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● ○ ○ 2ª Aula - 23/02/2018 - Direito Administrativo II INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORDEM ECONÔMICA Bibliografia para este assunto: Direito Constitucional Econômico, André Ramos Tavares; Ordem Econômica na CF, Eros Grau. A partir da noção dos dois sistemas econômicos, avançamos para uma análise sobre roteiros de estado, para que possamos chegar à seguinte conclusão: o que tivemos que percorrer para que hoje, por exemplo o presidente Temer decida privatizar a petrobrás, ou a presidente Dilma há alguns anos atrás tenha decidido pela terceirização através da concessão de aeroportos. Qual a razão que um determinado governo, escolhe ele próprio para prestar serviços rodoviários, ou o governo decide transferir essa gestão de economias para a iniciativa privada através da cobrança ou possibilitando o custeio dessa transferencia através da cobrança de pedagio. Como chegamos a este ponto e como interpretar a cerca de legitimidade constitucional se vale o u n ã o v a l e u m a d e t e r m i n a d a transferencia de atividade que é do Estado para a iniciativa privada. Para que possamos ter uma noção panorâmica do assunto, embora resumida, é preciso lembrar que ao longo da h istór ia da c iv i l ização ocidental, nós vivemos alguns períodos bem marcantes de fato, e que geraram elementos ou fundamentos para os chamados modelos econômicos de estado. Por exemplo, passamos a ter de fato um estado nação, com o estado absoluto, que concentrou os poderes do estado nas mãos de uma pessoa só, e antes do absolutismo tínhamos o feudalismo. Quando surge então após o feudalismo o estado nação surge uma c o n c e n t r a ç ã o d e p o d e r , u m a concentração de recursos que eram produzidos através da cobrança de tributos da sociedade os quais eram gastos com despesas da realeza. Excluídos dessa nobreza, tínhamos a burguesia formada por comerciantes e agricultores que tinham atividades econômicas para obter o seu sustento, tinham dinheiro mas não tinham poder, por isso se insurgia pela opressão tributária, pela falta de liberdade e queria poder. A revolução francesa nem de longe foi uma revolução social, quem estimulou a revolução francesa foram os burgueses, que ao se instalar e ao ser bem sucedida, passou a criar as bases do novo modelo de estado. Modelo a b s o l u t o q u e e r a u m m o d e l o centralizador opressor de liberdades individuais, passa a ser substituído por um modelo de liberdade, o modelo qual as pessoas se insurgiam contra tudo que era do antigo regime. E o n o v o regime aplicava as ideias iluministas, centradas no direito de liberdade, liberdade plena para os burgueses significava “nos deixe exercer as nossas atividades econômicas, faturar, cobre o mínimo possível de tributos, e cuida apenas Estado, das coisas que devem ser do estado“. Por isso ficou como modelo de estado o modelo Liberal, que emprega a pouca participação do estado nas coisas da economia, seja para regular, seja para editar normas e muito menos para exercer a atividade econômica. Dizendo que a economia é para a iniciativa privada e querendo que o estado se afaste da economia. A medida que as coletividades vão ficando mais complexas, as demandas coletivas também. Por exemplo, se você vive em uma comunidade que tem 40 famílias, cuidar da comunidade com a limpeza é simples, agora quando essa comunidade vai crescendo, nós temos por exemplo a Londres do século XVIII e começo do século XIX, com mais de um milhão de pessoas e que existiam alguns problemas como retirar os cadáveres das ruas, surgiu uma categoria de pessoas os chamados coletores de cadáveres e davam seu devido destino, o fato que é que esse serviço prestado pela iniciativa privada não era suficiente, o que levava a problemas de saude publica. Passaram existir situações de fato, pelas quais se identificavam necessidades coletivas que não eram atendidas pela iniciativa privada. Por conta disto, do estado de direito, surgir com a revolução francesa, e da revolução industrial, com a mudança de paradigma de produção e c o n ô m i c a p r o d u z i u u m a importantíssima influencia para mudar os paradigmas da ação do estado, até a revolução industrial era a produção da agricultura, já a revolução industrial as relações econômicas e de trabalho não tinham sustentação ou fundamentação jurídica consistente para a proteção do t r a b a l h a d o r , o s d i r e i t o s d o s trabalhadores surgem na revolução industrial. O estado passa a se meter nas relações. Na sequencia, das grandes guerras mundiais, se consolida a chamada ideia do estado soc ia l . O Estado va i adquirindo bens e começou a ficar grande, e com isso demandou na área de recursos humanos, tiveram que aumentar os servidores públicos, que foi uma tendencia de muitos países ocidentais. Ronald Reagan e Margaret Thatcher foram polêmicos ao iniciar o programa liberal de afastar o estado da economia, privatizando serviços e essa política de modelo liberal acabaram chegando no Brasil, na forma de uma EC 19/91, quando estávamos no governo de Fernando Henrique Cardoso, que primou pela privatização, envolveu a transferencia de bens para particulares, venda de patrimônio, controle acionário de acoes, houve tentativa de venda do controle acionário da Copel. Os serviços ficaram melhores e aparentemente mais baratos. Essa politica do ponto de vista jurídico constitucional se assentou através dessa emenda constitucional 19 que tentou um novo modelo de estado, criando agencias reguladoras. A nossa Constituição Federal tem uma determinação na parte da ordem econômica, Artigo 170 na perspectiva da conduta do estado na ordem econômica, que diz que só pode editar uma norma seguindo o roteiro do Artigo 170 da Constituição Federal, se não estiver nesse roteiro, é inválida a conduta do estado.
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