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cirurgia ortopédica

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CIRURGIA ORTOPÉDICA 
DE PEQUENOS ANIMAIS
 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA 
A cicatrização da fratura varia, dependendo de: 
1. Fatores biológicos: localização da fratura no 
osso, respostas celulares, circulação, lesão 
de tecidos moles concomitantes 
2. Fatores mecânicos: estabilidade dos 
segmentos ósseos e fragmentos após a 
aplicação do aparelho de fixação; esses 
fatores influenciam a sequência de eventos 
celulares na cicatrização da fratura 
Todos os processos fisiológicos que ocorrem no 
interior do osso, inclusive os processos de reparo 
durante a cicatrização de fraturas, dependem de um 
aporte sanguíneo adequado. 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA INDIRETA: 
É caracterizada pela formação de tecido conjuntivo 
fibroso e calo cartilaginoso na área da fratura. 
Ocorre em um ambiente mecanicamente instável, 
causado pela movimentação de segmentos ósseos. 
 
 
CICATRIZAÇÃO ÓSSEA DIRETA 
Formação óssea direta nos locais de fratura, sem a 
ocorrência de um estágio intermediário de 
cartilagem ou calo visível. 
Se dá quando aparelhos de fixação mantêm absoluta 
estabilidade fragmentar. Para que isso ocorra, o 
ambiente mecânico deve ser tal que a movimentação 
da fratura seja mínima e os fragmentos estejam em 
contato ou separados apenas por fendas pequenas. 
 
Cicatrização óssea direta ocorre em fraturas estabilizadas 
rigidamente. Quando os fragmentos ósseos entram em contato, 
ocorrem união simultânea e reconstrução com o 
remodelamento haversiano (A, B). Quando há lacunas 
microscópicas, primeiro a lacuna se preenche com osso fibroso 
(C), e depois ocorre a reconstrução longitudinal do osso com 
remodelamento haversiano (D). 
 
 
OBJETIVOS DA CIRURGIA ORTOPÉDICA: 
1°: Promover a cicatrização 
2°: Restaurar a função 
3°: Obter aparência cosmética aceitável 
 
E como alcança-los? 
Passo I: avaliação da fratura 
Passo II: seleção adequada do método de coaptação 
 
 
ESCORE DE AVALIAÇÃO DE FRATURAS: 
Baseia-se na graduação dos fatores: mecânicos, 
biológicos, clínicos. 
 
FATORES MECÂNICOS: 
Uma avaliação mecânica indica o nível de 
intensidade da fixação para o paciente. 
Englobam o número de membros acometidos, 
tamanho do paciente e atividade, além da 
capacidade de se atingir uma fixação que distribua 
as cargas entre o eixo ósseo e o implante. 
Cães e gatos devem sustentar o peso em pelo menos 
três membros. 
 
Fraturas com duas partes ou grandes fragmentos: 
consideradas redutíveis, permitindo que o córtex 
reconstruído compartilhe a carga do suporte do peso 
com os implantes. 
Fraturas com múltiplos fragmentos: que não podem 
ser imobilizados com implantes são irredutíveis, 
sendo que os implantes devem suportar a carga do 
peso até que o calo seja formado. 
 
FATORES BIOLÓGICOS: 
Uma avaliação biológica adequada proporciona 
indicações de quão rapidamente o calo pode ser 
formado, determinando, assim, indiretamente, por 
quanto tempo os implantes precisam funcionar para 
apoiar o osso. 
Fatores biológicos que influenciam a taxa de 
cicatrização óssea: idade e saúde geral do paciente, 
fratura aberta ou fechada, local da fratura. 
 Paciente jovem (menos de 6 meses): 
“máquina de cicatrização”; requer aparatos 
de fixação funcionais por menos tempo 
 Pacientes idosos: precisará de fixação 
estável por um período mais longo 
 
O osso lesionado e a localização da lesão influenciam 
a avaliação biológica porque o envelope de tecidos 
moles que circunda os ossos longos varia: 
 Fraturas distais de rádio e tíbia (locais com 
pouco envelope de tecidos moles) têm 
uniões demoradas 
 Fraturas de úmero e fêmur têm consolidação 
mais rápida 
 
FATORES CLÍNICOS 
São características próprias do paciente e do 
proprietário que afetam a cicatrização durante o 
pós-operatório e, assim, influenciam o escore de 
avaliação de fraturas. 
Os fatores incluem: 
- Disposição e capacidade do tutor no atendimento 
às necessidades pós-operatórias de seus animais 
- Cooperação prevista do paciente após a cirurgia 
 Pacientes ativos e incontroláveis não são 
bons candidatos para sistemas de 
estabilização externos (ex. moldes ou talas) 
- Função prevista do membro no pós-operatório 
 
 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Estabilização pré-operatória: em lesões instáveis, 
redução da agressão ao tecido mole e aumento do 
conforto do paciente 
ANTIBIOTICOTERAPIA PROFILÁTICA: 
Antibióticos profiláticos são eficazes na prevenção 
de infecções no local da cirurgia em pacientes 
ortopédicos. 
Feita em lesões abertas ou traumas graves, e em 
procedimentos com tempo cirúrgico previsto 
superior a 2h. 
Cefazolina 20 mg/kg, IV. 
 
COAPTAÇÃO DE FRATURAS 
As fraturas instáveis devem ser coaptadas para 
reduzir lesões adicionais em tecidos moles e elevar 
o conforto do paciente. 
As talas externas podem ser usadas para 
proporcionar apoio temporário ao membro ou como 
meio temporário de estabilização da fratura. 
BANDAGEM DE ROBERT JONES: 
Bandagem externa mais usada em pacientes de 
veterinária. 
Essas bandagens se estendem da ponta dos dedos 
(somente unhas e coxins visíveis) até o fêmur no 
terço médio ou úmero no terço médio, e são úteis 
apenas quando aplicadas em lesões ocorridas abaixo 
das articulações de joelho ou cotovelo. 
Essas ataduras volumosas de gaze e algodão são 
utilizadas antes ou depois de cirurgias e servem 
como talas temporárias de membros. 
 A camada espessa de algodão proporciona 
uma discreta compressão de tecidos moles e 
imobiliza fraturas sem levar a 
comprometimento vascular. 
Vantagens: aumenta o conforto do paciente, evita 
danos futuros no tecido mole por fragmentos ósseos 
afiados, minimiza edema (melhora visualização e 
palpação de marcos anatômicos durante a cirurgia), 
auxilia na eliminação de espaço morto após a 
cirurgia. 
 
TALHAS METÁLICAS EM COLHER (ROBERT JONES 
MODIFICADA) 
Usadas para proporcionar apoio às lesões no rádio 
distal e ulna, carpo ou tarso, metacarpo ou metatarso 
e falanges. 
São usadas como apoio auxiliar de aparatos de 
fixação internos ou como meios primários de fixação 
quando o escore da avaliação de fraturas do paciente 
indica estresse mínimo e cicatrização rápida. 
 
TALAS EM ESPIGA: 
Indicado para 
imobilizar 
ombro ou 
quadril, além 
das articulações 
distais (fraturas 
femorais e 
umerais) 
 
 
 
 
 
SCHROEDER-THOMAS 
Indicações: fraturas mediais (rádio/ulna; tíbia). 
Material: liga de alumínio 
Complicação: contratura do músculo quadríceps. 
 
 
 
MÉTODOS DE FIXAÇÃO CIRÚRGICA 
Fixadores externos: pinos inteiros e meios pinos. 
Internos: pinos intramedulares, fios ortopédicos, 
placas e parafusos. 
 
FIXADORES ESQUELÉTICOS EXTERNOS 
Para tratamento de fraturas de ossos longos, 
osteotomia corretiva, artrodese articular e 
imobilização articular temporária. 
Não são indicados em casos de fratura articular e 
raramente usados na hipótese de fratura pélvica. 
Tipos: 
- Aparelho de Kirschner 
- Fixador externo de resina acrílica 
- Ilizarov 
 
PINOS INTRAMEDULARES: 
Usados em fraturas diafisárias do úmero, fêmur, 
tíbia e ossos metacárpicos e metatársicos. 
São contraindicados para o rádio porque o ponto de 
intersecção do pino geralmente interfere com o 
carpo. 
Os pinos IM devem ser suplementados com outros 
implantes para aumentar o apoio rotacional e axial: 
 Fios de cerclagem 
 Fixadores externos e placa 
 
FIOS DE AÇO 
São usados como fios de cerclagem ou fios de 
hemicerclagem. Utilizados em combinação com 
outros implantes ortopédicos para complementar o 
apoio axial, rotacional e contra dobramentos 
Método: 
- Fios colocados de 3 a 4mm da extremidade da 
fratura 
- Fios distanciados 1cm um do outro 
 
PLACAS E PARAFUSOS: 
Podem fixar qualquer fratura de osso longo e são 
usados em fraturas do esqueleto axial. São 
obrigatórios em fraturas que envolvem superfícies 
articulares. 
 
 
 
ESCOLHA DO IMPLANTE 
ESCORES BAIXOS: 0-3 
Geralmente estas são fraturas irredutíveis em que a 
cicatrização será afetada por outras circunstâncias 
extenuantes.Os implantes devem realinhar essas fraturas e 
apresentar força suficiente para prevenir 
dobramento ou quebra permanente por mais de 6 
semanas. 
Implantes sugeridos: 
- Placas ósseas de prolongamento e parafusos 
- Placa óssea + bastão intramedular 
- Fixador esquelético externo + placa óssea 
- Fixador esquelético externo + pino intramedular 
(com ou sem conexão): usar roscas em relevo ou 
uma combinação de pinos de transfixação com 
roscas em relevo e lisos 
 
ESCORE MÉDIOS: 4-7 
Neste caso, o implante divide a carga com o osso. 
Implantes sugeridos: 
- Placas ósseas 
- Fixadores esqueléticos externos tipos I e II 
- Pino intramedular + fixador esquelético externo 
(com ou sem conexão) 
- Pino intramedular e cerclagem 
 
ESCORES ALTOS: 8-10 
A avaliação mecânica indica estresse mínimo no 
implante causado pelo compartilhamento de cargas, 
e a avaliação biológica demonstra potencial de 
cicatrização acentuado. 
Implantes sugeridos: 
- Fixadores esqueléticos externos tipo I com pinos de 
transfixação lisos 
-Pino intramedular + fio de cerclagem + coaptação 
externa 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS 
 
Classificação Descrição 
Tipo I Fratura aberta 
Laceração pequena (<1cm) 
Limpa 
Tipo II Fratura aberta 
Laceração extensa (>1cm) 
Trauma moderado em tecido 
mole 
Sem flapes ou avulsões 
Tipo III A: fratura aberta, trauma 
extenso em tecido mole ou 
flapes ou traumas de grande 
energia; tecido mole viável 
para cobrimento da ferida 
B: fratura aberta; perda 
extensa de tecido mole, osso 
exposto, periósteo arrancado 
do osso 
C: fratura exposta, 
suprimento arterial para a 
porção distal danificada, 
maior necessidade de reparo 
arterial para salvar o 
membro 
 
 
PÓS OPERATÓRIO 
- Radiografias: após imobilização; 4 a 6 semanas 
durante a cicatrização 
- Crioterapia (fase aguda): redução do edema e da 
dor; 20 min/TID durante 2 a 3 dias 
- Calor (fase crônica): redução da dor e melhora da 
circulação; 20 minutos 
ANTIBIOTICOTERAPIA: 
Indicações: lesões abertas, traumas graves 
(contusão significativa de tecido mole, fraturas 
múltiplas, tempo cirúrgico maior que 2h). 
Microrganismos mais frequentes: Staphylococcus 
spp., Escherichia coli, anaeróbios

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