SOMOS [PROVA DIA 1] SEGUNDO SOMOS 2023

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SIMULADO ENEM 2023 – ABRIL
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇãO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1º DIA
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, 
dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇãO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas 
às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo 
com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer 
divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde 
corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO.
6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados 
na avaliação.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES 
e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e NÃO 
poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES.
ATENÇãO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,
com sua caligrafi a usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:
A determinação é uma força que nunca cai
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção: inglês)
QUESTãO 01 
Since a child’s early experience of language is 
considered so fundamental to their later success, it has 
become increasingly common for preschools to begin 
teaching children basic literacy skills even before formal 
education starts. When children begin school, literacy 
is invariably a major focus [...] In many countries, formal 
education starts at four. The thinking often goes that 
starting early gives children more time to learn and excel. 
The result, however, can be an “education arms race”, with 
parents trying to give their child early advantages at school 
through private coaching and teaching, and some parents 
even paying for children as young as four to have additional 
private tutoring.
HOGENBOOM, M. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 abr. 2022.
O texto fala do letramento de crianças pequenas e traz uma 
reflexão sobre o tema. Qual a opinião que o autor emite ao 
usar o termo “even” no trecho “even paying for children as 
young as four to have additional private tutoring”?
A Ele concorda com o início precoce, pois isto dá vanta-
gens às crianças, que, ao aprender a ler e a escrever 
cedo, terão mais tempo para aprender e se destacarem.
B Ele concorda que é necessário que as crianças come-
cem o mais cedo possível a ser alfabetizadas para obter 
melhores resultados.
C Ele levanta esse exemplo com uma conotação negativa, 
sendo uma concretização possível de uma “corrida” pela 
alfabetização precoce.
D Ele discorda do início precoce da alfabetização, inclu-
sive do fato de que, na maioria dos países, a educação 
formal se inicie aos 4 anos.
E Ele não expõe sua opinião, apenas traz fatos sobre as 
escolas e a educação de crianças pequenas.
QUESTãO 02 
WEGNER, D. Disponível em: www.flickr.com. Acesso em: 23 nov. 2019.
Na charge Shtikl, o uso do verbo modal “shalt” demonstra
A sua conjugação no modo particípio.
B uma adaptação ao contexto utilizando a norma-padrão.
C um erro intencional de grafia como recurso de humor.
D a impossibilidade da ação questionada pela pergunta 
Which one?.
E uma linguagem mais rebuscada, adequada à citação 
do mandamento bíblico.
QUESTãO 03 
Flower-decked, wide-skirted, from her oval frame
She watches us between the drooping curls
And smiles a little as she always smiled.
She was a woman of the older day:
She could not cry of elemental things,
She suffered them, scarce knowing what they were —
She could not speak of them aloud to men.
Lady and slave, saint and barbarian,
She was not just cold or merciful,
She only swiftly hated or adored;
Her heart was narrow-bound and passionate,
Smoothed out and wreathed with blue forget-me-nots
Valentine-fashion, lest the red should show.
She could not speak of love aloud to men —
She could have died for love:
Brave for her love’s sake against gods or friends,
Brave for her love’s sake against even men
(The more real gods of her idolatry)
She was not wise nor public-spirited;
She could bear heroes, never understand them.
Her passions hid themselves in sentiment
Or broke in sobs at night-time silently
Lest anyone should hear them and be grieved.
[...]
WIDDEMER, M. Disponível em: poets.org. Acesso em: 17 nov. 2021.
O poema “An Old Portrait” foi escrito em 1915, e seu eu lírico 
descreve uma mulher. Nessa descrição, é apresentado(a)
A a dualidade entre as funções desempenhadas por 
homens e mulheres.
B a consequência de uma transgressão social por parte 
de uma mulher.
C a relação entre a religião e a feminilidade da sociedade 
em questão.
D o papel social feminino esperado pela sociedade da 
época.
E o amor como objetivo das mulheres dessa sociedade.
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QUESTãO 05 
[...] As historian David Cannadine points out in a fine, 
sceptical essay in a new book accompanying the exhibition, 
Holmes’s London is actually only sketchily imagined in the 
stories. Conan Doyle grew up in Edinburgh, was educated 
in Lancashire and Austria, and lived in central London for 
less than a year before moving first to South Norwood, then 
in short order to Hindhead in Surrey and later to Sussex. 
To move Holmes around the capital, Conan Doyle used 
contemporary street atlases and the London Post Office 
Directory – the closest thing to Google Maps at the time. 
And he made all sorts of mistakes.
LEITH, S. Disponível em: www.theguardian.com. Acesso em: 22 abr. 2022.
O artigo fala sobre Arthur Conan Doyle, autor das famosas 
histórias do detetive Sherlock Holmes, que se passam no 
final do século XIX. O trecho pontua que
A o autor conhecia muito pouco sobre a cidade, de maneira 
que cometeu vários erros ao descrevê-la nos livros.
B o autor conhecia as ruas de Londres muito bem, pois 
viveu no Reino Unido durante toda a sua vida.
C Sherlock Holmes visita, em suas histórias, diversos lu-
gares de Londres e também Edinburgo, Lancashire e 
Áustria.
D o autor usou atlas para descrever os caminhos de 
Sherlock Holmes pela cidade, descrições que acaba-
ram sendo corretas.
E o historiador David Cannadine escreveu um livro sobre 
Sherlock Holmes, abordando a cidade onde o detetive 
atuou em seus principais casos.
QUESTãO 04 
People have long claimed, incorrectly, that the past 
century’s temperature changes are just part of the Earth’s 
natural cycle, rather than the result of human behaviour.
In recent months, we’ve seen a new version of this 
argument.
Thousands of posts on social media, reaching hundreds 
of thousands of people over the past year, claim a “Grand 
Solar Minimum” will lead to a natural fall in temperatures, 
without human intervention.
But this is not what the evidence shows.
SCHRAER, R; DEVLIN, K. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 17 nov. 2021.
O trecho da reportagem apresenta um tipo de comporta-
mentoque está relacionado com o fato de as pessoas
A terem dificuldade em compreender aspectos do ciclo 
natural do planeta Terra.
B procurarem por condutas humanas que justifiquem as 
mudanças climáticas.
C estarem mais interessadas pela mudança climática nos 
últimos meses.
D identificarem evidências de que a temperatura no pla-
neta vai diminuir.
E difundirem argumentos sem base em evidências pelas 
redes sociais.
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Questões de 01 a 05 (opção: espanhol)
QUESTãO 01 
Disponível em: www.merkactiva.com. Acesso em: 30 set. 2020.
A Fundación Ibero Meneses é uma organização mexicana 
sem fins lucrativos que dá suporte aos estudantes. Ao ana-
lisar as linguagens verbal e não verbal do texto, observa-se 
que a campanha tem como objetivo combater o(a)
A analfabetismo gerado pela falta de investimento em 
educação.
B evasão escolar, que impossibilita a formação completa 
das crianças.
C despreparo dos professores em relação à alfabetização 
dos estudantes.
D fome, que prejudica o desenvolvimento físico e intelec-
tual das crianças.
E dislexia, que é um transtorno de aprendizagem desco-
nhecido pelos professores.
QUESTãO 02 
David Sinclair, el científico de Harvard que afirma que 
“la vejez es una enfermedad” (y puede ser curable)
Basándose en sus estudios de más de dos décadas, dice 
que es posible retrasar el envejecimiento con unos hábitos 
sencillos para que tengamos una vida más larga y saludable.
Sinclair cree que pronto será posible hacer esto también 
con medicamentos, que aún se están probando para este 
propósito, y dice que probablemente vayamos a lograr ser 
capaces de revertir el envejecimiento [...].
El científico también considera que debemos cambiar 
radicalmente la forma en la que pensamos sobre el 
envejecimiento: en lugar de considerarlo un proceso común 
y natural, debemos abordarlo como una enfermedad y, 
como tal, como algo que se puede tratar o incluso curar.
Sinclair dice que solo con un cambio radical en nuestra 
perspectiva sobre la vejez la humanidad podrá aumentar 
significativamente su esperanza de vida.
De lo contrario, dice, los avances médicos nos darán 
solo un par de años más: “Tenemos que hacerlo mejor”.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 15. out. 2021.
De acordo com a matéria da BBC, o cientista David Sinclair 
condiciona a reversão do envelhecimento humano à
A adoção de hábitos saudáveis.
B mudança de nomenclatura desse processo.
C criação de medicamentos com esse propósito.
D concepção desse fato biológico como algo evitável.
E aplicação de tratamentos modernos em pacientes idosos.
QUESTãO 03 
Fiestas San Isidro 2020
Son más de un centenar los milagros que se atribuyen 
a San Isidro y siguiendo algunos hitos de su vida se puede 
recorrer una parte de Madrid. Según se mencionaba en su 
época San Isidro poseía el don de encontrar fácilmente agua.
De hecho, las celebraciones de estas fiestas de mayo 
giran en torno a la relación que hay entre el agua y el 
santo. La romería tiene lugar en la Pradera de San Isidro 
y en las calles aledañas, y es costumbre que los chulapos 
y chulapas beban el “agua del santo” que brota en un 
manantial anexo a la Ermita de San Isidro. Esta tradición 
se mezcla con la de merendar rosquillas y limonada en las 
praderas de San Isidro (inmortalizadas por Goya en sus 
cuadros). Si vas a pedir una limonada, tienes que saber 
que la madrileña lleva vino, limón, azúcar y fruta troceada 
(normalmente manzana). Mientras que, si vas a comprar 
rosquillas, puedes elegir entre las ‘tontas’ (con huevo), 
las ‘listas’ (con huevo y recubiertas de azúcar glas), las 
de Santa Clara (con una capa de merengue blanco) y las 
francesas (con almendras).
El tradicional pasacalles de Gigantes y cabezudos da 
todos los años inicio a las fiestas de San Isidro, desfile que 
es el preámbulo de la lectura del pregón en la Plaza de la 
Villa a cargo de alguna personalidad famosa.
Tras ellos seis días de fiestas con infinidad de 
escenarios repartidos por toda la ciudad, que tienen en la 
música, las actividades tradicionales y las destinadas a los 
niños sus principales alicientes.
Disponível em: www.esmadrid.com. Acesso em: 20 set. 2019 (adaptado).
A festa de San Isidro, muito tradicional em Madrid, na 
Espanha,
A dura sempre dezesseis dias.
B acontece sempre no mês de março.
C é atribuída a San Isidro por mais de uma década de 
milagres.
D é celebrada em torno da relação que há entre o santo 
e a água.
E é iniciada com o tradicional “pasacalles” dos “gigantes” 
e “pezudos”.
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QUESTãO 04 
Guillermo del Toro
Los monstruos son una proyección humana, ahí 
donde respira el mal porque la bondad se extingue. Donde 
acabar con el otro y el siguiente enemigo, es la meta. 
Aniquilar al mensajero. Terminar con cualesquier vestigio 
de generosidad. No dejar huella de gratitud. Las múltiples 
posibilidades del odio; ahí donde la mentira es la única 
verdad. Un amor inspirado en el fascismo; una sociedad 
ciega a lo que queda de las escasas virtudes de una 
persona. Ese monstruo que llevamos dentro, que surge para 
destruirse a sí mismo. Guillermo del Toro se inspira en la 
novela El callejón de las almas perdidas, de William Lindsay 
Gresham, para convertirla al cine y escenificar el horror que 
somos, la sustancia apestosa de los humores de hombres 
y mujeres inmersos en la ambición. La vía negativa como 
búsqueda de progreso. El crimen y castigo que el instinto 
animal se infringe. Los monstruos del filme son mejores 
que los inventados por Del Toro en sus anteriores cintas. 
El temor del espectador al verse reflejado es justamente el 
atractivo supremo de la obra [...]. Un consejo: vayan a ver 
El callejón de las almas perdidas. Igual el atisbo racional 
que queda procure un cambio social que permita girar la 
ruta del mundo. (Ya sé que es ingenuidad y que seguiremos 
con ustedes, dueños del planeta).
Disponível em: www.milenio.com. Acesso em: 23 fev. 2022.
O texto aborda o filme do diretor mexicano Guillermo del 
Toro, com a finalidade de
A divulgar a produção para um amplo público.
B expressar uma opinião pessoal acerca da película.
C comparar o lançamento a outras obras do cineasta.
D perscrutar as origens da narrativa fílmica em questão.
E analisar as reações dos espectadores ao longa- 
-metragem.
QUESTãO 05 
FIFA
Conoce todas las posiciones de los jugadores de FIFA
Las posiciones de los jugadores de FIFA es uno de los 
puntos clave a la hora de encarar un partido online. Ni que 
decir tiene que, cuando se salta al ruedo de la competición, 
conocer al dedillo dónde rinden mejor los jugadores (ya 
sean con licencia oficial o creados) se convierte en algo de 
vital importancia.
Disponível em: www.marca.com. Acesso em: 8 jun. 2019 (fragmento).
A expressão “conocer al dedillo” significa saber
A de cor e salteado.
B apenas por dedução.
C um pouco sobre algo.
D o nome dos jogadores.
E a posição dos jogadores.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 06 a 45
QUESTãO 06 
[...] Cada vez mais comum na comunidade brasileira no 
Japão: jovens filhos de migrantes que cresceram lá e não 
sabem falar fluentemente português. Em muitos casos, a 
comunicação é difícil porque os pais também não sabem 
falar o japonês. [...]
A primeira leva migratória [...] era formada basicamente 
por jovens que trabalhavam em linhas de montagem e que 
queriam ganhar dinheiro para voltar ao Brasil. Eles não pre-
cisavam, portanto, aprender o idioma nem se preocupavam 
com uma integração à sociedade.
Com o tempo, entretanto, muitos acabaram se estabe-
lecendo no país e tiveram filhos. E saber japonês tornou-se 
essencial para as crianças se ambientarem socialmente e 
conseguirem acesso à universidade e a oportunidades de 
emprego qualificadas.
“Assim,hoje vemos muitos filhos de brasileiros que não 
falam português, só japonês” [...] o problema é ainda mais 
grave entre adolescentes, que precisam discutir com os pais 
a decisão sobre a carreira que escolheram e a faculdade. 
[...] Muitas vezes, os pais tentam abraçar os filhos, mas eles 
não querem porque isso não é costume no Japão. [...]
O problema, para ele, é que parte desses jovens acaba 
sem uma identidade definida – eles cortam a relação com o 
Brasil, mas não são completamente assimilados pelo Japão.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 17 mar. 2020.
O fragmento lido propõe uma reflexão acerca dos proble-
mas linguísticos e de interação enfrentados por famílias 
imigrantes. Atentando para esse gênero textual, o texto 
busca
A mostrar que a integração a uma sociedade não ocorre 
apenas pela apropriação da língua local.
B explicar de que forma a pluralidade linguística existente 
no território contribui para uma maior diversidade.
C demonstrar de que forma a apropriação da língua 
local é o fator mais importante para a construção da 
identidade.
D ponderar sobre a diferença geracional entre pais e 
filhos como principal responsável pelas situações de 
incomunicabilidade.
E advertir sobre o preconceito de que a apropriação da 
língua e da cultura locais implicam a rejeição de alguns 
costumes brasileiros.
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QUESTãO 07 
PSICANALISTA: O senhor já pensou em outra hipó-
tese? Por exemplo: pode ser que eu esteja com medo 
de ser seduzida pelo senhor, e esteja transferindo esse 
sentimento.
CLIENTE: Eu não tinha pensado nisso.
PSICANALISTA: (Sorrindo) Vê, o senhor não sabe 
todas as respostas.
CLIENTE: E a senhora sabe?
PSICANALISTA: Eu não. Nem mesmo sei por que o 
senhor tem pena de mim.
CLIENTE: Por que tenho pena da senhora? (Levanta-se) 
Epa! Espere aí. A senhora não vai agora dizer que estou 
com pena é de mim e, tortuosamente, digo que tenho pena 
da senhora. Daqui a pouco vai perguntar sobre a minha 
mãe, eu sei.
FONSECA, R. O melhor de Rubem Fonseca. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
A fala de uma das personagens representa uma variedade 
linguística que expressa um(a)
A relação de desigualdade acadêmica.
B caráter admissível em consonância ao contexto.
C previsibilidade focada nas enérgicas gírias urbanas.
D naturalidade típica da linguagem utilizada em 
consultórios.
E ironia diante da falta de conhecimento de uma das 
personagens.
QUESTãO 08 
Era uma donzela de raríssima beleza, não mais encan-
tadora do que cheia de alegria. Má foi a hora em que viu, 
amou e desposou o pintor. Ele, apaixonado, estudioso, aus-
tero, e tendo já na sua Arte uma esposa; ela, uma donzela 
de raríssima beleza, não mais encantadora do que cheia 
de alegria; toda luz e sorrisos, e travessa como uma corça 
nova; amando e acarinhando todas as coisas; odiando 
apenas a Arte, sua rival; temendo só a paleta, os pincéis e 
outros desfavoráveis instrumentos que a privavam do rosto 
de seu amado. [...] posou submissa por muitas semanas na 
escura e alta câmara do torreão, onde a luz caía somente 
do teto sobre a pálida tela. Mas ele, o pintor, glorificava-se 
com sua obra, que continuava de hora a hora, dia a dia. E 
era um homem apaixonado, impetuoso e taciturno, que se 
perdia em devaneios; de maneira que não queria ver que a 
luz espectral que caía naquele torreão isolado debilitava a 
saúde e a vivacidade de sua esposa. [...] e trabalhava dia 
e noite para pintar a que tanto o amava, aquela que a cada 
dia ficava mais desalentada e fraca.
POE, E. A. O retrato oval. In: POE, E. A. et al. 
Histórias fantásticas. São Paulo: Ática, 1996.
Para descrever como foi, para o pintor, o processo de cria-
ção de uma tela, nesse fragmento de conto fantástico o 
narrador se utiliza predominantemente de
A pronomes, que remetem aos apaixonados.
B adjetivos, que caracterizam o processo de pintura.
C verbos, que indicam as ações do pintor em seu afazer.
D substantivos, que nomeiam as etapas da técnica 
artística.
E artigos, que determinam os sentimentos das 
personagens.
QUESTãO 09 
Demência e distúrbios neurocognitivos são termos 
que descrevem doenças que afetam progressivamente o 
cérebro e várias funções cognitivas. Em 2015, cerca de 5% 
da população idosa era acometida pela demência e estima- 
se que cada vez mais será afetada. Um dos fatores que 
contribuem para o surgimento desse tipo de doença, como 
a Doença de Alzheimer, por exemplo, é a inatividade física 
e realizar exercícios de forma planejada e estruturada im-
pacta positivamente a melhora da cognição e/ou prevenção 
da demência. Pesquisas apontam que níveis mais elevados 
de atividade física estão associados a uma redução de até 
18% no risco de demência.
Há fortes evidências de que diferentes modalidades de 
exercícios, como treinamentos aeróbicos, equilíbrio, treina-
mento de força ou uma combinação destes – treinamento 
multicomponente, podem ajudar a retardar o declínio fun-
cional e cognitivo, minimizar o risco de quedas, controlar 
os sintomas neuropsiquiátricos e melhorar as atividades de 
independência da vida diária e qualidade de vida em indiví-
duos mais velhos com deficiência cognitiva.
BORGES-MACHADO, F. et al. Effectiveness of Multicomponent Exercise Interventions 
in Older Adults With Dementia: A Meta-Analysis. The Gerontologist, 2020.
Reconhecendo os benefícios do exercício físico na saúde 
da população idosa, e como medida preventiva contra a de-
mência, as práticas estruturadas de exercícios são eficazes
A quando realizados em ambiente domiciliar para con-
tribuir na melhora das atividades domésticas e tarefas 
diárias.
B como um processo terapêutico que, junto ao tratamen-
to farmacológico, auxiliam na manutenção da função 
cognitiva.
C para reduzir a dependência na realização de tarefas diá-
rias, o que é um fator crítico para melhorar a qualidade 
de vida.
D somente quando se consideram combinações de exer-
cícios que enfatizem diferentes componentes da aptidão 
física.
E apenas em estágios iniciais da demência, devido à 
influência sobre a melhora da aptidão física e retarda-
mento da progressão de perda cognitiva.
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QUESTãO 10 
Disponível em: www.mpsc.mp.br. Acesso em: 21 abr. 2020.
Na propaganda do Ministério Público de Santa Catarina, 
predomina o(a)
A utilização do modo verbal imperativo, a fim de estimular 
o consumo de um produto.
B uso de um termo polissêmico para indicar diferentes 
modos de se mudar o trânsito.
C escolha de frases curtas visando criar um mistério que 
atraia a atenção dos leitores.
D exploração de recursos não verbais objetivando produ-
zir efeitos de humor e ironia.
E emprego de diferentes linguagens buscando influenciar 
as ações de seu público-alvo.
QUESTãO 11 
Neste período de quarentena, a internet e as redes 
sociais vêm trazendo muitos benefícios para uma grande 
parte da população. […].
No entanto, embora as redes sociais tenham se tor-
nado aliadas fiéis para muitos durante o confinamento, 
inclusive até para se “desconectar” do que está aconte-
cendo, também é verdade que, para outros, a grande rede 
pode ser uma fonte de ansiedade (pela grande carga de 
informações dessa crise sanitária e até pela saturação de 
tantas atividades oferecidas), de frustração (por não pos-
suir o que outros aparentemente têm), podendo até ser um 
sério problema de dependência. […].
MALAVÉ, M. Disponível em: www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/ 
675-papel-redes-sociais. Acesso em: 24 nov. 2021.
Ao abordar o impacto das redes sociais na vida das pessoas 
durante a quarentena em virtude da pandemia do novo 
coronavírus, o texto
A critica as pessoas que ficaram dependentes da grande 
rede.
B argumenta que o mundo digital teve suas funções 
alteradas.
Crelaciona problemas psicológicos com a falta de inte-
ração social.
D aponta o uso da internet como uma solução para o iso-
lamento social.
E exibe que a imersão em meios virtuais pode acarretar 
problemas emocionais.
QUESTãO 12 
Disponível em: www.tecnologianaeducaotics.blogspot.com. 
Acesso em: 22 fev. 2020.
Com base na leitura da charge, conclui-se que o problema 
das personagens na situação se dá porque
A o comando da máquina utiliza uma concepção de leitu-
ra distinta da empregada pelas senhoras.
B a tecnologia utilizada pelo caixa eletrônico foi desenvol-
vida para atender somente a pessoas jovens.
C o dispositivo utilizado pelas senhoras apresenta falhas 
no procedimento de leitura do código de barras.
D o sistema de cobrança digital utilizado pelo banco se 
encontra inoperante no momento do pagamento. 
E a acepção de “código de barras” não é clara para as 
senhoras, que leem um campo divergente do solicitado 
pela máquina.
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LC - 1º dia | Simulado ENEM 2023 2023
QUESTãO 13 
Disponível em: www.conasems.org.br. Acesso em: 19 fev. 2022.
Os elementos não verbais do texto corroboram os recursos 
verbais na medida em que
A representam um menino jogando bola como típica 
figura da negligência masculina com a saúde.
B contrastam uma imagem positiva da vida com a elimi-
nação de problemas de saúde.
C reforçam os malefícios dos problemas de saúde em 
crianças do gênero masculino.
D descrevem uma lista de problemas de saúde que 
apenas homens estão passíveis.
E se apropriam de imagens de sofrimento para causar 
medo nos leitores.
QUESTãO 14 
Poemas aos homens do nosso tempo
X
Amada vida:
Que essa garra de ferro
Imensa
Que apunhala a palavra
Se afaste
Da boca dos poetas.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Imensa
Que me dilacera
Desapareça
Do ensolarado roteiro
Do poeta.
PÁSSARO-PALAVRA
LIVRE
VOLÚPIA DE SER ASA
NA MINHA BOCA.
Que essa garra de ferro
Calcinada
Se desfaça
Diante da luz
Intensa da palavra.
PALAVRA-LIVRE
Volúpia de ser pássaro
Amada vertiginosa.
Asa.
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
Nesse poema de Hilda Hilst, publicado inicialmente em 
1974, o contexto a que faz referência a expressão “do 
nosso tempo” se delineia pelo uso de
A versos e estrofes livres, que indicam o pertencimento à 
primeira fase do movimento modernista.
B letras maiúsculas e repetições, para simular a presença 
de letreiros de propaganda típicos da modernidade.
C termos como “garra de ferro” e “apunhala a palavra”, que 
fazem referência à censura do regime militar brasileiro.
D metáforas que simulam a liberdade pela aproximação 
com os pássaros, que evidenciam o fim de um período 
opressivo.
E palavras típicas do vocabulário erudito formal, como 
“volúpia”, “calcinada” e “vertiginosa”, que funcionam 
como marcas da classe alta.
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QUESTãO 15 
O rhythm and blues é a vertente negra do Rock. É ali 
que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo 
o quase por espírito científico), as origens corpóreas do 
Rock. Reprimidos pela sociedade wasp (white, anglo-saxon 
and protestant), a mão de obra negra, desde os tempos da 
escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança 
para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias con-
vencionais não permitiam. [...] É nesse contexto que Alan 
Freed, um disc-jóquei de Cleveland, Ohio, percebeu que a 
música negra era um filão mercadológico consumível pelo 
branco desde que se trocasse o nome de rhythm and blues, 
demasiadamente negro, por algo mais branco: surgia assim 
o rock and roll.
CHACON, P. O que é rock. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 10.
O contexto ao qual o autor se refere é a década de 1950 
nos Estados Unidos, marcada pela forte segregação racial. 
Considerando essa conjuntura e o panorama histórico for-
necido pelo texto, infere-se que o rock é resultado da
A aprovação da cultura negra por parte do público 
branco.
B ascensão da cultura negra ao patamar da cultura 
branca.
C eliminação da cultura negra pela censura cultural 
branca.
D apropriação da cultura negra pela indústria musical 
branca.
E combinação da cultura negra a elementos da música 
branca.
QUESTãO 16 
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima 
não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões 
não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e 
assim exagerado é partilhado por todos vós. [...]
Os dicionários só são considerados fontes fáceis de 
completo saber pelos que nunca os folhearam. [...] A rua 
era para eles apenas um alinhado de fachadas por onde se 
anda nas povoações.
Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da 
vida das cidades, a rua tem alma! Em Benares ou em 
Amsterdão, em Londres ou Buenos Aires, sob os céus mais 
diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora 
da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem 
o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma 
rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, 
dos infelizes, dos miseráveis da arte.
RIO, J. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 nov. 2019.
No trecho, a linguagem utilizada por João do Rio é predo-
minantemente poética porque
A procura convencer o leitor de que eles compartilham 
um sentimento pela rua.
B enfatiza a subjetividade por meio da declaração de 
admiração por paisagens urbanas.
C menciona o significado encontrado no dicionário como 
uma reflexão da língua sobre si mesma.
D descreve a rua por meio de figuras que contribuem 
para a valorização da mensagem a ser transmitida.
E detalha a percepção da rua de forma que seja estabe-
lecida uma comunicação eficiente com os leitores.
QUESTãO 17 
A melhoria no desenvolvimento tecnológico dos JEMs 
(Jogos Eletrônicos de Movimento) e seus acessórios, a baixa 
nos custos e a sua visibilidade despertaram o interesse da 
população de diferentes faixas etárias, em especial, pelo 
fomento à interação social e à atividade física. Em relação 
à atividade física é importante destacar esta novidade, já 
que no campo científico a prática do Jogo Eletrônico induz 
ao sobrepeso e à obesidade pelo baixo gasto energético 
durante a prática [...]. A relação dos Jogos Eletrônicos com 
o movimento, e mesmo com o conteúdo esportivo, abriu 
novas perspectivas para a pesquisa científica na Educação 
Física na relação com a tecnologia. [...]
Três pesquisas apontam dados positivos sobre o dis-
pêndio energético durante a prática dos JEMs. [...] eles 
avaliaram o dispêndio energético de 20 crianças, com 
idade entre oito e dez anos, durante a prática de JEMs. As 
crianças foram submetidas a três sessões de JEM de dez 
minutos cada com intervalo de cinco minutos entre elas. Os 
resultados indicaram níveis de intensidade de moderado a 
vigoroso. Podendo esta prática, segundo os autores, ser 
indicada para as crianças com o objetivo de atender às re-
comendações de atividade física.
MONTEIRO, L. C. S; VELÁSQUEZ, F. S. C; SILVA, A P. S. Jogos eletrônicos de movimento e 
Educação Física: uma revisão sistemática. Pensar a Prática, Goiânia, v. 19, n. 2, abr./jun. 2016. 
Disponível em: www.revistas.ufg.br/fef/article/view/39153/pdf. Acesso em: 12 dez. 2022.
Os JEMs são os Jogos Eletrônicos de Movimento, video-
games que levam o jogador a se movimentar para realizar 
ações dentro do jogo. Os autores concluem que
A Jogos eletrônicos têm um baixo gasto energético e sua 
prática constante pode induzir à obesidade.
B Os jogos eletrônicos são malvistos, pois, mesmo que en-
volvam movimento, estão relacionados ao sobrepeso.
C As pesquisas sobre o tema são inconclusivas, pois 
foram feitas com crianças por um tempo mínimo, con-
siderado insuficiente.
D Jogos Eletrônicos de Movimento despertam o interessepor seu aspecto tecnológico e podem auxiliar na prática 
de atividades físicas.
E a Educação Física não se interessa por Jogos Eletrô-
nicos de Movimento, já que há uma tendência na área 
a priorizar atividades em grupo e de modo não virtual.
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QUESTãO 18 
Eugenio D’Ors, historiador da arte e ensaísta espanhol, 
desenvolveu um estudo no qual relacionava o poder das 
instituições políticas e religiosas com a forma das cúpulas 
de seus templos e castelos. Na Idade Média, segundo ele, 
esses edifícios eram encimados por torres que represen-
tavam arquitetonicamente os senhores feudais – poderosos 
e independentes. Já a monarquia francesa, estabelecendo 
um poder central, fez construir majestosas cúpulas arre-
dondadas para seus castelos, com arcos que se “curvam” 
num ponto central, representando o nascente poder real. 
A Igreja, em oposição a esse poder, edificou catedrais cujas 
cúpulas procuravam alcançar o céu, única fonte de poder, 
segundo sua doutrina. Assim, através da linguagem arqui-
tetônica, senhores feudais, Igreja e reis deixaram expressa 
em seus monumentos sua disputa pelo poder material e 
cultural da humanidade.
COSTA, C. Questões de arte: a natureza do belo, da percepção e 
do prazer estético. São Paulo: Moderna, 1999. p. 12.
A respeito do papel desempenhado pela arquitetura no per-
curso histórico da humanidade, o texto permite compreen-
der que
A tem sido utilizada ao longo da história como ferramenta 
de alienação diante de aspectos sociais e políticos.
B sua preocupação central é o caráter monumental 
dos edifícios, independentemente do cenário político 
vigente.
C considera não apenas o fator estrutural das edifica-
ções, como também o contexto político e social de 
cada época.
D está submetida aos padrões ditados pelas classes do-
minantes que prezam pela estética em detrimento da 
estrutura.
E prioriza as grandes edificações, tais como castelos e 
catedrais, a fim de concentrar a população em espaços 
determinados.
QUESTãO 19 
Baby
Você precisa saber da piscina
Da margarina, da Carolina, da gasolina
Você precisa saber de mim
Baby, baby, eu sei que é assim
Baby, baby, eu sei que é assim
Você precisa tomar um sorvete na lanchonete
Andar com a gente, me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto
Baby, baby, há quanto tempo
Baby, baby, há quanto tempo
Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais
Não sei, comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul, da América do Sul
Você precisa, você precisa,
Você precisa
Não sei, leia na minha camisa
VELOSO, C. Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
A letra da canção de Caetano Veloso emula o discurso 
publicitário, que mobiliza uma série de estratégias argu-
mentativas para convencer seu destinatário a consumir 
determinados produtos. No texto, a principal dessas estra-
tégias consiste em
A elogiar os espaços e objetos elencados.
B enumerar exaustivamente itens de consumo.
C vincular elementos diversos por meio da rima.
D estabelecer um diálogo informal com o interlocutor.
E reiterar a necessidade de o receptor tomar certas 
atitudes.
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QUESTãO 20 
Fumaça de queimadas na Amazônia e em países 
vizinhos chega aos céus do Sul e do Sudeste do Brasil
Os ventos úmidos que sopram da Amazônia para as 
regiões Sul e Sudeste trouxeram fumaça de queimadas 
para diversas cidades de São Paulo e Paraná. A fumaça é 
oriunda de focos de fogo no Cerrado e na Amazônia, mas 
também de países vizinhos como Bolívia, Peru e Paraguai.
[...] os ventos úmidos vindos da Amazônia estão so-
prando em direção ao Sul e Sudeste, e passando por essa 
região de névoa seca no Centro-Oeste. [...] Nos estados de 
São Paulo e Paraná, esses ventos encontram uma frente 
fria que está causando chuvas na região. [...]
No dia 19 de agosto [2019], a cidade de São Paulo 
começou a tarde com o céu encoberto por nuvens e o “dia 
virou noite”. Diversos posts nas redes sociais mostravam 
fotos da névoa escura. O fenômeno estava relacionado à 
chegada de uma frente fria e também de partículas oriundas 
da fumaça produzida em queimadas.
A fumaça das queimadas atingiu as nuvens de chuva 
que já estavam sobre a cidade na segunda-feira. A fuligem, 
que viaja a uma altura maior do que o material particulado 
proveniente da poluição comum, foi então absorvida pela 
nuvem – dando origem à chuva “preta”, segundo Theotonio 
Pauliquevis [...].
“As nuvens de chuva ficam de 1,5 km a 10 km do solo. 
Quando a poluição parte do nível de superfície e vem de 
carros ou fábricas, ela fica presa embaixo das nuvens, for-
mando uma camada visível, mais escura, no horizonte”, 
explica. “Aí, quando a água cai, ela bate nas partículas e a 
enxurrada leva essa poluição comum.”
FIGUEIREDO, P. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 19 set. 2019.
O objetivo comunicativo do texto é
A explicitar as consequências e o desdobramento das 
queimadas.
B divulgar os efeitos prejudiciais da fumaça que invadiu a 
cidade de São Paulo.
C propor medidas de segurança para as regiões que 
sofrem com as queimadas.
D criticar a atitude dos moradores do Norte e de outros 
países pelas queimadas.
E confrontar o ponto de vista de moradores da região 
Sudeste acerca das queimadas.
QUESTãO 21 
Mãe trouxe a mula de cristal, branquinho, aplicou no 
lugar, aquela friúra lisinha do cristal cercava a dor para 
sarar, não deixava inchaço; mas Miguilim gemia e estava 
com raiva até dele mesmo. O Dito veio perto, falou que o 
touro era burro, Miguilim achava que tinha entendido que 
o Dito queria era mexer ― minha-nossenhora! ― nem 
sabia por que era que estava com raiva do Dito: pulou nele, 
cuspiu, bateu, o Dito bateu também, todo espantado, com 
raivas ― “Cão!” “Cão!” ― no chão que rolaram, quem viu 
primeiro pensava eles dois estivessem brincando. Quando 
Miguilim de repente pensou, fechou os olhos: deixava o 
Dito dar, o Dito podia bater o tanto que quisesse, ele ficava 
quieto, não podia brigar com o Dito! Mas o Dito não batia. O 
Dito ia saindo embora, nem insultava, só fungava; decerto 
pensava que ele Miguilim estava ficando doido. Quem sabe 
estava? Desabria de vergonha, até susto, medo. Carecia de 
não chorar, rezar a Deus o cr’em-deus-padre. Não achava 
coragem pronta para frentear o Dito, pedir perdão ― podia 
que tão ligeiro o Dito não perdoasse. E então Miguilim foi 
andando ― a mão que o Rio-Negro machucou nem não 
doía mais ― e Miguilim veio se sentar no tamborete, que 
era o de menino de castigo. A vergonha que sentia era 
assim como se ele tivesse sobrado de repente ruim leve 
demais, a modo que todo esvaziado, carecia de esperar 
muito tempo, quieto, muito sozinho, até o corpo, a cabeça 
se encher de peso firme outra vez; mais não podia. Aquele 
castigo dado-por-si decerto era a única coisa que valia.
ROSA, J. G. Manuelzão e Miguilim. 11. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
No trecho, o emprego do discurso indireto livre permite ao 
narrador
A realizar explicações pontuais e objetivas sobre o 
enredo.
B tecer comentários críticos acerca das ações das 
personagens.
C estruturar diálogos tecidos entre as personagens da 
narrativa.
D descrever precisamente o contexto social em que se 
desenrola a história.
E explorar as reações psicológicas do protagonista aos 
acontecimentos da trama.
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QUESTãO 22 
O corpo é a senha
Soluções biométricas criadas por empresas 
nacionais fazem o reconhecimento por atributos 
únicos, como o formato do rosto
Nos modelos mais modernos de smartphone, o usuário 
não precisa mais digitar umasenha para acessar seu 
conteúdo: basta encostar o dedo no sensor de leitura de 
impressão digital integrado ao aparelho. Essa é uma das 
novas aplicações de uma tecnologia que está cada vez 
mais presente: os sistemas de identificação biométrica. 
São aparelhos que fazem o reconhecimento do indivíduo 
por suas características únicas, como a impressão digital, 
o desenho da palma da mão, os traços do rosto, o formato 
da íris ou detalhes da voz. [...]
As tecnologias biométricas são usadas no país prin-
cipalmente pelo sistema bancário na identificação dos 
correntistas e validação de acesso à conta em caixas ele-
trônicos. No setor público, o uso da biometria deve crescer 
com a sanção, neste mês (maio-2017), da Presidência da 
República sobre a Identificação Civil Nacional (ICN), que 
contará com um chip e irá reunir em um só documento 
dados biométricos e registros públicos de identificação 
dos cidadãos, como o Registro Geral (RG), o Cadastro de 
Pessoa Física (CPF) e o Título de Eleitor. A mesma base 
de dados biométricos formada pela Justiça Eleitoral será 
utilizada para a nova identidade civil. [...]
ANDRADE, R. O. Disponível em: www.revistapesquisa.fapesp.br. 
Acesso em: 21 nov. 2019.
De acordo com o texto, a identificação biométrica relacio-
na-se à
A objetificação do ser humano, transformado em exten-
são da máquina.
B obsolescência do uso de senhas para as pessoas 
usarem dispositivos móveis.
C singularidade dos indivíduos, dando mais segurança 
no acesso às suas informações.
D automatização dos serviços público e privado para eli-
minar atendimento presencial.
E forma de controle governamental dos cidadãos para 
atender aos interesses eleitorais.
QUESTãO 23 
Disponível em: www.funcao.com.br. Acesso em: 19 set. 2022.
Os chamados chatbots são algoritmos automatizados 
geralmente utilizados de maneira on-line. Esse sistema de 
comunicação possui como uma de suas funções
A otimizar e agilizar as experiências dos serviços de 
atendimento.
B eliminar a necessidade de serviços de atendimento 
com pessoas.
C alimentar bancos de dados com informações cedidas 
pelos usuários.
D propiciar uma forma de diálogo com um interlocutor 
humano em tempo real.
E ilusionar o interlocutor de modo a imaginar que esteja 
se comunicando com uma pessoa.
Chatbot Guilherme
Olá Guilherme, você pode me ajudar?
18/11 - 17:45
Tenho dúvidas em relação ao
processo seletivo.
18/11 - 17:48
O que devo fazer?
18/11 - 17:48
Olá, Larissa. Obrigado por entrar em
contato! Do que você precisa?
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Digitando
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QUESTãO 24 
TEXTO I
Morte e vida severina
[...]
Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
nem sabe da morte em vida,
vida em morte, Severina;
[...]
NETO, J. C. M. Morte e vida severina e outros poemas. 
Rio de Janeiro: Alfaguara, 2007.
TEXTO II
O nome Severino […] é proveniente do latim e signi-
fica filho de Severo e Severo vem a significar sério, rigo-
roso, austero e grave. Severino é filho da seca, do sertão 
rigoroso e austero que o faz viver em constante luta para 
a sobrevivência. Severino, também, é um nome dialético, 
pois de substantivo próprio passa a substantivo comum e, 
posteriormente para adjetivo. O nome “Severino” identifica 
um ser e é a representação da condição de vida de todos 
os nordestinos que vivem na dureza do sertão, severina é 
a vida e também a morte descrita por João Cabral de Melo 
Neto e, por último, severino é a denominação dos homens 
nascidos no nordeste; portanto, deixa de ser um traço iden-
tificador e subjetivo, para se tornar plural, para identificar 
toda uma sociedade, colocando todos na mesma condição 
de homens quase sem perspectiva de vida, sempre lutando 
às duras penas e vivendo mais na morte que na vida.
NETO, J. E.P., CAVALCANTE, M. I. O espaço e as mortes em 
Morte e vida severina de João Cabral de Melo Neto. Linguagens: 
Estudos e Pesquisas, Catalão, v. 13, p. 69-85, 2009.
A análise presente no segundo texto se aproxima do 
primeiro, revelando as condições em que vive uma parcela 
da população nordestina. Os textos apresentam, principal-
mente, caráter
A regionalista, evidenciando a resistência humana frente 
à seca nordestina e à miséria criada por ela.
B social, protestando contra as condições de vida do 
povo nordestino do sertão, vitimado pela seca.
C regionalista, evidenciando elementos do sertão nordes-
tino e a relação do seu povo com a natureza local.
D social, evidenciando a existência do retirante nordesti-
no em uma realidade indigna, áspera e dura, cercada 
pela morte.
E histórico, revelando um período em que o povo nordes-
tino do sertão abandona sua terra, fugindo da seca e 
da miséria.
QUESTãO 25 
“60% dos jovens de periferia sem antecedentes cri-
minais já sofreram violência policial.” A frase dita pelo 
Primo Preto no começo de Capítulo 4, Versículo 3 marca o 
“início” da jornada que os Racionais MC’s, maior banda de 
rap do Brasil, submetem ao ouvinte em Sobrevivendo no 
Inferno. O disco de 1997 foi selecionado para o vestibular 
da Unicamp 2020, por sua poesia contemporânea, e agora 
virou livro pela Companhia das Letras.
Em 1997, os Racionais já eram um dos mais impor-
tantes grupos de hip hop do Brasil após o reconhecimento 
que o primeiro disco cheio, Raio X do Brasil (1993), propor-
cionou. Mas com Sobrevivendo no Inferno, e a marca de 
1,5 milhão de cópias vendidas, veio a projeção nacional, 
o trânsito do rap entre classes sociais, aparições mais fre-
quentes na mídia e turnês internacionais.
Talvez a principal inovação do grupo fosse “a maneira 
de tematizar o cotidiano periférico” de igual para igual, 
como diz o professor da Universidade de Pernambuco, 
Acauam Oliveira, autor do prefácio da edição em livro. Mas 
há outras que aparecem no Sobrevivendo: “agressividade 
da postura presente nas letras e nos arranjos, elevado grau 
de contundência das narrativas, carregadas com o senso 
de urgência daqueles que estão literalmente em meio a 
uma guerra”.
SOBOTA, G. ‘Sobrevivendo no Inferno’, dos Racionais MC’s, vira livro e vai 
cair no vestibular. Estado de S. Paulo, São Paulo, 23, nov. 2018. Cultura. 
Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2020.
O crescente interesse social e acadêmico pela música dos 
Racionais MC’s justifica-se, principalmente, pela
A consagração de um gênero musical anteriormente con-
siderado marginal.
B ruptura com antigas formas de expressão poética, 
julgadas ultrapassadas.
C atualização de listas de leituras obrigatórias de vestibu-
lares, antes muito enrijecidas.
D elaboração artísticas de questões sociais das periferias 
dos grandes centros urbanos.
E renovação do cânone literário brasileiro, por meio de 
novas formas de expressão poética.
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QUESTãO 26 
Vigorexia
Vigorexia, ou transtorno dismórfico muscular, [...] é um 
distúrbio já classificado como uma das manifestações do 
espectro do transtorno obsessivo-compulsivo. Diante do 
espelho, anoréxicos esquálidos e desnutridos se enxergam 
obesos, e os vigoréxicos se veem fracos, magrinhos, fran-
zinos, apesar de fortes e muito musculosos. A autoimagem 
distorcida leva os portadores de vigorexia à prática exage-
rada de exercícios físicos, em busca do corpo perfeito, de 
acordo com os padrões de beleza impostos pelos valores 
da sociedade contemporânea. Vigoréxicos passam horas 
e horas nas academias, sempre aumentando a carga dos 
exercícios. Paralelamente, introduzem alterações na dieta 
constituída basicamente por proteínas, passam a consumir 
suplementos alimentares sem orientação e recorrem ao 
uso de esteroides e anabolizantes. Como o corpo que con-
sideram perfeito é um ideal inatingível, [...] essas pessoas 
estão mais sujeitas a desenvolver quadros de depressão e 
de ansiedade. Também chamadade overtraining, ou sín-
drome de Adônis, em referência ao deus grego da beleza, 
a vigorexia acomete mais os homens entre 18 e 35 anos. 
Isso não quer dizer que as mulheres não desenvolvam 
esse tipo de transtorno.
Disponível em: www.drauziovarella.uol.com.br. Acesso em: 16 mar. 2020.
De acordo com a definição e com os sintomas abordados 
no texto, a vigorexia
A é um transtorno dismórfico decorrente do excesso de 
exercícios físicos.
B está mais presente em pessoas com quadros de 
depressão e ansiedade.
C tem origem na insatisfação com a autoimagem e na 
busca pelo corpo “perfeito”.
D é decorrente de alterações alimentares pautadas basi-
camente na ingestão de proteínas.
E acomete mais os homens que passam horas na acade-
mia, aumentando a carga de exercícios.
QUESTãO 27 
Para descrever as modalidades falada e escrita da 
língua, Marcuschi (2001) propõe a existência de um con-
tínuo, que vai dos textos tipicamente falados aos textos 
tipicamente escritos, com o reconhecimento de domínios 
intermediários. A proposta do contínuo permite o abandono 
da visão dicotômica tradicional de fala e escrita e consi-
dera uma diferenciação gradual ou escalar. As entrevistas 
jornalísticas impressas, que ocupam um domínio interme-
diário no contínuo proposto pelo autor, são textos híbridos, 
primeiro falados e depois transcritos e editados por meio 
de um processo que tem sido denominado retextualização. 
O resultado final dessa passagem de uma modalidade a 
outra pode apresentar marcas que caracterizam tanto a 
modalidade escrita como a modalidade falada da língua. 
Entre os elementos da fala que podem permanecer no 
texto escrito mesmo após o processo de retextualização 
estão as repetições.
[...]
O presente trabalho tem por objetivo analisar o papel 
das repetições em entrevistas jornalísticas impressas es-
panholas. Para tanto, utilizamos um corpus constituído por 
dez entrevistas extraídas do suplemento dominical El País, 
selecionadas aleatoriamente entre os anos de 2000 e 2001.
BASTOS, S. D. G. Disponível em: www.letras.ufmg.br/. Acesso em: 12 dez. 2022.
Sobre a linguagem, o texto publicado no site de uma uni-
versidade defende o uso da variedade
A oral, contanto que seja em determinada situação social.
B regional, representando as tradições do indivíduo.
C histórica, por respeitar a trajetória das pessoas.
D formal em entrevistas de jornais impressos.
E social de um grupo de especialistas.
QUESTãO 28 
O que se conhecia de “arte africana”, até então, era 
o que traziam os olhares modernistas com as máscaras 
da África que viam no Museu de Etnografia do Trocadero, 
cheias daquilo que consideravam um “primitivismo” e que 
era, na verdade, o resultado de séculos e séculos da vi-
brante tradição plástica africana da abstração. O continente 
africano viu emergir civilizações ocultadas hoje pelo terror 
da história que expressaram largamente o mistério da vida 
através da expressão plástica e do estabelecimento de uma 
tradição artística calcada na verdade utilitária e mágica do 
cotidiano. Mas foi o olhar imperialista e os impulsos tirâ-
nicos das potências ocidentais que quiseram relegar a arte 
africana ao quadro funcional, religioso e social.
ARAUJO, E. In: BEVILACQUA, J. R. S.; SILVA, R. A. 
África em artes. São Paulo: Museu Afro Brasil, 2015. p. 5.
A respeito das produções artísticas africanas, o texto chama 
a atenção para o(a)
A expressão do estilo de vida rudimentar dos africanos, 
sendo modesta em termos de sofisticação.
B fundamento em rituais místicos e crenças ancestrais, o 
que estreita essas obras à função religiosa.
C rigorosa orientação pelas tradições e pelos signos dos 
povos nativos, o que torna difícil sua compreensão.
D apagamento da sua diversidade e pluralidade pela 
perspectiva ocidental, que as reduz a estereótipos.
E forte relação com a utilidade cotidiana dos objetos pro-
duzidos, limitando sua criação a esse propósito.
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QUESTãO 29 
A comunicação é um processo inerente ao ser humano 
[...]. Desde a invenção da grafia até os mais complexos 
sistemas computacionais, as competências sociais têm se 
modificado e exigido novos mecanismos de apropriação 
da escrita e da leitura. Nesta década, uma das marcantes 
necessidades está relacionada ao domínio contextualizado 
e consciente das competências de escrita e leitura, que 
também preparam para atuar de forma presente na socie-
dade digital. Tais competências têm se apresentado um 
desafio ao sistema educacional, que não está preparado 
para lidar com a geração de nativos digitais, os quais nas-
ceram em um mundo tecnológico e, portanto, são usuários 
natos dessas ferramentas.
NASCIMENTO, L. M. C. T; GARCIA, L. A. M. Letramento em tempos de 
novas tecnologias de informação, comunicação e expressão. Revista Brasileira de 
Ensino de Ciência e Tecnologia, Paraná, v. 8, n. 3, 2015. Disponível em: https:// 
periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/1826. Acesso em: 18 nov. 2021.
Ao relacionar a comunicação humana e a tecnologia, o 
texto destaca uma problemática que está ligada
A ao desenvolvimento acelerado do sistema educacional.
B ao desuso da escrita e da leitura com o advento 
tecnológico.
C às dificuldades geradas pela incorporação das novas 
tecnologias.
D à falta de novos mecanismos para apropriação de 
escrita e leitura.
E aos prejuízos dos recursos tecnológicos para a comu-
nicação humana.
QUESTãO 30 
Sei que não sou suposto dar título em inglês num 
jornal brasileiro, mas espero (o ideal seria usar hope, em 
vez de “esperar”, mas nossa língua é muito pobre e temos 
que nos resignar) que não me penalizem por isto, porque 
eu justo sigo a marcha inexorável da História, como oposta 
a estória, que é o equivalente em português, este idioma 
nefando, adequado apenas à expressão de pensamentos 
pedestres e filisteus, à indispensável palavra inglesa 
story. Se houverem (sic) reclamações, estou disposto a 
deletar tudo do meu hard disk e impedir que os usuários 
da hotpage deste jornal downloadem, ou mesmo acessem, 
minhas infelizes gags. Tudo pela satisfação do customer.
RIBEIRO, J. U. Going global. O conselheiro come. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
O trecho da crônica se caracteriza pelo(a)
A uso exagerado e indiscriminado de palavras de outros 
idiomas.
B depreciação de nosso idioma e nossa cultura, da parte 
do autor.
C constatação das limitações do vocabulário da língua 
portuguesa.
D predomínio de frases que aparentam ser a tradução 
literal de um idioma estrangeiro.
E tom irônico adotado pelo autor, com relação à exalta-
ção feita pelo brasileiro à cultura de outros países.
QUESTãO 31 
Manifesto da Poesia Pau-Brasil
A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de 
ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos 
estéticos.
O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da 
raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de 
Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza 
vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
[...]
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neo-
lógica. A contribuição milionária de todos os erros. Como 
falamos. Como somos.
Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só 
fardas. Os futuristas e os outros.
Uma única luta – a luta pelo caminho. Dividamos: poesia 
de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação.
Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de 
química, de mecânica, de economia e de balística. Tudo 
digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais. 
Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações 
de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia.
Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de 
jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. 
A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.
ANDRADE, O. Disponível em: www.ufrgs.br. Acesso em: 15 set. 2022.
O Manifesto Pau-Brasil,enquanto texto de caráter público, 
visa
A chamar a atenção para arte como meio de valorizar as 
riquezas naturais do país.
B expor a deficiência da arte brasileira em face do pano-
râma mundial de produção estética.
C decretar como força de lei uma nova concepção de arte 
oficial para toda a produção nacional.
D expressar a visão do autor sobre a chamada “arte 
Pau-Brasil”, com fins de convencer o público leitor.
E rechaçar toda manifestação estrangeira de arte e poesia 
que não seja produzida em território nacional.
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QUESTãO 32 
Esportes com Rede Divisória ou Muro: são modalidades 
nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca 
em direção à quadra adversária (sobre a rede) de tal forma 
que o rival não consiga devolvê-la, ou a devolva fora do 
campo adversário ou pelo menos tenha dificuldades para 
devolvê-la. Diversas modalidades no mundo todo podem 
ser classificadas nesta categoria e se orientam por desafios 
táticos semelhantes. Uma característica comum desses 
esportes é que sempre se joga interceptando (defesa) a 
trajetória da bola, disco ou da peteca ao mesmo tempo em 
que se tenta jogá-la para o lado do adversário (ataque).
GONZÁLEZ, F. J.; DARIDO, S. C.; BÁSSOLI, A. 
Disponível em: www.lume.ufrgs.br. Acesso em: 28 fev. 2021.
Podem ser citados como exemplos de esportes com rede 
divisória:
A badminton, golfe.
B squash, polo aquático.
C futebol, basquetebol.
D voleibol, vôlei de praia.
E peteca, hóquei sobre a grama.
QUESTãO 33 
Quando os portugueses desembarcaram na costa bra-
sileira, estima-se que havia aqui 1 200 povos indígenas; 
falavam-se aproximadamente mil línguas. Além dessa 
diversidade étnica e linguística, foram trazidos cerca de 
4 milhões de africanos de diversas culturas [...]. Essa plu-
ralidade linguístico-cultural fortaleceu as bases da cons-
trução da identidade do português brasileiro. Isso se deu 
em detrimento dos interesses políticos e comerciais de 
Portugal, que tomara algumas medidas radicais, entre elas 
a proibição do uso das línguas gerais [...] e a imposição do 
português como língua oficial.
SANTOS, W. J. Disponível em: educacaopublica.cecierj.edu.br. Acesso em: 29 nov. 2021.
A diversidade linguística presente no território brasileiro no 
período retratado no texto teve o papel de
A impossibilitar a unificação dos povos.
B prejudicar o uso da língua geral no país.
C exaltar as línguas faladas no Brasil na época.
D diferenciar o português brasileiro do europeu.
E apagar as diferenças fonológicas entre as línguas.
QUESTãO 34 
Criptomoedas: 56% buscam aprender 
sozinhos sobre investimento em ativos digitais
Levantamento exclusivo obtido pela CNN mostra que metade 
das pessoas investiu pela primeira vez entre 2020 e 2021
Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 12 fev. 2022.
O título encontra-se em desacordo com a norma-padrão da 
língua portuguesa por
A apresentar números em algarismos.
B desrespeitar a regência do verbo aprender.
C utilizar 56% como sujeito do verbo buscar.
D não apresentar concordância entre aprender e 56%.
E não estabelecer concordância entre investimento e 
ativos digitais.
QUESTãO 35 
Naquela Mesa
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim
OTTO. Disponível em: www.letras.mus.br. Acesso em: 19 set. 2022.
Do ponto de vista linguístico, o pronome “ele” na construção 
do texto garante o(a)
A indefinição da identidade do interlocutor ao qual o texto 
é dirigido.
B caracterização do referente como um substantivo sem 
gênero definido.
C repetição de um mesmo referente oculto que não pode 
ser inferido a partir do texto.
D coesão dos elementos poéticos que convergem para 
reiterar a figura do pai do eu lírico.
E apagamento do eu lírico em detrimento da figura sempre 
presente da terceira pessoa do discurso.
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QUESTãO 36 
Espectador, que palavra feia! O espectador, ser passivo, 
é menos que um homem e é necessário re-humanizá-lo, 
restituir-lhe sua capacidade de ação em toda sua pleni-
tude. Ele deve ser também o sujeito, um ator, em igualdade 
de condições com os atores, que devem por sua vez ser 
também espectadores. Todas estas experiências de teatro 
popular perseguem o mesmo objetivo: a libertação do es-
pectador, sobre quem o teatro se habituou a impor visões 
acabadas do mundo. E considerando que quem faz teatro, 
em geral, são pessoas direta ou indiretamente ligadas às 
classes dominantes, é lógico que essas imagens acabadas 
sejam as imagens da classe dominante. O espectador do 
teatro popular (o povo) não pode continuar sendo vítima 
passiva dessas imagens.
BOAL, A. O teatro do oprimido e outras poéticas políticas. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991. p. 180.
Considerando o texto, para o dramaturgo Augusto Boal, o 
teatro popular assume importância análoga à
A conservação de classes, com a subjugação do povo.
B conciliação de classes, com a inclusão social do povo.
C equidade de classes, com a participação ativa do povo.
D inversão de classes, com o controle tomado pelo povo.
E mobilidade de classes, com a troca entre atores e povo.
QUESTãO 37 
Catherine e Chaval trabalhavam na Jean-Barret, a 
setecentos e oito metros de profundidade, na direção do 
Norte. [...]
Fazia uma hora que Catherine empurrava vagonetes 
carregados de carvão até o entroncamento. Estava tão en-
charcada de suor, que parou um instante. Como Chaval 
não ouvisse mais o barulho das rodas do vagão, foi ver o 
que tinha acontecido.
Quando ela respondeu que sentia o coração pular do 
peito de tanto calor, ele disse rudemente:
— Sua burra, tire a roupa como nós!
Catherine tirou a calça e amarrou a jaqueta na cin-
tura. Não se sentia à vontade sem roupa, mas continuou 
a trabalhar.
Depois de fazer duas viagens, passou mal de novo.
[...]
Ela estava em pé, apoiada na pá; sentia-se tão mal, 
que olhava para todos com um ar imbecilizado. Sob a 
luz vermelha das lâmpadas, quase não conseguia ver os 
operários, que trabalhavam ali completamente nus, como 
animais, negros de carvão, molhados de suor.
ZOLA, É. Germinal. Tradução e adaptação de Silva Salerno. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2000.
A partir da segunda metade do século XIX, predominou 
na produção literária um período muitas vezes denomina-
do Realismo-Naturalismo. Porém, é o Naturalismo que se 
mostra em evidência no fragmento em análise, em detri-
mento do Realismo, por
A deixar de lado a análise psicológica das personagens.
B hierarquizar a classe proletária e as empresas deten-
toras de capital.
C destacar as doenças causadas por situações insalu-
bres de sobrevivência.
D retratar os abusos sexuais sofridos por mulheres no 
mercado de trabalho.
E comparar a capacidade física de homens e mulheres 
para serviços braçais.
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QUESTãO 38 
CAMPOS, A. Poesia, 1949-1979. São Paulo: Duas Cidades, 1979, p. 119-120.
Ao associar recursos verbais e não verbais, o poema visa
A relativizar tudo aquilo que seria socialmente considerado lixo.
B denunciar o descarte excessivo de bens de consumo considerados luxuosos.C criticar o lugar do lixo na sociedade, entendendo seu potencial para além do descarte.
D rebaixar o que se entende socialmente como luxo, emparentando com seu antônimo.
E valorizar o luxo por meio da tipografia detalhada em detrimento dos contornos discretos da palavra lixo.
QUESTãO 39 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, 
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abo-
toaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço. Relógio, maço 
de cigarros, caixa de fósforos, jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, 
carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de 
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara 
pequena. Cigarro e fósforo. [...]
RAMOS, R. Circuito fechado. São Paulo: Martins Fontes, 1972.
O conto expressa uma percepção da vida humana contemporânea, demarcada, no trecho,
A pela constância e repetição da rotina da personagem, indicando um mundo coisificado e desumanizado.
B pela representação de uma única pessoa, sugerindo que as pessoas que moram sozinhas têm vidas monótonas.
C pelo convívio frio e indiferente da personagem com seus colegas de trabalho, expressando falta de amizade entre 
eles.
D pela indicação dos momentos de lazer e distração na rotina da personagem, reforçando que essas pausas são impor-
tantes para se produzir mais.
E pelos elementos do universo masculino e empresarial que circundam a personagem, criticando a predominância de 
homens no mercado de trabalho.
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QUESTãO 40 
[...] Narra-se aqui, em diversas modalidades de estilo, 
um fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um 
homem de quarenta anos presumíveis é encontrado de 
madrugada pelo vigia de uma construção, à margem da 
Lagoa Rodrigo de Freitas, não existindo sinais de morte 
violenta.
Estilo então – Então o vigia de uma construção em 
Ipanema, não tendo sono, saiu então para passeio de 
madrugada. Encontrou então o cadáver de um homem. 
Resolveu então procurar um guarda. Então o guarda veio 
e tomou então as providências necessárias. Aí então eu 
resolvi te contar isto.
[...]
Estilo complexo de Édipo – Onde andará a mãe-
zinha do homem encontrado morto na Lagoa Rodrigues de 
Freitas? Ela que amamentou, ela que o embalou em seus 
braços carinhosos?
[...]
Estilo didático – Podemos encarar a morte do des-
conhecido encontrado morto à margem da Lagoa em três 
aspectos: a) policial; b) humano; c) teológico. Policial: o 
homem em sociedade; humano: o homem em si mesmo; 
teológico: o homem em Deus. Polícia e homem: fenômeno; 
alma e Deus: epifenômeno. Muito simples, como os se-
nhores veem.
CAMPOS, P. M. Os diferentes estilos. In: ANDRADE, C. D. 
et al. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1979. v. 4, p. 39-42.
Considerando os recursos argumentativos presentes no 
estilo complexo de Édipo, qual função da linguagem pre-
domina nele?
A Fática
B Emotiva
C Conativa
D Referencial
E Metalinguística
QUESTãO 41 
A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos es-
cravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dous 
para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça 
por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação 
de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que 
eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dous pe-
cados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era 
grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem 
sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. 
Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das 
lojas. Mas não cuidemos de máscaras.
ASSIS, M. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/ 
download/texto/bv000245.pdf. Acesso em: 30 nov. 2021.
Machado de Assis frequentemente fazia uso da ironia para 
tecer suas críticas sociais. No trecho, a ironia é utilizada 
para
A condenar o comportamento da sociedade.
B apresentar os vícios da população da época.
C propor uma ruptura dos costumes do período.
D exibir diferentes opiniões sobre as punições praticadas.
E criticar a facilidade com que se comprava itens de 
castigo.
QUESTãO 42 
OMS abre consulta para mudar 
nome da varíola dos macacos
[...] A OMS anunciou uma das decisões do grupo na 
última sexta-feira [12 de setembro de 2022]. A partir de 
agora, as variantes da doença deverão ser nomeadas 
utilizando algarismos romanos e letras minúsculas para 
subvariantes. Assim sendo, passa a valer imediatamente a 
nomenclatura IIb para referir-se à variante predominante do 
vírus no atual surto global. 
Uma consulta pública para a mudança do nome da 
doença também está aberta no site da OMS. Qualquer 
pessoa pode registrar uma sugestão on-line. [...]
Segundo a agência da ONU, o esforço faz parte de 
um trabalho contínuo para alinhar nomes da doença, vírus 
e variantes com as melhores práticas atuais. Atualmente, 
a recomendação é nomear vírus recém-identificados, 
doenças relacionadas e variantes de forma que evite 
“ofender qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, 
profissional ou étnico” e minimizar qualquer impacto nega-
tivo no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal.
O vírus da varíola dos macacos foi descoberto em 1958, 
antes de regras e práticas para definir nomenclaturas serem 
adotadas. As principais variantes recebiam os nomes com 
base nas regiões geográficas onde o vírus circulava. [...]
Disponível em: brasil.un.org/pt-br. Acesso em: 9 set. 2022.
Os objetivos que apoiam a mudança na nomenclatura da 
doença são de ordem
A gramatical, buscando corrigir o uso da contração entre 
a preposição “de” e o artigo “os”. 
B semântica, visando desvincular o vírus da região geo-
gráfica em que ele circulava em 1958. 
C estilística, procurando aproximar o título da linguagem 
científica e afastá-lo da compreensão leiga. 
D semântica, visando evitar a ambiguidade que pode pro-
vocar impacto negativo sobre o bem-estar animal. 
E estilística, buscando aproximar-se da população ao 
abrir consulta para o novo nome e permitir um combate 
à doença mais efetivo. 
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QUESTãO 43 
Incêndio atinge Museu da Língua 
Portuguesa em São Paulo
Inaugurado oficialmente no dia 20 de março de 2006, o 
Museu da Língua Portuguesa abriu suas portas ao público 
no dia 21 de março daquele ano. Em seus três primeiros 
anos de funcionamento mais de 1,6 milhão de pessoas já 
visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus 
mais visitados do Brasil e da América do Sul.
Isa Ferraz, curadora do Museu da Língua Portuguesa, 
diz que o incêndio é “uma tragédia”. “O museu é fruto de 
um trabalho de muitos anos de uma equipe multidisciplinar 
para criar algo completamente novo. O museu mudou para-
digmas e virou referência internacional. Foi revolucionário 
não só pela tecnologia e formato, mas pela maneira de 
encarar a língua portuguesa. Temos todos os arquivos de 
todo o conteúdo.”
A curadora disse que o museu tem uma linha do tempo 
de 33 metros que reconstitui todo o caminho da língua por-
tuguesa, africana e ameríndia até se encontrar no Brasil. 
“Tudo isso pode ser recuperado. vai ter de remontar os 
filmes. Temos muita coisa em back up.”
Disponível em: g1.globo.com. Acesso em: 12 fev. 2022.
Incendiado em 2015 e reaberto em 2021, o Museu da 
Língua Portuguesa homenageia
A a colonização portuguesa no Brasil.
B um patrimônio cultural imaterial brasileiro.
C a tecnologia como ponto de inovação no cenário cultural. 
D a presença das línguas portuguesa, africana e amerín-
diano Brasil.
E a multidisciplinaridade na constituição dos espaços 
públicos culturais.
QUESTãO 44 
Ímãs de militantes negras na geladeira e bonecas 
pretas penduradas nas paredes sugerem algo sobre a fa-
mília de MC Soffia. A menina de 12 anos que, em agosto, 
cantou na abertura das Olimpíadas no Rio de Janeiro ao 
lado da rapper e “madrinha” Karol Conka, faz rimas sobre 
infância, autoestima, racismo e resistência negra feminina.
[...] “Num conto de fadas, a Rapunzel joga suas tranças / 
Na minha história, ela tem dread e é africana”, diz, por 
exemplo, a letra de “Minha Rapunzel de dread”, uma das 
músicas da menina.
Para Soffia, é importante que outras crianças se iden-
tifiquem com sua música para que consigam reconhecer 
casos de racismo. Junto da avó e da mãe, ela percebeu que 
está no caminho certo a partir do momento em que des-
conhecidos começaram a pará-la nas ruas para dizer, por 
exemplo, que seus raps os ajudaram a aceitar seus cabelos.
PARRA, N. De avó para neta, de mãe para filha. Revista Cult, 2 jun. 2017. 
Disponível em: w.w.w.de-avo-para-neta-de-mae-para-filha home 
revistacult.uol.com.br. Acesso em: 10 dez. 2020 (adaptado).
O exemplo de MC Soffia mostra a importância da represen-
tatividade na arte, pois
A subverte padrões sociais e consolida o domínio cultural 
da população negra.
B fortalece a identidade racial e promove consciência 
sobre as discriminações.
C inicia um movimento cultural e artístico separado da 
produção convencional.
D permite a inclusão de personagens negras nas histó-
rias literárias tradicionais.
E cria um novo nicho de mercado para elevar o consumo 
entre o público negro.
QUESTãO 45 
Disponível em: https://bityli.com/sMyQRgrPm. Acesso em: 21 out. 2022.
Como estratégia argumentativa, a campanha se vale do(a)
A uso de linguagem típica do público jovem como forma 
de aproximação.
B abordagem direta com frases curtas como meio de 
atrair a atenção do público adulto.
C uso de figuras como a hashtag como forma de associar 
a campanha às culturas digitais.
D uso de recursos não verbais como forma de convenci-
mento de adultos sem título de eleitor.
E associação da figura do título de eleitor com a possibili-
dade de ganhar milhões como recompensa.
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INSTRUÇÕES PARA A REDAÇãO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas 
desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
 4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
TEXTO I
Lutar contra a desvalorização do docente é mais do que ur-
gente. De acordo com uma pesquisa feita pela Organização para 
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2014, 
apenas 2,4% dos jovens se mostraram interessados em seguir a 
profissão docente. Há três anos, foi divulgado o Global Teacher 
Status Index 2018 (Índice Global de Status de Professores) e 
a nova pesquisa voltou a mostrar o Brasil em último lugar em 
relação à valorização do professor. A avaliação vai de 1 a 100 e o 
Brasil teve apenas um ponto, enquanto a China obteve 100 pontos, 
seguida pela Malásia e por Taiwan. Uma das conclusões impor-
tantes do estudo foi a de que o prestígio do professor não está 
relacionado apenas à remuneração média. Esse conceito também 
envolve a atratividade da carreira para os jovens, o respeito pelos 
profissionais, as condições de trabalho e a valorização da profissão 
em políticas públicas.
Disponível em: www.escolasexponenciais.com.br. Acesso em: 23 nov. 2022.
TEXTO III
Disponível em: www.viaparole.wordpress.com. Acesso em: 23 nov. 2022.
TEXTO IV
Políticas públicas e a valorização docente
O Plano Nacional de Educação (PNE), política que determina as diretrizes, 
metas e estratégias para a política educacional até 2024, traz aspectos fundamen-
tais para a melhoria da prática e valorização docente em três metas específicas.
META 16 – Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da 
Educação Básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) 
os(as) profissionais da Educação Básica formação continuada em sua área de 
atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sis-
temas de ensino.
META 17 – Valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de 
Educação Básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais 
profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência 
deste PNE.
META 18 – Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de car-
reira para os(as) profissionais da Educação Básica e Superior pública de todos os 
sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da Educação 
Básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, defi-
nido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
[...] A essa conjuntura de desafios complexos, soma-se uma formação inicial 
inadequada diante das questões que serão enfrentadas no ‘chão da escola’. 
O diagnóstico faz parte dos Retratos da Carreira Docente, do Instituto Península. 
Dos 1 800 professores ouvidos no estudo, 65% (1 200 educadores) concordam 
que a formação de professores no Brasil não prepara para a complexidade das 
situações com as quais esses profissionais têm que lidar diariamente. Para en-
frentar os desafios reais das salas de aula brasileiras, 50% dos respondentes 
afirmaram que fazem algum curso de aperfeiçoamento, com o principal objetivo 
de melhorar suas práticas cotidianas.
Disponível em: www.gife.org.br. Acesso em: 23 nov. 2022.
TEXTO II
Disponível em: www.jc.ne10.uol.com.br. Acesso em: 23 nov. 2023.
DOCENTES NO BRASIL
2,1 milhões
é o número de professores na educação básica
1,7 milhão
estão na rede pública
62,7%
lecionam no ensino fundamental
86,6%
têm curso superior
40% das turmas de 
anos �nais do ensino 
fundamental e 37% das 
turmas de ensino médio
não possuíam professores com 
formação adequada em 2020
66,4% das matrículas em pedagogia
e licenciatura, em 2019, foram em cursos
de graduação a distância.
PROPOSTA DE REDAÇãO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija 
texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O trabalho docente 
no Brasil: valorização e desafios”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, 
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
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simulado
CH - 1º dia | Simulado ENEM 2023 2023
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTãO 46 
Disponível em: www.upload.wikimedia.org. Acesso em: 22 set. 2019.
Os pontos de luminosidade presentes no mapa, proveniente de imagens de satélite noturnas, representam áreas com
A alta densidade demográfica e economias semelhantes.
B dinamismo comercial e baixos índices de desigualdade social.
C concentrações urbanas e elevado consumo de energia elétrica.
D alto dinamismo comercial e mesmo nível de infraestrutura entre si.
E expansão de vazios demográficos e baixo consumo de energia elétrica.
QUESTãO 47 
TEXTO I
Eu nunca fui mestre de ninguém, conquanto nunca me opusesse a moço ou velho que