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FICHAMENTO - MATRIZES DO PENSAMENTO PSICOLOGICO

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FICHAMENTO 
 
Referência bibliográfica: 
FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 
 
Síntese: descreve as diferentes matrizes do pensamento psicológico 
 
Interessante: extremamente importante estudar a respeito das matrizes do pensamento e a epistemologia 
como um todo. Dessa forma, podemos, ao entender sobre as pluralidades epistemológicas, repudiar o 
eugenismo cientificista que muitas vezes tenta degradar e reduzir outras formas de visão de homem e visão 
de mundo. Me parece necessário que tal disciplina fosse estudada nos primeiros períodos da graduação em 
psicologia, além disso, que fosse aplicada em outras áreas do conhecimento, mesmo aquelas que seguem, em 
sua maioria, uma visão cientificista e empírica do sujeito e do mundo, como a medicina, biologia, as exatas, 
etc. 
 
p. Conteúdo Comentários 
14 Por bastante tempo, às filosofias da ciência do século XX, em uma tradição que passava 
pelos empiristas ingleses, pelos materialistas e ideólogos franceses do século XVII e 
XVIII, pelo positivismo, pelo pragmatismo americano, pelo fenomenalismo e pelo 
refutabilismo, a subordinação do conhecimento cientifico à utilidade, à adaptação e ao 
controle, bem como a modelação pratica cientifica pela ação instrumental alcançaram 
realce cada vez maior. Ao longo do tempo, com o conhecimento como um todo deixe 
de atuar apenas como um condicionante externo, justificando e motivando a pesquisa. 
Com Descartes e Bacon, as teorias do conhecimento ainda permaneciam no modelo da 
razão contemplativa, buscando os fundamentos do conhecimento na visão externa e/ou 
interna, na pratica de pesquisa e na reflexão epistemológica, a instrumentalidade do 
conhecimento converte-se numa das determinações internas da ciência, cujos 
procedimentos e técnicas definem-se nos termos de controle, calculo e teste com uma 
previsão exata, isto é, o teste põe à prova uma técnica de intervenção ou uma antecipação 
precisa de resultados. 
 
15 Bacon da ênfase no aspecto dominador da atividade humana, salienta que a produção 
do conhecimento objetivo e a ação instrumental ganham uma nova espessura onde se 
revela uma dificuldade inesperada; o autoconhecimento e o autocontrole apresentam-se 
então como preliminares indispensáveis, portanto, o cientista não é quem alcança a 
verdade, mas quem se submete conscienciosamente à disciplina do método. Com 
Descartes, exigia-se também a dúvida metódica como procedimento fundamental da 
ciência: “quis imaginar que nada existisse com exatidão igual ao que nos fazem 
imaginar”. 
Essa parte me fez recordar 
da fala do professor Carlos 
“A ciência hoje é como um 
prédio em meio a um 
pântano” 
16-17 A partir de Hegel e Marx, fomentava-se a desconfiança em relação ao sensível e do dado 
imediato. O conhecimento da essência deve negar a aparência, e ao mesmo tempo, 
recuperá-la, nesse sentido, descobre-se por detrás do dado aparente o movimento que o 
cria e o constitui. 
 
17-18 Já com o filosofo empirista David Hume, no século XVIII reduziu todos os processos 
mentais a fenômenos associativos, apontando para a aprendizagem como origem das 
categorias e operações do pensamento, nesse sentido, desqualifica a lógica como reitora 
incondicional do discurso cientifico e a coloca como resultado da experiência empírica. 
 
18-19 A fundamentação segura do conhecimento foi substituída pela lógica da investigação, 
que ciente de extirpar a subjetividade, promove um processo infinito de autocorreção 
em que a verdade objetiva se coloca como ideia reguladora, no termo ideal da atividade 
epistêmica. 
A produção e validação do conhecimento é: 
- Domínio técnico da natureza; 
- Fiscalização; 
- Autocontrole e autocorreção; 
- Metodologia 
É presumido que a natureza 
seja hostil à disciplina e por 
outro lado, se submete às 
práticas de pesquisa 
19 “As ciências naturais repousam na suposição de uma exterioridade entre a prática de 
pesquisa e seu objeto: o confronto nitidamente delimitado e rigorosamente controle 
entre o sujeito e objeto promove a multiplicação e o refinamento dos instrumentos 
conceituais e teóricos de descrição, previsão e controle” 
 
21 “Aonde não é possível classificar, tipificar e quantificar, o controle é sempre 
incompleto, quando não impossível” 
Muito aplicável dentro da 
visão reducionista e 
biomédica da saúde mental 
22 Ou o indivíduo é único, independente e irracional, nesse sentido a psicologia pode ser 
necessária, mas ainda inviável; ou não passa de uma ficção a ser desfeita, então a 
psicologia também seria uma ilusão transitória e não se justifica como ciência 
independente. 
Por um lado, uma psicologia que não é ciência; outro, objeto de uma ciência que não 
chega a ser psicologia. 
 
27-28 Matriz nomotética e quantificadora: 
- Define a natureza dos objetivos e procedimentos de uma prática teórica como sendo 
realmente científicos; 
- Tentativas de fazer a psicologia uma ciência natural; 
- Fenômenos psicológicos e comportamentos como leis gerais; 
- Construção de hipóteses formais, dedução exata das consequências destas hipóteses 
na forma de previsões condicionais e o teste; 
- A formulação de hipóteses e de previsões condicionais sempre atuam, na forma 
manifestada ou encoberta, e é o conjunto articulado das três operações (hipotetização, 
cálculo e mensuração) que define a logica experimental. 
- Estas expectativas são capazes de orientar as práticas de controle do “ambiente 
natural”. 
Os aspectos da vida sociais 
devem ser incluídos na 
categoria ambiente natural 
28-29 Matriz atomicista e mecanicista: 
- Procura de relações deterministas ou probalísticas, segunda uma concepção linear e 
unidirecional de causalidade; 
- “O real são os elementos que, em combinações diferentes, mecanicamente “causam” 
os fenômenos complexos, de natureza derivada”; 
- A substituição do determinismo pelo probabilismo reduz a ambição de conhecimento, 
mas não altera essencialmente o anti-historicismo mecanicista; 
- A imprevisibilidade relativa resultaria de um erro de calculo ou de um “erro” da 
natureza; 
- O mecanicismo preparou o terreno ideológico favorável à emergência de muitas 
ciências. 
 
29-30 Matriz funcionalista e organicista: 
- Noção de causalidade funcional que recupera a velha noção de causa final de 
Aristóteles; 
- Os fenômenos são explicados em termos de sua funcionalidade e propósitos objetivos; 
- A análise obedecerá a regras diferentes daquelas que emanam do atomicismo; 
- Atenção dispensada aos processos temporais; 
- Ao resgatar as noções de valor e significado, o funcionalismo organicista supera o 
atomicismo e o mecanicismo; 
- A dimensão ética do comportamento tende a transformar-se, sob a ética funcionalista, 
em uma técnica de sobrevivência 
 
31 Matrizes cientificistas e ideologias cientificas: 
- Preocupação com a produção do conhecimento útil; 
- Não se deve avaliar a utilidade através da eficiência das técnicas, pois, à psicologia do 
século XX coube a tarefa de fornecer mais do que técnicas, lagitimações; 
- O importante é que elas (as técnicas) possam existir e expressar seu caráter de ciência 
aplicada; 
Essa matriz se esforça para 
legitimar seu conhecimento 
32 Matriz vitalista e naturalista: 
- Tudo o que foi excluído pelas matrizes cientificistas é recolhido pela matriz vitalista 
naturalista: o qualitativo, o indeterminado, o criativo, o espiritual, etc; 
- Os vitalistas são a favor da “vida” e contra a razão; 
- O interesse estético, contemplativo e apaixonado se sobressai ao interesse tecnológico 
Aqui se encaixa muito bem a 
psicologia corporal 
33-38 Matrizes compreensivas: 
- Três linhas: historicismo ideográfico, estruturalismo e a fenomenologia. Sendo a 
primeira de matriz romântica, a segunda e a última anti-românticas; 
- O conhecimento compreensivo é impulsionado pelo interesse comunicativo e o real, 
objeto deste conhecimento; são manifestações de uma subjetividade; 
- “O historicismoideográfico busca a captação da experiencia tal como se constitui na 
vivencia imediata do sujeito, com sua estrutura sui generis de significados e valores, 
irredutível a esquemas formais e generalizantes” 
- A compreensão psicológica individualiza o sujeito; 
- A intenção do estruturalismo é reconstruir as estruturas geradoras das “mensagens” – 
isto é, as regras que o ics controlam a organização das formas simbólicas e o discurso; 
- Não é necessário inventar uma regra para cada mensagem: as estruturas geradoras têm 
sua existência transistórica e transindividual; 
- Na fenomenologia tem a tentativa da superação tanto do cientificismo como do 
historicismo; 
- A consciência para a fenomenologia seria uma pura intencionalidade: é sempre 
consciência de algo. 
 
38 As matrizes românticas e pós românticas – exceto do estruturalismo que tende a outro 
lado –, produzem frequentemente ideologias pararreligiosas: cultuam a experiencia 
única, irredutível, intransferível e incomunicável 
No altar põe-se o “individuo” e a “liberdade” 
As ideologias afirmam que o sujeito é livre e a própria escravidão é uma opção do sujeito 
“se nada me prende e minha vida é meu projeto, a solução é minha e para mim” 
 
A instabilidade epistemológica da psicóloga faz com que permaneça sempre atual o 
projeto de uma unificação filosófica e metodológica

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