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CS 2023 - CIVIL 4 - FAMILIA E SUCESSOES

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DIREITO CIVIL
Edição 2023.1
Revisada
Atualizada
Ampliada
PA
RT
E
Família e Sucessões
4
 
APRESENTAÇÃO.............................................................................................................................. 10 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DE FAMÍLIA ................................................................. 11 
1. A FAMÍLIA E A SUA EVOLUÇÃO NATURAL ............................................................................ 11 
2. A FAMÍLIA E OS SEUS PARADIGMAS .................................................................................... 11 
 CÓDIGO CIVIL DE 1916 ..................................................................................................... 11 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL DE 2002 ............................... 12 
3. VALORES ................................................................................................................................... 14 
 AFETO ................................................................................................................................. 14 
 ÉTICA .................................................................................................................................. 14 
 DIGNIDADE ......................................................................................................................... 14 
 SOLIDARIEDADE RECÍPROCA ........................................................................................ 15 
4. CARÁTER INSTRUMENTAL DA FAMÍLIA ................................................................................ 15 
5. CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA ............................................................................................... 15 
 SOCIOAFETIVA .................................................................................................................. 15 
 EUDEMONISTA .................................................................................................................. 15 
 ANAPARENTAL .................................................................................................................. 15 
6. DIREITO DE FAMÍLIA MÍNIMO ................................................................................................. 16 
7. INCIDÊNCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES DE FAMÍLIA
 16 
8. INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO CC/02 NAS RELAÇÕES FAMILIARES ........... 17 
9. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA................................................. 18 
 PRINCÍPIO DA MULTIPLICIDADE/PLURALIDADE DE ENTIDADES FAMILIARES ....... 19 
 IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES ................................................................ 22 
 IGUALDADE ENTRE FILHOS ............................................................................................ 24 
 FACILITAÇÃO DA DISSOLUÇÃO DAS FAMÍLIAS............................................................ 25 
 RESPONSABILIDADE FAMILIAR ...................................................................................... 25 
9.5.1. Planejamento familiar .................................................................................................. 25 
9.5.2. Filiação responsável .................................................................................................... 25 
UNIÃO ESTÁVEL............................................................................................................................... 27 
1. EVOLUÇÃO E PERSPECTIVA HISTÓRICA ............................................................................. 27 
2. CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL E DIFERENÇAS ................................................................. 28 
3. VEDAÇÕES AO CONCUBINATO.............................................................................................. 28 
4. REQUISITOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL.................................................. 31 
 DIVERSIDADE DE SEXO ................................................................................................... 31 
 CONVIVÊNCIA PÚBLICA E DURADOURA ....................................................................... 31 
 OBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA .............................................................................. 32 
 AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTOS ....................................................................................... 33 
5. DEVERES OU EFEITOS PESSOAIS DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL ....................... 34 
 DEVERES CONJUGAIS ..................................................................................................... 34 
 ACRÉSCIMO DE SOBRENOME ........................................................................................ 35 
 PARENTESCO POR AFINIDADE ...................................................................................... 35 
 INALTERABILIDADE DO ESTADO CIVIL E NÃO EMANCIPAÇÃO ................................. 35 
 PREFERÊNCIA PARA O EXERCÍCIO DE CURADORIA .................................................. 35 
 PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE (PATER IS EST) ........................................................ 35 
6. EFEITOS PATRIMONIAIS DA UNIÃO ESTÁVEL ..................................................................... 36 
 REGIME DE BENS ............................................................................................................. 36 
 VÊNIA CONJUGAL ............................................................................................................. 37 
 CITAÇÃO DO COMPANHEIRO ......................................................................................... 38 
 DIREITO À HERANÇA ........................................................................................................ 38 
 DIREITO AO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ................................................................... 40 
 DIREITO AOS ALIMENTOS ............................................................................................... 40 
 DIREITO REAL DE HABITAÇÃO ....................................................................................... 40 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 2 
 
 EXERCÍCIO DA INVENTARIANÇA .................................................................................... 42 
 LEGITIMIDADE PARA OPOR EMBARGOS DE TERCEIROS .......................................... 43 
 PARTILHA DE DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA DE BENS PÚBLICOS ...... 43 
7. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO .......................................................... 43 
8. JURISPRUDÊNCIA EM TESE E UNIÃO ESTÁVEL ................................................................. 44 
CASAMENTO .................................................................................................................................... 46 
1. PERSPECTIVA ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL ................................................................... 46 
2. CONCEITO ................................................................................................................................. 46 
3. NATUREZA JURÍDICA ............................................................................................................... 47 
4. PROVA DO CASAMENTO ......................................................................................................... 47 
 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 47 
 PROVA DIREITA ................................................................................................................. 48 
 PROVA INDIRETA .............................................................................................................. 48 
 PROVA DO CASAMENTO NO ESTRANGEIRO ............................................................... 49 
5. PROMESSA DE CASAMENTO OU ESPONSAIS .................................................................... 49 
6. ESPÉCIES DE CASAMENTO ....................................................................................................50 
 CASAMENTO CIVIL ............................................................................................................ 50 
 CASAMENTO RELIGIOSO ................................................................................................. 50 
 CASAMENTO MISTO ......................................................................................................... 51 
7. CAPACIDADE PARA O CASAMENTO ..................................................................................... 51 
8. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS ............................................................................................ 52 
 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 52 
 CONCEITOS ....................................................................................................................... 53 
 EFEITOS ............................................................................................................................. 53 
 HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO MATRIMONIAL............................................................. 54 
9. CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO ............................................................................ 54 
 PREVISÃO LEGAL ............................................................................................................. 54 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 55 
 EFEITOS ............................................................................................................................. 55 
 LEGITIMIDADE PARA ARGUIÇÃO.................................................................................... 56 
 HIPÓTESES DE CAUSAS SUSPENSIVAS ....................................................................... 56 
10. HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO ................................................................................. 56 
 PREVISÃO LEGAL E CONCEITO ...................................................................................... 56 
 COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 57 
 PROCEDIMENTO ............................................................................................................... 57 
11. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO ......................................................................................... 58 
12. FORMAS ESPECIAIS DE CASAMENTO .............................................................................. 59 
 CASAMENTO POR PROCURAÇÃO.................................................................................. 59 
 CASAMENTO NUNCUPATIVO .......................................................................................... 59 
 CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE ............................................................ 61 
13. CASAMENTO PUTATIVO ...................................................................................................... 61 
14. PLANOS JURÍDICOS DO CASAMENTO .............................................................................. 62 
 PLANO DA EXISTÊNCIA .................................................................................................... 62 
 PLANO DA VALIDADE: CAUSAS DE NULIDADE ............................................................ 62 
 PLANO DA VALIDADE: CAUSAS DE ANULABILIDADE .................................................. 62 
14.3.1. Legitimidade para a ação de anulação ....................................................................... 64 
 PLANO DA EFICÁCIA......................................................................................................... 64 
 CASAMENTO NULO x CASAMENTO ANULÁVEL ........................................................... 65 
15. EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO ............................................................................. 65 
 EFEITOS PESSOAIS .......................................................................................................... 65 
 
 
 
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 EFEITOS SOCIAIS ............................................................................................................. 66 
16. DEVERES DO CASAMENTO ................................................................................................ 67 
17. REGIME DE BENS ................................................................................................................. 67 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 67 
 REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS ..................................................... 68 
 REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS .................................................. 69 
 REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS ................................................................ 70 
 REGIME DE COMUNHÃO TOTAL DE BENS .................................................................... 73 
 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS ................................................. 73 
 (IM) POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS ..................................... 74 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL .................................................................................. 77 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRIA .............................................................................................................. 77 
2. SISTEMA DUALISTA DE DISSOLUÇÃO .................................................................................. 77 
 DEFINIÇÃO ......................................................................................................................... 77 
 CAUSAS TERMINATIVAS .................................................................................................. 77 
 CAUSAS DISSOLUTIVAS .................................................................................................. 78 
3. QUESTÕES CONTROVERTIDAS ............................................................................................. 78 
 EC 66/2010 E A (IN) EXISTÊNCIA DA SEPARAÇÃO ....................................................... 78 
 MORTE PRESUMIDA ......................................................................................................... 79 
3.2.1. Com declaração de ausência ...................................................................................... 79 
3.2.2. Sem declaração de ausência ...................................................................................... 80 
4. SEPARAÇÃO DE FATO ............................................................................................................. 80 
 CONCEITO .......................................................................................................................... 80 
 EFEITOS DA SEPARAÇÃO DE FATO .............................................................................. 81 
4.2.1. Permissão para caracterização da união estável ....................................................... 81 
4.2.2. Cessação do regime de bens ...................................................................................... 81 
4.2.3. Perda do direito sucessório ......................................................................................... 82 
4.2.4. Sub-rogação locatícia .................................................................................................. 83 
4.2.5. Contagem do prazo para usucapião conjugal ............................................................. 84 
5. SEPARAÇÃO DE CORPOS ...................................................................................................... 84 
6. SEPARAÇÃO DE DIREITO........................................................................................................ 84 
 CONCEITO ..........................................................................................................................85 
 ESPÉCIES DE SEPARAÇÃO ............................................................................................. 85 
6.2.1. Separação consensual ................................................................................................ 85 
6.2.2. Separação litigiosa ....................................................................................................... 86 
7. DIVÓRCIO .................................................................................................................................. 89 
 EVOLUÇÃO E CONCEITO ................................................................................................. 89 
 DIVÓRCIO LITIGIOSO........................................................................................................ 89 
 DIVÓRCIO CONSENSUAL ................................................................................................. 90 
 DIVÓRCIO CONSENSUAL EM CARTÓRIO ...................................................................... 92 
8. SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO: CARACTERÍSTICAS MATERIAIS E PROCESSUAIS COMUNS
 93 
 NATUREZA PERSONALÍSSIMA DA MEDIDA .................................................................. 93 
 POSSIBILIDADE DE DISPENSA DA PARTILHA DOS BENS (ART. 1.581 DO CC E 
SÚMULA 197 DO STJ). ................................................................................................................. 94 
 REVELIA NA SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO (ART. 345, II, DO CPC/2015) ........................ 95 
 COMPETÊNCIA JUDICIAL PARA AS AÇÕES .................................................................. 96 
 USO DO SOBRENOME ...................................................................................................... 97 
 DIVISÃO DE FRUTOS DECORRENTES DE COISA COMUM ......................................... 97 
 
 
 
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 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ............................................... 99 
 PARTILHA DE BENS .......................................................................................................... 99 
 GUARDA DOS FILHOS .................................................................................................... 100 
8.9.1. Espécies de guarda ................................................................................................... 100 
8.9.2. Definição .................................................................................................................... 102 
8.9.3. Impossibilidade de acordo ......................................................................................... 103 
8.9.4. A guarda pode ser deferida para outra pessoa que não seja o pai ou a mãe? ....... 104 
8.9.5. Poder familiar ............................................................................................................. 104 
PARENTESCO ................................................................................................................................ 107 
1. CONCEITO ............................................................................................................................... 107 
2. PARENTESCO CONSANGUÍNEO (OU NATURAL) ............................................................... 107 
3. PARENTESCO POR AFINIDADE............................................................................................ 108 
4. DISTINÇÕES ENTRE PARENTESCO NA LINHA RETA, COLATERAL E POR AFINIDADE
 109 
FILIAÇÃO ......................................................................................................................................... 112 
1. CONCEITO ............................................................................................................................... 112 
2. Isonomia entre os filhos ............................................................................................................ 112 
3. PROVA DA MATERNIDADE .................................................................................................... 113 
4. CRITÉRIOS DE FILIAÇÃO....................................................................................................... 113 
 ESPÉCIES ......................................................................................................................... 113 
 CRITÉRIO DA PRESUNÇÃO LEGAL .............................................................................. 113 
 CRITÉRIO BIOLÓGICO .................................................................................................... 117 
 CRITÉRIO SOCIOAFETIVO ............................................................................................. 118 
 CRITÉRIO MULTIPARENTAL .......................................................................................... 125 
5. (IM) POSSIBILIDADE DE DUPLA PATERNIDADE E/OU MATERNIDADE ........................... 127 
6. RECONHECIMENTO DE FILHOS ........................................................................................... 130 
 RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE FILHO ............................................................. 131 
6.1.1. Regras ........................................................................................................................ 131 
6.1.2. Natureza jurídica do ato de reconhecimento de filhos .............................................. 131 
6.1.3. Unilateralidade e bilateralidade do reconhecimento de filho .................................... 132 
6.1.4. Características do reconhecimento voluntário de filho ............................................. 132 
6.1.5. Impugnação do reconhecimento de paternidade pelo filho ...................................... 132 
6.1.6. Ação negatória de paternidade x ação de impugnação de paternidade .................. 132 
 RECONHECIMENTO JUDICIAL DOS FILHOS ............................................................... 133 
7. AÇÕES DE FAMÍLIA ................................................................................................................ 133 
 AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE ................................................................ 133 
7.1.1. Competência .............................................................................................................. 133 
7.1.2. Cumulabilidade de pedidos ....................................................................................... 134 
7.1.3. Termo inicial dos alimentos na ação investigatória de paternidade ......................... 134 
7.1.4. Legitimidade na ação de investigação de paternidade ............................................. 135 
7.1.5. Coisa julgada na investigação de paternidade ......................................................... 136 
8. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO (OU AÇÃO DE PROVA DA FILIAÇÃO)...... 136 
 AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE OU DE IMPUGNAÇÃO DE PATERNIDADE (OU 
AÇÃO CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE) ......................................................................... 137 
 IMPUGNAÇÃO AO RECONHECIMENTO ....................................................................... 137 
 IMPUGNAÇÃO DA MATERNIDADE PELA SUPOSTA MÃE .......................................... 137 
ALIMENTOS .................................................................................................................................... 139 
1. CONCEITO ............................................................................................................................... 139 
2. FUNDAMENTO ........................................................................................................................ 139 
3. ESPÉCIES DE ALIMENTOS (CLASSIFICAÇÃO) ................................................................... 140 
 
 
 
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 QUANTO À NATUREZA DOS ALIMENTOS .................................................................... 140 
3.1.1. Alimentos civis (ou côngruos) ....................................................................................140 
3.1.2. Alimentos necessários/Indispensáveis ...................................................................... 141 
 QUANTO À CAUSA (ORIGEM) DOS ALIMENTOS ......................................................... 143 
3.2.1. Alimentos Legítimos ou Legais .................................................................................. 143 
3.2.2. Alimentos Convencionais ou Voluntários .................................................................. 143 
3.2.3. Alimentos ressarcitórios ou reparatórios ................................................................... 143 
 QUANTO AO MOMENTO DA EXIGIBILIDADE ............................................................... 144 
3.3.1. Pretéritos .................................................................................................................... 144 
3.3.2. Presentes ................................................................................................................... 144 
3.3.3. Futuros ....................................................................................................................... 144 
 QUANTO À FINALIDADE ................................................................................................. 146 
3.4.1. Alimentos provisórios ................................................................................................. 146 
3.4.2. Alimentos provisionais (art. 852 do CPC/1973) ........................................................ 147 
3.4.3. Alimentos definitivos .................................................................................................. 148 
3.4.4. Alimentos transitórios ................................................................................................. 149 
4. CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA .......................................................... 149 
 PERSONALÍSSIMA (INTUITU PERSONAE) ................................................................... 149 
 INTRANSMISSIBILIDADE ................................................................................................ 150 
 IRRENUNCIÁVEIS (ART. 1.707, CC) .............................................................................. 150 
 IMPRESCRITÍVEIS ........................................................................................................... 151 
 IMPENHORÁVEIS E INCOMPENSÁVEIS ....................................................................... 152 
 IRREPETÍVEIS .................................................................................................................. 152 
 FUTURIDADE (ALIMENTOS SÃO FUTUROS) ............................................................... 153 
5. SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTÍCIA ........................................................................... 153 
 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 154 
 CÔNJUGE OU COMPANHEIROS ................................................................................... 154 
 PARENTES ....................................................................................................................... 154 
5.3.1. Regras gerais ............................................................................................................. 154 
5.3.2. Fundamentos dos alimentos entre ascendentes e descendentes ........................... 155 
 ALIMENTOS GRAVÍDICOS: NASCITURO OU MÃE? ..................................................... 156 
6. ASPECTOS PROCESSUAIS (ALIMENTOS: LEI 5478/68) .................................................... 157 
 NOTAS INICIAIS ............................................................................................................... 157 
 PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE ALIMENTOS ............................................................... 157 
6.2.1. Petição Inicial ............................................................................................................. 157 
6.2.2. Competência .............................................................................................................. 158 
6.2.3. Fixação dos alimentos provisórios e despacho inicial .............................................. 158 
6.2.4. Citação ....................................................................................................................... 158 
6.2.5. Audiência una de conciliação, instrução e julgamento ............................................. 159 
6.2.6. Sentença e recurso .................................................................................................... 160 
6.2.7. Execução.................................................................................................................... 160 
7. COBRANÇA DOS ALIMENTOS NO CPC/2015 (MARIA BERENICE DIAS).......................... 162 
 CUMPRIMENTO DA SENTENÇA .................................................................................... 165 
 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL ..................................................................... 168 
 RITO DA COAÇÃO PESSOAL ......................................................................................... 168 
 RITO DA EXPROPRIAÇÃO .............................................................................................. 169 
TUTELA E CURATELA.................................................................................................................... 172 
1. DIREITO DE FAMÍLIA ASSISTENCIAL ................................................................................... 172 
 
 
 
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2. TUTELA .................................................................................................................................... 173 
 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 173 
 ESPÉCIES DE TUTELA ................................................................................................... 174 
2.2.1. Tutela documental...................................................................................................... 174 
2.2.2. Tutela testamentária .................................................................................................. 174 
2.2.3. Tutela legítima ............................................................................................................ 174 
2.2.4. Tutela dativa ............................................................................................................... 174 
 INCAPAZES DE EXERCER TUTELA .............................................................................. 176 
 ESCUSAS DOS TUTORES .............................................................................................. 176 
 CONSENTIMENTO DO TUTELADO ................................................................................ 177 
 DISPENSA DE ESPECIALIZAÇÃO DE HIPOTECA LEGAL ........................................... 177 
 RESPONSABILIDADE DO MAGISTRADO ...................................................................... 178 
 REMUNERAÇÃO, RESPONSABILIDADE E PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO TUTOR
 178 
2.8.1. Incumbências ............................................................................................................. 178 
2.8.2. Remuneração ............................................................................................................. 179 
2.8.3. Responsabilidade do tutor ......................................................................................... 179 
2.8.4. Prestação de contas .................................................................................................. 179 
 BENS DO TUTELADO ...................................................................................................... 181 
 CESSAÇÃO DA TUTELA .................................................................................................182 
3. CURATELA ............................................................................................................................... 182 
SUCESSÕES ................................................................................................................................... 187 
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES ................................................................... 190 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 190 
 ESPÉCIES DE SUCESSÃO HEREDITÁRIA ................................................................... 190 
1.2.1. Testamentária ............................................................................................................ 190 
1.2.2. Legítima ...................................................................................................................... 191 
 LEI SUCESSÓRIA NO TEMPO E NO ESPAÇO .............................................................. 191 
 PRINCÍPIO DA SAISINE ................................................................................................... 191 
 ACEITAÇÃO E CESSÃO DA HERANÇA ......................................................................... 192 
 RENÚNCIA DA HERANÇA ............................................................................................... 194 
 LEGITIMIDADE PARA SUCEDER (ARTS. 1.798 E 1.799 DO CC) ................................ 194 
2. TERMINOLOGIA DO DIREITO DAS SUCESSÕES ............................................................... 197 
 “AUTOR DA HERANÇA” ................................................................................................... 197 
 “SUCESSOR” .................................................................................................................... 197 
2.2.1. “Herdeiro” ................................................................................................................... 197 
2.2.2. “Legatário” .................................................................................................................. 198 
 “LEGÍTIMA” ....................................................................................................................... 198 
 “ABERTURA” DA SUCESSÃO ......................................................................................... 198 
 “DELAÇÃO” E “ADIÇÃO” (CC/1916) ................................................................................ 199 
 “DIFERENÇA: HERANÇA X ESPÓLIO ............................................................................ 199 
2.6.1. “Herança” ................................................................................................................... 199 
2.6.2. “Espólio” ..................................................................................................................... 199 
3. MOMENTO DE ABERTURA DA SUCESSÃO (CC, ART. 1.784) ........................................... 200 
 TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: SAISINE ..................... 200 
 ABERTURA DA SUCESSÃO X ABERTURA DO INVENTÁRIO ..................................... 201 
 OUTROS EFEITOS JURÍDICOS QUE DECORREM DO PRINCÍPIO DA SAISINE ....... 201 
3.3.1. Fixação da norma legal que regerá a sucessão ....................................................... 201 
 
 
 
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3.3.2. Verificação da capacidade para suceder .................................................................. 201 
3.3.3. Cálculo da legítima .................................................................................................... 201 
3.3.4. Fixa o lugar da sucessão (art. 1.785 do CC)............................................................. 202 
4. CAPACIDADE SUCESSÓRIA ................................................................................................. 202 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 202 
 ELEMENTOS QUE COMPÕEM A CAPACIDADE SUCESSÓRIA .................................. 203 
5. INDIGNIDADE E DESERDAÇÃO ............................................................................................ 203 
 ASPECTOS GERAIS ........................................................................................................ 203 
 ASPECTOS DISTINTIVOS: INDIGNIDADE x DESERDAÇÃO ....................................... 204 
 CAUSAS DE INDIGNIDADE (ART. 1.814 DO CC) .......................................................... 204 
 CAUSAS DE DESERDAÇÃO (ARTS. 1.814, 1.962 E 1.963 DO CC) ............................. 206 
6. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS (ART. 1.793) ........................................................ 207 
 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 207 
 REQUISITOS DA CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS ......................................... 207 
6.2.1. Requisito temporal ..................................................................................................... 207 
6.2.2. Requisito subjetivo ..................................................................................................... 208 
6.2.3. Requisito formal ......................................................................................................... 208 
6.2.4. Requisito objetivo ....................................................................................................... 208 
 OBSERVÂNCIA DO DIREITO DE PREFERÊNCIA DOS DEMAIS HERDEIROS .......... 209 
 POSIÇÃO DO CESSIONÁRIO E ESPÉCIE DE NEGÓCIO JURÍDICO QUE CONFIGURA 
A CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS .............................................................................. 209 
7. ACEITAÇÃO DA HERANÇA .................................................................................................... 210 
 PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 210 
 CLASSIFICAÇÃO DA ACEITAÇÃO DA HERANÇA ........................................................ 210 
7.2.1. Quanto à pessoa que aceita ...................................................................................... 210 
 Quanto à manifestação de vontade .................................................................................. 211 
8. RENÚNCIA À HERANÇA ......................................................................................................... 212 
 PREVISÃO LEGAL ........................................................................................................... 212 
 REQUISITOS DA RENÚNCIA À HERANÇA .................................................................... 213 
8.2.1. Capacidade do renunciante ....................................................................................... 213 
8.2.2. Consentimento do cônjuge ........................................................................................ 213 
 RENÚNCIA ABDICATIVA (TRANSLATIVA OU IN FAVOREM) ...................................... 214 
SUCESSÃO LEGÍTIMA ................................................................................................................... 215 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 215 
2. SUCESSÃO DOS DESCENDENTES ...................................................................................... 216 
3. SUCESSÃO DOS ASCENDENTES ........................................................................................ 216 
4. SUCESSÃO DO CÔNJUGE .................................................................................................... 217 
 CONCORRÊNCIA CÔNJUGE X DESCENDENTE .......................................................... 217 
4.1.1. Existência de descendentes ......................................................................................217 
4.1.2. Depende do regime de bens (e da existência de bens particulares) ....................... 217 
4.1.3. Obediência ao percentual legal ................................................................................. 220 
 CONCORRÊNCIA ENTRE CÔNJUGE E ASCENDENTE ............................................... 221 
 SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOZINHO ........................................................................... 222 
 DIREITO REAL DE HABITAÇÃO (ART. 1.831 DO CC) .................................................. 223 
5. SUCESSÃO DO COMPANHEIRO (ART. 1790 DO CC) ......................................................... 225 
6. SUCESSÃO DOS COLATERAIS ............................................................................................. 226 
7. AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA ........................................................................................ 227 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 227 
 LEGITIMIDADE ATIVA...................................................................................................... 227 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 8 
 
 LEGITIMIDADE PASSIVA ................................................................................................ 228 
 NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA.................................... 228 
 PROCEDIMENTO ............................................................................................................. 228 
 PRAZO PRESCRICIONAL ............................................................................................... 229 
 HERDEIRO PUTATIVO E TERCEIRO DE BOA-FÉ ........................................................ 229 
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA...................................................................................................... 231 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 231 
2. TESTAMENTO ......................................................................................................................... 231 
3. CLASSIFICAÇÃO DO TESTAMENTO .................................................................................... 231 
 NATUREZA NEGOCIAL ................................................................................................... 231 
 CARÁTER PERSONALÍSSIMO ........................................................................................ 231 
 UNILATERALIDADE ......................................................................................................... 232 
 GRATUIDADE ................................................................................................................... 232 
 REVOGABILIDADE ........................................................................................................... 232 
 SOLENE ............................................................................................................................ 232 
 EFICÁCIA CAUSA MORTIS ............................................................................................. 232 
4. PRESSUPOSTOS DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA ......................................................... 232 
 OBSERVÂNCIA DO LIMITE DA LEGÍTIMA ..................................................................... 232 
 PESSOA CAPAZ DE DISPOR POR MEIO DE TESTAMENTO (CAPACIDADE 
TESTAMENTÁRIA ATIVA) .......................................................................................................... 234 
 PESSOA CAPAZ DE RECEBER HERANÇA OU LEGADO (CAPACIDADE 
TESTAMENTÁRIA PASSIVA) ..................................................................................................... 234 
 PROIBIDOS DE RECEBER HERANÇA OU LEGADO .................................................... 235 
 CUMPRIMENTO DA FORMA PRESCRITA EM LEI ........................................................ 236 
4.5.1. Testamentos comuns ................................................................................................. 236 
4.5.2. Testamento cerrado, secreto ou místico ................................................................... 237 
4.5.3. Testamento particular ................................................................................................ 238 
4.5.4. Testamentos excepcionais ........................................................................................ 240 
4.5.5. Testamento militar...................................................................................................... 241 
5. CODICILO ................................................................................................................................. 242 
 CONCEITO ............................................................................ Erro! Indicador não definido. 
6. CLÁUSULAS TESTAMENTÁRIAS .......................................................................................... 242 
 CONCEITO ........................................................................................................................ 242 
 REGRAS INTERPRETATIVAS DAS CLÁUSULAS TESTAMENTÁRIAS ....................... 243 
 REGRAS PROIBITIVAS ................................................................................................... 244 
 REGRAS PERMISSIVAS .................................................................................................. 245 
7. REDUÇÃO DE CLÁUSULA TESTAMENTÁRIA ...................................................................... 246 
8. DIREITO DE ACRESCER ........................................................................................................ 247 
9. EXECUÇÃO DOS TESTAMENTOS ........................................................................................ 249 
10. FIGURA DO TESTAMENTEIRO .......................................................................................... 249 
11. REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO ...................................................................................... 249 
 FORMAS DE REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO ............................................................ 250 
11.1.1. Quanto à extensão da revogação de testamento ..................................................... 250 
11.1.2. Quanto à forma da revogação de testamento ........................................................... 250 
 REVOGAÇÃO POR TESTAMENTO ANULADO.............................................................. 251 
 REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO REVOGATÓRIO ...................................................... 251 
12. ROMPIMENTO DO TESTAMENTO ..................................................................................... 251 
13. SUPERVENIÊNCIA DE DESCENDENTE SUCESSÍVEL ................................................... 252 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 9 
 
 SURGIMENTO DE HERDEIROS NECESSÁRIOS IGNORADOS, DEPOIS DO 
TESTAMENTO ............................................................................................................................. 252 
 SUBSISTÊNCIA DO TESTAMENTO SE CONHECIDA A EXISTÊNCIA DE HERDEIROS 
NECESSÁRIOS............................................................................................................................ 252 
INVENTÁRIO E PARTILHA ............................................................................................................. 254 
1. CONCEITO ............................................................................................................................... 254 
2. PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO ....................................................................................... 254 
 INVENTÁRIO TRADICIONAL OU SOLENE .................................................................... 254 
 ARROLAMENTO COMUM (ART. 664 DO CPC) ............................................................. 254 
 ARROLAMENTO SUMÁRIO (ARTS. 659 E 660 DO CPC)............................................. 255 
3. INVENTÁRIO NEGATIVO ........................................................................................................ 256 
4. REGRAS DO INVENTÁRIO SOLENE ..................................................................................... 257 
 COMPETÊNCIA ................................................................................................................ 257 
 PRAZO DE ABERTURA DO INVENTÁRIO ..................................................................... 258 
 LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO DE INVENTÁRIO E PARTILHA ............... 258 
 A FIGURA DO INVENTARIANTE ..................................................................................... 259 
4.4.1. Noções gerais ............................................................................................................ 260 
4.4.2. Nomeação do Inventariante ....................................................................................... 260 
4.4.3. Atribuições do inventariante ...................................................................................... 261 
4.4.4. Remoção e destituição do inventariante ................................................................... 261 
5. PROCEDIMENTO DO INVENTÁRIO SOLENE....................................................................... 263 
 FASE DE IMPUGNAÇÕES ............................................................................................... 263 
 FASE DE AVALIAÇÕES ................................................................................................... 265 
 ÚLTIMAS DECLARAÇÕES (ART. 637 DO CPC) ............................................................ 266 
 PAGAMENTO DE DÍVIDAS E RECOLHIMENTO FISCAL .............................................. 266 
6. DECISÃO DE PARTILHA ......................................................................................................... 267 
DIREITO SUCESSÓRIO E O PODER PÚBLICO ........................................................................... 269 
1. HERANÇA JACENTE ............................................................................................................... 269 
2. HERANÇA VACANTE .............................................................................................................. 270 
3. PROCEDIMENTO .................................................................................................................... 270 
 REGRAS............................................................................................................................ 270 
 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ...................................................................................... 271 
4. NATUREZA DA SENTENÇA DE VACÂNCIA .......................................................................... 273 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 10 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Inicialmente gostaríamos de agradecer a confiança em nosso material. Esperamos que seja 
útil na sua preparação, em todas as fases. A grande maioria dos concurseiros possui o hábito de 
trocar o material de estudo constantemente, principalmente, em razão da variedade que se tem 
hoje, cada dia surge algo novo. Porém, o ideal é você utilizar sempre a mesma fonte, fazendo a 
complementação necessária, eis que quanto mais contato temos com determinada fonte de estudo, 
mais familiarizados ficamos, o que se torna primordial na hora da prova (acredite nisso). 
O Caderno Sistematizado de Direito Civil IV possui como base as aulas do Prof. Cristiano 
Chaves e do Prof. Pablo Stolze, com o intuito de deixar o material mais completo, utilizados as 
seguintes fontes complementares: Manual de Direito Civil (Flávio Tartuce – 2017); Manual de Direito 
Civil – Volume Único (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho – 2019) e Manual de Direito Civil – 
Volume Único (Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto e Nelson Rosenvald – 2019). 
Na parte jurisprudencial, utilizamos os informativos do site Dizer o Direito 
(www.dizerodireito.com.br), os livros: Principais Julgados STF e STJ Comentados, Vade Mecum de 
Jurisprudência Dizer o Direito, Súmulas do STF e STJ anotadas por assunto (Dizer o Direito). 
Destacamos que é importante você se manter atualizado com os informativos, reserve um dia da 
semana para ler no site do Dizer o Direito. 
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina 
+ informativos + + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você faça uma 
boa prova. 
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito 
importante!! As bancas costumam repetir certos temas. 
Vamos juntos!! Bons estudos!! 
Equipe Cadernos Sistematizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 11 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO DE FAMÍLIA 
1. A FAMÍLIA E A SUA EVOLUÇÃO NATURAL 
A ideia de família não é construída por meio de um conceito biológico estático, e sim por um 
conceito cultural. Assim, a família significa a possibilidade de convivência. 
Além disso, o conceito de família não é estático e acabado. Na verdade, trata-se de um 
conceito dinâmico, visto que tem diferentes projeções. Por exemplo, antigamente, apenas 
considerava-se família aquela formada por homem e mulher. Atualmente, reconhece-se a família 
homoafetiva. 
2. A FAMÍLIA E OS SEUS PARADIGMAS 
 CÓDIGO CIVIL DE 1916 
A família, antes da Constituição Federal de 1988, na vigência do CC/1916 era permeada 
pelos seguintes paradigmas: 
 
Até 1949, os filhos havidos fora do casamento eram considerados ilegítimos e não poderiam 
ser reconhecidos. Além disso, havia distinção entre os filhos adotivos e os filhos biológicos. Por 
isso, a morte dos pais adotivos era causa de extinção da adoção, a fim de impedir o acesso à 
herança. 
FA
M
ÍL
IA
MATRIMONIALIZADA
Constituição apenas pelo casamento. As demais uniões (entre homem e 
mulher, sem casamento) eram consideradas concubinato (mera 
sociedade de fato).
PATRIARCAL O homem era o chefe da família, o centro das relações familiares
HIERARQUIZADA
Baseada no pátrio poder, ou seja, todos deviam obediência ao patriarca 
(homem o chefe da família)
BIOLÓGICA Distinção entre filhos adotivos e biológicos. 
HETEROPARENTAL
Formada por pessoas de sexo distintos. A única forma de família era a 
formada por homem e mulher.
INSTITUCIONAL
Família era uma instituição a ser protegida pelo direito, por isso o 
casamento era considerado indissolúvel, a esterilidade de um dos 
cônjuges poderia causar a anulação do casamento. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 12 
 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL DE 2002 
Além da incidência dos direitos e garantias fundamentais (tábua axiológica) no Direito de 
Família, o legislador constituinte editou os arts. 226 e 227 da CF, que tratam de temas específicos. 
Perceba, portanto, que a CF/88 conferiu uma proteção especial à família. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuito a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o 
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, 
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o 
exercício dessedireito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de 
instituições oficiais ou privadas. 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos 
que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas 
relações. 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da 
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não 
governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes 
preceitos: 
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na 
assistência materno-infantil; 
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as 
pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de 
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, 
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do 
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos 
arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. 
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios 
de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de 
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. 
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: 
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o 
disposto no art. 7º, XXXIII; 
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola; 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 13 
 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; 
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, 
igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, 
segundo dispuser a legislação tutelar específica; 
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à 
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de 
qualquer medida privativa da liberdade; 
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos 
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, 
de criança ou adolescente órfão ou abandonado; 
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao 
adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. 
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da 
criança e do adolescente. 
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que 
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. 
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão 
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação. 
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em 
consideração o disposto no art. 204. 
§ 8º A lei estabelecerá: 
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; 
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação 
das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. 
 
Dessa forma, os paradigmas do CC/1916 deram lugar para novos paradigmas, quais sejam: 
 
 
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de 
consanguinidade ou outra origem. 
FA
M
ÍL
IA
MÚLTIPLA
A família pode ser constituída por diferentes formas: casamento, união estável, 
monoparental (ascendentes e descendentes)
DEMOCRÁTICA Homens e mulheres possuem direitos e deveres iguais
IGUALITÁRIA
Igualdade substancial, tratando desigualmente os desiguais e buscando a igualdade 
fática entre os componentes familiares. Exemplo: Estatuto do idoso; ECA; Maria da 
Penha, Estatuto da Primeira Infância
BIOLÓGICA OU 
SOCIOAFETIVA
Filhos biológicos e adotivos possuem os mesmos direitos (art. 1.593 do CC). 
HETEROPARENTAL E 
HOMOPARENTAL
Família pode ser formada por pessoas de sexo distintos e de sexo iguais. Ademais, a 
homoparentalidade pode decorrer da monoparentalidade. Exemplo: família composta 
de Mãe solteira e sua filha.
INSTRUMENTAL É um instrumento de proteção da pessoa humana. A família é um meio e não um fim. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 14 
 
3. VALORES 
A família contemporânea é permeada por quatro valores: afeto, ética, dignidade e 
solidariedade recíproca. 
 AFETO 
Como visto acima, na visão clássica, apenas as relações biológicas eram consideradas 
como forma de família. Hoje, a socioafetividade também caracteriza família. 
Cita-se, como exemplo, a possibilidade de acréscimo do sobrenome do padrasto ou da 
madrasta (Lei 11.924/2009), o reconhecimento da filiação socioafetiva. 
 ÉTICA 
As relações familiares devem ser permeadas pela ética. 
Com base nisso, o STJ reconheceu a cessação do regime de bens pela simples separação, 
independente de prazo. 
 DIGNIDADE 
Decorre da dignidade, por exemplo, a possibilidade de escolha do regime de bens para o 
maior de 70 anos, por isso parte da doutrina entende que o art. 1.641 do CC, ao impor o regime de 
separação de bens, é inconstitucional. 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: (...) 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (...) 
 
Ressalta-se que o art. 1.641, II do CC trata da separação legal obrigatória, ou seja, aquela 
que é imposta por força de lei. 
Por fim, o STJ já declarou que, no regime de separação legal de bens, comunicam-se os 
adquiridos na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua 
aquisição. 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua 
aquisição. 
Esse esforço comum não pode ser presumido. Deve ser comprovado. 
O regime de separação legal de bens (também chamado de separação 
obrigatória de bens) é aquele previsto no art. 1.641 do Código Civil. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 1623858-MG, Rel. Min. Lázaro Guimarães 
(Desembargador Convocado do TRF 5ª Região), julgado em 23/05/2018 
(recurso repetitivo) (Info 628).1 
 
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos 
na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. Buscador Dizer 
o Direito, Manaus. Disponível em: 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 15 
 
 SOLIDARIEDADE RECÍPROCA 
A solidariedade determina o amparo, a assistência material e moral recíproca entre todos os 
membros da família. 
Cita-se, como exemplo, a obrigação alimentar entre parentes, cônjuges ou companheiros. 
4. CARÁTER INSTRUMENTAL DA FAMÍLIA 
A família é um instrumento de proteção da pessoa humana, é um meio e não um fim. 
Perceba que as pessoas não são obrigadas a constituir uma família, trata-se de uma faculdade. 
Em sua redação originária, a Lei do Divórcio permitia ao juiz indeferir um acordo de divórcio 
consensual, em nome da manutenção do núcleo familiar. Hoje, algo totalmente inadmissível, uma 
vez que ninguém precisa de uma família para ter proteção. 
A verdadeira finalidade da família é colaborar para o desenvolvimento da personalidade de 
cada membro, para o alcance da “felicidade” (família eudemonista). 
5. CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA 
De acordo com a doutrina contemporânea, a família possui três características: socioafetiva, 
eudemonista e anaparental. 
 SOCIOAFETIVA 
A noção defamília é moldada pela afetividade. Por isso, o STJ possui diversas decisões em 
que a socioafetividade prevalece sobre o caráter biológico. 
 EUDEMONISTA 
Eudemonismo é uma filosofia grega que prega que o homem vem à Terra para buscar a 
felicidade. A família é eudemonista, uma vez que deve servir como ambiência para que cada um 
dos seus membros busque a sua felicidade individual, realizando-se como pessoa. 
 ANAPARENTAL 
Significa admitir e reconhecer a família mesmo quando não exista vínculo parental técnico 
entre os seus integrantes. A proteção jurídica não está vinculada ao fato de a pessoa estar ou não 
inserida em um núcleo familiar. 
 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9b16759a62899465ab21e2e79d2ef75c>. 
Acesso em: 02/08/2022 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 16 
 
Como exemplo, pode-se citar a proteção ao bem de família das pessoas sozinhas (súmula 
364 do STJ). 
Súmula 364 do STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família 
abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e 
viúvas. 
6. DIREITO DE FAMÍLIA MÍNIMO 
A incidência do Direito de Família deve ser mínima, ou seja, o Estado não deve intervir nas 
relações familiares. Assim, sua incidência deve ocorrer apenas nos casos em que é necessária a 
proteção dos direitos fundamentais dos interessados. 
Por conseguinte, prevalece a autonomia privada nas relações de família, salvo nos casos 
em que há violação aos direitos fundamentais, como ocorre, por exemplo, na violência doméstica e 
familiar. 
As hipóteses de intervenção do Estado são: 
a) A Lei Maria da Penha prevê que a ação penal será pública incondicionada nos casos de 
lesão corporal; 
b) O MP possui legitimidade para requerer alimentos em favor de criança e de adolescente, 
mesmo que não estejam em situação de risco e mesmo que na comarca tenha Defensoria Pública; 
c) Art. 7º da Lei 8.560/92: O juiz fixará alimentos, mesmo que o autor da ação de investigação 
de paternidade não requeira, nos casos em que julgar procedente o pedido; 
Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a 
paternidade, nela se fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do 
reconhecido que deles necessite. 
 
d) Regime de separação obrigatória de bens para o maior de 70 anos 
OBS.: Segundo parte da doutrina, há a autonomia privada infanto-
juvenil. Ex.: A necessidade de concordância do adolescente para que 
ele seja colocado em família substituta e para alterar o seu prenome 
nos casos de adoção. 
7. INCIDÊNCIA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES DE 
FAMÍLIA 
Assim como ocorre em outras áreas do Direito Civil, os direitos e garantias fundamentais 
serão aplicados ao Direito de Família. Trata-se da “eficácia horizontal” dos direitos fundamentais. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 17 
 
Como exemplo de constitucionalização das relações familiares, pode-se citar o 
reconhecimento da união estável homoafetiva (ADI 4277), de modo que o art. 1.723 do CC deve 
ser interpretado conforme a Constituição. 
8. INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO CC/02 NAS RELAÇÕES FAMILIARES 
As diretrizes que norteiam o Código Civil de 2002 (sociabilidade, eticidade e operabilidade) 
são aplicadas às relações familiares. 
Exemplos de aplicação: 
a) Eticidade: REsp. 555.771/SP - aplicação da boa-fé objetiva nas relações familiares 
(confiança e afeto); 
b) Operabilidade: O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/15) possui caráter 
inclusivo. A deficiência, por si só, não enquadra a pessoa como incapaz; 
c) Sociabilidade: REsp. 922.462/SP 
Responsabilidade civil em caso de adultério 
Em um interessante julgamento envolvendo responsabilidade civil por 
adultério, o STJ apresentou três conclusões sobre o tema: 
I — O “cúmplice” (amante) da esposa não tem o dever de indenizar o marido 
traído. Em que pese o alto grau de reprovabilidade da conduta daquele que 
se envolve com pessoa casada, o “cúmplice” da esposa infiel não é 
responsável a indenizar o marido traído, pois ele não era obrigado, por lei ou 
contrato, a zelar pela incolumidade do casamento alheio. 
II — A esposa infiel não tem o dever de restituir ao marido traído os alimentos 
pagos por ele em favor de filho criado pelo casal, ainda que a adúltera tenha 
ocultado do marido o fato de que a referida criança era filha biológica sua e 
de seu “cúmplice” (amante). 
III — A esposa que traiu pode ser condenada a indenizar por danos morais o 
marido traído em hipóteses excepcionais, como o caso julgado pelo STJ, no 
qual, além de a traição ter ocorrido com um amigo do cônjuge, houve o 
nascimento de uma criança registrada erroneamente como descendente do 
marido, mas que era filho biológico do amante. Na hipótese, a esposa ocultou 
do ex-marido por anos após a separação, o fato de que a criança nascida 
durante o matrimônio e criada como filha biológica do casal era, na verdade, 
filha sua e de seu “cúmplice”. 
STJ. 3ª Turma. REsp 922462-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 4/4/2013 (Info 522).2 
 
Os deveres estabelecidos entre cônjuges (art. 1.566 do CC) e entre companheiros (art. 1.724 
do CC) são intrapartes, ou seja, não podem ser oponíveis a terceiros. 
 
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Responsabilidade civil em caso de adultério. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a7d8ae4569120b5bec12e7b6e9648b86>
. Acesso em: 02 ago. 2022. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 18 
 
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir 
na comunhão de vida instituída pela família. 
9. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA 
A Constituição consagra cinco grandes princípios inerentes ao Direito de Família, quais 
sejam: 
a) Multiplicidade/pluralidade de entidades familiares; 
b) Igualdade entre homens e mulheres; 
c) Igualdade entre filhos; 
d) Facilitação da dissolução do casamento; 
e) Responsabilidade parental. 
Não há dúvidas quanto à relevância e transcendentalidade dos princípios (força normativa). 
São normas de conteúdo aberto, de solução casuística e valorativa. No caso de colisão entre 
princípios, deve-se utilizar a ponderação de interesses (balanceamento), de acordo com o caso 
concreto, a exemplo da súmula 301 do STJ. 
Súmula 301 do STJ. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a 
submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. 
 
A Lei 14.138/2021 acrescentou o § 2º ao art. 2º-A da Lei 8.650/92, para positivar que a 
presunção de paternidade também se aplica aos sucessores do suposto pai. Veja a redação do 
dispositivo legal inserido: 
Art. 2º-A (...) 
§ 2º Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, 
o juiz determinará, a expensas do autor da ação, a realização do exame de 
pareamento do código genético (DNA) em parentes consanguíneos, 
preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a 
recusa em presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o 
contexto probatório. 
 
Registrem-se duas últimas observações sobre o tema: 
1) A presunção decorrente da recusa é relativa e, portanto, deverá ser apreciada em 
conjunto com as demais provas produzidas no processo. Assim, é possível, em tese, que, mesmo 
com a recusa e a presunção firmada, o juiz julgue o pedido improcedente, se o restante do conjunto 
probatório refutar a presunção e indicar que as alegações do autor não são verdadeiras. 
2) O dispositivo afirma que o exame de DNA será pago pelo autor da ação (“a expensas do 
autor da ação”). Essa previsão não se aplica para o caso de autor beneficiário da justiça gratuita. 
Se o autor for beneficiário da justiça gratuita, o exame será custeado pelo Estado, nos termos 
do art. 98, § 1º, V, do CPC e o art. 5º, LXXIV, da CF/88. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIAE SUCESSÕES 2023.1 19 
 
Nesse sentido, o STJ já decidiu que: 
(...) 1. Cinge-se a controvérsia a definir se o Estado deve arcar com os custos 
referentes ao exame de DNA determinado em ação de investigação de 
paternidade, tendo em vista a hipossuficiência das partes. 
2. Nos termos do que dispõe o art. 98, § 1º, inciso V, do Código de Processo 
Civil de 2015, a gratuidade da justiça compreende as despesas com a 
realização de exame de código genético - DNA e de outros exames 
considerados essenciais. 
3. Em relação à responsabilidade pelo pagamento da despesa correlata, cabe 
ao Estado o custeio do exame de DNA em favor dos hipossuficientes, a teor 
do que proclama o art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal ("O Estado 
prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos"), viabilizando, assim, o efetivo exercício do direito 
à assistência judiciária gratuita e, em última análise, ao próprio acesso ao 
Poder Judiciário, não sendo admissível a discussão de questões 
orçamentárias pelo poder público na tentativa de se eximir da 
responsabilidade atribuída pelo texto constitucional. (...) 
STJ. 3ª Turma. RMS 58.010/GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
23/04/2019. 
 
O art. 95 do CPC traz regras detalhadas sobre o tema, pois prevê que o Estado pode 
recobrar a quantia da parte sucumbente. 
 PRINCÍPIO DA MULTIPLICIDADE/PLURALIDADE DE ENTIDADES FAMILIARES 
O princípio está previsto no art. 226, caput. da CF: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...) 
 
Note-se que a proteção é para toda e qualquer família. O art. 226, §§ 2º a 4º, da CF se refere 
à família casamentária, decorrente da união estável e monoparental. 
Art. 226. (...) 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre 
o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. (...) 
 
Não se trata de um rol taxativo, ou seja, mesmo que não prevista na Constituição, há outras 
formas de família. Cita-se, como exemplo, a família anaparental e a família avoenga. 
O art. 226 da CF é norma jurídica de inclusão (inclui institutos na proteção estatal), o que só 
vem a corroborar com a ideia de que o direito de família é instrumental. Portanto, pode-se afirmar 
que a pluralidade das entidades familiares conduz a uma não taxatividade. 
O ECA consagra três espécies de família: natural, ampliada ou extensa e substituta. 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 20 
 
FAMÍLIA NATURAL 
FAMÍLIA AMPLIADA 
OU EXTENSA 
FAMÍLIA 
SUBSTITUTA 
É aquela composta por 
filhos mais pai e/ou mãe. 
É aquela formada além 
de pais e filhos, também por 
seus parentes (tios, avós, 
irmãos) 
É aquela decorrente da 
guarda, tutela ou adoção 
 
OBS.: Para Conrado Paulino da Rosa, a i-phamily é a influência dos 
meios cibernéticos sobre a constituição da família. 
Acerca da pluralidade familiar, há três questões polêmicas: a família reconstruída, a família 
homoafetiva e a família concubinária. A seguir, analisaremos cada uma delas. 
a) Família reconstruída, recomposta ou ensamblada (misturada) 
São as famílias mosaicos, formadas por pessoas que já possuem um núcleo familiar e juntas 
estabelecem outro núcleo. Ex.: Maria tem dois filhos. João tem um filho. Maria e João se casam. A 
nova família recomposta será formada por Maria, João e os três filhos (dois de Maria e um de João). 
No Código Civil, as relações de famílias recompostas são tratadas de forma tênue. O único 
efeito é o parentesco por afinidade, nos termos do art. 1.595 do CC, o que gera impedimento 
matrimonial. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo 
vínculo da afinidade. 
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes 
e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do 
casamento ou da união estável. 
 
Segundo Cristiano Chaves, há uma privação de direitos nas famílias recompostas, tendo em 
vista que não podem cobrar alimentos e não recebem heranças. Não há efeitos jurídicos 
decorrentes dessa relação no CC. 
Apesar disso, fora do Código Civil, há algumas leis que visam a proteção, quais sejam: 
• Lei 11.924/09 (Lei Clodovil): Altera o art. 57 da Lei 6.015/73, para autorizar o 
enteado ou a enteada a adotar o nome da família do padrasto ou da madrasta; 
• Lei 8.112/90: Prevê a possibilidade de benefício previdenciário para enteado ou 
enteada. 
Casualmente, podem ser reconhecidos efeitos jurídicos. Ex.: No REsp. 36.365, o STJ 
reconheceu a retomada do imóvel alugado antes do prazo para a moradia de pessoa da família 
reconstituída. 
b) Família homoafetiva 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 21 
 
Antes da decisão do STF, os tribunais superiores (TSE e STJ) já reconheciam as uniões 
homoafetivas como uma entidade familiar para fins de inelegibilidade eleitoral, meação, habitação, 
benefícios previdenciários. 
O STF, na ADI 4277/DF, reconheceu a natureza familiar das uniões de pessoa do mesmo 
sexo. Desta forma, o conceito de união estável pode ser hetero ou homoafetivo. Após, o STJ passou 
a afirmar que o casamento também pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo (REsp. 
1.183.378/RS). 
Salienta-se, ainda, que o art. 5º, parágrafo único, da Lei Maria da Penha prevê a proteção 
da mulher contra a violência ocorre inclusive em relações homoafetivas. 
Lei 11.340/06 – Maria da Penha 
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: (...) 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem 
de orientação sexual. 
 
c) Família concubinária 
Tanto o STF quanto o STJ entendem que concubinato não é família, em razão do disposto 
no art. 1.727 do CC. 
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos 
de casar-se, constituem concubinato. 
 
Entendem, ainda, que o concubinato é uma relação meramente obrigacional, sendo 
considerada uma mera sociedade de fato. Por isso, a competência para processar e julgar será da 
vara cível e não da vara de família, já que não se aplicam os seus institutos. 
A propósito sobre o tema, veja o teor da súmula 380 do STJ: 
Súmula 380 do STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os 
concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio 
adquirido pelo esforço comum 
 
OBS.: Atualmente, o termo “concubinato” é reservado apenas para o 
relacionamento entre duas pessoas no qual pelo menos uma delas é 
impedida de se casar (art. 1.727 do CC). No regime atual, se duas 
pessoas vivem em união estável, o regime patrimonial que vigora entre 
elas é o da comunhão parcial de bens (arts. 1.725 e 1.658 do CC), que 
é mais vantajoso e amplo que as regras de uma “sociedade de fato”. 
Maria Berenice Dias defende que o concubinato é entidade familiar, razão pela qual merece 
proteção (posição minoritária) 
Cristiano Chaves, entre outros, defende que embora o concubinato não tenha amparo legal, 
a união estável putativa pode ter. É o concubinato de boa-fé, ou seja, a amante não sabe que é 
amante. Nesse caso, se devem garantir direitos à amante. É uma posição doutrinária não acolhida 
 
 
 
CS – CIVIL IV: FAMÍLIA E SUCESSÕES 2023.1 22 
 
pela jurisprudência, que aplica a regra da exclusividade da família. Essa união estável putativa 
pode-se basear também na boa-fé objetiva. Nesse caso, é possível falar em paralelismo (“família 
paralela”), em concubinato como entidade familiar (ou ainda:

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