés (Êx 4.10-16) 2. Jeremias (Jr 1.6-9) 3. Os discípulos (Mt 10.19,20). “O Cristianismo é a primeira religião proselitista e missionária da história”, pois o evangelho não é uma mensagem alternativa, é única e exclusiva. Jesus afirmou que é uma questão de vida ou morte (Jo 17.3). No antigo Testamento, missões era um projeto ainda não colocado em prática. O profeta Jonas, como missionário, era uma figura de Cristo. O Novo Testamento tornou explicito o que dantes estava implícito no Antigo. O Contexto Históricode Jonas 1. O Reino de Israel. Após a morte de Salomão, o reino Hebreu dividiu-se em dois: Israel, ou Reino do Norte, formado pelas 10 tribos encabeçadas por Efraim, tendo por capital inicialmente Gibeá, e, depois no tempo de Onri, Samaria; Judá, formado por esta tribo e a de Benjamim, ou reino do Sul, cuja capital era Jerusalém, onde a dinastia de Davi continuou reinando por mais de 400 anos. 2. O profeta e sua terra. Jonas era filho de Amitai. Viveu no Reino do Norte e habitava em Gate Hefer (2 Rs 15.25) que, segundo Jerônimo, era uma aldeia dos arredores de Nazaré da Galiléia. O profeta viveu na época de Jeroboão II, quando o Reino de Israel achava-se sob pressão dos assírios. A Assíria é a região onde hoje se localiza o norte do Iraque, e sua capital na antiguidade, era Ninive. 3. Origem dos ninivitas. Cidade fundada por Ninrode, filho de Cam, neto de Noé (Gn 10.11,12), a Assíria é conhecida como o país de Ninrode (Mq 5.6). Os assírios são descendentes de Assur, ou Ashur, em hebraico, filho de Sem (Gn 10.22) A expressão “saiu ele à Assíria” (Gn 10.11) é de difícil interpretação; no original hebraico não se sabe se Ashur, ou Assíria, é uma e mesma coisa. Se o primeiro caso puder ser confirmado, significa que Ninrode Juntou-se a Ashur, e ambos fundaram Ninive, além de outras cidades da região. Isso explicaria o fato de um país semita ser chamado de terra de Ninrode, um camita. Missiologia - Estudo sobre Missões - 8 - 4. Característica dos ninivitas. Era um povo beligerante. Os gregos caracterizam-se pela filosofia, os fenícios pela arte náutica, os hebreus pelo monoteísmo ético, mas os assírios pela crueldade. São indescritíveis as torturas que eles aplicavam aos seus prisioneiros. A arte bélica era a característica dos assírios. Isso explica a deserção de Jonas; o profeta desejava em conseqüência de sua maldade (Jn 4.1,2). A Mensagem de Jonas 1. A incumbência de Jonas. Depois que o grande peixe vomitou o profeta, Deus novamente o envia a Ninive, dizendo: “prega contra ela a pregação que eu te disse”. Qual foi a pregação que Deus entregou a Jonas? “Ainda quarenta dias, e Ninive será subvertida”. Não era uma mensagem de misericórdia, mas uma sentença de condenação. Era o anúncio do Juízo de Deus sobre a cidade. 2. O Senhor Jesus. O senhor Jesus apresentou suas credenciais de Messias: sinais e maravilhas nunca vistos desde a fundação do mundo, ensinos extraordinários que vêm impressionando a humanidade nesses 2.000 anos de Cristianismo, trazendo-nos uma mensagem de perdão e de amor. Não há razão para recusarmos o evangelho ou duvidar do Senhor Jesus. Ele tem o testemunho da lei e dos profetas (Rm 3.21). A Bíblia declara: “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43). 3. O profeta Jonas. O profeta Jonas, ao contrário, não mostrou sinais nem maravilhas e a sua mensagem não era de perdão; sequer convidou os ninivitas ao arrependimento. Todavia, o povo arrependeu-se a ponto de o rei proclamar um jejum para toda a cidade e até para os animais. E, assim, o povo alcançou misericórdia. Por isso Jesus disse que os ninivitas estariam presentes no juízo para condenar aquela geração incrédula que recusou o Filho de Deus: “Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração e a condenarão, por que se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas” (mt 12.41). Missões nas Religiões Antigas 1. Os pagãos. As religiões do antigo Oriente Médio eram tribais. Não há registro de que um adepto de Astarode, divindade dos sidônios; ou de Milcom, dos amonitas (1 Rs 11.5), ou ainda de qualquer outra divindade, haja levado sua mensagem para os adeptos de outros deuses, pois tais religiões eram algo mais de caráter cultural do que espiritual. Os pagãos entendiam que a cada povo bastava o seu deus. 2. O Judaísmo. Apesar de o Judaísmo não adorar a um Deus tribal, não é uma religião missionária, nem proselitista. Mas o Antigo Testamento, que os Judeus acatam como a Palavra de Deus, assevera que toda a terra é do SENHOR (Êx 19.5; Sl 24.1). Por conseguinte, Deus tem o direito de reinar sobre todas as nações e de proclamar seus juízos e a sua salvação. Com exceção de Jonas, os profetas do Senhor sempre eram enviados ao seu próprio povo, e, em seus escritos, encontramos mensagens de advertências, ameaças e também de bênçãos para as nações vizinhas. 3. Os prosélitos no Novo Testamento. Eram gentios convertidos à fé judaica (At 2.10; 6.5; 13.43). Parece que havia empenho das autoridades judaicas do primeiro século no proselitismo (Mt 23.15). O prosélito submetia-se a três coisas: fazer a circuncisão, oferecer um sacrifício e submeter- se ao batismo. No batismo, o local não podia conter menos que 300 litros de água e todo o corpo devia ser tocado pela água. A pessoa tinha de rapar o cabelo, cortar as unhas e por-se desnuda. Ainda na água, lia uma parte da lei, e fazia a confissão de fé, diante de três testemunhas – uma espécie de padrinhos. Em seguida, recebia as palavras de consolo e de benção. Quando saía das águas batismais, já era membro da família de Israel. Era o batismo deles. Hoje os rabinos fazem Missiologia - Estudo sobre Missões - 9 - sérias objeções aos gentios que desejam se converter ao Judaísmo. Eles se empenham, acima de tudo, em trazer de volta para o Judaísmo seus próprios irmãos: os judeus não religiosos. 4. Profecias cumpridas. Há no Antigo Testamento vislumbres missionários, de profecias que se cumpriram no Novo Testamento. A mensagem de Gn 12.3: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” era promessa de Deus para salvar os gentios (Gl 3.8). Isso está ainda mais claro no profeta Isaias: “As ilhas aguardarão na sua doutrina” (Is 42.4). Ou: “E, no seu nome, os gentios esperarão”, conforme a Septuaginta, citada em Mt 12.21. Isso também é visto em Os 1.10; 2.23, citado em Rm 9.25,26. O Cristianismo é a primeira religião missionária do mundo. O Caráter Universal do Cristianismo 1. Os gentios ontem e hoje. Os gentios, giym em hebraico, são todas as nações que estão fora do povo de Israel. Até a vinda de Jesus, a humanidade estava dividida em dois povos: gentios e judeus, e o plano de Deus era a reunificação deles, derribando a parede de separação, o que Jesus realmente fez através de sua morte na cruz (Ef 2.13-18). Hoje deixa de ser gentio quem se converte ao Senhor Jesus (1 Co 12.2; Ef 2.11). Somos filhos de Abrão, no sentido espiritual (Rm 4.12-12; 9.8,30-32; Gl 3.7). 2. Jonas, uma figura de Cristo. Ambos foram enviados aos gentios, eram galileus e por três noites ficaram nas profundezas; Jonas, no ventre do grande peixe; Jesus no seio da terra (Mt 12.40). Tais semelhanças servem para mostrar que Jonas é a figura de Cristo no Antigo Testamento. Ali estava o prenuncio da salvação dos gentios. A redenção destes estava no plano de Deus antes da fundação do mundo (Ap 13.8); não foi uma improvisação de última hora feita por Jesus. Os profetas falaram dessa salvação (1 Pe 1.10-12). O Messias, objeto da expectativa dos profetas do Antigo Testamento, é o Cristo do Novo Testamento. O trabalho missionário, iniciado por Jonas, continuou com os apóstolos, cabendo-nos a tarefa de expandi-lo até aos confins da terra. Hoje somos frutos de missões e devemos fazer missões; há ainda milhões que estão perecendo sem o conhecimento do evangelho. * O Antigo Testamento está repleto de passagens missionárias, especialmente nos Salmos e em Isaias (caps 41.66). Os salmos 2.67,96, 117 destacam a universalidade do reino de Deus,Isaias 61,5-11, por exemplo, fala do propósito de Deus para com as nações. O segundo capítulo de Habacuque contém três princípios básicos de natureza universal do programa de Deus. Ei-los: um princípio universal da justificação pela fé; um conhecimento universal da glória do Senhor; e, uma adoração universal do Senhor. Este profeta reconhecia a universalidade do plano de Deus, isto é; que todos os povos ouviram acerca do poder e a glória de Jeová e também da sua salvação. Há muitas outras referencias ao plano universal de Deus no antigo Testamento é um Deus missionário. Esta parte da Bíblia realmente serve como base de nossa teologia de missões. Missiologia - Estudo sobre Missões - 10 - 5. PAULO, O GRANDE MISSIONÁRIO Motivos que Levaram Paulo a Realizar a Obra Missionária 1. A convicção de que Jesus é o único meio de salvação. A Bíblia diz que a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11), e esta universalidade da salvação em Jesus Cristo foi um dos ensinos mais destacados no ministério de Paulo. Escrevendo a Timóteo, Paulo disse: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” (1 Tm 2.5). 2. O impacto da realidade de que os gentios não conhecem a Deus. Paulo tinha o coração quebrantado para com a necessidade dos povos sem salvação (Rm 3.17; Ef 2.12). Os que não conhecem a Deus servem aos que por natureza não são deuses (Gl 4.8). Servem a deuses feitos por mãos de homens (Sl 115.4-8). Há os que defendem que os gentios devam continuar professando suas religiões pagãs, porque a religião faz parte de suas culturas, e as culturas devem ser preservadas. O apóstolo Paulo jamais compartilhou desta idéia. Jesus nunca mandou pregar cultura, e sim, o evangelho. Um dos mais terríveis aspectos do paganismo é que as coisas que os gentios sacrificam-nas aos demônios e não a Deus (1 Co 10.20). “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” Este clamor dos perdidos é um forte motivo para realizarmos a obra missionária. 3. A certeza de que Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo”. O terceiro e mais forte argumento que constrangia o apóstolo Paulo para a obra missionária eram que o próprio Jesus havia ordenado “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). O próprio Paulo exclamou: “Ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16). Os seguidores de Jesus deveriam ir a todas as nações (Mt 28.19) a pregar o arrependimento e a remissão dos pecados no nome de Jesus (Lc 24.47). O novo cântico de salvação deve ser entoado por todos os povos (Sl 96.1-3). Jesus, pela sua cruz, derribou a parede que separava judeus de gentios, os quais agora podem reconciliar-se com Deus em um só corpo. 4. A convicção da responsabilidade pessoal de anunciar o evangelho. Esta era a quarta causa de a chama missionária manter-se acesa durante toda a vida de Paulo. Ele era dominado por esta responsabilidade: “... me imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16). Paulo, o Grande Missionário A história da vida de Paulo como missionário é um exemplo excepcional. Nele vemos uma pessoa que pela operação do Espírito Santo dedicou-se inteiramente à causa do Senhor. Veremos as manifestações do Espírito Santo na vida de Paulo como missionário enviado pelo Senhor. 1. O Espírito Santo encheu Paulo do amor de Deus. O Espírito Santo é Espírito de amor (2 Tm 1.7). O amor de Deus é expressão da vida de Jesus em nós (Cl 3.4). Este amor torna o crente disposto a entregar a própria vida pelas almas perdidas (1 Jo 3.16), pois o verdadeiro amor se expressa não somente em obras (1 Jo 3.18). O amor sente compaixão pelos perdidos (Mt 9.36), e procura fazer de tudo para ganhá-los (1 Co 9.22) Paulo era dominado por esta visão, paixão e sentimento (2 Co 12.15). Ele estava sempre disposto a, de boa vontade, deixar-se gastar as almas. 2. O Espírito Santo capacitou Paulo para dar sua vida em sacrifício vivo a Deus. Ele chegou à situação de poder dizer “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Para Paulo, a sua vida era Cristo, e seu intenso desejo era que Cristo fosse engrandecido no seu corpo, fosse pela vida, fosse pela morte (Fp 1.20-21). Ele pôde testificar aos companheiros de naufrágio: “O anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo...” (At 27.23). Que testemunho maravilhoso! Ver também At 20.24: a suma da sua vida missionária, feita por ele. 3. O Espírito Santo de poder operou poderosamente na vida de Paulo. Além do poder que Paulo recebeu ao ser batizado com o Espírito Santo, vários dons do Espírito operavam nele: dons de sabedoria e ciência, de discernimento, fé, operação de maravilhas, dons de curar. O poder de Deus operava por meio do ministério de Paulo como um arado, abrindo profundos sulcos no coração do povo, preparando os corações para receberem a semeadoura da Palavra. 4. O Espírito Santo operou na vida de Paulo uma total dependência de Deus. Paulo entendia que tudo o que havia sido feito através de seu ministério era uma operação da graça divina Missiologia - Estudo sobre Missões - 11 - (1 Co 15.10). Ele conhecia a sua grande limitação a ponto de dizer “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros...” (2 Co 3.5,6). 5. O Espírito Santo deu a Paulo a visão da vitória que sempre acompanha o evangelho. Ele pregava com muita ousadia o evangelho de Cristo, que é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Apesar de dizer que para ele o viver é Cristo e o morrer é ganho (Fp 1.21), ele preferia ficar neste mundo, para que disto resultasse algum fruto na sua obra (Fp 1.21-25). Esta sede de ganhar almas para o Senhor o impedia sempre. Exercícios Lição 2 1. O que é Missiologia?......................................................................................... ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 2. Em que ano foi fundado a Assembléia de Deus no Brasil? ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 3. O que significa Etimologicamente a palavra “Evangelho”?............................. ................................................................................................................................. 4. Quem foi o pai do missionário Jonas?............................................................... ......................................................................................................................... 5. Quais foram os motivos que Levaram Paulo a Realizar a Obra Missionária? ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... .........................................................................................................................Missiologia - Estudo sobre Missões - 12 - Lição 2 6. AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO Disse Henrietta C. Mears: *“O maior empreendimento do mundo são as missões estrangeiras, e aqui temos o início dessa grande obra. A idéia originou-se exatamente como devia: numa reunião de oração”. Nosso comentário agora é um estudo das missões transculturais, realizadas por Paulo. 1ª Primeira Viagem 1. A Partida. (At 13.4). O ponto de partida da primeira viagem missionária de Paulo foi Antioquia da Síria (At 13.1- 4). Barnabé e Marcos o acompanharam. Selêucia era uma cidade portuária, onde Paulo e seus companheiros embarcaram. 2. A Campanha de Chipre. Chipre era a terra natal de Barnabé (At 4.36), região das primeiras atividades missionárias de Paulo. Em Salamina, anunciaram a Palavra de Deus nas sinagogas (At 13.4,5). Depois, atravessaram a ilha até o outro extremo dela, chegando a Pafos (13.6-12). Onde o apóstolo dos gen- tios pregou para o procônsul Sérgio Paulo e enfrentou Elimas, o mágico. Que se opôs à pregação do Evangelho. Mas a mensagem divina triunfou e o encantador ficou cego por um determinado tempo. 3. Galácia do Sul (Pisídia e Licaônia). Depois, Paulo deixou a ilha e seguiu para o continente, passando por Perge, cidade da Panfí1ia. Marcos se assombrou com a hostilidade daquela sociedade pagã e voltou para a casa de sua mãe, em Jerusalém (At 13.13,14; 12.12). Na sinagoga de Antioquia da Pisídia, o após- tolo dos gentios pregou aos judeus. Expulso de Antioquia da Pisídia, Paulo foi para Icônio (At 13.50; 14.1-5). Como as hostilidades eram as mesmas da cidade anterior, havendo motim tanto dos judeus como dos gentios, foram para a região da Licaônia, e fundaram Igrejas em listra e Derbe. A atividade missionária de Paulo em Listra resultou na cura de um coxo (14.8-10). Isso chamou a atenção das multidões, onde o apóstolo dos gentios aproveitou para anunciar a Palavra de Deus. Os judeus Antioquia da Pisídia e de Icônio o atacaram, e ele foi arrastado da dade, quase morto (At 14.19). 4. Fim da Primeira Viagem. Depois disso, Paulo e Barnabé foram para Derbe (At 14.20). De lá, retornaram ao ponto de partida, confirmando as igrejas em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia (At 14.22) e estabelecendo pastores nativos em cada uma delas (At 14.23). Essa primeira viagem começou em 46 e terminou em 48 d.C. e ocupa os capítulos 13 e 14 de Atos. Missiologia - Estudo sobre Missões - 13 - 2ª Segunda Viagem 1. Paulo e Barnabé se separam. Depois do Concílio de Jerusalém, Paulo resolveu empreender outra viagem. Era a segunda, com dois objetivos: “visitar as igrejas que ele fundara durante a sua primeira missão e abrir novos campos de trabalho”. Barnabé queria levar seu sobrinho Marcos, mas o apóstolo dos gentios não concordou com a idéia, pois aquele jovem havia voltado do meio do caminho, na vez anterior. Isso foi motivo para se separarem, apesar de terem continuado amigos. 2. Visitando as Igrejas. Paulo e Silas partiram de Antioquia da Síria, de onde havia uma estrada que ia até Tarso e Ásia Menor. Portanto, nessa segunda viagem, o apóstolo dos gentios viajou por terra, atravessou a Cilícia, região onde se situava Tarso, sua terra natal, (não há registro de que ele tenha realizado trabalhos missionários em sua cidade), e seguiu direto para Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, a fim de fortalecer as igrejas. Em Listra, encontrou Timóteo e levou-o também. Os três atravessam a região frígio-gálata (região norte da Galácia), onde são “impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia” (At 16.6). Seguiram para Mísia e tentaram ir a Bitínia, “mas o Espírito de Jesus não lho permitiu” (At 16.7). Então, partiram para Trôade (At 16.8). 3. Trôade e Neápolis. Antiga Tróia da Ilíada de Homero. Nessa cidade, Paulo teve uma visão em que alguém lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” (At 16.9). Nessa localidade, Lucas se juntou à comitiva (16.10). Navegaram para Neápolis, durante dois dias de viagem, e chegaram a Filipos. 4. Filipos. Colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Com essa visita, Paulo fundou a pri- meira igreja européia. Ao entrar, assim, neste continente, ele se deparou com outra realidade. Os romanos seriam uma nova experiência para o seu apostolado. Nessa cidade, ele organizou uma igreja na casa de Lídia, vendedora de púrpura (16.14, 15). Nessa ocasião, libertou uma adivinha da opressão maligna e foi, por isso, para a cadeia, juntamente com Silas. O resultado foi a conversão do carcereiro (16.33, 34). Os direitos dos dois, como cidadãos romanos, foram desrespeitados. De lá, partiram para Tessalônica, passando por Anfípolis e Apolônia (At 17.1). 5. Tessalônica e Beréia. Tessalônica era a principal cidade da Macedônia. Sua população era constituída de gregos, romanos e judeus. Como de costume, o apóstolo procurou uma sinagoga, para iniciar seu trabalho. Paulo só ficou três semanas nessa localidade, por causa da perseguição (At 17,2,5). De lá, partiu para Beréia (v.l0). Os bereanos foram mais receptivos que os tessalonicenses e Paulo, na sinagoga, anunciou o Evangelho do Senhor Jesus. Como Beréia estava próxima de Tessalônica, não demorou muito, para que os mesmos judeus, os quais perseguiram o apóstolo, viessem também para aquela cidade. Assim, ele saiu às pressas e sozinho, indo para Atenas, deixando Silas e Timóteo naquela localidade (At 17.13-15). 6. Atenas. Paulo navegou para Atenas, o centro cultural do mundo grego. Lá, pregou para os filósofos estóicos e epicureus (duas escolas filosóficas muito em voga nos dias do apóstolo), e fundou uma igreja, como resultado dessa pregação, mas com um grupo muito pequeno. De Atenas, partiu para Corinto (At 18.1). A maneira como Paulo descreveu o estado psicológico em que se encontrava, ao chegar naquela cidade (1 Co 2.1-5), mostra que a sua emoção ia muito além das palavras de Lucas, em Atos 17.32,33. 7. Corinto. *Era a capital da Grécia, naqueles dias, com uma população de, aproximadamente, 500 mil habitantes. Paulo permaneceu ali durante um ano e meio, onde ensinou a Palavra de Deus (At 18.11). Morou na casa de Áqüila (judeu do Ponto e expulso de Roma, por determinação de Cláudio) e Priscila, sua mulher. De Corinto, em 52 d.C., ele escreveu 1 Tessalonicenses (1 Ts 3.6). Em menos de um ano, ele Missiologia - Estudo sobre Missões - 14 - enviou a segunda carta para a mesma igreja. De lá, foi para Cencréia, cidade portuária, de onde partiu para sua base (18.18), com breve parada em Éfeso, navegando, em seguida, rumo a Cesaréia, de onde seguiu para Jerusalém e depois Antioquia da Síria (18.22). É o fim de sua segunda viagem. 3ª Terceira Viagem 1. Éfeso. Paulo começou a terceira viagem a partir de Antioquia da Síria, como fez nas duas (At 13.2-4; 15.35- 40; 18.23). Lucas omitiu detalhes dessa trajetória, até chegar a Éfeso. a) Localização. Capital da Ásia Menor era a cidade mais importante da região, pois se localizava no cruzamento das rotas comerciais. Nela, encontrava-se o templo da deusa Diana, chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo antigo. b) Primeiros discípulos em Éfeso. Por essa cidade havia passado Apolo (At 18.24) que foi instruído por Áqüila (At 18.26). Paulo encontrou nela um grupo de 12 novos convertidos, que conheciam apenas o batismo de João (At 19.1-7). 2. Regresso de Paulo. Novamente, Paulo viaja para Corinto,onde passou três meses (20.3). Aos coríntios ele escreveu duas cartas. De Éfeso, a primeira; e da Macedônia, a segunda. Nessa última visita a Corinto, ele escreveu a carta aos Romanos, em 58 d.C., e a irmã Febe, de Cencréia, foi a portadora (Rm 16.1). Na volta para Antioquia da Síria, por terra, visitou as igrejas da Macedônia (20.1,2), até chegar a Mileto, depois de passar cinco dias em Filipos. De Mileto, mandou chamar os anciãos da igreja em Éfeso, pois tinha pressa, e queria chegar o mais rápido possível a Jerusalém, para a festa de Pentecostes (20.16). Na praia local, fez o célebre discurso de despedida (20.17-38). Depois, segue para Cesaréia, passando pela Fenícia, e, em seguida, chega à Cidade Santa, onde é preso pelos judeus. Leia: (At 21.1-8, 27-36). 4ª Quarta Viagem 1. Paulo é preso em Jerusalém. Isso aconteceu no Templo (21.27). Ele se defendeu diante do povo (21.40-22.21) e do Sinédrio (22.30-23.10). É enviado para Cesaréia, onde se apresenta diante de Félix (23.23-24.1-27), Festo e Agripa II (25.22-26-32). 2. Viagem para Roma. Como Paulo apelou para César (25.11; 26.32), na condição de prisioneiro romano, partiu de Cesaréia com destino a Roma (27.1-2). Foi uma viagem muito difícil. Era inverno, e o navio naufragou em Malta, onde esteve três meses (28.1-11). Até que chegou à capital do Império em 62 d.C. 3. Epístolas de Roma. Da capital do Império, escreveu as seguintes cartas: “Efésios, Colossenses e Filemom”, em 62 d.C.; Filipenses, em 63 d.C. Entre 67 e 68: 2 Timóteo, após o incêndio de Roma, quando estava preso pela segunda vez, durante a sua condicional. Em 64 d.C., escreveu da Macedônia: 1 Timóteo e a epístola a Tito. Se Paulo vivesse em nossos dias, teria passaporte turco, pois Tarso situa-se hoje na Turquia. Será que, como cidadão deste país, ele permitiria que fosse uma das nações menos evangelizada do mundo? A sua população é de 61 milhões de habitantes (1995), com 99,8% de muçulmanos. Os evangélicos não chegam aos 0,02%. Eis aí o desafio para as igrejas que desejam imitar o apóstolo dos gentios! (1 Co 11.1). Missiologia - Estudo sobre Missões - 15 - 7. JESUS, O EXCELENTE MISSIONÁRIO “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Neguem vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6) Jesus, o missionário por excelência, não só cumpriu sua grandiosa missão salvífica, assumindo a cruz no lugar de toda a humanidade, como também organizou um movimento missionário evangelizador: selecionou, instruiu e treinou discípulos; especificou-lhes a tarefa de testemunhar em todo o mundo; instruiu a Igreja e enviou o Espírito Santo. O Senhor Jesus Cristo ofereceu-nos o perfeito exemplo de missionário. Cumpre-nos imitá- lo, se quisermos ser testemunhas eficientes. Jesus, como autêntico missionário, em várias ocasiões demonstrou a seus discípulos seu interesse na evangelização mundial: apresentou-se como água viva para a samaritana no poço de Jacó; curou a filha de uma mulher Cananéia, assim como o servo de um centurião romano. Além disso, fez diversas declarações elucidando o objetivo universal de sua missão. Com base na exposição acima, peça a seus alunos que listem no quadro de giz textos referentes à visão missionária de Cristo. Considere os exemplos abaixo: 1) “Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Jacó no reino dos céus” (Mt 8.11). 2) “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes...” (Mt 24.14). 3) “Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações” (Mc 13.10). O Enviado do Pai 1. Missionário O conceito de “missão” no contexto bíblico teológico é “enviar” e vem da palavra grega apóstolos. Esse vocábulo é usado no Novo Testamento para designar os doze apóstolos: “e escolheu doze deles, a quem deu o nome de apóstolos” (Lc 6.13). É também usado para os enviados como embaixadores ou missionários da Igreja (2 Co 8.23; Fp 2.25). A Igreja Ortodoxa Grega desde o principio usava o vocábulo apóstolos para designar seus missionários. Já os nossos termos lingüísticos “missão” e “missionário” vem do latim “mitro”, que quer dizer enviar, mandar. 2. O enviado de Deus Jesus é chamado de apóstolos no Novo Testamento grego: “Considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1). Deus enviou o seu Filho ao mundo, o Filho enviou seus discípulos ao mundo (Jo 20.21), o Pai e o filho enviaram o Espírito Santo para dar poder à Igreja em sua missão de buscar os perdidos da terra (Lc 2449; At 1.8). A bíblia diz que Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Tm 1.15). Essa, portanto, foi a missão na terra do missionário por excelência. 3. Jesus é singular Basta uma lida nos Evangelhos para deixar qualquer um perplexo. A perfeição e a singularidade que encontramos na vida e ministério de Jesus são algo nunca visto na história. Não procurava status e associava-se com os pecadores: publicanos e prostitutas (Mt 11.19; 21.31,32); embora santo, perfeito e impecável, foi submetido aos nossos sofrimentos e provações. Rompeu barreiras geográficas, culturais, éticas e religiosas (Mc 7.24-27; Jo 4.9). Eis o modelo de missionário: Jesus é de todos e para todos; é o único Salvador do mundo; é dever nosso levar o seu nome para as nações (Lc 24.47; At 1.8). Missiologia - Estudo sobre Missões - 16 - O Verdadeiro Homem e o Verdadeiro Deus 1. Deus entre os homens Se apenas o prólogo do Evangelho de João (1.1-14) fosse a única passagem da Bíblia que fizesse menção da deidade absoluta de Jesus, teríamos mais que suficiente para fundamentar a doutrina de sua divindade. No entanto, temos na Bíblia inúmeras passagens que falam de maneira explicita que Jesus é Deus (Rm 9.5; Fp 2.5; Tt. 2.14; Hb 1.8; 2 Pe 1.1) e ao mesmo tempo homem (1 Tm 2.5; 1 Jo 4.3). Deus assumiu a forma humana para entrar no mundo; é o que a Bíblia chama de “mistério da piedade” (1 Tm 3.16); pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheia de graça de verdade” (Jo 1.14). 2. Seu poder Jesus revelou seu poder sobre o reino das trevas, sobre Satanás e o inferno (Mc 5.7-13); sobre as enfermidades e a morte (Mt 10.8), sobre o pecado e sobre a natureza (Jó 8.46; Mt 8.26,27). Provou ser o verdadeiro Homem e o Verdadeiro Deus. Nunca pronunciou palavras tais: “talvez, eu acho que..., não sei mas vou pesquisar, isso é muito mais difícil e vou orar e perguntar ao Pai, suponho que”, não! Mas sempre dizia: “na verdade, na verdade te digo” (Jo 3.3); “Em verdade te digo” (Lc 23.42); “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). Não havia a palavra “impossível” no seu dicionário. 3. O caráter divino de Jesus Você nunca ouviu um mulçumano dizer: “Maomé vive em mim”, ou: “ele habita em meu coração”, ou ainda: “tenho comunhão com Maomé”. Da mesma forma os judeus com relação a Moisés, os budistas com Buda, os confucionistas com Confúcio. Mas com Jesus é diferente. Nenhum dos chefes religiosos acima afirmou alguma vez ser o Deus verdadeiro, o Criador do céu e da terra, porém Jesus declarou sê-lo e realmente o é! (Jo 8.58; 10.30-33). Ele garantiu habitar nos corações de seus seguidores: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). Podemos como salvos dizer “Cristo vive em mim” (Gl 2.20).Missiologia - Estudo sobre Missões - 17 - 8. A IGREJA NA EVANGELIZAÇÃO “... Quem ganha almas sábio é” (Pv 11.30) A Igreja foi estabelecida para a Evangelização 1. O lugar da evangelização. É comum colocar-se a evangelização como a prioridade número um da Igreja. Em certo sentido, não deixa de estar correto, pois em relação ao mundo esta é a sua principal tarefa. No entanto, neste comentário ela não foi colocada em terceiro lugar por acaso. Há uma razão. É que a evangelização só terá êxito, se os crentes estiverem bem ajustados quanto aos pontos anteriores. Em João 17.23 esta seqüência aparece de maneira clara: “Eu neles, e tu em mim” (Comunhão com Deus); “Para que eles sejam perfeitos em unidade” (comunhão uns com os outros), e “para que o mundo conheça que tu me enviaste” (evangelização de resultados). Uma Igreja que não adora a Deus e onde não se exercita a comunhão uns com os outros não terá o brilho da verdadeira luz que atrai os pecadores (Mt 5.14-16). Antes de sair ao mundo para pregar, a Igreja precisa desenvolver seu relacionamento com Deus e a comunhão entre os membros que a compõem. Isto, por si só, bastará para que ela seja afogueada em seu desejo de ganhar as almas. 2. A ordenança da evangelização. “A evangelização é uma ordenança bíblica dada por Jesus à sua Igreja” (Mc 16.15; Mt 28.19; At 1.8). Deixar de evangelizar é o mesmo que passar ao largo, enquanto pessoas estão morrendo, abandonadas sob os escombros de um incêndio. Imagine a cena e sinta o quão dura ela é. Esta é, todavia, a exata situação de muitas Igrejas que estão encasteladas em sua opulência, enquanto à sua volta muitos resvalam para o abismo do fogo eterno. Uma Igreja assim não merece este título e precisa o quanto antes se arrepender para não ser achada em falta e sofrer o juízo divino (Ap 3.14-18). 3. O imperativo da evangelização. A evangelização é um imperativo porque este é o meio pelo qual os pecadores podem arrepender-se e chegar ao conhecimento da verdade (Jo 6.39,40). Lembre-se que você foi alcançando por ela e, portanto, deve dar continuidade ao processo para que outros sejam também alvos da mesma benção. Proclamar o nome de Jesus Cristo significa oferecer a única possibilidade de salvação para o perdido (At 4.12). Se ele não tiver acesso e este nome que salva, estará irremediavelmente condenado. Pregar a salvação A obra da Igreja é pregar o Evangelho a toda a criatura (Mt 28.19,20), e explanar o plano da salvação tal qual e ensinado o plano da salvação tal qual é ensinado nas Escritura. Cristo tornou acessível à salvação por provê-la; real por proclamá-la. “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2.26) Missiologia - Estudo sobre Missões - 18 - Exercícios 1. Qual foi ponto de partida da primeira viagem missionária de Paulo?.................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ 2. Qual foi a cidade que o apóstolo Paulo teve uma visão em que alguém lhe dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos!” ............................................................................................................................................................ .................................................................................................................. ............................................................................................................................................................ 3.Qual foi a cidade que a sua população era de 61 milhões de habitantes em (1995), com 99,8% de muçulmanos. E que os evangélicos nela não chegam aos 0,02%. ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ 4.Escreva com suas palavras porquê Jesus é o Excelente Missionário?....................................................... ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ 5.Cite três livros que mencionam que a evangelização é uma ordenança dada por Jesus para a sua Igreja. ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ Missiologia - Estudo sobre Missões - 19 - Lição 3 9. ATOS, O LIVRO DAS MISSÕES O Livro de Atos Dos 66 livros da Bíblia, Atos é o que mais se destaca na obra missionária, pois registra missões por todos os ângulos, mostrando todas as possíveis atividades de um missionário,. O poder do Espírito Santo, a obra da evangelização e as viagens missionárias do apóstolo Paulo são o conteúdo de Atos. 1. O propósito de Atos. O propósito de Lucas, em seu Evangelho, foi escrever tudo o que Jesus “começou não só a fazer, mas a ensinar”. No Livro de Atos, o propósito foi registrar o que Jesus continuou a fazer e a ensinar, agora, pelo Espírito Santo, através dos apóstolos, dando ênfase a ressurreição de Jesus, que “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas”. 2. Visão geral de Atos. O livro de Atos começa com o aparecimento de Jesus já ressuscitado, reunindo-se com os seus discípulos durante 40 dias. Jesus, ao ascender ao céu reafirma a promessa do Espírito Santo, a fim de que os seus discípulos se encham do poder de Deus para pregar e fazer missões. A tragédia da Igreja começa em Jerusalém (At 1.1-6.7); em seguida, temos a extensão do Cristianismo na Palestina (At 6.8-9.31) e conversão de Saulo de Tarso até a introdução do evangelho em Antioquia da Síria (At 9.1-11.19). Depois vem a campanha de Paulo na Galácia (At 13.14-16.6); a proclamação do Evangelho na Europa (At 16.8-18.18); e a chegada de Paulo a Roma, a capital do Império Romano (At 19.21-28.31). 3. O valor de Atos. Sem o livro de Atos é impossível entender as epístolas paulinas.A origem da Igreja estaria envolta em mistério, e não teríamos a garantia do cumprimento das promessas de Jesus sobre a vinda do Consolador e nem saberíamos qual a experiência dos apóstolos com o Espírito Santo, como foi a obra missionária, como a Igreja se expandiu pelo mundo. Essas narrativas são de inestimável valor para todas as gerações de cristãos. Missões em Atos 1. Partindo de Antioquia. Barnabé foi o companheiro de Paulo na sua primeira viagem missionária, que durou cerca de dois anos (entre 46 e 48 d.C). O objetivo deles era fundar igrejas. Começaram na ilha de Chipre; logo entraram no continente, passando por Perge e Panfilia, indo imediatamente para Antioquia da Pisídia na Galácia do Sul. 2.Antioquia da Pisídia. Nessa cidade Paulo e Barnabé começaram a pregar numa sinagoga (At 13.14). Uns creram e receberam a palavra, insistindo que Paulo retornasse no sábado seguinte para continuar o assunto. O número dos assistentes foi grande no sábado seguinte, e isso causou inveja nos Judeus, resultando em perseguição. Paulo e Barnabé foram expulsos da cidade (At 13.42-46). 3. Listra, Icônio e Derbe. A cura do coxo em Listra serviu como ponto de apoio para a pregação do evangelho (At 14.8-10). Depois disso Paulo e Barnabé foram para Derbe (At 14.20), e retornaram para o ponto de partida visitando as igrejas em Listra Icônio e Antioquia da Pisídia (At 14.22) e estabelecendo obreiros nativos, frutos do trabalho missionário. Missiologia - Estudo sobre Missões - 20 - 1. Objetivo da segunda viagem. Na Segunda viagem Silas foi companheiro de Paulo. O objetivo era duplo, revisitar as igrejas da Galácia do Sul, que Paulo fundara juntamente com Barnabé na primeira viagem (At 15.36; 16.1-6; Gl 1.2), e abrir novas frentes de trabalho, ou seja, fundar mais igrejas locais. O apóstolo não pretendia ir para a Europa; sua intenção era ir para Ásia: “foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra na Ásia” (At 16.6). Depois Paulo intentou ir para a Bitínia, mas novamente foi impedido (At 16.7), sendo em seguida impulsionado a rumar para Troas. 2. As igrejas européias. O apóstolo Paulo visitou muitas cidades européias do mundo grego, durante a sua segunda viagem. Aqui mencionamos apenas as cidades em que ele fundou igrejas. Em Filipos, começou a igreja na casa de Lídia (At 16.14,15, 40); em Tessalônica, começou pregando numa sinagoga (At 17.1,2) e da mesma forma em Beréia (At 17.10-12). Em Atenas o trabalho começou numa sinagoga, e depois continuou nas praças e no centro acadêmico da cidade, o areópago (At 17.17-19). Em Corinto teve início na sinagoga, como sempre, depois teve de sair dela, e foi para a casa de Tito Justo, recebendo apoio de Crispo, principal da sinagoga, que creu no Senhor Jesus (At 18.4-8). Essa viagem durou cerca de três anos (entre 49 e 52 d.C). 3. A igreja de Éfeso. Seu propósito era visitar as igrejas para confirmar e fortalecer os discípulos (At 18.22,23). Fez o mesmo caminho da segunda viagem: Galácia do Sul, região frígio-gálata, chegando a Éfeso, onde havia estado no fim de sua segunda viagem, ainda que tenha permanecido não mais que três dias na cidade (At 18.19-21). Na terceira viagem encontrou um grupo de 12 novos convertidos, que conheciam apenas o batismo de João (At 19.1-7). Por essa cidade havia passado Apolo (At 18.24). Que fora instruído por Áquila (At 18.26). Nessa oportunidade, o apóstolo ficou três anos na cidade (At 20.31). A viagem durou cerca de quatro anos (entre 53 e 57 d.C). 4. A cidade de Éfeso. Capital da província romana da Ásia, era a cidade mais importante da região e cruzamento de rotas comerciais. Nela estava o templo da deusa Diana (At 19.35), chamada pelos romanos de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo Antigo.Atualmente a cidade está em ruínas, e encontra-se localizada na região da Anatólia, Turquia. 5. A viagem para Roma. Paulo partiu de Cesaréia Marítima como prisioneiro, pois havia apelado para César (At 25.11; 26.32). Foi uma viagem muito conturbada, por causa do mau tempo, e o apóstolo não perdeu a oportunidade: evangelizou os demais presos e a tribulação do navio que em Malta, naufragou. Apesar dos danos materiais, ninguém pereceu. Nessa ilha, o apóstolo fundou uma igreja. Depois embarcou para Roma, aonde chegaria em 62 d.C. A viagem está registrada em Atos 27 e 28. 6. Paulo em Roma. Enquanto aguardava a audiência com Nero, o apóstolo atendia os irmãos em casa alugada (At 28.30). A história de Paulo não termina aqui. O que se sabe, além da interrupção que Lucas faz de sua narrativa, são alguns detalhes que o apóstolo dá em suas cartas ou então por intermédio dos escritos dos Pais da Igreja. Seu caso foi examinado e ele foi absolvido. Nessa ocasião, se diz que ele cumpriu seu desejo de pregar na Espanha (Rm 15.28). Nas redondezas de Roma, fez um grande trabalho. Missiologia - Estudo sobre Missões - 21 - 10. O ESPÍRITO SANTO CAPACITA PARA A OBRA MISSIONÁRIA O Batismo com o Espírito Santo dá Visão e Capacitação Missionárias 1. A despedida de Jesus e seu assunto central. O assunto que ocupou a despedida de Jesus ao retornar ao céu, foi a expansão mundial ao evangelho. Jesus disse aos seus discípulos que eles receberiam poder para serem suas testemunhas até os confins da terra, e enquanto dizia isto foi elevado às alturas (At 1.9). Assim, as últimas palavras de Jesus aqui na terra foram “... até aos confins da terra”. A profecia de Jesus continua a ter seu cumprimento, porque o evangelho de poder continua a se expandir para locais onde ainda não foi pregado (Rm 15.21; 2 Co 10.16). E assim continuará até o fim. 2. O Espírito Santo conferiu aos discípulos a visão missionária. Gradativamente o Espírito Santo foi revelando aos discípulos o plano de Deus, e a expansão do evangelho prosseguiu na seqüência predita por Jesus. O livro de Atos conta como foi o inicio desta expansão. Os sete primeiros capítulos relatam como o evangelho penetrou em Jerusalém. Os capítulos 8 e 9 contam como o evangelho chegou a toda a Judéia e Samaria, e a partir do capítulo 10, vemos o evangelho pregado aos gentios até os confins da terra. Importa ouvir e receber a visão missionária. O Espírito Santo Continua Chamando Crentes Para a Obra 1. Quando a igreja orava o Espírito falava. O Espírito Santo ordenou que Paulo e Barnabé fossem separados para a obra (Atos 13.1,2). O Espírito ainda fala! Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.7). 2. O Espírito Santo move o crente a entregar-se inteiramente na mão do Senhor para fazer a Sua obra. Coloque sua vida no altar de Deus (Rm 12.1). O amor de Cristo, que o Espírito derrama no coração do crente, constrange-o a entregar a sua vida pela salvação dos perdidos (2 Co 5.14). O crente passa a sentir-se um devedor (Rm 1.14), e seja para a vida, seja para a morte, esse crente quer que Cristo seja engrandecido (Fp 1.20). Passa a sentir que só deste modo à vida tem valor Leia: (At 20.24). O Espírito Santo Confirma o Trabalho de seus Servos O Espírito Santo comunica poder à palavra pregada (1 Ts 1.5).Ele se manifesta pelos dons espirituais e esta manifestação dos dons tem aberto as portas do evangelho em muitos lugares. Hebreus 2.4 diz que Deus testificou com eles por sinais e milagres e várias maravilhas e dons do Espírito, distribuídos por sua vontade. A maior necessidade do trabalho missionário atual é que os que trabalham nesta obra sejam revestidos de poder do alto. É por isto que a Bíblia orienta que oremos pelos servos do Senhor. Leia: (Cl4.3,4; 2 Ts 3.1; Ef 6.18-20; Rm 15.28-31). Missiologia - Estudo sobre Missões - 22 - 11. A MISSÃO E OS SEUS DESAFIOS A despeito das perseguições, os novos discípulos testemunhavam todos os dias, não cessavam de ensinar e anunciar a Jesus Cristo: nas ruas, nas casas, nas vilas, cidades, ensinando e proclamando intensamente o evangelho. Todos indistintamente estavam empenhados em organizar novas igrejas, obedecendo a um plano de avanço missionário. E hoje, o que estamos fazendo em prol da evangelização local e universal? As Perseguições do Primeiro Século 1. No primeiro século Os romanos viam os primeiros cristãos como uma ramificação do judaísmo; pensavam, pois, que ambos os grupos eram uma mesma coisa. Na época, Roma não queria muitos problemas com os judeus; por causa do seu ultranacionalismo. Havia um ditado em Roma que dizia que quem governasse bem a Judéia estaria apto para governar Roma, pois era a região um verdadeiro “barril de pólvora”. Por isso o Judaísmo era uma religião legal, segundo a legislação romana. Daí as perseguições na era apostólica eram locais e promovidas por judeus e gentios. O Cristianismo só caiu na “ilegalidade” quando descobriram que Cristianismo e Judaísmo não eram a mesma coisa. 2. O crescimento da Igreja sob as perseguições Justino, o Mártir, apologista da Igreja do século II, disse por volta de 150 d.C.: “Não existe mais povos, raças ou nações que não façam orações em nome de Jesus” A população do Império Romano, nos dias de Nero, era de 120 milhões de habitantes. Ainda nos dias apostólicos o Novo Testamento diz textualmente que a expansão do evangelho foi desde Jerusalém ao Ilírico, a atual Albânia (Rm 15.19).e de maneira indireta, diz que chegou até a Etiópia, na África (At 8.27,39). A Perseguição do Missionário A igreja tem o dom da fertilidade O primeiro ato evangelístico da igreja, na manhã do Pentecostes o sermão de Pedro, aumentou o número da igreja 25 vezes. E a história das missões revela que a igreja é capaz de expandir-se sob condições as mais adversas. Pastores são presos no Iraque, crianças com menos de dez anos, por causa de sua fé, são assassinados na Indonésia. Mas a perseguições é incapaz de impedir o crescimento da Igreja. Em cuba, reduto comunista que agora experimenta um vislumbre de liberdade religiosa, a igreja tem crescido e até planeja enviar missionários para outros países da América Latina para a África. Em seu avanço pelas searas do mundo, a igreja enfrentou outros obstáculos além da perseguição. Todavia nada foi capaz de conter o seu progresso. O apóstolo Paulo passo quase a metade do tempo de seu ministério em prisões. Por fim, sofreu o martírio por ordem do cruel imperador Nero. Missiologia - Estudo sobre Missões - 23 - Sem dúvida, ele é maior modelo de resignação e amor à obra missionária. Sua vida é exemplo e estímulo para os novos obreiros de missões: 1. Açoites 2. Apedrejamentos 3. Prisões 4. Naufrágios 5. Trabalhos, fadigas e vigílias 6. Jejum, fome, sede, frio, e nudez 7. As aflições do cuidado das igrejas 8. Vários perigos: o Perigos de rios o Perigos de salteadores o Perigos dos próprios judeus o Perigos dos gentios o Perigos da cidade o Perigos no deserto o Perigos no mar o Perigos entre os falsos irmãos o Perigos de morte. A perseguição é uma das armas que Satanás ainda hoje usa na tentativa de impedir a proclamação do evangelho de Cristo. Jesus disse que somos perseguidos porque não somos do mundo (Jo 15.18,19). Perseguições nos dias Atuais 1. Declaração Universal dos Direitos do Homem Diz no artigo XVIII: “Todo homem tem direito a liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”. A legislação dos países civilizados e democráticos segue essa orientação. Apesar de todas essas garantias temos ainda enfrentado o problema de perseguição. 2. Um exemplo a seguir Paulo enfrentou perseguições em suas viagens missionárias. Mesmo assim ele fundou igrejas na Ásia Menor e Europa. Ora, se ele enfrentou tal situação, por que não nós hoje na atualidade? Precisamos aprender com ele. A obra missionária não é uma alternativa e nem impedido de Jesus, mas uma necessidade e, sobretudo uma ordem imperativa (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20) a ser cumprida a despeito das circunstâncias. A legislação romana protegia a atividade dos apóstolos, mas isso não foi suficiente para impedir as perseguições locais, como acontece nos dias atuais. O problema, portanto, não é de ordem social, política ou econômica, mas, si, espiritual. Estamos numa guerra contra o reino das trevas (2 Co 10.4,5). Carregar a cruz de Cristo (Mc 8.34; 10.21) não significa meramente suportar nossas cargas, pois cruz simbolizava morte e não carga. Jesus estava falando à respeito das perseguições e outros sofrimentos por causa dEle. Devemos, pois fazer o trabalho de Deus enquanto é dia, pois a noite vem quando ninguém pode mais trabalhar (Jo 9.4) Missiologia - Estudo sobre Missões - 24 - 12. AS ESTRATÉGICAS MISSIONÁRIAS 1. Nas casas Paulo fundou igrejas não somente usando as sinagogas e através de campanhas evangelísticas. Ele usou muitas outras estratégicas. Em Corinto, começou por uma sinagoga (At 18.4), em seguida encontrou abrigo na casa de Tito Justo, e depois teve o apoio de Crispo, líder da sinagoga, que logo se converteu (At 18.7,8). Da mesma forma, fundou a igreja de Filipos, na casa de uma empresária de nome Lídia (At 16.14,15), e em Éfeso, começando por uma sinagoga (At 18.19), continuou nas casas (At 20.20). Até hoje, a maioria das igrejas nasce nas casas dos crentes. Essa estratégica continua a ser usada em nossos dias. 2. Nas praças A pregação nas ruas e praças tem dado origem a muitas igrejas locais. Há muitas localidades onde esse trabalho não é permitido; em outros lugares não dá resultado. O apóstolo Paulo usou essa estratégica em Atenas (At 17.17). Esse método foi, no principio, usado por nossos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, Em muitos lugares, continua surtindo resultados. O modelo é bíblico; cabe a cada um ter o necessário discernindo para aplicá-lo na hora e na localidade adequadas. As praças de sua cidade podem ser uma terra fértil para semear a semente. 3. Nos centros acadêmicos A igreja de Atenas nasceu de um trabalho do apóstolo Paulo entre os acadêmicos (At 17.19,22, 34). O Senhor Jesus tem muitas testemunhas entre os universitários, professores e eruditos de todo o mundo. Muitos destes organizam trabalhos programados para alcançar os seus pares para Jesus. Muitos conseguem espaço físico na própria instituição de ensino para reuniões, além de cultos em ação de graças em eventos como formaturas. É um trabalho promissor, e tem suas bases na Bíblia. 4. Os grandes centros urbanos O apóstolo procurava os grandes centros urbanos fundando neles igrejas. Ele passou por inúmeras cidades em suas viagens, mas sua meta era alcançar as de maior porte. Depois, as igrejas das grandes cidades encarregam-se de evangelizar as cidades menores vizinhas. Éfeso era o centro das sete igrejas da Ásia; Paulo, portanto, foi o fundador delas através da cidade de Éfeso.O apóstolo Paulo se utilizou inúmeros meios para alcançar as pessoas para Cristo e com elas surgiram as igrejas. Campanhas evangelisticas, evangelismo de casa em casa, centros acadêmicos, ruas e praças e em outros locais são estratégias usadas para qualquer época da história. Os recursos eletrônicos são bastante úteis na evangelização. Podemos resumir tudo isso nas palavras do próprio apóstolo: “Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Co 9.22). Esses são os exemplos que devemos seguir para plantar igrejas, tanto em nosso país como no campo missionário. Missiologia - Estudo sobre Missões - 25 - 13. O MISSIONÁRIO É DIGNO DO SEU SUSTENTO O sustento do Missionário é Bíblico? Os Missionários e os obreiros em geral são sustentados financeiramente pela a Igreja. A fonte ou origem desses recursos é a própria Igreja. Foi Deus quem estabeleceu que o crente contribuísse para que o seu povo tenha os recursos suficientes para a expansão do Evangelho. Existem três modos de fazer Missões: INDO; ORANDO; CONTRIBUINDO. 1. A igreja de Filipos ajudava na obra missionária A igreja de Corinto não era como a dos filipenses (Fp 4.15-19). Nenhuma igreja se preocupou com as necessidades do apóstolo, exceto a igreja de Filipos. Enviava oferta na em que ele mais precisava. Paulo agradecia a Deus essas ofertas "como cheiro de suavidade e aprazível a Deus" (Fp 4.16,18). É dessa mesma maneira que ainda hoje Deus recebe a oferta que você oferece para o sustento missionário. Além disso, você tem a garantia de que o Senhor suprirá todas as suas necessidades (Fl 4.19). 2. Paulo era Missionário e fazedor de tendas Na cultura judaica era comum os pais ensinarem ao filho uma alternativa; a de Paulo era a de fazer tenda (At 18.3). Utilizou-se dela para levantar seu sustento, pois temia escandalizar os irmãos e não queria correr o risco de ser interpretado como aventureiro, em Corinto. Hoje, "fazedores de tendas" é o nome que se dá aos profissionais liberais que são enviados como voluntários para prestarem serviços sociais às populações carentes nos países onde ser cristão ainda é crime. E um recurso usado para colocar legalmente um missionário num país desses; do contrario, ele nunca poderá ser aceito. (Pesquisas revelam que os crentes gastam mais com coca-cola de que com Missões). “Não atarás a boca do boi, quando trilhar”.............(Dt 25.4); “Digno é o operário do deu alimento”....................(Mt 10.10); “Digno é o obreiro do seu salário”...........................(Lc 10.7); “Não ligarás a boca do boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário”.......................................................(1 Tm 5.18). Missiologia - Estudo sobre Missões - 26 - 3. A Igreja de Corinto não ajudava a obra missionária Os irmãos da Igreja de Corinto eram insensíveis às necessidades do apóstolo. Outras Igrejas sustentaram Paulo para que o mesmo pudesse servir aos coríntios (2 Co 11.8). Depois que o apóstolo deixou a cidade, apresentou a sua defesa. Partindo de um raciocínio lógico, "quem jamais milita à sua própria custa?" (v.7), ele busca no sistema sacerdotal, estabelecido na lei de Moisés, o argumento para fundamentar essa verdade (1 Co 9.9,10), e também nas palavras do próprio Senhor Jesus (1 Co 9.14). Essa é uma referência a Mt 10.10; Lc 10.7, como ele deixa mais claro em outro lugar Leia: (1 Tm 5.17,18). Como devemos apoiar os Missionários A ação da igreja Sãos os crentes que apóiam os missionários com suas contribuições, através da secretaria ou departamento de missões da igreja. A igreja ora, intercedendo por eles, e acompanha o seu trabalho através de relatórios escritos e também por meio de testemunhos de outros que visitam o missionário no campo. Esses responsáveis pelo sustento e pelo apoio espiritual devem entender também que fora do seu convívio a situação é muito diferente. Se não houver essa confiança, corre o risco de o trabalho no campo ficar travado. 2. Apoio aos Missionários O sustento missionário inclui alimento, vestuário, moradia, educação e saúde dele e da esposa e filhos. É necessário um estudo sobre o padrão de vida do país para onde vai ser enviado o missionário, a fim de que a igreja possa enviar o suficiente para o sustento dele. Nem sempre as igrejas têm acesso a essas informações, por isso existem inúmeras agências missionárias interdenominacionais, espalhadas no Brasil e em todo o mundo, com o propósito de orientar as igrejas. Hoje as igrejas estão se organizando para maior ênfase ao trabalho de missões nacionais e no exterior. 3. SENAMI Inspirada na Grande Comissão (Mt 28.19,20) a Convenção Geral das Assembléias de Deus (CGADB) criou na sua 22ª Assembléia Geral Ordinária, em 1975, na cidade de Santo André, São Paulo a Secretaria Nacional de Missões (SENAMI), para melhor cumprir o “IDE” imperativo do Mestre. O objetivo, além de outros, é promover e incentivar a obra missionária, assistir às igrejas no envio de missionário e fornecer credenciais, documentos que facilitem a entrada dos missionários no exterior atendendo às igrejas. Foi criada a oferta anual para mis- sões, no 2° domingo de setembro, levantada em todas as nossas igrejas, para que todos os crentes participem dos projetos missionários. Depois as igrejas enviam essas ofertas para a SENAMI. 4. EMAD A CGADB criou também a Escola de Missões das Assembléias de Deus (EMAD), na 32ª Assembléia Geral Ordinária, em 1989, na cidade de Salvador, Bahia. Para preparar e treinar nos- sos futuros missionários. A SENAMI e a EMAD funcionam nas dependências da sede da Convenção Geral no Rio de Janeiro. Nossos dízimos e ofertas são uma maneira de reconhecermos a soberania de Deus em nossas vidas. A Vontade de Deus é a salvação dos perdidos da terra ( 1 Tm 2.4). Para que essa meta seja alcançada, Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons e talentos. O nosso apoio aos missionários deve ser a oração, Contribuição através da igreja ou de sua secretaria ou departamento de missões, contato com eles por carta, telefone, Internet, etc. Missiologia - Estudo sobre Missões - 27 - Exercícios 1. Qual é o propósito do livro de Atos? ................................................................................................................................................ ................................................................................................................................................ ............................................................................................................................................. ...................................................................................................................................................... ........................................................................................................................ 2. Cite capítulo e versículo que menciona que o Espírito Santo ordenou que Paulo e Barnabé fossem separados para a obra missionária? ............................................................................................................................................... ...............................................................................................................................................
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